Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

FABRÍCIO VIEIRA

A PANDEMIA E MEU AMBIENTE

MINAS GERAIS
JULHO/2020
SÃO GOTARDO – MINAS GERAIS

Meu nome é Fabrício Vieira, sou de São Gotardo, uma cidade considerada
pequena entre tantas no estado de Minas Gerais. Me mudei para Passos em 2019
para realizar o sonho da faculdade, mas em março desse ano retornei a minha cidade
natal para passar a quarentena com a minha família, pois não sabíamos o que estava
por vir, por isso decidi retornar.

Levei para São Gotardo o meu trabalho de designer gráfico em uma agência
de publicidade e fotografia passense em forma de home office, junto dele poucas
roupas e uma incerteza dos próximos dias em relação a faculdade, trabalho, saúde e
muitos outros aspectos já que uma sensação de pânico e dúvida cercava o Brasil e
de certa forma o mundo todo.

Meus primeiros dias na cidade me causava muita revolta, pois via amigos,
familiares, colegas e até alguns desconhecidos não cumprindo a regra mais básica
para a não proliferação da doença: o isolamento social! Várias festas, encontros e
reuniões que me deixavam decepcionado com o sangotardense, mas foi uma questão
de poucos dias para que o primeiro caso da cidade virasse uma dezena, e em uma
semana alcançou a primeira centena.

Atualmente vemos um cenário na cidade com 314 casos confirmados, destes,


179 já foram recuperados, mas há muitos comentários por fontes seguras que há a
existência da ocultação de casos para que não há pânico na cidade e que o número
verdadeiro é outro.
Entre os últimos meses a Prefeitura Municipal de São Gotardo publicou
diversos decretos, a maioria com atualizações semanais sobre como funcionaria o
comércio na cidade, em alguns momentos todo o comércio esteve fechado com
exceção a mercados e farmácias, em outros momentos todo o comércio fora
autorizado ao funcionamento normal com normas de higiene controladas e até
chegaram ao ponto de proibir a venda e circulação de bebidas alcoólicas na cidade.

Os comerciantes, vendo as baixas das vendas entraram em histeria. Muitas


lojas tiveram suas portas fechadas, outras se adaptaram ao novo cenário, já algumas
tiveram um maior faturamento por terem produtos que são de exigência para a
prevenção da doença. Mas, com um dos decretos, uma junção de comerciantes e
empresários de São Gotardo se juntaram para protestar contra o fechamento dos
comércios, fazendo uma grande carreata e um “panelaço” em frente ao prédio da
prefeitura. O ato foi repudiado por muitos sangotardenses.

O sangotardense nativo não colaborou muito com o isolamento social, não


abrindo mão de seus passeios em praças, caminhadas e até visitas a casas de
amigos, porém, com o aumento de casos, acabou interligando injustamente o fato aos
maranhenses que moram na cidade para trabalho, um verdadeiro caso de xenofobia.

Ultimamente, um caso que vem chamando atenção na cidade é o próprio


prefeito, Seiji Sekita, comerciante e idoso, ter contraído COVID-19 e mesmo assim,
não se isolando. O japonês continuou dando coletivas de imprensa e frequentando
comércios da cidade, mesmo que para isso tivesse que contrariar os médicos da
cidade e fugisse do hospital.
Meu exemplo pessoal foi de um bom ouvinte que respeitou o isolamento
social, porém teve sua saúde mental extremamente corroída, o que me levou a saída
do meu emprego como designer gráfico, me tirando a renda financeira pessoal que
eu tinha no momento.

LINKS DE CONSULTA:

https://www.sgagora.com.br/sg/comercio-fechado-apos-carreata-manifestativa-secretaria-
municipal-de-saude-de-sao-gotardo-recebe-comerciantes-em-reuniao/

https://www.facebook.com/atencaobasicasg/photos/a.220696598282258/1207959602889281/?typ
e=3&theater

Você também pode gostar