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8112/1990
1. O QUE É A LEI 8112/1990? .................................................................... 3
2. REGIME DISCIPLINAR ........................................................................ 4
➢ INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4
➢ DEVERES ................................................................................................ 4
• Art. 116.................................................................................................... 4
➢ PROIBIÇÕES ........................................................................................... 6
• Art. 117.................................................................................................... 7
➢ ACUMULAÇÃO ...................................................................................... 13
• Art. 118.................................................................................................. 13
• Art. 119.................................................................................................. 13
• Art. 120.................................................................................................. 14
➢ RESPONSABILIDADES ........................................................................... 15
• Art. 121.................................................................................................. 15
• Art. 122.................................................................................................. 15
• Art. 123.................................................................................................. 15
• Art. 124.................................................................................................. 15
• Art. 125.................................................................................................. 16
• Art. 126.................................................................................................. 16
• Art. 126-A.............................................................................................. 17
• Art. 127.................................................................................................. 18
• Art. 132.................................................................................................. 18
• Art. 136.................................................................................................. 19
• Art. 137.................................................................................................. 19
• Art. 138.................................................................................................. 21
• Art. 139.................................................................................................. 23
• Art. 140.................................................................................................. 25
• Art. 141.................................................................................................. 26
• Art. 142.................................................................................................. 27
1. O QUE É A LEI 8112/1990?
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2. REGIME DISCIPLINAR
➢ Introdução
Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o regime disciplinar dos servidores está
construído em cinco capítulos: deveres, proibições, acumulação,
responsabilidades e penalidades.
➢ Deveres
Art. 116. São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
ressalvadas
as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo
ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita
de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio
público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior
àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando
ampla defesa.
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De acordo com o estatuto federal, temos uma série de deveres para
os servidores públicos regidos pela norma. Salienta-se que a lista de
deveres apresentada não é taxativa, mas sim meramente exemplificativa, de
forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir com alguma
obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que
rege a sua categoria funcional.
A lista de deveres apresentada pelo Estatuto Federal pode ser
dividida em duas diferentes vertentes: deveres pertinentes ao
comportamento funcional e deveres relativos ao comportamento
profissional.
No primeiro caso, ou seja, nos deveres funcionais, estamos diante
de obrigações que devem ser cumpridas pelos agentes que ocupam cargos
públicos em razão da sua condição de servidores estatais. Caso tais pessoas
não fossem servidores, não haveria o menor sentido em exigir o
cumprimento desses deveres.
Os deveres comportamentais, por outro lado, são aqueles que
independem da condição de servidor público, sendo inerentes a todas as
atividades profissionais desempenhadas pelos particulares. São deveres que
possuem uma maior amplitude, uma vez que as pessoas deverão observá-
los, não apenas até o momento em que possuírem algum vínculo com o
Poder Público, como também nas atividades particulares ou após o término
do vínculo estatal.
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Vejamos quais são os deveres funcionais e comportamentais apresentados
pela Lei n. 8.112/1990:
➢ Proibições
No tocante às proibições, temos que identificar, além da lista de
possibilidades estipuladas pela Lei n. 8.112/1990, qual a penalidade cabível
quando do seu descumprimento.
Para efeito das proibições que serão elencadas daqui por diante,
três penas são possíveis de serem aplicadas: advertência, suspensão e
demissão.
Tais penalidades obedecem a uma gradação estabelecida pelo
legislador, de forma que as infrações mais leves recebem advertência; as de
nível intermediário (ou reincidências de advertência), suspensão; e as de
maior gravidade são punidas com demissão.
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Art. 117. Ao servidor é proibido:
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
autorização do chefe imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e
processo ou execução de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da
repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade
ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
associação profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança,
cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
Nos primeiros incisos do artigo 117, bem como no seu inciso XIX, a Lei n.
8.112/1990 estabelece as proibições que são consideradas menos gravosas.
Vejamos brevemente cada uma das situações elencadas:
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c) recusar fé a documentos públicos
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f) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade
ou de seu subordinado;
Dessa forma, ainda que o texto da norma vede o exercício para parentes
até o segundo grau, o entendimento majoritário, conforme se observa da
Súmula do STF, é de que a proibição deve ser observada até o terceiro
grau.
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i) recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
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I – participação nos conselhos de administração e fiscal de
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito
de interesses.
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XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;
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➢ Acumulação
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada
a acumulação remunerada de cargos públicos.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à
comprovação da compatibilidade de horários.
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento
de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade,
salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações
forem acumuláveis na atividade.
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➢ Responsabilidades
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente
pelo exercício irregular de suas atribuições.
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De acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, três são as esferas
de responsabilidade a que os servidores públicos federais estão submetidos,
sendo elas: civil, administrativa e penal.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se
no conceito de responsabilidade civil todas as ações ou omissões do
servidor público que, agindo em nome da administração, cause algum dano
ao particular ou ao próprio Poder Público.
Nesse caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a
teoria da imputação (por meio do qual todas as ações do servidor, no
desempenho de suas atividades, são atribuídas ao órgão ou à entidade no
qual ele desempenha suas atribuições), caberá ao Poder Público,
inicialmente, responder pelos danos causados.
Tendo a administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação
do agente público ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode
ajuizar uma ação regressiva contra o servidor. Julgada a ação regressiva e
sendo o servidor condenado a restituir os cofres públicos, será este
intimado para pagar o valor devido no prazo de 30 dias. Não o fazendo e
não possuindo bens que possam garantir a execução, poderá ser deferido
parcelamento, desde que o valor das parcelas não seja inferior a 10% da
remuneração, pensão ou proventos recebidos pelo agente estatal.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade, conforme previsão do artigo 123
da Lei n. 8.112/1990.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato
omissivo ou comissivo praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou
função.
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Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que
esta expressamente negue a existência do fato ou de sua autoria. No
primeiro caso, prova-se que o fato imputado ao servidor não ocorreu. No
segundo, ainda que o fato tenha ocorrido, a autoria da infração
comprovadamente não é do servidor.
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Assim, não podem eles ser responsabilizados por terem dado ciência à
autoridade superior do cometimento de improbidade ou crime contra a
Administração. Caso os servidores desconfiem que a autoridade
imediatamente superior esteja envolvida no cometimento das infrações,
darão ciência a autoridade diversa, evitando, com isso, que a informação
não seja investigada.
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A aplicação da penalidade de demissão poderá acarretar a
impossibilidade de o agente demitido retornar ao serviço público pelo
prazo de 5 anos. Em outras situações mais gravosas, não poderá o agente
público retornar ao serviço público, independente do lapso temporal. Por
fim, certas condutas ensejadoras de demissão acarretam a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário.
a) improbidade administrativa;
b) aplicação irregular de dinheiros públicos;
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
d) corrupção;
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Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do
servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
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(...) que se fundam em razões independentes de sua vontade. O motivo, assim,
precisa ser relevante, já que a ausência injustificada faz pressupor o desinteresse
do servidor na prestação do serviço público. Essa presunção só se afasta por
motivo de força maior, entendido, como tal, o obstáculo intransponível, de
origem estranha, liberatório da responsabilidade (...)
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Não se deve indagar a respeito da intenção psicológica, mas sim
analisar objetivamente as circunstâncias, a fim de apurar se houve justa
causa na ausência do servidor. Do contrário, poder-se-ia cogitar a situação
esdrúxula em que um servidor que não comparece ao trabalho sem motivo
justificável - mas que também não quer perder o cargo - jamais poderia ser
demitido. Nesse sentido, por “ausência intencional” se deve entender a
ausência injustificada, não amparada por qualquer causa que pudesse
justificar as faltas ao serviço.
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Art. 44. O servidor perderá:
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências
justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas
antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês
subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força
maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim
consideradas como efetivo exercício.
Por fim, caso ao servidor tenha sido aplicada penalidade disciplinar por
faltas menos frequentes, estas poderão ser computadas para configuração
da inassiduidade habitual, conforme entendimento do Dasp, que
interpretava dispositivo semelhante previsto no antigo Estatuto do
Funcionário (Lei nº 1.711/52):
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Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral
da República, quando se tratar de demissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo
Poder, órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente
inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de
suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar
de destituição de cargo em comissão.
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Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato
se tornou conhecido.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo
disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr
a partir do dia em que cessar a interrupção.
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Sendo a infração de conhecimento de alguma autoridade administrativa,
esta deverá, dentro do prazo prescricional legalmente previsto, instaurar
sindicância ou processo administrativo disciplinar (a depender da gravidade
da infração) com a finalidade de apurar todos os fatos ocorridos.
Uma vez instaurada a sindicância ou o PAD, o prazo prescricional é
interrompido. Isso implica em dizer que, após o término de algum dos
procedimentos, o prazo prescricional volta a ser contado desde o seu início.
Essa, aliás, é a principal diferença entre a suspensão e a interrupção da
contagem dos prazos da norma, ou seja, o fato do prazo, após o término da
sindicância ou PAD, ser contado novamente do início ou pelo número de
dias restantes.
Relaciona-se abaixo, com o objetivo de facilitar a memorização, a
prescrição de cada uma das penalidades da Lei n. 8.112/1990:
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