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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

FABRÍCIO VIEIRA

A REALIDADE E A TENDÊNCIA PÓS-PANDÊMICA NO MEIO PUBLICITÁRIO

MINAS GERAIS
OUTUBRO/2020
A REALIDADE E A TENDÊNCIA PÓS PANDEMIA NO MERCADO PUBLICITARIO
COM A VISÃO DE FLÁVIA ZAPAROLI

Durante o ano de 2020 se é enfrentada uma pandemia do novo Coronavírus


Sars-Cov 2, uma doença que teve seu primeiro caso dentre o corpo coletivo brasileiro
no mês de março, levando até a data deste presente uma grande junção de problemas
no país, sendo elas nos tópicos de saúde, econômicos, educacionais, culturais e
vários outros setores que também foram afetados.

Dentre os setores, temos o setor mercadológico que fora afetado de imenso


modo, trazendo inúmeros conflitos para uns e grandes crescimentos para outros.

Sabe-se que durante o período vivido se teve grandes alterações de decretos


que permitiam algumas categorias de estabelecimentos estivessem abertos e outros
estivessem temporariamente fechados, tendo até alterações durante o horário
comercial.

Ao entrevistar Flávia Zaparoli, publicitária e proprietária da Agência Yellow


Maker (Passos, Minas Gerais), E questionar a situação perante o mercado de
trabalho, ela diz: “Foi extremamente difícil tanto para o consumidor quando para o
lojista passar por essa situação delicada, pois em alguns momentos não sabiam o que
fazer para manter seus comércios de pé e ainda assim, ser justos com seus
compromissos para com os funcionários”, o que mostra que além do cenário de
preocupação dos donos de comércio de Passos, também houve uma grande
preocupação por parte dos consumidores da cidade, o que nem sempre foi exposto
de forma clara pelas mídias em suas visões sobre a pandemia, tais qual estavam
voltadas para assuntos de saúde pública.

Sabe-se que de modo geral muitos comércios foram prejudicados pelos tipos
de produtos, tais como serviços também, exemplificando as academias que foram em
sua grande parte fechadas por meses até a permissão de abertura ser dada aos
poucos e com restrição de público.

“As academias daqui de Passos fecharam por uns 3, 4 meses. Algumas lojas
também fecharam porque moda não virou item essencial na pandemia, um monte de
lojas da Avenida da Moda fechou as portas, lojas grandes tipo a Valentyne” diz Flávia
acrescentando sobre o comércio da cidade de Passos e sua principal venda: a moda.

Quando questionada sobre o meio publicitário durante o atual momento, ela


diz uma frase não muito motivadora: “Essa entrevista é pra chorar?”, então percebe-
se que as coisas não vão bem perante o mercado publicitário.

“Olha, vou ser sincera com você, a procura aumentou muito porque muitas
empresas não tinham como abordar o público sem ser utilizando o meio das mídias
sociais e uma publicidade bem feita. Mas ao mesmo tempo, a desvalorização cresceu
muito. O menor pacote que oferecemos na agência é R$1750,00 e em muitos
orçamentos eu ganhei um não, inclusive teve um em específico que fui até ofendida
como profissional pelas palavras do cliente”

A profissão de publicitário, embora seja uma profissão que está crescendo


bastante com o tempo, ainda é bastante desvalorizada. Uma frase muito conhecida é
“todo brasileiro nasce com diploma em publicidade”, devido as grandes criações que
o país tem feito e pela boa fama nas criações publicitárias já existentes, mas a frase
é levada muito a sério, pois muitos potenciais clientes sugerem que a profissão seja
fácil, tranquila e que não se é preciso muito conhecimento para ser profissional da
área, podendo até eles mesmos fazerem.

Com o conhecimento da desvalorização, foi perguntado a Flávia Zaparoli


sobre o que tinha sido alterado com a pandemia nos clientes já efetivados, se houve
alguma desvalorização.

“Não digo desvalorização, mas ocorreram muitas ligações para pedir uma
redução no preço dos pacotes. Como qualquer cidadão, eu concedi pra todos os
clientes, mas também deixei claro que deixei meus funcionários trabalharem em casa
por ser trabalho de home office, não ia ter toda a demanda requerida, então com a
diminuição dos preços, diminuí também alguns pacotes e claro, também perdi alguns
clientes, cerca de três mais ou menos”.

E por respostas anteriores sobre o aumento da procura, foi perguntado


também sobre o crescimento de clientes. “Claro, mais umas 6 empresas entraram,
inclusive aumentei a equipe, porém, na minha opinião não serão clientes que vão
manter o trabalho profissional de publicidade, são clientes que acreditam que não
precisam de uma agência. Mas a procura ainda é grande, tenho alguns clientes que
ficaram em fila ou que indiquei para outras agências”

Baseado nas tendências futuras da publicidade e propaganda, se ouve


diariamente algumas especulações, tais como um aumento do trabalho no mundo
digital, maior número de empresas vinculadas a agências, até na possibilidade de não
existirem agências presenciais e todas as etapas de produção serem feitas de home
office, ao comentar isso com a proprietária da Agência Yellow Maker, ela diz: “Eu acho
que estamos num momento muito incerto para ter previsões e tendências, mas muitas
empresas realmente viram o quão e bom confiar num agência e nunca tinham
procurado tal serviço antes, então a confiança do trabalho do publicitário vai aumentar.
Por outra visão, muitas empresas querem se acomodar com um valor baixo pelo
serviço, mas com a adaptações dos pacotes ofertados, isso vai acabar sendo
possível. A publicidade pode muito crescer nesse tempo, assim como aconteceu com
minha agência e acredito que com outras, mas também, se não manter um bom
trabalho e uma boa qualidade, de nada adiantará”.

Flávia se mostra positiva para o futuro de sua agência, pois agora, com a
popularização das reuniões virtuais e, como ela chama, do “novo normal”, conseguiu
atender clientes até de outros estados, conquistando três grandes clientes de São
Paulo. Porém, se vê descontente e insegura de manter seus trabalhos em uma cidade
pequena, pois nem sempre é valorizada e tem garantias de trabalhos duradouros.

Por fim, foi perguntado qual dica se tem para um jovem estudante e ela
respondeu: “Dedicação e persistência, muitas vezes você vai passar por injustiças,
inclusive durante a pandemia elas tem crescido muito, viu? Mas busca crescer mais e
ser reconhecido, esse é um bom segredo. Aproveita muito as ondas da pandemia e
começa a fazer seu nome, já que é um bom momento para crescer clientes e se
garantir como profissional. Mas mesmo assim, toma cuidado com agências que não
valorizam o publicitário e com o mercado que muitas das vezes age de má fé”.

Ao concluir a entrevista, nota-se que o mercado publicitário brasileiro e


passense está muito incerto durante a pandemia, embora esteja sendo positivo para
a entrevistada, é incerto o que vai acontecer depois. Além disso, algumas tendências
pós-pandemia existem, mas estão em grande adaptação, porém ainda estão por vir
mais algumas que formarão um possível novo cenário no mercado publicitário.

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