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03/02/2022 14:48 Resolução Radiométrica | Sadeck - Geotecnologias

Sadeck – Geotecnologias
-12%

Geotecnologias, isso em primeiro lugar, serve para planejar. 


Publicado por: sadeckgeo | maio 9, 2016

Resolução Radiométrica
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Para iniciarmos essa conversa é muito legal sabermos como surgiu essa unidade de medida que é o Bit.
Criado por Claude Shannon, o bit é uma unidade de medida de informação, sem ela ainda estaríamos na
era analógica e muitas das coisas que fazemos hoje não seriam possíveis… O inicio da postulação foi
feito no artigo “A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits”. Muito do que estudamos hoje se
deve a Shannon, desde a “simples” transmissão de dados de um sensor para a terra, a formação de
imagens, a análise, testes estatísticos e muitas outras etapas do trabalho em sensoriamento remoto e
geoprocessanento já que ele foi o pai da era da informação.

Claude Shannon - Father of the Information Age

Bem, de um tempo pra cá os sensores passaram a ter uma diversidade de resolução radiométrica.
Geralmente pode ser entendida como a quantidade de níveis de cinza por pixel em uma imagem,
exemplos são as imagens 8 bits ou 28 que dão 256 ou 255 tons de cinza sem contar o zero ou contando-o
respectivamente, ou seja, um pixel pode ter valores que vão de 0 a 255 tons de cinza. Esse período áureo
do sensoriamento remoto alterou-se com o passar do tempo e agora temos sensores com 10, 12, 16 e até
mais bits, que possibilitam uma maior percepção computacional dos diferentes tons de cinza na imagem.

É importante lembrar que esses valores não estão representando uma medida de radiância e sim uma
faixa continua e discreta da quantidade de energia. Vamos exemplificar:

https://geotecnologias.wordpress.com/2016/05/09/resolucao-radiometrica/ 1/6
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Se um sensor consegue obter informação radiante em um intervalo de 0.0 a 10.0 W m−2 sr−1 µm−1,
considerando ainda a relação sinal-ruido do sensor, podemos dizer que ele conseguirá dividir em 256
tons de cinza, ou seja, 0.0 = 0 e 10.0 = 255 os valores no meio seriam estabelecidos pelo cálculo (10.0 – 0.0)
/ 255.0 = 0.0392 W m-2 sr−1 µm−1, como apresentado no excelente “Computer Processing of Remotely-
Sensed Images (http://www.amazon.com.br/Computer-Processing-Remotely-Sensed-Images-
Introduction-ebook/dp/B005HF2H0O?ie=UTF8&qid=1462281905&ref_=tmm_kin_swatch_0&sr=8-3)”.

Sendo assim, fica a pergunta, como conseguimos identificar os alvos na imagem? Tem basicamente duas
formas, interpretação visual (https://geotecnologias.wordpress.com/2015/12/09/interpretando-imagens/)
e interpretação computacional. Na interpretação visual, pensando aqui só nas questões de tonalidade,
temos um problema biológico relevante, pois nossos olhos só conseguem diferenciar, segundo alguns
autores, até 64 tons de cinza, ou seja, 6 Bits (26) bem divididos. (J.M.Brayer; F.Riley e J.L.Star et al). Eu
acredito que essa afirmativa seja baseada em medidas bem acuradas, porém quando nos deparamos com
imagens com 16 tons de cinza (4 Bits (24)) a coisa já fica complicada de ser diferenciada e nesse caso
temos alguns outros autores (A.P.Cracknell e M.W.Burke ). Veja imagem!

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(https://geotecnologias.files.wordpress.com/2016/05/bits.png)

Como NÃO podemos ver, nessa região de floresta (cinza mais escuro) na imagem 4 bits, temos pelo
menos 2 tons de cinza, isso só para exemplificar a dificuldade… Agora olhando para os dados que nós
trabalhamos, que são as de 8 e 16 bits, pensando só em landsat, veja como a diferença visual é
irrelevante, mas a diferença matemática é gritante.

(https://geotecnologias.files.wordpress.com/2016/05/bits2.png)

No zoom que mostra o pixel foi aplicado um contraste equalizar


(https://en.wikipedia.org/wiki/Histogram_equalization) para facilitar a interpretação. A imagem 8 bits é
da banda 5 do sensor TM e a imagem 16 bits é da banda 6 do sensor OLI ambos Landsat.

Ok! Depois de apresentado o problema, como isso pode influenciar em nossas vidas? Já podemos
perceber que uma interpretação visual, baseada somente em tonalidades de cinza, não nos permitirá
identificar alguns desses alvos.

– Mas quando eu faço interpretação visual não considero só isso… 


– ok! Sabemos disso…

Agora vamos pensar nos efeitos que a conversão de 16 para 8 bits pode ocasionar nos procedimentos de
PDI (Processamento Digital de Imagem). Vamos em uma das função mais básica que é o contraste, aqui
o reescalonamento do dado feito pela formula IMG8b = unit8 (double (IMG16b) / (216 – 1)) * 255 no
MatLAB, fará uma compressão no seu dado diminuindo a escala de cinza e somando pixels com o
mesmo tom fazendo com que a contagem de pixels suba, sendo assim, na imagem 16 bits que você tinha

https://geotecnologias.wordpress.com/2016/05/09/resolucao-radiometrica/ 2/6
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o intervalo de 0 – 1400 passa na imagem 8 bits a ter 0 – 400000, ou seja, a perda / agregação de
informação é grande, isso pode ser percebido nos histogramas, pois na imagem 16 bits os valores eram
mais bem distribuídos.

(https://geotecnologias.files.wordpress.com/2016/05/histograma.png)

Esse é um problema que parece ser pequeno, mas para alguns processamentos de PDI como classificação
(https://geotecnologias.wordpress.com/2010/02/28/classificacao/), modelo linear
(https://geotecnologias.wordpress.com/2010/11/16/modelo-linear-de-mistura-espectral-terraview-3-6/),
segmentação (https://geotecnologias.wordpress.com/2010/08/19/classificacao-orientada-a-objeto-
consideracoes/), fatiamento (https://geotecnologias.wordpress.com/2011/07/08/density-slice-terraview-4-
1/)entre outro e isso trará algumas consequências.

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Veja um exemplo de segmentação pelo método region growing


(https://en.wikipedia.org/wiki/Region_growing) usando os mesmos valores de distancia euclidiana (8) e
área de pixel (16).

(https://geotecnologias.files.wordpress.com/2016/05/segmpsd.png)

É claro que comparar os dois produtos não é exatamente correto do ponto de vista matemático, por que
eu deveria colocar valores diferentes para imagens diferentes… A intenção aqui é mostrar a quantidade
de informação perdida na conversão, pois vejo muita gente usando valores sem pensar na questão
rediométrica da imagem e obtendo resultados não agradáveis.

Depois de ter passado algumas noites escrevendo esse pequeno ensaio, o Luiz Cortinhas me aparece
com o documento da USDA que tem algumas considerações bem legais sobre o assunto… Então deixo
ele lincado aqui para você. “Displaying and Stretching 16-bit per Band Digital Imagery
(http://www.fsa.usda.gov/Assets/USDA-FSA-Public/usdafiles/APFO/support-
documents/pdfs/film_vs_digital_linear_non-linear_stretches.pdf)”.

Eu ia colocar mais exemplos mas acredito que já deu para entender a motivação da postagem. Criticas,
duvidas, sugestões e/ou bater um papo sobre o assunto estamos por aqui.
https://geotecnologias.wordpress.com/2016/05/09/resolucao-radiometrica/ 3/6
03/02/2022 14:48 Resolução Radiométrica | Sadeck - Geotecnologias

Um abraço.

Referências:

BRINDLEY, Keith. Newnes electronics assembly handbook. Elsevier, 2013.

BURKE, Michael W. Image acquisition: handbook of machine vision engineering. Springer Science &
Business Media, 2012.

CRACKNELL, Arthur P. Introduction to remote sensing. CRC press, 2007.

STAR, Jeffrey L.; ESTES, John E.; MCGWIRE, Kenneth C. (Ed.).Integration of geographic information
systems and remote sensing. Cambridge University Press, 1997.

https://www.cs.unm.edu/~brayer/vision/perception.html
(https://www.cs.unm.edu/~brayer/vision/perception.html)

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Publicado em Remote Sensing, Satélites, Sensoriamento Remoto | Tags: 16 Bits, 8 Bits, Bit Depth, Bits,
brightness, Classificação, conversion, Digital Number, Equalized, gray, Gray Scale, Histogram, Human
Vision, MatLab, PDI, perception, Remote Sensing, Resolução Radiométrica, Sensoriamento Remoto,
Shannon, Stretching

Rapaz,

Vc faz cada postagem show. Gosto do editorial que vc adotou no seu blog. Muito criativo!

Abraços

By: Diogo Caribé on maio 9, 2016


at 1:47 pm

Responder

Ola,
Gostaria de uma ajuda dos senhores. Gostaria de saber se existe uma relação linear entre a faixa
espectral de uma banda de um satelite e os niveis de cinza. Por exemplo: no satelite landsat 8 a Banda
B1 corresponde aos comprimento 0,43 a 0,45um do espectro, sendo o sinal com 16 bits o L8, isto é, de
0 a 65536 niveis de cinza(2^16=65536). Então 0,43 corresponderia ao 0 e o 0,45 ao 65536 na escala de
cinza?

abçs

By: wesley on maio 16, 2017


at 12:09 am

Responder

Olá Wesley,

Vamos lá! O comprimento da faixa espectral não tem uma relação linear com os níveis de cinza, o
que eu quero dizer é que, o 0,43 não necessariamente corresponderia ao 0 e o 0,45 ao 65536, pois
os níveis de cinza estão relacionados com a intensidade luminosa, que pode ser mais alta ou mais
baixa “independente” da faixa espectral. Imagine que essa faixa é um filtro (sensor), que só olha
para um determinado intervalo do comprimento de onda e que os bits sejam a quantidade de luz
sendo dividida. Você até pode ter os valores do pixel com reflectância ou radiância que são os
valores reais.

Resolução Espectral – Resolução Radiométrica

Espero ter ajudado.

Um abraço.

https://geotecnologias.wordpress.com/2016/05/09/resolucao-radiometrica/ 4/6
03/02/2022 14:48 Resolução Radiométrica | Sadeck - Geotecnologias

By: sadeckgeo on maio 16, 2017


at 11:07 am

Responder

Então os níveis de cinzas referem-se à “intensidade” da reflectância de uma faixa limitada do


espectro (uma banda, por exemplo). Dizer que um pixel tem nivel 255, em uma escala de 8 bits, é
mesmo que afirma que aquela faixa espectral tem uma alta reflectancia?.
abçs.
Muito bom seu blog, ainda não conhecia.

By: wesley on maio 17, 2017


at 8:58 pm

Responder

Oi Wesley,

Não é bem reflectância, pois se fosse, você teria que ter a imagem em reflectância, que seria a
energia refletida dividida pela energia incidente. Porém, pode-se convencionar isso, assumindo
que os valores da refletância estão associados a uma escala de tons de cinza que variam de branco
a preto.

Então, SIM para sua pergunta.

Obrigado!

By: sadeckgeo on maio 18, 2017


at 9:50 am

Responder

muito obrigado.
abçs

By: wesley on maio 18, 2017


at 5:05 pm

[…] Resolução Radiométrica – Quantificação […]

By: Download imagens landsat: veja estes 4 sites - Adenilson Giovanini on julho 30, 2021
at 7:04 pm

Responder

Como posso, com uma imagem no ARC GIS checar se a resolução radiometrica é 16 bits? Pergunto
isso para tratar num nível de fiscalização. Como na prática seria o procedimento para a checagem?

By: Arlea Ayran de Souza Ribeiro on dezembro 21, 2021


at 4:55 pm

Responder

Vc pode ir nas propriedades e lá deve ter a bitagem da imagem…

By: sadeckgeo on dezembro 23, 2021


at 8:50 am

Responder

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