Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MATHEUS HENRIQUE DIAS


RAQUEL SUSSAI VITAL

TRABALHO 01 – PROJETO DE REDUÇÃO

CURITIBA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

MATHEUS HENRIQUE DIAS


RAQUEL SUSSAI VITAL

TRABALHO 01 – PROJETO DE REDUÇÃO

Relatório acadêmico direcionado a


disciplina TMEC 038 – Elementos de
Máquinas, ministrada pelo Dr. Jorge
Luís Erthal.

CURITIBA
2018
4

1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

As quatro engrenagens mostradas na Figura possuem módulo normal 4 mm


e ângulo de pressão normal de 20º. O eixo motor gira a 550 rpm e transmite 20 kW
de potência. As forças axiais deverão ser suportadas pelo mancal B.

Figura 1 – Dimensões do problema proposto.

2. CÁLCULO DE FORÇAS

A partir do que foi realizado na parte inicial do trabalho, algumas correções


foram feitas a fim de obter os valores reais de força. Os cálculos estão presentes
anexados a este trabalho.

3. CÁLCULO DE TENSÕES

3.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Tendo em vista a grande solicitação de esforços demandados pelas


engrenagens do redutor deste trabalho, optou-se pela utilização de um material com
5

índices de dureza Brinell elevados e com um módulo de elasticidade (E) que não
fosse muito elevado.
Deste modo, de acordo com o recomendado, optou-se pela utilização de um
aço nitretado grau 2, com 2,5% de cromo, em ambas as engrenagens, com o intuito
de facilitar o processo de cálculo.
Este aço, além de atender aos requisitos de projeto, possui propriedades de
resistência bastante satisfatórias, as quais são apresentadas na Tabela (1).

Tabela 1 – Dados do material.

Módulo de Coeficiente de
Material Dureza Brinell
Elasticidade Poisson
Aço nitretado - Grau 2 190 GPa 275 HB 0,31

Para um cálculo inicial das tensões envolvidas no sistema de redução, foi


decidido utilizar uma largura fixa de 45 mm. Também foi definido um tempo de vida
de 10 000h.

3.2. RESULTADOS INICIAIS

Com base nos dados fornecidos pelo problema aliado às considerações


assumidas, utilizou-se o método AGMA para análise das tensões de flexão e
desgaste nas engrenagens. Os resultados obtidos estão descritos da Tabela (2) até
a Tabela (9).
Os resultados a seguir são para o estágio 1.

 Engrenagens cilíndricas de dentes retos

Tabela 2 – Tensões de flexão para dentes retos do 1º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de flexão no pinhão (σflexão)P 262,471 MPa
Tensão de flexão na coroa (σflexão)G 207,966 MPa
Tensão adm. de flexão no pinhão (σflexão)P,adm 488,326 MPa
Tensão adm. de flexão na coroa (σflexão)G,adm 526,285 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 1,860
Fator de segurança da coroa (SF)G 2,531
6

Tabela 3 – Tensões de contato para dentes retos do 1º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de contato no pinhão (σcontato)P 1156,409 MPa
Tensão de contato na coroa (σcontato)G 1160,114 MPa
Tensão adm. de contato no pinhão (σcontato)P,adm 1170,122 MPa
Tensão adm. de contato na coroa (σcontato)G,adm 1231,731 MPa
Fator de segurança do pinhão (SC)P 1,012
Fator de segurança da coroa (SC)G 1,062

 Engrenagens helicoidais

Tabela 4 – Tensões de flexão para dentes helicoidais do 1º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de flexão no pinhão (σflexão)P 233,559 MPa
Tensão de flexão na coroa (σflexão)G 185,058 MPa
Tensão adm. de flexão no pinhão (σflexão)P,adm 488,326 MPa
Tensão adm. de flexão na coroa (σflexão)G,adm 445,195 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 2,091
Fator de segurança da coroa (SF)G 2,406

Tabela 5 – Tensões de contato para dente helicoidais do 1º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de contato no pinhão (σcontato)P 802,730 MPa
Tensão de contato na coroa (σcontato)G 805,302 MPa
Tensão adm. de contato no pinhão (σcontato)P,adm 1170,122 MPa
Tensão adm. de contato na coroa (σcontato)G,adm 990,280 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 1,458
Fator de segurança da coroa (SF)G 1,230

Os resultados a seguir são para o estágio 2.


7

 Engrenagens cilíndricas de dentes retos

Tabela 6 – Tensões de flexão para dentes retos do 2º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de flexão no pinhão (σflexão)P 197,014 MPa
Tensão de flexão na coroa (σflexão)G 156,102 MPa
Tensão adm. de flexão no pinhão (σflexão)P,adm 526,285 MPa
Tensão adm. de flexão na coroa (σflexão)G,adm 556,949 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 2,671
Fator de segurança da coroa (SF)G 3,568

Tabela 7 – Tensões de contato para dentes retos do 2º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de contato no pinhão (σcontato)P 927,569 MPa
Tensão de contato na coroa (σcontato)G 657,992 MPa
Tensão adm. de contato no pinhão (σcontato)P,adm 1231,731 MPa
Tensão adm. de contato na coroa (σcontato)G,adm 1280,482 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 1,328
Fator de segurança da coroa (SF)G 1,946

 Engrenagens helicoidais

Tabela 8 – Tensões de flexão para dentes helicoidais do 2º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de flexão no pinhão (σflexão)P 201,788 MPa
Tensão de flexão na coroa (σflexão)G 159,885 MPa
Tensão adm. de flexão no pinhão (σflexão)P,adm 526,285 MPa
Tensão adm. de flexão na coroa (σflexão)G,adm 556,949 MPa
Fator de segurança do pinhão (SF)P 2,608
Fator de segurança da coroa (SF)G 3,483
8

Tabela 9 – Tensões de contato para dentes helicoidais do 2º estágio.

Cálculo de tensões
Descrição Variável Valor Unidade
Tensão de contato no pinhão (σcontato)P 714,248 MPa
Tensão de contato na coroa (σcontato)G 506,668 MPa
Tensão adm. de contato no pinhão (σcontato)P,adm 1231,731 MPa
Tensão adm. de contato na coroa (σcontato)G,adm 1280,482 MPa
Fator de segurança do pinhão (SC)P 1,725
Fator de segurança da coroa (SC)G 2,527

Com os dados obtidos, foi possível montar modelos CAD do sistema de


redução. O software utilizado foi o SolidWorks e as dimensões foram feitas com
base nas dimensões fornecidas. Para facilitar a observação dos pares de
engrenagens, rolamentos e prolongações do eixo intermediário foram
desconsiderados.

Figura 2 – Modelo CAD do sistema de redução com engrenagens de dentes retos.


9

Figura 3 – Modelo CAD do sistema de redução com engrenagens de dentes helicoidais.

3.3. ESTUDO DE CASOS

Após realização dos cálculos de tensão, foi realizada uma análise do


comportamento dos coeficientes de segurança em função das variáveis de projeto,
sendo estas: largura da engrenagem, dureza do pinhão e dureza da coroa. Para a
realização de uma análise qualitativa, as equações que dependem da dureza se
mantiveram constantes e, assim, simplificando o estudo.
Para essa análise, foram considerados 4 casos distintos: largura fixa e com
ambas as durezas do pinhão e da coroa variando (Caso 1), largura fixa e com
apenas alteração da dureza da coroa (Caso 2), largura fixa e com apenas alteração
da dureza do pinhão (Caso 3) e, por fim, ambas as durezas mantidas constantes e
com variação da largura da engrenagem (Caso 4). Como o mesmo comportamento
ocorre para engrenagens helicoidais, apenas foi realizado o estudo para
engrenagens cilíndricas de dentes retos.
10

Caso 1 Caso 2
3,300 3,300
Coeficiente de Segurança

Coeficiente de Segurança
2,800 2,800
2,300 2,300
1,800 1,800
1,300 1,300
0,800 0,800
200 220 240 260 280 300 200 220 240 260 280 300
Dureza [HB] Dureza [HB]

S flexão: pinhão S flexão: Coroa S flexão: pinhão S flexão: Coroa

S contato: Pinhão S contato: Coroa S contato: Pinhão S contato: Coroa

Caso 3 Caso 4
2,800 3,800
Coeficiente de Segurança

Coeficiente de Segurança 3,300


2,300
2,800

1,800 2,300

1,800
1,300
1,300

0,800 0,800
200 220 240 260 280 300 36 40 44 48 52 56 60 64
Dureza [HB] Largura [mm]

S flexão: pinhão S flexão: Coroa S flexão: pinhão S flexão: Coroa


S contato: Pinhão S contato: Coroa S contato: Pinhão S contato: Coroa

Figura 4 – Gráficos dos casos estudados.

Com a análise dos gráficos, foi possível perceber que a largura afeta mais a
tensão de flexão do que a tensão de contato nas engrenagens. Além disso, a
alteração de dureza afeta ambos os tipos de tensões da engrenagem, como também
a uma mesma taxa de variação. Um comportamento peculiar que se apresentou é o
fato de que a mudança da dureza afeta apenas as tensões do componente alterado,
não influenciando no componente que permaneceu com a mesma dureza.
11

3.4. ANÁLISE DE OTIMIZAÇÃO

Para realizar os cálculos de tensão, foi preciso partir de uma consideração


inicial para definição das variáveis de projeto. Contudo, a solução pode não ser a
melhor que existe dentro do conjunto de todas as soluções viáveis existentes.
Sendo assim, buscou-se a otimização do problema por meio de uma função
objetivo que leva em consideração dois aspectos das engrenagens: massa do
conjunto e coeficiente de segurança das engrenagens. O problema proposto,
descrito na sua forma padrão, apresenta-se da seguinte maneira:

  b 2 2 
1

 obj ~ 
f ( x ) 
 4
d P d G 


  S S S S 
 P , flexão G , flexão P ,contato G ,contato 


x~  , sendo x~  b, HBP , HBG 
n T


 b  15m  0
 b  9m  0

 HBP  275  0
P: HBP  200  0 .

 HBG  275  0
 HBG  200  0

 S P , flexão  1.2  0
 SG , flexão  1.2  0

 S P ,contato  1.1  0

 SG ,contato  1.1  0

A solução do problema de otimização foi feita por meio da ferramenta Solver


do Excel, buscando minimizar a função objetivo. Com isso, os resultados obtidos
estão descritos na Tabela (10).

Tabela 10 – Resultados da otimização.

Tipo de b HBP HBG


(SF)P (SC)P (SF)G (SC)G
engrenagem [mm] [HB] [HB]
Dentes retos 54,68 275 275 2,19874 1,10000 2,99072 1,15422
Estágio 1
Helicoidais 41,04 275 275 1,92927 1,46154 2,62418 1,53358
Dentes retos 36,00 275 275 2,19508 1,20374 2,93179 1,76407
Estágio 2
Helicoidais 41,04 275 275 2,60811 1,72451 3,48344 2,52726

Você também pode gostar