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Conceito
Modalidades
– DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA, NECESSIDADE PÚBLICA OU
INTERESSE SOCIAL: as duas principais características da desapropriação ordinária
são:
a) competência: todos os Entes federados podem desapropriar por meio dessa
modalidade; e
b) indenização: sempre será devida a indenização prévia, justa e em dinheiro.
– DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA: refere-se ao imóvel localizado na área urbana
que não atende a respectiva função social (imóvel não edificado, subutilizado ou não
utilizado). Além do caráter sancionatório (subsidiário), as duas principais
características da desapropriação urbanística são:
a) competência: Município ou Distrito Federal; e
b) indenização: títulos da dívida pública, resgatáveis em até dez anos.
– DESAPROPRIAÇÃO RURAL: refere-se ao imóvel rural que não atende a sua função
social, conforme dispõe o art. 184 da CRFB. Além do caráter sancionatório e da
finalidade específica (reforma agrária), as duas principais características da
desapropriação rural são:
a) competência: União; e
b) indenização: títulos da dívida agrária, resgatáveis em até vinte anos.
– EXPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA: trata-se da expropriação de propriedades rurais
e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo, na forma da lei, que serão
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
observado, no que couber, o disposto no art. 5.º da CRFB. As duas principais
características da expropriação confiscatória são:
a) competência: União; e
b) indenização: não há.
Procedimento
– Fase declaratória: o Poder Público declara a necessidade de desapropriação de
determinado bem para o atendimento do interesse público, iniciando o procedimento
de desapropriação;
– Fase executória: adoção dos atos materiais (concretos) pelo Poder Público ou seus
delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato, com o intuito de consumar
a retirada da propriedade do proprietário originário.
Direito de extensão
É o direito de o proprietário exigir que a desapropriação parcial se transforme em
total quando a parte remanescente, de forma isolada, não possuir valoração ou
utilidade econômica razoável. Evita-se, dessa forma, que o proprietário, na prática,
perca a integralidade da propriedade com o recebimento de indenização parcial.
Indenização
Deve ser prévia, justa e em dinheiro, englobando os danos emergentes, os lucros
cessantes, as despesas processuais, os juros, a correção monetária e os honorários
advocatícios.
Juros moratórios
Juros compensatórios
Têm por objetivo compensar a perda prematura da posse do bem, em decorrência da
imissão provisória na posse.
Honorários advocatícios
– Somente serão devidos se o valor da indenização fixado na sentença for superior
ao valor ofertado pelo Poder Público na fase administrativa;
– Os honorários são fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença.
Transferência da propriedade
Consuma-se com o pagamento da indenização. No momento em que o Poder Público
deposita o preço, ocorre a transferência da propriedade.
Retrocessão
Retrocessão
– Tredestinação lícita: o Poder Público não satisfaz o interesse público previsto no
decreto expropriatório, mas sim outro interesse público;
– Tredestinação ilícita: em vez de atender o interesse público, o expropriante utiliza
o bem desapropriado para satisfazer interesses privados;
– Desdestinação: envolve a supressão da afetação do bem desapropriado. Na
hipótese, o bem desapropriado é inicialmente afetado ao interesse público, mas,
posteriormente, ocorre a desafetação;
– Tredestinação lícita: o Poder Público não satisfaz o interesse público previsto no
decreto expropriatório, mas sim outro interesse público;
– Tredestinação ilícita: em vez de atender o interesse público, o expropriante utiliza
o bem desapropriado para satisfazer interesses privados;
– Desdestinação: envolve a supressão da afetação do bem desapropriado. Na
hipótese, o bem desapropriado é inicialmente afetado ao interesse público, mas,
posteriormente, ocorre a desafetação;
– Adestinação: ausência de qualquer destinação ao bem desapropriado, revelando
hipótese de completa omissão do Poder Público;
– Prescrição: concordamos em aplicar o prazo prescricional de dez anos, na forma
do art. 205 do CC, tendo em vista a inexistência de prazo prescricional específico e
a inexistência de distinção entre ações pessoais e reais para fins de prescrição.
Desapropriação indireta
É a desapropriação que não observa o devido processo legal. Trata-se de uma ação
indenizatória proposta em face do Poder Público, com fundamento na retirada
substancial dos poderes inerentes da propriedade privada.
– Legitimidade ativa: caso o proprietário, autor da ação, seja casado, deverá o seu
cônjuge comparecer em juízo, sob pena de extinção/invalidação do processo;
– Foro processual: a ação deve ser proposta no foro da situação da coisa (forum rei
sitae), na forma do art. 47 do CPC/2015, equivalente ao art. 95 do CPC/1973;
– Prescrição: a pretensão prescreve com o decurso do tempo necessário para
consumação do usucapião extraordinário (sem justo título e sem boa-fé), pois o bem
somente será adquirido formalmente pelo Poder Público com o pagamento (compra
e venda) ou com a consumação do usucapião (art. 1.238 do CC).