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SOCIOLÓGICA BRASILEIRA
Sobre a obra da qual foi extraído o fragmento em evidência, muito conhecida pela análise
histórica que faz sobre a Guerra de Canudos (1897), mas que realiza um grande exame
sobre a terra e o homem do Nordeste, através de uma ótica permeada pelo positivismo, é
correto afirmar:
a) Tratou da relação entre o privado e o público como uma peculiaridade do modo de ser
brasileiro.
b) Fez, nesse trecho, uma alusão à obra de Sérgio Buarque de Holanda — “Raízes do
Brasil”.
II. A política brasileira é tradicionalmente voltada para a recusa das relações hierárquicas,
as quais são incompatíveis com regimes democráticos.
3. (UEM 2011) “O quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente, que sua
sombra persegue os indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada
precede sempre, neles, a entidade pública. A nostalgia dessa organização compacta, única
e intransferível, onde prevalecem necessariamente as preferências fundadas em laços
afetivos, não podia deixar de marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas
atividades. Representando, como já se notou acima, o único setor onde o princípio de
autoridade é indisputado, a família colonial fornecia a ideia mais normal de poder, da
respeitabilidade, da obediência e da coesão entre os homens. O resultado era
predominarem, em toda a vida social, sentimentos próprios à comunidade doméstica,
naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do público pelo privado, do Estado
pela família.” HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1992, p. 50.
Considerando o texto acima e o tema instituições sociais, assinale o que for correto.
01) O texto trata das relações que os indivíduos estabelecem com uma instituição social
específica, o Estado.
08) O autor define que a família colonial é uma organização compacta, única e
intransferível, que exerceu profunda influência na formação social e cultural brasileira.
16) O Estado brasileiro manteve-se livre dos particularismos, das visões antipolíticas e
dos interesses privados.
b) Os grandes nomes desse período foram Euclides da Cunha, Gilberto Freyre e Sérgio
Buarque de Holanda.
e) O interesse dos intelectuais desse período estava voltado para o conhecimento do Brasil
real, do povo, em oposição às análises etnocêntricas anteriores.
a) Gilberto Freyre.
d) Fernando de Azevedo.
a) Plínio Salgado, na sua obra Nosso Brasil, retoma a tese de uma unidade nacional
baseada em diferenças regionais, culturais e éticas.
I. O País era apresentado, por algumas correntes de pensamento, como sendo de vocação
agrícola.
III. O atraso brasileiro decorria de sua origem feudal, aqui reproduzida mediante a relação
entre senhor e escravo.
8. (UNIOESTE 2011) “Na segunda metade do século XX, a tendência à superação das
ideias racistas permitiu que diferentes povos e culturas fossem percebidos a partir de suas
especificidades. Grupos de negros pressionaram pela adoção de medidas legais que
garantissem a eles igualdade de condições e combatessem a segregação racial. Chegamos
então ao ponto em que nos encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de descaso
por assuntos referentes à África”. Marina de Mello e Souza. A descoberta da África.
RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75.
d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais com categorias tais como
a especificidade da raça negra, da raça branca, da raça amarela e outras mais.
9. (UNIOESTE 2010) Tendo por base o texto abaixo, do antropólogo brasileiro Darcy
Ribeiro, assinale o(s) item(s) que melhor corresponde(m) as suas ideias. “Nessa
confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições
culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar
a um povo novo (...), num novo modelo de estruturação societária. Novo porque surge
como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras,
fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela
redefinição de traços culturais dela oriundos. Também novo porque se vê a si mesmo e é
visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos existem (...)”
“A confluência de tantas e tão variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa
sociedade multiétnica, dilacerada pela oposição de componentes diferenciados e
imiscíveis. Ocorreu justamente o contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na
fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade,
não se diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas
a lealdades étnicas próprias e disputantes de autonomia frente à nação” (RIBEIRO, Darcy.
O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 19-20 [1995]).
II. O povo brasileiro na realidade é uma ficção, pois sob a aparência de um apaziguamento
de etnias e culturas diferentes, o que se tem são etnias minoritárias em luta para
sobreviverem.
III. A teoria da miscigenação, que o autor compõe, expressa que, apesar dos vários e
acentuados embates que as diferentes etnias experimentaram, surgiu uma nova realidade
cultural, na qual as culturas e povos foram misturados de forma única e inseparável,
originando os atuais brasileiros.
IV. Quaisquer das práticas de distinção entre os brasileiros, seja por “raça”,
“regionalismo”, “origem”, bem como práticas como ações afirmativas para grupos
étnicos minoritários, corresponderiam às características próprias do modo de ser do povo
brasileiro.
V. O povo brasileiro, em seus tipos regionais, expressaria modos de ser que têm suas
raízes no encontro de índios, negros e brancos, e, posteriormente, nas novas etnias
migrantes, sem contudo perder a sua unidade e especificidade ou deixar de ser uma única
gente.
I. Suas concepções podem assim mesmo ser consideradas conservadoras por enfatizar a
harmonia das relações entre as etnias constitutivas da sociedade brasileiras, sobretudo
entre brancos e negros.
II. Freyre faz, no livro citado acima, um elogio à colonização portuguesa no Brasil.
Decorrem desse fato as críticas que recebe por parte daqueles que vêm justamente no tipo
de colonização que tivemos a origem do atraso nacional.
III. Adotando pontos de vista e procedimentos muito distintos em relação aos de Freyre,
Florestan Fernandes foi um dos autores que, na busca de explicações para aspectos da
sociedade brasileira, enfatizou muito mais as mudanças sociais do que equilíbrio.
IV. O principal ponto de convergência entre Freyre e Florestan é que com a progressiva
industrialização da sociedade brasileira os negros não ocupam, necessariamente, um lugar
marginal.
11. (UNIOESTE 2009) Desde o surgimento das Ciências Sociais (antropologia, política
e sociologia) no Brasil, autores como: Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala), Sérgio
Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Florestan Fernandes (A organização social dos
Tupinambá), Darcy Ribeiro (O povo brasileiro), e vários outros, pensaram e estudaram o
Brasil e o ser brasileiro. Os principais temas abordados até os anos 1960 nestes estudos
foram:
b) IV e V.
c) I, II e IV.
e) III e V.
Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos
a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na sociedade brasileira, que
desenvolveu a democracia racial.
c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação
brasileira: os negros, os índios e os brancos.
e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no mercado de trabalho cem
anos após a abolição da escravidão.
c) A elite monárquica, pois ao monopolizar o poder político impediu que outros grupos
sociais pudessem surgir e ter acesso aos efeitos construtivos das alterações na estrutura
social.
14. (UEL 2005) “A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um
fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam na volta
à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem. Os
mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações
engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa
incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência
da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia
que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio”.
(HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,
1995. p. 33.) Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são
intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da sociologia no Brasil
como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da
sociedade.
III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de
transformação social.
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
15. (UFU 1999) “Calculo que o Brasil, no seu fazimento, gastou cerca de 12 milhões de
negros, desgastados como a principal força de trabalho de tudo o que se produziu aqui e
de tudo que aqui se edificou. Ao fim do período colonial, constituía uma das maiores
massas negras do mundo moderno. Sua abolição, a mais tardia da história, foi a causa
principal da queda do Império e da Proclamação da República. Mas as classes dominantes
reestruturaram eficazmente seu sistema de recrutamento da força de trabalho,
substituindo a mão de obra escrava por imigrantes importados da Europa, cuja população
se tornara excedente e exportável a baixo preço." RIBEIRO, Darci. O Povo Brasileiro: a
formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p.220-221.
III. o escravo contribuiu para moldar o trabalho e a sociedade no Brasil através de técnicas
próprias, pelo seu modo de ser e cultura, pela culinária, pela dimensão religiosa,
linguística e artística.
b) I e IV estão corretas.
GABARITO
• Resposta da questão 1:
[E] A obra de Euclides da Cunha é famosa pela sua análise do sertanejo, pela
originalidade que apresenta seu perfil psicológico e pela forma como ele enxerga a
sociedade brasileira. Ainda que seja uma obra de grande relevância, ela geralmente não é
considerada como obra sociológica (se comparada às obras de Gilberto Freyre e Sérgio
Buarque de Holanda, por exemplo) devido à presença marcante da ideologia racial,
determinista e evolucionista e, também, ao seu caráter eminentemente literário.
• Resposta da questão 2:
[B] O modo com o qual a política brasileira se propõe é somente um dos obstáculos para
a consolidação da democracia no Brasil. Holanda atenta para o problema da igualdade
civil, onde os direitos fundamentais da pessoa humana e social devem ser pensados em
âmbito político, proporcionando a viabilização da igualdade entre as pessoas.
• Resposta da questão 3:
• Resposta da questão 4:
[E] Os três grandes nomes da sociologia no período foram Gilberto Freyre, Sérgio
Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Tais intelectuais foram particularmente
importantes pelas contribuições que deram à compreensão da sociedade brasileira, sendo
até hoje reconhecidos na formação do pensamento brasileiro. Posteriormente, autores
como Antonio Candido e Florestan Fernandes também ganharam prestígio com temas
correlatos.
• Resposta da questão 5:
• Resposta da questão 6:
[E] Somente a alternativa [E] faz uma relação correta entre o autor, a obra e seu conteúdo.
Plínio Salgado não tem relevância como pensador a respeito da formação do Brasil.
Euclides da Cunha é quem constrói um perfil psicológico do brasileiro baseado na força
dos sertanejos. Caio Prado Júnior faz uma análise marxista baseada nas relações
econômicas no Brasil. Sergio Buarque de Holanda, procurando compreender as raízes da
nação, desenvolve a noção de cordialidade. Por fim, a análise de Gilberto Freyre é que
enfatiza a miscigenação e a viabilidade da constituição da nação brasileira.
• Resposta da questão 7:
[D] E estes debatem ainda continuam. A partir da década de 60, o campo tornou-se objeto
de grandes transformações, ao mesmo tempo em que o êxodo rural ocorreu, no entanto,
mesmo vindo tardiamente. A vocação agrícola eleva a economia do país e beneficia
inúmeras pessoas que dela dependem como produtores e consumidores.
• Resposta da questão 8:
[D] Somente a alternativa [D] está correta. O estudo da África passou a fazer sentido
quando o racismo e as ideias de raça deixaram de fazer parte da linguagem científica,
sendo considerados como mera construção ideológica.
• Resposta da questão 9:
[C] Com uma boa leitura do texto é possível ao aluno responder de maneira correta à
questão. Darcy Ribeiro defende o argumento de que, apesar de possuir tanto matrizes
raciais quanto tradições culturais distintas, o Brasil se constituiu em um povo com uma
cultura nova, sincrética e singularizada. Somente as afirmativas III e V estão de acordo
com esse argumento.
[A] A comparação entre Gilberto Freyre e Florestan Fernandes exige do aluno um bom
conhecimento a respeito da sociologia brasileira. Pode-se dizer que todas as afirmativas
estão corretas. Tanto Gilberto Freyre quanto Florestan Fernandes buscaram compreender
a inserção do negro na sociedade brasileira, ainda que por perspectivas bastante diversas.
Vale ressaltar que a análise de Freyre é bem mais otimista que a de Fernandes.
[C] A questão faz uma abordagem geral a respeito da bibliografia produzida pelos autores
apresentados na questão. Buscando compreender problemas enfrentados pela sociedade
brasileira em geral e procurando definir no que consistia essa “brasilidade”, esses autores
trabalharam com a transição do mundo rural para o urbano, com povos indígenas e
população negra, com questões relacionadas à imigração, identidade nacional e religião.
Somente as alternativas III e V não correspondem a temas abordados pelas Ciências
Sociais no Brasil até 1960. Esses são temas mais recentes, que exigiram um
desenvolvimento maior dessas para se tornarem objeto de estudo.
[E] A questão exige do estudante uma boa leitura da tabela e uma interpretação condizente
com os dados apresentados a partir das teorias de grandes nomes da sociologia brasileira.
A tabela mostra a diminuição da quantidade de pobres e de indigentes no Brasil entre os
anos 1992 e 1999. Como se pode perceber, a diminuição da quantidade de pobres e
indigentes brancos foi proporcionalmente mais acentuada que a dos afrodescendentes. Ou
seja, os afrodescendentes tiveram mais dificuldade de sair da pobreza. Esta disparidade
pode, sem grandes problemas, ser enquadrada na teoria de Florestan Fernandes sobre a
(não) integração do negro na sociedade brasileira.
[B] A pergunta feita por Florestan Fernandes é retórica, dado que a resposta é percebida
nas entrelinhas do texto: o processo de mudança social no Brasil entre 1822 e 1930 deu-
se com a queda do império e da Primeira República, mas com a manutenção de uma
estrutura social de desigualdade e com o domínio de uma classe social sobre as outras.
Sendo assim, claro é que os principais beneficiados foram aqueles que tiveram capacidade
econômica e poder político para absorver os efeitos das transformações sociais.
[C] Todas as afirmativas estão corretas, com exceção da IV. E herança escravista do
Brasil pode ser percebida até hoje nas desigualdades sociais entre brancos e negros e no
preconceito racial que é bastante presente. Não obstante essas características é inegável
que o escravo tenha sido importante culturalmente para a constituição da nação, como se
observa na língua, na religião e na culinária brasileira.