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Para todos os meus leitores do Wattpad que

me incentivaram nessa jornada...


Prólogo
Larissia Vizzano
- Eu estou completamente louco por você Larissia. (Ele sussurra ao meu
ouvido por cima da música alta e seu hálito quente em minha nuca me faz
estremecer, olho fundo em seus olhos e os vejo sombrios. Suas mãos
acariciam minhas coxas e sinto minha intimidade umedecer por completo,
essa não é a primeira vez que isso acontece, e agora o que eu faço.)
- Aqui tem muita gente... (Digo tentando vencer a minha carne latente por
sua mão adentrando a minha saia. Se controle Larissia ou isso pode virar um
grande problema.)
- Isso só torna ainda melhor, você não acha? (Seus dedos encontram a
minha calcinha e sinto minhas pernas abrindo involuntariamente. Você vai se
meter em confusão [minha majestade interior me alerta] mas eu não consigo
parar, olho profundamente em seus olhos e vejo seu pedido velado, eu quero
satisfazer esse olhar, seus dedos encontram a entrada lateral da minha
calcinha e ele a invade sem cerimônia olhando em meus olhos. [Tem certeza
Larissia, é isso que você quer?] ela tenta mais uma vez me tornar consciente,
mas já é tarde demais, seus dedos estão brincando com a minha entrada e já
quero mais].
- O que você acha de sairmos daqui? ([LARISSIA VOCÊ
ENLOQUECEU?] Se ele descobrir...] ele não vai! Repito para mim mesma e
vejo minha majestade se recolher, ela não quer ver isso acontecer. Agora é só
você Larissia se concentra.)
- Achei que não iria pedir... (Sem dizer mais nada ele retira seus dedos e
os lambe me fazendo arrepiar, Droga! Estou parecendo uma criança, respira
Lari! Mentalizo, enquanto ele simplesmente pega na minha mão e me leva
para fora do barzinho, sem nenhuma palavra ele caminha em direção ao seu
carro e entramos. Minhas pernas estão nervosas, eu deveria estar fazendo
isso? E se ele descobrir.)
- Tudo bem em ir para minha casa? (Ele me observa e vejo que seus olhos
estão com dúvidas, eu devo estar parecendo uma idiota, se controle Larissia
você decidiu então já era, se não ele vai acabar descobrindo...) Pode ser a sua
sem problema...
- Não! (O interrompo imediatamente e logo me arrependo, pois seus olhos
se abrem em desconfiança, ele vai descobrir, respira Lari!) Quero dizer, não
moro sozinha, poderia ser inconveniente.
- Oh sim, então vamos para minha. (Ele liga o carro e põe uma música,
seus dedos estão tensos e vejo que ele tenta respirar pausadamente. Está na
hora de usar sua inteligência senhorita Larissia.)
- Por acaso você está nervoso? (Digo em tom de deboche e vejo ele me
olhar imediatamente.) Não precisa eu juro que serei boazinha... (Ele me olha
sério e vejo sua personalidade forte novamente.)
- Não estou nervoso. (Ele me olha profundamente, quando o sinal fecha.)
Só estou me segurando para não fuder você exatamente agora e aqui. (Ele diz
pausadamente com sua voz rouca... você está ferrada Larissia, mentalizo!] Ou
você acha que isso é nervosismo? (Sua mão imediatamente pega a minha
com força e ao mesmo tempo cuidadoso e ele põe em cima do seu membro
sem nenhum pudor, sinto minhas bochechas queimarem, isso é realmente de
verdade.) Nervosa?
Ele me questiona, mas antes que eu responda o sinal abre e só então
percebo que ainda estou segurando seu membro, retiro imediatamente e vejo
um sorriso aparecer em seus lábios. O que eu vou fazer? [Só respira amiga,
esse boy é muito bem dotado] minha majestade aparece com uma taça de
vinho rindo da minha cara, agora ela volta não é mesmo. [Se quiser fico em
seu lugar] Balanço minha cabeça na intenção de fazê-la sumir. O carro para
em frente a um apartamento de luxo, sua entrada é liberada e o medo começa
a me consumir, fica quietinha Larissia, não tem como ele descobrir. Sem
dizer uma única palavra, nós descemos e seguimos para o elevador. Assim
que a porta se fecha, ele me puxa, e fico à sua frente, nossos corpos estão
colados e consigo sentir seu membro duro em mim.
- A sua sorte é que aqui tem câmeras. (Sua voz quente em meu ouvido, me
faz suspirar e fecho meus olhos, quando uma de suas mãos aperta minha
cintura, me fazendo ficar ainda mais próxima.) Se prepare Larissia, não há
deixarei dormir... (As portas se abrem e chegamos ao seu andar, não me
atento ao número, mas me surpreendo, quando vejo que seu apartamento é o
único do andar.) Agora você é só minha Larissia!
Ele abre a porta e não tenho tempo de pensar em mais nada, sou
consumida por suas mãos grandes que me colam ao seu corpo e nossas bocas
imediatamente travam uma batalha. Seus lábios são macios e doce, [que
homem é esse?] Minha majestade observa cada detalhe, com entusiasmo. Me
vejo completamente embriagada pelo tesão e não percebo que minha blusa
foi arrancada, [falei, você não me ouviu, agora não é mais hora para pensar
Lari, apenas sinta.] sigo minha majestade e retiro a camisa do homem a
minha frente. Minha intimidade pulsa e sinto uma vontade inexplicável de
preenche-la, o que é isso? Sou levantada e colocada na cintura, sinto algo em
minha coxa e me questiono a origem, até que seus beijos passam a
explorarem meu colo e de repente me vejo sendo jogada em uma cama.
Minha respiração está descompassada, a luz escura me impede de ver seu
corpo, mas me sinto totalmente confortável assim, ele demora um pouco e
depois de alguns segundo o sinto beijar meu tornozelo, eu vou enlouquecer.
Meu corpo vibra cada vez que sua língua entra em contato com minha pele,
ele alterna entre ambas as pernas e vai subindo sua boca, até delicadamente
chupar o interior da minha coxa, sinto ele sugando com vontade a minha pele
e isso faz minha intimidade implorar por contato, sigo meus instintos e
entrelaço meus dedos em seu cabelo os puxando devagar, ele entende o
pedido e abocanha minha intimidade com vontade, sinto meu corpo sendo
aos poucos relaxado, sua língua brinca com meu clitóris e me vejo perdida
em desejo, sinto algo entrando em mim e por alguns segundos fico tensa...
Para isso dar certo Larissia, você tem que se concentrar.)
- Eu preciso de você, agora! (Digo séria, antes que eu perca totalmente a
coragem.)
- Caralho mulher, não se fala essas coisas, para um homem com tanto
tesão acumulado. (Escuto um barulho de plástico, Droga, fiz algo errado...)
- AHHHHHHHHHHH! (DROGA! QUE DOR, AIIIIIIIIIIIIIIII)
- Te machuquei? (Escuto sua voz assustada e respiro fundo tentando me
acostumar com seu membro em mim, como assim já entrou, o que eu faço.)
- Não, apenas me surpreendi. (Ele rir e me beija, seus beijos fazem com
que meu corpo vá se adaptando ao seu membro grande, mas algo em mim dói
muito, sinto como se alguém estivesse me rasgando ao meio como um pedaço
fino, a cada vez que ele se movimenta, minha intimidade dói,
involuntariamente solto algumas lágrimas. [Foi você que decidiu isso, então
não o assuste, se ele perceber que está chorando vai se culpar e se descobrir
será constrangedor] Minha majestade me repreende, foi eu quem decidi
esconder, então aguenta firme Lari, você consegue, não pense, apenas sinta.
Ele se movimenta devagar enquanto explora meu pescoço, respiro fundo,
para dispersar as lágrimas e ele não perceber, até que sua boca alcança meus
seios e sinto um tesão começar a se acumular em meu ventre. Seus
movimentos parecem se acelerar e a dor passa dar lugar a uma vontade louca
de mais, involuntariamente arranho suas costas, na tentativa de liberar essa
sensação. O que está acontecendo? Sua boca encontra a minha novamente e
nossos beijos se intensificam. Uma de suas mãos vão parar no topo da minha
intimidade e a outra segura a minha enquanto nossos dedos se entrelaçam.
Seu dedo começa a se mexer na minha intimidade e percebo que ele está
estimulando meu clitóris enquanto se movimenta deliciosamente em mim.
Sua respiração está acelerada assim como a sua, meus seios balançam na
medida que nosso corpo se choca, sinto minha intimidade arder e queimar,
mas respiro fundo, quando um desejo desumano me atinge, eu quero mais,
ainda mais.
- Você é tão apertada Larissia. Que delícia! (Escuto sua voz após sua boca
morder minha orelha. Eu não sei o que falar então fico quieta apenas sentindo
minha boca sibilar suspiro ou seria gemido? Estou sentindo que algo se
aproxima, quero mais, preciso de mais.) Está vindo, não é? (Ele diz
sussurrando, enquanto suas mãos habilidosas me estimulam e seu membro se
enterra em mim.) Olhe para mim Larissia! (Apesar do escuro sei exatamente
onde ele estar, parece que nossos olhos estão conectados, mesmo com a falta
de luz.) Você é minha Ok? (Ele estoca mais forte e começo a sentir meu
corpo tremendo, ele aumenta enquanto diz sério e totalmente sensual.) O seu
corpo é um vício e agora estou viciado... Ohh... (Sinto barulhos inexplicáveis
saindo da minha boca, não sei se é choro, se é grito, apenas o reproduzo e sou
acompanhada.) Porra de mulher gostosa! (E isso é tudo que preciso para
conseguir minha libertação, sinto meu corpo convulsionar e com duas
estocadas, vejo que não só eu consegui alcançar meu desejo, nossos corpos
estão completamente suados e ofegantes. Eu não sei o que dizer, estou
sentindo um mix de sensações, pavor, alegria, realização... Eu consegui, ele
não descobriu. [Você mentiu bem!] minha majestade me parabeniza do alto
do seu castelo. Ficamos em silêncio apenas com o som das nossas
respirações.
- Lari! (Ele diz docemente)
- Sim! (Digo ainda embriagada pelas sensações.)
- Você está bem mesmo? (Fico em alerta)
- Sim, por que?
- Você sempre foi tão apertada assim? (Sua voz é séria e baixa. O que eu
falo? O que eu falo?)
- Não, acho que... (O QUE EU VOU FALAR) digamos que nunca conheci
alguém tão bem dotado como você. (Digo a verdade, pois ele é bem grosso e
grande.)
- Você sempre me surpreendendo com suas respostas. Mas saiba que não
sou tão fácil de enganar.
- Não estou enganando... (Sai dessa logo Larissia) Mas, quer saber...
- Sim!
- Eu não aguentava mais de tanto tesão... (Viro para seu lado e deito em
seu peito.) Você é muito sexy senhor professor.
- Acho que você estar querendo repetir a dose, querida aprendiz... (Não sei
se aguentarei outra rodada, mas só tentando para descobrir...)
Sinto algo vibrar e me desperto, onde estou? Abro os olhos e sinto um
peso em meu braço. Olho para ele e vejo o homem ao meu lado, cara eu não
acredito! ACONTECEU MESMO! Seu corpo está semi descoberto e posso
ver sua tatuagem tribal no ombro direito, ela finaliza em seu braço. Seu peito
definido me faz pensar em como teria sido vê-lo assim durante o sexo...
Larissia uma noite e você já está assim? Sorrio comigo mesma, sinto
novamente algo vibrando e percebo vim do criado mudo, apalpo e vejo que é
um celular. Olho e vejo o nome Marcelo, deixo tocar e vejo o horário, ainda
são nove horas, se eu chegar em casa agora meu pai pode desconfiar, melhor
esperar um pouco, ponho o celular no criado mudo, mas sinto um objeto
gelado, o que é.... Meu coração acelera, devagar levanto minha cabeça e
consigo ver o que está em cima. Não pode ser! Meus olhos se abrem, em
alerta, há uma Glock G-17, foco meus olhos para arma e imediatamente
levanto da cama quando vejo um distintivo, não pode ser. NÃO PODE SER!
Isso não estar acontecendo. Cambaleio para trás e sinto minha pressão baixar,
o que você fez Larissia.
- Larissia? (Sua voz melódica faz meu corpo tremer, respira Larissia, você
precisa sair.)
- Oi... (Não vacila Larissia ele é um federal... NÃO PODE SER!) Meu...
(Respira). Meu pai acabou de ligar, precisarei ir urgentemente da sua casa.
Me desculpe. (Pego imediatamente minha roupa e bolsa no chão. Visto
rápido e vejo que falta a blusa.) Aconteceu alguma coisa? Você está pálida!
- Sim, minha mãe não está muito bem. (Minto)
-Eu te levo até lá. (Ele se levanta ficando apenas de cueca box branca, por
que tão gostoso? LARISSIA!)
- Melhor não, eles poderiam ficar desconfiado, eu vou.
- Sua blusa deve estar lá em baixo. Eu pego para você enquanto calça os
sapatos. (Ele sai rapidamente, eu preciso sair daqui, meus olhos
imediatamente são atraídos para cama e vejo uma pequena mancha de
sangue. Droga! Como não vi isso? [Será que por vocês terem adormecido
após a segunda transa.] Eu preciso sair daqui agora, não há nada que eu possa
fazer mais, ele vai descobrir que era virgem de qualquer jeito. Em segundos
ele volta com a blusa.)
- Desculpa, mas preciso ir imediatamente. (Visto a blusa de qualquer
maneira e saio correndo, ele me acompanha até a sala e eu apenas saio o
ouvindo dizer para ligar. Digito o térreo e vejo que estamos na cobertura. Eu
não acredito no que acabei de fazer. É ELE! POR QUE ELE? Como assim eu
transei com o delegado... Saio em disparada do prédio e por presente do
destino um táxi surge... ISSO NUNCA PODERIA TER ACONTECIDO!
Capítulo I
“Qualquer um pode julgar um crime tão bem quanto eu, mas o que eu quero
é corrigir os motivos que levaram esse crime a ser cometido.” – Confúcio
Alex Aguiar
- Cerca tudo agora! (Digo alto para que todos escutem.)
- Eles têm criança senhor.
- Não entra, (Grito) ninguém entra. (Preciso fazer uma abordagem
Cautelosa, para que as crianças não sejam prejudicadas. São onze da noite e a
casa está cercada, uma denúncia de contra bando nos trouxeram até a casa do
chefe da quadrilha.) Armas apontadas?
- Sim senhor!
- Eu vou entrar no três, me acompanhem e não atirem até uma ordem.
Entendido? (Digo grosso)
- Sim senhor! (Eles falam em uníssono, arrombo a porta e entramos, há
cerca de seis homens na sala, eles se assustam e dou a voz.)
- Polícia Federal, vocês estão cercados, deitem no chão agora. (Ordeno
alto, mas eles ficam parados) EU DISSE AGORA CARALHO! (Me exalto e
eles deitam, pois não têm saída) Cadê as crianças. (Aponto a metralhadora
para um dos homens deitado.) ONDE ESTÁ AS CRIANÇAS?
- No quar...to (Ele vacila)
- Procurem no quarto... Qualquer vacilo, abram fogo. (Conheço esses
esquemas de quarto.) Se elas não estiverem no quarto você está morto.
(Engato a arma.)
- Não, não... Em cima... (Ele praticamente grita desesperado.) Estão no
andar de cima. (Olho para dois dos policiais e mando subir.)
- Isso garotão você é esperto. (Digo debochado! Aponto para três policiais
me seguirem, e mando os outros ficarem de olho, adentramos ao corredor da
casa e vejo três portas, abro a primeira e não há ninguém.) LIMPO! (Parto
para a segunda porta e há duas mulheres ajoelhadas, elas estão tremendos e
tentam ligar para alguém.) AQUI! (Um dos policiais aponta a arma para elas
e manda elas deitarem, ainda não acabou. Faço sinal e chamo mais dois para
me acompanharem. Chego na última porta. É agora que os jogos começam,
faço sinal para apontarem as armas. Empurro a porta e voalá dois homens
armados começam a atirar.) VOCÊS ESTÃO CERCADOS SEJAM
ESPERTO. (Digo aparecendo na linha de frente com a arma apontada para o
meio dos dois.) Mais um tiro e abro fogo na casa inteira. (Miro e atiro no
abajur e eles se assustam.) Eu vou dar uma chance para largar as armas, se
não, podem atirar em mim, vocês escolhem. (Os policiais aparecem armados
atrás de mim apontando as armas.) UM, DOIS, TRÊS... (Vendo que não há
saída eles deixam as armas caírem e deitam no chão.) Prendam eles! (Saio e
deixo com os outros policiais. Marcelo vem em minha direção.)
- As crianças já estão fora da casa.
- Ótimo, faça uma busca e apreensão de tudo que encontrar. Os levarei
para a delegacia.
- Foi tranquilo?
- Nada de surpreendente. (Digo em tristeza, esses casos me dão um tédio,
os chefes pegam de 2 a 5 anos de prisão, quando não pagam a fiança e saem
no mesmo dia. Mas se depender de mim isso não vai acontecer. Olho o local
devagar e vejo ser uma casa de luxo. Volto par a sala.) Mc. J, achou mesmo
que ficaria tranquilamente na minha cidade. (Sorrio e pego o homem que é
conhecido por ser o chefão da quadrilha. Esse eu conheço muito bem.) Há
quanto tempo Joalisson, nos vemos novamente. (Já é a terceira vez que o
prendo. Dessa vez ele foi além, antes era um membro do tráfico no Rio de
Janeiro, quando eu estava em treinamento.) Na minha cidade?
- Você de novo El diabo?
- Fico feliz por não esquecer de mim. (Gargalho, enquanto o levo para a
viatura.) a que bons ventos lhe trazem a Belo Horizonte?)
- O que você faz aqui?
- Você parece assustado, relaxe amigo, sabe que eu não vou fazer nada
com você. (Sorrio debochado, você será um bom consolo dessa missão
tediosa.)
- Eu não sabia que estava aqui... (Ele tenta se explicar.)
- Esse foi seu único defeito! (Digo sério e fecho o camburão.)
- Você o conhece? (Marcelo me questiona.)
- Sim, traficante do Rio de Janeiro, vivia me dando trabalho, se ele está
aqui com certeza tem droga, procurem em tudo, não é só contrabando. Como
não sabiam quem era ele?
- O caso era dos PM. Só deram a informação que o caso era nosso.
- Ligue para o Guilherme e procure saber quem foi o responsável, irei
interroga-los, quero nomes na minha mesa antes de amanhecer.
- Vai fazer plantão?
- Tenho alguns planos para executar. (Olho para o carro com
divertimento.)
- Pega leve a promotoria já está marcando em cima de você.
- Eles deveriam investigar melhor seus casos, assim o Joalisson não estaria
aqui, dois casos de estupro e diversas entradas de tráfico e mesmo assim
consegue sair da prisão, por que será? (Pisco para ele e sigo para a
delegacia... que comecem os jogos.)
Saio da delegacia as dez da manhã, minha cabeça lateja, meus planos era
apenas dar um troco no Joalisson, mas as coisas tomaram outra proporção,
após dar uma boa lição nele recebi o nome do responsável e
coincidentemente ele está na minha lista de PMs corruptos, saco, ainda
precisei interrogar o PM, estou completamente cansado e também irritado
com a milícia nessa cidade, quando assumi o cargo a 5 anos atrás não
imaginava que teria tantos problemas com policiais corruptos e o pior, há
uma máfia entre policias, políticos e traficantes, mas ninguém tem
informações nenhuma, há uma proteção governamental e policial para
proteger essa máfia. Mexer nele, seria como cutucar um enxame de abelhas,
mas advinha, eu não tenho medo da morte. Então tenho tentado reunir uma
equipe completamente compromissada nesses 5 anos, foi difícil, mas hoje
posso dizer que confio totalmente nos meus policiais, não foi fácil, mas
consegui uma tropa com 80 homens confiáveis. Dirijo para minha casa e
penso como eu tenho vivido essa loucura, corrupção, luta a todo dia para
prender esses filhos da puta que fazem coisas desumanas e ainda se acham no
direito de conseguir uma pena como a fiança. Hipócritas! Ligo o rádio
deixando minha tensão descarregar, estou precisando relaxar, quem diria que
aos 34 anos estaria tão cansado, minha cabeça parece ter mil problemas para
serem resolvidos. Estaciono meu carro e sigo para meu apartamento, minha
casa moderna e ao mesmo tempo sombria me fazem respirar profundamente.
Eu preciso encontrar uma forma de desfazer essa máfia, retiro minha
roupa e vou ao banheiro, meus pensamentos estão a mil e não consigo
organizá-los. Nos últimos dois anos fiz parte de duas prisões épicas, uma
liderada pelo promotor de Joinville, Robert e a outra pelo procurador do Rio
Grande do Sul, Bruno. Ambos são meus amigos desde a época da
universidade, quando fazíamos direito na Unicamp fundamos a “Liga da
Justiça” e após passarmos cada um em seus respectivos cargos desejados
continuamos ligados para solucionar as injustiças legislativa do país.
Diferente dos demais eu sou o único que optou por ser delegado, digamos
que a minha vida inteira almejei por esse cargo e lutei fielmente para chegar
até aqui, não me arrependo, já passei por todas as fases da hierarquia policial
e hoje estou aqui, a minha vida nunca foi fácil.
Perdi meus pais quando tinha doze anos de idade e após isso fui parar no
orfanato, pois meus pais não eram brasileiros e não mantinham contado com
a família, só sei que eles vieram de Amsterdã, nunca me contaram o motivo,
apenas vivíamos bem até aquele acidente não tendo ninguém que pudesse
assumir a minha guarda, então só sai após meus 18 anos. Isso mesmo que
você está pensando, nunca me adotaram, não posso culpar os pais por não
querem uma criança considerada grande. Então precisei lutar dia a dia para
me tornar o melhor aluno na escola e conseguir passar em uma universidade
pública, e consegui. Fiquei em segundo lugar no vestibular e hoje estou aqui.
É não foi fácil Alex, sorrio ao lembrar da minha trajetória, eu poderia me
vitimizar dizendo que não me adotaram por eu ser moreno, mesmo que de
pele clara, mas seria injusto desprezar aquilo que as mulheres amam, isso
mesmo faço sucesso com as mulheres por ser exatamente assim, claro meus
olhos verdes, são os agentes principais da minha conquista. Sou totalmente
satisfeito com o homem que me tornei, e nunca me deixei abalar pela falta do
âmbito familiar, meus pais gostariam que eu fosse exatamente assim, o
homem que busca pela justiça, seja de forma correta ou não e sempre tive
alguém ao meu lado para me incentivar e amar, Tia Carlota, ela não era
apenas a cozinheira do orfanato e sim uma mãe, foi quem realmente não
deixou de me dar carinho em momento nenhum. Saio do banho e visto
apenas uma cueca. Minha cabeça dói muito e preciso de um analgésico, deito
no sofá e ligo a televisão preciso de uns minutos de paz, aproveito o
momento e ligo para um restaurante pedindo uma quentinha.
Um filme romântico passa na tevê e eu apenas dou risada, esses romances
são engraçados, idealizam um homem perfeito que fazem amor ao invés de
sexo... Acho que o problema para existirem homens tão mau carácter no
mundo é justamente isso, a idealização do homem perfeito, há caras que
fingem ser esses homens para enganar as mulheres. Por isso eu sou direto
com cada mulher que fodo, explico minha intenção e caso ela esteja afim, aí
sim trato ela como uma princesa, porém ela já tem a consciência que não
passará daquilo. Você deve se perguntar se um homem de 34 anos nunca
namorou e a resposta é sim, tive uma namorada nos meus 22 anos, logo assim
que me formei, passamos 3 anos juntos, mas a minha profissão atrapalhou o
relacionamento e quase meus planos e foi então que compreendi que ser
delegado e amante de alguém seria duas coisas impossível, não é qualquer
mulher que está disposta a viver a todo momento com seu parceiro em
perigo, ou quer passar a maioria das noites sozinhas e infelizmente se uma
ocorrência precisar de mim, preciso estar na delegacia a qualquer momento.
Então a ideia de relacionamentos está a 9 anos fora dos meus planos e assim
continuarei.
A comida chega e eu almoço tranquilamente, até meu celular tocar. Vejo o
número de Marcelo, um dos policiais e melhor amigo aparece na tela e
atendo.
- Alex, você vem a delegacia hoje?
- Sim, ainda preciso fechar os documentos do plantão, o que houve?
- Recebemos uma encomenda para você.
- Que tipo de encomenda?
- Não sabemos, não há remetente. Você acha que pode ser uma resposta
por mexer na lista de policiais.
- O Guilherme já protocolou a denúncia contra o PM e mandou seu
depoimento?
- Sim, assim que você saiu.
- Ótimo, eles podem estar se movimentando, já estou a caminho.
Jogo os pratos de qualquer maneira na pia, o que vocês estão planejando...
A excitação me atinge, visto uma calça social preta, uma blusa branca e um
blazer preto. Ponho o distintivo e as armas, relógio e sapatos. Ótimo, estou
pronto! Saio do apartamento e sigo diretamente para delegacia. Cumprimento
os policiais e vou para a minha sala. Marcelo, vem em seguida.
- O que houve? Minha cabeça está latejando. (Digo tirando o blazer e
levantando minha camisa social até o cotovelo.)
- Recebemos há cerca de 25 minutos, um rapaz da agência de entrega nos
trouxe. (Ele me entrega a encomenda.)
- Não há remetente?
- Não, interrogamos o entregador assim que a encomenda chegou, mas ele
disse que não tem como saber quem enviou, pois a pessoa apenas colocou o
selo e pagou.
- Guilherme, o que você acha disso? (Olho para meu escrivão e amigo)
- Ontem quando solicitei os nomes, a promotoria não queria me falar, eu
precisei usar algumas ameaças em seu nome.
- Filhos da puta corrupto. (Digo com raiva e acabo esmurrando a mesa.)
- Calma irmão, iremos pegar eles. Mas, é muita coincidência, não acha?
assim que eu protocolei a documentação de denuncia a promotoria ligou, para
saber se estava correta a informação. Confirmei e depois de 4 horas a
encomenda chegou
- Mano, sinceramente isso é muito estranho, por isso não deixei ninguém
abrir. Esperei até você chegar, já pedi para avaliarem se poderia ser uma
bomba, mas a equipe de análise terrorista disse que não se tratava de bomba.
(Marcelo diz pensativo.)
- Então vamos abrir isso logo. (Abro a pequena caixa de papelão e há uma
caixa retangular preta dentro. Abro cuidadosamente a segunda caixa e há
apenas uma rosa e um cartão.)
- Marca da máfia? (Marcelo questiona confuso.)
- Isso! (E leio o cartão em voz alta.)
“Rosas geralmente simbolizam amor, no entanto no islã ela quer dizer o
sangue do profeta e de seus filhos. Qual significado você vai preferir?”
Atenciosamente M. Vizzano
- Ele acabou de declarar guerra a você Alex, agora é oficial, a máfia
Vizzano está na sua cola. (Marcelo diz pensativo.)
- Vocês não acham estranho? (Guilherme diz pensativo e imediatamente
completo.)
- Não é a primeira vez que protocolamos uma denúncia há um PM, o que
estava diferente dessa vez? (Questiono)
- No depoimento... (Guilherme começa, e acabo falando meus
pensamentos em voz alta.)
- Deputado Aloísio, o tenente mencionou o deputado, quando o
questionamos sobre o motivo de ter indiciado o caso apenas como
contrabando.
- Bingo! Você pescou um peixe sem querer. (Guilherme conclui)
- E eles acham que eu pararia após essa ameaça sem graça? (Digo em
deboche e vejo os rostos assustados dos homens a minha frente.)
- Alex, uma guerra agora, não seria complicado? Ainda não temos poder
político suficiente para ajudar no caso, estávamos tentando reunir isso
primeiro antes de iniciar a investigação com os Vizzano. (Marcelo me alerta)
- Não temos gente suficiente em Belo Horizonte, eu realmente não queria
acionar a liga, há pouco tempo estávamos em um caso complicado. Mas essa
pode ser a nossa saída. (Digo friamente.)
- Você vai contar com os Heróis da Lei? (É a vez de Guilherme questionar
empolgado)
- Sim! Vamos esperar os próximos passos da máfia e aciono a liga, se
realmente for necessário.
-Quem diria que os incomodaríamos tão rápido. (Marcelo diz sentando na
cadeira.)
- Também não esperava por isso. (Confesso guardando a caixa na minha
gaveta.) Eles foram muito imprudentes de fazer uma ameaça sem
informações.
- Eles devem estar com medo de termos começado a investigação, pois
todos na delegacia são confiáveis. Quer saber? Chega desse assunto preciso
de uma bebida. (Ele diz e vejo seu olhar cansado, assim como eu, ele fez
plantão e seu semblante demostra como está cansado.)
- São quatro da tarde, a única coisa que conseguiremos até nosso horário
acabar é um café. (Guilherme debocha)
- Serve! Preciso sair dessa delegacia, não pude ir em casa, por que alguém
me responsabilizou de fazer uma busca e apreensão.
- A boneca vai começar a reclamar. (Guilherme provoca)
- Vocês parecem duas crianças. (Reviro os olhos, pegando o blazer e
vestindo, mal cheguei e já vou sair. Se não fosse pelo sono que está surgindo
eu recusaria o café, mas estou necessitando. Há uma cafeteria famosa, logo
na esquina e esse é nosso destino diário. Sinceramente nós fazemos um belo
trio, apesar de convivermos em um ambiente caótico, desde que nos
encontramos, ainda no exame físico, há 12 anos precisamente, não deixamos
a amizade. Mesmo eu viajando para fazer meu treinamento no Rio de Janeiro,
os dois ficaram por aqui, e assim que passei no concurso, nos juntamos
novamente. Digamos que fazemos uma bela paisagem para as mulheres, pois
elas tem a opção de escolher, o moreno, o loiro ou o asiático, confesso que
me destaco, não só pelos meus olhos verdes, mas meus anos de treinamento
pesado contribuíram para meus músculos ganharem grandes definições me
tornando o centro das atenções. Não me entendam mal, não sou exibido, só
tenho a convicção que agrado os olhares femininos. Chegamos a cafeteria e a
atendente já nos conhece e põe os nossos pedidos, pegamos e sentamos em
uma das mesas.)
- Cara, minha cabeça parece que explodir. (Digo mais relaxado)
- Alex, você precisa relaxar mais, temos as mesmas idades e olha para
mim e o Marcelo, parecemos ter anos a menos que você. Se continuar assim
não vai conseguir chegar a chefe geral.
- Eu sei Guilherme, mas não é como se eu controlasse. Já não durmo a
duas noites.
- Mano, precisamos sair mais, na moral! (Marcelo diz, enquanto bebe seu
café.)
- Nisso concordo! (Digo respirando pausadamente) Mas agora com essa
história do Vizzano vai ser complicado, (Meus pensamentos começam a se
articularem) Estou aqui pensando... (Falo alto) quando estava no Rio Grande
do Sul, vi o poder que o procurador tem, vai ser difícil lutar do lado oposto
dele.
- Como assim? Vocês não são amigos? (Marcelo pergunta confuso.)
- Você não me entendeu, assim como Robert, o Bruno conseguiu
documentações e licitações essenciais para fundamentar a investigação e
mesmo assim não foi fácil e eles precisaram da liga. O procurador e a
promotoria daqui estão ao lado da máfia como fazer uma investigação tão
séria com esses dois setores contra nós?
- Caralho, eu não pensei assim. (Marcelo diz tomando seu café.)
- Não vai ser fácil cara, mas lembra o que você nos disse quando assumiu
a posição de delegado? (Guilherme me questiona) Não importa até onde
conseguiremos ir, mas se buscamos por justiça já valeu a pena. E pensa bem,
eles não vão confrontar o El diabo de frente, então se forem fazer qualquer
coisa será por vias ilegais.
- E disso eu sou especialista... (Digo começando a pensar em uma força
tarefa potente.)
- Amanhã estamos de folga, que tal uma cerveja quando saímos?
(Guilherme pergunta animado.)
- Você leu minha mente, estou precisando achar uma companhia noturna...
(Eles dão risada e brindam as xícaras de café.)
- Na moral cara, vocês estão parecendo dois psicopatas batendo essas
xícaras de café. (Digo virando meu copo e bebendo todo o líquido. Quando
coloco o copo na mesa, a porta se abre e meus olhos involuntariamente são
atraídos por uma onda vermelha... Uma mulher, atravessa a porta, seu cabelo
parece um longo véu vermelho, não consigo ver seu rosto pois ela caminha
para uma mesa distante. Observo cada detalhe seu, seu corpo bem definido,
seu tamanho mediano, vejo ela depositar alguns livros na mesa e por fim ela
senta. A garçonete se aproxima e consigo ver seu rosto, seus lábios rosados e
sua pele extremamente branca me chamam atenção, sua boca se movendo
enquanto faz o pedido, me traz pensamentos completamente malicioso, como
seus lábios sugando meu membro, sinto meu corpo acordar. Ela sorrir para a
garçonete e fico inebriado por seu sorriso, CARALHO O QUE ESTÁ
ACONTECENDO? Esse não é você Alex.)
- Alex? Vamos? (Vejo que Guilherme e Marcelo me olham sem entender
o que está acontecendo.) Você não vai voltar para delegacia? (Percebo que
eles estão em pé.)
- Sim, vou! (Quem é ela? Me levanto e quando estou preste a sair vejo ela
lendo um livro bastante conhecido.)
- Vamos Alex! (Marcelo me chama)
- Eu preciso resolver algo, podem ir.
- Você só pode estar de brin... (Não escuto e peço um americano com
creme a garçonete. Assim que recebo meu pedido, sigo em direção a mulher a
minha frente. Paro devagar em sua frente e digo.)
- “Enfrentemos a realidade: nossa vida é miserável, trabalhosa e curta.
Nascemos, recebemos o mínimo de alimento necessário para continuar
respirando e os que podem trabalhar são forçados a fazê-lo até a última
parcela de suas forças.” George Orwell. (Ela abaixa devagar seu livro e meus
olhos são completamente atraídos pelos seus seios apertados em uma blusa
branca. PUTA QUE PARIU ALEX, concentra, seus olhos castanhos me
analisam e vejo que ela não sabe o que dizer. Eu fiquei tão atraído com sua
presença que não percebi que ela era tão jovem. Isso pode virar um grande
problema Alex, melhor fugir...Ou não... Eu não consigo, estou
completamente enfeitiçado!)
Capítulo II
“Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver,
acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e
maior amor ao coração dos homens.” – Fernando Pessoa
Larissia Vizzano
- Filha preciso da sua ajuda.
- Pai, eu já disse para não me envolver nos seus negócios. (Olho para
minha mãe.) Mãe, é impossível que a senhora concorde com isso.
- Filha, você é a única limpa de tudo isso, eu jamais deixaria seu pai
manchar sua ficha. O que ele está pedindo é algo que qualquer cidadão de
bem pode fazer.
-Vocês estão loucos? Só podem! (Passo minhas mãos pelos meus cabelos
desesperados, eles estão mesmo querendo me usar.) Pai, você disse que
nunca me meteria nos negócios da família, eu só precisaria me formar em
direito para garantir legalmente sua defesa. Já não basta eu fazer um curso
contra a minha vontade?
- Filha, eu não estou colocando você! E eu já lhe disse, isso é o legado da
nossa família, mesmo que eu tente ao máximo lhe proteger, você tem
obrigações como uma Vizzano.
- Não, eu NÃO TENHO! (Grito) Eu tenho 25 anos já sou uma adulta, não
tenho o porquê de ficar me submetendo aos seus pedidos.
- Lari, não fale assim com o seu pai, filha. (Minha mãe diz com pesar, seu
maior medo é que rompamos nossos laços fraternais, eu nunca quis isso, mas
quanto mais o tempo passa sinto que essa será a única opção de sair ilesa
dessa situação.)
- Larissia, eu amo você filha, Deus sabe o quanto eu preferia ter um filho
homem para herdar tudo isso, do que submeter minha princesinha a essa
situação. Mas não escolhi nada disso minha filha, não é uma escolha que
posso fazer.
- Pai, basta você me deixar estudar fora do país, não sei. A mil formas de
me livrar dessa confusão que vocês se meteram.
-LARISSIA! (Meu pai grita e me assusto) Você acha que consegue viver
bem em outro país? (Ele rir) Você não tem noção do que significa o seu
sobrenome? Conseguimos tirar meu nome e sobrenome dos seus registros
para que pudesse estudar sem nenhum problema, mas não tem como apagar
sua existência Larissia! A primeira coisa que acontecerá quando você sair da
nossa proteção é lhe prejudicarem para me afetar, você e sua mãe são meus
pontos fracos. Você acha mesmo que meus inimigos deixariam minha filha
em paz? (DROGA! Eu sei que ele está falando a verdade, sempre soube, mas
não é justo comigo.)
- Eu não quero me envolver nos seus assuntos pai. (Digo com lágrimas nos
olhos.) Eu também o amo, mais não posso compactuar com seus planos.
Tínhamos um acordo, minha única missão era me formar e passar na prova
da OAB e eu já consegui uma delas, só falta me formar. Não me obrigue a
fazer isso.
- Larissia, eu realmente não queria, mas você é a única que pode fazer
isso. Além de ser um local estratégico, já que você é aluna da UFMG o local
é próximo, você pode estudar lá.
- PAI EU NÃO VOU! (Me exalto)
- Ok então Larissia! (Ele se levanta brutalmente e bate na mesa.) Eu não
queria fazer isso, mas você não me dar opção, se você não me fizer
simplesmente fecharei seu bistrô, e todas os seus empregados poderão dar
tchau as suas famílias.
- O QUE VOCÊ DISSE? (Só pode ser brincadeira) NÃO PODE ESTAR
FALANDO SÉRIO? (Eu não consigo acreditar que ele vai jogar tão baixo
assim.)
- Estou falando muito sério Larissia. Já não basta eu ter deixado você se
formar em gastronomia primeiro, e abrir aquele lugar? Se você não nos
ajudar eu serei obrigado a fechar.
- MÃE, POR FAVOR. (Suplico para minha mãe, mas ela apenas chora, eu
sei que ela não consegue controlar as decisões do meu pai.) Ok! (Olho para
ele em fúria) Eu não sei como você consegue jogar tão baixo com a sua filha.
- Larissia eu exijo respeito!
- E eu consideração PAI! (Grito) Eu vou fazer isso, mas não por você, e
sim pelo meu sonho, eu não imaginaria que o homem que pensei em toda a
minha vida ser um herói colocaria o sonho da sua única filha em jogo por
causa de uma porcaria de investigação. Sabe o que eu desejo? (A fúria me
consome.) que tudo isso acabe, e você e seus amigos sejam presos. (Digo da
boca para fora, eu não consigo vê-lo algemado, ele é meu pai!) Não consegue
ver o tanto de pessoa que você prejudica? O tanto de pessoas que a sua
gangue matou? Como você consegue colocar a cabeça no travessei... (Recebo
um tapa forte no rosto.)
-Marcus, não faça isso! (Minha mãe grita e me abraça.) Ele não quis fazer
isso querida. (Minha mãe me consola)
- Sim, ele quis espero que estejam felizes já que farei o que tanto deseja.
Deixem a instrução na biblioteca, amanhã eu pego. (Meu peito arde, saio do
escritório do meu pai sem falar nada, apenas lágrimas banham meus olhos,
entro no quarto aos prantos, eu não posso acreditar no que está acontecendo.)
Esse maldito sobrenome sempre arruinou minha vida, eu não pude ter o
nome do meu pai na certidão de nascimento e nem o verdadeiro nome da
minha mãe. Minhas idas a escola sempre foram escoltadas por um guarda
costa assustador, por medo das pessoas descobrirem eu nunca fiz amizades,
meu pai sempre manteve seus olhos em mim. Eu sei que ele me ama e tenta
me proteger a todo o momento, mas esse maldito sobrenome acabou com a
minha adolescência e está acabando com a minha vida. Respiro fundo, eu não
acredito que eles vão me usar, já não basta eu fazer um curso que não gosto?
Pego meu celular e digito o número de Malu, minha única e melhor amiga,
viramos amigas desde a escola primária e ela nunca me abandonou, mesmo
suas visitas sendo bloqueadas pelo meu pai, ela nunca deixou de estar ao meu
lado. Ela demora para atender.
- Lari? Desculpa estava dormindo... (Eu não consigo parar de chorar.)
Lari? O que houve amiga, fala comigo?
- Meu pai... (As lágrimas me impedem de falar, respira Larissia.) eles vão
me usar Malu.
- Como assim amiga? Me explica direito, se acalma. Respira! (Faço o que
ela pede.) Vocês não tinham um acordo?
- Sim..., mas ele acabou de receber uma ligação e vão fazer uma jogada
complicada e precisam de mim.
- Como assim precisam de você? Você vai ter que matar alguém também?
- Não, NÃO! Eles precisam que eu vigie a delegacia.
- UFA LARISSIA! Já estava achando que você teria que vender alguém,
ou sequestrar, matar. (Ela rir e vejo que está apenas tentando me animar, ela
sabe que quando meu pai manda não posso desobedece-lo ou tem
consequências.)
- Mas, é a delegacia federal Malu, você também faz direito, sabe o que
isso significaria.
- Depende Lari, nós duas sabemos que você não tem outra saída. Então
você está sendo coagida, e segundo, que tipo de vigiar séria esse?
- Ele me disse que preciso apenas anotar tudo que acontece, falou que
posso ficar estudando em uma cafetaria enquanto analiso. Eles só querem
saber do que acontece nas redondezas.
- Então Lari, não é crime você anotar o cotidiano das pessoas, claro você
está sendo cumplice, mas só de saber você já é uma, como eu também sou.
Não podemos denunciar, e não temos o que fazer. (Malu sempre foi assim,
prática, com ela não tem enrolação. Lembro-me quando tínhamos 15 anos e
contei para ela o que meu pai fazia. Em momento nenhum ela me julgou a
pontou para mim, apenas me abraçou e disse que me protegeria, a partir
daquele dia viramos cumplices uma da outra, ela embarcou nessa loucura que
é minha vida, mesmo sabendo das consequências.) Se você quiser posso ir
com você, assim você não fica solitária.
- Não Malu, não quero te envolver nisso.
- Lari, não tem problema em tomar um café com minha amiga e estudar a
constituição com ela. Quem está fazendo coisa errada é seu pai, você está
sendo obrigada a passar informações para ele.
- Mas tem outra coisa Malu... (Agora sim sinto minhas forças se
esvaindo.)
- O que Lari? (Ela diz cautelosamente)
- Ele quer usar minha persuasão e diálogo.
- Não entendi, Larissia.
- Tem um grande plano que ele está armando e ele usará minha voz...
Claro pelo que entendi ela será modificada, mas precisarei ameaçar alguém.)
- PORRA LARI! (Sinto minha cabeça pesando) Isso pode complicar para
o seu lado, mas por que você?
- Eu sou a única mulher fora a minha mãe que meu pai confia. Além de ter
uma linguagem voltada para o direito, querem que eu siga um roteiro que eles
vão trilhar.
- Lari, não sei o que dizer, onde será essas gravações?
- Será aqui mesmo.
- Então você não vai estar na presença da vítima?
- Não! Mas legalmente isso mancharia meu nome Malu.
- Sim Lari, isso pode explodir na sua mão. Você disse que não iria fazer?
- Sim!
- E o que ele disse?
- Fecharia o bistrô e daria tchau aos meus funcionários.
- PORRA LARISSIA, ele ameaçou seus funcionários. Então parece ser um
problemão sério para ele.
- Eu não sei, não faço ideia do que eles estão planejando, mas não posso
compactuar com ele.
- Mas, Lari... (Ela respira pausadamente) eu não quero te assustar, mas
conhecendo o seu pai, ele fará realmente o que diz.
- Eu sei! (Passo minhas mãos pelas madeixas na intenção falha de me
acalmar.) Eu terei que fazer... (Digo tentando me convencer)
- Eu queria poder tirar esse fardo de você amiga. (Sinto sinceridade em sua
voz.) Lari, você poderia ... (Ela para) deixa para lá!
- Não Malu, fala!
- Foi apenas um pensamento na minha cabeça.
- Sobre o quê?
- Você pode aproveitar essa situação, já que está sendo obrigada e terá que
fazer.
- Como?
- Faça um acordo com seu pai, mas dessa vez registre, eu posso redigir e
legitimar.
- Me explica melhor Malu.
- Pensa comigo, seu pai precisa de você e está usando a autoridade de pai e
chefe da máfia para te obrigar. Utilize a legislação e seu papel de filha para
fechar um acordo. Consiga uma delação escrita por ele, confessando todos os
crimes e lhe inocentando, ele é seu pai não será difícil isso. E o obrigue a
assinar um contrato que após seus serviços você poderá mudar seus
documentos e ele terá que lhe dar uma casa. Assim com uma nova identidade,
legal e com uma moradia, você pode sair dessa casa e do controle da máfia. E
se alguma coisa acontecer futuramente, você terá a delação para provar sua
inocência.
- Você acha que ele aceitaria?
- Talvez não, mas se ele realmente precisar de você ele vai concordar. Seu
pai é ambicioso, mas tem palavra, sempre teve dignidade em suas palavras, se
ele estiver passando por uma dificuldade e você for realmente a única solução
ele vai concordar. Diga que está de acordo e vai fazer perfeitamente se ele
concordar. Você mesmo não gostando de cursar direito é a melhor nos
debates e nos júris tenho certeza que sabe ameaçar perfeitamente.
- Obrigada Malu, desculpa te acordar! (Consigo respirar, a esperança de
propor um acordo com o meu pai faz meu coração se aquecer novamente.)
- Que nada Lari, eu que fico feliz de poder te ajudar de alguma forma, e
não se preocupe eu faço tudo legal que precisar.
- Obrigada, você é meu anjo da guarda.
- Você é como uma irmã para mim sua vaca, não te deixaria sozinha por
nada. Agora vamos dormir, que amanhã cedo temos aula, quero dizer hoje.
(Ela rir e olho o relógio e vejo que passa das três.)
- Tchau Malu!! Já está mesmo tarde, amo você!
- Também te amo amiga!
Desligo o celular e deito na cama, eu sabia que chegaria uma hora que
tentariam me colocar nos negócios da máfia, meu pai sempre falou que por
mais que tentasse manter minha ficha limpa, poderia precisar de mim. Agora
eu entendo, eu amo minha família, se não fosse pela máfia, poderia dizer que
somos unidos e felizes, porém isso não é possível, sangue inocente corre pelo
meu sobrenome, eu passei por vários traumas quando descobri o que meu pai
fazia, havia acabado de completar 14 anos, quando escondida no guarda para
fazer uma surpresa a minha mãe, escutei a conversa dos dois sobre uma
grande venda de cigarros na fronteira do Paraguai, no início eu não sabia do
que eles estavam falando, até que meu pai disse que a polícia não iria
desconfiar de nada, e foi então que passei a escutar as conversas pelas casa,
ela vivia cheia de pessoas engravatada e a minha curiosidade cresceu, então
descobri que meu pai era chefe de uma máfia de narcotráfico e estava
envolvido com venda de votos e desvio de dinheiro e foi então que minha
vida fez sentido, os seguranças, as aulas de lutas e até mesmo como atirar, eu
nunca entendi o por que ensinar uma criança a atirar, mas aprendi. Mas foi
apenas quando tinha 18 anos, que eles realmente me contaram, foi um
momento difícil, ver meu próprio pai admitindo ser um chefe de uma máfia
foi totalmente aterrorizante. Afasto os pensamentos e tento dormir, você vai
mudar isso Larissia, confie em você mesma!
Acordo com o som do despertador e sinto que não dormi direito são oito
da manhã, minha aula começa às 9:30 hoje. Faço minha higiene e visto uma
calça jeans e uma blusa social branca, calço sapatilhas bege e um blazer da
mesma cor. Prendo minhas madeixas ruivas em um coque alto e faço uma
maquiagem rápida, pego minha bolsa e material. Desço as escadas e já vejo
os seguranças, Olho a mulher de meia idade na cozinha e pergunto a Simone,
a minha fiel governanta.
- Simone, onde está meu pai?
- No escritório!
- E mamãe?
- Ela saiu logo cedo.
- Certo!
- Você não vai comer?
- Vou, preciso falar com meu pai primeiro, daqui a pouco volto. (Dou um
beijo rápido em sua bochecha e sigo para o escritório, escuto alguns gritos,
mas não recuo, bato na porta e ele manda entrar. Dois seguranças, estão com
rostos pálidos, meu pai os olha como se fossem capazes de matá-los.)
- O que houve Larissia? (Meu pai diz grosso, ele não está em seu melhor
momento, mas não posso fazer nada.)
- Podemos conversar? (Ele me olha sério)
- Podem sair! (Ele dispensa os seguranças e eu aproveito para sentar em
sua frente.) Se for sobre a conversa de ontem eu já lhe dei a opção. (Ele
parece mais velho que ontem, o que está acontecendo? Seu rosto está
vermelho e exala preocupação.)
- Sim, o senhor me deu, e eu também lhe darei uma opção. (Digo séria e o
vejo me olhar profundamente, o medo percorre a minha medula, porém
respiro fundo.)
- O que você está tentando dizer Larissia?
- Pai, eu farei o que você quer, investigarei o local e servirei como porta
voz no seu plano, porém iremos fazer um acordo.
- Não tem acordo Larissia, eu já lhe dei as opções.
- Sim o senhor me deu, porém como eu disse ontem não sou mais uma
criança, sou adulta. E se quiser fechar o bistrô que sonhei a vida inteira e
matar cada funcionário e destruir cerca de 15 famílias faça isso, eu deixarei,
mas saiba que no momento que fizer isso eu saio dessa caso com sua
permissão ou não e denuncio para a mídia tudo que você faz e todos os
nossos visitantes. Eu perderei meu sonho e algumas pessoas irão morrer no
processo, mas a culpa não será minha, (blefo, com toda certeza, não colocaria
a vida de nenhuma pessoa em risco.) mas se aceitar o acordo eu faço
exatamente tudo o que quiser. (Ele rir, mas ao mesmo tempo vejo tristeza em
seu olhar, ele acha que estou brincando?)
- Agora sim você pareceu uma Vizzano. (Por fim diz, enquanto seus olhos
me olham curiosos e sinto meu estômago embrulhar com a comparação.) O
que você propõe então, tenha cuidado, suas palavras podem se voltar contra
você.
- Eu faço tudo que você precisar para essa missão e em troca, você faz
uma delação escrita, confessando os crimes envolvidos e me inocentando.
(Ele me olha cuidadosamente) é apenas uma garantia da minha inocência.
(Completo séria) além disso, eu quero um contrato, nele o senhor me dará a
sua palavra que me deixará morar em outro lugar sem os domínios da máfia e
eu mudarei meus documentos, assim não teria como nenhum inimigo seu me
rastrear.
- Então você quer uma identidade falsa? E acha que isso mudará
completamente a sua vida? (Ele fala pausadamente, como se estudasse
minhas falas e ações.)
- Não acho que mudaria. (Sou fria) Não posso mudar meu DNA, mas se
para viver eu precisar utilizar esse meio baixo, (paro cautelosamente) eu
farei. Eu não queria cortar nossos laços, mas temo que essa seja a minha
única saída de viver livremente como qualquer cidadão. (Digo incisiva) não
se preocupe, não utilizarei a delação contra você é apenas uma garantia
futura.
- Você cresceu filha. (Ele sorrir, mas ainda há uma tristeza lá, ele está
bem? apesar de tudo que aconteceu ontem eu o amo.) Larissia, você é
realmente minha filha. (Ele fala e eu estranho seu tom melancólico.) Não
esperava menos da sua postura, como o chefe da máfia posso fazer essa
delação, posso até te dar uma identidade falsa e uma casa. Se você quer tanto
morar em outro local, mas isso não funcionará, nunca funcionária. Eu posso
lhe dar tudo isso, mas como pai não posso permitir, meus inimigos sabem da
sua existência. Deixar você fora do domínio da máfia não está em questão,
você não entende que é alvo? Assim que sair do nosso domínio, mesmo com
uma identidade falsa, será questão de segundos para te encontrarem. E NÃO
PERMITIREI TIRAREM MINHA FILHA DE MIM. (Ele diz sério)
- Então não teremos acordo! (Digo séria, mas com medo)
- Eu proponho um outro trato, (ele fala pausadamente) eu faço a delação,
afinal nunca quis manchar seu nome. Ela precisará ser guardada em algum
banco do exterior, para não correr o risco de cair nas mãos errada e se você
conseguir atingir o federal sendo a nossa porta voz. Eu forjo uma morte para
você e assim ganha a sua liberdade. (Ele fala com pesar e me questiono sobre
a veracidade das suas palavras, parece que ele estar falando da boca para fora
e sinto meu coração afundar. Isso significaria abrir mão dele e da mamãe, ele
não consegue sentir remorso?) Eu nunca quis colocar você nesse meio filha,
mas tem seguranças que já lhe conhecem, te dar uma nova identidade não iria
resolver nada, eles podem ser comprados com facilidade. Consigo te proteger
por que estar aqui, mas no momento que sair dos meus domínios não tem o
que eu possa fazer. (Ele fala cansado e sinto um peso se acumular em minhas
costas.) Então você concorda? (O que eu posso fazer? Desistir da minha
família? Minha intenção era se afastar e não perder totalmente o vínculo.)
- Não há mesmo outro jeito pai?
- Filha, eu queria te colocar em um internato na Rússia quando tinha 5
anos, mas a notícia se espalhou como água, apesar de ninguém saber quem é
você, todos sabem da filha do chefe. Soube que a Interpol estava a sua espera,
um dos seguranças disse exatamente como você estava vestida e por pouco
você iria ao aeroporto, e seria levada como testemunha. A partir daquele dia
contratei uma equipe especial para vigiar a casa e você, mas não sabemos do
que são capazes casos sejam pressionados.
- Eu aceito a delação, mas vou pensar sobre a morte, isso seria um crime
ainda maior.
- Mas você conseguiria sua liberdade. (Ele diz cansado)
- E perderia minha família. (Sinto meu corpo latejar.) Isso nunca terá fim?
(Digo desanimada e me levanto.) Espero que cumpra com sua palavra, farei
tudo que precisar, mas deixe meus funcionários e estabelecimento em paz,
além disso, precisarei da delação, conversaremos melhor depois sobre isso.
(Vejo seus olhos abatidos e sinto que ele está realmente cansado, por que
você tinha que ser chefe de uma máfia? Saio de casa e não como, meu
estômago está embrulhado, apesar de conseguir a delação me inocentando,
sinto que estou em um beco sem saída.)
Vou para a universidade e as horas parecem não passar de maneira
nenhuma, recebo uma mensagem da minha mãe, com as instruções que pedi e
vejo o nome do local que ficarei olhando, menos mal, um café, assim posso
reunir algumas informações para o bistrô. Saio da universidade por volta das
quatro e meia e sigo em direção para a tal cafeteria. O local parece ser bem
popular e aconchegante, não imaginei que seria tão perto da universidade,
como eu nunca soube desse lugar? [Será que o motivo é você ser impedida de
sair?] Minha majestade interior aparece debochando da minha cara. Desço do
carro e adentro ao local, designer legal, parece um local de época e ao mesmo
tempo descolado. Sento na última mesa, a qual permite a visão perfeita da rua
a qual preciso vigiar, as paredes são de vidros e minha cabeça começa a
formular algumas mudanças para o bistrô. A garçonete vem até a minha mesa
e faço um simples pedido, ela sorrir alegremente para mim e faço o mesmo.
Coloco meus livros sobre a mesa e pego o livro chato sobre uma fábula que
fala sobre a fraqueza e defeitos do homem, eu realmente odeio essas leituras
maçantes do direito, a gastronomia é tão prazerosa, estou entretida em
pensamentos, quando uma voz grossa me tira a concentração.
- “Enfrentemos a realidade: nossa vida é miserável, trabalhosa e curta.
Nascemos, recebemos o mínimo de alimento necessário para continuar
respirando e os que podem trabalhar são forçados a fazê-lo até a última
parcela de suas forças.” George Orwell. (Levanto meus olhos e não consigo
respirar ao ver as íris verdes que me encaram, assim como sua voz forte e
potente, a presença a minha frente é de tirar o fôlego, quem é esse homem?
Sinto-me perdida em sua imagem)
Capítulo III
“Me cegas no primeiro encontro e verás em todas as manhas meus olhos
brilharem de amor por ti.” – Kleybson Sanguinette
Alex Aguiar
Sinto que estou cometendo um crime ao continuar olhando para a linda
jovem a minha frente, mas não consigo. Suas íris, me enlaçaram, sua áurea
me faz querer possuí-la, o que você está fazendo Alex? Esse não é o melhor
momento de conquistar uma mulher.
- Revolução dos bichos, um ótimo livro para um futuro advogado. (Digo
ganhando sua atenção, e vejo seu sorriso aparecer, ela parece realmente uma
boneca de porcelana.)
- Você... (Ela vacila e parece tentar se concentrar, seus olhos me analisam
por completo.) Você já leu? (Ela diz por fim)
- Sim, posso me sentar? (Ela balança a cabeça afirmando e vejo que seu
rosto fica vermelho, será que ela é muito tímida?) Desculpe se incomodei.
- Oh não! Estava apenas fazendo uma leitura para a universidade.
- Você faz direito?
- Sim, estou no penúltimo ano. (Ela deve ser extremamente nova Alex,
melhor fugir antes que dê algum problema. Eu não consigo! Seu olhar me faz
querer ficar apenas a observando.) Mas... e você? Se conhece o livro deve ter
interesse... (Antes que ela continue a interrompo.)
- Sou formado em direito.
- Nossa! (Ela diz entusiasmada) Você poderia me dar um resumo sobre o
livro assim eu poderia debater sobre, sem precisar ler.
- Você não está gostando? (Esse é um dos livros que eu mais gostei na
universidade, como assim ela não gostou.)
- Digamos que direito será a minha segunda graduação e só estou fazendo
por uma promessa aos meus pais. (Ela para um pouco e me olha.)
- Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem, não parece alguém já
concluindo sua segunda graduação, (pergunto por fim, eu preciso saber disso,
minha consciência me diz para sair, mas eu não consigo, só preciso saber se é
de maior.) quero dizer isso não é uma pergunta correta para fazer a uma
mulher. (Me desculpo elegantemente e sorrio, consigo diverti-la, pois seus
lábios se abrem timidamente.)
- Não tem problema, digo tranquilamente, tenho 25 anos. (Menos mal,
somos o que? Faço um cálculo rápido 9 anos de diferença.) Sim, é de se
estranhar alguém na minha idade com duas graduações, mas me formei em
gastronomia com 22 anos e com em seguida passei em direito. E você? (Ela
me olha enquanto bebe seu café e ver seus olhos nessa posição me fez
imaginá-la me chupando, ALEX ACORDA! Você não é assim, estou
parecendo um cretino.)
- Bem... me diga você, quantos anos você me daria? (Ela repousa a xícara
na mesa e morde os lábios, acho que tentando pensar, sinto imediatamente
minha calça apertar, droga garota não faça isso. Relaxo minhas costas na
cadeira, na intenção falha de acalmar meu amigo)
- Bom, ela fixa seus olhos no meu e sorrir debochado, pelo físico, diria
que uns 30, é nessa idade que os homens ficam complexados com seus
corpos e investem em musculação e alguns remédios... (Ela está insinuando
que uso algo ilícito?) Mas analisando sua expressão facial e rugas de
preocupação aposto que deve ter uns 42. Acertei?
- Puta que pariu! (Ela está falando sério? Seu olhar me questiona e só
então percebo que xinguei, boa primeira impressão Alex.) Desculpa, (fuzilo
seu olhar) mas você está brincando, não é?
- Não, não é essa sua idade? (Essa garota está de brincadeira com a minha
cara, não é mesmo. Vejo seu semblante e ela realmente parece estar falando
sério.)
- Eu tenho 34 (Digo a contragosto e bebo meu café)
- Ops! Desculpa, (vejo ela rir) você realmente parece ter na base dos 40.
(Eu posso prender essa mulher por desacato? Sinto minha raiva subir... posso
fazer melhor que prendê-la.)
- Você tem sorte por eu não a denunciar por calúnia e difamação.
- Boa sorte! (Ela diz debochada, e sinto um sentimento de relaxamento me
consumir.) Acho que vi uma delegacia por... (Ela olha pelo espelho e parece
procurar.) ali! Sabia que tinha visto. Pode ir lá, estou pronta para ser presa.
(Ela come um pedaço de torta e me olha divertida.)
- E se eu prender você.... Em mim? (Vejo que seus olhos se abrem
assustado, sorrio e tomo mais um gole da bebida.)
- As mulheres que você flerta caem nessa? (Ela levanta uma de suas
sobrancelhas e me olha séria.)
- Não sei, me diga você, cai? (Ponho meus cotovelos na mesa entrelaçando
meus dedos e a olhando.)
- Outras, até podem se levar por seu corpinho definido e rosto sério, até
mesmo seus conhecimentos legislativos, são atraente confesso, mas eu não
sou de gostar de qualquer coisa. (Ela levanta o livro balançando, ela está me
dando um fora? É isso? Eu sou qualquer coisa?)
- Então temos algo em comum, também não gosto de qualquer coisa e não
sou qualquer coisa. (Olho sério para seus lábios, que vontade louca de calar
essa boca atrevida, ela sabe como levar um homem a sua fúria.)
- Você é sempre assim? (Ela sorrir e morde novamente os lábios, mas
dessa vez vejo que não é involuntário, ela está tentando me provocar, meu
pau vibra na calça. Ela conhece os truques, preciso ter cuidado com essa
mulher.)
-Como, direto? (Sigo seus olhos e questiono apenas fixando meu olhar em
seus lábios, o tesão entre nós é palpável.)
- Exibido! (Ela passa as mãos em seu cabelo calmamente)
- Você quis dizer atraente?
- Não, prepotente. (Estou a um passo de calar sua boquinha nervosa.)
- Nisso eu concordo..., mas tem uma coisa que eu discordo totalmente na
nossa conversa sem sentido.
- O que? (Ela diz calmamente)
- Estar louco para explorar sua boquinha nervosa e não poder fazer nada.
-Nem um pouco cavalheiro. (Ela debocha e seu telefone toca) só um
minuto. (Ela atende) Sim... Ok... o encontro em cinco minutos...
- Precisa ir? (Questiono e sinto que preciso vê-la mais uma vez, acho que
nunca senti uma tensão sexual tão grande por alguém.)
- Sim, preciso trabalhar. (Ela sorrir)
- Por que não me passa seu número? (Sou direto) Posso ajudar em suas
leituras acadêmicas, será minha aprendiz.
- Tenho certeza que nos veremos em breve, gostei desse lugar! (Ela se
levanta e põe uma quantia de dinheiro embaixo da xicara vazia. Tento
impedir, mas ela apenas me olha) até mais professor. (Sorrir e sai,
simplesmente assim.... Sai!) A garçonete vem em minha direção e acabo
sendo impedido de ir atrás dela.)
- Senhor, você quer a conta?
- Oh, sim! (Como assim ela simplesmente saiu? A garçonete me entrega o
valor e vejo que a quantia que a garota deixou, cobre o meu pedido também.
Ela é realmente atrevida. Saio da cafeteria e não vejo nenhum rastro seu, sigo
meu caminho para a delegacia e só agora percebo que fiquei mais de uma
hora fora, pois já está no horário de encerrar.)
- Belo problema você tinha para resolver... (Guilherme me olha com
sarcasmo.)
- Um problema totalmente ruivo e gostoso (Marcelo completa.)
- Vocês poderiam calar essas bocas?
- Qual é Alex, onde você conheceu aquela deusa, caralho ela é linda.
(Deusa... ótima descrição, ela realmente parece uma deusa, mesmo com toda
a tensão seus olhos inspiravam pureza, seu corpo era o pecado e seus olhos a
pureza...)
- Alex? Olha o cara Gui, está de quatro pela ruiva, vocês se conhecem a
quanto tempo? E como não a vi entrar? (Marcelo se pronuncia.)
- Primeiro, não estou de quatro por ela, e segundo não há conheço.
- O QUE? (Eles questionam juntos)
- Então quer dizer que você saiu do nada e foi azarar ela? Não Alex, você
é inacreditável.
- A vida é feita de oportunidades Marcelo! (Uma bela oportunidade)
- Quando ela chegou que eu não vi? Nunca o deixaria pegar uma gata
daquela para você.
- Guilherme, (o olho) você não precisa deixar nada. (Marcelo começa a
rir) Eu não tenho culpa se não viram aquele pedaço de mulher entrar. Não
posso fazer nada se sou um bom observador.
- Filho da puta sortudo, e então pegou o celular dela? (Ele me questiona)
- Não.
- Como assim não Alex? Passou tanto tempo apenas flertando as mulheres
na balada que esqueceu como prepara território?
- Se quiser eu posso ensina. (Marcelo diz orgulhoso)
- Não sabia que tinha um regulamento para ser seguido quando você
encontra alguém interessante.
- UI, UI, UI, alguém interessante, esse é o mesmo Alex que estava
berrando ontem à noite? (Guilherme debocha.)
- Parem de se intrometer na minha vida, e então, vão beber ou não? (Sinto
uma excitação estranha no meu corpo, acho que preciso descobrir quem é
essa deusa. E que interesse é esse que ela despertou.)
- Vamos, o café não adiantou de nada, me sinto uma pilha de nervos ainda.
(Marcelo guarda seu distintivo e esconde sua arma, Guilherme faz o mesmo,
como eu já estava sem, apenas pego meu material e saímos. Cada um sem seu
carro, seguimos para uma Bar já conhecido por nós Albanos Butiquim, um
bar sofisticado, com uma excelente carta de vinhos.
- Cara, que plantão foi esse? (Marcelo diz já pedindo uma garrafa de
vinho.) Prisão de cargas com cocaína, busca pelos idiotas do tráfico
interestadual e invasão de quadrilha de contrabando. Tudo isso em 24 horas...
Eu vou acabar precisando de umas férias. (Ele encosta o corpo na cadeira
parecendo realmente exausto.)
- Se fosse só isso estávamos tranquilos. (Guilherme diz, pegando sua taça
quando o garçom chega servindo.) O problema vai vim agora, não sabia que
protocolar um depoimento iria trazer tanto problema.
- A questão não é essa. (Bebo o vinho e sinto liquido descer com
dificuldade, duas xícaras de café expresso foi realmente puxado.) Isso iria
acontecer de qualquer maneira, só chegou o momento, estávamos juntando
policiais corruptos para iniciar nosso ataque. E encontramos o fio do tecido,
agora é puxar cautelosamente para desfazer a peça.
- O que você está pensando em fazer agora? (Marcelo questiona já na sua
segunda taça.)
- Infelizmente agora eu preciso esperar o resultado do depoimento,
dependendo do retorno começaremos imediatamente a força tarefa, mas caso
seja embargado, como eu tenho 99% de certeza que vai, irei recorrer a outro
meio para conseguir a liberação do pedido da força tarefa.
- Então ficaremos sentados esperando? Um retorno pode demorar, sei que
fiz o requerimento pedindo urgência mais o prazo é até 3 meses. Em três
meses os Vizzano já planejaram uma saída.
- Sim, eu sei! (Afirmo virando o líquido) Por isso irei aguardar um mês, eu
tenho certeza que teremos um retorno da máfia antes disso, assim que
tentarem alguma coisa eu usarei meus métodos e começaremos a reunir
nossos homens.
- Teremos ainda mais trabalho, obrigada justiça brasileira! (Marcelo já fala
um pouco alterado em sua terceira taça de vinho, brindando para o nada.)
- Hoje você vai ser a babá, já que não está bebendo tanto? (Guilherme vira
sua segunda taça, enquanto ainda estou na primeira.)
- Vocês não sabem quem está voltando do Canadá. (Marcelo diz já
pedindo a quarta taça.)
- Fala aí. (Guilherme pergunta.)
- Katharine... (Ele vira a taça, Katharine é sua ex namorada, eles ficaram
juntos por 8 anos até que ela decidiu ir junto com a irmã para o Canadá e
terminou com ele.)
- Como você soube? (Guilherme questiona, e eu apenas observo.)
- Maycon me falou. (Ele parece meio atordoado.)
- É por isso que você quis beber o dia inteiro? (Questiono, já sabendo da
resposta.)
- E você também não quer? (Ele vira o resto do líquido)
- Você e Katharine teve uma relação mais séria do que a minha com a Lua,
resolvemos tudo o que precisava ser resolvido, quer comparar 3 anos com
cinco?
- Então você não vai se importar de vê-la? (Sua voz embola)
- Claro que não! A escolha de terminar foi minha esqueceu? Não era para
ser, quando penso nisso hoje, vejo que foi a melhor escolha que poderia ter
feito.
- Então a Lua também está vindo com a Katharine? (Guilherme pergunta
divertido.)
- As irmãs Penélope estão de volta. E meus dois amigos são os ex delas.
(Ele começa a gargalhar)
- Nem comece, isso é história antiga para mim, faz o quê 10 anos? Você
também deveria esquecer cara, já se passaram cinco anos.
- Você sabe que ela foi sem dizer nada, não sabe?
- Sim, eu sei... e é por isso mesmo que você não deveria encher a cara por
isso.
- Nisso eu concordo com o Alex, (Guilherme diz embolado) Katrine não
pensou em você quando simplesmente decidiu ir morar no Canadá.
- Sim, eu sei! (Ele fala já bem embriagado e vejo lágrimas saindo do seu
corpo.) Mas ter que vê-la novamente... não sei se será fácil.
- Você porta uma submetralhadora e precisa fazer invasão em favelas e
acha que não é fácil encarar sua ex? (Questiono sem entender.)
- Alex, sabe por que você é indiferente sobre Lua? É por que nunca a
amou, claro vocês tinham química e qualquer pessoa via isso. Mas não era
amor, ou você não teria superado com uma semana. Eu amei a Katrine, e não
sei se ainda resta sentimentos... Quando amar alguém vai ver que é difícil
deixar ir.
- Chega dessa história, se foi amor ou não isso é passado, sei que hoje não
sinto absolutamente nada, mas entendo seus sentimentos. (Finalizo)
- Não, você não entende! (Ele enche mais uma taça) Você é um ótimo
profissional, mas péssimo conselheiro. (Guilherme começa a rir)
- ISSO AI EU CONCORDO! Vamos, estou pronto para começar a noite.
- Você não acha que é melhor ir para casa? (Pergunto, ambos estão
completamente bêbados.)
- Casa? Não mesmo, preciso trabalhar. (Guilherme afirma chamando o
garçom e pedindo a conta.)
- Sabem que não podem encostar em uma mulher assim, não é? (Pago a
conta e ajudo os dois babacas a saírem do local, eles acham mesmo que eu os
deixaria irem para um segundo round após duas garrafas de vinho.)
- Não fode Alex! (Ele me repreende, mas eu não ligo, abro a porta do
carro e os coloco no banco. Mesmo bebendo uma taça eu me sinto totalmente
sóbrio e dirijo até a minha casa. Chego em casa, com dificuldade tentando
levar os dois idiotas para dentro.)
Jogo-os no sofá e eles começam a falar algumas coisas sem sentido, vou
para o meu quarto e tomo um banho gelado, estou deixando a água escorrer
todo o estresse das últimas horas, quando os cabelos ruivos aparecem em
minha mente. O que tem naquela mulher? Seu olhar está gravado em minha
cabeça, seus lábios, seu sorriso, ela tinha tanta pureza no olhar e tanta
sensualidade em seu sorriso. Sinto que minha excitação começa e fico mais
tempo no chuveiro. Meu instinto investigador estar se misturando com meus
extintos carnais, e isso pode me gerar uma bela dor de cabeça. Lavo os
cabelos para dissiparem meus pensamentos e saio do banho. Olho o relógio e
ainda são dez da noite, não acredito que esses babacas beberam tanto em tão
pouco tempo. Minha cabeça começa a dar sinais de dor e opto por um
analgésico novamente. Mal comi hoje, ligo para uma pizzaria e faço o
pedido, vou para sala e não me surpreendo quando encontro os dois babacas
jogando vídeo game.
- Vocês não estavam bêbados? (Pergunto abrindo a geladeira, minha
cabeça está começando a latejar.)
- Uhum (Isso é tudo que me respondem, olho melhor a cena, os dois estão
com latinhas de cerveja e parecem jogar fixamente, eles não sabem o que
estão fazendo!)
- Sinceramente cara, vocês só prestam usando uma farda. (Digo
balançando a cabeça.)
- Cala a boca Alex, você empatou minha foda.
- Que foda Marcelo! Você está tão bêbado que nem vai lembrar como
chegou aqui. Ou vai me dizer que joga com o controle de cabeça para baixo.
(Começo a rir, esses caras são inacreditáveis, estão completamente bêbados, e
ainda insistem em beber mais.)
- Shiu Alex! (Guilherme fala sério, como se eu estivesse atrapalhando seu
jogo.)
- Ok Jackie Chan! (A campainha toca e sei que é a pizza, atendo e sento
no balcão, assim que sente o cheiro os bêbados vêm pegando uma fatia e
voltando para seu jogo, minha cabeça está piorando, como dois pedaços e
sinto que preciso dormir.) Barbie e Jackie, fiquem à vontade, tem roupa no
quarto de hospedes, se conseguirem vão e tomem banho.
- Certa mãe! (Marcelo começa a rir sozinho, minha cabeça dói muito. Não
digo mais nada apenas vou para meu quarto, sei que amanhã minha sala vai
estar inabitável, esses dois só param quando perdem a consciência, mas a dor
de cabeça é tanta que apenas deito na cama e fecho os olhos.)
A campainha toca sem parar, abro os olhos e vejo que já é de manhã,
minha folga, eu só preciso dormir mais um pouco... A campainha insiste em
tocar, DROGA! Me levanto e vou atender, chego na sala e encontro dois
corpos jogados no tapete da sala. Os idiotas adormeceram de cueca na sala,
típico. Olho na campainha e vejo o rosto mais lindo desse mundo. Abro a
porta imediato.
- Mãe! (A abraço) Tão cedo assim.... (Digo enquanto ela adentra)
- Filho, já são onze horas. (Ela me olha e para.) Porque seu rosto está tão
muchinho assim?
- Cansaço dona Carlota, não precisa se preocupar. Digo dando um beijo
em sua testa e indo direto para o quarto, preciso fazer minha higiene.)
- MINHA NOSSA SENHORA DAS IDOSAS CARENTES! (Ela grita e
paro no caminho.)
- O que houve?
- Quando esses garotos ficaram tão lindos assim? (Ela sorrir ao ver os dois
patetas de cueca.)
- Dona Carlota, contenha-se. (Reviro os olhos) Esses patetas beberam a
noite toda e se jogaram por aí.
- Eles cresceram, não é? (Minha mãe fala e percebo que Guilherme está
alterado, puta que pariu Guilherme ereção matinal na minha sala.)
- Mãe! (A repreendo e ela rir)
- Sou velha, mas não estou morta garoto! Vá se trocar, vou preparar um
café para vocês. (Ela cata as latinhas e a caixa de pizza cuidadosamente para
não acordar os meninos e vai para cozinha, a deixo lá e volto para o quarto
fazendo toda a minha higiene. Após alguns segundos vou até a cozinha e já
vejo um banquete posto na mesa.)
- Mãe, não precisava disso tudo. (A olho com carinho, desde que saí do
orfanato ela me chamou para morar com ela, dizendo que eu me tornei o filho
que ela sempre quis ter. Nossa relação tem sido assim, depois que terminei a
universidade ela se afastou do orfanato, pois seu corpo já não funcionava
como antes, e contrataram uma nova cozinheira a dispensando. Hoje ela tem
65 anos, faço de tudo para mantê-la confortável e lhe proporcionar uma boa
vida. E toda vez que eu folgo, ela aparece por aqui, dizendo que é para me
fiscalizar, mas sei que ela não gosta de ficar sozinha em casa, quando me
mudei foi difícil para mim por causa disso, não queria deixá-la, mas ela
insistiu que eu precisava começar a criar minha própria vida e desde os trinta
passamos a morar separados, porém ela devotamente vem ao meu encontro, e
eu ao dela.)
- TIA CARLOTA! (Marcelo aparece na cozinha e vai ao encontro dela,
mas eu impeço.)
- Primeiro as roupas! (Digo mostrando sua falta delas.)
- Ah vai procurar o que fazer! (Ele não me ouve e tenta abraçá-la, mas
impeço novamente.)
- As calças! (Digo sério)
- Puta que pariu Alex!
- Mocinho! (Minha mãe o repreende e eu sento na mesa)
- Desculpa tia Carlota, belo filho a senhora arrumou.
- Ele sempre foi assim, precisava ver a cara feia que ele fazia, toda vez que
uma criança me pedia um abraço no orfanato. (Ela começa a rir) Mas, vá
tome um banho, fiz um belo café da manhã. Acorde o Guilherme.
-Pode deixar Tia! (Ele sai)
- Filho, você tem se alimentado direitinho? Olhei seu armário e está vazio.
- Sim mãe, como acha que consegui esses músculos? (Me exibo e ela rir)
- Estou vendo! Mas por que não tem comida aqui?
- Eu tenho comido fora, por conta do trabalho
- Alex, você não pode ficar comendo qualquer coisa.
- Não se preocupe mãe, eu tenho comido saudavelmente. Farei compras
assim que possível e a senhora, está precisando de algo?
- O que eu poderia precisar filho, você já me dar tudo. (Ela sorrir
genuinamente e se senta na mesa, em seguida Marcelo e Guilherme chegam
devidamente apresentáveis e cumprimentam minha mãe a fazendo sorrir com
suas piadas.) Por que beberam tanto meninos?
- Oh tia, Marcelo estava com dor de cotovelo. (Guilherme diz enquanto
come.)
- O que houve Celo? (Minha mãe o questiona)
- A Katharine está voltando tia.
- Olha, a Lua vem também?
- Não começa Dona Carlota... (A interrompo)
- O que foi filho? A Lua é uma mulher tão linda e agradável.
- Não estou à procura de relacionamentos mãe, e se estivesse não voltaria
com a Lua.
- Você sabe que já tem 34 anos, não é?
- Marcelo, você começou então finaliza... (O olho para me tirar dessa
situação, dona Carlota vai começar com os papos de família, por que todos
pais são assim?)
- Tia, ela está voltando depois de ter tanto tem... (Somos interrompido pelo
meu celular, pego e vejo que é da delegacia.)
- Alô... (é o tenente) sim tenente Robson (Ele me informa que
precisaremos fazer uma invasão, uma denúncia de venda de drogas em um
galpão) ...foi comprovada a denúncia? (Ele confirma) OK, já estou a
caminho.
- O eu houve? (Guilherme questiona)
- Vamos ter que fazer uma invasão, venda de drogas no galpão, a equipe já
está conseguindo a planta.
- Então vamos. (Não termino o café, e assim se vai mais uma folga...)
Capítulo IV
“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as
mentiras.” -Friedrich Nietzsche
Larissia Vizzano
O que acabou de acontecer? Saio da cafeteria correndo até a rua
combinada, quem era aquele homem? E que sensações foram essas? Vejo o
carro preto à minha espera e ando devagar. Olho para trás e não tem ninguém
me seguindo, entro no carro e o segurança me leva para casa. Chego em casa
e já sou direcionada para o escritório de papai. Adentro e vejo mamãe sentada
calculando alguma coisa e fazendo anotações, já meu pai, observa o
notebook, assim que entro eles me olham e param o que estão fazendo.
- E então filha, foi tudo bem? (Minha mãe pergunta, seus olhos me
analisam.)
- Você observou tudo? As lojas tem câmeras, o fluxo de pessoas é muito?
Os agentes costumam andar livremente? (Sinto que sou atacada)
- Calma Marcus! Sente-se filha. (Faço o que ela diz em silêncio, não é
como se eu estivesse observado muita coisa, sorrio ao lembrar daquele Apolo
[deus grego] em forma humano.) Filha? (Minha mãe me tira dos pensamentos,
droga Larissia ver se presta atenção e foca! Sua vida está complicada demais
para pensar besteira agora.)
- Sim! Quero dizer... (me concentro) estou bem. (Fico séria) Não consegui
observar muito, o local onde eu fico é bom, a cafeteria é um ótimo lugar,
posso olhar sem que as pessoas de fora percebam. (Digo me lembrando das
paredes de vidro, elas permitem que conseguimos ver tudo que acontece lá
fora, mas o contrário é impossível.) Porém fiquei por pouco tempo!
(Concluo, excluído a parte da minha falha na observação)
- Mas não deu para perceber nada? (Meu pai questiona desconfiado)
- Sim, local é movimentado pois é uma das rotas da universidade, (digo o
que percebi antes de entrar no local.) não encontrei nenhum agente no café,
como foi apenas o primeiro dia, não sei se foi sorte, ou eles não costumam ir
até lá. Sobre as câmeras dos outros estabelecimentos, não consegui visualizar
ainda, pois haviam pessoas sentadas no lugar onde dava para observar. (Falo
a verdade, claro eu poderia ter dado um jeito.) Amanhã eu volto com mais
informações, sai tarde da universidade hoje. Mais alguma pergunta?
- Não precisa ser tão arisca filha. (Minha mãe me repreende.)
- Não? Então ser obrigada a fazer algo aos 25 anos de idade, não é grande
coisa, não é mesmo? Ainda mais algo que pode por sua integridade a dúvida.
- Vai começar Larissia? (A voz cansada do meu pai ecoa na sala.) Você
está parecendo uma garota mimada. Não tínhamos resolvidos isso.
- Resolvemos? (O questiono) eu disse que faria, não que me sentiria bem
fazendo.
- Filha, seu pai tem os motivos dele. (Vejo novamente o olhar triste em seu
rosto.) Ele já não disse que fará o tal documento que lhe inocenta.
- Então tenho que agradecer por obter um documento e não poder ter
liberdade? Qual motivo humano faz querer tornar sua única filha em uma
criminosa também?
- Larissia você não é uma criminosa, não juridicamente falando, pois, a
sociedade vai lhe apontar de qualquer maneira por ser nossa filha. Mas fora
isso você não é e nunca vai ser, a não ser que escolha por isso.
- Não mãe? Então como vai ser essa ameaça? Eu não vou pôr a vida de
alguém em risco?
- Larissia como eu já lhe disse antes, você não vai manchar suas mãos.
(Meu pai começa a falar enquanto levanta e pega um copo de uísque no seu
bar.) Eu preciso que você entre na mente desse federal, apenas isso.
- Como assim?
- Filha, (Minha mãe chama a minha atenção.) a máfia está passando por
uma situação difícil.
- O que eu tenho haver com a máfia mãe? Eu não faço parte dela. (Eu não
faço parte disso.) Por que vocês estão fazendo toda essa confusão? Da noite
para o dia me obrigam a espiar, e querem que eu seja porta voz? Você me
disse mãe, assim que me contou sobre o trabalho do papai que nunca me
colocaria nesse meio, e por que estão fazendo toda essa confusão? Eu já
entendi que não posso sair da proteção da máfia por ser sua filha pai, mas por
que está fazendo isso? Eu não consigo entender como tudo mudou tão rápido.
- Filha ontem aconteceu uma coisa e estão querendo pôr a culpa no seu pai
por isso, e você conhece a lei dos Vizzanos.
- Olho por olho, dente por dente... (Completo, escutei essa frase como se
fosse um mantra toda a minha vida, nunca entendi o que significava até
compreender a minha família.)
- Isso! (Ela concorda)
- E onde eu entro nisso?
- Só pode ter um novo chefe se a geração do atual se finalizar, apesar de
eu ser esposa do seu pai eu não entro na lista... (Então seria eu? Vejo meus
olhos se abrirem assustados.)
- Se eu for desposto, serei morto ou preso, então você obrigatoriamente
assume, senão querer terá duas opções assumir ou morrer, para que o novo
chefe possa surgir, esse será eleito pelo conselho Vizzano. (Meu pai diz
friamente) Eu preferia não lhe contar nada dessas coisas Larissia, mas já que
você está agindo como uma garota mimada eu não tenho outra escolha, sabe
por que deixamos fazê-la gastronomia, mas a obrigamos fazer direito? Para
que pudéssemos achar alguma brecha para liberar você, não é tão fácil
quando trocar a personalidade e mudar de pais. Você tem sangue mafioso nas
veias Larissia, mesmo que fosse para China o conselheiro lhe encontraria o
que eu falei sobre a Interpol? Você acha que quem controla a entrada e saída
dos países? As máfias Larissia, o mundo é mais complexo do que você pode
imaginar. A Vizzano está na sua vigésima geração, você sabe o que isso
significa. (Sua voz é tão grossa que parece me dilacerar) Jamais conseguirá se
livrar da máfia, sem ser com a morte. Desde que você nasceu e descobrimos
se tratar de uma garota, contratamos os melhores advogados para revisar toda
a constituição da máfia, e eles não acharam nada, para lhe liberar das
obrigações, há apenas uma cláusula que não permite que você seja a chefe da
máfia, pois vai contra a nossa lei. Então decidimos que você iria fazer direito,
para que lutasse por esse objetivo.
- Então não foi para livrar a cara de vocês. (Digo sem acreditar)
- Lari, temos os melhores advogados do país ao nosso lado para isso.
(Minha mãe fala o que eu sempre pensei, nunca entendi, então que objetivo é
esse para eu precisar fazer direito?)
- E que objetivo é esse?
- Pelas leis da máfia se você se tornar uma procuradora federal da
republica, ou seja, o maior cargo federal, não poderá liderar, pois uma pessoa
dentro da máfia não pode ter tanto poder assim. (Minha cabeça começa a
doer, serei obrigada a continuar nessa jornada se quiser sair desse inferno,
sinto minhas forças indo embora, eles dizem uma coisa e agora estão falando
outra completamente diferente, me sento enfrente a mesa do meu pai e fico ao
lado da minha mãe.)
- Porque tantas mentiras? Vocês percebem o tanto que estão me
confundido? (Sinto como se eu não soubesse quem realmente sou, tudo está
confuso.)
- Larissia, (Meu pai me chama e o olho com lágrimas no olhos, o que eles
estão fazendo comigo?) vou falar de forma simples então, esqueça isso de
identidade, morar em outro país, até mesmo se você denunciasse para mídia
nada iria funcionar, a máfia encobriria tudo em segundos e você só estaria
pedido para arrancarem sua cabeça expor em uma bandeja. (Agora entendo
por que ele riu quando propus o acordo, realmente não tem acordos.) O que
posso fazer por você é a tal delação para que sua consciência fique tranquila,
e posso lhe dar uma casa, caso não queira morar aqui, mas nada disso mudará
o fato de que, se eu não conseguir resolver esse problema a próxima líder será
você, a não ser que morra. Então arquitetei um plano com os meus homens,
mas para ele dar certo, preciso de alguém que saiba dialogar e persuadir de
forma que confunda a cabeça do federal, só assim teremos chances. E não
tem ninguém de confiança que saiba tudo isso a não ser você Larissia, eu
poderia mandar outra pessoa para espiar o local, mas sei que para cumprir
nossa missão preciso colocá-la para reconhecer o ambiente. Não foi isso que
me falou quando teve seu primeiro debate na universidade? Que só conseguia
articular se vivenciasse o ambiente? Não posso te colocar dentro da
delegacia, essa foi a única opção que pensei.
- Então era isso? POR QUE CONFUNDIRAM TUDO E NÃO FORAM
SINCEROS COMIGO?
- Nós não queríamos pressionar você filha, não queríamos que pensasse
que seria vida ou morte. (Minha mãe tenta apaziguar a situação)
- Não? Vocês acham que ameaçar meus funcionários e o local que sonhei
e demorei a construir não foi vida ou morte? (Lágrimas escorrem pelo meu
rosto.) Isso é tão injusto. (Sinto os braços da minha mãe me abraçarem)
- Não queríamos que passasse por isso meu amor, (Ela alisa meus
cabelos.) queríamos que tivesse uma vida normal, que pudesse sair como as
garotas da sua idade, e ser feliz, mas assim como você, seu pai não teve outra
escolha na época que foi obrigado assumir a máfia. Sei que deve estar nos
odiando, porém seu pai está tentando fazer o melhor para garantir um futuro
para você, por isso cobra tanto nos seus estudos, estamos tentando fazer
nosso melhor para que essa responsabilidade não recaia sobre você, mas
infelizmente isso aconteceu. (Suas lágrimas caem em meu rosto e vejo que
ela estar sendo sincera. Respiro fundo!)
- Então... (Me afasto dela e olha os dois) Por que vocês não me contam
exatamente o que está acontecendo, eu já entendi que aconteceu alguma coisa
e essa coisa está fazendo o conselho pressionar o papai, para resolver, senão o
cargo será passado para outro chefe. O que aconteceu? Vocês podem ser mais
específicos. (Vejo meu pai servindo outro copo de uísque e bebendo de uma
só vez.)
- Eu explico filha! (Minha mãe começa, mas meu pai interrompe sentando
em sua cadeira, seu semblante está exausto.)
- Eu falo, seu tio fez uma grande burrada. A máfia utilizou sua influência
para facilitar a transferência de um traficante conhecido do Rio de Janeiro
para aqui, a ideia parecia perfeita, estávamos precisando de um traficante de
alto calibre para dar conta dos negócios, pois o anterior foi pego pelo El
diabo, o delegado federal. Então trouxemos o traficante, no entanto, seu tio
combinou com os PM’s um certo valor, mas pagou bem baixo, para ficar com
o dinheiro. Então os PM’S não gostaram e denunciaram o esconderijo do
traficante. Porém, um deles acabou sendo indiciado, pois já estava sendo
investigado. E para se proteger o policial mencionou o nome do seu tio. E
com isso deu oportunidade para abrirem uma investigação contra a máfia.
- Mas se a culpa foi do Tio Aloisio, por que estão pressionando você.
- Seu tio já está tendo o julgamento dele pelo conselho, mas como o erro
foi um familiar do chefe da máfia é minha responsabilidade bloquear
qualquer informação, porém tentei fazer isso, mas o caso está nas mãos de
quem não podemos parar. Então se eu não conseguir parar as investigações e
desfazer o erro do seu tio serei acusado por meritocracia, a não ser que eu o
mate e todos os seus descendentes, para provar que não estou o protegendo
por ser meu irmão. Se eu não conseguir nenhum dos dois, serei desposto e
você assumirá.
- Por que vocês têm que resolver tudo com a morte? (Digo assustada)
Então não é só a minha vida que está em risco.
- Infelizmente não filha, não queríamos assustá-la. (Minha mãe diz)
- O que o senhor pensa em fazer? (Ele levanta a sobrancelha.) Eu não
deixarei matar Tia Carla e meus únicos primos por uma porcaria de
investigação, eu realmente espero que eles comecem uma investigação e que
tudo isso se desfaça. (Digo séria e ele me olha cauteloso) isso mesmo pai
prefiro ir lhe visitar na cadeia, do que em um cemitério, então eu desejo que
eles investiguem e consiga tudo que precisa para dar um fim na máfia. (Vejo
meu pai ficar vermelho) Mas, não será por este motivo, jamais deixarei o
senhor matar a única família que tenho só para me livrar da sucessão, e
também não pretendo assumir. Então vamos, me diga o que quer fazer. (Sou
sincera)
-Que tal conversamos sobre isso amanhã querida? Acho que foi muitas
informações para apenas um dia.
- Não mãe, eu preciso planejar o que fazer, então o que planeja pai?
- Precisamos usar a psicologia ao nosso favor, lembra quando você
seduziu descaradamente o nosso segurança há três anos atrás, para ir ao tal
show? (Nem me lembrava disso, concordo.) Você vai usar o mesmo jogo que
você fez, para tentar arrancar qualquer informação que ele tenha nossa,
digamos que você será como pequenas pistas jogadas no caminho para ele
trilhar, enquanto consigo dar um fim no depoimento do tal PM.
- Não seria mais fácil vocês entrarem lá?
- Aquela delegacia é uma fortaleza, policiais corruptos não entram lá,
infiltrar alguém é impossível.
- Como você acha que eu vou conseguir fazer com que ele diga o que
queremos? (Eu enganei um segurança idiota, não um delegado federal,
altamente habilidoso pelo visto.)
- É justamente essa sua missão, temos um plano que está sendo
arquitetado para pressioná-lo até ele entregar o que precisamos, mas você tem
a missão de negociar. Aquele dia que você fugiu para ir com sua amiga, o
segurança relatou tudo que você fez, o persuadiu e ainda usou da sua
imaginação carnal para conseguir liberação. (Sinto a vergonha me consumir,
meu próprio pai falando assim. Nem foi tanta coisa, apenas usei minha língua
para dizer tudo que faria com ele, caso me deixasse sair um pouquinho, eu
jamais imaginária que ele cairia na minha conversa.) Com o El diabo não vai
servir mexer na imaginação (sinto meu rosto ficar vermelho) ele é um cara
muito bem resolvido. Você terá que usar a mesma atitude do segurança, mas
com todo o seu diálogo e conhecimentos.
- Quando será isso?
- Precisamos arquitetar melhor, então uma semana no máximo
começaremos. (Vejo que seu rosto está bem cansado e me preocupo.)
- Ok! (Me levanto) Espero que não inventem mais nada. Estou indo para o
bistrô! (Não espero resposta e saio indo para o meu quarto, tomo um banho
rápido, coloco um vestido solto preto, com alguns detalhes vermelhos,
sandálias marrons, deixo meus cabelos soltos e finalizo com uma maquiagem
simples. E vou para o único lugar onde me sinto em paz de verdade.)
Chego ao pequeno e aconchegante restaurante, na verdade é um local
extremamente sofisticado, me inspirei nos bistrôs da França, o ambiente
simples e ao mesmo tempo requintado, faz sucesso e todas as noites cerca de
100 pessoas passam por aqui. Sorrio ao ver a única coisa que tenho certeza de
ser algo legal, olho o relógio e já passa das setes. Entro ao meu
estabelecimento e vejo que tudo já ocorre perfeitamente. Vou diretamente
para cozinha e todos já estão trabalhando a mil, cumprimento rapidamente
todos na cozinha e já visto meu dólmã, agora sim estar na hora de ser feliz e
vou para o meu mundo, a cozinha.
Mais um dia, e hoje me sinto totalmente aérea, a ideia de que minha vida é
apenas um fantoche para outras pessoas mexerem é frustrante, sinto que até
minha respiração pode estra sendo controlada por alguém. [Para de ser tão
dramática Larissia], minha majestade aparece da janela do seu castelo,
trajando um vestido longo preto que a faz parecer em luto. Isso mesmo vossa
alteza, estamos de luto, estou imersa em pensamentos, quando a voz de Malu
aparece me resgatando.
- Lari, você nem me ligou, deu tudo certo?
- Não amiga... são mais complicados do que pensávamos.
- O que houve? Sua cara não está das melhores.
- Depois eu te explico, aqui não dar, vamos almoçar primeiro?
- Sim, Caio já está na fila para nós, é tão sério ao ponto de parecer que
você acabou de voltar de um velório.
- Quase isso. (Forço um sorriso) Olha ali o Caio! (Sorrio acenando, e nós
seguimos em sua direção)
- Seus olhos até brilham quando fala o nome dele.
-Que nada, você sabe que somos só amigos! (Digo sincera) Talvez eu
tenha uma queda por ele, mas não passa disso. (Sorrio)
- Diga isso por você!
- Shiu! (Falo quando nos aproximamos)
- Aí estão as minhas belas, demoraram, aula de penal aposto?
- Isso mesmo! (Confirmo, entrando na fila)
- Você se acha o veterano só por que é um semestre a mais. (Malu
debocha e nós rimos.)
- Não se esqueça quem foi seu representante e deu todas as provas antigas
para estudar. (Ele fala prepotente... Prepo... Meus pensamentos rapidamente
retornam para o dia anterior, aquele cara deliciosamente arrogante. Quando
lembro das sensações que ele me fez sentir, um frio surge em minha barriga.)
Não é mesmo Lari?
- O quê? (Digo recobrando a consciência)
- Eu não sou o cara mais carismático desse mundo? (Ele rir pegando o seu
prato e o meu)
- Sim, sim! (Sorrio em gratidão)
- Tão exibido (Malu faz cara de enjoada.) Vamos peguem logo suas
comidas! (Pego e sentamos em uma mesa)
- Vocês têm aula depois? (Caio questiona)
- Sim, mas é apenas uma, estamos liberadas umas quatro!
- Que tal um chop?
- Seria ótimo, mas preciso terminar um trabalho. (Respondo)
- Oh, é mesmo, (Malu me olha) vamos terminar na cafeteria aqui perto?
Lá é muito bom! (Malu me olha)
- Que trabalho? Eu posso ir e ajudar vocês...
-Não... Ótimo! (Malu e eu falamos ao mesmo tempo e ela me olha curiosa,
e se ele estiver lá.) Seria bom ele nos ajudar com o trabalho de direito
internacional público, (ela me olha questionando, afinal ela sabe que preciso
me disfarçar e esse seria perfeito se eu já não tivesse planos...)
- Achei que iriamos terminar a leitura da fábula... (ela entende que não
quero que ele vá)
- Oh sim, quase esqueci, revolução dos bichos. Amanhã você nos ajuda
Caio, hoje é eu e Lari mesmo.
- Dispensado com sucesso. (Sorrio sem graça para ele, Caio é realmente
agradável, seus 1,80 de altura combinam perfeitamente com seu porte
mediano e cabelos castanhos, sua barba baixa, faz a figura perfeita de um
advogado, ele é bem cobiçado na universidade e confesso sempre tive uma
queda gigante, porém ele sempre viveu rodeado de garotas e eu nunca pude
sair, então não tive como investir. Mas nos dois últimos anos, nossa relação
se tornou mais intimas, viramos realmente próximos. Porém, mesmo tendo
uma queda por ele, o que senti ontem foi TOTALMENTE diferente,
despertou a mulher dentro de mim, me fez ir ao extremo, nunca senti isso ao
lado do Caio. O que estou dizendo? Nem sei se o verei novamente.)
- Não Caio, precisamos mesmo ficarmos sozinha, mas amanhã faço
questão da sua companhia. (Justifico gentilmente)
- Se você faz questão será uma honra.
- Já chega vocês dois, não é? Quanto açúcar! (Malu fala e sinto minhas
bochechas queimarem de vergonha.)
Nós almoçamos e logo em seguida, vamos para a cafeteria, o segurança
nos deixa na mesma rua do outro dia e descemos!
- Ah Lari, eu amo esse lugar, você realmente nunca veio aqui?
- Nem sabia que existia Malu! (Nós entramos e sinto meu coração palpitar,
mas o motivo não estar aqui, [o que você esperava Larissia?] minha
majestade questiona debochada.)
- Por que você não deixou o Caio vim, não seria melhor ainda?
- Sim, mas.... (A garçonete nos atende e fazemos o pedido.)
- O que você estava dizendo?
- Aconteceu uma coisa ontem, quando eu estava aqui um... (Meus olhos
automaticamente vão para a porta quando sinto sua presença, seus olhos
capturam o meu em instantes e me questiono se estou arrumada, sinto um
embrulho na barriga, Calma LARISSIA! Ele sorrir com o canto da boca, e
caminha em minha direção, sinto um nervosismo, o que eu falo.) Malu, você
vai precisar inventar uma desculpa e sair em... 3
- Está louca Lari...
- 2... 1...
- Boa tarde garotas, posso me juntar a vocês! (Ele me olha e seu sorriso
aparece, me vejo embriagada mais uma vez...)
Capítulo V
“Não sei se a vida é curta... não sei Não sei se a vida é curta ou longa
demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não
tocarmos o coração das pessoas.” - Cora, Coralina

Alex Aguiar
Chegamos na delegacia e os policiais já estão reunidos com o tenente
Robson. O cumprimento e ele me explica que receberam uma denúncia de
um galpão, onde está ocorrendo vendas de droga.
- Já mandou uma equipe verificar? (Questiono colocando o colete e o
equipamento necessário.)
- Sim, eles não entraram, mas informou que há uma grande movimentação
de carros pretos e saídas de toneladas de embalagens que parecem ser
cocaína.
- Quem denunciou?
- Parece que há uma fazenda vizinha, a proprietária achou estranho a
chegada de tantos carros e como ela detalhou suspeitamos de drogas. (Isso é
muito estranho) Investigador Millus puxe quem são os proprietários do
galpão e tudo que puder da tal família. Peritos nos acompanhe, Guilherme
você fica na delegacia, qualquer passo suspeito você está responsável para
dar a voz. É o seguinte agente, a invasão de anteontem trouxe alguns nomes
importantes na nossa investigação, e por isso os Vizzano estão em nossa cola.
Todo o cuidado é pouco, vocês sabem que o narcotráfico na cidade é
comandado por eles, então é uma ação tendenciosa. Quero todos
completamente fardados e equipados, iremos ver o que estão aprontando, isso
não é uma apreensão comum, entendido?
- ENTENDIDO SENHOR!
- Equipe 1 e 2 me acompanham, 3 e 4 ficam na delegacia caso necessite de
reforços chamaremos. Equipe 5 estão responsáveis pelo cumprimento das
tarefas já programadas e pôr fim a 6 quero uma ronda nas proximidades,
qualquer carro suspeito revistem, não precisam acionar nenhuma jurisdição.
Vocês sabem que trabalhamos independentes, caso algum policial militar ou
civil surja, a ordem é do Delegado Aguiar. Certo?
- SIM SENHOR!
- Então vamos lá viatura 01 e 02 saem primeiro, 04 e 05 depois! (Chamo
Guilherme e ele se aproxima.) Pode ser um contra-ataque da máfia, então
caso as coisas piores, você precisa recolher os policiais de folga. A escala,
está dentro da pasta preta em cima da minha mesa, acho que não chegará a
tanto, mas qualquer problema você os aciona. Não sei o que os Vizzano
pretendem.
- Pode deixar, eu controlo por aqui.
- Pronto El diabo? (Marcelo me questiona e eu carrego a minha pistola.)
- Vamos! (Espero a terceira viatura sair e entro, o carro anda em
velocidade máxima, o que vocês estão aprontando Vizzano?) Todos vão em
silêncio durante o trajeto, esse é o momento que cada um se reconhece em
seu interior, cada um com suas crenças, uns pedem proteção a alguma
divindade, outros olham fotos da sua família, um policial nunca sabe o que
vai acontecer no campo, então é o momento que tem para se assegurar sobre
seus papeis e funções.)
Após alguns minutos chegamos, dou as orientações de lugares e há duas
viaturas atrás do balcão, uma na esquerda e outra na direita e a minha no
meio. Observo a planta que Robson me entregou e vejo que estamos nos
pontos corretos. Faço a contagem em conjunto para ligarmos a sirene e a
invasão começa, seguimos juntos até os caminhões abastecidos e damos voz
de prisão para os motoristas.
- TODO MUNDO NO CHÃO AGORA! (Grito e imediatamente começam
um tiroteio de dentro do galpão.) Equipe 2 entrem agora. (Vou para a linha de
frente atirando com a metralhadora e uso o baú do caminhão como escudo.)
- Tem 15 homens dentro do galpão.
- Ótimo estamos em vantagem. T-24 armação! (Miro no teto do galpão e
vejo que há uma lâmpada dou três tiros na direção e em seguida jogo a
bomba de gás.) AGORA! (Saímos correndo dos esconderijos e entramos no
balcão, escuto algumas trocas de tiro e vejo que há alguns homens já rendido,
dois tentam escapar pelos fundos, mas consigo acertá-los com dois tiros na
perna. Estou indo na direção deles quando sinto uma dor no peito. Filho da
puta! (Olho para traz e vejo meu atirador, corro para traz de uma das
pilastras. Observo o lugar e vejo que ele está do lado esquerdo. Atiro no lado
direito até a arma precisar ser recarregada e quando isso acontece ele tenta
atirar, mas consigo acertar seu braço! Bingo!) LARGUEM AS ARMAS,
VOCÊS ESTÃO CERCADOS, DEITEM AGORA NO CHÃO COM AS
MÃOS PARA CIMA. (Vejo o meu atirador tentar pegar sua arma, mesmo
atingido.) EU DISSE PARA LARGAR A ARMA PORRA! (Atiro mais uma
vez nele e dessa vez miro em sua coxa. Imediatamente os demais que ainda
não estavam rendidos largam as armas.) Prendam e os coloquem em fileira na
pilastra principal. Agente Largos e Silva revistem o local, procurem qualquer
câmera. (Olho para Marcelo) Nenhuma prova! (Ele me entende e sai à
procura de câmeras com mais dois agentes.) Tragam os motoristas! Puxo uma
cadeira velha de metal e me coloco de frente a pilastra, onde os outros
agentes posiciona os criminosos. Tiro minha outra pistola do bolso e ponho
no chão, deixo o revólver e tiro o colete que recebeu a bala. Dobro minha
camisa até o cotovelo e dobro uma das minhas pernas apoiando-a na outra.
Essa sim foi uma boa invasão, sorrio comigo mesma. Espero pacientemente
os 5 agentes voltarem e os demais policiais fazem uma ronda por todo o
perímetro.)
- Chefe!
- Hum!
- Achamos isso aqui. (Ele me entrega duas câmeras)
- Estavam aonde?
- Entre as duas pilastras centrais.
- Tem mais alguma?
- Não senhor!
- Ok, vamos esperar os cinco chegarem. (Após 15 minutos Marcelo vem
com os quatro agentes e me entrega cerca de 10 câmeras.)
- Doze câmeras, por acaso vocês estão treinando para o big brother? (Me
levanto rindo.)
- Agente Martin, tudo limpo?
- SIM SENHOR! (Vamos começar os jogos! Sorrio estralando meus
dedos.)
- O que vocês acham pessoal, eles estão tentando entrar na casa mais
vigiada do Brasil? Peguem o de camisa vermelha, o homem que atirou em
mim. (Os policiais assim o fazem e fico de frente ao meu atirador.) Está
doendo? (Digo me referindo aos seus ferimentos e ele geme de dor.) Luvas!
(Marcelo me entrega) Estou lhe perguntando, está doendo. (Ele me olha em
fúria) Não vai responder? (Arqueio minha sobrancelha e me abaixo.) É a sua
última chance... (Aperto seu braço com força e o vejo tremer de dor.) Está
doendo... (Aperto mais um pouco)
- Vai para o inferno! (Ele cospe as palavras enquanto treme de dor, coloco
meus dedos dentro da ferida e ele parece começar a gritar desesperadamente.)
Eu sou El diabo, é meio irônico ir ao inferno, não acha? (Ponho mais meu
dedo e ele grita escandalosamente seu corpo inteiro treme.) Está doendo?
- SIM... SIMMM... (Ele grita, e eu dou risada.)
- Agora estamos começando a nos entender. (Retiro um pouco o dedo.)
Quem mandou vocês aqui? (Ele treme mais não fala nada, enfio novamente
meu dedo e consigo sentir a bala. Ele grita ainda mais alto.)
- M... (Ele tenta falar mais a dor consome.) Recado... (Vejo seu corpo ficar
pálido e paro, não posso matá-lo. Não agora! Retiro meu dedo.)
- Podem levar esse idiota, chamem a ambulância. (Dois policiais saem
levando o babaca.) Quem será o próximo? (Sento na cadeira e os olhos
assustados me observam. Pego o revólver no chão e engato) vamos mudar o
nosso jogo, eu pergunto e vocês falam, então ganham o direito de irem com
meus amigos ok? (Nada se ouve.) O último a ficar conhece o Carmem
Miranda. (Balanço o revolve) O babaca disse M. recado, vocês foram
enviados pela máfia? (Silêncio, ninguém diz nada.) Agente Silva escolhe um!
(O policial aponta para um homem que aparenta ter seus 28 anos.) Miro em
sua perna e atiro (Ele imediatamente grita.)
- Foi a máfia? (Pergunto mais uma vez limpando a Carmem Miranda)
- Sim, sim! (Um homem de camisa amarela grita desesperado.) Eles
mandaram um recado.
- Qual o recado?
- Não sei! (Observo a cara assustada do homem a frente e ele diz a
verdade.)
- Podem leva-los. (Digo) Quem é o rapaz do recado? (Mais uma vez
silêncio total.) Olha é só passar o recado e eu libero todo mundo, não se
preocupem a Carmem trabalha outro dia. (Novamente silêncio) Ok então!
Agente Santos, escolha um. (Ele aponta para um rapaz que parece ter seus 21
anos, suas mãos tremem tanto e me questiono se não é ele.) Ok, aponto a
arma e quando estou prestes a puxar o gatilho ele grita. Tárcio, (todos o
olham, menos um, sigo a caminho deste, um homem mais velho com a barba
por fazer.) Olá Tárcio, (aponto a arma para sua cabeça.) Se você tem um
recado para dar precisa entregar, não foi por isso que estão aqui? (Ele treme,
com certeza deve pensar que não o deixarei sair daqui após o recado.)
- Eu não tenho culpa de estar aqui... (Ele levanta seu rosto me olhando e
vejo seus olhos cheios de lágrimas.)
- O que você quer dizer?
- Minha família... (Uma isca... PORRA ALEX ELE É UM CIVIL, abaixo
a arma.)
- Por que você não avisou. (O analiso)
- Se eu abrisse a boca eles matariam. (Vejo seu olhar para baixo, apesar
das suas lágrimas serem verdadeira algo está estranho.)
- O que tem sua família Tárcio?
- Recado... (Ele vacila) O recado está no celular... (Ele mostra o bolso e eu
pego, não preciso destravar.) Aperte 1 e verá, (faço e uma ligação por vídeo é
iniciada, há três homens de ternos com uma família, uma mãe aparentemente
com seus 46 anos e dois filhos, um adolescente e um pequeno.)
- Me mandaram dizer para parar com as investigação ou inocentes vão
morrer. Desculpa amor, desculpa meus filhos, essa foi a única forma de
salvá-lo (Ele olha para a tela e em seguida se afasta do celular e começa a
convulsionar.)
- Envenenamento! (Grito tentando reanimar, mas a boca já começa a
espumar e ele morre ali mesmo.)
- Você ouviu! (Um dos homens de preto diz na tela.) Melhor parar ou...
(Três tiros são dados e a família vai ao chão.)
- FILHOS DA PUTA! Quem trouxe ele? (Grito com fúria)
- Não sabemos, o deixaram ai na frente! E apenas deram a ordem para
colocar a droga no caminhão e atirar caso a polícia invadissem. (PORRA!)
- Levem eles! (Ordeno para os policiais e me abaixo, procurando alguma
identificação do tal Tárcio, aqueles idiotas enganaram esse homem, filhos da
PUTA! A raiva me consome e encontro sua carteira, abro e há um bilhete...
“A primeira de muitas... eles são o proprietário da fazendo ao lado.”
Atenciosamente M. Vizzano
- Mandem uma viatura agora para a fazenda! (Minha cabeça começa a
latejar e sinto o impacto do tiro incomodar.) Mandem os peritos entrarem!
(Espero todos os criminosos serem colocados na viatura e autorizo levarem.
Entro no caminhão e abro as embalagens cobertas por fita isolantes e não
passa de grãos de farinha.) Dois policiais acompanham os motoristas, é
farinha, mas vamos levar o caminhão para perícia. Marcelo vem ao meu
encontro.
- Cara, não tinha mais ninguém lá, acabaram de informar. (Balanço minha
cabeça, eu vou pegar esses cretinos e vou acabar com cada um!)
- Já estão fazendo a limpeza no local?
- Sim, já estão vindo fazer aqui também. Podemos ir? (Ele me olha
preocupado) Cara, vamos pegar eles, não se preocupe.
- Quantas famílias serão mortas até nós pegarmos eles
- Mas você vai, é o El Diabo, esqueceu? (Saímos em direção a delegacia e
minha cabeça lateja. O que eu vou fazer? Esses filhos da puta não vão me
fazer parar. Eles mexeram com a pessoa errada, vou vingar a morte daquela
família ou não me chamo Alex Aguiar. Chego na delegacia por volta das
quatro e meia. Minha cabeça está mil, ver aquelas crianças levando um tiro
acabou comigo, sinto que estou prestes a explodir.
- Cara, que loucura foi essa? (Guilherme pergunta me entregando um copo
de água.) Não acreditei quando os policiais chegaram contando.
- Foi bizarro Gui, o cara do nada começou a espumar e em seguida a
família levando os tiros. (Marcelo conta.)
- Eu vou destruir um por um. (O ódio me consome) Esse M. Vizzano está
mexendo com a pessoa errada.
- Vamos te ajudar a fazer isso. Mas, olhando seu rosto, acho melhor
finalizarmos por hoje. Fazemos os depoimentos amanhã.
- Acho melhor, não estou com cabeça!
- E eu preciso encontra meu carro. (Marcelo diz tentando dissipar a tensão
na sala.)
- O meu também.
- Deixei no estacionamento da Butiquim, não se preocupem. Se quiser
posso deixá-los lá.
- Não, melhor você ir! Tia Carlota está a sua espera e ela é a única pessoa
que pode tirar esse seu olhar assustador. (Guilherme diz sério)
- Certo! (Guardo o distintivo e a arma, saio da delegacia. Quando estou
saindo da garagem, vejo os cabelos ruivos entrando na cafeteria, ao lado de
outra mulher. Não estou no melhor dia..., mas se ela deixar de vim, você
poderá não ter outra oportunidade. Encosto a cabeça no volante hesitante,
continuo saindo do estacionamento e posiciono o carro em frente a cafeteria.
Consiga o número Alex e você pode ir para casa.)
Desço do carro, e adentro ao estabelecimento, assim que passo pela porta,
meus olhos vão diretamente para os fios ruivos e assim como eu seus olhos
me encontram rapidamente, vejo que ela fala algo, pois delicadamente sua
boca se mexe enquanto nossos olhos estão fixos. Respiro tentando dissipar
atenção de minutos, você precisa ser agradável Alex. Sorrio quando me
aproximo e gentilmente cumprimento ela e sua companhia.
- Boa tarde garotas, posso me juntar a vocês! (Vejo a outra garota de
cabelos loiros e olhos castanhos me analisarem e percebo que ela me come
com o olhar, desculpa querida, sua amiga viu primeiro!)
-Sim, boa tarde... (a deusa ruiva aponta uma cadeira e sento.)
- Estava me questionando se cumpriria a promessa. (Fixo meu olhar nos
seu e a tensão está novamente presente.)
- Não lembro de prometer nada. (Ela morde os lábios e a vontade de
mordê-los em seu lugar me faz esquecer os acontecimentos.)
- Bom, gente... O papo está legal, mas infelizmente preciso ir. (Sua amiga
quebra a tensão entre nós e só então percebo sua presença.)
- Oh sim! (A ruivinha parece voltar a consciência) Essa é minha amiga
Malu e esse é o ... (Não trocamos nomes ainda, olho para ela com a
sobrancelha levantada e vejo que ela não sabe como apresentar.)
- Alex, (respondo em seu lugar) é um prazer conhecê-la.
- O prazer é todo meu... (Essa é diferente da ruivinha, enquanto uma é
sexy pelo mistério, ela é completamente direta. Vejo que as duas trocam
olhares.) Infelizmente preciso ir, até mais ver Alex! (Ela sorrir e pega sua
bolsa se despedindo.)
- Aqui estão os pedidos! (A garçonete entrega dois copos de café
americano e duas tortas de maracujá.)
- Acho que sua amiga fugiu quando me viu. (Digo me referindo ao
pedido.)
- Ela lembrou de algo...
- Pode dizer a verdade, você a mandou ir embora para me ter só para você,
não é?
- Sua prepotência não tem limite.
- E você não me respondeu. (Digo enquanto bebo a xícara de café e sinto
uma dor no peito, maldita bala!)
- Algum problema? (Ela me olha preocupada.)
- Não, apenas uma dor no ombro. Já que você está me enrolando para
responder que tal me dizer seu nome? Não vai dizer também?
- Larissia! (Ela fala enquanto leva um pedaço de torta aos lábios, minha
enxaqueca aumenta.) Você está realmente bem?
- Estou, por que?
- Seus lábios estão roxos, e seu semblante está péssimo se me permite
dizer. (Antes ter ficado no carro Alex)
- Acho que a enxaqueca está se misturando com a dor no ombro apenas
isso, mas estou bem.
- Você tem dores de cabeça direto? (Que porra de assunto é esse?)
- Sim!
- Elas são em cima dos olhos? (Como ela sabe?)
- Isso! Mas...
- Aqui! (Ela me entrega um potinho branco, leio e parece ser um
analgésico para dor de cabeça. Ela chama a garçonete e pede dois copos de
água.) Não se preocupe não sou uma (Ela para e me olha, logo sorrir)
psicopata. (A garçonete entrega a água e ela pega um dos comprimidos e
bebe.) Pode confiar, sinto constantemente enxaqueca esse remédio é um
milagre! (Como ela pegou aleatoriamente e tomou, faço o mesmo.)
- Você tem uma ótima maneira de fugir do assunto. (Sorrio, mas minha
cabeça me trai lembrando do celular.)
- Não estou fugindo, estou apenas impedindo que você arrume uma
desculpa.
- Desculpa para o quê?
- Já se esqueceu? O resumo sobre o livro. (Olho para ela descrente, como
consegue fazer isso, ela cortou completamente a tensão sexual entre a gente e
trouxe divertimento.)
- Revolução dos bichos, não sei se posso lhe contar.
- Por que não? (Ela me olha interrogativa e vejo sua boca se formar em um
bico, porra que mulher é essa?)
- Assim, você não teria motivos para aceitar meu convite.
- Que convite? (Ela me olha curiosa)
- O que você acha de passar uma tarde comigo, eu dou a minha palavra
que lhe conto tudo o que quiser.
- Você tem noção que acabamos de nós conhecer, não é?
- Sim, mas já sei tudo sobre você.
- É mesmo? Em um dia?
- Claro, seu nome é Larissia, tem 25 anos, faz direito na UFMG e tem a
boca mais linda que já conheci. (Vejo suas bochechas avermelhadas.)
- Só isso?
- Posso saber mais se você me permitir. (Fixo meus olhos no seu.)
- E se eu não permitir?
- Serei obrigado a aceitar, não faço nada que não queiram. (Digo sério.)
- Resposta correta! (Ela me olha com olhos brincalhão, anota algo e come
seu último pedaço de torta.) Você é um homem inteligente Alex! (Ela se
levanta pegando sua bolsa.) Dessa vez fica por sua conta, (Seus lábios são
novamente presos em seu dente e estou a ponto de beijá-la.) obrigada pela
companhia, se cuida... (Ela arrasta um pequeno papel amarelo em minha
direção e sai, vejo que há o nome do medicamento e um número de telefone.
Saio da mesa e puxo seu braço trazendo seu corpo para próximo do meu,
nossas bocas ficam perigosamente perto e sinto meu corpo explodir em
excitação. Respiro devagar e sinto seus pelos se arrepiarem. Aproximo ainda
mais nossas bocas, ela não se afasta e resisto a mim mesmo a não a beijar...)
- É melhor você se cuidar, eu posso ser bastante perigoso com garotas
malvadas.
- Eu adoro perigo. (Ela se afasta de mim e sai novamente me deixando
sozinho, eu vou enlouquecer com essa ruiva. LARISSIA... um belo nome,
pago a conta e olho o papel. Não sei que sensação é essa Larissia, mas sinto
que você se meteu em algo que não deveria... Entro no carro e vou para casa,
por minutos eu consegui relaxar e esquecer toda a merda que aconteceu, que
poder essa mulher tem? E por que ela tem que ser assim, tão... Irresistível!
Capítulo VI
Eu aprendi, que tudo o que precisamos, é de uma mão para segurar e
um coração para nos entender.” - William Shakespeare
Larissia Vizzano
Saio da cafeteria com o coração acelerado, o que esse homem tem que me
deixa toda vez assim? Puxo o ar tentando me concentrar e ando ao lado
oposto o qual estou acostumada. [Foca Lari, você precisa analisar] Minha
majestade chama minha atenção e eu respiro devagar, mantendo a
consciência. Olho para a delegacia e deixo cair meu estojo de lápis, desço
para pegar e observo os estabelecimentos até a delegacia, são duas lojas de
conveniência, ambas têm câmeras, um restaurante, o qual não parece ter
nenhuma, mas há um segurança. Pego o estojo e coloco na bolsa me
levantando, um pet shop e três lojas. Todas fiscalizadas por câmeras. Ótimo,
faço a volta e quando estou prestes a passar em frente a cafeteria vejo Alex
sair, espero um pouco e quando ele entra em um carro Jeep preto, espero até
o carro se distanciar e sigo o caminho, até a rua onde o segurança já me
espera, entro no carro e anoto no meu caderno, antes que eu esqueça, faço
algumas anotações e observações.
Chego em casa já passa das 18:00, subo as escadas e vou ao meu quarto,
preciso de um banho. A água bate gelada em meu corpo e o sinto tremer, mas
continuo parada deixando a água escorrer por minhas costas, não me permitir
pensar em nada desde ontem quando meu pai contou a verdade, e agora
parece que as coisas estão se tornando mais reais em minha mente, eu preciso
dar um jeito de parar essa investigação, pelo menos por esse motivo. Porém
antes de começar a pôr meus pensamentos em ordem, a imagem de dois olhos
verdes me vem à mente. Seu rosto caramelo, sua barba baixa... sinto meu
corpo agoniado. Pego o shampoo e passo em meu cabelo, aquele sorriso...
seus dentes são tão alinhados e brancos, como pode ter alguém com uma
beleza assim, simples... Massageio meu couro cabeludo e deixo a água levar
o sabão, seu olhar é tão viril, algo nele desperta um ser selvagem em mim,
quando estou em sua presença esqueço completamente que não passo de uma
garota virgem de 25 anos... Sinto minha intimidade estranha, como se ela se
contraísse, por que ele desperta isso em mim? Pego o condicionador e
despejo em minhas mãos, e em seguida espalho em meus fios ruivos, fecho
os olhos e consigo sentir seu hálito quente em mim, nossas bocas tão
próximas, seus olhos tão próximos... Minha cabeça doí e percebo que estou
puxando meus fios, Merda, balanço a cabeça e retiro o creme! [Seria uma
delícia ter a companhia do deus grego nesse banho, não acha] minha
majestade sorri maliciosa, e em seguida o imagino, com todos aqueles
músculos, deve ser uma visão perfeita seu corpo nu, novamente sinto minha
intimidade se contrair e meu corpo começa a implorar por algo. [Você o quer
Larissia] minha majestade rir elegantemente e eu lembro das palavras dele
sobre a saída repentina de Malu... “você a mandou ir embora para me ter só
para você, não é?” tê-lo só para mim, o imagino completamente sem roupa
beijando meu corpo, isso seria... [Enlouquecedor] isso vossa alteza, seria...
LARRISIA O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO. Eu acabei de o conhecer e já
estou pensando em sexo... É oficial, os 25 anos de abstinência está
começando a me cobrar. Desligo o chuveiro e me embrulho com a toalha,
estou saindo do chuveiro, quando me olho no espelho e vejo que minhas
rosáceas atacaram com tudo, pareço um camarão com bochechas rosas, bem
adulta você Larissia. Visto um vestido solto azul florido e escovo meus
cabelos. Pego o celular e noto que há milhares de mensagens de Malu, nem
lembrei de avisá-la, há cinco chamadas perdidas dela, sorrio, deve estar
morrendo de curiosidade. Olho minhas mensagens e não há nenhum contato
novo... Achei que ele estivesse com pressa em saber meu número.
Maturidade Lari! Ligo para Malu e desço a procura de Simone, Malu atende
no segundo toque.
- DONA LARISSIA!!! (Ela grita do outro lado da linha.)
- Calma Malu (Dou risada) não precisa gritar.
- NÃO PRECISA? (Ela continua gritando) ME EXPLIQUE O QUE
ACONTECEU? COMO ASSIM MALU VOCÊ TEM QUE INVENTAR
UMA DESCULPA E TCHAU? (Meu ouvido doí com seus gritos.)
- Se você parar de gritar, eu posso até explicar. (Continuo rindo)
- Sério, estou até agora parada sem entender o que foi aquilo... na verdade,
o que é aquilo. PORRA Lari, que homem é aquele, é de verdade? PUTA
QUE PARIU!
- Malu, dar para acalmar a borboleta? Eu estou tentando explicar, mas se
continuar histérica será impossível!
- Está certo, diga! Agora invente uma bela desculpa para não me contar...
(Entro na cozinha e vejo Simone preparando o jantar.)
- Malu, espera só um pouquinho. (Afasto o celular) Monie, eu acho que
criei uma nova receita para o bistrô, mas preciso da sua ajuda. Hoje
experimentei uma torta de maracujá divina, o que você acha de misturar um
creme de limão com a massa de maracujá e uma camada fina de biscoito.
- Nossa minha menina, uma explosão de sabores, mas você não acha que
pode ficar muito ácido?
- Pensei nisso, se eu fizer o creme macio, apenas com o leve sabor de
limão, a camada de biscoito cortaria a acidez.
- Se for um limão bem leve ficaria ótimo, com um chá verde gelado!
- Isso! (O prato começa a ser montado em minha cabeça.) Amo você
Monie! (Sorrio a beijando e ela rir de mim)
- Você está me atrapalhando garota. (Dou risada)
- Vou trabalhar na construção da sobremesa e amanhã começo os testes,
assim que consegui trago para você.
- Espero mesmo sua atrevida! (Saio da cozinha e sento na sala.)
- Malu?
- Larissia, você está pensando em morrer hoje? Como você interrompe
uma conversa séria por causa de uma sobremesa a me poupe não é.
- Desculpa Malu, (começo a rir da sua agonia) amanhã saio antes da
Simone chegar e precisava da opinião dela para começar os testes. Trabalho
em primeiro lugar amiga!
- Você me paga! Agora adianta desembucha logo. Primeiro, de onde vocês
se conhecem?
- Para falar a verdade nos conhecemos ontem.
-O QUÊ? (Ela grita) aquela tensão sexual toda como se vocês estivessem
em um embate silencioso foi criada com apenas um dia?
- Malu, você vai deixar eu contar? (Reviro os olhos, mesmo ela não
podendo ver.)
- Está bom, conta!
- Sim, não entendi, o primeiro dia que fui na cafeteria, assim que fiz o
pedido ele chegou recitando o livro daquele trabalho, eu estava lendo na hora.
- Ele conhece revolução dos bichos? Olha além de gostoso é culto...
- Você quer saber ou não?
- Ahhh certo continua.
- Perguntou se poderia sentar, eu não acreditei quando ele chegou na
minha mesa, fiquei totalmente sem reação, um homem daqueles chegar do
nada recitando um livro, então eu apenas disse que poderia e então ele falou
do livro e eu disse que não estava gostando, ele disse que foi um dos
melhores que leu e vou resumir, conversamos um pouco e ele me contou que
era formado em direito, falei que estava no último semestre, então ele falou
algum outro assunto que não me lembro agora e acabei dizendo que não
gostava do curso, preferia gastronomia, ele não acreditou que eu já estava na
segunda graduação, perguntou a minha idade , eu disse e ele falou a dele, 34
antes que me pergunte, não lembro direito, mas depois disso ele começou a
flertar descaradamente então o segurança me ligou, dizendo que já tinha
passado o horário que eu havia dito, então eu me despedi, mas antes de ir ele
pediu meu telefone eu disse que nos encontraríamos em breve. E foi isso...
- Larissia?
- Sim!
- Era você mesmo?
- Claro MALU.
- Amiga, você que tem experiência ZERO com homens, o único que vejo
algum desenrolar é com o Caio e mesmo assim isso só foi possível depois de
dois anos. Foi descaradamente flertada por um The Rock brasileiro, um
homem gostoso daqueles e ainda fez a pose mulher misteriosa... PORRA
CADÊ A LARISSIA QUE EU CONHEÇO? Você tem noção do que fez?
- O que? Você está exagerando, ele nem é tão musculoso quanto o The
Rock.
- Ah bom! Você lembra quando deu em cima do segurança? Foi preciso
um dia inteiro para você criar coragem para falar no telefone e agora você
simplesmente está me dizendo que agiu misteriosamente e como uma lady
sexy de frente, estou falando de frente, daquele homão da porra?
- Sim, eu nem vi a situação dessa forma Malu, apenas atendi a ligação do
Ricardo e saí!
- Amiga, os homens são extremamente instintivos, se ele foi até sua mesa
e como você disse jogou abertamente charme para você, você despertou o
interesse dele, digamos que é como se você oferecesse um chocolate a uma
criança pequena e quando ela ver e tenta pegar você retira e simplesmente
some. Está me entendendo?
- Sim..., mas não fiz de propósito!
- Isso não importa agora Lari, o que importa é que você aguçou o interesse
dele. E pela tensão de hoje, tenha certeza que ele pensa que foi proposital.
Larissia o que você sentiu, quando conversava com ele?
- Amiga, aquela voz dele.... me fez despertar um lado que eu não
conhecia.
- Que lado Lari?
- Eu queria manter seus olhos em mim. (Digo sincera)
- E qual foi o motivo de você não dar o telefone já que estava se
interessando também? (Boa pergunta) Você correu o risco de não o ver
novamente, sabe disso, não é? Se ele estivesse apenas de passagem?
-Sim, eu sei... (Digo pensativa)
- Então por que não deu o celular?
- Não sei dizer, apenas senti que era o certo.
- PUTA QUE PARIU LARISSIA, você é uma cretina, sua VACA! (Ela
começa a rir e gritar) Você é esperta garota, nem sabia o que estava guardado
aí dentro. (Ela rir ainda mais)
- Você está me fazendo parecer uma criança.
- Não Lari, desculpa, mas é difícil ver uma mulher da sua idade virgem, e
pelo visto, seu lado sensual está mais que aflorado, só precisa que você
explore mais. Estou feliz por você amiga, de verdade. Não que isso signifique
que você era menos mulher, não é isso, mas quando a mulher se descobre
como um ser sensual e passa a viver com seus instintos ela começa a ganhar
uma nova garra, digamos que você começa a construir uma nova versão.
Estou feliz por estar começando a enxergar dessa forma.
- Você sabe que não foi uma escolha.
- Sei amiga, eu sei, mesmo assim fico feliz por você. Mas, me fala uma
coisa, por que quando me apresentou hesitou em dizer o nome? Estava com
medo de mim? Você sabe que fizemos um pacto quando crianças lembra?
(Ela rir)
- Sim, você e eu não podemos gostar do mesmo garoto, quem ver primeiro
é a ganhadora. (Repito de forma infantil, e rimos) Eu não hesitei, só não
sabia.
- O QUE? NEM OS NOMES VOCÊS TROCARAM? AH VAI
PLANTAR BATATA LARISSIA.
- Sério, não deu tempo.
- Claro que não, a pergunta principal e não deu tempo. (Ela debocha e eu
dou risada. Meus pais chegam e imediatamente eu mudo minha postura, se
meu pai escutar que tem homem envolvido comigo, estou mais ferrada
ainda.) Se eu não tivesse aparecido vocês estariam na cama sem saber os
nomes. (Engasgo, ainda bem que eles não podem ouvir.) Lari? Larissia?
- Boa noite querida, não foi ao bistrô? (Mamãe pergunta e Malu parece
escutar sua voz pois fica em silêncio.)
- Não, hoje é o dia da pizza.
- Ah, quando o italiano toma conta da cozinha.
- Isso! (Sorrio) Boa noite Pai! (Digo vendo que ele está em silêncio e seu
rosto parece sério.)
- Oh filha, desculpe, boa noite. (Minha mãe me olha serena)
- Você sabe se o jantar já está pronto, querida?
- Quando cheguei Simone já estava preparando.
- Eu vou até o escritório, podem me chamar quando estiver pronto. Ele dar
um beijo em minha testa e sai.
- O que houve? (Olho preocupada para minha mãe e ela me responde
triste.)
- Você sabe que seu pai não mexe com pessoas inocentes, não é? (Afirmo
com a cabeça.) Hoje o conselho decidiu pressionar o tal federal e fizeram
algo que seu pai não concordou, prejudicando vidas inocentes (sinto meu
estômago embrulhar) mas como está em período de analise ele não pode fazer
nada. Seu tio prejudicou muito seu pai. (Minha mãe fala com raiva)
- Nós vamos resolver isso mãe. Como eles conseguem dormir sabendo que
há sangue inocente em suas mãos?
- Filha, ser da máfia, não foi escolha de nenhum membro do conselho, eles
simplesmente foram obrigados, uma escolha dos seus antepassados. Então
eles nasceram e foram criado no meio dessa vida para isso, foram criados
para matar e tomar conta do mundo do crime. Então alguns não tem a
sensibilidade da morte, nem mesmo seu pai tinha, isso só mudou quando
você nasceu, foi só então que ele percebeu o valor de uma vida. (Eu sei que
meu pai é um vilão, mas a vida inteira ele foi meu pai e eu o amo apesar de
qualquer coisa, sinto meu coração se apertar por ver sua situação.)
- Espero de verdade que tudo isso um dia acabe mãe.
- Para isso a justiça deveria ser confiável meu amor e ela não é! (Ela
deposita um beijo em minha testa também e sobe as escadas. Olho o celular e
vejo que Malu ainda está na ligação.)
- Você ouviu?
- Juro que não queria, mas ouvi sim.
- Meu pai está com uma cara péssima amiga.
- Apesar de ele ter encrencado com a nossa amizade no início, depois que
passei a visitar sua casa, eu sempre gostei dele.
- Não parece ser um criminoso, não é? (Digo com pesar)
- Sim, mas é como sua mãe disse Lari, ele não teve escolha.
- E talvez eu também não.
- O que você quer dizer com isso?
- É uma longa história, mas lembra a história que te falei sobre porta voz?
- Sim!
- Se eu quiser continuar com a minha vida normal, eu preciso fazer muito
bem, na verdade tenho a missão de fazer o impossível, ou terei que ocupar o
lugar do meu pai.
-O QUÊ?
- Isso mesmo, (Dou uma risada sem graça) mas eu vou te contar melhor
quando tivermos oportunidade.
- Tudo bem, mas saiba que estou aqui.
- Eu sempre soube amiga, agora eu vou desligar, preciso jantar.
- Calma, antes me conta o que houve hoje? O nome você já sabe graças a
mim.
- Depois eu conto Malu, o senhor Vizzano está aqui.
- Mas, rolou o celular pelo menos?
- Sim! (Começo a rir, ela sabe como mudar meu humor.)
- Isso! Já trocaram mensagens? Ver se me conta tudo agora.
- Pode deixar e não ele ainda não mandou mensagem.
- Então manda, essa história de mulher não ter atitude é passado.
- Eu não sei o número dele.
- Larissia e suas surpresas, eu nem vou perguntar como isso aconteceu.
(Ela rir) Vai jantar, vou ver o que faço para comer, beijos sua quenga.
- Beijos, vaca! (Desligo o celular rindo, essa menina é realmente a alegria
em forma de gente. Vou até a cozinha e vejo que Simone começa a pôr a
comida na mesa e eu a ajudo. Mamãe aparece logo depois e em seguida meu
pai.)
- Como foi o dia hoje meu bem? (Dona Camila me pergunta)
- Bem mãe, nada de novidade, quero dizer... experimentei uma torta de
maracujá que me deu uma excelente ideia.
- Qual? (Ela pergunta entusiasmada)
- O que você acharia de comer uma sobremesa de torta de maracujá com
um creme macio e bem leve de limão, com uma camada de biscoito,
acompanhado de um gelado chá verde.
- Aí filha, me deu água na boca, eu não sei a quem você puxou com esses
dotes culinários.
- Sua mãe sempre foi uma negação na cozinha. (Meu pai comenta mais
relaxado.) Mas não conta para ela. (Ele finge segredo e nós rimos.)
- Simone é a culpada.
- Eu? Não mesmo, você que passou a infância toda me olhando no fogão.
- Lembra Monie, quando eu quis fazer o bolo de chocolate com avelã?
- Como não lembraria? Um trocinho de 7 anos fazendo bolo, queria a todo
custo jogar avelã na massa.
- E não é que deu certo! (Mamãe rir) Aquele bolo foi uma surpresa.
(Comemos lembrando das minhas receitas atrapalhadas quando criança,
acabamos o jantar e Simone sai nós deixando com xícaras de café e chá.
Estamos confortáveis, até meu pai me olhar e ficar calado.)
- O que foi pai?
- Não quero estragar nosso momento, mas você conseguiu alguma coisa
hoje?
- Fiz o reconhecimento, e todos os estabelecimentos tem pelo menos uma
câmera e o que não tem, há um segurança. (Digo tranquila, não tenho como
fugir dessa situação, então é melhor aceitar.) Você pensa em fazer o que de
fato?
- Estava pensando em acompanhar o dia-a-dia do federal e pressioná-lo
usando sua família. (olho séria) Não derramarei sangue inocente filha, não se
preocupe. (Ele diz sério e eu percebo a tristeza em suas palavras.) Digo
sequestro, ou ameaça de sequestro... Você seria a negociadora e tentaria por
meio da conversa descobrir até onde eles sabem de nós.
- Por que não terminamos de relaxar primeiro? (Minha mãe pergunta, mas
sinto urgência, meu pai está completamente abalado e preciso expor minha
ideia.)
- Eu pensei em outra coisa pai... (Todos me olham surpresos) Quando
estava lá, não vi movimentação ao redor da delegacia, ou seja, eles só saem
quando tem missão, então podemos montar uma equipe de vigilância, em
cada ponto estratégico, seguindo o seu raciocínio, porém pensei no
psicológico que o senhor mencionou e agora penso que realmente minha
ideia será melhor. Você monta sua equipe e eles me passam as informações
que eu pedi, então utilizarei o jogo do adivinhe quem sou eu... (Ele levanta as
sobrancelhas) Primeiro iremos fazer a primeira ligação quando a equipe
estiver se estabelecido, mas não quero uma equipe humana, utilize a
tecnologia ao seu favor, precisamos de um excelente hacker, podemos fazer
das câmeras nossos olhos, pois quero saber a roupa que o tal homem está
usando, quantas pessoas estão dentro da delegacia, informações que façam
eles saberem que estão sendo observados... a cada dia, eu direi algo sobre a
sua vida (Lembro do filme que assistir, quem diria não é Larissia). Ele ficará
completamente em fúria sem saber por onde estamos o olhando, então após
uns 5 dias nesse jogo, o sentimento de ameaça é o mais enlouquecedor para
um humano, então após isso faço a primeira abordagem direta, um
interrogatório, iremos semear e colher informações, tenho certeza que há
algumas coisas que você pode abrir mão para conseguimos persuadi-lo. O
terceiro passo será as ligações noturnas, onde tentarei persuadir para
encontrar suas falhas, com toda certeza ele tem, então iremos privá-los do
sono e trabalhar com as suas falhas... Por fim, com o psicológico totalmente
fragilizado, usaremos a sua incapacidade legislativa, para o destruir como
profissional, e assim.... (Omito o verdadeiro último passo.) Faremos uma
troca, ele mesmo nos entregará o depoimento do PM. E você embarga a
promotoria e nós oferecemos algo que ele queira.
- Como o que?
- Listas! (Digo séria) Nomes de políticos corruptos, (meu pai me olha
assustado) retire todos os seus aliados, e jogue na cova dos leões. Assim ele
verá que é mais vantajoso perder um político e ganhar dez!
- Mas eles podem testemunhar contra a máfia.
- Não será sua responsabilidade senhor Marcus, foi uma investigação do
federal, nesse caso é responsabilidade do conselho e não sua...
- Se o conselho souber...
- Não vai, haverá apenas quatro pessoas que saberá disso, o hacker, eu
você e mamãe... Utilizando o hacker, nem mesmo seus seguranças precisam
saber. Apenas escolha com sabedoria, e para ser mais exata, nem mesmo ele
irá saber da troca, ele apenas acompanhará as ligações.
- Quando você pensou nisso querida? (Minha mãe me questiona
assustada.)
- No caminho para casa.
- Isso é bem arriscado Larissia. E se isso não der certo?
- Vai dar pai, isso é psicologia pura, todo ser humano sofre com os ataques
psicológicos é a única fraqueza que todos temos em comum.
- Não... (Meu celular vibra e eu pego, número desconhecido, sinto meu
coração acelerar. Abro a mensagem e sinto minhas pernas tremerem...)
“Desculpa o retorno tão tarde, mas não pude antes.”
“Acho que foi um erro pegar seu telefone, não conseguirei dormir, tendo
uma foto sua tão perto.” (Sorrio, ele sabe ser fofo.)
- Filha? (Minha mãe me chama.)
- Oi? (Eu preciso responder à mensagem, não presto atenção na conversa e
simplesmente digito rápido.)
“Então acho que terei que bloqueá-lo para devolver suas noites de sono.”
- FILHA! (Minha mãe chama a minha atenção e eu reparo o que estou
fazendo, abaixo o celular.)
- Desculpem, estava resolvendo um negócio da universidade.
- Rindo? (Meu pai questiona, curioso e observador)
- Sim, (O que eu falo) uma colega fez um comentário engraçado, mas
podem continuar.
- Não é nada demais, seu pai disse que vai seguir seu plano. (O olho)
- Talvez não der certo, mas essa é uma boa jogada! (Ele pisca para mim)
Você leva jeito filha. (Fecho meu semblante imediatamente.)
- Nunca mais repita isso pai, estou fazendo isso para me livrar do cargo, é
uma questão de vida ou morte, então darei o meu melhor, apenas por isso.
(Meu celular vibra umas três vezes.) Licença, vou para o quarto, tenham um
boa noite. (Dou um beijo no topo da cabeça do meu pai e em seguida da
minha mãe e saio. Entro no quarto e abro a mensagem, é ele mesmo!
“Você está completamente proibida de fazer isso.”
“Mas se quiser resolver meu problema com sono tenho uma boa ideia.”
(Uma excitação corre pelo meu corpo e eu apenas digito)
“E qual seria?” (A resposta chega em seguida.)
“Basta dormir comigo” ...
Capítulo VII
“A lei da gravidade não pode ser responsabilizada pelo fato de uma pessoa cair de amores
por outra.” – Albert Einstein
Alex Aguiar
Saio da cafeteria e vou em direção a minha casa, sinto minha cabeça
começando a aliviar e acho que o remédio começa a fazer efeito. Faço o
trajeto rapidamente, e estou em frente ao apartamento, que dia! Lembro do
sorriso da ruivinha, que agora tem nome Larissia... tão belo quanto a própria
dona. Sorrio entrando na minha casa e já avisto minha mãe sentada
assistindo.
- Boa noite dona Carlota! (Digo indo ao seu encontro e repouso minha
cabeça eu seu colo.) Não precisava ter me esperado.
- Como não, seu moleque atrevido? (Ela bate de leve em minha cabeça e
sorrio.) Vocês saíram tão rápido que eu fiquei aflita aqui.
- Já deveria estar acostumada mãe. (Fecho os olhos e sinto minha cabeça
relaxando aos poucos, o cansaço bate com força em mim e aos poucos vou
perdendo a consciência e adormecendo.)
Me desperto e vejo que a casa está em completo silêncio, minha cabeça já
não dói, procuro por dona Carlota, mas ela já foi deixando apenas um bilhete
avisando sobre o jantar estar pronto. Sorrio involuntariamente, eu amo essa
mulher, tenho certeza que meus pais a enviaram para me proteger e cuidar de
mim. Vou até a geladeira e vejo uma tigela de sopa, pego o recipiente e
ponho no micro-ondas. Quando apita, pego meu “jantar” e me sento na mesa.
Olho o celular e já passam das onze e meia. Lembro-me de Larissia, pego o
bilhete no bolso da calça, digito rapidamente seu número e salvo. Enquanto
como, abro o aplicativo de mensagens e procuro seu número recém
adicionado o encontro e antes de enviar qualquer coisa, abro sua foto. O que
nessa mulher? É a mistura das deusas Afrodite (deusa do amor, beleza e sexualidade, de
acordo com a mitologia grega) e Ástrea (deusa da justiça, inocência e pureza, de acordo com a mitologia grega.)
não sei explicar com palavras, e essa foto apenas demostra isso, ela está com
os cabelos presos em um rabo de cavalo alto, e no seu rosto há a presença de
um óculos de grau que se encaixa perfeitamente em seus olhos, seu semblante
está pensativo e ela está em um banco aparentemente lendo, sua blusa deixa
evidente os seios fartos, é como se ela fosse sexy, apenas sendo ela.... Essa
mulher guarda a inocência e a sensualidade com ela. Disperso os
pensamentos e volto minha atenção para seu perfil, seu nome está apenas
preenchido por um L.M, creio ser seu sobrenome, e em recados uma frase em
inglês “Belive in yourself” – Acredite em si mesmo. Saio e volto para as
conversas, penso rapidamente como me apresentar e opto por algo
completamente descontraído, como se já obtivéssemos contatos.
“Desculpa o retorno tão tarde, mas não pude antes.”
“Acho que foi um erro pegar seu telefone, não conseguirei dormir, tendo
uma foto sua tão perto.”
Mando as duas separadamente e logo vejo a confirmação de leitura, mas
ela ainda não responde, estranhamente sinto uma excitação estranha. Alex,
você não é a porra de um garoto adolescente, por que ela me deixa assim,
parecendo um idiota? Após alguns segundos sua resposta chega e eu não
consigo controlar a satisfação.
“Então acho que terei que bloqueá-lo para devolver suas noites de sono.”
Ela sabe como me provocar, ruivinha não seja tão má, pois eu não tenho
piedade. Digito uma resposta e desça vez tento jogar o charme em ação.
“Você está completamente proibida de fazer isso.” Nem tente ruiva, agora
quero ver você escapar. Envio outra mensagem.
“Mas se quer resolver meu problema com sono tenho uma boa ideia.”
Farei você dormir pensando em mim, meu ser selvagem ataca com todo o
fervor.
“E qual seria?” Ela pergunta e rapidamente escrevo minha ideia.
“Basta dormir comigo” Direto e eficaz, se acostume ruivinha, não sei o
que essa mulher fez comigo, estou completamente enfeitiçado, sou penso em
tê-la. Ela visualiza mais não responde nada, até que sua mensagem chega.
“Dormir? Essa é a sua solução?” Filha da mãe, ela realmente está tentando
me provocar e eu responderei a altura.
“É só uma desculpa.” A instigo
“Para quê?” Eu tinha certeza que ela iria perguntar.
“Para não dizer diretamente, que estou louco para ter você por uma noite.”
Espero sua resposta, mas essa demora. Termino a minha sopa e lavo o prato,
quando volto há uma mensagem.
“Não apenas diga, faça acontecer!” E é isso, estou dizendo que essa
mulher é totalmente provocadora. Olho o relógio e são quase meia noite,
aperto em ligar e ela atende no segundo toque.
- Aonde você está? (Digo sério.)
- O quê (Ela parece não entender, não foi você quem começou?)
- Me diga aonde você está que eu faço acontecer. (Ela engasga pelo
telefone.)
- Você só pode estar maluco, (escuto sua risada, que delicia sua voz ao
telefone, o seu tom macio me faz enlouquecer em pensamentos) são o que?
Meia noite?
- Isso não é um problema!
- Você realmente não é normal? (Escuto novamente a sua risada.)
- E você não deveria me provocar...
- Quando fiz isso? (Ela finge inocência.) E então sua enxaqueca
melhorou? (OI? Que giro de 180 graus é esse que ela faz em uma conversa.
- Então é assim que você faz? Puxa e solta ruivinha... (Digo a provocando
e escuto um suspiro baixo.)
- Não... (Sua voz fica baixa e percebo que um pouco rouca.) Eu realmente
admiro sua sinceridade. (Ela pausa) E adoraria fazer tudo o que diz acontecer,
mas para isso você iria ter que me mostrar que não passa de homem louco
para me foder... (Ela diz sem nenhum filtro, é assim que eu gosto) Então eu
puxo para saber até onde você vai.
- E onde você pretende ir? (À questiono)
- Eu? (Ela não me entende e eu caminho para o quarto, nem tomei um
banho desde que cheguei.)
- Sim, você não pontua bem seus desejos. Consigo sentir sua voz rouca,
posso apostar que suas pernas estão contraídas tentando aliviar o tesão...
(Falo devagar e baixo) sinto sua necessidade em cada suspiro, sabe por que?
(Não espero resposta.) Porque me sinto da mesma maneira, sim você está
certa eu quero fuder com você, esse é realmente o termo, mas não é como se
você também não quisesse, eu consigo sentir que quer... (Paro
propositalmente e vejo sua respiração um pouco ofegante.) Então eu lhe
pergunto até onde você pretende ir? (Ela fica em silêncio, a assustei?)
- Você é realmente bom com as palavras. (Ela quebra o silêncio após
alguns segundos) Me rendo, minha intenção não era provoca-lo mais você
começou, então não me restou alternativas (Ela rir) e sobre onde pretendo ir...
eu adoraria ir à onde você quer. Mas, por sua postura percebo que seus anos
de vivência foram vividos dessa forma deliberada. Porém, como eu disse não
sou de gostar de qualquer coisa, não pense que sou romântica ou nada do
tipo, não espere isso de mim. (Ela rir, e nesse momento começo a vê-la
apenas com o olhar da pureza e inocência.) Mas eu preciso saber com quem
estou indo para cama, ou melhor, quem está me fudendo. É apenas alto
preservação, não me entenda mal. (Ela não está me dispensando e nem
enrolando, foi apenas direta. Porra, essa mulher é realmente surpreendente, é
isso seres humanos do século XXI, é assim que se ache, dizendo o que
realmente se quer.)
- Eu jamais lhe descreveria de maneira negativa, Larissia você é realmente
uma caixinha de surpresas. Eu prefiro que as coisas sejam claras assim
mesmo. (Dou risada, por alguns segundo me sinto idiota, mesmo que com a
conversa tendenciosa e olhares profundo, eu agi como se tivéssemos nos
conhecido em uma balada, onde eu costumo dizer, sexo sem compromisso,
topa? E se a mulher topar é isso... mas esse não foi o caso, eu realmente me
interessei e parece que esse interesse a cada dia aumenta.) Nos conhecemos
em dois dias, e já vi que você é madura em seus posicionamentos. Então o
que me diz de marcamos a nossa tarde?
- Você pensou em um dia?
- O que você acha deste final de semana? (É daqui a um dia)
- Está um pouco em cima, não?
- Eu realmente estou interessado em você Larissia, e acho que quanto mais
o tempo passa, mas eu a quero conhecer. (As palavras escapam e sinto uma
sensação estranha. O que é isso Alex?) Você não?
- Sim! Então ok, vamos marcar no sábado à tarde. Você vai me dar o
resumo, não é?
- Estou começando a achar que nossos interesses não são os mesmos.
- Possa ser que sim! (Ela rir) Onde seria essa tarde? (Quando propus o
convite na cafeteria, meus pensamentos envolviam minha casa, minha cama.
Mas agora estou começando a reformular algumas coisas e digo
espontaneamente.) Você já foi ao Lago da Pompunha? Desde que voltei de
viagem não tive a oportunidade de ir até lá? Mas com certeza você deve ir...
- Não. (Ela me interrompe. Como assim ela nunca foi, será que ela sempre
morou aqui?) Apesar de ter 25 anos, meus pais sempre foram bem rígidos na
minha criação, então não conheço muita coisa da cidade, apenas o mercado
central, pois virou minha segunda casa desde que comecei a fazer
gastronomia.
- Ah sim! Já eu nunca fui ao mercado central, que tal fazermos um
turismo?
- Nossa seria muito bom. Mas... (novamente ela se cala)
- Se quiser pensamos em ...
- Não! Acho que está ótimo. (Ela fala entusiasmada)
- Então combinado, sábado as três horas. Não invente desculpas!
- Pode deixar professor! (Ela fala como um soldado e eu dou risada da sua
jovialidade.) Mas... e você a enxaqueca parou?
- Oh sim, aquele remédio é realmente bom, estou me sentindo ótimo. Você
sente constantes dores também?
- Sim, já fui ao médico e parece ser estresse.
- Você? Tão nova? (Ela parece ser uma pessoa totalmente calma.)
- Sim, não que eu seja estressada, não é isso. Mas, meu dia-a-dia é
bastante tenso.
- E mesmo assim você insistiu em uma segunda graduação.
- Para você ver! Apesar de ser um analgésico natural, esse remédio que lhe
indiquei, vá ao médico, não se pode saber se você se enquadra em estresse.
(Com certeza sim ruivinha, você não tem noção.)
- Então aprendiz... Você pretende fazer medicina também? (Digo relaxado
e resolvo tirar a roupa, eu preciso do banho.)
- Chega de graduações. (Ela responde rindo)
- Você pode me esperar um pouco? (Digo já entrando no banheiro.) Irei
tomar banho, se quiser fazemos uma chamada se quiser conhecer não só a
mim.
- Tem certeza que você não é um pervertido? Acho que terei que usar
meus conhecimentos acadêmicos para fazer uma longa investigação. Não
obrigada, o horário já está avançado e eu ainda sou uma estudante, esqueceu.
Melhor eu ir. (A vontade é fazê-la ficar, foi tão bom ouvir a sua voz, me sinto
outra pessoa, minhas células parecem que levaram um choque de adrenalina.)
- Tudo bem, agora que tenho seu número posso deixar ir.
- Não seja um stalker ou realmente abro uma investigação... (Ela fala tão
divertidamente e não faz ideia que o único com poder para isso sou eu.)
- É você que irá me prender?
- Boa noite professor! (Ela diz debochada)
- Boa noite aprendiz! (Sorrio sozinho, devo estar ficando louco, a ligação é
encerrada e eu entro no banho. Apesar do caos que foi o dia hoje, estou feliz
pela ligação, acho que preciso de algo assim para me reestabelecer todos os
dias, tomo um banho demorado e saio do chuveiro com os pensamentos a
mil. A ruivinha não só fortaleceu minhas células, como me fez esclarecer
muitas coisas em minha cabeça, vou ao meu quarto de planejamentos. Isso
mesmo, eu tenho um quarto que parece um arsenal de armas, com um grande
quadro no meio, é aqui que eu arquiteto as piores invasões, e outras
abordagem. Imediatamente ponho tudo que minha cabeça formula no quadro
e deixo ela me guiar, o cansaço bate por volta das três horas, mas quando
olho o resultado, vejo que meus neurônios fizeram um belo trabalho. Tiro a
foto, enviando diretamente para a impressora e vejo o material que utilizarei.
Obrigada Ruivinha, você era o gás que eu precisava.
Chego na delegacia as nove e o movimento está normal, entro na minha
sala e já vejo Guilherme em seu posto.
- Bom dia Gui! (Ponho meu blazer na cadeira, retiro os óculos escuros e
coloco o distintivo.)
- Bom dia! (Ele me olha curioso.) Você está bem?
- Por que não estaria? (Sorrio e dobro a camisa até os cotovelos como já
de costume.)
- Eu jurava que chegaria cuspindo fogo depois de ontem. Mas você parece
de bom humor.
- Vamos protocolar o pedido de investigação e começar a força tarefa.
(Sento em minha mesa e ligo para o tenente Robson. Ele atende.) Convoque
todos os agentes, até mesmo os de folga, assembleia as dez e meia em ponto.
(Ele confirma e eu desligo.)
- O que você está pensando Alex? (Ele me olha como se eu fosse um
louco.)
- Ontem foi o início, então acho bom nos prepararmos.
- Tem certeza que vai começar mesmo?
- Já deveríamos ter começado! Ontem uma família morreu por ameaça,
como eles acham que ficarei calado após isso? Eles se acham deuses? Não
mesmo, ontem foi uma família, há anos tem sido centenas, agora é por honra.
- Tranquilo, você sabe que topo tudo! (Ele rir) espera a promotoria, ou vou
até lá?
- Não! Deixa-os acharem que estamos esperando, vou montar a força
tarefa, com ou sem autorização. Se eles não me derem eu consigo com o
Robert. (Marcelo entra na sala.)
- Assembleia?
- Sim! (Guilherme responde digitando em seu computador.)
- Sobre o que?
- A força tarefa será montada, preciso organizar como ficaremos.
(Respondo)
- Achei que tinha ficado em choque, após aquilo.
- Não é a primeira vez que alguém morre em minha frente Marcelo!
(Reviro os olhos) eles me fizeram ter ainda mais motivos para dar um fim.
(Sorrio com toda a força do meu ódio.)
- Então, qual será o esquema? (Ele pergunta, se sentando em minha
frente.)
- Simples... (Conto tudo que passei a noite inteira juntando. Enquanto vou
preparando a apresentação.)
Às dez e meia estou na garagem, o único lugar que pode comportar todos
os 80 agentes. Todos estão de pé em sentido, e vejo os olhos da minha
equipe, homens altamente qualificados e competentes. Ótimo, nós
improvisamos um quadro branco para as informações serem repassadas.
Agora é com você Alex!
- BOM DIA AGENTES! (Dou a voz e eles respondem.) Bom, não serei
formal hoje, desde já peço desculpa aos policiais que estavam de folga. Mas
era necessário, que todos estivessem presentes. Como vocês já sabem a máfia
está na nossa cola desde a invasão de contrabando. E algumas coisas irão
mudar, desde a minha entrada há 5 anos tentei estabelecer uma equipe de
confiança e hoje posso dizer que temos o pelotão mais preparado e confiável
em território nacional, e vocês sabem disso! Então eu tenho confiança que
todos aqui sabem exatamente a importância de capturarmos os Vizzano, e
como deveremos ter sangue nos olhos para não cedermos a suas investidas.
Meus métodos de ataque são completamente diferentes do que a legislação
dita, mas sabemos que a própria lei brasileira é injusta, mas nessa delegacia
presamos a justiça independente do legal ou não. E por isso adianto que
iremos com tudo para cima deles, porém para que nosso trabalho seja perfeito
e não prejudique a população que precisa da nossa proteção preparei uma
divisão. Irei dividir nossa equipe em 3 a equipe responsável pelos casos
cotidianos e rotineiros nível 1 e 2, os casos mais perigosos, nível 3 e 4, os
quais ficarão responsáveis por invasões necessárias e pôr fim a força tarefa da
operação: Vizzanos. Pensei em escalar vocês, mas não quero classificar
ninguém, então deixarei tenente Robson como responsável pela equipe 2 e
tenente Millus pela equipe um e a força tarefa sou eu. Serão 25 agentes na
equipe um, 30 agentes na equipe dois e 25 na força tarefa. Então retirando os
dois tenentes temos 24 vagas para a equipe um, 29 na equipe dois e os 25 da
força tarefa quem ficará? Se organizem em filas. (Eles vão se organizando e
percebo que os policiais que são casados e têm filhos, optam pelas duas
primeiras, eles sabem o que significa abrir fogo contra a máfia. Com toda a
equipe separada. Dou alguns avisos de segurança e passo alguns protocolos e
ao meio dia os libero. Convoco os policiais da força tarefa a termos a
primeira reunião hoje, pois preciso passar tudo que planejei, estou retornando
a minha sala quando meu celular apita. Olho o número e involuntariamente
sorrio, mas logo desfaço, estou no meu local de trabalho. Abro a mensagem e
estranhamente me sinto bem.
“Estou pensando que tipo de cara você é.... bichos tomando o poder dos
homens... esses são seus gostos?” Ela voltou a ler o livro? Entro em minha
sala e digito uma resposta.
“Você entenderá quando finalizar! Já almoçou? Quer me acompanhar?”
Envio, mesmo sabendo que Marcelo foi comprar e me questiono se não estou
ultrapassando os limites.
“Ainda não, mas estou na universidade, quem sabe outro dia.”
“Irei cobrar” (Não insisto e envio outra mensagem) “Acho que você me
enfeitiçou, não consigo parar de pensar em seus lábios tão próximos ao meu.”
(E o Alex sedutor entra em jogo novamente.)
“Eu poderia dar margem a sua imaginação, mas isso iria aguçar a minha e
nesse momento estou no meio de uma aula de direito eleitoral.” (Minha
ruivinha sendo astuta como sempre.)
“Qual o problema de pensar em nossos lábios se encaixando, ao invés de
pensar em ocupação de cargos eletivos. Só pense em mim ocupando a sua
boca...” (Ela demora um pouco para retornar a mensagem e vejo Marcelo
chegando com o almoço. Assim como ele, Guilherme entra e colocam a
comida em cima da mesa, um simples macarrão com camarão e alguma coisa
que não sei. Pego a minha, mas escuto meu celular apitando, vou até a mesa o
pegando, é ela. Abro a mensagem.
“É só a minha boca que você quer ocupar?” Porra de mulher provocativa!
- O que foi Alex? (Guilherme pergunta)
- Está parecendo um idiota sorrindo para o celular. Cara, não vai me dizer
que é a ruiva? (Marcelo brinca e eu volto para a minha comida com meu
celular.)
- EEEEEEEEEEEE é ela mesmo! (Guilherme grita.) A ruiva fisgou o
delegado, olha para cara dele.
- Porra Alex, não tem nem dois dias, e já está assim de quatro (Marcelo
começa a rir) nem está parecendo o El diabo que conhecemos. Se fudeu cara!
- Primeiro, que sim é a ruiva, mas ela tem nome, Larissia! (Digo sério) e
segundo não estou de quatro por ninguém, ela despertou meu interesse e
pronto! Agora mantenham suas bocas fechadas, o El diabo está exatamente
aqui, você quer ver. (O fuzilo com o olhar)
- Desculpa ai estressadinha! Não está mais aqui quem falou. (Marcelo se
desculpa rindo com o Guilherme e eu apenas começo a comer... o que você
está fazendo comigo Larissia, estou até virando piada!)

Capítulo VIII
“Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e
o outro se chama amanhã. Hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e
principalmente viver.” - Dalai Lama

Larissia Vizzano
- Malu me passa esse celular agora. (Eu não acredito que ela simplesmente
pegou meu celular e mandou mensagem para Alex.) Quantos anos temos
Maria Luiza?
- Ah Lari, pare de ser tão ranzinza, foi apenas uma mensagem boba.
- Me passa esse celular Maria Luiza Monteiro Silva. (Ela começa a olhar
para mim e rir como louca, ganhando a atenção de todos no refeitório, ela
está me fazendo passar vergonha.)
- Isso é para você aprender a não dispensar um cara como aquele. “Ainda
não, estou na universidade” (Ela me imita com uma voz irritante) Não
acredito mesmo nisso, você deixar de sair para comer com um gostoso
daquele, para comer no refeitório na minha companhia. (Ela me olha
descrente)
- Prova do meu amor por você. (Sorrio, mas logo fico séria.) Me passa o
celular MALU!
- Ok, agora eu passo! (Ela sorrir vitória e quando pego o celular vejo a
mensagem que ela mandou e o sinal de visualizado, eu não acredito)
- Maria LUIZA!!!!!!!!!!!!!!!! Eu vou ocupar a minha mão na sua cara, sua
vaca! (Começo a rir) Eu não acredito, que você é tão descarada. Eu não sei
por que te mostrei a conversa. (Pego meu almoço e sento em uma das mesas
do refeitório.)
- Já pensou ele responder. “Estou louco para ocupar sua buceta Larissia...”
- SHIIIIIIIU Malu, se alguém escuta você falando isso. (Ela é
completamente louca.)
- Até parece que todo mundo não sabe o que é. (Ela rir) E se ele responder
assim, o que você faz? (Sinto minhas bochechas avermelhadas.)
- Ele responderia assim tão direto?
- Vai se fazer de ingênua senhorita Montenegro? (Ela me chama pelo
sobrenome materno) “Eu poderia dar margem a sua imaginação, mas isso iria
aguçar a minha e nesse momento estou no meio de uma aula de direito
eleitoral.” Onde você aprendeu essas coisas sua cretina! (Ela me dar um tapa
no ombro.)
- Com você! (Começamos a rir)
- Mas, Lari?
- Sim!
- Se ele realmente falar tais palavras, o que você falaria?
- Para te dizer a verdade eu não sei, não quero que ele pense que sou uma
garotinha virgem.
- Imaginei, então precisamos de umas aulas... (Ela me olha maléfica) Você
precisa conhecer o universo dos homens. (Ela balança as mãos como se
realizasse uma mágica.) Primeiro ponto, você ficou toda vermelha quando eu
falei B.U.C.E.T.A (Ela fala soletrando), há vários nomes de chamar sua
garotinha, então nada de ficar com vergonha. Já pensou se vocês estão se
pegando e ele de repente põe a mão nela, como você acha que ele vai
chamar... (Sinto minhas bochechas completamente vermelha. E ela começa a
rir mais ainda.) Eu estou dizendo.
- Ah Malu, vamos parar de falar, ainda não estamos nessa etapa.
- Não? Vocês estão na arte da preliminar a distância, o que você acha que
vai rolar se tiver um beijo, pelo tipão de homem que Alex parece ser, tenho
certeza que é muito habilidoso em enlouquecer uma mulher em apenas um
beijo.
- Chega Malu! (Sinto meu corpo queimar em só imaginar nossos lábios se
encaixando, sua mão percorrendo meu corpo.)
- Quer água Lari? (Malu me oferece rindo)
- O que vocês tanto riem? (Caio se aproxima, com seu almoço.)
- Nada demais. (Digo tentando me manter calma)
- Caio, nos diga, você está ficando com uma garota. E vocês estão nos
finalmente...
- Você não vai mesmo perguntar isso, não é Malu? (Questiono)
- Não tem problema, fale Malu! (Ele rir olhando para mim, essa mulher é
louca.)
- Continuando, (ela revira os olhos para mim) como você falaria, tipo que
vagina gostosa, não tem como! (Sinto que preciso de um buraco para me
esconder.)
-Você está realmente perguntando isso ao Caio?
- Qual o problema Lari, (ele me olha e sinto uma vergonha enorme) não é
como se não fossemos amigos. (A cretina da Malu ainda tem a coragem de
dizer assim.)
- É Lari, (Ele responde olhando em meus olhos e acho que fico mais
vermelha ainda) qual o problema? (Fico em silêncio) e respondendo à sua
pergunta Malu, depende muito da atitude e personalidade da mulher. Se ela é
mais contida, nem digo frases assim, mas se ela é mais espontânea há
diversas formas de chamá-la e vagina é impossível. (Ele rir e me olha
novamente, droga! Bebo um suco tentando evitar esse olhar, por que ele fica
me encarando, [antes você gostava senhora LARISSIA!] minha majestade
aparece debochada.) Por exemplo a Lari, eu não consigo classifica-la em
contida e nem espontânea, ela sabe ser os dois, eu não saberia como tratá-la,
mas então Lari, como você gostaria que a chamasse na cama? (Me engasgo
com o suco, Malu começa a rir, vadia eu te mato! Caio dar dois tapas em
minhas costas.) Você está bem?
- Oh sim!
- E então Lari, responda à pergunta. (Malu levanta o copo de suco em
minha direção e rir maliciosamente.)
- Isso é entre vocês dois, estou fora! (Coloco a comida em minha boca e
eles dão risadas.)
- Eu prefiro algo sem rodeios, sem muito enfeite, nada disso de pepeca, ou
xana, nada disso, não é excitante, não é legal. É buceta e acabou! (Vejo Malu
e sinto um pouco de inveja, queria ser um pouquinho assim, descontraída sem
se importar com nada.)
- Isso eu concordo com você! (Caio rir)]
- Que tal começarmos a falar sobre a prova de segunda?
- A Larissia, para de ser chata! Não me lembra não, eu ainda não finalizei
o livro.
- Eu posso ajudar vocês com isso. (O Alex vai me ajudar, sorrio, aqui
estou eu pensando nele mais uma vez, desde a noite anterior, a ideia do
passeio tem me feito pensar nele. Mesmo meu pai me avisando que domingo
começa seus joguinhos eu não deixei que isso me abalasse pelo simples
pensamento de poder curtir ao menos uma vez sem me preocupar com nada.)
O que você acha Lari?
- Ótimo!
- Tudo bem mesmo Lari? (Malu me questiona com as sobrancelhas
levantada.)
- Sim! (Digo sem entender)
- Então fechado! As cinco na cafeteria, levarei todo o material para vocês!
(Cafeteria... aí minha nossa o que eu confirmei? Todos terminam seu almoço
e o Caio vai para sua sala.)
- POR QUE VOCÊ NÃO ME AVISOU? (Pergunto a Malu e ela me olha
séria.)
- Eu perguntei tudo bem? Você respondeu sim... Nem eu entendi.
- Eu não tinha escutado.
- E você confirmou sua louca?
-Claro! Não imaginei isso.
- Ele falou, “Eu posso ajudar vocês com isso, aquela cafeteria que vocês
falaram ser muito boa, seria uma boa, o que você acha Lari?” e você
respondeu: Ótimo! (Ela encena)
- Já entendi.
- Mas, também não é o fim do mundo, vocês já se falam por celular, vão
sair amanhã, não tem problema.
- O problema não é isso, é o Caio...
- Você quer manter os dois né safada!
- Não Malu, eu só acho que ficaria estranho.
- Porque ficaria? Além de você e eu ninguém sabe das suas intenções com
o gostosão e nem da queda entre Caio e você.
- Não menciona isso, vamos para aula. (Entramos na sala e o professor já
iniciou, sento nas ultimas cadeiras. O professor está falando sobre legislação
federal, quando meu celular vibra e eu o pego, olho no visor e vejo que é
mensagem de Alex, eu nem lembrava da mensagem que Malu mandou, abro
receosa e sinto meu coração aquecer.
“Primeiro pretendo ocupar sua mente, até você não puder pensar em mais
nada além de mim e depois que eu estiver sucesso eu irei ocupar o que você
quiser! Boa imaginação em sua aula!” Sorrio involuntariamente, ele
realmente parece ser um homem experiente como Malu falou, mas ele tem
algo nele que vai além do seu charme sexual, a maneira como ele me abordou
na cafeteria foi genuína, ele é um cara inteligente, sabe jogar e sabe tratar o
outro bem. Tem uma pontada de verdade em cada palavra sua. Ele é um
advogado, qual o problema em me relacionar com um advogado? Meu pai
iria se opor? Lembro das palavras dele sobre eu ousar ter uma relação com
qualquer outro cara, parece que há regras na máfia sobre relacionamentos, eu
não entendi muito bem. Mas de acordo com minha mãe, meu pai vai
encontrar o melhor partido para mim... e se eu já estiver encontrado? Não é
como se um advogado colocasse perigo na máfia, e também não pretendo
continuar lá.
- Senhorita Montenegro? (Escuto o professor me chamar e saio dos meus
pensamentos.)
- Senhor!
- Como melhor nota das últimas provas você será a juíza no próximo
debate, realize os procedimentos necessário e pessoal da defesa e acusação se
separem e protocolem as provas antes da data da apresentação, esse debate
será a penúltima nota de vocês, a última será de acordo com a decisão do
debate. A parte vencedora, será liderada pela senhorita Montenegro para um
congresso que ocorrerá daqui há um mês. Sobre o congresso eu explicarei
melhor após o debate. Agora se dividam, e Larissia sente-se aqui na frente
que lhe explicarei o caso. A turma se divide e eu acompanho professor até
sua mesa, ele me explica o caso, e depois a equipe, passamos a tarde inteira
vendo pontos, e analisando o caso! Saio da sala por volta das 16:30, e Caio já
está a nossa espera.
- Cadê a Malu? (Ele pergunta pegando meus livros.)
- Talvez demore um pouco, ela está tentando achar pontos para fazer uma
incriminação.
- Então porque não vamos primeiro e ela nos encontra lá? (Se fosse em
outra época eu pularia de alegria, mesmo não podendo ir por causa dos
seguranças. Mas, nesse momento, estou mais incomodada, do que alegre.)
- Ela pode ficar chateada, melhor esperar.
- Sim, (ele fala sem graça.) e você ficou com a defesa?
- Não, vou ser a juíza.
- O quê? (Ele me olha com os olhos abertos.) O professor Flávio não é de
colocar um aluno para ser o juiz.
- É mesmo? Ele falou que como obtive as melhores notas iria ficar como
juíza.
- Desculpa perguntar, mas qual foi sua nota? (Ele me olha curioso)
- A primeira prova eu fechei e a segunda tirei 9,8. Por
que?
- LARRISIA! (Ele fala alto) Como você tirou essa nota, isso é quase
impossível, só uma pessoa na história do curso fechou dez na prova dele, e
hoje ele é o escrivão da polícia federal.
- Então vou virar uma escrivã? (Digo rindo) Para de besteira, eu apenas
estudei muito.
- Você fala assim? (Malu chega com uma cara de destruída)
- Vamos sair desse hospício antes que eu mate todo mundo e precise
realmente inventar provas para me defender. (Nós rimos)
- Você sabia que a Lari tirou dez nessa matéria?
-Claro que sei, ela tira isso na maioria das matérias, (Ela revira os olhos),
preciso de um bom café! Vamos de uma vez. (Seguimos atrás dela e eu
mando uma mensagem rápida para o segurança, avisando que é para me
seguir pois vou no carro com uns colegas. Ele visualiza e dar um Ok, o vejo
de longe e adentro ao carro de Caio. Chegamos umas 17:20 na cafeteria, ligo
para o bistrô e aviso que chegarei apenas para o fechamento. Sento na última
mesa, e fazemos os pedidos. Caio começa dando explicações do livro, e como
o professor costuma cobrar, anoto algumas coisas, mas meu pensamento está
em Alex, já são seis e meia e ele não veio. Não é como se estivéssemos
marcados, mas fico um pouco desapontada. [Você realmente adora um
perigo, não é?] minha majestade rir. Estou entretida em pensamentos quando
alguém se aproxima e senta na única cadeira que sobrou ao lado de Malu.
- Desculpem a minha intromissão, Larissia o seu nome, não é? (O rapaz
loiro e alto me questiona como se me conhecesse.) Eu posso sentar aqui
apenas por alguns minutos? (Ele olha para o balcão onde duas mulheres
extremamente lindas estão fazendo seus pedidos e conversando. Ele está
fugindo delas?)
- De onde você conhece a Larissia? (Caio pergunta e vejo seus olhos com
raiva, confesso que o loiro é realmente bonito, mas não tem por que tratar
mal, ele parece que está fugindo das garotas.)
- Eu conheço alguém que a conhece. (Ele olha para mim e sorrir, o que ele
está falando?) O Alex, sou melhor amigo do Alex! (Ele volta seu olhar para o
balcão e parece que é pego no flagra.) Merda! (Ele olha para todos da mesa.)
Me desculpem. (Ele volta o olhar e resmunga alguns xingamentos nervosos.)
- Quem é Alex? (Malu e eu nos entreolhamos, não estou entendendo
nada.)
- É apenas um conhecido. (Digo rápido e o loiro me olha curioso. Ele sabe
de alguma coisa.)
- Então conhecido, (Caio diz sério) acho que é melhor você ir...
- Porra, elas estão vindo me cumprimentar. (Ele olha para mim e para
Malu) O Alex me mataria! (Rapidamente ele se aproxima de Malu e sem
nenhuma explicação a beija. Suas mãos adentram aos cabelos dela e o beijo
parece intenso, Caio me olha e eu não sei o que dizer, o beijo continua e as
duas garotas acabam voltando, até eu estou querendo sair... Malu, não o
afasta e parece estar gostando do beijo. Vejo as duas mulheres saírem e
darem uma ótima olhada, e eles continuam se beijando ali. Caio me pergunta
silenciosamente o que está acontecendo e apenas digo um não sei... Ele
conhece o Alex, mas por que me conhece? Alex falou de mim? Os dois
param e vejo ele olhar pra trás imediatamente procurando as meninas, mas
antes que eu responda que elas foram embora, vejo a mão de Malu indo de
encontro a cara dele.)
- Quem você pensa que é para usar uma pessoa tão descaradamente? (Vejo
raiva em seus olhos... Eu jurava que ela estava gostando.)
- Desculpe, eu não pensei muito bem. (Ele parece atordoado.) Mil perdões,
era minha ex....
- Não me importa, ela poderia ser sua mãe, que você não teria o direito de
me beijar sem meu consentimento. (Caio e eu assistimos calados)
- Realmente me desculpe, eu errei, não pensei direito. Mas não é como seu
eu tivesse obrigado a continuarmos. Então eu realmente peço perdão! (Ele se
volta para mim) E me desculpe Larissia, esse não foi o melhor jeito de me
apresentar. (Ele diz sem graça) Trabalho com o Alex, somos amigos e ele me
falou de você, eu já estou indo e espero ter uma oportunidade de me
apresentar melhor em outro momento, (Ele parece meio atordoado.) e a
senhorita me desculpe. E você, (Ele olha para o Caio, que está com a mão em
meu braço) cuidado com a proximidade. (Ele aponta para nossos braços
colados.) Então boa noite a todos! (Ele caminha até a porta e a garçonete
corre atrás com o seu pedido antes que ele saia. Ele pega e sai, caminhando
calmamente, mas antes que eu o persiga com o olhar, Caio chama minha
atenção.)
- Larissia quem é Alex, e o que acabou de acontecer?
- Nem eu sei o que acabou de acontecer. (Dou risada) Malu, você está
bem? (Olho para a minha amiga que até então se mantem calada.)
- Oh sim, QUE BEIJO FOI ESSE! (Ela abre o sorriso rindo)
- Se gostou por que bateu nele? (Questiono, hoje é dia dos loucos? Só
pode)
- Ah amiga, valorização né, não é todo dia que um boy daqueles chega e te
beija do nada, fiquei tão surpresa e o cretino ainda é inteligente.
- Malu, toma seu café! Você é louca, igualzinha a ele. (Digo arrastando a
xícara para ela.)
- Acho que não tem como continuar os estudos depois desse episódio.
(Caio finge uma risada) Por que ele disse para eu ter cuidado?
- Você viu como ele é louco Caio, um cretino gostoso, mas louco, então
relaxe! (Malu fala e rir, comendo o bolo.) a prova é segunda e sinto que
precisarei passar o final de semana inteiro revisando isso.
- Qualquer dúvida pode me ligar, mas não se preocupem tanto!
- Pode deixar! (Sinto meu celular vibrar, olho e é uma mensagem do Alex,
olho para todos os lados e vejo que ele não está.)
“Um conhecido?” Essa é a mensagem, nem mais, nem menos. O que eu
respondo? Não é como se eu devesse uma explicação. [Ele não está pedindo
uma explicação Larissia, que apenas saber.] minha majestade esfrega a
verdade na minha cara. Digito uma resposta rápida.
“Seu amigo além de louco é fofoqueiro, onde você o encontrou?” envio e
espero sua resposta, mas não há resposta, recolho o material e me despeço de
Caio e Malu, indo para a rua onde o motorista está, adentro ao carro e vou
direto para casa. Preciso de um banho, antes de ir ao bistrô. Entro em casa e
vejo meu pai andando de um lado para o outro na sala nervoso falando ao
celular.
- Vocês não podem fazer isso! ... Eu já falei que isso não tem nada com
eles. (Seu rosto está vermelho e parece queimar. Vou até minha mãe e
pergunto baixinho.)
- O que houve?
- Um problema com o conselho, seu pai está tentando resolver.
- Querem destitui-lo?
- Não, ele ainda tem algumas semanas, um mês na verdade até encarar o
conselho.
- EU JÁ FALEI PORRA, O CHEFE SOU EU SEBASTIAN!
-Suba filha, é melhor subir!
- Ele precisa aferir a pressão, da última vez o médico mandou ter cuidado
com o estresse lembra? (Digo me referindo a sua última consulta.)
- Eu cuidarei dele filha, não se preocupe. Você vai ao bistrô?
- Sim! (Dou um beijo em sua testa e subo aos gritos do meu pai. Entro no
quarto, tomo um banho e visto uma calça jeans, uma blusa leve bege e uma
jaqueta, uma sapatilha e pronto! Olho no relógio e são sete e meia, que
milagre eu consegui correr. Desço e lembro que amanhã é o passeio com
Alex, vejo mamãe sentada no mesmo lugar e vou até ela.) Mãe!
- Sim filha, diga! (Ela para de ler algo em um caderno preto e me olha.)
- Amanhã irei passar a tarde na casa de Malu, por que temos uma prova na
segunda, tem como convencer ao meu pai liberar os seguranças?
- O máximo que posso fazer é deixar apenas dois de vigia. (Droga! Eu vou
pensar em algo)
- Tudo bem! (Sorrio) lembra a ele que preciso desse tempo, começamos
segunda e sinto que estou perdendo minha consciência! (Falo a verdade, claro
o tempo a qual me refiro é com Alex e não Malu.)
- Filha, agora mais que nunca precisamos fechar esse caso por causa do
seu tio, então não pense assim, você está salvando a todos nós, eu, você, sua
tia e seus primos.
- Eu sei, mas eu não quero perder a minha humanidade, então diga ao
papai que não estou pedindo permissão, estou avisando que irei, e até durma
lá. Não me importo de ser vigiada, mas preciso desse momento.
- Ok filha, não precisa ser dura comigo, eu estou ao seu lado, não queria
que nada disso acontecesse com você, mas não podemos controlar.
- Eu sei! Infelizmente sei! Agora preciso ir. (Saio de casa e vou direto para
o bistrô, amanhã eu vou me permitir viver... Eu serei Larissia apenas, nem
Montenegro, nem Vizzano, apenas Larissia!)
Capítulo IX
“Viva hoje! Arrisque hoje! Faça hoje! Não se deixe morrer lentamente! Não
se esqueça de ser feliz… Feliz… Arriscar à Fazer, para Viver Feliz!
“— Pablo Neruda

Alex Aguiar
- Cara, vocês não sabem quem eu acabei de ver. (Marcelo chega pálido em
minha sala.)
- Quem? (Guilherme pergunta)
- A Katherine e a Lua, elas estavam na cafeteria, Droga! Por que vocês
mandaram eu ir.
- Você precisa relaxar Marcelo. (O olho) Está agindo como criança, qual o
problema em encontrá-la?
- Não sei! (Ele parece confuso) Mas não quero encará-la. E acabei fazendo
besteira, encontrei a sua ruivinha com uma mulher e um homem (Um
homem?) Acabei sentando com eles e fiquei tão nervoso quando Katherine
veio em minha direção que acabei beijando a mulher que estava ao lado dela.
- Você o quê? (Eu não acredito que ele usou a Larissia para isso)
- A cara, eu fiquei nervoso. (Guilherme começa a rir desesperadamente e
nós dois o olhamos.)
- Qual foi? Vai me dizer que não é engraçado? Um homem crescido com
34 anos, policial, fugindo de sua ex namorada e ainda beija uma garota que
nem conhece só para se mostrar superior. Puta que pariu Marcelo, voltamos
ao ensino médio?
- Cala boca Guilherme! (Marcelo o repreende irritado)
- Por acaso a mulher (Lembro da amiga de Larissia) é uma alta, com
cabelos curto e loiro?
- Isso mesmo!
-Porra Marcelo, é a amiga de Larissia! Você que fuder com meu lance? E
que homem era esse?
- Por falar nisso, eles pareciam extremamente próximos.
- Poderia ser namorado da garota que você beijou. (Digo tentando conter
uma raiva que começa a crescer em mim.)
- Não mesmo! Ele parecia ser o namorado da ruiva, isso sim. Quando eu
cheguei queria saber quem era Alex, quem eu era, seus olhos estavam
exatamente como o seu está agora.
- E como ela respondeu? (A curiosidade me invade.)
- Disse que você era um conhecido. (UM CONHECIDO UMA ZORRA!
Mas o que você esperava Alex, vocês são o quê? Amigos? Sinto a raiva
latejando em minhas veias.)
- E vamos deixar o Alex trabalhar em paz, (Guilherme interrompe) eu não
estou afim de aguentar o mau humor dele agora. (Ele diz baixo para Marcelo,
mas eu consigo escutar, idiotas.)
- Você sabe que posso ouvir, não é? Voltem ao trabalho e da próxima vez
Marcelo, não use Larissia ou sua amiga como escudo, nenhuma mulher
merece ser usada. E já deu desse amor platônico pela Katherine, ela te
abandonou? Ok, mas você deveria ter superado, ou você acha que sempre
terá alguém para servir de escudo quando vocês se encontrarem? Não! Então
utilize a maturidade e integridade que você tem no trabalho para suas relações
pessoais. (Volto minha atenção para o computador sem dizer mais nada, um
sentimento me invade, raiva, curiosidade, não sei como descrever, apenas
pego meu celular e envio uma mensagem simples.
“Um conhecido?” Quero saber o que ela pensa sobre isso, quem era aquele
cara com ela? Queria perguntar, mas não é como se eu obtivesse algum
direito. Estou perdido em pensamento quando recebo sua resposta.
“Seu amigo além de louco é fofoqueiro, onde você o encontrou?” Sempre
se esquivando das minhas perguntas, o que eu deveria falar? Não faço a
menor ideia, deixo para responder depois, um sentimento de aperto começa a
tomar conta de mim, a raiva parece se misturar com meu sangue e bombeia
em todo o meu corpo. Foco no trabalho, melhor eu utilizar esse sentimento
para procurar pistas.
Saio da delegacia por volta das dez, o corpo pede por um descanso, passar
tantas horas em frente a uma tela é algo que não estou habituado, prefiro estar
em campo. Chego em casa e tomo apenas um banho, a comida japonesa
pedida na delegacia foi suficiente para mim. Meu corpo dói por completo e a
única coisa que desejo é a minha cama. Lembro da mensagem de Larissia e
resolvo responder.
“Espero que sua amiga perdoe as ações dele. Tudo certo para amanhã?”
Meus olhos ameaçam a se fechar e eu me forço a mantê-los aberto até uma
resposta, e essa só chega após 10 minutos.
“Ela já perdoou. Tudo certo sim!”
“Está tudo bem com você?” Abro as duas mensagens e respondo
automaticamente.
“Sim, estou apenas cansada do trabalho, por que?” Por que ela está me
perguntando? O que está acontecendo comigo, não é como se eu estivesse
com raiva. Ou é?
“Geralmente você é caloroso em suas abordagens. Mas imagino o quanto
cansaço que deve estar. Então depois nos falamos, até amanhã.” Porra Alex,
você foi grosso com ela sem motivo, o que está acontecendo comigo. Digito
uma resposta.
“Sai do trabalho a poucos minutos, essa é a parte chata de trabalhar. Mas
até amanhã, não vejo a hora de vê-la novamente.” Envio e espero a resposta,
mas não obtenho e acabo adormecendo.
Acordo com o Sol batendo forte na janela, olho o relógio e já passa das
onze e meia. Caralho eu estava realmente cansado, vejo uma mensagem e
sorrio quando o nome Ruivinha aparece. Olho o e noto que ela me respondeu
ontem mesmo.
“Digo o mesmo, professor! Não esqueça meu resumo.” Sorrio, ela é
atrevida. Digito uma mensagem, lembrando da minha situação ontem.
“Bom Dia aprendiz, estou contando os minutos para ver seu lindo sorriso
outra vez.” Isso ai Alex! Bom Garoto! A mensagem não é lida e nem
respondida, me levanto e tomo um banho, hoje sinto uma energia diferente
em meu corpo, não sei se é um reflexo das horas de sono, ou a excitação de
sair com a ruivinha. Eu devo estar parecendo um garoto do fundamental, mas
fodasse essa garota está acabando comigo.
Abro a geladeira e vejo que tem frango, faço um macarrão e empano o
frango. Vamos direto para o almoço, como e apenas assisto televisão
ansiando para que as horas passem logo...
Estou em frente a lagoa da Pampulha, chego cinco minutos antes. Olho
para meu visual e estou confortável, uma calça de alfaiataria cinza, uma
camisa polo branca, que evidencia meus músculos, sapatos brancos e um
óculos de sol. O lugar está pouco movimentado, o que eu acho ótimo. Olho
de longe o planejamento arquitetônico do local, e me lembro que não
mencionei um local, mando uma mensagem rápida com a descrição do local
onde eu estou e espero que ela visualize. Após alguns minutos ela diz que
chegará em breve, aproveito o momento para pensar como de uma hora para
outra minha vida ficou assim? De um lado uma máfia macabra atrás de mim,
do outro uma mulher que despertou sensações já adormecidas. Eu confesso
que quando a vi naquela cafeteria, não imaginaria que estaríamos dias depois
saindo em um passeio. Sorrio sozinho, é El Diabo, melhor controlar as coisas
ou elas vão acabar saindo do trilho... Nesse momento escuto sua voz chamar
o meu nome e imediatamente levanto o olhar para minha clamadora e vejo
que ainda tenho muito para me surpreender com essa garota. É Alex, seu trem
já saiu do trilho. Larissia está em um short preto de tecido, que parece fazer
conjunto a uma blusa de alça da mesma cor, deixando um pouco da sua
barriga a mostra. Suas coxas grossas me fazem questionar, como eu não tinha
percebido? Sua pele contrasta perfeitamente com o tecido, não sei explicar
mais da sua roupa, estou completamente enfeitiçado por suas madeixas presas
em um coque deixando sua nuca exposta. Puta que pariu, eu quero essa
mulher, mais do que eu imaginava.
- Oi! (Ela diz tímida, você está assustando-a, me levanto retirando os
óculos e o prendendo na camisa, caminho até ela.)
- Você é capaz de me dar apenas oi, depois de acabar com meu
psicológico? (Sorrio de canto e quanto mais me aproximo seu decote me
chama atenção, se concentra ALEX!) Você sabe meu nome, eu sei o seu...
(Me aproximo e começo a sentir seu perfume de flor, fresco e não enjoado.)
Sabemos dos nossos desejos e eu não posso mais controlar o meu, vamos
começar com o pé direito... (Coloco uma de minhas mãos em sua cintura a
trazendo para perto de mim, seus olhos se abrem rapidamente, me curvo
ficando na sua altura e com a outra mão em seu pescoço, trago seu rosto para
próximo do meu e simplesmente beijo seus lábios com calma, puxo seus
lábios inferiores e abro caminho em sua boca, ela começa a ceder apoiando
suas mãos em minhas costas e eu a aperto mais a mim, meu amigo começa a
acordar. Nosso beijo vira uma batalha entre línguas e apenas nos afastamos
por falta de ar. Ela sorrir balançando a cabeça.)
- Você é realmente atípico.
- Esse é meu charme. (Digo baixo)
- Vamos, esse lugar parece ótimo! (Suas mãos se encaixam na minha e
sinto novamente uma excitação em meu corpo. Caminhamos pelo lago e ela
fica apaixonada assim como eu pela arquitetura.) Você sempre vinha aqui?
(Seus olhos me questionam curiosos.)
- Sim antes de passar no concurso, vim aqui me ajudava a relaxar, eu
sempre fui aqueles concurseiros assíduos. Não parava de estudar para nada,
apenas quando vinha aqui, era o momento de respirar.
- Você não tem cara de nerd, (ela para de andar e fica me analisando) eu
até diria que tem mais músculos que neurônios. Mas sei que não é fácil passar
em direito e muito menos em um concurso, então deve realmente ser
inteligente.
- Então você reparou nos meus músculos? (Dou risada)
- Como se desse para não reparar. Mas para que tudo isso? Ser saudável
não seria o suficiente?
- Sim, mas acabei ganhando naturalmente, eu não passei horas em
academia, não pense isso, apenas virou rotina.
- Entendo! Eu não sirvo para essas coisas.
- O quê, malhar?
- Sim!
- Eu posso ajudar, tem métodos mais satisfatório de fazer uma boa
ginastica.
- Você é um pervertido.
- O que pensou senhorita Larissia? Realmente existem métodos
satisfatórios além da musculação, como pilates, dança, jump. O que você
estava pensando? (Finjo incredulidade e sorrio a vendo vermelha, hoje
realmente me sinto mais leve.)
- Então você e aquele Marcelo são amigos? (E mais uma vez ela se
esquiva das minhas perguntas.)
- Sim, na verdade é um trio eu, ele e Guilherme, atualmente trabalhamos
juntos. Mas passamos um bom tempo sem nos ver, digamos que assim que
nos batemos no treinamento a amizade rolou e ficou até hoje. E você e aquela
mulher, Malu, certo?
- Isso! AH, nossa história é desde a infância, (Ela conta rindo) estudamos
juntas e nunca mais nos desgrudamos, digamos que ela é a tampa da minha
panela e vice-versa.
- E ela ficou com muita raiva de Marcelo?
- Quer a verdade? (Ela me olha fixamente, que conexão é essa que temos?)
- Sim!
- Ela adorou, Malu é doidinha, deu um tapa em seu amigo, mas adorou!
(Ela começa a gargalhar gostosamente e acho que nunca vi tanta verdade em
alguém, ela é espontânea.)
- Ainda bem, ou já a espantaria ... (Minha cabeça insiste em não perguntar
mais não consigo aguentar.) E o cara que estava com vocês, é seu amigo
também? (Ela me olha e para de gargalhar, aí tem.)
- Bom, sim e não, ele é um amigo, mas não na intensidade de Malu.
- Entendo, (Pronto você já obteve sua resposta, nada de perguntar mais
nada Alex!) vamos, tem um lugar que eu realmente gosto aqui! (A levo pelo
caminho de árvores, eu amo esse cheiro de natureza, esse vento frio e
caloroso em meu rosto. Vejo que ela também gostou, pois olha tudo
admirada. Passamos cerca de uma hora na lagoa, conversando sobre o curso e
descubro que ela já sabe muitas coisas do livro, esperta, e logo em seguida
ela me arrasta para o Mercado Central, graças aos GPS, consigo chegar sem
nos perdermos. Paro o carro em um grande prédio laranja, realmente nunca
vim até aqui.)
- Você já foi o guia, agora é a minha vez. (Ela sai do carro e eu a
acompanho, o mercado é realmente a junção de tudo junto e misturado, é um
local caloroso e bem movimentado.)
- Aqui realmente tem um pouco de tudo! (Digo maravilhado, há loja com
coisas nordestinas, roupas, comidas, plantas.)
- Você conhece um pouco do mundo só de vim aqui. (Ela me leva em cada
box e vejo sua euforia a cada estabelecimento de produtos alimentício.)
- Você gosta mesmo de cozinha, não é?
- Eu sou extremamente louca pela gastronomia. (Ela fala com paixão)
Apesar de ser contra ao que meus pais idealizaram para mim, é nisso que me
sinto bem. Olha isso! (Ela me mostra um liquido vermelho, meio amarelado.)
Isso é azeite de dendê, é completamente comum no Nordeste e dar um sabor
delicioso para a comida, mas se eu colocar isso em uma quantidade grande
como eles fazem lá, nós estaríamos em maus lençóis, pois é muito forte. É
isso que a comida ensina, cada povo tem a sua história, seus pontos fortes e
fracos. Comida é a história de um povo e eu sou apaixonada em histórias e
comida. (QUE PORRA DE MULHER É ESSA!)
- Eu acho que estou em desvantagem nessa história.
- O que? (Ela questiona)
- A cada passo que damos eu fico mais louco por você, acho que te
conhecer não foi uma boa escolha.
- Digamos que você não está sozinho nesse barco! (Ela sorrir e vai para
outra loja. Eu vou pirar com essa mulher.)
- Há uma lanchonete ali que tal comermos algo? (Minha barriga já aponta
de fome.)
- Não! Eu quero te levar para um lugar quando saímos daqui!
(Caminhamos mais um pouco e ela compra alguns ingredientes. Fico em
silêncio apenas a observando comprando, ela sabe exatamente como falar
com os vendedores, escolher o melhor produto, realmente é isso que ela gosta
de fazer.)
- Sabia que você fica muito linda negociando? (Sorrio olhando para ela,
enquanto voltamos para o carro.)
- Sabia que você é um conquistador barato? (Colocamos as compras no
carro e entramos.)
- Você falou que queria me conhecer! (Pisco para ela) Qual o nosso
destino? (Olho o relógio e já se aproxima das seis e meia.)
- Segredo! (Ela liga o GPS e põe um endereço. Ligo o carro e sigo as
instruções.) E sobre lhe conhecer...
- Pode me fazer qualquer pergunta, estou pronto para lhe responder. (A
interrompo sozinho.)
- Não, eu não preciso fazer perguntas, (A vejo rir) quando eu falei sobre
conhecer, era sua personalidade, seu jeito. E pelo que percebi você não é um
psicopata, exibido um pouco, mas é uma boa pessoa.
- Eu? Exibido? Que calúnia! (Digo rindo, passo tantas horas do dia
reprimindo emoções e sendo uma pessoa casca dura que estou me sentindo
bem de estar agindo tão relaxadamente.) Qual são seus planos para o futuro
Larissia? (A questiono)
- Pode me chamar de Lari, bons planos para o futuro... (Ela fica em
silêncio por alguns minutos e eu apenas sigo o trajeto traçado pelo GPS.)
- Se não quiser respo...
-Não! (Ela me interrompe) estava apenas pensando, bom meu plano atual
é me formar logo e conseguir um passe livre dos meus pais. (Ela rir
desanimada.)
- Você realmente se sente sufocada, não é?
- Para falar a verdade, não é sufocada, mas queria fazer minhas escolhas
livremente, sem que eles interferissem.
- E você não pode? Afinal já é uma adulta de 25 anos. (Digo o óbvio)
- Não, não posso. (Olho para ela e vejo tristeza nos seus olhos.)
- Bom, eu não entendo muito sobre pais na vida adulta. Perdi os meus
muito cedo e a mulher que considero mãe, não costuma impor metas ela
apenas apoia minhas escolhas.
- Oh, sinto muito!
- Não precisa se desculpar, eu tina apenas 12 anos. A dor foi amortecendo
com o tempo! Mas, você deveria ser sincera com seus pais, se o direito não te
faz bem, não adianta insistir.
- As coisas são um pouco complicadas... (Ela diz baixo) AQUI
CHEGAMOS! (Ela aponta para um bistrô fechado.)
- Você que comer aqui? Está fechado!
- Eu sei. (Ela diz abrindo a porta quando eu estaciono.) Eles só abrem oito
horas aos sábados. (Ela quer que ficamos aqui esperando? Saio do carro
seguindo seus passos e pegamos as compras. Vai até a porta principal, tira
uma chave da pequena bolsa preta e abre.) Agora não está mais fechado! (Ela
rir e entra.)
- Não estamos invadindo um local privado, não é? Seria meio estranho eu
ser preso. (Digo rindo)
- Já pensou, um funcionário público e uma estudante de direito são presos
invadindo propriedades. (Ela começa a gargalhar ligando as luzes, imagina se
ela sabe que esse funcionário é um delegado federal, não quero assustá-la,
deixo essa informação de lado, a não ser que ela pergunte.)
- Vendo que você tem a chave, sabe exatamente onde é, só tenho duas
suspeitas, ou você é a dona desse local, ou trabalha aqui. Correto? (Observo o
ambiente sofisticado e ao mesmo tempo aconchegante, a decoração rústica
traz conforto, alguns quadros de comidas estão expostos em uma grande
parede.) Uau é muito lindo!
- Sim é realmente lindo, mas você errou.
- Errei? Em quê? (Digo seguindo-a por uma grande cozinha, ela abre uma
porta e há uma escada, subimos e saímos em um escritório com um grande
balcão, fogão, geladeira... Espera isso é uma versão menor da cozinha
anterior.)
- Haveria uma terceira suspeita, eu poderia conhecer o dono do local. (Ela
rir, boa El diabo, colocamos as compras em cima do balcão) Mas, você está
certo, eu sou a proprietária, e esse é meu laboratório experimental! (Ela diz
com brilho nos olhos. Realmente essa é sua paixão, a vejo retirar tudo dos
sacos e observar atentamente. Apenas fico parado a observando.) Você vai
ficar aí em pé?
- Você quer ajuda? Não sou o melhor na cozinha...
- Não mesmo! (Ela protesta colocando um dólmã preto com detalhes em
branco e o nome Chefe Larissia Montenegro, mas não fecha os botões, ela
ficou ainda mais sexy dessa forma.) Aqui é minha cozinha, só eu mexo nessa
belezinha. Pode sentar ai! (Ela fala séria e aponta para o banco em frente ao
balcão.)
- Eu não conhecia seu lado mandão Chefe Larissia!
- Há muitas coisas que você ainda não conhece. (Ela olha em meus olhos e
sinto nossa tensão no ar.) Agora silêncio, preciso trabalhar! (Ela pega
algumas panelas colocando em cima da bancada, suas mãos trabalham
rapidamente e eu apenas olho para não a atrapalhar. Sua concentração está
exatamente nas panelas. Ela corta os temperos habilidosamente e realmente é
uma boa chefe. Aproveito o tempo para observar seu escritório, há uma
grande estante de livro, do lado oposto da cozinha, uma mesa de trabalho,
com computador e pilhas de pastas, três quadros abstratos fazem a decoração
do local. Após 45 minutos, vejo Larissia montando dois pratos, vejo grandes
camarões algumas verduras e algo que parece ser uma farofa, não sei ao
certo, o prato é digno de um restaurante francês, vejo sua concentração ao
montar e não aguento mais ficar parado, sigo até ela e me posiciono atrás do
seu corpo. Ela estremece e para, aproveito e beijo seu pescoço descoberto, a
vejo suspirar.)
- Você fica extremamente sexy cozinhando sabia? (Beijo o outro lado do
seu pescoço vendo seu corpo reagir.)
- Apenas cozinhando? (Ela fala baixo.)
- Não, você é sexy independentemente da situação. (Aproveito seu dólmã
aberto, e passeio minhas mãos por sua pele exposta pela blusa.) Larissia, eu
não sei que tensão é essa que nossos corpos criaram desde quando nos
conhecemos, (Sussurro baixo em seu ouvido) mas sinto que preciso de você.
(Levanto minhas mãos indo para dentro da sua blusa e sorrio, pois, ela não
me impede. Entro meus dedos dentro do seu sutiã e encontro seus mamilos já
enrijecidos. A vejo arfar quando os movimentos e pressiono meu membro
rígido em seu corpo.) Eu preciso de você Larissia. (Digo sincero e estimulo
seus mamilos, ela apoia a cabeça em meu peito e a vejo de olhos fechado.)
- Eu também estou precisando de você Alex! (Não perco mais tempo e
possuo seu pescoço novamente e desço minhas mãos para dentro dos seus
shorts, mas duas batidas na porta nos fazem afastar rápido. A vejo corada.)
SIM! (Ela fala alto e meio atordoada.)
- Salva pelo gongo! (Digo a contragosto)
- Posso entrar? (A voz masculina ecoa pelo outro lado.)
- Pode sim Carlos! (Ela fecha seu dólmã e me olha indicando o banco
novamente. A porta se abre e um senhor grisalho alto em um terno,
aparentemente nos seus 52 anos entra e ela me entrega meu prato. E pega
uma garrafa de vinho.)
- Desculpa senhorita Larissia, quando vimos as luzes ligadas
imaginávamos que era a senhorita. (Ele sorrir ternamente.) Preciso que assine
os pedidos para o reabastecimento e analise a proposta da festa privada. Os
clientes ficaram de pegar na segunda pela manhã. O reabastecimento será
amanhã, já que estamos fechados.
- Certo, eu analisei a proposta já, onde está o contrato?
- Aqui! (Ele mostra uma pasta preta)
- Pode pôr em cima da mesa, Maycon chegou?
- Sim, ele disse que viu o novo cardápio e já testou.
- Ótimo! Já podem começar a servir hoje então! Estarei aqui em cima
qualquer coisa podem vim até mim.
- Pode deixar! (O homem sai e eu comento.)
- Nossa senhorita Larissia, você realmente é sexy mandando. (Sorrio e
pego as taças de suas mãos fazendo a sentar enquanto eu a sirvo.)
- Pare de provocar, qualquer barulho é escutado lá em baixo então se
comporte! (Ela revira os olhos pegando a taça.)
- Eu estou comportado! (Dou risada e passamos a noite assim, ela me fala
quando montou o bistrô e toda a sua trajetória, eu conto um pouco da minha
história até conseguir passar no concurso e assim as horas passam até as dez e
meia e nos despedimos, pois ela precisa trabalhar. Vou para casa totalmente
relaxado, que dia maravilhoso, acho que nunca rir e me permitir ser um ser
humano tão relaxado longe do distintivo.)
O domingo passa lentamente, uso minhas horas de descanso para traçar
meus planos para o Vizzano e fico completamente focado. Paro quando já
está de noite, olho relógio e me assusto pois já passam da meia noite. Vejo a
caixa de pizza vazia e imagino Dona Carlota vendo isso. Jogo a caixa fora e
faço minha higiene antes de ir para cama. Meu celular toca, olho número,
mas esse não aparece. Atendo!
- Alô?
- El diabo? (Uma voz feminina atravessa em meus ouvidos.)
- Quem é? (Meu instinto se alerta.)
- Prazer Ellie Vizzano é uma satisfação lhe conhecer! (QUE PORRA É
ESSA?)
Capítulo X
“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e
sangra todo dia.” – José Saramago
Larissia Vizzano
Saio do bistrô e já passa da meia noite. O irmão de Malu chega, e eu entro
no banco de traz deitando no banco. Chego à casa da minha amiga e ela já me
espera na garagem.
- Uau, deu tudo certo! (Ela começa a rir) Eles não saíram de frente da casa
em nenhum segundo. (Ela pega minha bolsa e me leva para dentro, caminho
em sua direção, até chegar à sala e minha tensão é dissipada, me viro para seu
irmão.)
- Betto, obrigada e desculpa pela confusão. (Ele me olha e começa a
gargalhar deitando no sofá.)
- Tranquilo ruivinha, você é minha irmã, precisando estou aqui. (Ele pisca
e Malu nem espera já me arrasta para seu quarto.)
- Calma Malu, eu nem agradeci ao Betto direito.
- Relaxa amiga, ele faz de boa, já o livrei de muita confusão, estou com
tanto lucro que você nem imagina. Mas vai, me conta tudo! (Ela senta na
cama e me joga uma almofada, sento na cadeira e suspiro.)
- Eu não sei o que dizer Malu, ele é tão... não sei nem explicar... (Respiro
profundamente lembrando do seu beijo, sem nenhuma cerimônia, quando ele
pegou em minha mão para andar pelo parque, seu jeito fechado, mas
agradável, seu sorriso.) Eu não sei o que dizer. (Fecho meus olhos e jogo a
cabeça para traz.)
- VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA LARISSIA! Não sabe?
Me conta outra, anda logo e desembucha!
- É verdade Malu, ele é um homem extremamente sagaz, inteligente,
atrevido para caramba e completamente sincero. Eu jamais estive com um
homem como ele, claro não me relacionei com muitos homens, mas sempre
fui rodeada de diversos homens. Sempre, ficava escutando as conversas dos
seguranças escondida e nunca detectei um homem tão viril e sincero como
ele. (Malu me olha atenta e não diz nada, parece não acreditar em mim.) Eu
não estou exagerando Luiza! JURO!
- Calma amiga, (ela sorrir) eu acredito em você, percebi uma áurea
diferente nele também, parece ser maduro demais, alguém que sabe o que
quer, vai lá e faz, e pelo visto ele conseguiu o objetivo e te deixou de quatro.
- Acha que ele está me engando? (Pergunto sincera.)
- Não Lari, eu acho que ele está determinado a te conquistar. Olhando essa
situação de fora consigo resumir. Vocês se conheceram em um dia só e já
criaram uma tensão forte, que qualquer pessoa do lado consegue perceber.
Você até me expulsou da conversa. (Ela rir e eu escuto atentamente) foi
apenas uma semana e sinto como se você mudasse. A garotinha em uma
semana passou a agir como uma mulher, eu sempre me questionei quando
você iria poder viver como uma mulher da sua idade e hoje você não só
enganou seu pai como conseguiu viver. E parece que ele está completamente
interessado também, eu não vou mentir estava receosa dele ser um tarado,
mesmo acompanhando a conversa de vocês estava torcendo para você e pelo
visto ele a surpreendeu tanto que você está sem palavra.
- Verdade! (É a única palavra que consigo falar, meus pensamentos vão
para suas mãos em meu corpo...) Malu, hoje pela primeira eu senti vontade de
algo... (Digo sem pensar apenas lembrando dos momentos.)
- O quê?
- Desejo...
- Não vai me dizer... (Ela abre os olhos)
- Não teve nada. (Começo a rir) Mas teve um momento, que senti meu
corpo implorando por ele.
- UUUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAUUUUUU (Ela
começa a gargalhar alto) SAFADAAAAA!
- Para de exagero, Malu!
- Quem é você e o que você fez com a minha amiga! (Ela levanta e me
balança)
- Para de surto, você já me contou tantas histórias e eu nunca fiquei assim.
- AVÁ SENHORITA LARISSIA, eu comecei a te contar as coisas quando
tinha 15 anos, você tem 25 e quer que eu fique de boa, precisamos
comemorar, temos uma luz no fim do mundo.
- Vamos dormir Malu! (Digo gargalhando e acabando com sua graça.)
-Você nem me contou como foi em detalhes.
- Amanhã eu conto, hoje quero guardar só para mim.
- CRETINA! Eu sou sua melhor amiga e você quer me esconder os
detalhes sórdidos.
- Boa noite MARIA LUIZA! (Entro no banheiro e fecho a porta, dou
risada, deu tudo certo! Sorrio sentindo uma felicidade me consumir, tomo um
banho rápido e visto uma camisola. Saio do banheiro e Malu apenas me
olha.)
- Você não vai mesmo me contar?
- Hoje não!
- Você é uma péssima amiga! (Ela revira os olhos) Então vamos dormir.
(Deito ao seu lado. Meus pensamentos começam a me trazer a lembrança do
motivo que me permitiu dormi aqui.)
- Malu! (A chamo fixando meus olhos no teto)
- Oi!
- Será que um dia eu vou conseguir sair dessa bagunça que minha família
criou? (Sinto um nó na garganta.)
- Não pense nisso hoje amiga, vamos tentar achar uma solução.
- Assim eu espero! (Fecho os meus olhos e faço uma pequena prece, que
eu consiga fazer tudo que for necessário para me livrar disso.)
Acordo as dez da manhã e já recebo uma intimação de volta, minha mãe
diz que preciso retornar logo. Tomo um café com Malu e vou para casa,
chego doze em ponto e já sou recepcionada por uma agitação na sala. Entro
devagar, e vejo mamãe descendo as escadas, vou até ela.
- O que está havendo?
- Filha, a situação só está piorando! (Vejo seus olhos vermelhos e acho
que ela chorou.)
- O que aconteceu mãe!
- O conselho estar pressionando seu pai e.... (Ela vacila e para.)
- Eles querem vender a Lolla.
- O QUÊ? (Meus olhos saltam, como assim vender a Lolla.)
- Seu tio está complicando a vida do seu pai.
- Mas o que a Lolla tem a ver com isso?
- Ela é filha do Aloísio, apenas por isso.
- Mãe, por que vivemos assim?
- Filha, não temos escolha... (Meu pai chega na sala e me olha sério.)
- Larissia, começaremos hoje, você está pronta? (Seus olhos estão fundos,
como se não houvesse dormido.)
- Sim... (Digo, com um nó na garganta horrível, minha mãe segura nas
minhas mãos e nós três nos encaramos.)
- Podemos conversar no meu quarto? (Meu pai diz e assim como mamãe
subimos em direção ao quarto deles. Os três em silêncio, minha mãe abre a
porta e entramos, sento na cama e ambos ficam em pé me olhando.) Filha, é o
seguinte, eu não vou esconder mais nada. (Ele começa andar pelo quarto e
sua voz está fria.) O conselho está me pressionando sobre as atitudes do seu
tio, tenho que dar um fim nessas investigações o quanto antes, as coisas estão
piorando para o lado da máfia, a promotoria está sendo pressionada pelo
delegado federal e isso está dando dor de cabeça para todos, então estão
querendo uma recompensa do seu tio, querem que ele entregue a Lolla para
um pacto com os grandões de Brasília.
- Você está falando do Palácio do Planalto?
- Sim, você é esperta. Então precisamos conseguir frear essas
investigações, filha eu sei que estou te pedindo demais, mas agora eu
realmente estou com muita raiva do conselho, eles estão tentando acabar com
a minha imagem e ainda prejudicar a nossa família, então vamos começar
hoje. Faça o melhor que puder, eu não vou te dizer como fazer, eu só preciso
que use todo o seu dom de persuasão e negociação. Eu confio em você e
preciso de você.
- Pai, eu vou conseguir! (Digo séria, e começo a planejar como sair desse
inferno, eu vou conseguir, nem que para isso eu precise te colocar na cadeia
Pai... Sinto lágrimas descendo pelo meu rosto.) O hacker já está aqui?
- Sim! (Meu pai me olha frio)
- Então vamos começar! (Me levanto séria e antes que ele saia do quarto
eu me aproximo dele e olho fixamente em seus olhos. E digo com o sangue
fervendo) eu vou fazer o que for preciso, mas você tem que me garantir que
nem minha mãe, nem a tia Flávia, ou Higor e Lolla vão sofrer pelas más
escolhas dessa família. Eu posso parecer uma filha mimada, como o senhor
havia dito, mas vou provar para todos, principalmente ao conselho que eu não
faço parte desse inferno que vocês escolheram como vida, essa não será a
minha vida!
(Saio do quarto com uma força sobrenatural, vou até meu quarto e ligo
para Malu imediatamente, ela atende.)
- Amiga, preciso de uma ajuda sua.
- Pode falar.
- Vou acabar com tudo!
- Do que você está falando?
- Vizzano...
- LARI!
- Eu sei, não parece que é algo que eu possa conseguir, (dou um riso sem
graça) eu vou conseguir Malu, mas vou precisar da sua ajuda. Tudo bem?
-Amiga, se você me chamar para roubar um banco, mesmo sabendo que
serei pega eu vou. Estou contigo!
- Eu te amo Malu! (Sou sincera)
- Eu também amiga, mas o que você está precisando.
- Eu tenho cinco nomes para investigar preciso que faça isso para mim.
Mas não pode levantar suspeita, tudo que encontrar. Qual quer coisa.
- Pode deixar, você sabe que investigação é a minha área.
- Sim! Te mando os nomes agora, eu acho que estou começando a virar
uma Vizzano... (Admito) mas, vou fazer isso para o bem.
- Estou com você Larissia Vizzano!
- Infelizmente essa sou eu! (Digo com pesar.) Preciso disso para essa
semana, acha que é possível?
- Relaxe, eu tenho o Betto!
- Quase esqueci que seu irmão é um rato na computação.
- Farei tudo que estiver ao meu alcance.
- Obrigada amiga!
Me despeço, envio os nomes a Malu e pego minha pasta, em um caderno
começo a traçar rotas, como se estivesse coletando dados para uma prova de
criminal. Eu preciso concluir a primeira missão que é convencer o conselho
que o arquivo foi extinto. E depois atacar esses cretinos! Faço uns rabiscos e
desço encontrando Simone colocando a mesa.
- Eles estão te esperando no escritório.
- Obrigada Monie! (Sigo para o escritório e fico surpresa quando vejo a
sala completamente equipada com computadores de alta tecnologia.)
- Filha, esse é o Cauã. (Meu pai me apresenta a um rapaz que aparenta ter
seus trinta anos, seu visual deixa um pouco a desejar, ele parece aqueles caras
que passam o dia inteiro no quarto e não se preocupam com nada.)
- Boa tarde! (Digo balançando a cabeça e me sentando em uma das
poltronas.)
- Boa tarde senhorita! (Ele sorrir bobo e arruma seus óculos.)
- Vocês vão ficar por aqui durante as ligações, filha você vai precisar de
mais alguma coisa? (Ponho minha postura de aluna de direito e respiro
fundo.)
- Sim, preciso de um quadro branco de tamanho mediano. E quero passe
livre para qualquer decisão com o Cauã. Ele obedecerá a mim e eu resolvo o
que precisar.
- Como assim? (Eu preciso dele para outras coisas papai!)
- Ele será meu funcionário e não do senhor, simples! (Meu pai me olha
desconfiado.) Preciso de controle da situação senhor Marcus, não está nas
minhas mãos? (Digo séria.)
- Com tanto que você consiga fazer isso, eu permito. Então Cauã, a sua
chefe é ela.
- Você já almoçou? (Pergunto e vejo Cauã arrumar os óculos novamente.)
- Não senhor...
- Sem essa de senhorita me chame de Ellie. (Meu pai me olha com os
olhos curiosos.) A partir de hoje sou Ellie Vizzano aqui dentro. (Olho para
ele, e acho que percebe que não quero meu nome sendo dito.)
- Ok!
- Mãe, pede para Simone trazer dois pratos para o escritório, vou acertar
algumas coisas com o Cauã, (Ela balança a cabeça e sai da sala.) precisamos
fazer a primeira ligação hoje, não é? (Olho para meu pai)
- Sim, precisamos conseguir tirar esse arquivo essa semana. (Ele fala mais
sério.)
- Ok! Preciso do quadro imediatamente, (viro para Cauã) você já sabe o
que faremos, certo?
- Sim!
- Então como funcionará essa ligação?
- Irei codificar o aparelho, será como um aparelho descartável, usarei uma
frequência mais grave para modificar sua voz.
- Não! Não quero voz grossa ou assustadora, tem como deixar ela
melódica, mas sem nenhum resquício da minha voz verdadeira.
- Posso ajustar o grave e agudo e manter a melodia feminina, porém
modifica o seu tom.
-Ótimo, é disso que preciso... (Meu pai está olhando parado e eu o olho.)
O quadro. (Chamo sua atenção e ele balança cabeça como se caísse em si.)
- Ah sim! Irei providenciar agora. (Ele sai e eu coloco uma cadeira perto
ao Cauã.)
- Bom, vamos deixar algumas coisas claras, ok? Você é responsabilidade
minha, e quem dá as ordens aqui sou eu e não meu Pai. (Sou séria e fria para
que ele veja que não estou brincando.) Tudo que conversarmos não será
passado para ninguém, nem mesmo que meu pai lhe questione sobre o que eu
lhe ordenei, você não tem autorização de passar nenhuma informação. A não
ser as que eu permitir, fechado?
- Sim... sim... (Ele vacila, meu pai é esperto, isso não vai funcionar. Me
levanto e vou até a mesa de papai e pego sua arma na primeira gaveta.)
- Você conhece os Vizzanos, correto? Pego minha blusa e levanto
mostrando a barriga e limpo o cano da arma devagar.) Você não estaria aqui
se não soubesse quem somos... (Assopro o cano e o olho friamente.) Assim
como meu querido pai, eu tenho alguns fundamentos, não deixo impune
quem me trai. (Blefo descaradamente.) Eu sou a filha do chefe da máfia, você
sabe que logo esse cargo será meu. (Ponho a arma na cintura e abaixo a blusa.
E vou em direção à mesa de computador, vejo o homem assustado.) Então
pense bem antes de desobedecer às minhas ordens, pois a posse será dada a
mim em breve e caso você me atrapalhe, será minha prioridade quando eu
assumir. (Sorrio e aproximo meu rosto do seu e vejo que minha blusa desce,
ele imediatamente olha e ver meu peito apertado pelo sutiã.) Espero que saiba
fazer a escolha certa de quem obedecer. (Assopro seus lábios e o vejo
desconcertado. [Boa Larissia!] Minha majestade surge com olhos maliciosos.
Me afasto e pigarreio.) Estamos acertados Cauã?
- Sim senhora! (Ele parece um gatinho assustado, mas com tesão. Isso aí
garota, volto para a mesa do meu pai e coloco a arma em seu devido lugar.)
- Agora quero que me passe os detalhes que observou das câmeras.
- A senhora não vai querer acompanhar as imagens?
- Não! Só preciso que me passe as informações. (Eu preciso arquitetar o
que vou fazer, não vou perder tempo com besteira.) Você tem a foto do
delegado?
- Infelizmente não, como as câmeras são dos estabelecimentos a visão para
a delegacia deixa a desejar o rosto, mas temos a descrição.
- Mas você já o detectou, sabe se está seguindo o cara certo?
- Sim, pelas descrições que foi passada a mim é impossível não saber de
quem se trata.
- Então ótimo, agora vamos ao trabalho enquanto o almoço não chega.
Você sabe se ele está na delegacia?
- Só um minuto! (Ele começa a digitar rápido.) Não, ele saiu na sexta feira
e não retornou.
- Interessante então ele não trabalha os finais de semana. Você consegue
entrar na segurança da delegacia? (O vejo me olhar assustado.)
- Consigo, mas pode acontecer deles terem um hacker e acabaríamos
sendo descobertos, afinal são federais.)
- Sim, mas se eu quiser mandar uma mensagem você pode fazer isso, não
é?
- Sim, isso dar para fazer. ´
- Ótimo! (Simone entra junto com minha mãe e nos entrega o almoço,
como e durante este período meu pai chega com um quadro de tamanho
grande, me sinto na aula de penal. Termino e me levanto indo para o quadro,
meu pai está em sua mesa.)
- Vamos começar! Cauã, durante a semana, você pode me passar os
horários que o delegado saiu da delegacia?
- Sim! (Ele digita e procura algo nas telas, eu traços setas colocando meu
plano como um mapa conceitual, expondo minhas estratégias de negociação
em quadrados retangulares e vou traçando meus planos.) Pronto! Não tem
uma constante, ele não bate carteira como qualquer funcionário, na segunda
ele passou a noite lá, no dia seguinte saiu quase à meia noite, outro dia foi a
tardezinha. Não há horários constantes.
- Ok! (Escrevo 01:00 no quadro primeira ligação.) Arrume a frequência
Cauã, ligaremos uma da manhã. Observe quantos policiais estão na delegacia
e veja quantos restaram a noite.
- Certo!
A tarde passa em meio a planos minha cabeça tenta organizar meus
pensamentos, vingança e dever estão me deixando louca, preciso cumprir o
dever e depois lutar por vingança. Justiça não pode ser a palavra, agora
percebo que esse sangue ruim corre em minhas veias, minha mente está
começando a arquitetar tantas coisas que estou me questionando sobre como
consigo pensar em tantas coisas, com certeza é herança dessa família. Traço
minhas primeiras palavras com o tal El diabo. Olho seu nome no meio do
quadro, espero que você consiga prender toda a máfia, nem que para isso eu
esteja no meio. Apesar do clima tenso no escritório, Simone insiste em levar
lanche e a noite o jantar, sinto um nervosismo começar a me consumir,
lembro do dia maravilhoso que tive ontem e hoje estou prestes a ameaçar um
federal. 00:00 meu coração começa a acelerar. Finjo uma maturidade fria e
começo com a organização.
- Cauã já está tudo certo?
- Sim, já temos o número dos policiais na delegacia, o telefone do
delegado já está conectado.
- Certo! Senhor Marcus, você vai ficar me encarando durante a ligação?
- Claro filha.
- Não! Eu quero ficar apenas com o Cauã. (Ele me olha) As ligações serão
gravadas, após encerrar poderá escutar tudo, mas não quero ter seus olhos me
atormentando. (Digo séria)
- Ela tem razão Marcus. (Minha mãe me apoia) Você não deixou nas mãos
dela? Deixe-a fazer da maneira dela.
- E se você falar algo errado?
- Por que me escolheu? (Digo séria e fria.)
- Porque confio em você!
- Então, deixe-me fazer o que preciso fazer.
- Ok, não tenho como bater de frente com você sobre isso. (Ele admite,
sabe que depende de mim.)
- Cauã se prepare, falta poucos minutos. (Repasso minhas palavras
mentalmente. 00:55 chega e sinto meu coração como tambor, vamos lá
Larissia.) Tudo certo?
- Sim senhora! (Olho para meus pais e eles entendem e saem. Sento na
poltrona e fico de frente para o quadro. O horário chega e pego o celular,
Cauã me dar o sinal e eu coloco o celular no ouvido. Sinto meu corpo tremer
de ansiedade, o primeiro toque é dado e logo em seguida uma voz grossa
surge, sinto uma sensação de que já ouvi essa voz.)
- Alô?
- El diabo? (O pergunto apertando o braço da poltrona e dando o melhor
para que minha voz não demostre o nervosismo.)
- Quem é?
- Prazer Ellie Vizzano é uma satisfação lhe conhecer! (Digo sensualmente,
preciso me sentir como ontem, mais mulher e menos garota.)
- O que você quer comigo? (Sua voz é séria e extremamente grossa. Me
lembro das mãos de Alex adentrando na minha blusa e lembro daquela
mulher que começou a surgir, preciso daquela atitude...)
- Calma senhor, é assim que você trata uma mulher.
- Eu vou acabar com cada um de vocês. (Sinto ódio em sua voz e isso me
arrepia, sinto medo)
- Não espero menos de você El diabo. Mas, antes de acabar comigo, que
tal nos conhecermos melhor? (Olho o quadro.)
- Porque você não fala o que quer de uma vez! (O vejo impaciente.)
- Estou falando, quero lhe conhecer, afinal 12 policiais de plantão e o
chefe em casa, que absurdo El diabo.
- OLHA AQUI SUA CRETINA, eu não sei o que planeja, mas acho bom
se preparar, pois não sou de jogos. (Escuto um barulho do outro lado.)
- Você é sempre tão tenso? Posso te fazer relaxar... (Insinuo)
- Vai para o inferno!
- Se você estiver lá, quem sabe... (Escuto barulho de alarme, ele está
entrando no carro. Faço sinal para Cauã, escuto um bipe e vejo que a imagem
foi enviada.)
- Onde você está? Por que está vigiando a delegacia?
- Não estou vigiando a delegacia, estou à sua procura, eu quero você...
(Digo pausadamente)
- Me diga de uma vez o que pretende.
- Lhe conquistar! (Cauã me avisa novamente e sei que ele já está em frente
à delegacia foi rápido. Cauã escreve a roupa que ele está vestido e eu faço um
OK!)
- Onde você está sua filha da puta!
- Não seja tão grosso... você está tão sexy de moletom cinza.
- ONDE VOCÊ ESTÁ! (Escuto seu grito.)
- Adoraria estar ao seu lado nesse momento, mas deixarei para uma
próxima! Até logo El diabo, foi um prazer!
Encerro a ligação, e respiro fundo A PRIMEIRA ETAPA ACABOU!
- Ele já chegou na delegacia e está lá dentro.
- Tem certeza que eles não conseguirão nos rastrear?
- Sim, absoluta!
- Ótimo, encerramos por hoje. Primeira fase foi feita!
Não escuto mais nada, sinto um peso me consumir, É! Agora você faz
parte dessa máfia. Saio do escritório e sinto minha cabeça latejar, encontro
minha mãe e meu pai na sala, antes que eles falem algo. Eu digo:
- Primeira etapa concluída, podem ir lá dentro, estou com sono já vou.
(Sigo para o meu quarto, com apenas um pensamento: é apenas a primeira
fase Lari, você vai conseguir acabar com isso!)
Capítulo XI
“Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha
ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira
controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.” -
Mahatma Gandhi
Alex Aguiar
Saio em disparada para a delegacia, a voz da mulher em meu ouvido me
perturba, quem ela pensa que é para falar assim. Dou corda para sua falação,
preciso chegar na delegacia o quanto antes, invado alguns sinais de trânsito e
em minutos chego deixando o carro ali mesmo, olho ao redor e não há sinal
de ninguém, de onde ela me ver, observo os prontos principais e não há nada.
Ela se despede e sinto meu sangue ferver. ESSA FILHA DA PUTA! Entro
com tudo na delegacia e conto desesperadamente quantos agentes tem dentro
e ela estava certa! Droga! Esmurro a porta e vejo todos os policiais me
olhando sem entender nada.
- Chefe está tudo bem? (O policial Xavier, me questiona e percebo que
ainda estou de moletom.)
- Sandro está aqui?
- Sim! (Vou até sua mesa)
-Preciso que analise meu celular. Os Vizzanos entraram em ação
novamente, quero que vasculhem cada câmera de segurança, observe tudo, se
nos últimos dias houve alguma movimentação. (Minha cabeça pesa,
CRETINOS!)
- Sim senhor!
- Agente Silva, convoca a força tarefa imediatamente. Quero todos aqui
imediatamente. (Passo minhas mãos pela cabeça. ÓDIO! Eles estão
brincando comigo e eu não sou para brincadeiras. Vou para minha sala e
pego minha roupa reserva, vestindo e pondo o colete, nem que eu precise
ficar acordado durante meses eu vou prender essa máfia, agora é uma questão
de honra, colocar uma vadiazinha para me seduzir e amedrontar? Eles
erraram feio se acharam que poderiam me levar assim tão fácil. Desço para a
sala que está montada a força tarefa. Olho quadro transparente e escrevendo
mais um nome no meio, ELLIE VIZZANO, você não deveria brincar
comigo.)
A sala aos poucos vai ficando movimentada e apenas analiso meus
próximos passos, eles não estão brincando Alex, estão vindo com tudo!
- Acharam alguma coisa nas câmeras de segurança?
- Não senhor!
- Algum retorno Sandro?
- A ligação foi codificada, não tem como rastrear e muito menos descobrir
o número.
- Agente Paz e Sandro, quero uma investigação pesada sobre o deputado
Aloísio, se possível até a cor da porra da cueca dele, quero que descubram
tudo, revirem o que puder.
- Sim chefe! (Dizem juntos e começam a mexer no computador.)
- Preciso dos vídeos de segurança dos estabelecimentos ao redor da
delegacia, Pedro e Victor ficarão responsável por isso amanhã. Façam trilhas
que possam ser rotas até a delegacia e liste os estabelecimentos, precisamos
descobrir quando começaram a se movimentar.
- Sim Senhor!
- Marcelo e Guilherme me acompanhem. Os demais, quero acompanhando
as câmeras da delegacia. Observem desde o dia da prisão do Joalisson até
hoje!
- SIM SENHOR! (Vou para minha sala junto com os dois.)
- Cara, o que houve exatamente? (Marcelo questiona)
- A filha do chefe da máfia me ligou, dizendo quantos policiais tínhamos
no plantão e quantos estavam durante o dia, já chequei e ela soube a
quantidade exata, ela ainda teve a audácia de flertar comigo pelo telefone e
sabia exatamente como eu estava vestido.
- Caralho, eles são ousados e já sabíamos disso. Mas, o que eles estão
querendo com isso? (Guilherme diz pensativo.)
- Não sei, mas a mulher sabe instigar e fazer trocadilhos, sua voz estava
pausada, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. Por que
ninguém havia me informado dela?
- Cara, eu já li e reli tudo que temos da máfia, não aparece nenhum nome
além da esposa. Sabíamos de uma possível filha, mas não se sabia ao certo.
Está em observação, parecem boatos. (Guilherme diz olhando mais uma vez
suas anotações.)
- Agora temos a prova que ela existe e pelo visto é tão perigosa quanto o
pai, mas precisamos descobrir aonde ela quer chegar. E por que ela entrou em
contato e não o Pai? Guilherme... se eu quisesse puxar a história dos Vizzano
na cidade eu consigo?
- Mano, tem alguém que sabe da história toda.
- Quem?
- Meu orientador da universidade, meu TCC foi sobre a formação de
quadrilha e o impacto da sociedade brasileira ele me ajudou a entender como
funcionava as quadrinhas e máfias brasileiras. E os Vizzanos é um assunto
que ele domina.
- Você acha que ele conhece essa mulher?
- Na época ele nunca mencionou, apenas dizia o mesmo que os relatório
supostamente.
- Tem como conseguir mais informações?
- Sim, não tenho o número, mas posso encontrá-lo no campus.
- Ótimo, deixarei contigo essa função. Marcelo, você é o melhor em
trabalho de campo, preciso que vigie o deputado.
- Tranquilo!
- Agora tenho que analisar as papeladas e tentar achar o fio dessa
confusão. (Voltamos para a sala de força tarefa e todos já estão agitados em
suas posições, entrego arquivos para alguns agentes livre e começamos
analisar a procura de qualquer pista sobre a tal Ellie. O dia amanhece e
alongo o pescoço sentindo o estralar a cada movimento, olho ao meu redor e
os agentes estão cochilando em seus lugares. Devem estar completamente
cansados, olho o relógio e são seis da manhã. Aproveito o silêncio e vou até
minha sala, jogo água no meu rosto para dispersar o sono. Me olho no
espelho do banheiro e meus olhos fundos me fazem pensar em como eu
preciso conseguir alguma coisa. Minha cabeça lateja e lembro do
medicamento que Larissia me indicou, sorrio e vou à procura da cartela,
tomando um. Nesse momento, lembro que acabei não mandando mensagem
para ela depois do passeio e nem ela me mandou. Pego meu celular e disco
seu número, o telefone demora a atender e quando estou prestes a desligar,
sua voz rouca ecoa pelo telefone.
- Alô!
- Ruivinha? Bom dia, (digo pensativo) desculpa o horário...
- Não, tudo bem! Eu tenho aula daqui a pouco. (Sua voz está gostosamente
rouca. Bom dia! Achei que não havia gostado da comida. (Sua voz está
baixa)
- Jamais, eu gostei da sua comida. Desculpe não ter retornado antes, fiquei
ocupado.
- Tudo bem, você está bem?
- Sim! (Minto)
- Por que parece que sua voz está quebrada?
- A sua também. (Sorrio sem graça)
- Claro estava dormindo! É bom ouvir sua voz pela manhã. (Sorrio
instantaneamente.)
- Melhor seria me ver acordar. (Tento uma investida mesmo não estando
no clima para isso.)
- Nisso concordamos. Mas me diga por que me ligou assim tão cedo. (Não
sei, apenas surgiu à vontade.)
- Senti uma dor de cabeça e queria saber se posso comprar o medicamento
sem prescrição. (Minto)
- Sim, eu te disse que era natural, achei que tinha avisado. (Avisou?)
- Não! (Minto mais uma vez) Não vou mais incomodá-la, continue seu
sono!
- Queria, mas realmente tenho aula daqui a pouco. Está livre hoje á noite?
(Ela fala envergonhada e fecho os olhos, não posso colocá-la em risco.)
- Infelizmente precisarei trabalhar 24 horas esses dias, estou com um caso
complicado.
- Oh sim! Desculpa! (Ela fala ainda mais envergonhada e me sinto um
cretino)
- Não precisa se desculpar, afinal eu que estou furando. Mas assim que eu
resolver, passaremos uma noite juntos, o que acha? Até mais de uma se
quiser? (Ela fica em silêncio e fala após alguns segundo.)
- Vamos ver!
- Senhor, teria um tempinho. (Sandro entra na sala e imediatamente
desfaço minha cara descontraída.)
- Preciso desligar.
- Tudo bem, um beijo e bom trabalho.
- Certo, você também! (Desligo, e volto minha atenção para o agente.)
- Consegui encontrar informações do deputado Aloísio, procurei por tudo
e achei a certidão de nascimento dele. Na verdade, ele tem duas certidões, e
só consegui a outra por conta de um diploma do ensino fundamental da filha
mais velha dele.
- Sente-se e me explique melhor. (Ele faz o que mando.)
- Encontrei uma certidão com o nome Aloísio Vizzano.
- Então ele é o che... Não o chefe tem a inicial M.
- Sim, também pensei, não sei qual a relação deles, e o motivo para se ter
duas certidões. Mas observando os dados dessa escola, a garota se chama
Lolla Esteves Neves, o mesmo nome da filha dele, então é realmente ele.
- Ele não pode ter forjado uma identidade, ou não teria sido eleito.
- Sim, também pensei nisso, então ele tem dois registros.
- Sim, por isso não encontramos o nome deles... e por isso estão querendo
anular.
- Só tem um, porém, pelo que os agentes leram, todos do conselho da
máfia tem o sobrenome Vizzano, então não sabemos se ele é mais um
integrante, ou faz parte da chefia.
- Não, é mais complexo... (Penso bem) se fosse um simples integrante a
máfia não estaria indo com tudo para cima de nós, temos que descobrir qual a
posição dele na máfia! (Agora sim começo a planejar meus passos.) Bom
trabalho Sandro.
- Estou fazendo apenas minha obrigação chefe! (Ele cumprimenta e
começo a sentir que tem uma luz chegando. Vou para a sala da força tarefa e
começamos uma investigação pesada, fazemos as refeições aqui mesmo e
apenas saio da sala quando uma ocorrência necessita da minha decisão. A
segunda passa rápido e olho o relógio já marcam uma e meia da manhã.
Minha cabeça está doendo, porém continuo revirando os arquivos da
delegacia. Além da dupla identificação, não encontramos nada tão
importante. Não consegui falar com o Marcelo, pois precisaram dele em uma
invasão de tráfico de drogas, então não sei se conseguimos alguma coisa na
área da política. Olho para todos a minha volta, uns com xícaras de café,
outro cochilam em suas mesas e dois arriscam deitarem no sofá. Alongo meu
rosto afim de tirar essa tensão. Continuo minha pesquisa e não ligo para o
horário.)
Acordo mais uma vez entre folhas e sentado em uma cadeira, vou até
minha sala e faço minha higiene, minha última peça de roupa reserva. Troco
aproveitando o banheiro da minha sala. Saio do meu escritório e volto para
minha mesa provisória. Marcelo entra com vários copos de café em uma
caixa. Os policiais levantam se despreguiçando e vão até ele.
- Bom dia galera! (Ele fala com sorriso, mas apenas recebe alguns
resmungos sonolentos.)
- Parece que você dormiu bem. (Guilherme o olha debochado)
- Tenho boas notícias.
- Transou? (Um dos policiais diz e os outros começam a rir.)
- Isso que dar demorar séculos. (O policial Silva comenta e os outros
começam a debochar de Marcelo.)
- Vão se fuder! Tenha certeza que estou mais abastecido do que vocês.
(Ele pisca e eu apenas reviro os olhos.)
- Você deveria guardar essa animação para a investigação. (Digo
chamando atenção de todos.)
- Calma chefinho, trouxe café para você também. (Ele me entrega o copo e
os demais riem o chamando de puxa saco.)
- E então, quais são as notícias? (Um dos policiais pergunta e assim como
eu todos esperam sua resposta.)
- Ontem fui na câmara fazer uma pesquisa interna e descobri que o Aloísio
está tendo dificuldade com o governador e alguns deputados estaduais. E para
resolver isso está tentando se manter no cargo com influência de gente grande
do palácio de planalto.
- E o que tem de demais? A promotoria deve estar em cima dele, pois ele
apareceu em uma investigação federal. (Guilherme comenta.)
- Mas esse não é o x da questão. A promotoria não contatou em momento
nenhum Aloísio, por meios legais, ele não foi intimado e pelo que soube ele
está tendo dificuldade com os aliados. E a única maneira de conquistar a
confiança de todos seria fazendo uma aliança forte em Brasília. Para isso ele
está arranjando um marido para a filha.
- O governador... (Minha cabeça liga os pontos) Sandro, após seu café da
manhã, procure para mim como foi a ascensão do governador, e trace os
dados com o do deputado Aloísio. Se o círculo de amigos são os mesmos,
teremos 80% de chance do governador está envolvido com os Vizzano.
Preciso que alguém vá a promotoria e descubra até onde eles foram com
nosso pedido. (Pelas minhas suspeitas, eles ainda não avançaram, estão
segurando o caso e apenas estão mentindo que já foi protocolado.)
- Eu vou! (Um dos policiais se voluntaria e eu aprovo)
- Aos demais, quero reunir todos os pontos que conseguimos ontem, até
mesmo os que consideramos básicos. Guilherme, conseguiu a informação do
professor?
- Sim, ele me prometeu entregar todo o seu material hoje à tarde. Mas terá
um, porém.
- Qual?
- Em troca garanti uma palestra sua para os alunos que comparecerão no
congresso estadual.
- Eu e palestra Guilherme? (Digo sério.)
- Foi um pedido do professor, não poderia dizer não após sua
disponibilidade. Pode ser após o congresso mesmo. Será para alguns alunos
de direitos que estão pertos de se formar, apenas falar sobre a justiça
brasileira na teoria e pratica e debater alguns pontos do congresso.
- É simples chefe, você é ótimo falando. (O policial Silva debocha rindo)
- O horário de trabalho se iniciou há 20 minutos, tem certeza que vai zoar
com a minha cara policial SILVA. (Digo fingindo seriedade.)
- Desculpa chefe! (Ele faz sentido e todos riem)
- E sim, sou tão bom falante que vocês todos me acompanharão no
congresso.
- O QUÊ? (Escuto uma reclamação geral.)
- Isso mesmo, teremos o governador, os deputados, o prefeito e algumas
figuras importantes, quer ambiente melhor para uma investigação de campo?
- E quando será? (Um dos policiais questiona.)
- Daqui a quinze dias. (Guilherme responde bebendo seu café.)
- Agora voltem ao trabalho após o café da manhã. Hoje sairemos no
horário normal. Aproveitem para dormir bem por uma noite. (Digo virando o
café e voltando meus olhos para as planilhas em minha frente.)
O dia passa rápido com tantas pesquisas e discussões, os Vizzanos foram
completamente espertos durante todos esses anos, então se quisermos
conseguir algo importante e grande ao ponto de prender todos, precisamos
agir com o máximo de cautela. Já são sete horas quando todos vão embora
ficando apenas eu, Marcelo e Guilherme da força tarefa.
- Que tal uma boate hoje á noite? Aquela secretária me fez querer uma
noite selvagens. (Marcelo diz arrumando suas coisas.)
- Secretária? (Questiono)
- Sim, onde você acha que consegui essas informações importantes? Claro
que com a secretária do deputado.
- Puta que pariu você levou a secretária do deputado para cama.
(Guilherme rir.)
- Mas se você transou ontem, por que está tão necessitado hoje? (Debocho
o olhando.)
- Cara, você não sabe o que eu faço por trabalho? A mulher era linda,
completamente uma visão dos deuses, mas na cama. Porra, papai e mamãe e
pronto. Nenhuma preliminar, nem um joguinho de sedução, nada. Olha que
eu ainda tentei, mas nada. Sem falar que ela tinha uma voz tão fina que achei
que não iria sair ouvido nada. Tenho certeza que ela nunca encontrou um
homem como eu.
- Então você quer dizer que foi tão incompetente que nem proporcionou
um oral decente para mulher. (Digo o repreendendo e guardando meu
distintivo.)
- Você acha que eu não tentei? Estou falando aquela mulher precisa
conhecer as coisas pervertidas do mundo. (Ele fala sério e assim como eu,
Guilherme rir o olhando e saindo da sala.)
- Marcelo, mulher gosta de carinho e oral. Tenho certeza que você não fez
o trabalho direito. (Gargalhamos e ele fica sério em frente à delegacia.)
- Vão se fuder, vão querer ir para a boa... (Meu telefone toca e eu atento.)
- Boa noite querido El diabo. (Meu rosto endurece completamente. Tiro o
telefone do ouvido e olho, ligação sem número. Olho para os lados, mas não
encontro nada.)
- O que você quer? (Falo sério e grosso.)
- Você... (Ela fica em silencio e vejo os meninos me olhando como se não
entendesse, faço sinal para entrarmos e eles me acompanham.) Sabe, a cada
vez que penso em você usando esse distintivo... (Entro em minha sala e faço
sinal para gravarem, enquanto coloco na viva voz.) Sinto meu corpo ferver.
- Por que você não para de jogos e diz por que está me atormentando,
sabemos que você quer algo, agora resta saber o que uma criminosa quer de
mim. (Tento ser calmo, mas sinto minha raiva subindo, preciso entender o
que ela quer.)
- Direto, gosto de homens assim que não fazem rodeios... Eu não posso
ligar para um homem atraente? Afinal, Barão de Montesquieu certa vez disse
que Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem. E lhe ligar não
é fora da lei, ou é?
- Por que você não poupa tempo e diz o que quer.
- Você, com apenas seu distintivo, pode?
- Sem jogos, o que os Vizzanos querem de mim?
- (Ela rir friamente) Você é um homem interessante El diabo, tem certeza
que não quer alguns joguinhos. (Ela rir perversamente, ela só pode estar
brincando se acha mesmo que vai me seduzir.)
- Achei que os Vizzanos eram sérios em seus negócios. (Digo sério)
- Essa é a base dos nossos negócios. (Ela fala um pouco séria e acho que
se tocou que não terá jogos.) Bom, você acabou com meu tesão, então vou ser
direta também. De acordo com o Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais
da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e
solidária; é a única coisa que eu quero. (Ela entende da constituição federal, a
menos que ela seja formada em direto, ela estudou a constituição muito bem,
ou está blasfemando, vamos descobrir.)
- E no título 8 diz que “A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos
dos Cidadãos Brasileiros[sic], que tem por base a liberdade, a segurança
individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela
maneira seguinte.” E pelo que eu saiba você está atrapalhando a minha
liberdade.
- Desde 1988 a constituição cidadã me dá liberdade de pensamento, estou
apenas expondo meus pensamentos. (Sim, ela entende da constituição, não
foi uma pesquisa aleatória.)
- DIGA DE UMA VEZ O QUE VOCÊ QUER! (Sou sério)
- Já lhe disse apenas uma sociedade justa, livre e solidária.
- Você acha que matar crianças e famílias, vender droga e aliciar menores
é uma sociedade justa, livre e solidária? (A linha fica muda, retiro o celular
do rosto e o tempo informa que ainda está em ligação, após alguns segundo
em silêncio a voz melódica aparece.)
- Alguém tem que morrer... Não queira ser o alvo e colabore comigo El
diabo. (A ligação é desligada)
- PUTA QUE PARIU! (Guilherme solta o ar) Caramba, ela tem um tom
ameaçador, mas sabe instigar o cara.
- Ela é bem treinada. (Digo com raiva.) Você conseguiu gravar?
- Sim, mas do que adianta?
- Acho que tem material suficiente para descobrimos alguma, quem sabe
um roído, vamos descobrir alguma coisa.
- O que você acha que ela quis dizer com construir uma sociedade livre e
justa? Eles são os caras maus e não a gente.
- Dever de justiça deles? (Guilherme questiona)
- Talvez..., mas algo nessa mulher me dar raiva, e me deixa curioso, ela
fala com uma frieza extrema, sabe falar... E sua existência é praticamente
zero. O que seu professor falou?
- Ele me entregou esses artigos que te dei.
- Vou analisa-los com cautela, eles querem alguma coisa de mim, mas por
que não me ameaçar diretamente... (a pergunta ronda pela minha mente.)
- Esse caso parece uma cama de gato, é tudo tão confuso. (Marcelo diz
enquanto mexe no celular.) Mas, pensem se uma pessoa está em conflito e
seus aliados viram as costas e vai jogar a filha para cima de um grandão de
Brasília... e a filha do outro começa a ligar misteriosamente...
- Guerra interna! (Digo espontaneamente.) Quem está ligando é a filha do
Vizzano, se ela está tomando a frente algo sério precisa ser solucionado, o
deputado tem o mesmo sobrenome e perdeu seus aliados. Bingo! (Tudo se
clareia.) Estava pesquisando para descobrir qual a relação do Aloísio com os
Vizzanos, mas se a filha dele está ligando diretamente ele é mais que um
simples membro da máfia.
- Um parente talvez? (Guilherme acompanha meu pensamento.)
- Exato! Mas precisamos ter certeza... Irei analisar isso aqui, talvez eu
ache o fio que se complete com tudo que temos.
- Agora vamos, não é? Marcelo me convenceu, preciso fuder para
consegui aguentar os próximos dias.
- A mesma boate? (Marcelo questiona, já abrindo a porta.)
- Eu dispenso... (Meus pensamentos imediatamente vão para Larissia, por
que procurar algo que eu posso ter com uma mulher incrível.)
- Qual é Alex, logo você dispensando uma noite de relaxamento?
- Só de pensar em procurar, jogar papo já me cansou. (Digo sincero, e
penso no corpo de Larissia respondendo aos meus toques, era dela que eu
precisava após mais de 48 horas enfiado em relatórios.)
- Isso é por que ele já tem um destino. (Guilherme me olha) É por causa da
ruivinha?
- Só não estou com cabeça para isso, esses dias foram completamente
exaustivos.
- E para isso serve a noite do relaxamento. (Marcelo ri como se dissesse o
óbvio.)
- Relaxe, estou bem, podem ir e aproveitem, os dias vão ser difíceis.
- Deixa ele então. (Guilherme me olha rindo) Boa noite chefe,
cumprimenta ruivinha por mim. (Eles entram no carro e eu apenas balanço a
cabeça. Entro no meu carro olhando ao redor e não vejo nenhum movimento
estranho. Um dos policiais fecha a garagem e eu saio. Aproveito e ligo para
Larissia pelo volante e ela atende no segundo toque.
- Alex! (Sua voz está meio baixa.)
- Ruivinha, boa noite, como você está?
- Bem e você?
- Ainda no caso complicado.
- Sua voz... (Ela fica em silêncio e parece estranha.)
- Está cansada? (Questiono, quebrando o silêncio)
- Oh... é.... isso! Sim estou bem. (Tem algo de errado em sua voz, triste
talvez?)
- Onde você está? Que tal jantarmos?
- Infelizmente não vou poder esta noite. (Sinto um balde de água fria em
mim.) Tenho um trabalho da universidade para terminar, vamos deixar para
outro dia.
- Tudo bem, queria apenas lhe ver, sentir seu cheiro... Seu gosto. (Digo
baixo, fazendo o trajeto para casa.)
- Também estou com saudade da sua audácia. (Ela rir fraco, será que estou
incomodando-a?)
- Tudo bem, então vou desligar pois estou no trânsito, boa noite ruivinha!
- Boa noite professor! (Desligo e sinto uma sensação estranha, um vazio
estranho, acho que é a frustação, não sei... Realmente não me reconheço
quando se trata dela, faz apenas uma semana e sinto que não estou sendo eu...
Onde estou entrando?)
Capítulo XII
“O amor não começa na palavra, o amor começa no olhar, palavras são
passageiras, olhares duram a vida inteira.” - Padre Fábio de Melo

Larissia Vizzano
Sinto-me completamente anestesiada quando desligo a segunda ligação,
meu coração está batendo acelerado, o que ele falou mexeu completamente
comigo.
“Você acha que matar crianças e famílias, vender droga e aliciar
menores é uma sociedade justa, livre e solidária?”
Ele está totalmente correto, e precisar dizer que alguém precisa morrer foi
como se eu traísse a Larissia, a qual lutei para construir desde que descobri o
que minha família significava. Desligo a ligação, acho que já foi o suficiente
por hoje. Olho para Cauã, o hacker me observa atentamente, apesar da voz
fria e paciente de outrora, meu coração está em chamas em pensar que estou
atrapalhando alguém que pode proteger milhares de pessoas da minha
família. Respiro fundo, [é apenas uma fase Lari, apenas uma fase.] Minha
majestade me acalenta.
- Cauã, preciso de algo. (Ele continua me analisando) A próxima ligação
precisa ser feita amanhã, não podemos deixar um dia de folga como antes,
agora vamos ligar a cada 12 horas. Mas, preciso que você colete algo para
mim, até o final dessa semana. (Entrego a lista com os nomes de todos do
conselho da máfia, e políticos famosos que fazem parte do segundo
comando.) Isso, quero uma pesquisa detalhada sobre cada um, relatório
totalmente detalhado. E para isso você vai precisar hackear aquilo. (Aponto
para o notebook do meu pai.) Esse é um pedido extremamente confidencial.
(Pego novamente a lista e coloco na pasta com o material sobre o El diabo.)
Guarde isso como se fosse sua vida, (Me aproximo do seu ouvido) pois se
uma formiga insignificante souber, você não verá o amanhecer! (Dou um
beijo em sua bochecha e finjo um sorriso, pisco e saio da sala. Vejo meus
pais na sala e vou ao seu encontro.)
- Consegui chamar atenção dele, mas ele não é influenciável, e sabe que
não estou brincando, então precisamos lançar a proposta até o final de
semana, antes que ele se canse dos joguinhos.
- Você acha que ele vai aceitar? (Meu pai me questiona) Pela primeira
ligação parece que você não está se empenhando direito, você sabe o risco
que estamos correndo.
- Senhor Marcus Vizzano, (digo séria) se queria outra abordagem
procurasse outra pessoa. Eu sei o que está em jogo, não precisa lembrar da
droga que é fazer parte dessa máfia. Não é para conseguir o acordo, vou
conseguir. (Não digo mais nada, apenas saio. Tem sido assim desde a
primeira ligação, mesmo mantendo a compostura durante as ligações, eu não
consigo agir de maneira passiva com eles. Vou para o meu quarto, eu preciso
que meu plano dê certo, ainda tenho um longo caminho, como prova dos
crimes, gravações e tudo. Fecho meus olhos e repouso minha cabeça na
escrivaninha e deixo as lágrimas rolarem, será que conseguirei fazer tudo o
que estou planejando, a máfia é muito perigosa. Meu celular toca e olho a tela
é Alex. Limpo minhas lágrimas e respiro fundo, nossa última conversa foi
ontem de manhã. Limpo a garganta e atendo.
- Alex! (Forço uma animação, mas ela não aparece.)
- Ruivinha, boa noite, como você está? (Você não tem noção do que estou
sentindo, ou do que pretendo fazer.)
- Bem e você?
- Ainda no caso complicado. (ESPERA, essa voz é completamente
idêntica ao do homem.) Sua voz... (Para de ser louca Lari, você acabou de
desligar a ligação, deve estar atordoada, fica tranquila é apenas o Alex.)
- Está cansada?
- Oh... é.... isso! (Tento me corrigir) Sim estou bem.
- Onde você está? Que tal jantarmos? (Hoje eu seria a pior companhia que
você teria... Talvez eu seja uma péssima companhia...)
- Infelizmente não vou poder esta noite.
- Tudo bem, queria apenas lhe ver, sentir seu cheiro... Seu gosto. (Sua voz
me aquece, mas o barulho do meu coração me impede de ser calorosa.)
- Também estou com saudade da sua audácia. (Sorrio fraco, me desculpe
Alex, eu estou cada vez mais me afundando na máfia mais perigosa do país.)
- Tudo bem, então vou desligar pois estou no trânsito, boa noite ruivinha!
(Será que fui grossa?)
- Boa noite professor! (A ligação é desligada e me sinto mal, não acho que
fui grossa, ou fui? Apenas não estou com cabeça, preciso de um banho! Me
levanto e ligo o chuveiro deixando a água levar a Ellie embora... Belo nome,
imagine se eles descobrem que Ellie, vem da letra L de Larissia. Seria cômico
se não fosse trágico, como dizem por aí. Sinto minha cabeça latejando, e
aproveito o banho para repassar tudo que preciso fazer, conseguir a porcaria
do acordo com o delegado, conseguir as provas que incriminam todo o
conselho e os integrantes grandes. E entregar para esse delegado, acho que
ele pode ser minha única salvação. Se eu esperar até virar uma procuradora
federal, pode acontecer outra situação dessa, ou pior tirarem meu pai e eu for
obrigada a assumir a presidência. Parece simples, sorrio fraco, mas será mais
difícil do que eu imagino. A máfia conseguiu sobreviver por décadas
justamente por sua descrição e encobrimento. Como uma cadeia alimentar,
ela se alimenta dos mais fracos e extermina qualquer ameaça a sua
sobrevivência.)
Desligo o chuveiro e visto uma camisola, eu preciso agir enquanto ainda
posso, ou pode ser tarde demais. Tomo um remédio para enxaqueca e ligo
para o Betto.
- Fala maninha!
- E então conseguiu o que te pedi?
- Larissia, o que você não me pede chorando que eu não faça sorrindo.
(Ele rir) Consegui com um amigo, mas tem um probleminha, o equipamento
é caro.
- Tranquilo! (Lembro-me da poupança que fiz, após entender o que
significava a mesada que eu recebia, desde então nunca utilizei esse dinheiro,
apenas guardei. Mas se for para acabar com eles, nada melhor que usar seu
próprio dinheiro.) Quando poderei pegar?
- O rapaz me informou que após a confirmação do pagamento, já posso
obter.
- Ótimo, qual o valor? Transfiro agora!
- Ui ui riquinha, tinha mais barato, porém o que você me pediu ficou por
8.000 tudo. (Nada, comparado ao que a máfia consegue por dia.)
- Me manda a sua conta. Te transfiro e você faz a negociação.
- Certo, mas Lari...
- Sim!
- Você tem certeza? Eu e a Malu estamos com você em qualquer coisa,
mas nós conseguimos sair disso, pois não temos seu sobrenome.
- Não tem problema! (Sinto uma força inexplicável me consumir.) Se
vocês estiverem a salva e a população eu não me importo.
- Sim, mas você é importante para nós Lari!
- Eu sei Betto, vocês também são a família que eu sempre quis ter, mas se
eu não fizer, ninguém mais poderá, no máximo irá captura um integrante
qualquer.
- Entendo, estarei aqui para você.
- Obrigada, sou sortuda por ter vocês ao meu lado e isso é o suficiente.
- Te amo ruiva! Agora preciso ir, assim que estiver com o equipamento na
minha mão te entrego.
- Certo, também te amo maninho!
EU VOU CONSEGUIR! Sinto que o remédio começa a fazer efeito e
começo a estudar para ser a juíza amanhã. Como se não bastasse a maluquice
no meu dia a dia, ainda precisarei ser juíza. Uma juíza que é filha do chefe da
pior máfia brasileira. Boa Larissia! Abro minha pasta e deixo meu sobrenome
de lado, focando na única coisa que posso fazer no momento.
Como esperado o grupo de Malu venceu o júri, apesar da confusão, não
pense que estudantes de direito são pacíficos e imparciais durante as aulas,
hoje o professor precisou intervir. No entanto, eu confesso que foi um caso
complicado, ambos os lados estudaram com afinco, e trouxeram excelentes
argumentos, sem falar da ótima oratória dos representantes.
- Larissia, quando você começou a negar meus pedidos, eu juro que senti
vontade de levantar e grita, SUA VADIA, FICOU LOUCA?
- O que você queria? Tinha que ser imparcial, se não era aceitável eu
precisava negar. (Gargalho do seu semblante incrédulo.)
- Você ia ver o imparcial se eu perdesse. (Ela me olha em fúria e eu
apenas dou risada.) Se eu perdesse esse congresso, você ia me pagar.
- Não sei para que, ir para uma palestra cheia de políticos corruptos,
advogados que se acham uma super potência, falando da justiça que a maioria
deles fingem esquecer por quantidade grande de dinheiro.
- Estamos falando de um congresso estadual, onde pessoas importantes
estarão lá.
- Sim, não mudou em nada minha opinião. (Reviro os olhos)
- Você é inacreditável, se fosse uma palestra daquele chefe que você
adora, como é o nome Alex Atala.
- Você quer comparar um brasileiro que está ocupando o 26º lugar dos
melhores chefe de cozinha do mundo com um congresso de política. Isso não
tem como!
- AAAAAAAAH! (Malu grita e todos no corredor a olham, paro
imediatamente)
-O que foi?
- Agora eu entendi o seu Crush no advogado, ele tem o nome do seu ídolo.
- PORRA MARIA LUIZA! (Dou um tapa em seu ombro.) Você fez um
escândalo desses por isso. (Voltamos a caminhar, enquanto ela gargalha.)
Para falar a verdade, eu nem associei.
- Impossível!
- Juro para você! (Digo sincera, eu nem relacionei os nomes, mas
involuntariamente sorrio com a coincidência, destino talvez? Por pensar nisso
será que ele ficou chateado? Não me mandou nenhuma mensagem após a
ligação.)
- Vamos comer, estou faminta, aquele professor é maluco, começar uma
aula 7:00 e liberar 12:30 é desumano.
- Para de reclamar... (Uma ideia surge em minha mente.) Malu, não vou
almoçar com você, preciso ir no bistrô e depois tenho aquele serviço para
fazer.
- Ah! Tudo bem, então já vou, estou com muita fome.
- Vai logo! Depois nos falamos. (Ela sai e eu pego meu celular e disco o
número de Alex, não sei por que mais algo está me incomodando. O telefone
chama, chama e ninguém atende. Vou até a garagem e vejo o carro
estacionado com o segurança dentro dele, olho suas roupas e dou risada,
lembro-me quando convenci o meu pai que deixasse pelo menos os
seguranças usarem roupas comuns para não chamarem atenção. É Larissia,
você consegue o que quer com seu pai apesar de ele ser implacável, se eu me
empenhar, conseguirei tudo que almejo, assim eu espero! Entro no carro e
indico o bistrô. Ligo mais uma vez para Alex, essa será a última, chama e
quando estou prestes a desligar, ele atende.
- Oi! (Sua voz é grossa e séria.)
- Oi, tudo bem? (Tento ser casual, para que os seguranças não entendam
do que se trata.)
- Sim! (Ele está diferente)
-Estou incomodando? (Questiono preocupada, sua frieza está me deixando
envergonhada.)
- Não, não!
- Senhor, coletamos as informações que pediu e traçamos com as que já
tínhamos. (Escuto uma voz dizer, acho que ele está no trabalho.)
- Oh desculpe, desligo em outro momento.
- Não, só um minuto! Pronto, faça isso, quero antes do final da tarde!
- Sim senhor! (A voz responde ao fundo, escuto um barulho de cadeira
arrastando e em seguida o barulho de fundo vai diminuindo, até ficar em
completo silencio.)
- Me desculpe ruivinha, estava trabalhando.
- Eu que preciso me desculpar por atrapalhar.
- Não atrapalha.
- Bom... (Como falar sem chamar atenção dos seguranças?) Estou indo
para o Bistrô, preciso da sua ajuda em uma nova receita... (Tento despistar,
sem parecer estranha.)
- Isso é um convite?
- Exatamente. (Sorrio) Será rápido, pois tenho trabalho após o horário do
almoço.
- Em outras palavras, você está com saudades de mim. (Sempre audacioso,
eu gosto desse tom de presunçoso.)
- Posso confirmar sua presença?
- Você não me respondeu! (Vejo pelo seu tom descontraído, que ele está
rindo.) Confesso que estou completamente cheio de trabalho, mas acho que
posso ter uma hora da sua companhia.
- Está confirmado, então?
- Sim, porém só poderei chegar por volta das uma e meia, preciso finalizar
algumas coisas.
- Ótimo! Estarei no aguardo.
- Certo, aprendiz! (Ele desliga e eu finjo que estou em ligação.)
- A receita é simples, a base é uma massa de mistura com azeite de oliva,
acompanha algumas vieras. É um teste, mas prevejo que será sucesso, pois há
vinhos que combinam perfeitamente. Sim, pronto então, ótimo, então se a
senhora tem mais tempo amanhã, será melhor pois meu horário também estar
apertado, fiquei ansiosa para testar, mas aguardarei até amanhã. Um beijo
Carla! (Finjo desligar o celular e ponho na bolsa.)
Sinto uma excitação incomum ao cozinhar, opto por uma massa à
parmegiana, com alguns tomates marinados, enquanto faço o almoço, arrumo
a mesa e escolho um vinho leve, pois ele está trabalhando. Estou finalizando
o prato, quando escuto uma batida na porta. Digo para entrar e o vejo passar
pela porta. Hoje ele está ainda mais incrível, veste uma calça social marrom
claro, uma blusa social branca e um blazer, da mesma cor da calça, seu olhar
está fixo em mim.
- Boa tarde, professor! (Sorrio para ele, porém a minha resposta não vem.
Ele caminha calado em minha direção, passa pela mesa deixando seu blazer e
dobrando sua camisa social, até os cotovelos. Seu olhar está meio sombrio,
ele estava alegre no telefone... não estava?)
- Larissia, você sabe como levar um homem a sua frustração e ao seu
delírio. (Seu corpo está se aproximando de mim, ele está falando de ontem?
Em fração de segundo sinto suas mãos me puxando e a outra indo direto aos
meus cabelos, fazendo nossos lábios se chocarem e iniciarem uma dança
lenta, seus lábios sugam os meus e sinto sua carne deliciosamente em minha
boca. Suas mãos apertam minha cintura e cabelo. Sinto minha calcinha
molhar, e meu corpo ficar sedento, é normal sentir tanto desejo? Sinto seu
membro duro, em minha barriga e tenho certeza que minhas bochechas estão
rosadas, me sinto quente. Consumida pelo desejo, arranho suas costas por
cima da blusa e desço até a barra adentrando minha mão ao tecido fino
branco e sentindo suas costas largas, meu movimento o faz explorar meu
pescoço. Meu corpo responde e sinto minha intimidade pulsar, implorando
por seu toque. Seu membro parece que vai perfurar o tecido da calça e uma
ideia insana me surge e respiro fundo... pode ser perigoso, mas vou tentar,
pode dar errado... Retiro minhas mãos da sua camisa e começo a desabotoar
sua camisa, porém meu celular toca. Ele continua explorando meu colo com
delicadeza, mas o telefone não para. Paro no terceiro botão e olho para o
balcão e travo completamente quando o nome pai surge da tela.)
- Porra! (Acabo soltando sem querer e ele me olha rindo.) Eu preciso
atender, desculpa! (Me afasto dele, pegando o celular, ele me olha como se
devorasse um pedaço de carne.) Oi pai, (Suas sobrancelhas se levantam e o
vejo umedecer os lábios, CARAMBA que homem gostoso.).
- Filha, Cauã está aqui, quando você chega, não seria uma hora? (Droga,
eu nem lembrava que tinha marcado um horário fixo com Cauã.)
-Seria, mas precisei resolver algo no bistrô, pode avisar que (Olho o
relógio) duas e meia eu chego aí (Droga, tenho apenas 30 minutos com o
Alex!)
- Ok, lembre-se das suas responsabilidades Larissia, o seu bistrô pode
esperar.
- Sim! (Digo mais séria) Estarei no horário marcado, até logo! (Desligo
sem escutar o retorno, Alex me olha questionador.)
- Algo a me dizer?
- Sim... (Digo sem graça) você percebeu, precisarei sair logo.
- Tudo bem! (O vejo recolocando os botões no lugar e me sinto patética.
Droga Lari!) como eu disse da frustação ao delírio. (Ele rir e vem em minha
direção, e deposita um beijo em minha bochecha.) Vamos, temos pouco
tempo para comermos. (Apesar do seu tom de voz leve, sei que ele não
gostou, pois, seu membro continua duro. O que eu faço?)
- Me desculpa mesmo! (Tento justificar.)
- Fique tranquila, estou satisfeito de ter separado um tempo para termos
uma refeição junto. (Ele parece sincero, mas eu não estou confortável, pego o
almoço e sirvo na mesa os pratos.) Não precisa ficar desconfortável, teremos
tempos para tudo. (Ele serve minha taça e em seguida a dele, observo sua
postura e vejo como ele sabe ser maduro e completamente autossuficiente.
Está claro que eu o deixei na mão... Literalmente..., mas ainda age com
gentileza.)
- Obrigada! (Digo o olhando.)
- Pelo o quê? (Por ser paciente? Compreensível? É a segunda vez que nos
interrompe e ele ainda consegue ser gentil, como alguém consegue ser tão
viril visualmente falando e ter um coração tão caloroso? E que vontade é essa
de satisfazê-lo?)
- Por interromper minha leitura na cafeteria. (Digo sorrindo) Acho que foi
um acaso deliciosamente agradável. (Começo a refeição e o vejo me
olhando.)
- Ruivinha, por que você é assim? (Ele me olha curioso.)
- Como?
- A segundos atrás eu tinha uma mulher completamente sagaz e sedutora e
agora estou de frente de uma menina tímida e completamente envergonhada.
Você é realmente uma caixinha misteriosa. (Dou risada)
- Isso é um elogio?
- Não, é uma constatação! (Seu olhar está fixo e sinto minhas bochechas
queimarem.)
- Alex, sua comida vai esfriar. (Ele rir e começa a comer.)
- Eu acho que ela está quente nesse exato momento. (Ele me olha
profundamente e entendo seu trocadilho. Esse homem vai me levar a
insanidade.)
- Macarrão à parmegiana, uma especialidade da casa. (Digo mudando de
assunto e ele banca a cabeça rindo.)
- Está muito bom, você realmente tem um dom.
- Sim, é o que amo fazer! E você? Parece que está complicado no trabalho.
- Para falar a verdade sim, acho que não dormirei nas próximas 48 horas.
- Você não pode fazer isso, já sofre de enxaqueca, elas vão piorar e se
tornarem insuportáveis.
- Eu consigo suportar, infelizmente é preciso.
- Entendo, mas sei que terá sucesso. Você parece ser um homem decidido!
- Sim... (Continuamos conversando sobre o nosso dia e eu relato o júri
simulado, e recebo ótimas dicas para um próximo, terminamos nos
despedimos com mais um beijo caloroso. Arrumo a cozinha e vou de
encontro aos seguranças, os quais ficam duas ruas trás do bistrô, um dos
acordos com meu pai, não ter vigilância no bistrô. É minha paixão e local de
trabalho, não posso permitir que a máfia respingue nele. Entro no carro e vou
para casa, chego em torno das três horas.
- Isso que você chama de responsabilidade Larissia? (Mal adentro e meu
pai me olha nervoso. Não respondo e apenas entro no escritório encontrando
Cauã.)
- Boa tarde Cauã. Vamos?
- Espera um pouco, ele não está na delegacia.
- Não, faremos agora, não sabemos se ele retornará hoje. Você fará uma
ligação como já havíamos conversando uma com um número aleatório de São
Paulo e se ele atender você desliga. Depois faremos outra ligação com um
número da Bahia. E no terceiro, utilizaremos o desconhecido.
- Ok! (Vejo Cauã mexer na tela e escuto o telefone chamar, no segundo
toque ele atende.)
- Daqui a 10 minutos ligaremos com o da Bahia. (Sento na poltrona e me
lembro das mãos de Alex... Eu quero senti-las mais, quero tê-lo para mim,
que vontade louca é essa? Hoje após um almoço completamente
descontraindo, mesmo depois de uma situação desagradável, percebi que
estou completamente envolvida pelo estranho professor.)
- Já passaram os minutos. (Cauã me tira dos pensamentos.)
- Certo, pode ligar novamente. (Ele liga e demora.)
- Ele acabou de chegar na delegacia. (O telefone cai na caixa.) Liga
novamente?
- Não, a chamada vai constar lá, agora é hora de ligar correto. (Pego o
aparelho e escuto o toque, na quarta chamada escuto sua voz... essa voz é
estranhamente familiar.)
- Senhorita Vizzano!
- Boa tarde El diabo, estou lisonjeada, já reconhece minhas ligações.
- Mudou o horário? Achei que cobras só enxergavam a noite. (Esse cara
não se rebaixa para a máfia, ele é a pessoa certa para o meu plano.)
- Você me faz querê-lo a todo o momento.
- Você também... (Seu tom está mais divertido, estranho.) Me faz querer
vê-la todos os dias, atrás das grades.
- Só se for a grade da sua cama.
- Sinto muito, minha cama não tem grade. Então vai continuar enrolando,
ou vai dizer o que quer de mim de uma vez? (Faço sinal para Cauã e escrevo
no quadro o nome roupa. Ele escreve no papel, terno marrom! Meus
pensamentos imediatamente vão para a imagem de Alex, aquele homem vai
arruinar minha sensatez.)
- Bom, você gosta de coisas direta e eu também. Quero lhe ajudar e
acautelar os meus interesses. O que você acha?
- Não faço acordos com criminosos.
- Assim você me ofende, pense bem... Posso ser uma boa ferramenta.
Ambos sairemos ganhando, que tal pensar.
- Não faço nenhum acordo com criminoso.
- Vou aceitar isso como um sim! Até qualquer momento, pense sobre o
que conversamos. Até logo El diabo!
Capítulo XIII
“Aceitar provocações é para os fracos, forte é aquele que faz da provocação
algo que provoca quem te provocou.” - Danilo Morais
Alex Aguiar
- Filha da puta! (Esmurro a porta, meu dia estava ótimo, não vem estragar,
sinto a irritação aparecer e vejo que chamei atenção de alguns policiais.)
Voltem aos trabalhos. (Digo firme)
- O que foi cara? (Guilherme se aproxima com algumas pastas na mão.)
Mais uma ligação? (Ele olha para o meu celular e eu apenas fico em silêncio,
o que ela poderia me oferecer, o que eles querem de mim?)
- Vamos para a minha sala. (Sigo pensativo, meu dia estava começando a
ficar bom depois de ter visto a ruivinha e agora essa cretina vem me tirar a
paciência. Entro e Guilherme me segue fechando a porta em seguida.) Ela
propôs uma negociação.
- Já era de se esperar... E você o que falou?
- O óbvio que não faço acordos, mas algo está me incomodando, li o
material do seu professor e ele detalha sobre a lealdade da máfia, não há
como saber de nada além do que eles permitem, então se eles estão me
procurando estou sabendo de algo que não deveria, mas não consigo
encontrar o que poderia ser.
- Então por que você não escuta o que eles têm a dizer, assim teremos uma
chance.
- Ou iremos cair em alguma armadilha. Essa Ellie Vizzano, começou me
provocando, mas ela não fala coisas aleatórias sem sentidos, vai além de uma
sedução, eu percebo que ela não quer me seduzir, é apenas um jogo mental.
Sua postura ao telefone não é de uma vadia louca, sua voz é melodicamente
pensada, suas falas carregam significados, eu tenho absoluta certeza que ela é
extremamente meticulosa e tem algo perigoso em suas falas.
- Como assim?
- Ela usa a linguagem jurídica, no início eu pensei que ela apenas estava
pesquisando termos aleatórios, mas nas últimas ligações percebi que a cretina
realmente domina, o que significa que ela sabe onde entrar, sabe onde jogar.
- E o que você pretende? (Os olhos de Guilherme me observam atentos.)
- Não vou reportar essa ligação, descobrirei o que ela quer de mim, vou
jogar o seu jogo. Se por acaso for uma armadilha, não vou comprometer a
investigação.
- Ainda não entendi (Ele me olha confuso)
- Manterei a força tarefa exatamente como está, se for uma armadilha,
apenas eu cairei. Se não for, descubro o que eles querem e vejo se há uma
possibilidade de furar essa barreira que eles criaram.
- Mas, não é perigoso agir sozinho, você viu o que aconteceu no galpão.
- Exatamente por este motivo, que deixarei a força tarefa como estar, se
qualquer coisa acontecer, terão o comando de continuar, vou contatar a liga
assim que eu descobrir onde mora o perigo. E se algo acontecer a equipe
assume com a liga.
- Alex, você está cogitando se entregar a máfia? Eu não estou
compreendendo o que está pretendendo.
- Precisamos de um infiltrado, se por acaso essas ligações forem uma
armadilha, ou uma maneira de me intimidar... Eu posso ser essa pessoa, só
seria mais um policial corrompido.
- Alex, é uma jogada perigosa.
- Sim, mas hoje eu decidi que quero dar um basta nessa história, você sabe
a quanto tempo eu não tiro umas férias? (Dou um risada fraca me lembrando
do sorriso da ruivinha, o pensamento de tê-la para mim tem se tornado cada
vez mais presente, a cada sorriso e olhares, sinto que não posso perde-la de
vista, porém não posso cometer o mesmo erro, preciso organizar o
profissional e o pessoal, ou assim como Lua, posso vê-la como obstáculo
para as minhas conquistas.) Sinto que preciso de um descanso e quero acabar
com esse caso, para sentir que realmente posso tirar esse tempo. Esse é o
momento certo para uma jogada perigosa!
- Você parece estar com uns planos em sua cabeça, eu nem consigo
compreender o que fala. (Guilherme diz sério)
- O plano é finalizar o caso, o depois é apenas rabisco. (Pisco para ele e
abro a pasta do professor.) Olha o que eu encontrei, (Ele se aproxima e eu
mostro as partes circuladas.) A máfia atualmente é comandada pelo líder
Marcus Vizzano, no entanto, aqui, (Aponto para o círculo) diz que o líder
anterior Pietro Marconne Vizzano tinha dois filhos o Marcus e Marcio.
- E onde está o outro?
- É o que precisamos achar, os Vizzanos é como um anel, parece não ter
começo e nem fim, antes dessa ligação eu esperava uma investigação, mas
eles estão vindo com tudo para cima de mim, então eu posso utilizar essa
sede deles e me infiltrar, ou comprar alguém lá dentro. A questão aqui é, não
deixar essas informações atrapalharem o que já está em andamento, por isso
irei manter a força tarefa como está, pois, algo o está incomodando então
daremos continuidade...
- E por trás você tenta outra jogada, se uma der errada tem a outra.
(Guilherme completa olhando para mim.)
- Isso! Porém, primeiro vou ceder e descobrir o que eles querem, se for
viável posso entrar, caso não tenha segurança fico onde estou.
- Sim, mas podem te sabotar.
- Exato, mas se eu cair em uma armadilha a equipe estará trabalhando e a
liga dar um jeito de me tirar.
- Porra, Alex, agora sim eu entendi. CARALHO mano, quando você
pensou nisso? Realmente, a liga consegue dar um jeito, caso já tenhamos
tudo sob controle.
- Por isso, se for uma armadilha, eu caio, e a liga me tira. Se não for, eu
me infiltro e consigo tudo que a gente precisa.
- FODA! Estou junto!
- Vou precisar mesmo de você e Marcelo, se for uma armadilha, vocês têm
que assumir o caso e contatar a liga, caso não seja uma armadilha, preciso
que me ajudem a coletar as informações necessárias.
- Boa! Mas... e se não for uma armadilha, e você não puder se infiltrar.
- Precisamos esperar ver então o que eles pretendem.
- Mas, temos um plano, isso já é ótimo!
- Agora é esperar e ver qual iremos seguir. (Bebo um copo de água.)
- Alex, eu não estou conseguindo traçar uma linha entre tudo que
descobrimos até hoje, as informações do professor e o motivo da máfia está
tão desesperada.
- A informação do professor, é apenas conhecimento, provavelmente não
interfira tanto, no entanto a menção do nome Aloísio é o motivo inicial,
sabemos que está havendo um conflito entre ele e o governador, já podemos
pensar se não é nesse ponto que a máfia entra. Está tudo abstrato ainda,
precisamos de uma pecinha chave, vamos esperar que ela vem. Precisamos
apenas ter calma, eles vão deixar algo escapar, seja em uma armadilha ou na
negociação, e é nesse intervalo aberto que entramos.
- Esse caso está mais bizarro que os Laffaiete, eu pensei que aquela máfia
era complicada, estou descobrindo que os Vizzanos são mil vezes piores.
- O caso Laffaiete, foi difícil, mas tínhamos um membro com sede de
justiça e um líder morto, os Vizzanos tem líder, tem lealdade e laços fortes da
política brasileira. Por isso está sendo tão difícil, mas conseguiremos. (Digo
com otimismo, sou El diabo e não vou deixá-los saírem tão facilmente.)
Vamos voltar ao trabalho!
- Você está estranho viu! (Ele rir e se levanta)
- O que foi dessa vez?
- Estava com o plano arrumadinho e por que só faltou quebrar a porta da
sala?
- Meu dia estava ficando bom e a cretina vem torrar a minha paciência.
- Encontrou a ruivinha? (O olho) Não precisa me olhar assim, você saiu do
nada, volta depois de uma hora e agora me diz que seu dia estava ficando
bom. Só pode ter mulher no meio.
- E por que você acha que é Larissia?
- Não foi? (Ele diz curioso) Você dispensou a noitada por causa dela que
eu sei, então não iria procurar outra no dia seguinte. (Ele gargalha e eu
balanço a cabeça, não dizendo nada.)
- Boa tarde pessoal, algum avanço após a minha saída? (Falo alto na porta
da sala.)
- Nada senhor! (Escuto a mesma resposta de todos.)
- Então vamos mudar a tática. Quero que pesquisem por tráficos de
drogas, nos últimos 3 anos, e as rotas. Peçam ao pessoal do T.I para
triangular e ver se encontram alguma coisa em comum. Outra equipe, vai
investigar todas as ações do deputado Aloisio e do Governador desde a sua
campanha eleitoral até hoje. Caso encontrem algo me procurem
imediatamente, e iremos atrás de provas. Prestem atenção, temos um nome
importante, investigar o governador, é algo extremamente complexo e
perigoso, qualquer vacilo, podemos estar nos sabotando, então mantenham o
sigilo absoluto e procurem por tudo, não deixem nada passar em seus olhos.
Lembrem-se nosso oponente é a maior máfia brasileira. Volto para meu lugar
e assim como todos, começo meu trabalho, analisando tudo que o professor
coletou, vou descobrir quem são vocês, ou não me chamo Alex Aguiar, o El
diabo.
São cinco e meia da tarde quando meu celular toca e imediatamente fico
alerta, olho no visor e não há número. Saio da sala e vou para a minha, fecho
a porta e atendo me sentando.
- Estão sendo mais rápidos. (Afirmo sério)
- Você conhece o mundo dos negócios, então pensou na minha proposta?
(Faço como planejado)
- Eu já lhe disse que não faço acordo com criminosos.
- E se esse acordo lhe ajudar a pegar esses criminosos. (O que ela está
querendo dizer?)
- Você vai se entregar? (Questiono pausadamente, que jogo é esse?)
- Para você? Basta me dizer sua casa!
- Achei que estávamos tratando de negócios, não jogos.
- Você tira todo o tesão da conversa. (Vejo sua voz fria surgir) Mas,
vamos fazer como quer. Eu sei que está muito interessado em nós, então
resolvi ajudar.
- Eu já mandei dizer o que quer.
- Além de você, (Ela rir friamente) quero uma simples permuta.
- Eu não tenho nada para trocar com você. (Digo incisivo, ela acha mesmo
que irei cair em seu joguinho)
- Eu tenho exatamente o que você precisa e você o que eu quero.
- Não sei quem lhe treinou, mas acho que precisa de um novo professor,
eu não sou como os policiais corruptos que estão acostumados, eu não vou
trocar quaisquer informação com uma mafiosa como você, então poupe nosso
tempo, a cada tempo que você me ocupa é 15% de ódio que acumulo. (Sigo
na linha, para que eles vejam relutância.)
- El diabo, será melhor para você se aceitar.
- O que vão fazer? Matar outra família inteira? Ou...
- Olha, estou propondo algo que lhe interessa, você pode pegar um, ou 5,
essa é uma escolha sua, sobre as ações da máfia, faça melhor e consiga nos
alcançar. Pense bem, essa é minha proposta um por cinco, agora é uma
decisão sua. (A ligação cai e eu me sinto estranhamente incomodado, você
pode pegar um, ou 5, eles não sabem que eu sei da briga do governador,
então ele está fora, então só pode ser o Aloisio. Mas o que ele significa para
quererem delatar outros integrantes? Pego o telefone e vejo uma nova
mensagem.
“Estarei à espera do seu retorno, basta mandar mensagens por aqui, não
precisa de número, apenas aperte em responder.”
Eles sabem irritar alguém, paro e analiso suas palavras, acho que estava
errado com meu pensamento, tem alguma coisa errada, essa abordagem é
muito pacífica, para alguém que matou uma família inteira para dar um aviso,
minha cabeça começa a fazer rascunhos e algumas peças parecem girarem e
se agruparem, me levanto e faço sinal para Marcelo e Guilherme, eles
entendem e me seguem em direção a minha sala, meus planos começam a
mudar completamente e sinto uma pontada de dor de cabeça, esse caso está
começando a me fazer muita raiva.
- O que houve? Seu rosto está estranho. (Marcelo me olha cauteloso.)
- Você contou a ele os planos? (Questiono ao Guilherme.)
- Sim!
- Acabei de receber uma ligação deles. (Puxo o quadro móvel da minha
sala e pego o piloto.) Não posso ser a isca, e não posso cair na armadilha.
(Apago as anotações anteriores, as quais já estão exposta na força tarefa.)
Esse é o chefe da máfia (Escrevo o nome Marcus Vizzano no centro.) E essa
é sua filha, provável sucessora, pelo que li nos materiais do professor o poder
da máfia é hereditário, ou seja, ela é a próxima chefe. (Escrevo Ellie Vizzano,
abaixo do nome central.) Me acompanhem, o primeiro ataque da máfia se deu
após do depoimento do policial. (Faço uma seta e coloco minhas próximas
palavras.) Onde o nome Aloísio apareceu, (anoto) e descobrimos que o
Aloísio já apresentou o sobrenome Vizzano a muito tempo atrás. (Destaco
com um quadrado o nome do político.) E o mesmo está tendo alguns
conflitos políticos e pretende ganhar apoio de um grandão do planalto. (Puxo
uma seta e ponho uma interrogação, dentro de um círculo.) Essas são as
informações que temos no momento. (Vejo que eles estão me acompanhando
e continuo.) Após descobrimos o Aloisio a máfia começou a nos parar. (Puxo
outra seta do lado contrário) Promotoria embargando a investigação. Aviso
para ter cuidado, (Anoto) e ameaça com a exterminação de uma família
inteira. (Após escrever tudo, puxo novamente uma seta e ponho outra
interrogação.) Essa são as cenas que passamos até agora. Porém analisem, já
sabemos que o problema está aqui. (Aponto para o deputado.) Mas um
terceiro fato aconteceu, (Puxo um traço do nome da filha mafiosa) As
ligações com o intuito de um acordo, 1 por 5. (Escrevo)
- O quê? Como assim? (Marcelo pergunta curioso.)
- Hoje ela me disse o que realmente quer, um por cinco, ou seja, ela quer
uma troca, trocamos uma coisa por cinco.
- Isso é uma armadilha! (Guilherme afirma convicto.)
- Foi o que pensei assim que ela falou, porém tem algo que não se encaixa.
(Olho o quadro.) Quem faz isso... (Aponto para o nome família exterminada)
iria apenas fazer uma proposta de acordo? Por que não me matar? Ou fazer
uma ameaça direta? (Ambos ficam em silencio.) Pensei em duas repostas, a
filha pode estar tentando passar por cima do pai para ter seu poder de uma
vez, brigas no poder da máfia é comum, pelos documentos do professor, pode
ser uma jogada dela de assumir, ou está tentando ajudar o pai. Se a segunda
estiver correta, seria a mais lógica, pois poderíamos supor que após o delação
de policial e a menção de um integrante importante da Máfia, um conflito
pode ter se instaurado entre eles, o que leva a explicação do desentendimento
do deputado com o governador e outros deputados. E a sua busca por uma
aliança com alguém do planalto só pode significar uma coisa.
- A máfia está contra ele. (Guilherme fala sério)
- Exato!
- E se a filha quer o poder precisa mostrar ser mais capaz que o pai, então
está agindo em sigilo, tentando trocar informações para dizer que resolveu o
conflito. (Marcelo conclui) Se a segunda opção for a correta...
- O nome do deputado está ameaçando a liderança... Ele não é apenas um
integrante da Máfia. É alguém que os amedronta. (Guilherme completa.)
- Pela maneira como estão agindo rápido, eles devem estar com pouco
tempo, então o plano de ser uma armadilha, ou me infiltrar, são
desnecessários. (Minha cabeça vibra.) Nós poderíamos perder um... e ganhar
cinco... ou eles podem tentar fechar uma porta e abrimos oportunidades.
- Seu olhar está friamente calculista, o que está pensando? (Marcelo me
olha desafiador.)
- O que está faltando para esse caso começar andar? (Os questiono
sorrindo friamente, como fui tão ingênuo?)
- Pistas?
- Exato, temos a delação do policial, mas não conseguimos nada, se eles
querem um acordo, vão nos dar mais pistas, elas podem ser armadilhas...,
mas eles sabem que checaríamos, e sabe que não cederíamos de graça.
- E então? (Guilherme questiona, eu apenas pego o celular e digito uma
mensagem. Ligue agora, já tenho uma resposta. Após alguns segundo o
celular toca. Pisco para eles e atendo colocando no alto-falante.)
- E então El diabo, qual a sua resposta.
- Primeiro, quero que me diga o que vai querer, e só então eu poderei dar a
resposta.
- Subtração de documento... em troca lhe forneço uma lista com 10 nomes
para que se divirta tentando nos pegar.
- Você concorda comigo que sua proposta não é atrativa, como vou saber
se esses nomes são tão importantes quanto o documento que quer?
- Você não pode entender as leis Vizzano, mas tenha certeza que estará
ganhando. (Então é algo interno realmente...)
- Subtração de documento é proibido de acordo com o ... (Sou
interrompido)
- Art. 305 do código penal, tenho conhecimento, não lhe daria algo fácil.
- O que lhe leva a concluir que eu aceitaria? (Digo firme, vamos me dê
mais informações.)
- Somos os Vizzanos, você não encontrará nada, que não permitimos. (Sua
voz é meticulosamente suave e fria.)
- Seu interesse no documento, me faz pensar o contrário. (A provoco,
tenho que descobrir o real interesse.)
- A uma citação de Paul Castellano que diz “Há certas promessas que
você faz que são mais sagradas que qualquer coisa que acontece em um
tribunal de justiça, eu não me importo para a quantidade de Bíblias em que
você põe sua mão.” (Ela fala convicta e eu lembro das palavras do professor
em um dos artigos. “A honra dentro de uma máfia, vale mais que o medo dos
oficiais.”) Qual a sua resposta?
- Suponho que o documento seja a delação do policial. Não foi depois dela
que vocês se interessaram por mim. (Sorrio debochado, esse jogo eu vou
ganhar.)
- Você é o El diabo, não é mesmo. Queremos o documento em nossas
mãos e uma prova documentada, que sua utilização não será utilizada, com
penalização de falsificação de documento, você entende de leis, Art. 297 do
código penal.
- Em troca?
- Você ganha os 10 nomes...
- Não! (Falo sério)
- Não? (Sua voz parece confusa, esse jogo é meu, criança.)
- Quem me garante que esses nomes vão me fazer encontrar o que eu
quero.
- Então o que você quer?
- Quero 5 componentes da assembleia. (A linha fica em silêncio.) Os
Vizzanos são antigos, todos sabem do tal conselho.
- Isso é impos....
- Não! (A interrompo) Estou infligindo duas leis, e estarei lhe dando a
garantia, então o mínimo que pode me fazer é mostrar para quem eu devo
latir antes de encontrar você. É uma oferta agradável, você pode me enviar os
mais fracos, 5 é razoável, não acha. (É com eles que vou descobrir vocês.)
Mas, se não quiser, é uma opção sua! (O silencio ainda aparece, escuto
barulho de porta se abrindo e fechando, logo em seguida o som fino de vidro
se quebrando aparece.)
- Temos um acordo! (Sua voz é fria e calma.)
- Temos, porém...
- Não tem, porém, você me passou os termos e aceitei.
- Vou lhe dar uma assinatura minha... quero compartilhar a sua também.
Ponha os nomes em uma folha autenticada e assine com o seu nome e do seu
pai. Você entende de leis, então sabe que precisamos de garantias.
-Ok! (Ela não demora.) Amanhã, no mesmo horário, envie tudo para este
e-mail. Você receberá o que precisa. Foi um prazer El diabo!
- Ainda nos encontraremos em breve. (A ligação é desligada)
- PUTA QUE PARIU! Você vai mesmo dar a delação? E se eles
entregarem os nomes errados? (Marcelo parece não acreditar na minha
aceitação.)
- Eles provavelmente o farão. (Digo sorrindo.)
- E então por que aceitou? (Ele questiona)
- Por que eu preciso da assinatura.
- Não entendi! (Guilherme se pronuncia.)
- Já temos alguém na cola do Aloísio, eu posso dar a delação, mas não
pararei a investigação, com este documento assinado por eles eu posso
conseguir informações.
- Porra, jogou bem, podemos plantar verde e colher maduro com isso.
- Exato! Se o governador estiver envolvido, ele será o primeiro que
abordarei... eles não vão conseguir outro acordo. Só preciso de uma
assinatura!
- Boa sacada, mas se eles desconfiarem? (Marcelo questiona.)
- Não vão, estão ansiosos para resolver os conflitos, li no artigo que a
honra para ele é mais importante que até mesmo uma prisão, então estão
focados em resolver o tal problema, que descobriremos se estivermos calmos,
o desespero atrapalha, então seremos calmos e precisos.
- É por isso que é o El diabo! (Rimos e voltamos aos nossos trabalhos,
apesar de ser arriscado, tenho certeza que fiz o movimento certo, uma
assinatura pode não parecer muita coisa, a não ser que você seja líder de uma
máfia. Sinto que realmente comecei a dar os primeiros passos. Foco na
investigação e lá se vai mais uma noite de plantão.
Capítulo XIV
"Um dia a gente aprende a construir todas as nossas estradas no hoje;
Porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, E o futuro tem
o costume de cair em meio ao vão." ― William Shakespeare
Larissia Vizzano
- O COMBINADO NÃO ERA ESSE! (A voz do meu pai ecoa alto pelo
escritório e vejo Cauã preocupado, assim como mamãe.)
- EU FIZ O QUE ERA PRECISO! (Me exalto, ele já tinha combinado
com o acordo.)
- Não posso simplesmente dar 5 nomes do conselho! (Vejo sua veia se
alterar.)
- SENHOR MARCUS, VOCÊ ME MANDOU CONSEGUIR A DROGA
DA DELAÇÃO E ELA ESTARÁ NA SUA MÃO. (Sou extremamente
grossa e esqueço nossos laços fraternais.) Consequências? Nunca pensou
nisso, agora vai? Então escolha as carnes e jogue aos leões, ou eu mesmo
farei isso, a minha posição está em jogo, não era essa a questão? Cauã, redija
o documento, e autentifique, sem nenhuma falsificação. Quando estiver
pronto me chamem, não quero ser interrompida até esse maldito papel estiver
pronto. (Olho fixamente para meu pai, que parece estar pronto a me dar uma
bela surra.) Consegui o que tanto quis, você me fez pressionar o delegado
para que as coisas fossem mais rápido e consegui também, agi conforme
tínhamos concordado, o único que está voltando atrás da sua palavra é você,
porém não vou jogar o seu joguinho, é minha posição, minha vida que está
em pauta. Dê o que querem, ganhe o que quer, o resto deixe sob
responsabilidade da máfia, não vou arriscar a minha posição por eles. (Antes
que a cena se desenrole em tapas e ofensas, saio da sala e com toda a força do
meu corpo vou para o quarto. Minha respiração está totalmente acelerada. Eu
desafiei meu pai, DROGA! Ele não vai deixar barato, vejo minhas mãos
tremendo, tranco a porta do quarto e me jogo na cama.)
Larissia, vamos organizar os pensamentos, você conseguiu a delação do
policial, o nome do tio Aloisio vai ser anulado e a máfia não vai obrigar a
saída do seu pai. [RESPIRA E NÃO ENLOUQUECE] minha majestade
surge em seu jaleco branco, tentando me acalmar. Por que eu sinto que algo
não está certo, a visão do meu pai vermelho de raiva e quebrando o copo de
uísque me faz pensar, não conseguimos exatamente o que ele queria? Acho
que ele não esperava uma proposta ousada do delegado. Esse cara realmente
é o único capaz de enfrentar os Vizzanos. Minha cabeça lateja, eu não vou
aguentar essa confusão por muito tempo, preciso que Cauã me entregue logo
o que preciso, como acabamos ele só terá até amanhã para me entregar tudo.
Meus olhos aos poucos se fecham e deixo a confusão da minha mente de lado
e me permito descansar meus olhos. Uma batida me acorda e vejo que o sol
aparece na minha janela, meu Deus eu dormir tanto assim?
- Lari, bom dia filha! Posso entrar? (A voz da minha mãe me tira da
sonolência.)
- Só um minuto! (Me levanto e abro a porta, minha mãe me olha e vejo
seus olhos inchados e com grandes olheiras.) Mãe! (Ela entra e senta em
minha cama.)
- Lari, me perdoe. (Seus olhos se fixam no meu e sito um aperto no
coração, apenas sento ao seu lado em silêncio.) Nós não a queríamos
envolver, mas você entende que não tínhamos ninguém confiável a não ser
nossa filha?
- Mãe, não precisa se culpar, eu já entendi que não poderiam utilizar
terceiros, o hacker já foi arriscado.
-Sim, seu pai ameaçou toda a família dele, caso contasse para alguém o
que aconteceu. Mesmo assim ainda temos um risco. Filha (Sua voz é triste ao
me chamar e eu apenas espero suas próximas palavras, sei que quer me falar
algo.) não sinta raiva do seu pai, admito que ele explodiu ontem e
ultimamente está completamente explosivo, mas as burradas do seu tio estão
pesando nas costas dele. O conselho está o pressionando de um lado, do outro
ele se sente responsável por sua tia e seus primos e ainda tem você. Seja
compreensível com ele, por favor filha. Ontem quando vi ele jogando o copo
de uísque na parede eu tomei um susto, eu sei do que seu pai faz fora de casa,
mas ele nunca foi agressivo em casa.
- Eu não entendi, já tínhamos um acordo, ele concordou em dar 10 nomes,
e agora que reduziu para 5 ele estava furioso.
- Não foi pela ligação filha, por isso vim aqui.
- Como assim?
- Ontem, antes de você ir na sala e nos chamar, recebemos uma ligação,
Aloisio está fazendo coisas perigosas demais, achávamos que foi apenas
ganancia dele não ter dado o dinheiro correto para os policiais, mas agora
(Ela fica alguns segundo em silêncio.) penso que ele está tentando prejudicar
seu pai.
- O que houve?
- Ele está utilizando muita propina para querer um laço no planalto. Ele
planeja algo grande e sinto que seu pai levará a culpa por isso.
- Não vai, não se depender de mim. (Eu não vou deixar afundar mais ainda
a minha família.) Mãe, se eu conseguisse dar um fim na máfia?
- Oh meu amor, (Minha mãe dar uma risada triste) isso é impossível.
- Por que?
- Você é apenas uma menina Larissia, claro é adulta..., porém para acabar
com a máfia é preciso mais do que seu ódio por isso.
- Então do que é preciso?
- Filha, os Vizzanos são como essa aliança, (Ela retira seu pequeno anel de
ouro dos dedos.) Ela não tem início e nem fim. Assim é a máfia dos seus
antepassados, eles amarraram tantos os seus laços, que alguns estudiosos até
pesquisam sobre os Vizzanos. Ela está aqui desde da formação do país,
quando os italianos vieram, trouxeram muitas coisas e os Vizzanos é um fruto
do trabalho de diversas gerações sua. O que você precisaria, era ser uma
Vizzano romper essa aliança. (Ela faz a ilustração da aliança se quebrando e
depois coloca em seu dedo novamente.) Isso está além de suas mãos meu
amor. (Não se eu fizer o que for preciso.)
- Sim, mãe, foi apenas uma ideia idiota. E porque seus olhos estão assim?
Não dormiu?
- Estou preocupada com seu pai, com você!
- Mãe, estou bem, eu realmente fui muito firme com o papai. Se soubesse
que seus gritos não eram diretamente para mim, teria respirado mais.
- Essa é minha filha. (Ela sorrir pouco e me abraça.)
- Me perdoa mãe, por ser uma péssima filha! (Digo antecipado)
- Não filha, é você que precisa me perdoar, por não poder te tirar dessa
confusão. (Descanso em seu peito, e memorizo essa cena.)
- Meu pai já resolveu o documento?
- Sim, deixou com Cauã antes de sair.
- Então deixa eu resolver isso, não vou para a universidade hoje, não tenho
aula, pois iremos a um congresso na próxima aula, mas vou precisar estudar a
pauta com Malu.
-Antes, vamos tomar um café da manhã. (Sorrio, mas me sinto triste toda
vez que vejo sua aparência)
- Vou tomar um banho e já estou indo.
- Está bem! (Ela sai e eu imediatamente ligo para o Betto, ele me atende.)
- Fala maninha!
- Betto, o equipamento já está na sua mão?
- Sim, peguei ontem, tentei te ligar, mas não atendia.
- Fui dormir muito cedo. Malu está com você?
- Ela está dormindo.
- Pede a ela para levar no bistrô. Vou tomar café e estarei lá. Obrigada
Betto, não conseguiria sem você
- Estou ao seu dispor minha linda. (Desligo e tomo um banho rápido, faço
minha higiene, me visto e vou para cozinha, onde Simone e mamãe riem
conversando.)
- Monie, olha para essas olheiras da mamãe. (Balanço a cabeça) Assim ela
não vai chegar nos 60 tão bem quanto você.
- Me respeita menina, que não sou tão velha. (Elas dão risada e eu
acompanho.)
- Mãe, marquei de encontrar a Malu no bistrô, já que aqui é complicado.
Então vou assinar e ir direto para lá.
- Certo, filha, estou com saudade da Malu, peça para me visitar algum
domingo à tarde, é quando a casa não parece um quartel general.
- Pode deixar! Então o que temos hoje... (Sento na mesa e tomo um café
rápido, apenas um copo de café e algumas torradas com geleia.) Agora tenho
que ir.
- Mais já? (Simone me olha preocupada.) Você nem jantou ontem e só vai
comer isso.
- Estou satisfeita Monie, e no bistrô tem sempre alguma coisa para
beliscar. (Pisco para ela e a vejo sorrir. Vou para o escritório e já vejo Cauã
mexendo compulsivamente no computador.)
- Bom dia Cauã!
- Bom dia senhora, (Ele olha para trás e depois me encara.) virei a noite,
mas consegui fazer tudo o que pediu, aqui está. (Ele tira um pen driver do seu
computador e me entrega.)
-Ótimo! Cadê o documento que meu pai deixou aqui?
- AQUI! (Ele me entrega e olho, Marcus Vizzano é realmente esperto,
botou apenas nomes que não fazem parte da cúpula VIP. Eu já imaginava,
mas eles são do conselho, então o acordo está certo. Assino e entrego.)
- O documento deles já foi entregue?
-Ainda não!
- Ok, então me escute bem. Assim que os documentos forem digitalizados
e recebidos, você finaliza tudo. Não deixe nenhum vestígio, e use isso. (Tiro
da calça as 5 passagens aéreas com destino para a Argentina.) Com o
dinheiro que ganhou, vai viver extremamente bem lá. Você não está sendo
ameaçado e nada semelhante, é apenas uma medida de prevenção, para você
e sua família.
- Sim, senhora!
Saio da sala com o pen drive e vou diretamente para o bistrô, adentro e
vou para o escritório à espera de Malu, meu celular vibra e vejo uma
mensagem do Alex.
Estou prestes a pegar um caso bastante complicado e acho que não terei
muito tempo para você, o que acha de nós encontrarmos hoje à noite?
Meu coração se aquece, ele é tão carinhoso. Eu nunca me senti tão
envolvida com alguém, mas logo agora que minha vida está tão complicada,
por que não apareceu depois. Fecho os olhos. [Você está apaixonada
Larissia!} minha majestade interior surge de seu palácio, vestida em um
longo vestido de cetim rosa, com uma taça e seu olhar debochado me analisa,
como se dissesse o obvio. Apaixonada? Agora? Respiro fundo, minha vida
inteira nada esteve ao meu controle e parece que amar, também não vai estar.
Eu preciso ao menos vê-lo, não sei até quando será possível. Aproveito a
coragem repentina e digito uma mensagem rápida.
- Seria um prazer, você escolhe o local! (Seguro o celular próximo ao meu
peito e respiro pausadamente, seja uma mulher normal sem o peso da máfia
pelo menos uma vez Larissia, repito mentalmente e minha majestade apenas
observa bebericando seu drinque. Meu celular vibra e olho nervosa.)
- Conheço um barzinho incrível, pode ser? Digito a resposta sem pensar
muito.
- Ótimo, me manda a localização, nos encontramos lá! Sem tempo para
pensar a resposta chega de imediato.
-Perfeito, as 21:00 então, estou louco para te ver. Respondo no mesmo
instante.
- Digo o mesmo! Envio um emoji piscando e ele retribui com outro
soltando beijo. A localização chega em seguida, juntamente com uma
mensagem da Malu, avisando que está em frente ao bistrô. Vou até lá e a
encontro
- Demorei baybe? (Ela retira seus óculos escuros, como se estivesse me
paquerando.)
- Anda logo sua louca! (Entramos e vamos direto para o escritório.)
- Então, o que está pretendendo? (Ela se senta em uma das poltronas e eu a
acompanho.)
- Vou colocar esse grampo no escritório do meu pai, e tentar conseguir
provas o suficiente. Porém, mamãe falou que só alguém de dentro da máfia,
pode desfazer a máfia.
- E você? O que acha?
- Eu vou fazer o que for preciso para acabar com isso, então eu acho que
se estar ao meu alcance é possível. Mas, não vamos falar disso, o
equipamento está aqui, vou deixar para pensar sobre minhas ações depois que
tiver algo concreto. No momento, vou trabalhar com minhas variáveis certas.
- Ou seja?
- Continuar sendo a boa filha, tenho algo para analisar agora. (Pego o pen
Drive em cima da mesa.) Cauã, o hacker de quem falei, ele compilou o dossiê
de cada membro do conselho que mandei, e conseguiu informações do
notebook do meu pai.
- Isso é um tesouro! (Vejo seus olhos brilharem.)
- Sim, é! Porém a central da máfia, não é o escritório dele, e sim na
organização. Por mais que tenham provas aqui, não será para todos, e minha
intenção é uma rede para pegar todos e acabar literalmente com isso.
- Se seu pai descobre o que está fazendo...
- Ele não vai, mandei Cauã ir para Argentina, vou esperar o embarque e
instalo tudo, pois se ele descobrir vai pensar que foi Cauã, então não posso
permitir que isso ocorra, enquanto ele ainda está no Brasil.
- Porra Lari, tu é inteligente!
- Eu sei! (Pisco divertida para ela)
- Mas, você precisa ter cuidado, precisava de um lugar para juntar as
provas, analisar.
- É por isso que por enquanto vou deixar com você, meu quarto é muito
acessível para ele, à medida que encontrarmos provas, arranjo outro local.
Você seria a primeira cumplice que ele imaginaria se me descobrisse.
- Estou me sentindo em um filme de ação. (Ela põe os óculos escuros
novamente. E rimos.) Brincadeira Lari, eu sei que nossas vidas estão em
risco.
- Não vou deixar nada acontecer contigo amiga, não se preocupe.
- Eu também não vou deixar que nada aconteça com você. Mas... mudando
de assunto, tem comida? Não tomei café da manhã.
- Vem, vou preparar algo! (Vou para cozinha e faço o que amo.)
- LARIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII que delicia minha nossa, esse recheio da panqueca
está de outro mundo. Você é incrível amiga!
- Vou fingir que está falando de coração e não pela comida. (A acompanho
e me sinto leve ao tê-la ao meu lado.) Malu... (A chamo, ela vai surtar.)
- Fala! (Ela não me olha e continua comendo.)
- Vou sair hoje à noite com Alex! (A vejo engasgar imediatamente e
começo a rir.)
- VOCÊ O QUÊ? Sério? (Seus olhos estão totalmente abertos.)
- Sim, ele me chamou, pois vai entrar em um caso complicado e não terá
muito tempo.
- Eu não estou querendo explicações, você sabe o que significa, não é?
Dois adultos saindo a noite. Me diz que entende!
- Sim, eu entendo.
-Sua vadia! Você vai finalmente se dar uma chance, e logo com um deus
grego daquele que inveja Larissia! (Ela pega uma tampa e começa a se
abanar.)
- Calma Malu! (Começo a rir do seu jeito desesperado) eu nem sei se estou
preparada.
- Ah, para Larissia, você tem 25 anos, está mais que preparada, quer que
eu te ensine? (Ela vai até minha geladeira e volta com uma berinjela na mão.)
- Você não vai fazer isso. (Começo a rir descontroladamente.)
- Shiu! Agora você vai ter uma aula incrível. Lhes apresento o oral da
Malu.
- Que ridículo Malu! (Não consigo parar de rir.)
- Quando estiverem esquentando, e ele começar a explorar seu corpo, você
abre a calça dele e pega o pau do cara assim. (Ela encena) Aperta, não com
muita força, mas também não seja fresca, principalmente com um homão
daquele. Eu daria fácil, fácil o que ele quisesse.
-MARIA LUIZA! (Entre gargalhada tento ficar séria.) EU sei o que fazer,
Ok? Então larga essa berinjela e volte a comer.
- Nem expliquei o garganta profunda ainda.
- Você é muito sem noção garota, eu posso não ter prática, mas o básico
eu sei. Agora larga isso ai! (Ela finge tristeza e vem para a mesa.) Eu vou
precisar de você.
- Relaxe, já projetei tudo em minha cabeça.
- Mas eu mal te contei.
- E? Vamos, preciso passar o esquema, (ela volta a comer) Já resolveu
tudo com o seu pai?
- Sim, uma hora dessas Cauã já finalizou tudo e está indo para casa.
- Então vamos começar, ligue para sua mãe.
- Para que?
- Só liga Larissia! (Assim o faço e no terceiro toque ela atende.)
- Mãe!
- Oi Lari! Cauã mandou avisar que tudo já foi concretizado, você pode
olhar o e-mail.
- Ele já saiu?
- Sim, tem uns 10 minutos.
- Que bom! (Malu, faz mimica e consigo entender o que ela diz.) Mãe, irei
dormir na casa da Malu hoje.
- Por que Larissia? Você dormiu lá um dia desses, você conhece seu pai,
filha.
- Diga, que é um bônus pelo trabalho realizado.
- Como se isso bastasse. Por que você não me conta logo qual o nome
dele.
- O quê? (Coloco imediatamente na viva voz.)
- Não se faça de boba dona Larissia, você tem chegado muito animada em
casa, e acha que não vi aquele dia que recebeu uma mensagem? Você estava
na mesa conosco filha, seu pai não percebeu, por que não sabe detectar os
olhos brilhante de uma garota!
-BOA TIA! (Malu fala alto e começa a rir.)
- Você está junto com ela não é Malu! Estão tramando até planos agora!
- Desculpa tia, a Lari, já está grandinha para ficar presa tia.
- Eu sei meu amor, mas você sabe o motivo, é difícil para nós.
- Eu sei tia, e compreendo.
- O gato comeu sua língua Larissia?
- Oi? (Se tivesse um buraco eu me enfiava, amo minha mãe, mas falar
sobre algo que nunca conversamos é totalmente estranho.)
- Não se faça de louca dona Larissia, eu perguntei o nome. (E agora eu
falo?)
- É um amigo do curso tia. (Olho para Malu e ela faz sinal de silêncio.)
Após 2 anos eles finalmente estão se conhecendo melhor.
- Tudo isso? Meu Deus... Filha, eu não vou te privar disso, mas você sabe
das responsabilidades como nossa filha, não sabe?
- Mãe, não estou casando com ninguém!
- Eu sei, Malu, cuida da minha garota! Eu vou dar um jeito nos seguranças
para você filha, é uma recompensa pelas burradas que seus pais estão
fazendo. (Essa é minha mãe!) Mas, em troca você tem que me prometer algo.
- O que?
- Essa é a segunda noite que você vai para casa da Malu... (Ela hesita)
tome os cuidados necessários. (Não entendo o que ela diz.)
- Cuidados?
- Sim Larissia, preservativos, seu pai me mata se algo acontece. (Malu
imediatamente rir como uma louca e sinto minhas bochechas queimarem.)
- Ah Mãe! Tchau, te amo! (Desligo completamente envergonhada e Malu
continua rindo como louca.)
- Sua mãe é a melhor!
- Para de rir Malu!
- Oh amiga, é impossível, sua mãe nem sabe que é virgem ainda. E pior,
ela sacou bem antes de você.
- Está bom, chega desse assunto! Vou ir à cozinha, o pessoal deve ter
chegado. (Saio apressada para a cozinha e já encontro meu pessoal, sinto
minhas bochechas vermelhas, Larissia, você não é uma garotinha, é uma
mulher.) Bom dia pessoal, vamos cozinhar com garra hoje!
- A chefinha está no controle hoje! (O subchefe diz e todos começam a rir,
vamos esfriar a mente e o corpo?)
São exatamente quinze para as nove e estou olhando a minha imagem no
espelho.
- Malu, o que você fez comigo? (Meus olhos estão assombrados, meus
olhos estão marcados em uma maquiagem escura e meus lábios em vinho me
faz parecer uma mulher totalmente decidida e sexy. Uma blusa branca com
um pequeno decote se encaixa perfeitamente em uma saia preta de vinil e
saltos altos da mesma cor. Meus cabelos estão completamente alisados e
soltos, combinando perfeitamente com a maquiagem e realçando meus
olhos.)
- Você está sexy, sem ser vulgar.
- Não sei nem dizer se está bom ou ruim.
- Você não tem que dizer nada, apenas seja a Larissia que você sempre
quis ser. E não esqueça de falar que é virgem, homens tendem a ser
carinhosos nas primeiras vezes.
- Mas, ele vai me achar uma garotinha.
- Alex parece ser muito bem dotado Larissia, de ferramentas e habilidades,
é a sua primeira vez, e se ele te machucar sem querer.
- Eu nem sei se vou realmente dormir com ele.
- Eu espero que sim, senão eu vou! (Olho para ela.) Brincadeira! Ou não!
(Ela pisca e eu jogo seu travesseiro em seu rosto.) Vamos, já estamos
atrasadas o suficiente, até lá será uns minutos. (Saímos e realmente mamãe
cumpriu com sua palavra não há nenhum segurança. Malu me leva e vamos
conversando sobre ligar para ela, caso algo der errado, ou ele beba demais.
Chego em frente ao barzinho as 21:25. Estou saindo do carro, quando Malu
me chama.) Amiga, seja você mesmo, faça o que quiser, o que se sentir bem.
SE PERMITA! (Sorrio, ela sabe exatamente como me confortar. Ela sai e eu
respiro fundo adentrando ao local. Procuro por Alex e o vejo em uma mesa
no fim, ele acena e eu vou tentando controlar meu nervosismo... Hoje você
não vai ser uma menina, vai ser uma MULHER!)
Capítulo XV
“Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, tuas margens, teus rios, teus
povoados pequenos, e o fogo genital transformado em delícia.” – Pablo
Neruda
Alex Aguiar
Olho a entrada do bar e sinto todos os meus sentidos sendo aguçados,
Larissia está tentadoramente irresistível, seus peitos estão perfeitamente
atraentes em uma blusa branca, suas curvas estão marcadas por um tecido
preto interessante. A cada passo que ela dar para perto da minha mesa, sinto
meu pau acordando, se controla Alex, você não é a porra de um adolescente.
Ela chega finalmente em minha mesa e quando me levanto consigo observar
melhor seu rosto e PUTA QUE PARIU EU ESTOU FERRADO!
- Caralho, você está, (como descrevê-la de maneira correta?)
incrivelmente linda. (Vejo suas bochechas ficarem rosas. Puxo a cadeira ao
meu lado e ela senta e faço o mesmo. Seus seios estão ocultos e ao mesmo
tempo tão atraentes, que sinto meu pau querendo tomar vida e retirar sua
blusa.)
- Boa noite! (Ela rir, olhando para a minha calça, porra Alex, boa
impressão.)
- Não tenho culpa! (Me justifico olhando seus olhos, pego meu copo de
uísque e levo a boca.) aceita uma bebida?
- Sim! (Chamo o garçom e antes que eu peça, Larissia já faz seu pedido.)
Uma caipirinha por favor! (A observo e não consigo tirar um pensamento da
cabeça, essa mulher precisa ser minha.)
- Você consegue me surpreender cada vez mais que te conheço.
- Digo o mesmo de você professor, (ela fixa em meus olhos e nossos
corpos parecem que estão se desnudando com os olhos.) e então, mais um
caso complicado? (Eu queria esquecer o caso e focar em seu corpo se
colidindo ao meu.)
- Sim, ficarei um pouco longe, mas não poderia deixar de ter um momento
com você.
- A calmaria antes da tempestade. (Ela fala pensativa e eu concordo.)
- Sim, mas enquanto a tempestade não chega, eu quero aproveitar a
calmaria. (Passo a língua em meus lábios umedecendo-os e não perco mais
tempo, seguro em sua cintura e a trago para um beijo, nossos lábios estão
calmos, parecem saborear cada segundo, puxo seus lábios no meu e sinto sua
perna se fechando, excitada Lari? Somos interrompidos pelo garçom e vejo
que novamente a menina tímida está em minha frente, ela pega a bebida
envergonhada e eu apenas observo, tomando mais um gole do uísque.)
- Você realmente não tem limites! (Ela diz rindo e balançando a cabeça,
tomando a sua bebida.)
- Eu ultrapasso todos se for com você. (Novamente nossos olhos se
fixam.)
- Realmente todos? (Ela questiona e vejo uma mulher maliciosa na minha
frente, essas mudanças dela é o que me deixa mais enfeitiçado.)
- Sim.
- Eu posso ter limites que você não consegue ultrapassar.
- Eu consigo tudo que eu quero! (Pisco e sorrio para ela.)
- E o que você quer agora? (Porra mulher, não me faz uma pergunta dessa.
Me aproximo dela e sussurro em seu ouvido.)
- Seu corpo se fundindo ao meu. (Aproveito e mordo o lóbulo da sua
orelha e a vejo se arrepiar.)
- Acho que o barzinho foi um pretexto... (Ela me olha e bingo!)
- Não, é a entrada da noite. (Me afasto e volto para o meu local, e bebemos
um pouco.)
- Não vejo a hora de experimentar as outras fases. (Ela morde seus lábios e
cruza as pernas, mexendo em seus cabelos, eu queria poder ter controle sobre
meu corpo, mas não tenho, viro o restante do líquido e esqueço o resto,
observo onde estamos e me aproximo dela, meu pau começa a doer na calça.)
- Eu estou completamente louco por você Larissia. (Sussurro ao seu
ouvido por cima da música alta e a vejo estremecer a cada palavra, meu pau
lateja e sinto que preciso dela, o desejo me consome por completo e vejo
nossos olhares se cruzando. Delicadamente, passeio minhas mãos por suas
coxas e consigo sentir sua necessidade também.)
- Aqui tem muita gente... (suas bochechas rosadas, me fazem querer vê-la
em gemidos, adentro minhas mãos cada vez mais fundo em sua saia, tendo o
cuidado para que não seja perceptível. Respiro devagar e sussurro.)
- Isso só torna ainda melhor, você não acha? (Meus dedos encontram a sua
calcinha e sinto suas pernas abrindo involuntariamente. Isso, a tensão de ter
um público está me levando a pensamentos completamente sujos, Calma
Alex!) Nossos olhos se encontram e preciso sentir sua carne, a calcinha
completamente molhada me faz quere-la sem nenhum pudor, passeio devagar
por sua intimidade e encontro a entrada lateral da sua calcinha, não penso em
mais nada e invado sua carne, observando sua reação, a vejo fechar os olhos e
abri-los rapidamente. Massageio seu clitóris e me perco em sua umidade,
observo suas reações e estou quase a fudendo aqui e agora.

- O que você acha de sairmos daqui? (ISSOOOO, meu pau parece estar em
final de campeonato de tão animado.)
- Achei que não iria pedir... (Não digo nada e retiro meus dedos, a
olhando, os levo até a boca e sinto seu gosto... PORRA, eu quero você
Larissia! A vejo estremecer e penso rápido.
- Tudo bem em ir para minha casa? (A questiono, mas seus olhos estão
confusos, será que fui rápido? Mas não foi ela quem ofereceu sair? Talvez ela
queira em sua casa.) Pode ser a sua sem problema... (Tento me justificar, mas
sou interrompido.)
- Não! (Um motel então? Ou ela desistiu?) Quero dizer, não moro sozinha,
poderia ser inconveniente. (Meu corpo relaxa, e chamo o garçom pagando a
conta, fiquei o que? Uns 40 minutos? Quem liga!)
- Oh sim, então vamos para minha. (Me levanto e ponho minhas mãos em
sua cintura e vou em direção ao carro. Eu quero fudê-la aqui no carro mesmo.
DROGA SE CONTROLA CARA. Ligo o carro e ponho uma música, antes
que decida fazer o que pretendo aqui mesmo.)
- Por acaso você está nervoso? (Ela diz debochada, e sinto meu pau doer)
Não precisa eu juro que serei boazinha... (Não brinque com um pau sedento
Larissia, já tenho umas semanas sem sexo e é meu Record.)
- Não estou nervoso. (O sinal fecha e fixo meu olhar no seu, você quem
começou.) Só estou me segurando para não fuder você exatamente agora e
aqui. (Digo devagar, para que ela sinta meu desejo pelas palavras.) Ou você
acha que isso é nervosismo? (Pego sua mão e ponho diretamente no meu pau
extremamente duro, vejo suas bochechas ficarem vermelhas e provoco.)
Nervosa?
O sinal abre e sigo rapidamente a caminho de casa, Larissia retira suas
mãos do meu pau e eu apenas dou risada. Vou o mais rápido, dentro do
permitido por lei, e assim que chego em frente ao apartamento sinto meu
tesão aumentando, descemos e seguimos para o elevador. Assim que a porta
se fecha, eu não aguento mais esse silêncio, a puxo para mim, me colocando
atrás dela, nossos corpos estão colados e percebo que ela sente meu membro
duro em seu corpo. Ah, Larissia, você não tem noção do tesão que estou.)
- A sua sorte é que aqui tem câmeras. (Digo baixo em seu ouvido, e a vejo
fechar os olhos, aproveito, e aperto sua cintura a fazendo sentir ainda mais
meu membro.) Se prepare Larissia, não há deixarei dormir... (As portas se
abrem e entro olhando para ela.) Agora você é só minha ruivinha!
Abro a porta e assim que ela passa a prendo na parede, colando nossos
corpos como seu fossem um só, nossas bocas ganham vontade própria e
começam uma batalha deliciosa. Estou completamente louco por ela, preciso
dela, retiro sua blusa e fico louco por seus seios cobertos pelo sutiã. Minhas
mãos estão famintas e exploro seu corpo, Larissia arranca minha blusa e sinto
que estou a um passo de perder a sanidade, a levanto e encaixo em minha
cintura, esqueço completamente de tirar a arma, e vou indo em direção ao
quarto. Exploro cada parte do seu colo com minha boca e assim que entro no
quarto a ponho na cama. Sua respiração está descompassada, e isso me deixa
louco, a pouca luz me impede de vislumbrar seu corpo, mas a necessidade me
faz agir rapidamente, retiro a arma da cintura e meu distintivo do bolso e
ponho no criado mudo, volto e começo a beijar seu tornozelo, escuto
pequenos gemidos e exploro suas pernas, depositando lambidas, beijos e
chupões. Seu corpo vibra cada vez que minha língua entra em contato com
sua pele, faço um caminho silencioso e subo minha boca, até delicadamente
chupar o interior das suas coxas, sugo com vontade a sua pele e seus
gemidos se intensificam e em resposta, sinto seus dedos se entrelaçando em
meus cabelo os puxando devagar, entendo seu movimento e passo minha
língua em sua fenda umedecida e em seguida abocanho sua intimidade com
vontade, seu corpo vai relaxando e minha língua brinca com seu clitóris, eu
não consigo, mais aguentar, Droga! Ponho dois dedos em sua intimidade e a
vejo ficar tensa... Fiz algo de errado?
- Eu preciso de você, agora! (Ela diz séria e eu relaxo.)
- Caralho mulher, não se fala essas coisas, para um homem com tanto
tesão acumulado. (Digo sério, sentindo meu pau latejar arranco o que tem de
roupa e rápido abro a camisinha, com meu membro duro e totalmente
preparado, não perco tempo e entro dentro dela.)
- AHHHHHHHHHHH! (Ela grita, mas não parece de prazer, Porra, fui
rápido? Droga! Será que a machuquei, Caralho Alex, vai com calma.
- Te machuquei? (Pergunto receoso, eu deveria ter avisado que estava
entrando?)
- Não, apenas me surpreendi. (Sinto um alívio e dou risada, a beijo,
enquanto fico parado, tomei um susto, à medida que sinto seu corpo
relaxando vou me movimentando. PORRA! Ela é extremamente apertada,
meu pau tem dificuldade de se movimentar, eu posso machuca-la se for
rápido, vou devagar e à medida que seu corpo se solta eu aumento, sua
lubrificação aumenta e eu aproveito e abocanho seus seios, ela passa a gemer
em meu ouvido e vou amentando, até que sinto suas unhas arranharem a
minhas costas e uma vontade louca de beijá-la, subo para sua boca e encaixo
nossos lábios, o beijo se intensifica, assim como minhas estocadas e começo
a sentir algo estranho, uma sensação de satisfação, excitação e euforia, eu não
sou assim, o que está acontecendo. Aumento a velocidade e levo uma de
minhas mãos a sua intimidade e a outra entrelaço nossos dedos, colocando
suas mãos em cima de sua cabeça. Meu corpo está explodindo de desejo, a
tensão está a mil, estimulo seus clitóris e me movimento cada vez mais,
minha respiração está acelerada e a sua também. Aumento minhas investidas
e seus gemidos me enlouquecem. Que buceta apertada, Caralho, essa mulher
vai me enlouquecer!)
- Você é tão apertada Larissia. Que delícia! (Mordo o lóbulo de sua orelha
e seu corpo começa a dar sinais, continuo a movimentação e novamente seus
gemidos ficam mais alto, suas pernas se forçam para que haja mais contato,
ela está prestes a gozar) Está vindo, não é? (Sussurro, enquanto minhas mãos
a estimulam e dou investidas rápidas nela. Nossos rostos estão pertos e
consigo sentir sua respiração) olhe para mim Larissia! (Sei que está escuro,
porém consigo saber exatamente onde ela estar, sinto uma sensação me
consumir, eu quero que ela goze, quero que ela sinta prazer por mim,
somente por mim) Você é minha Ok? (Estoco mais forte, e sinto seu corpo
tremer) O seu corpo é um vício e agora estou viciado... Ohh... (Ela geme alto
e sei que está a um centímetro do orgasmo, vem para mim. Sinto meu corpo,
se entregando também) Porra de mulher gostosa! (Seu corpo começa a tremer
e sinto suas paredes me apertarem por completo, sua voz fina me faz
estremecer e com duas estocadas, consigo meu orgasmo. Nossos corpos estão
completamente suados e ofegantes. Estou me sentindo tão relaxado, que
mulher é essa, seus gemidos são como música, seu corpo responde tão bem e
essa buceta apertada. Não sei se a deixarei ir tão facilmente agora.)
- Lari! (A chamo tranquilamente)
- Sim! (Sua voz parece estar embriagada ainda e sorrio, bom trabalho
Alex! Fiquei tão tenso quando ela gritou que escutar sua voz assim é um
alívio, mas ainda insisto.)
- Você está bem mesmo?
- Sim, por que? (Seu grito me assustou e é tão apertada.)
- Você sempre foi tão apertada assim? (Digo um pouco sério, eu realmente
fiquei com medo de machuca-la, nunca machuquei nenhuma mulher, em
situação nenhuma, imagine na cama.)
- Não, acho que... (ela vacila, tem algo errado) digamos que nunca conheci
alguém tão bem dotado como você. (Então era isso? Não consigo parar de rir,
não creio que seja por isso, mas ela se saiu bem.)
- Você sempre me surpreendendo com suas respostas. Mas saiba que não
sou tão fácil de enganar.
- Não estou enganando..., mas, quer saber...
- Sim!
- Eu não aguentava mais de tanto tesão... (Ela se vira para mim e seus
seios ficam coladinhos) Você é muito sexy senhor professor. (Ela está mesmo
me provocando?)
- Acho que você estar querendo repetir a dose, querida aprendiz...
Acordo com o corpo totalmente relaxado, que noite incrível, olho para o
lado e vejo Larissia parada virada para o lado e a chamo.
- Larissia?
- Oi... (Sua voz está estranha, ela parece assustada) Meu... (me levanto,
aconteceu alguma coisa ruim.) Meu pai acabou de ligar, precisarei ir
urgentemente para casa. Me desculpe. (Ela levanta e procura sua roupa
desorientada, o que eu faço?)
- Aconteceu alguma coisa? Você está pálida!
- Sim, minha mãe não está muito bem. (Poxa, pelo seu rosto dar para ver
que é sério.)
-Eu te levo até lá. (Levanto rápido.)
- Melhor não, eles poderiam ficar desconfiado, eu vou. (Ela parece
atordoada.)
- Sua blusa deve estar lá em baixo. Eu pego para você enquanto calça os
sapatos. (Vou até a sala e acho a sua blusa, volto e a entrego.)
- Desculpa, mas preciso ir imediatamente. (Ela veste a blusa e sai
correndo, a sigo e antes que ela saia aviso para me ligar, mas acho que ela
não escutou. Sento no sofá.)
Caramba, tivemos uma noite tão boa e agora isso, espero que eles fiquem
bem. Sento no sofá e apoio minha cabeça fechando meus olhos, a sensação de
ter Larissia em minhas mãos aparece e me arrependo de não ter ligado a luz,
que mulher é essa, ela conseguiu me levar a extremos, consegue ser linda e
fofa, e totalmente sexy. É Alex, você está perdido, literalmente perdido,
sorrio. Deito um pouco no sofá, meu corpo está querendo só alguns
minutinhos a mais de sono e cochilo. Acordo com um barulho, abro os olhos
e vejo Dona Carlota fazendo comida.
- Oi mãe! (Me levanto e vou até ela dando um beijo em sua testa, ela me
olha desconfiada.)
- Por que está de cueca?
- O que foi mãe? Eu sempre fiquei assim, (dou risada e me assusto quando
vejo que já passam das doze. Eu tinha que estar na delegacia, mas agora já
era, vou para o próximo turno.)
- Quem estava aqui com você?
- Vai controlar minha vida agora dona Carlota? (A olho)
- Só quero conhecer a pessoa, por que há algum motivo para não me
apresentar.
- Mãe? Está tudo bem? (Seu olhar está muito desconfiado.)
- Você não traz garotas para casa.
- Mas, essa eu trouxe. Eu não sou criança Dona Carlota! (Abro a geladeira
e pego um copo de suco.)
- É isso que me preocupa filho.
- Eu não estou entendendo, não é como seu filho não tivesse relações.
- Eu sei, mas não é esse o problema.
- Então qual é?
- Quando vi, achei que havia se machucada, mas quando vi a embalagem
de camisinha e a situação das suas roupas espalhadas pela casa tive certeza.
Filho, tirar a virgindade de alguém é sério, essa mulher ela já é de maior, não
é? Você é um policial conhecido Alex, tome cuidado... (Ela continua, mas eu
travei na parte da virgindade.)
- Mãe, o que a senhora está dizendo?
- Estou falando da mancha dos seus lençóis, não parece ser sua, a não ser
que ela esteja naqueles dias... (Não escuto nada, vou para o meu quarto, olho
o lençol branco e lá está, Caralho, ela era virgem? Mas... não pode ser.... quer
dizer, ela era tão apertada, e seu grito, MERDA, MERDA! Calma Alex, vai
que ela ficou naqueles dias, minha cabeça parece estalar, foi por isso que ela
saiu com tanta pressa? Minha cabeça está uma confusão, preciso falar com
ela imediatamente, pego meu celular e vejo 15 ligações do Marcelo, o que
houve? Retorno a ligação antes de ligar para Larissia, e ele atende no
primeiro toque.
- Cara, onde você estava? (Sua voz está agitada.)
- Em casa, o que houve?
- Encontraram cinco corpos em um terreno, uma moradora ouviu disparos
e gritos, então denunciou.
- Vocês já foram ao local?
- Sim, como você não apareceu, eu comandei a operação, depois você
explica isso. Mas a questão não é essa.
- Qual é?
- Quando procuramos a identificação, do indivíduo, achamos um papel,
com o nome El diabo e seu número de telefone.
- Como assim?
- O corpo está na perícia, mas sabemos que ele estava com viagem
marcada para argentina, se chama Cauã e é procurado por ser um Hacker de
alto calibre. (PORRA!)
- Ele deve ser da máfia! Puta merda, eu não tenho um minuto de descanso,
estou indo para aí. (Desligo o celular e vou direto ao banheiro, tomo um
banho e visto uma roupa comum de trabalho, pego a arma e o distintivo, olho
os lençóis, ainda vou falar com você Larissia! E saio, nem me despeço direito
da minha mãe, apenas informo que tem grandes problemas na delegacia. E
está se cumprindo, após a calmaria vem a tempestade.
Capítulo XVI
"A ausência de alguém pode aprofundar o amor." -
Nicholas Sparks
Larissia Vizzano
O táxi me leva para longe da casa do Alex e sinto lágrimas inundarem meu
rosto, como isso pode ser possível? Minha mente parece que vai explodir!
Por que tinha que ser você Alex, por que? Não consigo organizar nada em
minha mente, ele é o El diabo, foi a ele quem meu pai ameaçou, foi com ele
que negociei. Minha cabeça começa a doer, o carro para em frente à minha
casa e sinto um calafrio percorrer minha coluna. Ponha a cabeça no lugar
Lari, enxugo rapidamente minhas lágrimas, pago o táxi e vejo os seguranças
se levantarem assim que me avistam, respiro fundo e vou em direção a porta
acompanhada. Entro e vejo meu pai sentado com um dos seguranças bebendo
uísque. A essa hora? Os olhos se voltam para mim e só então percebo que
estou com a roupa de Malu ainda, droga! Vejo o segurança olhar para as
minhas pernas, meu pai me repreende com o olhar e eu apenas o
cumprimento com um bom dia. E sigo direto para o meu quarto. Não tenho
tempo de abrir a porta e sou arrastada por minha mãe para o quarto de
hospede.
- Mãe, calma! (Seus olhos estão vermelhos e vejo preocupação.)
- Filha, seu pai... ele... (sua voz não sai)
- Ele descobriu que não estava na casa de Malu? (A olho)
- Não, ele não descobriu isso. (Suas mãos estão tremulas) O conselho...
- Mãe, respira e me conta com calma o que está acontecendo.
- O conselho desconfiou que seu pai estava tramando algo para inocentar
seu tio e descobriu sobre Cauã.
- Não se preocupe mãe, eu já dei um jeito em Cauã...
- Filha... (Minha mãe está assustada.) Seu pai mandou matar o Cauã e a
família dele, antes que o conselho descobrisse. (Sinto uma queda de pressão.)
- Não pode ser, eu dei passagens...
- Eles foram mortos essa madrugada, quando iam para o aeroporto. (Sinto
minhas pernas bambas e caio de joelhos.) FILHA...
-Mãe, o papai é realmente um monstro... (Sinto o gosto salgado das
lágrimas inundarem meu rosto.)
- Filha, o Cauã já estava jurado de morte assim que o conselho descobriu,
seu pai só adiantou para que eles não descobrissem.
- ISSO NÃO É JUSTIFICATIVA! (Grito) ELE É UM MONSTRO...
- Não filha... (vejo minha mãe chorar) Ele não tinha saída.
- Vocês só sabem dizer que não há saída, será que realmente não há, ou
fingem não querer ver? (O ódio começa a crescer dentro de mim, Cauã não
fez nada além do seu trabalho, ele tinha uma família linda, como meu pai
pode viver assim, matando pessoas tão facilmente.)
-FILHA! (Minha mãe pega em meu rosto e me faz olhá-la, lágrimas
inundam a nossa face e vejo a quão perdida ela está.) Seu pai só tem a nós
duas, você acha que eu não quero dar um basta nisso LARISSIA! Eu sempre
quis, mas essa é a nossa vida.
- NÃO! (Grito) ESSA NÃO É A MINHA VIDA! (Reúno todas as minhas
forças e me levanto, limpando minhas lágrimas.) Eu tinha esperança que meu
pai fosse apenas um peão do conselho, eu não queria vê-lo como um
assassino, mas é isso que ele é. Eu não estou disposta a me tornar um monstro
como ele. (Saio do quarto de hospede e vou direto para o meu quarto
trancando a porta.)
DROGA! Por que tudo tem que ser assim na minha vida, a raiva se
mistura com o ódio e jogo tudo em cima da escrivaninha no chão. Eu não
posso amar o único cara que me fez sentir desejada e uma verdadeira mulher.
(Sorrio) Não posso proteger ao menos um funcionário. (Gargalho da minha
desgraça) E não posso tirar minha família dessa lama. (Minha cabeça lateja e
eu apenas dou risada enquanto as lágrimas inundam meu rosto.) ESSA
MALDITA MÁFIA! Caio no chão sem forças para mais nada, abraço meus
joelhos, tentando desesperadamente acalmar a dor em meu peito. Mas é em
vão! É tão cômico, enquanto a filha perfeita estuda para ser a justiça, seu pai
é a própria imoralidade. Apesar de meus lábios rirem descontroladamente,
meus olhos se inundam em lágrimas. Hoje foi Cauã e sua família, amanhã
quem será? Meus funcionários? Betto e Malu? Alex... (Minha barriga revira e
eu corro para o banheiro, meu estômago parece refletir exatamente a vontade
do meu corpo e coloco tudo para fora. Sinto minhas forças totalmente zerada
e caio em frente ao vaso. Lastimável? Não! Eu mereço o pior, quantas vidas
já se foram por causa da minha família... (Meu estômago revira mais uma vez
e me vejo colocando tudo para fora novamente.) Seria tão simples se a vida
fosse assim, se pudéssemos expulsar qualquer coisa que nos fizessem mal.
Sinto meu rosto inchado pelo choro, minhas mãos tremem e sinto meu corpo
tão fraco que deito ali mesmo, no chão do banheiro, sinto o chão gelado me
abraçar e me permito ficar assim, apenas sentindo meu coração afundar.
Quando descobri quem era meu pai, eu imaginava que pessoas morriam, mas
isso nunca aconteceu tão perto, eu nunca senti. Meus olhos se fecham e assim
adormeço, com meu corpo inteiro em dor.
Batidas me assustam e abro meu olhos, só então percebo meu estado, não
escuto nada e apenas entro no chuveiro me livrando do cheiro do vômito,
mais um barulho na porta e não me preocupo, deixo a água limpando o meu
corpo, enquanto as lágrimas em vão tentam limpar minha alma. Me enrolo
em uma toalha e paro de frente ao espelho, meu rosto está deplorável, olhos
inchados, rosto vermelho e lábios roxos. Sento na cama e os barulhos ainda
continuam, escuto a voz de Simone e minha mãe, mas não abro, deito na
cama e as lembranças da noite acalorada com Alex, aparece como flash em
minha mente e choro mais ainda, suas mãos em meu corpo, nossos corpos se
chocando, minha boca o chamando involuntariamente... Serão apenas
lembranças, nossa relação estava fadada ao fracasso desde o princípio, só não
sabíamos, sorrio ao sentir o gosto amargo em minha boca. Já pensou, um
delegado de renome com a filha de um criminoso. Essas histórias dar certo na
ficção, não na realidade. Se Alex, soubesse que eu era a mulher que estava o
ameaçando, será que ele ainda me levaria para passear? Será que ele ainda me
possuiria tão carinhosamente... Não mesmo, a única relação que deveríamos
ter é das suas algemas me prendendo e levando para prisão. Respiro fundo!
[O que você pretende fazer Lari?] Minha majestade surge com olhos
preocupado me analisando. [Você não pode ficar apenas em seu quarto
Larissia, se você não os parar a morte do Cauã, vai ser em vão.] Ela está
certa, mas o que eu devo fazer? [Seu plano] se eu conseguir provas
suficientes para denunciar toda a máfia e acabar com o conselho, eu não só
livraria esse peso das costas dos Vizzano, como poderia provar a minha
inocência para Alex. Me levanto, e visto um vestido qualquer, calço
sapatilhas e pego minha bolsa. Saio do quarto e já vejo minha mãe sentada no
sofá, seu olhar está longe. Ela escuta meus passos e me olha.
- Filha, (vem correndo em minha direção) você está bem? Simone, ela está
aqui, pode trazer o lanche.
- Não mãe! (Digo séria) Estou de saída.
- A onde você pensa que vai assim Larissia? (Simone chega com uma
bandeja de café.)
- Eu tenho trabalho a fazer mãe. Conversaremos depois! Monie pode
levar, eu não estou com fome. (Saio de casa e o motorista já vem em minha
direção assim como os seguranças.) Para o Bistrô! (Entro no carro e deixo
minhas emoções tomarem conta dos meus pensamentos, minha cabeça parece
que vai explodir.)
Saio do carro e sigo para o bistrô, os funcionários já estão fazendo a
limpeza, cumprimento-os rapidamente e vou para o meu escritório. As
lembranças de Alex me invadem com força e me esforço em apagar tudo em
minha mente. Eu preciso ser racional, vou até minha mesa e pego um
remédio para aliviar essa dor. Tomo e me sento. Eu preciso de um plano com
99% de chances dar certo, é Larissia, você precisa realmente rever o que vai
fazer a partir de hoje. Abro a minha gaveta e pego equipamento que Betto
conseguiu, ponho em minha bolsa. Ponho o pen driver que Cauã me deu, e
analiso o que ele conseguiu. Há uma lista de pagamentos com vários nomes,
dentre eles o próprio governador e muitos políticos influentes. Olho, cada
pasta e há muitos números, eu não tinha noção da quantidade exorbitante de
dinheiro que meu pai consegue em apenas uma semana. Há rotas e a
quantidade de lucro em cada ponto traçado no mapa. Realmente é muito
dinheiro! Abro a última pasta e vejo nomes em pastas, eu reconheço esses
nomes, é o conselho, abro uma por uma e há um dossiê detalhado sobre cada
um. Como fraquezas, famílias, e contas no exterior... Isso é uma prova!
(Minha mente começa a clarear e sinto que no meio da tempestade eu enfim
encontrei uma luz.) Mas essa prova é muito pequena, eu preciso de mais,
muito mais. Após passar a tarde e a noite toda no bistrô, eu volto para casa
com as emoções ainda conturbada, sem dizer nada entro e vou para o quarto.
Pego o celular e só agora percebo que ele estava descarregado, ligo o
carregador e aproveito para tomar um banho. Minha cabeça ainda dói, porém
com menos intensidade. Saio do banho e já vejo um barulho insuportável do
celular, pego e me assusto ao ver 35 ligações de Alex e mais de 100
mensagens. Olho e há ainda mais ligações de Malu. Não penso duas vezes e
retorno sua ligação.
- LARISSIA VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO! (O grito de
Malu me faz retirar o celular do ouvido.)
- Oi Malu! (Digo tentando ser animada, mas falho miseravelmente.)
- Amiga, o que houve? Por que sua voz está assim? O que houve? Não vai
me dizer que o Alex era um psicopata.
- Não é isso Malu, a única psicopata dessa história sou eu.
- Como assim? O que houve Lari, seja mais clara.
- Malu, o Alex... (Travo, eu não consigo nem admitir a verdade.)
- O que houve? Ele te maltratou?
- Não amiga, ele foi realmente muito carinhoso... (Digo sincera)
- Então rolou? (Ela parece surpresa.)
- Sim...
- Sim? E você está com essa voz? Não vai me dizer que ele é ruim na
cama. Eu jurava que ...
- Não é isso Malu, (a interrompo) não é nada disso.
- E o que é então?
- O Alex, não é advogado... (Ela tenta interromper, mas eu crio coragem)
Ele é o delegado federal, o tal El diabo.
- O QUE? NÃO! (A voz agitada de Malu, me faz percebe o quanto surreal
parece toda essa história, o cara que tirou a minha virgindade, sem saber, é o
mesmo que pode acabar comigo e com toda a minha família e o mesmo que
eu ameacei. É destino, você realmente capricha.) Amiga... eu não sei o que
dizer.
- Eu entendo... (algumas lágrimas escapam dos meus olhos, ainda é
doloroso lembrar.)
- Como você descobriu? Ele sabe quem é você? Caramba Lari, que
loucura. (Eu dou uma risada fraca.)
- Acho que ele nem desconfia, mas tenho medo, pensei muito e cheguei a
questionar se tudo não foi um jogo dele, para pegar meu pai...
- Eu também pensei nisso assim que você falou.
- Pensei muito, se esse for o motivo, eu me entreguei para o cara errado e
vou me arrepender a vida inteira, mas se não for, a única errada dessa história
sou eu.
- Não Lari, não é errado se apaixonar, não é errado fazer sexo com quem
se gosta. Vocês só caíram na ironia do destino.
- Não é tão simples assim Malu. (Digo desanimada)
- Eu sei..., Mas como você descobriu? Tem certeza?
- Sim amiga, quando acordei essa manhã o telefone dele estava tocando e
quando fui ver encontrei o distintivo e a arma.
- É... não tem como ele carregar o distintivo e a arma de outra pessoa.
Caralho, que loucura, isso nunca passaria pela minha cabeça.
- Imagine na minha?
- O que você pretende fazer agora?
- Hoje na minha mente foi realmente um inferno Malu, eu acho que nunca
passei um dia inteiro sem saber para onde ir, o que fazer.
- Quer que eu vá dormir aí?
- Não amiga, você conhece meu pai, quando você vem ele já fica
desconfiado, nesse momento quero manter distância dele. Não foi apenas a
notícia do Alex que me atormentou hoje.
- Tem mais? (Vejo preocupação em sua voz.)
- Você lembra do hacker?
- Sim, o que entregou o pen driver.
- Exatamente, eu havia dado passagens para Argentina, para ele e toda a
família ir viver lá, para que meu pai não o ameaçasse futuramente e sabe o
que ele vez? Mandou matar ele e toda a família.
-PUTA QUE PARIU! Quer dizer, desculpa, você não gosta de
xingamentos.
- Não gostava, estou começando a perceber que a vida que eu gostaria está
muito longe.
- Lari, por que você não me ligou? Eu iria ficar com você.
- Eu precisava desse momento só meu Malu. Eu nunca senti as coisas que
meu pai fazia, para mim não passava de uma vida restrita e limitações das
minhas escolhas, eu nunca senti a violência do meu pai e hoje eu conheci o
verdadeiro chefe da máfia.
- Oh amiga, eu não sei nem como te consolar.
- Não preciso de consolo amiga, o que eu preciso é ser forte. (Sou sincera)
Acho que o céu me permitiu ter esse momento com Alex, acho que pode ter
sido um presente antes do caos. (Falo pensativa)
- Você sabe que eu estou aqui não sabe?
- Sim, eu sei, obrigada por isso.
- E o que vai fazer em relação ao Alex?
- Acho que no momento preciso me preocupar apenas com minha missão
de denunciar a máfia, já tem essa universidade, o bistrô, eu não sei como
reagir a Alex e a tudo isso, antes era fácil, por que ele era um cidadão comum
para mim e hoje ele é o caçador e eu a presa.
-Mas ele não vai desaparecer do nada.
- Eu sei...
- Lari, acho que precisa pensar mais, como você falou, não sabemos se ele
sabe quem é você, mas se ele não souber e você sumir após ter dormido com
ele, você não acha um pouco injusto com ele, não é como se vocês
estivessem se encontrado em uma balada e transado, vocês dois estão há
algumas semanas se curtindo, ele parece estar na sua e se realmente ele for
inocente, ele não merece isso.
-Então o que eu faço?
- Mande uma mensagem, dizendo que vai precisar fazer uma viagem,
temos algumas aulas bobas essa semana, eu consigo te cobrir, na
universidade, deixe o bistrô nas mãos dos chefes. Tire essa semana para fazer
o que precisa, e vamos ver o que acontece. Acho que uma semana é
suficiente, para organizarmos um bom plano, e descobrir se Alex sabe sobre
sua identidade. Tudo vai depender do comportamento dele.
- Acho que pode dar certo, meu celular estava descarregado, e assim que
liguei já vi 30 ligações e mais de cem mensagens dele.
- Pronto, leia as mensagens, responda com o que combinamos e vamos ver
o comportamento dele durante essa semana.
- Você consegue pensar melhor que eu! (Admito)
- Não amiga, é por que para mim é mais fácil, pois estou olhando de fora.
Nesse momento eu quero que se concentre em você e no que pode fazer para
acabar com esse problema, você é a melhor aluna da sala por ter ótimos
argumentos e planejamentos, encare como uma matéria que precisa da nota
máxima, sei que tem capacidade para isso.
- Eu AMO VOCÊ!
- Eu sei, sou uma amiga única! (Ela diz rindo e acabo sorrindo também.)
Agora, responda o que precisa e durma, esqueça tudo e durma. Tudo vai se
resolver, conseguiremos tudo com o tempo. OK?
-Ok! (Nos despedimos e eu faço o que Malu aconselhou, abro o aplicativo
de mensagens e vejo que Alex está realmente preocupado, ele me pede para
ligar de volta e diz que precisa conversar comigo. Envio uma mensagem
simples e desligo o celular. Me desculpa Alex, é necessário. Fecho meus
olhos e me forço a dormir.)
Acordo com a cabeça completamente pesada, sento na cama e penso em
tudo o que passou, nada está perdido ainda, me levanto determinada e faço
minha higiene. Desço e já encontro Simone na cozinha colocando a mesa
para o café, me sento e observo ela calmamente organizando tudo. Fico em
silencio apenas observando seus passos despreocupados.
- Minha menina já está com fome? (Sua voz me tira do transe
momentâneo.)
- Bom dia Monie... Não, estou bem. Você viu meu pai?
- Ele saiu logo cedo. (Esse é o momento certo)
- E mamãe?
- Está no quarto, ela pediu para chamar quando a mesa estivesse posta.
- Entendi! (Me levanto devagar e vou rapidamente no quarto, pego tudo
que preciso e desço devagar, Simone não pode me ver daqui, olho o escritório
do meu pai e não há segurança. Ótimo! Entro devagar e vejo que está
completamente vazio, PERFEITO! Observo o melhor lugar para instalar as
câmeras e gravadores. Vou até a instante de livros e ponho a pequena esfera
atrás do livro, olho toda a sala e ponho as outras escondidas nos objetos de
decoração. Escuto um barulho na sala, Droga! Estava fácil demais, vejo a
maçaneta virar e corro sentando na cadeira do meu pai. A porta se abre e meu
coração está acelerado, respira fundo Larissia, seu pai é esperto.)
- Larissia? Aqui tão cedo? (Ele me olha desconfiado)
- Eu não posso mais esperar. (Digo séria) Nos deem licença por favor.
(Digo aos seguranças, eles esperam meu pai confirmar e saem.) Por favor,
sente-se. (Aponto a cadeira e ele senta.)
- Desde quando você criou tanta coragem? (Ele me olha analisando cada
detalhe.)
- Sabe, eu o amo com toda a minha vida, sempre que me chamava de
princesinha Lari, eu era a menina mais feliz desse mundo. Eu tinha o melhor
pai do mundo, realmente me sentia uma princesa. (Sinto algumas lágrimas
caírem dos meus olhos.) Eu só não esperava que o rei do meu castelo, virasse
o Lobo mau.
- Filha...
-Não pai! (O interrompo) Eu não preciso de mais desculpas suas. Eu só
preciso falar tudo que está aqui dentro. (Mais lágrimas caem, mas não paro.)
Como você pôde pai? Eu não consigo acreditar que o mesmo homem que me
colocava para dormir lendo contos de fadas, é o mesmo que mata famílias. Eu
tentei pôr minha cabeça no lugar ontem o dia inteiro, mas não consigo, não
consigo compreender que meu pai, meu querido pai faz esses tipos de coisas.
(Vejo seu olhar distante e acho que estou indo longe o suficiente.) A primeira
coisa que fiz hoje quando acordei foi procurar por você, eu queria poder
acordar e descobrir que tudo não passou de um pesadelo, que meu pai não é
um monstro. Eu vim te procurar, PAI! (Minhas lágrimas caem
deliberadamente) Para olhar nos seus olhos e perguntar, você é o vilão das
histórias que me contava? É isso que eu sou? Não sou a princesa encantada e
sim a bruxa má? É ISSO? (Grito sem querer.)
- Larissia! (Sua voz é cansada)
- Pai, eu o amo muito e daria a minha vida por você, isso me torna uma
pessoa má? Querer dar a vida por um assassino?
-FILHA!
- É assim que me sinto Pai, e a culpa está me sufocando. Me sinto culpada
por amar meu Pai. (Sinto a verdade rasgar dentro de mim.)
- Não fale assim filha.
- NÃO? ENTÃO COMO EU DEVO FALAR. (Choro
descontroladamente, preciso sair daqui.) Eu quero continuar te amando Papai,
mas eu não posso amar um monstro. Eu vou dar um jeito em tudo isso, EU
VOU! (Sem dizer mais nada e sem tempo de uma repreensão eu saio
correndo do seu escritório e vou para o quarto, as lágrimas controlam meu
corpo e me sinto devastada, foi doloroso, mas eu precisava falar... EU TE
AMO PAI, mas não posso ser uma bruxa má....)
Capítulo XVII
“A vida é uma tempestade (...) Um dia você está tomando sol e no dia
seguinte o mar te lança contra as rochas. O que faz de você um homem é o
que você faz quando a tempestade vem.” - O Conde de Monte Cristo,
Alexandre Dumas
Alex Aguiar
Chego no local e há muita aglomeração, imprensa, repórteres. Olho para
Marcelo e questiono a bagunça, ele apenas nega com a cabeça. Odeio esses
malditos repórteres, caminho em direção aos policiais.
- Quero a imprensa longe daqui imediatamente, vamos isolar o local e
tentar encontrar alguma pista. Sem nenhuma declaração até segunda ordens,
Ok?
- Sim Senhor! (Os policiais fazem o que eu dito e eu observo o local, os
peritos levaram o corpo e outros analisam a cena, observo manchas no chão e
chamo o investigador.)
- Qual a situação foi encontrada?
- 5 corpos, todos assassinados com cerca de três a cinco tiros, estamos
procurando qualquer pista, mas não encontramos nada além de uma rosa
vermelha. (Claro que teria uma rosa, ou não seria os Vizzanos.) Além do
papel com seu nome e telefone, a vítima tinha nas mãos cinco passagens para
Argentina. (Eles estavam fugindo da máfia?)
- Onde estão essas passagens? (O acompanho até o carro e ele abre uma
maleta onde estão os objetos das vítimas e a rosa. Pega um saco com os
ingressos e me mostra.)
- Eu quero esse material, (Chamo Guilherme e ele vem em segundos)
Preciso que esse caso fique em nossas mãos, desça como investigação
federal, Investigador Millus, leve tudo para a nossa delegacia e certifique-se
que a perícia ocorra lá, não podemos dar a chance dos aliados dele ficarem
com essas provas.
- Pode deixar, Senhor.
- Continue o trabalho, assim que coletar tudo que precisa encaminhe para
delegacia, precisamos desses materiais o quanto antes. (Saio na companhia de
Guilherme.) Preciso de um mandato para conseguir a venda das passagens
aéreas e descobrir se eles realmente pretendiam fugir, ou foram obrigados.
- Vou conseguir isso! Mas, você tem um problema pior, a imprensa está
exigindo uma explicação e se o caso vai para a nossa delegacia você é o
responsável pelo caso.
- Esses malditos!
- Já foram duas famílias Alex...
- Eu sei, (Respiro fundo) precisaremos resolver isso o mais rápido
possível. Estou indo para o laboratório, preciso acompanhar de perto os
corpos. Avise a Marcelo, para se reportar a impressa como um caso de
suspeita de Latrocínio, não quero ouvir a menção dos Vizzanos.
- Ok! (Entro no carro e sigo direto para o nosso laboratório. Duas famílias
em menos de um mês, eles não brincam em serviço e eu também não vou!)
Chego no laboratório e os corpos já estão em autopsia. Disco o número de
Robert e ele me atende na segunda chamada.
- Fala Alex, quanto tempo.
- Sim, estive um pouco ocupado, mas cadê Emma e as crianças.
- Estão aqui, cada dia mais aprontando. (Quando poderei dizer o mesmo?)
Mas, fala ao que devo a honra da ligação do enigmático Alex?
- Estou com um caso complicado, e preciso da liga.
- Já não era a hora, estou precisando de umas emoções. O que houve?
- Vizzanos...
- Porra, os antigos rivais dos Laffaiete.
- Exato! O problema é que agora eles estão com grandes contatos em
Brasília.
- Políticos corruptos, nada me dar mais ódio.
- A promotoria está embargando algumas solicitações que fazemos e as
pistas que temos não é o suficiente.
- E não vai ser, os Vizzanos, aos contrários dos Laffaiete, sabem explorar
todo o território brasileiro.
- É por isso que preciso da Liga, com as ferramentas que tenho como
delegado, sei que não consigo o que preciso para concluir o caso.
- O Diego foi convocado para atuar em Brasília tem duas semanas, acho
que ele pode nos ajudar principalmente de lá.
- Por isso te liguei, além do caso ser parecido com os Laffaiete, você tem
grande influência, pode me ajudar com a promotoria.
- Sim, encaminhe para mim tudo que precisa e eu mesmo irei protocolar,
mas precisamos do Bruno, ele foi crucial com os Laffaiete, se precisamos de
alguém que mexa com os políticos é o Bruno.
-Ligarei para ele em seguida, vou convocar a liga, assim que voltar para a
delegacia e passo todo o caso para vocês.
- Certo, tenho certeza que já tem muito material, sua equipe é a melhor.
- Mas, não está sendo o suficiente, em menos de um mês nove pessoas
foram assassinadas.
- Puta que pariu!
- Eles não têm medo nem mesmo da imprensa, mas com as ferramentas
certas sei que podemos captura-los.
- Sim, farei o possível e o impossível.
- Senhor Alex? (O perito me chama)
- Precisarei desligar Robert, o perito está à minha espera, eu retorno assim
que possível.
- Tranquilo, eu vou tentar entrar em contato com o pessoal e deixar tudo
pronto para você apenas passar as informações.
- Isso seria uma grande ajuda.
- Então deixe comigo, eu mesmo falo com o Bruno.
- Certo! Até mais tarde.
-Até! (Desligo e vou em direção ao perito.)
- Encontraram alguma coisa?
- Sim, acho que o senhor vai se interessar. (Adentro a sala e visto uma
roupa adequada, ele me leva até o corpo já sem vida, e levanta o pano que
cobre as pernas dele. Olho a pele branca e há um número 359.) Está escrito
de caneta, então foi propositalmente colocado aqui
- Por que alguém colocaria um número em sua perna? (Penso alto, seria
uma senha?) Encontraram mais alguma coisa?
- Não, os pais dele e os dois irmãos estavam limpos, não há vestígios de
impressão digital.
- Já era de se esperar. Tire foto do número e coloque junto com as provas,
escreva um relatório indicando a morte por assassinato e entregue junto com
o material recolhido. (Saio da sala com o número na cabeça, o que isso
significa? Caminho lentamente até o carro e sinto uma sensação estranha,
meu corpo sente um calafrio momentâneo, o que tem esse número? Dirijo
para delegacia e não consigo tirar esse número da minha cabeça, essa pode
ser uma grande pista, mas como encontrá-la? Porra de caso confuso, quanto
mais o tempo passa, parece que estou me embaralhando em teias. Droga! A
entrada está cheia de repórteres, eles realmente são rápidos. Estaciono o carro
na garagem e entro por ela, toda a delegacia está agitada. PORRA!
- Atenção, reunião imediata com todos os policiais em serviço, agora!
(Vou para o auditório enquanto penso em uma maneira de controlar essa
situação. Espero os policiais chegarem, que droga de situação!) Bom dia!
Como podem ver nossa delegacia está rodeada de repórteres, isto devido ao
assassinato de uma família inteira, os corpos foram jogados em um terreno
baldio e um homem que caminhava pelo local encontrou e ligou para a
polícia. O problema desse caso? Vizzanos, temos provas suficientes que isto
está relacionando com a máfia, por isso, o caso é nosso. No entanto, ninguém
pode saber dessa relação, seguiremos com a conclusão de latrocínio,
nenhuma informação do desenvolvimento do caso deve ser passado adiante.
Ok? (Digo alto)
- Sim, Senhor! (Respondem juntos.)
- A missão de vocês é dispersar esses repórteres, dizendo exatamente isto,
se questionarem a intervenção federal, vocês devem alegar que foi um pedido
da promotoria. (Depois me resolvo com Robert) E estamos cumprindo
ordens, Entendido?
- Sim, Senhor!
- Estão dispensados! (Olho o relógio e já passam das onze e meia. Minha
cabeça lateja, mas antes de fazer qualquer coisa, disco o número de Larissia
rapidamente, mas não tenho resposta, tento mais duas vezes e nada, o que
está acontecendo? Que dia! Vou para minha sala e desabo na cadeira, Porra
Alex, você precisa organizar essa merda toda, está tudo confuso. Abro
imediatamente meus e-mails, e abro no documento trocado com os cretinos,
imprimo e vejo a autenticidade. Como eu vou pegar vocês? Ligo para a
recepção de imediato.
- Agente Costa, o Guilherme já está na delegacia?
- Ainda não, senhor.
- Assim que ele chegar, peça para vim até minha sala.
Desligo a ligação, e olho a lista de nomes, tenho certeza que nenhum deles
poderão ajudar em nada, são apenas iscas. Pensa Alex, a melhor jogada
seria... Ligo novamente para a recepção.
- Agente Costa, encaminhe Sandro a minha sala por favor.
- Sim, senhor! (Após alguns minutos ele entra.)
- Me chamou?
- Sim, sente-se por favor (ele se senta), preciso que marque uma reunião
com a promotora Marcela Carvalho, ainda para hoje, diga que é urgente.
Consegue fazer isso?
- Pode deixar!
- Além disso, preciso que investigue esses nomes. (Entrego uma folha com
os nomes liberados da máfia.) Sei que já estava em uma área, mas quero que
fique responsável por isso, eles são da máfia, porém são peixes pequenos, não
há necessidade de pegá-los agora, mas preciso saber tudo, um dossiê
completo, até mesmo a conta bancária. Qualquer dúvida, pode falar comigo.
- Sim chefe, conseguirei o mais rápido possível e manterei em sigilo,
assim que consegui marcar a reunião aviso.
- Obrigado! (Ele sai e eu organizo os documentos que tenho em pastas,
preciso esclarecer meus pensamentos e passos, sei o que preciso fazer, mas se
eu não parar e organizar, com toda certeza será difícil. Passo o resto do dia
amontoado em relatórios e planejamentos, a reunião foi marcada para as
18:00, e está quase no horário, não sei quantas vezes mandei mensagens para
Larissia, ela não atente as minhas ligações. Pego meu blazer e pasta com tudo
que preciso, saio da delegacia e sigo para o fórum. Minha cabeça está
latejando, Larissia sumiu, não tenho nada além do que um número
desconhecido e algumas passagens aéreas. Entro no prédio e sigo para a sala
da promotora, sou cumprimentado durante o trajeto e a recepcionista me
encaminha até a sala. Entro e já avisto Marcela, uma mulher loira,
aparentemente com seus 45 anos me olha curiosa, seu sorriso se abre e eu
apenas me esforço em sorrir.)
- Que prazer ter o maior delegado do país em meu escritório. (Ela se
levanta vindo em minha direção e o barulho do seu salto revibra pelo meu
cérebro piorando minha dor.)
- O prazer é meu! (Beijo sua mão e ela me direciona a uma das poltronas,
sentando na outra.)
- Então ao que devo a honra? (Ela me analisa, por cima dos óculos e eu
apenas abro minha pasta pegando os relatórios que reuni, ponho em cima da
mesa de centro e me encosto na poltrona relaxadamente.)
- Soube que tem se esforçado em embargar meus pedidos.
- Eu? Jamais! (Seus lábios se mexem cautelosamente. Uma mulher entra e
entrega uma bandeja com café e alguns biscoitos. Ela nos serve e eu aceito.)
- Sejamos francos Marcela, (Digo firme, assim que sua funcionária sai.) os
Vizzano pagam muito melhor que o governo, não acha? (Ela se mantém
calada, então continuo.) Mas, não estou aqui para falar da folha de pagamento
da máfia e sim do meu trabalho, por favor, (aponto para a pasta, ela pega e
começa a folhear.) não abrirei a investigação do policial militar. No entanto,
esse novo caso do assassinato, será meu e você me dará ele.
- O que isso significa? (Ela levanta a pasta nas mãos e seus olhos
escurecem.) Uma ameaça?
- Não minha querida, (bebo um pouco do café) é apenas um alerta, neste
caso temos 5 vítimas, um caso que tem deixado os repórteres bastante
agitados e se você se recusar a aceitar o pedido da minha delegacia,
infelizmente terei que denunciar você por embargar um processo federal, e
levarei a público. Já pensou a manchete Promotora Marcela Carvalho impede
polícia federal de investigar o assassinato de uma família, ou melhor, qual o
motivo por trás da recusa da promotora Marcela Carvalho em aceitar a polícia
federal assumir as investigações dos homicídios de 5 pessoas.
- ALEX! (Seus olhos estão em chamas.)
- Como pode ver, temos material suficiente para expor que se trata de um
caso federal pela relação das mortes e o caso que está sendo investigado. (Me
levanto pegando a minha pasta e os relatórios.) Espero não ter o pedido
negado, ele já está protocolado, esperando apenas a aprovação. Quero que
pense com carinho. (Me dirijo para a porta, mas antes de sair, deixo um
recado.) Você pode até embargar meus pedidos, mas não poderá encobrir a
corrupção para sempre. (Pisco gentilmente para ela e saio do fórum, sentindo
adrenalina em minhas veias.)
Volto para delegacia e já encontro Guilherme e Marcelo em minha sala
com pizza e refrigerante. E só agora percebo que estou com fome e não comi
o dia inteiro.
- Como foi com a dragão? (Marcelo questiona)
- Como esperado, nenhuma ação, mas tenho certeza que amanhã o pedido
que fez (aponto para Guilherme) será aceito.
- Não sei por que usamos isso antes.
- Antes, Marcelo, não tínhamos a morte cruel de 5 pessoas nas mídias. O
público está inconformado com esse assassinato, eram cidadãos de bens, sem
nenhuma passagem na polícia. (Guilherme explica, enquanto eu abro o
notebook, mando mensagem para Robert e faço a conferência.)
- Temos tudo para começar uma investigação séria, e sei como fazer, só
precisamos da chave correta. (Digo posicionando a câmera e o notebook para
onde os dois estão sentado, enquanto o aplicativo conecta com os demais me
sento e como um pedaço de pizza.)
- Porra Alex tu me liga para comer? (Diego aparece na tela, deixo o
pedaço na caixa e foco na tela.)
- Boa noite para você também Diego! Fiquei sabendo da promoção,
parabéns!
- Que promoção? Foi mais uma intimação, o Juiz que estava antes de mim
se meteu no caso de corrupção e tiveram que me chamar para limpar a honra.
- Mídia... Quem foi dessa vez, o governador?
- Ele mesmo, aceitei, por que o pai do Robert indicou, então vim.
- Fala monstros!! (Adam entra e logo em seguida Caio e Nicole)
- Oi galera! (Nicole sorrir) Já estava querendo uma agitação.
- ISSO! (Todos falam juntos e eu sorrio, sabemos que nunca é uma coisa
fácil quando nos juntamos, porém mesmo assim todos estão dispostos a
ajudar. Robert e Bruno entram.)
- Olha, as meninas estavam fazendo o quê? Transando uma hora dessa?
(Diego como sempre o mais falador.)
- Sabe onde tomar não é mesmo Diego! (Bruno fala) Respeite, agora sou
um cara de família! (Rimos)
- Sei que está com saudades de mim, depois fazemos uma conferência
dupla. (Diego pisca e Bruno manda o dedo.)
- Olhem a baixaria, estou aqui. (Nicole se defende rindo.)
- Bom galera, estou feliz de revê-los. (Digo por fim) Queria fazer essa
chamada para apenas rimos das idiotices de Diego e Bruno.
- E eu cara? (Adam protesta.)
- Depois da Celina, você virou outra pessoa. (Caio rir) Por que será não é
Robert?
- Não tenho nada a ver se ele quis se meter na minha família. (Rimos)
Agora, vamos ao que interessa. (Robert como sempre organizando.)
- Bom, vocês conhecem esse é Marcelo e este Guilherme, não sei até onde
Robert já passou para vocês, mas vou explicar detalhado para entenderam,
vocês sabem que desde que assumi aqui em Belo Horizonte tenho resolvido
os problemas da antiga gestão, mas há um problema que comecei a mexer e
está ligado com os grandões, não só de Minas como figurões do Planalto. A
máfia Vizzanos.
-PUTA QUE PARIU! (Bruno é o primeiro a falar.) Cara, o problema dos
Vizzanos, antecede o nosso nascimento.
- Eu sei, esse está sendo o problema, eles sabem o que fazem, sabem
esconder muito bem.
- Eles não eram os rivais dos Laffaiete? (Nicole questiona) Acho que li
isso em um dos arquivos, naquela época.
- Sim! (Robert responde)
- A Emma não sabe dar mais informações? (Adam pergunta.)
- Não, eles eram rivais de comercio, pelo que entendi, as rotas de venda
foram traçadas pelos Vizzanos a muito tempo e quando os Laffaiete
começaram a implantar tiveram guerras com os Vizzanos. Apenas isso.
- Nada que possamos usar! (Caio conclui)
- Mas tenho certeza que Alex já tem alguma coisa em mente. (Diego diz)
- Sim, o grande problema com os Vizzanos é a influência deles. Minha
equipe é altamente treinada e confiável, então seria fácil conseguir alcança-
los, porém, não tenho poder o suficiente para emitir buscas e tudo que
precisamos para conseguir provas eficazes.
- Isso podemos fazer! (Bruno diz sério) Essa máfia, tem rota de tráfico de
drogas pelo Brasil inteiro, está na hora de acabarmos com a máfia mais antiga
do país.
- Eu vou precisar da sua influência Bruno com alguns políticos, creio que
quando tivermos provas suficientes precisamos expor o caso, é a ocasião
perfeita de criar inimigos e aliados. Eu soube que um dos integrantes está
tentar fazer uma aliança com um dos grandões aí em Brasília, Diego, o
deputado Aloisio, não sabemos qual a influência dele, porém quando
começamos a investiga-lo a máfia não gostou e começou a nos ameaçar. Até
mesmo ligações anônimas da filha do chefe da máfia, ela entrou em contato
comigo para um acordo.
- Eles pediram um acordo?
- Sim Robert, de início eu não iria aceitar, mas tive uma ideia, eles
queriam a denúncia do PM que mencionou o nome do deputado, então
troquei por uma lista do conselho.
- NÃO ACREDITO! (Nicole diz alarmada)
- Você caiu nessa? (Adam pergunta assustado)
- Não, Alex é esperto o suficiente, (Diego fala calmo) tem algo aí.
- Sim, a denúncia em si não era tão importante quanto o que eu queria.
- E o que você pediu?
- O importante não era a lista, tenho certeza que são apenas peixes
pequenos e iscas, mas eu exigi que fosse um documento autenticado com a
assinatura do chefe e da filha. Assim, eu vou ter uma “prova” (sinalizo com
as mãos) que Marcus Vizzano delatou seus companheiros, não
necessariamente os da lista.
- BOOOOOOOOOOA GAROTÃO! (Bruno rir)
- Um selo da máfia... Bem pensado Alex, mas na primeira tentativa eles
podem descobrir e desmentir.
- Se tivermos um depoimento, que leve a provas concretas é o suficiente.
Pois estamos realmente rodando com pistas que eles permitem.
- Se fosse possível pelo menos uma pessoa infiltrada...
- Pensei nisso, até estava disposto a me infiltrar, eles conseguem comprar
qualquer pessoa, bastaria eu dar um preço alto o suficiente, mas creio que são
espertos o suficiente para não me deixar na linha de frente.
- Sim, com certeza. (Robert diz pensativo) O melhor é tentarmos comer
pelas bordas, você disse que tem as rotas, não é? Podemos cada um em sua
jurisdição investigar essas rotas, se pensarmos como peças de um quebra-
cabeça, onde cada um monta uma parte e no fim juntamos, pelo que entendi,
as coisas só não estão avançando rapidamente com você, pois documentos e
poder estar faltando, isso eu, o Bruno e o Diego podemos ajudar, Adam,
Nicole e Caio, podem reunir provas e fazer as investigações que você
precisar, além de cada um tentar mapear o que ocorre em seu local. Depois
juntamos as peças e vamos conectando, claro, não iremos solucionar o caso
inteiro com isso, mas acho que para acabar com uma máfia milenar,
precisamos tentar encontrar o máximo, para que nenhuma ponta fique solta.
- Concordo Robert, estamos de frente de um caso que pode mudar a justiça
brasileira, para ser realista, não sei se conseguiremos conseguir amarrar todas
as pontas, como conseguimos dos Laffaiete pelo tempo e conexões que eles
têm, mas estou disposta ao máximo nesse caso. (Nicole fala firme)
- Estamos! (Caio completa.)
- Não se preocupe Alex, acho que será um caso complexo, mas
conseguiremos. (Bruno diz otimista.)
- Então fechou, (Robert diz animado) todos concordaram, esse é novo caso
da liga, vamos pegar os Vizzanos...
Capítulo XVIII
“E amanhã eu vou ter de novo um hoje. Há algo de dor e pungência em viver
o hoje.” -Clarice Lispector
Larissia Vizzano
Saio do escritório do meu pai e corro para meu quarto, fecho a porta e
sento em frente a escrivaninha olho meu reflexo no espelho, quem é você
Larissia? As lágrimas caem devagar e sinto o gosto amargo das minhas
palavras. Será que fui dura com ele? Não Larissia, você não foi, apenas disse
o que estava em seu coração. Eu preciso acabar com tudo isso o mais rápido
possível, respira Lari, você já instalou o equipamento, basta seguir com o seu
plano, posso até não me livrar nessa vida, mas livrarei esse fardo da nossa
família, eu PROMETO.
O dia passa lentamente, mas a ideia de ficar em casa realmente foi a
melhor opção que Malu poderia ter me indicado, consegui clarear
completamente a minha cabeça, vou dar continuidade ao plano de expor a
máfia, e farei o que for possível, a noite já chegou e com ela meu espirito
renovado. Desço as escadas devagar e toda a casa está em silêncio. Parece
que não há uma única pessoa, vou até a cozinha e Simone não está, também
não há ninguém na sala, vejo a luz do escritório do meu pai ligada e respiro
fundo. Vamos lá Larissia, bato na porta e escuto a voz fraca da minha mãe
dizer para empurrar. Entro e vejo os dois sentados, meu pai está virado para a
janela vendo o anoitecer e minha mãe apenas o olha. O clima está tenso e
lembro das minhas palavras durante a manhã.
- Vocês já comeram? (Questiono baixo)
- Ainda não filha, você está com fome?
- Não... (o rosto da minha mãe demostra uma aflição, eles estavam
discutindo? Não é como se eu pudesse fazer algo.) Eu quero conversar com
vocês.
- Lari eu acho...
- O que mais você tem para falar Larissa? (A voz do meu pai irrompe a
sala, sinto um calafrio me atingir com força.) Que sou um monstro? (Ele
sorrir friamente, virando sua cadeira para nossa direção.) Já sabemos disso.
- Eu quero entrar para a Máfia.
- VOCÊ O QUÊ? (Minha mãe se levanta nervosa) Enlouqueceu Larissia?
- Não mãe! Apenas estou aceitando a minha realidade, pensei em tudo o
que está acontecendo na minha vida, é cômico, (sorrio sozinha) mas eu nunca
tive o controle dela, uma mulher de 25 anos ainda é controlada pelos pais,
não pode fazer o que ela quer, já tem um destino pré-determinado, pensei em
exatamente tudo, sei que se eu virar uma procuradora consigo me livrar não é
isso? Então Ok, farei isso, mas enquanto não acontece eu quero fazer parte e
impedir que mais funcionários como Cauã seja assassinato. Se eu tiver que ir
para o inferno, para proteger gente inocente eu vou.
- Você sabe o que isso significa? (Meu pai me olha desconfiado e rir)
Larissia, eu sou um líder de uma grande máfia, você tem noção disso?
- Eu vou entrar para a máfia, vocês querendo ou não, eu decidi uma coisa,
vou defender meus interesses, se para isso eu preciso entrar para a maldita
máfia eu vou.
- LARISSIA EU NÃO VOU PERMITIR. (Minha mãe se levanta com
raiva)
- Não tem o que vocês permitirem, esse não é o meu destino? Então eu
vou assumir e defender o que eu quiser. Mãe, eu nunca vou poder namorar,
noivar, casar com o homem que eu ame, (olho nos olhos dela) por que meu
pai é o líder das Vizzanos, não posso colocar a cabeça no travesseiro
tranquila pensando o que vou comer amanhã, pois os funcionários do meu pai
estão lá fora assassinando vidas inocentes. Então só me resta entrar para esse
inferno e tentar matar o diabo.
- O que você quer dizer com isso? (Minha mãe questiona, mas meu pai
simplesmente observa calado.)
- Vou tentar salvar o máximo de pessoas possíveis.
- Você tem certeza disso Larissia Montenegro Vizzano?
- Sim, Marcus Vizzano, não vou permitir que uma família seja
assassinada, novamente. Creio que como herdeira e sua filha eu tenha algum
poder, e irei usá-lo.
- Filha...
- Mãe, até quando vocês vão poder me proteger? Puderam me proteger
agora? Se não fosse por mim e pelo Cauã, meu pai poderia estar sendo
obrigado a matar a Tia e meus primos, só para me proteger, olha o que
aconteceu com Cauã, eu não pude nem o proteger. Vocês puderam me deixar
fora disso? Não! Então eu farei o possível para não deixar que eles levem
mais pessoas inocentes.
- Camila, me deixe a sós com a Larissia.
- Por quê?
- Apenas nos deixe a sós, por favor. (Minha mãe levanta e sai, olho nos
olhos do meu pai e ele me olha fixamente) Larissia, não esqueça que além de
um habilidoso mafioso eu sou seu pai, e essa história não me convenceu.
Mas, você já está uma adulta, então deixarei fazer o que quer. (Ele se levanta
devagar ainda me olhando e circula a mesa ficando de frente para mim.) Não
sei ao certo o que planeja, Lari, mas se decidiu fazer, faça direito, não der
oportunidade para o conselho lhe pegar, ou terei um grande problema. (Ele
me abraça) Você está certa, filha, seu pai é um monstro, então consiga o que
eu nunca consegui. (Não digo nada, apenas lágrimas rolam pelo meu rosto,
ele sabe o que pretendo? Ele descobriu as câmeras? Sinto, gotas pingarem em
meus ombros e percebo que é dele.) Eu não posso ajudar e sei que não
mereço ser seu pai, mas sou feliz por ter criado você. (Seus lábios se fecham
em minha testa e ele a beija.) Seja cuidadosa Lari, e proteja a sua mãe. (Ele
me abraça mais apertado e respira fundo, voltando para a sua cadeira.) Chame
a sua mãe. (Ainda anestesiada, saio da sala e a chamo, o que foi isso? Ele me
deu carta branca para seguir meus planos?) A Larissia vai conosco amanhã
para o conselho.
- Marcus, você não pode aceitar isso. (Mamãe diz assustada)
- Sim, querida, eu posso e vou. Nossa filha já é uma adulta, e se ela
decidiu, iremos apenas apoiá-la, ao menos uma vez. (Eles se olham e passam
alguns segundos assim.)
- Filha, você tem certeza disso? (Minha mãe respira fundo e limpa suas
lágrimas.)
- Sim dona Camila! (Sorrio, tentando mostrar uma coragem que eu não
tenho.)
- Então Ok, amanhã você estará conosco, conhecendo tudo. (Ela fala
triste)
Após meu pai me explicar algumas regras importantes que preciso saber
para as reuniões, pedimos uma pizza e comemos. Mesmo sentindo meu
coração doer, me esforcei a ser o mais agradável possível, não sei como será
nosso futuro, só espero que possamos nos livrar de tudo isso algum dia.
São exatamente dez horas da manhã e estou sentada ao lado do meu pai
em uma mesa gigante, com 20 lugares, não sei a localidade, é uma casa de
campo longe do centro, mas não sei exatamente onde estamos, a sala de estar
tem um tom amedrontador, as paredes são amadeiradas assim como o chão,
um lustre é o único objeto de decoração que traz alguma calmaria, na parede
um quadro de uma batalha sangrenta. Toda a sala está rodeada por
seguranças, assim como fora da casa, parece um quartel cheio de soldados.
Olho para mamãe que assim como eu está com óculos escuros e um lenço
preto sob os cabelos, de acordo com meu pai, é uma maneira de não
reconhecerem a nossa verdadeira identidade. Sinto minhas mãos tremerem,
seja forte Larissa, todo o ambiente exala uma aura maligna. Um toque ressoa
pela casa e imediatamente as portas vermelhas se abrem, sinto a mão do meu
pai aquecer a minha e balanço um pouco a cabeça. Nesse momento, mais
seguranças entram na sala e com ele algumas pessoas importantes consigo
identificar apenas algumas como o governador, um grande empresário,
NOSSA! Não consigo acreditar, uma juíza nacionalmente conhecida, eu
estudei sobre três casos dela na universidade seu nome é Margareth Lisboa,
outras pessoas entram e eu apenas foco em me concentrar, infelizmente não
pude gravar, pois celulares e qualquer aparelho é proibido aqui dentro. Como
pessoas tão influentes, com tantos dinheiros, tem necessidade disso?
Participar de uma máfia? Matar pessoas em troca de dinheiro e vingança,
controlar tráfico de drogas e pedaladas fiscais. Meu inconsciente grita
xingando dentro de mim e amaldiçoo todos eles. A reunião é iniciada e nesse
momento percebo a importância do meu pai, pois a sala inteira o observa
quietos.
- Bom dia, devido a acusação do conselho, precisei tomar medidas
individuais e aqui está o resultado. (Ele joga uma pasta amarela e sei que se
trata da delação.) Podem ler, está é a delação do policial, o caso do deputado
Aloisio foi resolvido e espero que nenhum membro aqui presente, me
questione novamente sobre minhas condutas. Não serei tão tolerante, se
houver uma próxima vez.
- Como você conseguiu isso? O caso não estava com o delegado federal?
(Um dos homens questiona e imediatamente minha cabeça projeta a figura de
Alex, todo dia recebo ligações e mensagens dele, porém não me permito
atender, nossa história não deveria ter acontecido.)
- Não importa meus métodos, aqui está!
- É inquestionável suas habilidades Marcus, (a juíza diz sorridente, que
vontade de bater nessa mulher, se fingindo de boa samaritana e faz parte
desse lixo.) mas você concorda que não podemos dar margens para erros aqui
dentro, então não leve tão a sério. E é um prazer conhecer sua filha, não sabia
que já era uma mulher. (Seu sorriso sarcástico me faz desconfiar, ele parece a
típica cobra em forma de gente, meu pai acena para mim e me levanto como
havíamos ensaiado.)
- É um prazer comparecer, Ellie Vizzano, herdeira e futura líder, que
possamos ter uma boa convivência a partir de hoje, espero que cuidem de
mim.
- Bem Vinda senhorita Ellie. (Eles dizem juntos) Uma rosa aos amantes e
sangue pelos amados, (eles recitam o lema dos Vizzanos e sinto meu
estômago revirar.) seguiremos leais na família que a máfia traz, somos um
por todos e todos pelos Vizzanos.
- Obrigada a todos. (Cumprimento com a cabeça e sento novamente.)
- Saudações feitas, iremos ao que importa, as rotas do sul estão lucrando
menos que as demais, por que isso está acontecendo Ângelo? (Um homem
calvo, com seus 56 anos aparentemente começa a falar, sobre vizinhança,
produção e sinto um enjoo crescendo, eles falam de vender drogas para
comunidades carentes, como uma plano de logística, a reunião segue com
mais informações sobre o tráfico de drogas, até que uma mulher loira, que
desconheço toma a palavra e fico em alerta com sua fala.)
- Precisamos pensar no federal, ele apareceu em meu escritório e foi
enfático sobre minhas ações para embargar seus processos. Esse caso da
família está na mídia Marcus, não posso controlar.
- Não se preocupe Marcela, a morte da família não tem nada que possa
incriminar nenhum de nós, se não fosse pela nossa rosa, nem saberiam que
foram meus homens. (Meu pai fala calmo) Se vocês não tivessem se
intrometido nos meus assuntos nada disso teria acontecido. Espero que não
aconteça mais, somos um conselho, mas a lei é minha, o poder sou eu. (Sua
voz é dura e vejo que todos ficam receosos.) Não interfiram em minhas ações
novamente, fui claro Sampaio? (Um homem muito bem vestido e até então
calado, consente com a cabeça.) Vocês sabem o que acontecem com quem
entra no meu caminho, hoje você paga com a sua vida, não queira pagar com
a da sua família. (Esse é meu pai? Sim Larissia, esse é seu pai. A reunião
continua por mais alguns minutos, até que meu pai finaliza e saímos da sala,
após todos irem embora. Escuto gritos, vindo do segundo andar da casa e me
assusto.)
- Vamos filha. (Minha mãe segura em minhas mãos e me leva para o
carro.)
- O que foi isso? (Pergunto com medo da resposta.)
- Nada, apenas vamos. (Mais grito e choro, sinto que estou prestes a
vomitar, meu pai entra no carro e seguimos para casa em silêncio. Chegamos
e vou para o meu quarto após almoçar, antes que possa esquecer, descrevo
todos que estavam na reunião hoje e procuro por alguns nomes na internet,
descubro que Marcela, é uma promotora e o tal Sampaio é um famoso
empresário do ramo farmacêutico. Não me admira ele descobrir o paradeiro
de Cauã e sua ligação com meu pai, com tanto poder e dinheiro. O dia passa e
quando estou me arrumando para ir ao bistrô meu telefone toca. Vejo que é
Carlos, o metre, atendo de imediato.)
- Carlos? Algum problema?
- Não senhora, um homem, chamado Alex deseja encontrá-la e queria
saber se estará aqui hoje. Apenas liguei, pois ele não para de insistir. (Alex?)
- Informe que não estarei na cidade essa semana, assim que possível
retornarei a sua ligação.
- Sim senhora, só liguei, pois além de insisti o reconheci, perdoe-me.
- Não Carlos, você fez certo, apenas informe a minha ausência. (Deixo a
bolsa na cama.) Aproveitando a oportunidade Carlos, avise aos Chefes para
tocarem essa semana, estarei em um curso.
- Pode deixar senhora, bom curso.
- Obrigada, cuida das coisas para mim.
- Sim! (Desligo a ligação e sento na cama, como eu não pensei que ele
poderia ir até lá? Como vou acompanhar a gravação do escritório agora?
PORRA LARISSIA! Tiro a roupa e desço para sala, não há nada que eu
possa fazer. Por que você tem que insistir em mim Alex? Há tantas mulheres,
para você... por que eu?)
A semana passa lentamente e a cada dia que ligo o celular sinto uma
tristeza incondicional, Alex não deixa de me mandar mensagem nenhum dia.
Parece que o destino gosta realmente de me torturar, um homem incrível está
a minha procura, mas preciso manter distância. Hoje acordo disposta, minhas
férias enfim acabaram, após uma semana indo a conselhos da máfia e
conhecendo mais desse lixo. Tomo um banho e visto uma saia lápis preta,
com uma pequena fenda na perna esquerda, uma blusa solta de manga rosa
bebê. Um sapato alto de bico fino nude, completa o look advogata, sorrio,
arrumo as madeixas em um rabo de cavalo alto, com um pequeno volume na
frente, no rosto apenas rímel e um batom claro. Pego minha bolsa e desço.
- Uau filha, como está linda.
- Obrigada mãe, hoje iremos em um congresso e serei a representante da
turma.
- Minha filha é muito inteligente. (Meu pai aparece e beija minha testa
indo para a mesa.)
- Eu vou comer na universidade, o professor quer nos encontrar antes. Até
mais tarde! (Saio e sigo para o campus.)
Encontro o grupo de alunos no refeitório, cumprimento a todos e Malu já
me chama.
- Tudo bem?
- Agora sim! (Sorrio para ela) Acho que conseguirei tudo que preciso.
- Quando me contou eu quis te matar, sabe disso, não é?
- Sim sei! Mas se eu quero acabar, precisava me tornar como eles.
- Entendi, amiga, só tenho medo de como vai se sair no fim.
- Com tanto que eu consiga meu objetivo, não me importo...
- Larissia! (O professor chega já me chamando, me levanto e vou em sua
direção.) Pessoal é o seguinte, vocês sabem que a Larissia é a representante
de vocês, infelizmente, não poderei comparecer, pois surgiu algo na diretoria
e terei que resolver com o reitor, então a Larissa está responsável pelo evento
de hoje, todas as observações de vocês serão anotadas por ela. (Ele me
entrega uma pasta e vejo que tem nomes e pontuações.) Essa é uma chance
única para vocês, estão no penúltimo semestre e tudo vai depender do
desenvolvimento de vocês no projeto final, utilizem essa experiência para
absorver o máximo de informações. Consegui uma exclusiva com um de
nossos ex-aluno. Então ao final do congresso, ele irá procurar por vocês. O
nome dele é Guilherme, sejam bonzinhos e façam perguntas consideráveis,
ok?
- Sim senhor! (Respondemos)
- Qualquer dúvida, vocês não deixem de anotar para me perguntar na
próxima aula. Aqui está o crachá de vocês. (Ele nos entrega e sai.)
- Bom pessoal, (digo) eu sou colegas de vocês e não professora, então não
se preocupem, apenas vamos fazer como o professor falou e extrair o máximo
que pudermos de informações, se precisarem de qualquer coisa estou à
disposição, temos 14 pessoas correto?
-Sim! (Gisele uma das meninas mais bonita da turma diz animada.)
- Então 3 carros é o suficiente.
- O meu! (Ela diz se exibindo.)
- Temos um!
- O outro pode ser meu. (Marcio, outro aluno se oferece.)
- E último o meu. (Caio aparece com um crachá, o que ele está fazendo
aqui?)
- Você vai também?
- Sim, esqueceu que sou o preferido do professor? Não iria perder essa
oportunidade de ir ao congresso.
- Exibido! (Malu grita)
- Então estamos certo, agora 15 pessoas, 5 em cada carro. Nos
encontramos lá, ok?
- Ok! (Aproveito e peço um suco com salgado no refeitório, como
rapidamente e vamos no carro, eu, Caio, Malu, Pietra e Cícero, nossos
colegas. Chegamos quase juntos no teatro municipal, onde irá ocorrer o
evento, estacionamos e há uma grande multidão de repórteres na frente, claro
que teria! Apresentamos os nossos crachás e nossa entrada é liberada, o local
está ornamentado com flores, há um palco com as bandeiras da cidade, do
estado e pais, assim como cerca de 25 cadeiras pretas, acho que será uma boa
coletiva, nossos lugares ficam um pouco distante, pois as primeiras cadeiras é
dedicada aos repórteres exclusivo, sentamos na quinta fileira. Sento e já
começo a anotar as observações apontada pelo professor.)
- Amiga, eu estou muito apertada.
- Sério Malu?
- Sim! E agora?
- Vai logo, daqui a pouco começa. (Ela sai apressada e dou risada, essa
menina é louca.)
- Já vai começar. (Caio me olha sorrindo, e penso como gostei desse olhar
antes, agora nada mais me parece sensacional. Apenas um belo sorriso de um
amigo.)
- Cadê a Luiza, está demorando. (Olho para todos os lados e as luzes
escurecem dando holofotes ao palco. Um representante de estado começa
com as apresentação, todos levantamos para cantar o hino nacional e em
seguida a palavra está com o governador... Só de olhar para esse homem meu
estômago vibra, corrupto cretino. Ele começa a falar sobre o desenvolvimento
do estado e no meio de seu discurso Malu chega pálida.)
-Malu? O que houve?
- Ele está aqui?
- Quem está aqui?
- O Guilherme.
- Quem é Guilherme? (De quem ela está falando.)
- O meu primeiro namorado, ele está aqui Lari. (Lembranças dela
contando suas histórias do ensino médio surgem e me lembro do seu primeiro
namorado, eles ficaram juntos até que ele precisou viajar e terminaram.)
- Malu, é apenas um de seus namorados, (sorrio para ela) você ver seus ex
toda hora.
- Você não entende Lari, ele é meu primeiro, entende, meu primeiro
namorado, meu primeiro amor, e está tão lindo...
- Luiza!
- Amiga, eu nunca esqueci meus sentimentos por ele Ok? Só terminamos
por que ele tinha acabado o terceiro ano e precisou viajar, além disso
estávamos confusos na épocas, erámos novos demais.
- Malu, respira, você está falando muito rápido, vamos fazer assim,
quando terminar tudo, nós o procuramos e vocês conversam, o que acha?
- Ele está tão lindo Lari...
- Ei, vocês precisam fazer silêncio, ou vão chamar nossa atenção. (Caio
nos repreende rindo e paramos, olho para o palco e sinto minhas forças
sumirem, seus olhos estão me olhando, não é? Eu sinto... é ele, Alex me olha
fixamente em uma das cadeiras, Droga... o que eu faço?)
- Malu... (Chamo baixo)
- Eu estou vendo Lari, respira... (Ela sussurra) a turma está sob sua
supervisão, você não pode sair, apenas respira.
Sinto que seu olhar pode ler a minha alma, tento não olhar para ele, mas
involuntariamente meus olhos me traem e sou atraída para ele, sinto suas
perguntas me rondando, após todos esses dias fugindo dele. Agora isso? O
tempo parece passar em outra dimensão, não consigo anotar e nem prestar
atenção em mais nada do que está acontecendo aqui. A palestra termina e
sinto que preciso sair o mais rápido, estou sufocada, foca Larissia, por favor
foca. As pessoas começam a esvaziar o teatro e levantamos nos reunimos.
Malu aperta minha mão e aponta para o homem que está vindo em nossa
direção.
- É ELE... (Ela sussurra e vejo suas mãos suando frio, mas antes que eu a
tranquilize, ele nos cumprimenta.)
- Olá, bom dia, me chamo Guilherme e sou ex-aluno da universidade, a
pedido do professor irei acompanhá-los até a exclusiva, há uma sala por aqui.
(Ele anda na nossa frente e sinto que Malu está preste a perder seu controle.
Nós o seguimos e entramos em uma sala, fazemos uma roda com as
cadeiras.) A palestra será dada pelo nosso delegado federal, Alex Aguiar.
(Alex entra e sinto que estou sem cor, DROGA, DROGA! Nossos olhares se
conectam e vejo fúria em seus olhos, sinto-me nua e indefesa com seu olhar.
Ele mantém sua postura séria e começa um discurso sobre justiça, lei e
obrigação, não consigo absorver nenhuma de suas palavras, apenas penso em
como sair dessa situação. Os minutos se arrastam e fico mais tensa, a palestra
é finalizada e nos levantamos o aplaudindo, agradeço em nome da turma e
sinto que estou tremendo, o cumprimento com um aperto de mão e sinto seu
aperto, me afasto para que os demais cumprimentem também. Olho para
Malu, mas ela simplesmente balança a cabeça sem saber o que fazer. Os
agradecimentos finalizam e saímos juntos, direciono os alunos, para que ele
veja que estou ocupada e escuto Malu, informando que retornará sozinha. A
olho questionando e ela apenas me manda ir.)
- Bom pessoal, de acordo com as anotações do professor, podemos fazer
perguntas a quem estiver disponível, sejam discretos e tomem cuidado com
as perguntas. Estão liberados. (Seguimos para o teatro, mas antes que eu
passe pela porta, sinto alguém me puxando para debaixo da escada, mesmo
sem ver o rosto eu sei quem poderia ser, esse cheiro, essas mãos.) Alex?
Capítulo XIX
“Amor, Quando duas pessoas fazem amor, Não estão apenas fazendo amor,
Estão dando corda ao relógio do mundo.” - Mario Quintana
Maria Luiza
Estou saindo do banheiro quando escuto uma voz...
- Luluzinha? (Congelo imediatamente, ninguém me chama assim há anos,
não pode ser, viro-me para o dono da voz e sinto-me com quinze anos de
volta.)
- Gui? (Lembranças da minha adolescência me invadem com tudo, é ele
mesmo? Apesar do terno dar um ar mais maduro, eu tenho certeza que é ele.)
*Flashback on*
- Luluzinha, eu tenho algo para te contar. (Ele parece sério, aconteceu
algo?)
- O que foi Gui, seu olhar está sério. (Nossas mãos estão entrelaçada e
consigo sentir a brisa bater forte em meu rosto, estamos sentado no banco do
parque.)
- Você sabe que eu tenho estudado esse tempo todo para passar na
universidade, não é?
- Claro amor, você foi o aluno mais aplicado do terceiro ano, tenho
certeza que logo passará. Mas, o que houve? (Ele me olha com carinho,
sempre foi assim, nosso relacionamento é um pouco engraçado, eu estou
terminando meu último ano do fundamental II e ele finalizando o ensino
médio. Mas sei que quero passar toda a minha vida ao seu lado. Até parece
sonho de uma garota que acabou de fazer 15 anos, mas sinto que ele é e será
meu grande amor)
- Eu não vou poder fazer o vestibular.
- O que Gui? Como assim? Você está estudando o ano inteiro para isso.
- Meu pai vai voltar para Coreia, e quer que eu vá com ele.
- O que? Como assim? Você não pode interromper seus sonhos assim.
(Não estou conseguindo entender suas palavras.) Você vai me deixar... (Sinto
a lágrima salgada rolar em meu rosto.)
- Por favor Lu, não faz assim. (Não consigo olhar para ele, abaixo a
cabeça e deixo a lágrimas rolarem e os nossos planos? Iriamos abrir um
escritório de advocacia juntos.)
- Você não pode estar falando sério, como assim do nada Gui, a Coreia é
tão longe. (Meu peito aperta, isso não está acontecendo.)
- A família do meu pai está precisando dele, eu não entendo muito, mas
parece que ele vai precisar assumir os negócios da família.
- E por que você tem que ir? Você já é de maior. (Olho para ele e vejo que
seu rosto está igualmente destruído como o meu.)
- Lu, você sabe que eu nasci aqui, mas tenho dupla nacionalidade, não
sabe? (Confirmo com a cabeça.) Meu pai, apesar de morar aqui há 19 anos,
nunca deixou a cultura e crenças, eu até tenho um nome coreano. (Ele dar
uma risada fraca.) Mesmo que eu seja de maior aqui, eu preciso obedecê-lo.
E ele quer que eu me apresente no exército de lá. (As lágrimas continuam e
sinto ele levando nossas mãos aos lábios e beijando-as.) Eu não queria nada
disso Lu, nada, eu amo o Brasil, eu amo você, amo os planos que traçamos,
mas eu não posso se opor ao meu pai, você sabe o quanto ele sofreu com a
morte da minha mãe, eu sou a única pessoa que sobrou na vida dele, não
posso abandoná-lo assim.
- Mas significa que você não vai realmente ficar? (Eu quero gritar e
implorar para ele ficar, quero chorar e obriga-lo a ficar.)
- Eu não posso. (Seus olhos estão cheios de lágrimas)
- Então vamos terminar? É isso Gui? (Meu peito se afunda em solidão,
sinto que estou ficando sem ar.)
- Lu... (Ele não continua, vejo suas lágrimas rolarem e a última vez que o
vi assim, foi quando a mãe dele faleceu a dois anos atrás, eu não quero vê-lo
desse jeito de novo.)
- É melhor terminarmos, a Coreia não é como São Paulo. (Sorrio fraco,
não é como se ele estivesse terminando com você Luiza, ele precisa ir com o
pai dele.)
- Eu realmente não queria isso Lu! (Ele me olha triste e eu colo nossos
rostos.)
- Eu sei Gui, eu sei disso. (Respiro fundo, não posso tornar mais doloroso
para ele.)
- Se não fosse pelo meu Pai eu ficava, eu enfrentava todo o mundo por
você Lu, mas não posso, sinto que preciso ser um bom filho nesse momento.
- Tudo bem! (Me levanto arrumando o uniforme da escola, e limpo minhas
lágrimas.) É melhor pararmos por aqui, vai ser mais difícil esperar até sua
partida. (Ele não diz nada, vejo seus olhos vermelhos, suas mãos agarram a
minha cintura e olho para cima, nossos corpos estão tão colados, como vou
viver sem você aqui Gui, como?)
- Me perdoa Luluzinha, por favor me perdoa!
- Não é culpa sua Gui. (No meio de tantas lágrimas, nos beijamos e sinto
o gosto amargo da despedida, seguro sua camisa com raiva, eu quero gritar
com você, xingá-lo, dizer que não pode me deixar, mas não consigo, não é
justo com você.)
- Eu te amo Luluzinha e nunca amarei alguém tanto quanto te amo. (Não
fala isso.)
- Eu também te amo Gui, você foi e sempre será meu grande e primeiro
amor. (Isso é tão injusto, tínhamos tantos planos, história. Ainda me lembro
de quando ele chegou na escola, eu tinha apenas 12 anos e me vi
completamente apaixonada pelo menino do primeiro ano, e
coincidentemente, você se apaixonou pela garota da sexta-série.)
- Eu não quero te deixar Lu! (Ele me abraça apertado e sinto que meu
mundo estar ruindo.)
- Eu preciso ir Gui... (Me afasto dele, eu preciso sair daqui, ou irei
desabar em sua frente.)
- Calma Luluzinha...
- Não Gui, é melhor! (Me viro e saio correndo ao choro pelo parque, isso
não pode estar acontecendo, ele vai embora, ele vai me deixar.)
*Flashback off*
-É você mesmo! (Ele me olha sorrindo, quando ele ganhou tantos
músculos e que rosto é esse?)
- Quanto tempo! (Digo sem graça, como assim é você Guilherme?)
- Eu não consigo acreditar que é realmente você, (Seu sorriso faz meu
coração disparar, sinto que o mundo parou e estou presa em seus lábios.)
como você ficou ainda mais bonita.
- Eu sempre fui linda. (Brinco) E você, quando voltou da Coreia?
- Ah já tem muito tempo, eu só passei dois anos lá, fui liberado do
exército, então os planos do meu pai não deram muito certo. Fiquei lá até ele
se restabelecer e voltei. E você? Quando voltei a procurei mais havia se
mudado, até de escola.
- Bem... (Como eu falo que eu praticamente implorei para viajar com
meus pais, de tanta falta que eu sentia?) Meus pais decidiram levar eu e Betto
com ele nas viagens e ficamos migrando o Brasil, durante um tempo.
- Entendi, e como está o Betto? Ele não gostava de mim naquela época,
será que consigo mudar agora? (O que ele está querendo dizer?)
- Betto continua a mesma coisa. (Eu não sei o que falar.)
- GUILHERME... (Uma voz grossa e estranhamente conhecida o chama.)
- Preciso ir, mas podemos conversar depois? Faz muito tempo Lu! (Seus
olhos sorriem e me sinto sem ar.)
- Talvez... (Que talvez o que Maria Luiza?)
-GUILHERME! (A voz parece mais próxima, acho que está a sua
procura.)
- Eu preciso ir, mas não suma Luluzinha, agora que a encontrei não a
deixarei escapar. (Ele dar um beijo rápido em minha bochecha e me sinto
uma idiota parada no meio do caminho, ele sai rápido e fico estática, é isso
mesmo? O Guilherme está aqui?)
Acorda MARIA LUIZA! Recobro meus sentidos e volto trêmula para o
teatro, sinto que estou prestes a desabar, pois minhas pernas estão fracas.
Larissia percebe e me pergunta o que houve, estou sem saber o que falar,
conto e ela parece não se lembrar de quem eu realmente estou falando, não a
culpo minha lista tem sido grande. Meu coração só para de bater acelerado,
quando avisto Alex no palco, sentado, olho para Lari, e a vejo nervosa, tento
a tranquilizar, mesmo sentindo um turbilhão de sensações dentro de mim,
obrigada destino, você realmente sabe trabalhar bem...
Guilherme
É ela... A menina que roubou meu coração anos atrás, é ela mesmo. A
observo sentada na quinta fileira, ela não consegue me olhar, mas tenho a
visão perfeita dela, quando ela ganhou esse corpo, essa confiança? Ela parece
a porra de uma mulherão. Me lembro da garota ingênua que conheci quando
entrei no colégio para o primeiro ano do ensino médio. Eu nunca esqueço o
dia que nos esbarramos na sala de computação, ela desajeitada com seus
óculos pedindo desculpa e eu apenas encantado, sei foi bem indecente eu
estava entrando na puberdade e ela com apenas seus 12 anos. Começamos um
namoro infantil, mas com o passar do tempo fomos nos descobrindo juntos,
lembro-me que o primeiro corpo a provocar e acariciar foi o dela, o primeiro
corpo a me dar prazer também foi o dela. A tristeza bate imediatamente,
quando lembro-me da nossa primeira vez juntos, foi 2 meses antes de tudo
acontecer, ela tinha apenas 15 anos, e mesmo assim embarcou comigo. Claro,
não foi como planejamos, afinal, nenhum de nós sabíamos o que estava
fazendo, mas nos amamos apesar da inexperiência, curtimos e rimos muito.
Compartilhei com ela meus melhores e piores momentos, foi ela quem me
ajudou quando minha mãe partiu e hoje a vendo tão linda e confiante, fez
meu corpo arder, não de desejo e sim um sentimento de pertencimento, paz...
A palestra acaba e deixo meus devaneios, lembro-me do pedido do
professor da universidade, espero Alex sair do palco e vou ao seu encontro.
- Você tem que dar uma palestra a galera da universidade, lembra?
- Universidade... então esse é o motivo (Ele fala baixo)
- Alex? Está escutando o que falo?
- Sim, você achou uma sala? Não gosto de palcos.
- Sim, vou recepcionar os alunos e leva-los para sala.
- Ok! (Ele está pensativo, melhor deixar ele ai, a pressão em cima dele tem
sido complicada. Volto para o teatro e procuro por pessoas com cara de
estudante e encontro um rodinha, deve ser eles, me aproximo e meus olhos
imediatamente fixa nela, Luluzinha, me aproximo mais e vejo o nome da
universidade em um dos crachás, sorrio, então você está fazendo direito. Me
apresento, sem tirar os olhos dela, levo os alunos para a sala e faço a
apresentação, apesar da sala cheia, eu não consigo focar em mais nada a não
ser ela, preciso descobrir se ela estar com alguém, se assim como eu ela não
esqueceu o passado. Alex começa a falar e eu aproveito e peço um papel e
caneta, de um aluno. Ele me dar e eu escrevo:
“Que tal sairmos quando acabar? Temos muito o que conversar.” Dobro e
vou em direção a porta, deixando o papel discretamente em sua cadeira. E
espero ela ler, seus olhos encontram os meus e eu sorrio. Ela consente com a
cabeça e vejo seu sorriso aparecer. Alex finaliza e eu a chamo, ela pede para
esperar e eu saio da sala, logo em seguida ela vem em minha direção, sem
dizer nada seguimos pela entrada e a levo até meu carro.
- Olha só o pequeno Gui cresceu! (Ela rir e eu acompanho)
- Agora sou um adulto responsável. (Mexo no terno e ela gargalha, abro a
porta do carro e ela entra, dou a volta e entro também.) Para onde quer ir?
Tem algum restaurante que prefira?
- Você me chamou, sinta-se à vontade!
- Se eu ficar à vontade demais te levo para a minha casa.
- Seria um prazer! (O que? Assim, direto, do nada?) Se assustou? (Ela
gargalha)
- Não, só...
- Só lembra da garota inocente da sexta série.
- Não é isso.
- Estou sendo prática, sei que cozinha perfeitamente bem, então vamos
juntar o útil com o agradável. Ou você tem um plano melhor?
- Não! Vamos, vou fazer um macarrão digno de conquistar sua barriga.
- Veremos! (O caminho é feito entre risos e lembranças, ouvir sua voz
falando dos nossos momentos é revigorante, ela me fala sobre seu ingresso na
universidade e conto que após voltar da Coreia passei de primeira no
vestibular, ela fica completamente feliz quando conto sobre minhas notas. É
tão bom ver alguém que comemore suas vitórias, como ela está fazendo, é
realmente, é a Luluzinha. Entramos no meu apartamento e ela vai logo ver as
fotos que estão na instante, tem fotos da minha formatura, da minha família
na Coreia, uma da minha mãe.) Seu pai não ficou triste quando veio? (Ela
pergunta olhando a nossa foto.)
- Sim, mas me apoiou. A Coreia é um pais sensacional, aprendi muito lá,
porém não estava habituado, comida, dia-a-dia, tinha dias difíceis.
- Imagino.
- E você, (Vou para cozinha e começo o preparativo do meu macarrão.)
ainda sente muita saudade dos seus pais?
- Sim, mas hoje em dia eu entendo mais, claro, não consigo entender como
eles deixam seus dois filhos com uma pessoa e sai para explorar a
arqueologia a fora. Porém sou grata que eles estão vivos e felizes, hoje, isso é
o que importa para mim, o relacionamento deles é mais lindo e sincero que já
vi.
- Sim, e você... não está em um relacionamento? (Ela me olha séria e
continuo olhando para ela.)
- No momento não... (O que isso significa? Volto minha atenção para a
comida, para esconder minha felicidade em saber que ela está disponível)
Gui! (Ela me chama e eu a olho, ela caminha em minha direção e vejo um
olhar triste.) Eu senti sua falta. (Paro de imediato o que estou fazendo e a
olho, como eu falo que também senti sua falta? Como eu falo que até hoje
procuro uma parceira como ela? Como digo o quanto partir me machucou.
Deixo as coisas e corro em sua direção a abraçando. Minha blusa molha e
percebo que ela está chorando, me afasto e olho em seus olhos.)
- Eu nunca esqueci você Lu, nem por um minuto, passaram anos e eu
ainda tentei te encontra, mas não tinha um endereço, até de escola você
mudou, os vizinhos não sabiam nada a seu respeito, eu procurei por você, eu
também senti sua falta Luluzinha. (Sem mais demora, possuo seus lábios e
ela permite, lembranças da nossa adolescência me invadem com tudo e sinto
que voltei para meu lar, estou onde não deveria ter saído. Nossos lábios se
encaixam perfeitamente e nos perdemos em saudade e desejo. A levo até o
sofá, ela rapidamente retira minha blusa, suas mãos arranham a minha
barriga.)
-Puta que pariu, quando ganhou isso? (Ela rir e beija descendo seus lábios
para a minha barriga, quando ela ficou tão atrevida?)
- Há muitas coisas que você ainda não viu... (Paro no instante que ela abre
minha calça e sem nenhuma cerimônia e timidez retira meu pau já alterado e
começa a masturba-lo.)
- Estou louca para conhecer... (E simplesmente põe meu pau em sua boca.
PORRA, que mulher... Caralho... Ela suga meu membro com vontade e sabe
exatamente o que está fazendo. Ela me olha e fico maluco, vendo seus olhos
por cima da boca me chupando.)
- Caralho Lu quando ficou assim? (Paro seu joguinho, antes que seja tarde
demais e a trago para cima, puxando seu cabelo. Abro sua blusa e fico
maravilhado com seus seios, agora já formados e totalmente convidativo.)
- Há muitas coisas que você ainda não viu... (Ela repete minha frase e
retira sua saia, me dando a visão perfeita da sua calcinha fio dental preta.)
- Estou louco para conhecer... (A deito no sofá e me perco em seu corpo
sugando cada parte dele e explorando sua intimidade com minha boca. Suas
mãos apertam meus cabelos e ela parece ditar o ritmo que quer, faço como
ela pede e escuto seus gemidos, estou louco ao ouvi-la chamar por mim.)
- Gui?
- HUM... (Digo subindo meus beijos e me posicionando)
- Está sentindo?
- Você?
- Não Gui, tem algo queimando...
- Sou eu... (Sinto o cheiro de queimado e lembro da panela que estava
utilizando.) PORRA! (Saio apressado e desligo a panela vazia do fogo. Ela
começa a gargalhar.)
- Só você para aprontar essas coisas. (Ela continua rindo, que delicia ouvir
sua risada.)
- Eu quero aprontar muito mais ainda. (Subo minhas mãos alisando suas
pernas, cochas e massageio sua buceta molhada e pulsante.) Onde paramos?
(Ela fecha os olhos e nos perdemos no tempo, eu, ela, a saudade e o desejo,
dando corda ao mundo, o nosso mundo.)
Capítulo XX
“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que
querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se
não o fizerem ali?” - Fernando Pessoa
Alex Aguiar
Passo mais uma noite na delegacia, espero que a liga me ajude a conseguir
tudo que precisamos, o olhar de Marcela me deixou pensativo, ela não gostou
da minha atitude e sinto que não deixará assim. A manhã se inicia e espero o
investigador Millus chegar, para começarmos a estudar as provas que foram
encontradas na cena do crime.
- E então o que você acha? (Questiono observando as provas em nossa
frente.)
- Busquei pelas câmeras de segurança e encontrei isso. (Ele pluga o pen
drive no computador e o horário marca quatro e meia da manhã. Cauã e sua
família saindo de casa e pegando um táxi.) Eles pediram o táxi e nesse trecho,
(ele muda a câmera, para o local do assassinato.) foi onde tudo aconteceu.
(As imagens são pesadas e mostram nitidamente, o motorista vestido de preto
com luvas e mais um carro preto para junto, a família é retirada a força do
carro e colocada em fileira. O mesmo, motorista aponta a arma para Cauã e
dispara, dar para ver que sua mãe cai de joelhos no chão e acaba sendo o
alvo, em seguida seu pai e irmão. Eles chutam o corpo, jogam a rosa e saem
em seguida.)
- Dar para seguir o carro pelas câmeras de trânsito?
- Já olhei e não, os perdemos, quando entram em uma rua sem câmeras e
sem movimento.
- Droga!
- Eles não informaram a ninguém sobre a viagem, os policiais já foram
investigar e os vizinhos disseram que não entendem como isso aconteceu,
eles eram boas pessoas.
- E o táxi, já verificou?
- Ele foi roubado, e já o encontramos, mas não há nada nele.
- Era de se esperar. (Eles não deixam pontas soltas.)
- Senhor, a única pista que temos nesse momento são o número
encontrado no corpo, o papel com suas informações e as passagens aéreas.
- Não encontraram nada nas outras vítimas?
- Não, nada.
- Ok, (passo minhas mãos pela cabeça, esse caso está começando a me
tirar a paciência.) preciso que você investigue se há alguma conta dele com
essa senha, ou alguma casa, cofre. Esse número pode ser nossa varinha
mágica para começar a descobrir as coisas.
- Sim senhor, irei investigar.
- Guilherme, consiga uma quebra de sigilo, para descobrimos quando as
passagens foram compradas, como foram compradas, talvez possamos
rastrear alguma coisa com isso.
- Sim! (Ele sai)
- Você tem a rota dos carros com você? (Questiono ao investigador)
- Sim! Só um instante, (Ele mexe no computador e imprime.) aqui está.
- Agente Silva, Patrícia, Marcelo e tenente Robson me acompanham.
Vamos fazer as rotas e tentarmos encontrar alguma pista das câmeras de
segurança.
Saímos e Silva leva a viatura, começo com o percurso da casa de Cauã e
não há nada, vamos para o ponto onde os assassinos desapareceram. Há
apenas uma lojinha de conveniência, descemos e entro no local, não há
nenhuma câmera, apenas um senhor de meia idade atrás de um balcão. Me
aproximo e o cumprimento.
- Bom dia senhor, tudo bem?
- Depende. (Ele me olha desconfiado) Aconteceu alguma coisa?
- Oh não! (O tranquilizo) Gostaríamos apenas de alguma informação,
poderia nos ajudar.
- Sim!
- A que horas o senhor costuma abrir a loja?
- Geralmente as cinco e meia, sempre tem alguém indo para o trabalho que
passa para comprar alguma coisa. (Olho os papéis e vejo que eles passaram
por aqui as seis em ponto.)
- O senhor sabe me informar se percebeu alguma movimentação estranha
na manhã de ontem?
- Que eu me lembre não, ontem (Ele parece pensar), não, espera, quer
dizer dois carros passaram correndo, pareciam estar em uma fórmula um, eu
estava varrendo à frente da loja, quando passaram correndo.
- O senhor viu para que lado foram?
- Não! Eles seguiram reto e não observei.
- Sabe me informar se um desses carros era um táxi?
- Não, não! Eles eram pretos, me lembro bem da cor deles. (Pretos? Mas
nas câmeras viram um táxi.)
- Tem certeza que não passou nenhum táxi por aqui?
- Tenho, não passou nenhum táxi.
- Obrigada, senhor. (Saio da loja, eu vi claramente a gravação e eles
entravam nessa rua. Volto para a viatura, pensativo)
- Alguma pista? (Marcelo pergunta)
- Talvez, olha nos registro onde foi encontrado o táxi.
- No bairro longe daqui.
- Estranho, muito estranho. Silva, volte por favor para a entrada da rua.
(Ele volta e eu observo, as câmeras pegaram o táxi entrando aqui.) O carro
não passou pela loja, mas passou nessa rua... (Olho a rua e vejo que há um
galpão, parece ser privado. Olho os outros lugares e tento pensar.)
- Podemos ir Silva. (Disco o número da delegacia e peço que me passem
para o Sandro.) Sandro, procure para mim o proprietário desse galpão nesse
endereço. (Passo o endereço e o número e espero)
- Está no nome de Talita Magalhães Sampaio.
- Sabe me informar se esses nomes conta em nossos registros?
- Um minuto. (Escuto seus dedos hábeis no teclado e após alguns minutos
ele responde.) Não senhor, esse nome é da irmã de um grande empresário do
ramo de produtos farmacêuticos. (Como uma pessoa poderosa não põe
câmeras em um galpão? E por que essa localização tão distante?)
- Você consegue descobrir desde quando eles são os proprietários?
- Sim! (Espero mais um pouco) Desde que os dados foram digitalizados
não há nenhum registro de compra, então a propriedade deles devem ter mais
de 30 anos.
- E quantos anos ela tem?
- 48!
- Certo, obrigada!
- E então? (Marcelo questiona)
- O galpão é da irmã de um grande empresário do ramo farmacêutico.
- Não me admira que seja tão grande.
- Tem alguma coisa ai! (Olho pensativo para o local)
- Como assim senhor? (Robson me olha)
- O carro entrou nessa rua, no mesmo horário que o carro preto, mas
misteriosamente sumiu e ao invés desse carro, outro carro preto apareceu.
Sendo que nas câmeras não há nenhum carro entrando nessa rua. Então um
carro não pode misteriosamente sumir e outro aparecer.
- Sim, provavelmente o carro ficou escondido. E eles trocaram...
- Mas eles não fizeram isso a mostra. (Concluo a fala de Marcelo)
- Talvez o galpão. (Robson completa)
- Exato! Vamos para a delegacia Silva, preciso analisar isso. (Seguimos
para delegacia e penso nas minhas suspeitas, apesar de ser apenas suspeitas,
já é alguma coisa. Chegamos e vou diretamente para a força tarefa.) Atenção,
parem o que estão fazendo e pesquisem para mim o empresário Sampaio, da
indústria farmacêutica.
- Aqui! Ele está no ramo há mais de 40 anos e tem seus produtos como o
número um em vendas. (Um dos policiais ler em voz alta)
- Tem algo interessante. (Outro policial fala.) Uma parceria com o
governador do Estado, trouxe mais de 10 milhões para a sua empresa, parece
que é ele quem fornece medicamentos para os hospitais públicos. (Bingo, o
governador e ele juntos, é muita coincidência.)
- Há mais algum nome que apareça nas nossas investigações?
- Não!
- Obrigado, podem voltar ao trabalho. (Vou para a minha sala e ligo para
Nicole, preciso analisar algo que ela com certeza consegue encontrar.)
- Oi Alex!
- Oi Nick, tudo bom?
- Sim, e contigo? Conseguiu alguma coisa do caso?
- Sim, e preciso da sua ajuda, tem como conseguir a cópia do contrato de
licença entre o governo de Minas e a empresa Sampaios?
- Caramba, acho difícil, mas vou fazer o possível, dar para esperar até
amanhã? Terei uma audiência agora a tarde e só posso ir atrás amanhã.
- Tranquilo, desculpe incomodar.
- Que nada, o caso é nosso, se tiver algo a mais que eu possa ajudar é só
falar.
- Pode deixar, beijos Nick.
- Beijos delegado!
Desligo e anoto o nome da empresa no meu quadro, isso não é uma
coincidência, tenho certeza. Guilherme entra em minha sala e vejo que seu
semblante não está muito bem.
- Estão dificultando para gente.
- Como assim, Marcela novamente?
- Não, a equipe aérea não quer colaborar.
- Você informou que era uma investigação federal?
- Sim, eles pediram a procuração. Disse que é a norma da empresa.
- Porra, protocolou o pedido de quebra de sigilo?
- Sim, mas você sabe que eles vão demorar com a resposta.
- Merda! (Penso um pouco) Já sei! (Pego o celular e ligo imediatamente
para Bruno, ele atende no primeiro toque.)
- Fala amoreco, o que deseja?
- Oi princesa, preciso dos seus dons de procurador.
- É só falar!
- Preciso de uma procuração de quebra de sigilo, a empresa aérea não está
colaborando e meu pedido não será atendido tão cedo.
- Tranquilo, só vai demorar um pouco, por conta da instância
interestadual.
- Não tem problema, com tanto que eu consiga essas informações, está
ótimo!
- Eu estava pensando sobre a máfia ontem, e vai ser difícil eles deixarem
brechas, você não consegue nenhum informante, um traficante, não sei.
- Já tentei, eles não sabem de nada, prendi um chefão do tráfico do Rio,
que veio vender aqui, eles não tem contato nenhum é tudo terceirizado.
- Porra, a diferença entre mafioso é isso, eles são meticulosos o suficiente
para não deixar rastro.
- Sim, mas eu sou conhecido por não seguir rastros.
- E nem a lei...
- Exatamente! (Nós rimos)
- Pode deixar que eu vou conseguir essa procuração.
- Valeu!
- Qualquer coisa me liga, só não faço sexo a distância o resto estou aqui.
- Deixa Beatrice ouvir isso.
- Ela me divide com você.
- Tchau Cavaliere!
- Tchau mano! (Ele rir e eu desligo)
- Ele vai conseguir? (Guilherme pergunta)
- Sim, apenas temos que esperar. Meus olhos ardem e vejo que o sono
começa a querer aparecer.
- Acho que vou para casa, já cumpri a escala, e não há mais nada a fazer, a
não ser esperar.
- Sim, você está aqui desde ontem de manhã.
- Eu mereço um descanso.
- Vai lá, você está lembrado não é?
- Do que? (Pergunto confuso)
- O acordo com meu professor, eu garanti que você daria uma pequena
palestra para os alunos dele.
- No congresso.
- Sim!
- Certo! Agora já vou, ou vou dormir em pé. (Pego minha jaqueta e vou
para casa.)
Desabo no sofá e pego meu celular, não há nenhum sinal de Larissa, ela
disse que ia precisar se ausentar por uma semana, do nada. E não retorna
minhas ligações, nem as minhas mensagens ela ler. Sinto que fiz algo errado
e não consigo pensar direito. Já não basta tudo isso com os Vizzanos, agora
ela some assim. Tento mais uma vez ligar e novamente não tenho resposta,
meus olhos vão se fechando e caio em um sono profundo.
Acordo com barulho da campainha, olho o relógio e são seis da noite, me
levanto devagar e abro a porta, é minha mãe. Ela me olha e sorrir, como eu
amo esse sorriso.
- Estava dormindo?
- Sim, não volto para casa desde ontem.
- Oh filho, você precisa se cuidar mais, o que fará quando seu corpo não
aguentar mais esse pique?
- Seu filho é saudável Dona Carlota.
- Sim, tenho certeza que seus pais estão orgulhosos. Eu trouxe uma sopa
para você, está começando a esfriar, é bom você aquecer o corpo.
- Dona Carlota, não acredito que atravessou a cidade para me trazer sopa,
assim vou ficar mal acostumado. (Vou até ela e beijo sua bochecha.) Já que
veio, vai dormir aqui não é?
- Não filho, você pode receber visitas...
- Desde quando você ficou tão liberal? (A olho rindo)
- Eu sempre fui seu moleque. Vá, tome um banho, vou esquentar a sopa.
- Só vou se prometer passar a noite aqui.
- Se aqueles policiais vissem você fazendo manha assim perderia seus
créditos.
- Eles não precisam saber! (Finjo segredo e vou para o banho. Volto e já
encontro a mesa posta.) Já lhe disse que lhe amo hoje Dona Carlota.
- Essa sua barriga, ama me enganar. (Ela rir e eu sento na mesa com ela,
começamos a comer.)
- E então filho, aquela garota...
- Ela não é uma garota mãe, já é uma mulher.
- Ok, e aquela mulher, vocês conversaram?
- Não.
- Como NÃO Alex.
- Ela precisou viajar.
- De repente? (Seus olhos me observam curiosos.) Tem certeza que ela
viajou?
- Ela me disse.
- Será que não está fugindo de você.
- Você também acha? (Admito baixo)
- Ei, que cara é essa Alex Aguiar? Por acaso você se apaixonou por ela?
- Que nada mãe, sabe que não sou disso!
- Por que eu sinto que é o contrário?
- Você e suas teorias. (Começo a comer rápido)
- Sabe Alex, eu sempre gostei da Luna, e estava até disposta a encher sua
paciência quando soube que ela voltou, mas seus olhos acabam de me
confessar que seu coração já tem uma dona.
- Dona Carlota, coma.
- Estar apaixonado é uma coisa boa filho, (ela sorrir e eu reflito em suas
palavras.) eu não sei quem ela é, e não sei o que vocês fizeram, na verdade eu
sei...
- Mãe!
- Mas, se ela é importante, assim como seus olhos estão dizendo, vá atrás
dela, nunca se arrependa por algo que deveria ter feito, faça e se arrependa
depois, tendo a certeza que tentou. Tenho certeza que ela não vai fugir se
você for sincero.
- E se ela fugir?
- Você tenta novamente, até achar que foi o necessário.
- Isso parece burrice? (Sorrio)
- Não há nada de inteligência no amor! (Ela se levanta e vai até a sala,
reflito em suas palavras e decido tentar.)
O dia na delegacia foi intenso, Nicole conseguiu a licença e como
esperava há um superfaturamento, agora preciso relacionar isso com a máfia
e descobrir o motivo, Bruno, ainda não retornou, então decido não fazer
plantão hoje, dirijo em direção ao Bistrô. O ambiente já está movimentado,
entro e vejo o metre, o cumprimento.
- Boa noite, gostaria de saber se Larissia estar.
- Boa noite senhor, infelizmente não.
- Você sabe se ela virá?
- Não sei informar. Mas, a algo que posso ajudar?
- Eu preciso urgentemente falar com ela, você está lembrado de mim,
estive aqui a alguns dias atrás.
- Oh sim, no escritório da chefe.
- Teria como você descobrir se ela virá essa noite? Eu realmente preciso
falar com ela e não quero dar viagem perdida.
- Só um instante, vou ver o que posso fazer. (Ele sai e demora alguns
minutos para retornar.) Infelizmente ela não virá, precisou fazer uma viagem.
(Então é verdade, ela não está fugindo de mim.)
- Você ligou para o celular dela?
- Sim! (Então por que ela não me atente?) Obrigado pela informação!
(Ligo para ela antes de entrar no carro e novamente dar na caixa postal, ela
não me atende, mas atendeu outra ligação... O que está acontecendo
Larissia?)
Os dias se passam e não tenho nenhum retorno, nem ela e nem a máfia se
movem, estou praticamente entrando em colapso, como isso é possível, como
um caso tem que ser tão complicado, como uma mulher me tira tanto o juízo.
Hoje é o dia do congresso nacional de justiça, e infelizmente minha
presença é precisa, visto um terno cinza, sapatos preto, assim como a blusa
social. Chego no local e há muitos repórteres. Odeio esse tipo de situação,
odeio esses eventos.
- Está bonitão chefe! (Guilherme aparece na entrada do fórum)
- Cadê Marcelo, não veio?
- Não, ele disse que dispensa esses eventos.
- Se tivesse mulher ele estaria aqui. (Rimos, passamos pelos repórteres,
eles fazem perguntas, mas entro em silêncio.)
- Você preparou o discurso?
- E lá preciso disso? É só falar o que sei.
- Você ama se exibir.
- Jamais, você sabe que temos uma missão aqui não é?
- Sim analisar os contatos do governador.
- Exato, estou realmente impaciente com essa tranquilidade no caso,
Bruno não retorna, Robert ainda não encontrou nada.
-A gente vai encontrar alguma coisa, pode demorar, mas vamos.
(Entramos pela lateral, onde vários políticos já conversam entre si. A visto o
governador e assim que ele me ver me cumprimenta. Dou uma risada de lado
e cumprimento as pessoas que vem falar comigo, eu realmente não fico
confortável nessas situações. O tempo passa, e vejo o Governador ir para o
palco. Aproveito e dou uma volta por trás dos bastidores para observar seus
seguranças, analiso cada um disfarçadamente e tento encontrar alguma
semelhança com os assassinos da família de Cauã, mas não encontro. Vejo
que o discurso já começou e eu preciso entrar, procuro por Guilherme, mas
não o encontro. Vou até a entrada lateral e o chamo, mas nada, chamo outra
vez e ele não aparece. Vou subir, antes que sintam minha falta, quando estou
perto das escadas ele aparece sorrindo.)
- Onde você estava.
- Encontrei alguém!
- Estou subindo, observe se há alguma movimentação entre os seguranças
quando ele sair do seu discurso.
- Ok!
Subo as escadas e me sento na mesa, assim como outras figuras
importantes na justiça e política. Olho para a onda de repórteres, quando
meus olhos são atraídos automaticamente para os cabelos ruivos. Ela está
aqui! (Observo o público ao seu lado e consigo ver sua amiga, e quem é
aquele ao seu lado? Encaro e vejo seus olhos em mim, nossos olhares se
encontram e não consigo desviar o olhar, mas ela assim o faz, quebrando a
nossa conexão. Ela parece nervosa, e eu peço para que essa porcaria de
discurso acabe logo. Assim que finaliza, me levanto e vejo Guilherme já me
esperando.
- Tenho que procurar os alunos.
- Acho que já os achei, (Sorrio, realmente o destino quer que nos
encontrarmos.) você separou a sala?
- Sim, irei levá-los para lá e lhe apresentar.
- Ok, esperarei você entrar e entro em seguida. (Ele se afasta e eu
aproveito para observar, ele vai em direção a Larissia e tenho a certeza que
ela é uma das estudantes. Eles vêm em minha direção e me afasto, para que
não seja visto. Eles entram e assim que escuto meu nome, faço o mesmo.
Imediatamente vejo os olhos de Lauren se abrirem em surpresa... Hoje você
não me escapa Larissia! O discurso é feito de maneira rápida, falo tudo que
preciso e tento não focar em Larissia, acabo e ela como representante da
turma toma a palavra, fico completamente enfeitiçado por sua maneira de
falar, espero todos saírem da sala e quando vejo ela sozinha, a puxo para
debaixo da escada, está escuro e ninguém pode nos ver. Agora mereço
respostas Larissia....
Capítulo XXI
“Consiste a monstruosidade do amor...Em ser infinita a vontade, e limitados
os desejos, e ato escravo do limite...William Shakespeare
Larissia Vizzano
- Alex?
- O que está acontecendo Larissia? (Ele me olha e vejo sua suplica. O que
eu falo?)
- Alex, é melhor conversamos depois... (Ele esmurra a parede atrás de
mim e me assusto.)
- Porra! (Ele se afasta e põe as mãos na cabeça confuso.) Eu fiz alguma
coisa errada? É isso? Por que você está fugindo de mim? (Ele respira fundo e
coloca uma de suas mãos amo meu lado.)
- Eu não estou fugindo.
- Não? Nós transamos e do nada você desaparece, eu tenho tantas
perguntas.
- Alex... (Eu preciso sair, mas ele aproxima seu corpo do meu e sinto sua
respiração.)
- Você não gostou? Se sim, tudo bem, eu vou aceitar...
- Não é isso Alex! (O interrompo, não posso achar que ele foi ruim na
cama, isso para um homem significa muito e ele foi completamente o
oposto.)
- Então o que é Larissia, me diz... (Suas mãos acariciam meu queixo e seu
polegar passa delicadamente em cima dos meus lábios.) isso está me
deixando louco, eu estou completamente louco por você. Não consegue ver?
(Seu polegar brinca com meus lábios e me vejo fechando os olhos tentando
controlar o desejo em meu corpo.) Olha o que está fazendo comigo... (Ele
encosta sua testa na minha e ficamos assim, suas mãos seguram meu pescoço
e sinto minha calcinha umedecer. Se controla Larissia!) Não fuja de mim
Larissia. (Sua voz transmite tristeza e sinto meu ser se partir em mil pedaços.)
Não somos uma transa de uma noite só, você sabe disso. (Ele sussurra, e me
sinto horrível, ele realmente não sabe quem eu sou, ou não estaria assim.
Abro os meus olhos e o afasto.)
- A coisas que eu não posso explicar agora Alex, (Sou sincera e me seguro
para não desabar em sua frente.) mas o problema não é você, sou eu. Você foi
realmente incrível comigo, mas eu não posso, não dar para explicar... (Tento
sair, mas ele me puxa de volta.)
- Você não precisa me explicar nada, apenas fique ao meu lado.
- Eu não poss.... (Ele me beija sem deixar eu terminar, reluto, mas sou
vencida pelo desejo e me entrego mais uma vez ao seu beijo, suas mãos
passeiam pelo meu corpo e faço o mesmo. Sei! Estou brincando com fogo,
mas não posso controlar. Nos separamos por falta de ar.)
- Eu não posso ficar aqui, se fomos pego, seria uma dor de cabeça para
você. Vem comigo!
- Alex, é melhor não.
- Você sente a mesma coisa que eu Larissia, parece insano esse
sentimento, mas sentimos, eu não quero explicações, eu quero você, isso
basta. Então vem comigo! (Eu preciso dizer não, eu preciso dizer não...)
- Está bem! (Ele segura em minha mão e me leva até uma saída lateral que
dar direto para o estacionamento, entramos em seu carro e ele fecha os
vidros.)
- Há muita gente, é melhor se abaixar, esses repórteres são horríveis.
(Droga! Não posso permitir que minha imagem seja exposta ou estou ferrada.
Me abaixo e Alex sai, há alguns repórteres, mas ele consegue escapar, sem
ser incomodado. Me levanto, o clima no carro está tenso, eu não sei o que
falar, o que eu poderia falar? Sabe a mulher que negociou com você, prazer
sou eu, ou melhor, prazer Larissia Vizzano, filha do líder da máfia. Eu estou
ficando louca, por que eu aceitei isso?)
- Você não precisa ir se não quiser! (Ele fala baixo e percebo que minha
expressão não é uma das melhores.) Por mais que eu queira você, não vou lhe
obrigar a vim.
- Não, tudo bem, acho que precisamos conversar. (Eu preciso terminar isso
direito, ou vai ser tarde demais.)
- Sabe, quando te vi, não acreditei que era você.
- Nem eu acreditei... (Penso alto)
- Não esperava que eu fosse um delegado federal? (Você não imagina)
- Para falar a verdade, não, sempre achei que fosse um grande advogado.
- Isso é culpa minha, admito, eu disse que fiz direito e você logo conclui
que eu fosse um advogado, pensei melhor não corrigir, digamos que minha
profissão pode assustar um pouco. (Sério?)
- Sim! (Digo sem graça e ele parece perceber que o clima está tenso, pois
liga o rádio, seguimos em silêncio e vejo que ele para em frente ao seu
apartamento, entramos e subimos, ainda em silêncio.)
- Você quer alguma coisa? (Ele questiona abrindo a porta e me indicando
o sofá.)
- Não, obrigada! Alex, precisamos realmente conversar.
- Eu sei, (ele senta ao meu lado no sofá e segura a minha mão.) mas antes
eu quero saber algo. (Sinto meu coração acelerar, ele já sabe?)
- O que? (Se ele me prender aqui? O que eu faço? Ainda não tenho provas
o suficiente para incriminar todos no conselho, o que eu vou fazer?)
- Aquela noite... (Ele vacila e sinto meu coração disparar.) foi a sua
primeira vez? (CARAMBA, solto o ar em meus pulmões, sinto um peso sair
das minhas costas [Sim, louca, não vai responder não?] minha majestade me
lembra da pergunta e eu me controlo, dos males o menor.)
- Desculpa, (sou sincera) eu não queria te enganar, não foi...
- PUTA QUE PARIU LARISSIA! (Ele abre os olhos e se levanta
nervoso.) Eu tirei a sua virgindade? (Ele para me olhando assustado.) Porra!
Você deveria ter me contado, eu não fui cuidadoso como deveria... Caralho,
eu pensei nisso, mas não queria acreditar. Agora consigo entender por que
fugiu, você se machucou? (Ele senta novamente e me analisa preocupado.)
Desculpa, Caralho! (Ele passa as mãos na cabeça nervoso.) eu deveria ter tido
mais calma, me desculpe, é tudo culpa minha.
- Alex! (O interrompo, ele está nervoso.)
- Você precisa de um médico?
- Calma! (Começo a rir do seu nervosismo, médico? Agora? Não consigo
segurar e começo a rir.)
- Não rir Larissia é sério, ainda repetimos, você ficou machucada, por isso
sumiu?
- NÃO ALEX, NÃO É NADA DISSO! (Não consigo controlar a risada,
não sei se é nervosismo, ou vê-lo confuso é engraçado, mas tento me
controlar.) Eu estou bem, e não te contar foi uma escolha minha, eu não
queria contar.
- Não, eu deveria ter desconfiado.
- Alex, por favor me olha! (Peço tentando manter a calma.) Você não
precisa se culpar, foi incrível para mim, você foi sensacional, ok? A escolha
de não contar foi minha.
- Então por que você fugiu?
- Não foi por que você foi ruim, ou qualquer coisa do tipo. (Respiro fundo,
não vou ser injusta com ele.) Eu estou com uns problemas de família muito
complicado, não posso explicar.
- Eu posso ajudar...
- Não você não pode, (não ainda) me desculpe por sumir assim, sei que
não fui justa com você, mas no momento, eu não estou com cabeça para nada
além de resolver esse problema.
- Larissia, eu nunca fui um homem de coisas românticas, e nem serei. (Ele
fala sério.) Não serei o homem que lembra de datas, ou que pode estar ao
lado de alguém todos os dias, e até hoje pensei que não seria possível ter
alguém ao meu lado por isso, mas você me fez querer tudo isso, me fez
querer ter alguém para esperar encontrar depois do trabalho, eu não sei o seu
problema, mas eu posso ser seu escape.
- Não é assim Alex...
- Sim Lari, as coisas não são complicadas, nós é quem complicamos, então
não priva isso que rola entre a gente. (Ele se aproxima de mim e cola nossos
lábios.) Não pensa muito Lari, apenas sinta, os problemas ficaram lá fora,
aqui é só eu e você... (Sua boca explora a minha, e por mais que o cérebro me
ordene para parar, eu não consigo e me entrego mais uma vez, nossas línguas
dançam e suas mãos acariciam meu corpo, ele adentra sua mão pela minha
saia e abro minhas pernas. Ele beija minha nuca e eu fecho os olhos, lágrimas
escapam e eu as deixo rolarem, meu peito afunda e sinto a dor me consumir,
não é uma dor física é minha alma que grita para parar, mas eu não paro, sou
egoísta o suficiente para não parar, meu coração afunda e eu simplesmente
reajo limpando as lágrimas e olhando para ele.)
- Hoje não me foda, me ame, apenas isso. (Ele não diz nada, apenas me
beija novamente e sinto que ele pressiona, eu sei e ele sabe, essa não é apenas
uma transa, isso não é apenas sexo, hoje é sobre sentimento... e sobre
despedida. Nossas roupas são retiradas e nossos corpos conversam entre si,
sem nenhuma palavra e apenas sentimentos, ele me encaixa em sua cintura e
me leva para seu quarto, meu corpo é posto na cama delicadamente.)
- Eu sei o que isso significa, é isso que você quer? (Ele me olha triste e eu
apenas responde.)
- Me faça sentir você por inteiro. (Ele me olha e sinto que como eu, ele
não quer começar, pois teremos que terminar. E não queremos chegar no
fim.)
Ele explora minha nuca, seios e barriga, meu corpo fica marcado com seus
apertos e chupões sua boca encontra a minha intimidade e ele beija
delicadamente, como se estivesse saboreando cada pedaço, fecho meus olhos
ao sentir sua língua golpeando meu clitóris, seus lábios suga meu pequeno
ponto de prazer e preciso segurar o lençol quando dedos são introduzidos em
mim. Uma de suas mãos encontram meus mamilos e os estimulam enquanto
sua boca explora com volúpia minha buceta encharcada pelo desejo. Quero
gritar, quando ele aumenta a velocidade dos seus dedos, me permito gemer
chamando seu nome e assim explodo atingindo meu ápice. Ele me olha e
chupa seus dedos me fazendo revirar os olhos, meus espasmos vão se
acalmando e antes que ele tome uma iniciativa, eu me esforço e troco de
posição com ele. Se essa é a última vez, que eu não me arrependa de nada.
Me coloco de quatro em cima dele e chupo seu membro pulsante, ele aperta
minha bunda com vontade, enquanto solta alguns gemidos, sugo sua cabeça e
passo minha língua por toda a extremidade do seu pau ereto. Coloco seu
membro novamente na boca, e vou retirando, acelerando o rimo conforme
seus gemidos aumentam, passo minha língua em círculos em sua cabeça e
recebo um tapa na bunda. Me sinto mais motivada, e faço novamente o
movimento, acariciando suas bolas e novamente mais um tapa. Ele geme meu
nome, cada vez mais alto e aumento a velocidade das minhas chupadas.
-QUE BOQUINHA GOSTOSA! Caralho Larissia! (Seus gemidos se
intensificam, mas antes que eu continue, ele me puxa e revira nossas
posições, se encaixando e penetrando em mim, como eu amo senti-lo em
mim, como eu amo me sentir uma mulher poderosa... Como eu o amo...
Admito e me permito sentir nossos corpos se chocarem e assim me perco em
nosso desejo.)
- Lari? (Alex me chama, meu corpo está mole, não pensei que conseguiria
repetir a dose três vezes. Eu não sei que horas são, nem o que estou fazendo,
mas quero aproveitar, é apenas hoje.)
- Oi!
- Ainda está acordada?
- Uhuhum (Digo sonolenta)
- Acho que amo você... (Ele fala sussurrando e sinto meu coração acelerar,
não respondo nada e finjo dormir, não posso responder, isso é tão injusto.
Deixo lágrimas escaparem e choro em silêncio, você não pode me amar
Alex...)
Espero Alex dormir e me levanto devagar, ele dorme pesado. Saio devagar
e vou para cozinha, a marmita em cima da mesa me lembra o intervalo da
nossa segunda dose, eu estava morrendo de fome e ele não me deixou
cozinhar, não queria que eu saísse do seu lado. Sorrio, obrigado Alex! Visto
minha roupa em silêncio, e antes de sair deixo um bilhete me despedindo. Eu
espero que eu te encontre quando tudo isso acabar, se você ainda quiser estar
ao meu lado, eu estarei pronta para você! Abro a porta e olho cada canto que
explorarmos hoje e naquela noite, obrigada por cada momento Alex, espero
que possa me perdoar quando descobrir tudo. Fecho a porta e chamo o
elevador, saio do prédio e sinto meu coração se partir, EU AMO VOCÊ
Alex!
O táxi para no bistrô e eu entro, o pessoal já está com tudo pronto para o
jantar, sorrio ao ver que o dia passou e eu não percebi, vou para o meu
escritório e passo o resto da noite escutando as gravações. Anoto tudo que eu
preciso, com essas gravações eu consigo incriminar os mercenários da máfia,
mas ainda preciso de provas para o conselho, como posso fazer isso? Chego
em casa e tudo já está desligado, já passam das duas da manhã, subo e vou
para o quarto. Olho no celular e não há mensagens dele, nem mesmo de
Malu, calma Lari, viva um dia de cada vez.
Estou tomando café para ir a universidade, quando meus pais surgem na
cozinha me olhando feio.
- Bom dia? (Continuo comendo)
- Onde você estava o dia todo Larissia? Os seguranças disseram que você
não saio do Teatro e ligou duas horas da manhã para lhe buscarem no bistrô.
- Bom dia Pai, quer comer?
- Larissia, não estamos brincando. Por que eu não consigo ligar para você?
(Lembro-me que bloquei a chamada, talvez seja por isso que não recebi nada
de Malu.)
- Não sei, acho que meu celular está com problemas, por favor sentem e
tomem café que vou explicar.
- Estamos esperando. (Minha mãe me olha feio, mas percebo que ela está
apenas fingindo, ou meu pai desconfiaria que algo está acontecendo.)
- Eu voltei para a universidade, porém voltei com o palestrante, como eu
era a representante, fui com ele para explicar o projeto que estávamos
realizando, provavelmente os seguranças não me seguiram por isso. Quando
sai da universidade, os seguranças não estavam no estacionamento, então
peguei um táxi, pois já estava na hora de ir para o bistrô. Se quiser pode olhar
as câmeras do bistrô, eu passei a noite toda lá e só pude sair as duas horas,
pois houve muito movimento. Mais alguma pergunta senhor Marcus?
- Por que não ligou para os seguranças.
- Eu acabei de dizer, que meu celular não está bom, ele está mostrando que
está sem área olha. (Mostro o celular) Apenas o Wi-fi está funcionando e na
universidade não tem.
- Essa história não me convenceu.
- Ela não disse que tem câmeras? Basta você olhar se quiser! (Minha mãe
começa a comer.)
- Você sabe quantos homens eu coloquei atrás de você? Nem dormimos de
preocupação.
- Não dormiram? Mas quando eu cheguei vocês estavam dormindo.
- Acabamos de voltar da sede Lari! (Minha mãe fala sobre a casa do
campo.) Seu pai colocou vários seguranças atrás de você, eles rodaram as
localidades do teatro, ele só relaxou quando os seguranças ligaram avisando
que você havia ligado.
- Se eu soubesse teria ligado assim que cheguei no bistrô, o telefone de lá
estava funcionando, por que não ligou?
- Estávamos tão nervosos que nem pensamos nisso. (Minha mãe come
tranquilamente.) Eu disse que não havia acontecido nada, mas ele não me
escuta.
- Por que eu acho que estão escondendo algo?
- Querido, eu não esconderia nada de você, coma logo. Esqueceu que
precisa passar as informações para Larissia?
- Que informações? (Questiono)
- Você vai se encontrar com o representante da nossa filial do Rio grande
do Sul.
- Por que eu?
- O conselho indica quem negocia, e querem ver você atuando como
herdeira. (Olho para ele.) Foi você quem escolheu.
- Sim, eu sei! (Respiro fundo) A que horas preciso ir, e qual o assunto?
- Você vai receber o pagamento deles, nada demais.
- Vocês vão comigo?
- Não, apenas uma pessoa pode ir. Vou passar as informações para você
quando acabarmos o café, será hoje à tarde. Não se preocupe, você vai
acompanhada de seguranças e não há perigo nenhum.
- Ok!
- Só tem uma coisinha que precisa saber.
- Sim?
- A partir de hoje você terá que andar armada, sempre haverá seguranças
para lhe proteger, mas eu e sua mãe estávamos pensando sobre o que
aconteceu ontem, você não aprendeu a lutar e atirar atoa. Então se algo
acontecer, saiba se proteger.
- OK! (Confirmo, pois tenho licença, então não é contra lei, claro, há uma
licença porém os meios da licença não foi vias legais, mas se vou entrar no
perigo, que eu saiba o que estou fazendo.)
Terminamos de tomar o café da manhã, meu pai me passa as informações
que preciso saber em uma pasta e eu pego tudo que vou precisar, ele entrega
uma arma, de pequeno porte, coloco na bolsa e vou para a universidade. A
manhã passa rápido, e não encontro Malu, ela não atende o celular e nem
recebe nenhuma das minhas mensagens. Ligo para Betto, assim que saio da
aula e ele também não sabe onde ela estar. Almoço e em seguida vou para o
local indicado pelo meu pai, dois carros me escoltam e os seguranças me
acompanham. O caminho é longo e parece ser uma estrada abandonada,
avisto um galpão e vejo três carros preto parado. Ponho o lenço em volta da
cabeça, os óculos escuros e posiciono a arma na cintura cobrindo com a
blusa, coloco as luvas pretas, marca da máfia. Seguindo as instruções do meu
pai, espero os seguranças abrirem a porta para que eu desça. Sou escoltada
até dentro do galpão e me encontro com um homem de meia idade, ele é alto
e tem os cabelos pretos, poderia ser considerado bonito, se seu olhar não
fosse tão amedrontador.
- Quando me falaram que a filha do chefe viria eu não acreditei, agora
vendo com meus próprios olhos não consigo acreditar. (Ele vem até mim e
pega minha mão beijando-a.)
- Meu pai me informou que era um galanteador. (Finjo um sorriso)
- É um prazer conhecê-la. (Aceno com a cabeça e começo ao que
interessa.)
- Trouxe o relatório?
- Sim senhora, a encomenda também. (Pego a pasta e analiso as linhas
verdes, são cerca de milhões. Aceno para os seguranças, e eles pegam as
encomendas. (O homem me encara e eu continuo o olhando. Os seguranças
me entrega a maleta e eu mando abrir. Pego o bolo de dinheiro e observo,
notas falsas, assim como meu pai falou, tão imprevisíveis. Retiro a arma da
cintura e aponto para a cabeça do homem, imediatamente o ambiente vira um
campo de guerra, ambas equipes de segurança apontam armas uma para a
outra.)
- Eu vou dar três segundos para me dar as encomenda correta. (Digo
calmamente e nada mais se ouve a não ser minha voz.) Um... (Desativo a
trava de segurança.) Dois... (Posiciono o dedo no gatinho) Três...
- Calma, aqui está! (Ele aponta para um dos seguranças e eles trazem outra
mala.)
- Confere! (Indico ao segurança com a arma ainda apontada.)
- Ok, senhora!
- Não acha perigoso me enganar? (Digo cautelosamente)
- Me desculpe, apenas segui ordens do conselho.
- Sua sorte é que estou de bom humor. (Miro para a lâmpada e atiro
acertando em cheio.) Ou brincadeirinhas como essa não teria passado. (Passo
meu dedo por seu rosto e bato em seguida.) Diga aos seus superiores, para
não brincar comigo! (Guardo a arma e saio seguida dos seguranças com as
malas. Meu véu cai e entro rapidamente no carro. O motorista dar a partida e
o segurança me entrega o telefone e meu pai está na linha.)
- Tudo ok!
- Usaram as notas falsas?
- Sim, mas fiz como mandou!
- Ameaçou os superiores?
- Sim!
- Ótimo, os seguranças vão dar duas voltas no bistrô antes de lhe deixar,
caso alguém esteja seguindo.
- Certo!
- Bom trabalho, filha!
- Obrigada! (Desligo e fecho meus olhos encostando a cabeça no banco,
Não tem volta Lari... Realmente não tem volta...)
Capítulo XXII
“Nunca precisei tanto de alguém como preciso de você, nunca desejei tanto
um sorriso como desejo o seu, nunca esperei tanto por um beijo como espero
pelo seu.” - Caio Fernando Abreu
Alex Aguiar
Acordo e procuro por Larissia, mas ela não está. Eu tinha certeza que isso
iria acontecer, senti a despedida em suas palavras. Minha cabeça dói e eu me
levanto indo para sala, não há sinal dela. Minha enxaqueca aumenta, olho na
mesa de centro e há um papel dobrado, abro e leio:
Alex,
Obrigada por cada momento, você é um homem incrível, obrigada pelas
risadas, pela companhia e pelo carinho. Eu queria poder dizer que ficará
tudo bem e retornarei logo. Mas, sei que não será possível, por mais que
tenhamos sentimentos recíprocos, eu não posso...Não pense demais, não é
nada sobre você, são problemas meus e que estou tentando resolver! Não
almejo que me espere ou compreenda, mas espero que me perdoe... Apenas
isso, eu não queria que nada disso estivesse acontecendo, mas o destino quis
assim, e a única coisa que eu posso pedir a você é perdão...
Xoxo Larissia
Sinto uma dor atravessar meu corpo e fecho os olhos, minha cabeça está
realmente doendo muito. Dobro o papel e o guardo entre os livros, vou até a
cozinha e sirvo um copo de água. Se é recíproco, por que ela se foi? Bebo o
líquido e sinto minha garganta rasgar. Vou até a sala e pego um dos meus
uísque, coloco no copo e deixo o líquido aquecer meu corpo. Por que você
não compartilha seus problemas comigo? Fecho os olhos e a imagem do seu
corpo reagindo a cada toque meu, me faz beber mais um copo, minhas
lembranças estão tão vivas que consigo escutar ela gemer o meu nome. A
maneira como ela me pediu para amá-la, bebo mais um copo. Droga, Alex,
você é tão deplorável, mais um copo. Encho o copo, mais uma vez e observo
o líquido amarelado, sinto, como se meu corpo implorasse por insanidade e
bebo novamente. Você está realmente ferrado Alex, se declarou por uma
pessoa, e ela fugiu de você como o diabo foge da cruz, sorrio. O que você
esperava? Juras de amor? Faça-me o favor, você é o El diabo. Isso não é para
você! Bebo mais um corpo e sinto minha cabeça clarear. Eu não posso
obriga-la a ficar comigo, nem posso me obrigar a te esquecer.
- Porra Alex, você é um filho da puta miserável! (Sorrio com minha
própria desgraçada. Fecho os olhos e sinto uma solidão bater forte em mim,
lembrança do seus sorrisos e gargalhadas projeta em minha mente, suas mãos
encostada no balcão, enquanto a penetrava deliciosamente.) Assim, não vai
dar! (Vou até o quarto e visto uma roupa qualquer, coloco meu distintivo e
arma e saio do apartamento, chamo um táxi e vou para a delegacia.)
Entro em minha sala e vejo Marcelo mexendo no computador.
- Cadê Guilherme?
- Porra cara, que cara é essa? (Ele me olha rindo) Bebeu?
- Não!
- Sua cara diz o contrário! Senta ai vou pedir um café para você.
- Cadê o Guilherme?
- Você é a mulher dele? (Ele rir e minha cabeça dói, com sua risada.)
- Vai se fuder Marcelo!
- Também te amo boneca, (ele pisca debochado) ele pediu para o cobrir
hoje. Mas o que você quer?
- Bruno, já enviou o que ele conseguiu?
- Ainda não, ele havia informado que está investigando e manda os
resultados ainda essa semana.
- Ok! (Faço uma chamada para a recepção e no primeiro toque o telefone é
atendido.) Pedro, peça para o tenente Robson me entregar os relatórios das
ocorrências dessa semana. (Ele consente e eu desligo, faço outra chamada e
novamente sou atendido.) Sandro, boa noite, você está em campo hoje?
- Sim senhor!
- Preciso que faça uma investigação sobre o plano de ação do governador,
ouvi hoje pela manhã que ele planeja criar uma obra avaliada em 100
milhões, porém pelo meu ver não há a necessidade. Então investigue todos os
planos de ação dele, faça uma análise das suas finanças e as empresas que
estão listadas para ser licenciadas. Cruze os dados e veja se encontra algo
semelhante no plano de ação do deputado Aloisio.
- Pode deixar.
- Acha que consegue me entregar isso quando?
- Senhor, conhecer o plano pode ser rápido, mas o levantamento das
finanças pode demorar cerca de uma semana.
- Isso tudo?
- Infelizmente, é o máximo que consigo!
- Certo Sandro, assim que tiver alguma informação me indique. (Desligo o
celular e quando estou ligando para a central, Marcelo puxa o cabo do
telefone e me olha sério.) Que porra Marcelo, eu ia fazer...
- Alex, o que está acontecendo? Você está fora de si.
- Não tem nada acontecendo, eu preciso fazer meu trabalho.
- Cara, são sete horas da noite e você está delegando funções?
- Somos federais Marcelo, não estamos em uma colônia de férias. (Digo
com raiva)
- Cara, calma ai. O que está acontecendo, você chega literalmente fora de
si, agitado, o que houve. (Minha cabeça lateja e apoio meu braço na mesa,
passando as mãos pelo meu rosto. O que estou fazendo?)
- Eu preciso trabalhar. (Digo baixo, mais para mim, do que para ele
escutar.)
- Aconteceu alguma coisa? Tia Carlota?
- Não! (Aperto meus olhos e sinto um peso enorme em minhas costas.)
- A ruivinha? (Ouvir seu nome me faz sentir um enjoo.) Só pode ser, ela
não atende suas ligações ainda?
- Eu a encontrei... (Falo baixo)
- E então descobriu por que ela sumiu?
- Não... (Minha cabeça está latejando. Robson entra e me entrega os
relatórios, os pego e o dispenso.)
- Você não está legal Alex, não é melhor ir para casa e descansar?
- Não! Estou bem, você vai fazer plantão hoje?
- Sim, vou cobrir a boneca.
-Então me ajuda a revisar esses relatórios.
- Lá vem você me dar trabalho. (Ele revira os olhos e senta de frente a
minha mesa, revisando os documentos.)
Passo a noite inteira revendo os relatórios de ocorrência, geralmente este
não é meu trabalho, mas estou satisfeito de ocupar minha cabeça, não que eu
seja emotivo, ou nada do tipo, mas eu precisava desse tempo focado em
outras coisas. O dia começa e já estou com um copo de café em mãos.
Marcelo dorme no sofá e aproveito esse tempo para dar uma olhada na força
tarefa. Uma semana já se passou e nossas investigações não avançam,
sabemos que há corrupção, há tráfico de drogas, há dinheiro público sendo
desviado, mas não temos nada para provar. Esses filhos da puta da máfia,
sabem como trabalhar sem deixar nenhum rastro, a liga está tentando o
máximo, mas alguém está bloqueando as informações. Até a quebra do sigilo
para as passagens aéreas está sendo difícil, não consegui, mesmo pedindo
uma procuração, sei que Bruno está tentando conseguir, espero que ele tenha
mais sorte que eu, tudo com o nome do Cauã desapareceu, até mesmo suas
contas bancárias parecem ter desaparecido. É verdade azar no amor, azar no
trabalho... Quão miserável você se tornou Alex?
- Chefe? (Uma voz me tira dos meus pensamentos e vejo que é o agente
Silva.)
- Sim?
- Guilherme acabou de ligar e informou não está bem, precisará de licença.
(Guilherme está muito estranho.)
- Obrigada!
- Algum avanço nas investigações enquanto estive fora?
- Ainda não, estamos tentando o máximo! (Vejo desanimo na sua voz e
observo o ambiente, alguns estão cansados e sei que não tem sido fácil.)
- Tudo bem, esses casos levam tempo. (Eu não posso me apressar, estou
de frente da maior máfia do país, e a mais antiga, não seria fácil.) Atenção
aqui! (Chamo todos e eles me olham.) E sei que alguns estão cansados, as
investigações estão mais demoradas do que imaginávamos, mas quero que
continuem se esforçando, vamos encontrar o que precisamos e teremos êxito.
Isso só depende de nós, entendido?
- SIM SENHOR!
- Eu estarei em campo hoje, qualquer informação vocês me passam
urgentemente.
- Pode deixar senhor! (O agente responde e eu saio da sala indo para a
mesa de Robson.)
- Robson, estarei em campo hoje.
- Mas e as investigações.
- Hoje preciso de ação. (Sorrio friamente e visto o colete me juntando a
equipe que já se apronta para uma fiscalização. Preciso me ocupar, o máximo
que puder.)
O dia foi agitado e me sinto um caco, não pelo cansaço, mas sinto que
falta algo em mim, nem mesmo as três ocorrências me fizeram aliviar essa
sensação ruim, eu não sou esse tipo de cara, eu não sou o tipo que cai por
uma mulher... Ou melhor, não era.
- Vai fazer plantão de novo cara? (Marcelo me pergunta na porta.)
- Sim, preciso rever a questão Vizzanos.
- Tem certeza Alex?
- Sim!
- Você sabe que se lotar de trabalho não vai fazer a ruivinha aparecer, não
é!
- Já deu seu horário Marcelo.
- Eu vou mesmo, porque estou um caco. Espero que curta a sua noite.
(Não presto atenção em suas palavras e continuo revisando os documentos, a
porta se fecha e eu deixo os papéis e deito minha cabeça na mesa. Que porra
é essa Alex! Não me reconheço, vou até o pequeno freezer e pego uma
cerveja, preciso de álcool. Preciso controlar essa vontade louca de ligar para
ela, de tocar nela...)
Puxo o quadro dos Vizzanos e olho o encarando. Acho que preciso
descontar minha raiva em vocês. Bebo o líquido calmamente e encaro os
nomes que tem feito minha equipe desanimada. Uma semana se passou e nem
a liga está conseguindo furar as barreiras que vocês criaram. Brindo a latinha
para o quadro. O que está faltando para achar o que precisamos, o que falta?
Olho o nome de Cauã e seus familiares, ele estava com meu número na mão.
Ele pretendia me ligar? O que você queria que eu descobrisse? A cerveja
acaba e pego mais uma. Bebo um gole e minha mente aos poucos vai se
acalmando. Nome, número, passagem, Sampaios... O que não estou
enxergando? O que estou deixando escapar? Bebo o resto da cerveja e sinto
minha mente mais leve. Saio do meu escritório e vou até a força tarefa, olho
Sandro trabalhando e vou até ele.
- Ainda está aqui?
- Sim senhor, sei que nos dispensou, mas esse caso também está tirando
meu sono. (Ele rir e continua com seus dedos hábeis no teclado.)
- Tem algo que não estamos enxergando.
- Eu sei, eu preciso conseguir furar o sistema, mas não estou conseguindo,
o cara era bom mesmo.
- Do que você está falando?
- Quando descobri que a vítima era um hacker, tentei encontrar seus dados
online, hacker tem manias de participar de grupos online.
- E como isso ajudaria na investigação?
- Se eu consegue ao menos hackear a conta de e-mail dele, poderíamos ter
alguma informação, a máfia pode dominar contas de banco e informações
privadas, mas com certeza não sabe manipular o computador, ou não teriam
encontrado ele.
- Não tinha pensado nisso.
- São coisas que os nerd gostam de fazer.
- Espera, o número 359 parece familiar na linguagem de vocês? (Ele
parece pensar.)
- Não, tem muitos códigos, mas esse não me parece. (O que ele quis dizer
com esse número?) Vamos ver.... (Ele digita o número no navegador e nada
de importante aparece.) Tem alguns decretos... (Decretos...)
- Porra! (Minha cabeça dar um instalo, ele tinha meu nome, e o número.) é
isso!
- O que foi chefe?
- Pesquise Del 359. (Caramba, que cara esperto, não era El diabo o
importante e sim Delegado.)
- Senhor, está tudo bem?
- Sim, pesquise por favor. (Ele assim o faz e encontra.) Aqui, esse decreto.
(Ele abre e eu leio.)
Art. 1º Fica instituída, no Ministério da Justiça, a Comissão Geral de
Investigações com a incumbência de promover investigações sumárias para
o confisco de bens de todos quantos tenham enriquecido, ilicitamente, no
exercício de cargo ou função pública, da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios ou dos Municípios, inclusive de empregos das
respectivas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.
Art. 2º A investigação será instaurada por determinação do Presidente da
República, por iniciativa da Comissão ou por solicitação de Ministro de
Estado, Chefe do Gabinete Militar ou Civil da Presidência da República, do
Serviço Nacional de Informações, de Governador de Estado ou Território, de
Prefeito do Distrito Federal ou de Município ou de dirigente de autarquia,
empresa pública ou de sociedade de economia mista da União, Estados,
Distrito Federal, Territórios ou Municípios.
- Isso não é coincidência não é chefe? (Sandro me pergunta)
- Não mesmo, bens de todos quantos tenham enriquecido, ilicitamente, no
exercício de cargo ou função pública, empresas públicas ou sociedades de
economia mista. Governador de estado? Se não estivéssemos suspeitando dos
Sampaios e do Governador isso não teria relação nenhuma.
- Ele quis dar uma pista?
- Não, (Penso) o decreto fala sobre investigação, ele não ia dar uma pista
apenas, ele colecionou provas.
- Mataram ele por isso?
- Talvez... Temos que encontrar essas provas, agora temos a certeza que
estamos investigando as pessoas certas. (Caralho, que pensamento.)
- Se ao menos encontrássemos o notebook dele.
- Acho que ele não usaria seu notebook... Espere, enriquecimento no cargo
de função pública. Só um minuto. (Volto até minha sala e procuro pela
licença que Nicole conseguiu. E observo a licitação dos Sampaios com o
governo. Olho a data e volto.) Sandro, você consegue o faturamento dos
Sampaios antes dessa data?
- Consigo, só preciso hackear o sistema deles. Só um instante. (Ele meche
no computador e a tela fica toda preta.)
- O que houve?
- Nada, é apenas a parte obscura da computação. (Ele rir e digita alguns
números, eu realmente não entendo, as letras parecem códigos infinitos, ele
pega a pasta de investigação dos Sampaios e continua mexendo
freneticamente. Assisto quieto, mais códigos aparecem na tela e aproveito
para sentar. Acho que o álcool está começando a fazer. O tempo passa e ele
continua mexendo os dedos rapidamente. Fecho os olhos e me perco no
cochilo.)
- Chefe! (Escuto uma voz me chamar e abro os olhos sonolento.)
- Sim!
- Consegui! (Ele esfrega os olhos e acho que passaram algumas horas.)
- Beba um pouco de café sua cara está péssima, o que encontrou?
- Aqui! (Ele me mostra e vejo os números e analiso o material.)
- Vá, lave o rosto, eu vou demorar aqui. (Ele sai e eu analiso os número, a
empresa não lucrava assim e os números saltaram após a contratação com o
estado. Vejo a licitação e faço o cálculo e os números são completamente
diferentes. É exatamente como o decreto informa, enriquecimento exagerado
após uma função pública. Bingo! Temos uma prova, não é a melhor, mas já é
uma. Mando os arquivos para a impressora e espero. Cauã volta e me entrega
uma xícara de café.) Obrigada!
- E então?
- Temos a primeira prova para incriminar a empresa. Apesar de não ter
ligação aparente com a máfia, quando encontrarmos o restante do material
essa será a prova necessário de desvio de dinheiro público.
- Então temos alguma coisa. (Ele diz contente)
- Sim temos, bom trabalho! (Bato em seu ombro) agora precisamos do
governador. Mas por hoje basta! Daqui a pouco os outros agentes chega,
melhor descansar um pouco. (Digo vendo que já passam das quatro e meia da
manhã.)
- Pode deixar! (Saio e vou para o meu escritório, olho o quadro e coloco o
nome do decreto embaixo do número e acrescento a informação recém
descoberta. É apenas a primeira...)
- Alex? (Escuto uma voz grossa me chamar e abro os olhos devagar.
Droga! Dormi na delegacia.) Você dormiu aqui?
- Guilherme até que fim você deu as caras. (Sento e me espreguiço)
- Cara, você está horrível. (O fuzilo com olhar.)
- E você não tem a cara de pau te aparecer depois de dois dias? Doente?
Conta outra, você estava bem são no congresso.
- Desculpa cara, mas você é meu chefe, não posso contar os detalhes. (Ele
rir)
- Vai se fuder. (Minha cabeça dói e vejo que é o resultado da cerveja. Me
levanto e pego o remédio para enxaqueca.)
- Já com dor de cabeça? (Faço sinal de silêncio para ele e tomo o
medicamento.) Cara, você precisa controlar, sentir tanta dor de cabeça assim
não é normal.
- É apenas ressaca.
- Não Alex, já tem uma semana você tomando esse remédio. Não está na
hora de ir ao médico.
- Não enche Guilherme, você não tem nada para escrever não?
- Vou buscar um café da manhã.
- Obrigada. (Ele sai e aproveito para tomar um banho, pego uma das
minhas roupas reserva e tomo um banho rápido.)
- Aqui! (Guilherme traz um copo de café e croissant.) Hoje á noite topa ir
para uma Happy hours?
- Você passa dois dias sem vim trabalhar e volta falando de festa?
- Não vem, eu tenho muitas horas extras na casa. Eu preciso apresentar
alguém a vocês.
- Quem?
- Alguém importante...
- Seu pai voltou da Coreia?
- Não, é outra pessoa.
- Quem mais seria tão importante para você que eu não conheço?
- Nem mesmo Marcelo conhece. É da minha época de escola!
- Dispenso, não estou no clima de festinha de reencontro da turma. Eu
nem te conhecia nessa época.
- Não é festinha de reencontro. Você está parecendo um velho chato, não é
o que está pensando.
- Então eu dispenso. (Bebo o café e como a peça.)
- E se eu falar que quero apresentar minha namorada para você.
- O que? Namorada? (Me engasgo)
- Você não estava pegando umas gostosas um dia desses?
- Isso era antes de eu encontrá-la.
- Qual é Guilherme, não faz nem cinco dias, conta outra!
- Você não entenderia, já perdemos muito tempo... (O olho e ele parece
estar falando sério.)
- É sério? (O olho assustado.)
- Sim!

- Cara, você ficou louco, assim de repente?


- Não cara, não é de repente, quando nos reencontramos era como se
tivéssemos voltados aquela época.
- Qual é Guilherme. Você está namorando alguém com base em algo
passado? As pessoas mudam com o tempo.
- Eu sei Alex, mas há certos tipos de sentimentos que permanecem iguais.
Você não entenderia nem se eu explicasse. Você sabe que não sou uma
pessoa precipitada, (isso é verdade, ele é meticuloso em tudo que faz.) eu a
encontrei e não deixarei ela escapar. (Escapar... ao menos vocês estão juntos.)
- Ok, não vou falar mais nada. Se você tem certeza do que está fazendo eu
apoio. (Balanço a cabeça e continuo o café da manhã.)
- Eu tenho certeza absoluta... (Ele sorrir) Vou ligar para Marcelo.
- Boa sorte. (Ele sai e eu termino de comer, alguns não perdem tempo,
outros precisam esperar... Quando você estará disponível para mim Larissia?)
O dia passa rápido, repasso a informação do super faturamento para a
equipe e priorizo a investigação do Governador, se antes era uma suspeita,
agora tenho certeza. O dia finaliza e vou para casa, meus olhos estão pesados
e pretendo cochilar um pouco antes de encontrar a tal namorada do
Guilherme.
O relógio marca dez e meia e já estou entrando na boate. Hoje eu não
estou com astral para música alta. Passo pelas pessoas e digo meu nome,
entrando na área Vip. Encontro Marcelo, conversando com uma loira alto e
apenas sorrio para ele. Já na ação, esse é o Marcelo que conheço, sento em
uma das poltronas e um garçom vem atender, peço uma vodca. E observo a
multidão dançando lá embaixo, pessoas despreocupadas com casos, mortes,
perseguição. Seria bom viver de maneira tão despreocupada. O garçom traz a
bebida e eu viro o líquido. Guilherme aparece e se junta a mim.
- E então cadê a digníssima? (Sorrio)
- Ela está chegando com os amigos da universidade.
-Uma universitária?
- Sim! (Ele chama o garçom e pede uma bebida, Marcelo se aproxima com
a loira e outra mulher de cabelos castanhos, ambas, parecem ter saído de
alguma revista masculina, volumes nos lugares exatos. Seria uma boa
diversão se Larissia não estivesse ferrado com meu psicológico)
-Boa noite garotos. (Ele cumprimenta feliz) Alex, essa é a Priscila e sua
amiga Lorena, (A mulher de cabelos castanho me cumprimenta e retribuo
forçando um sorriso.) o que acham de uma bebida juntos. (Marcelo pisca para
mim e eu o fuzilo. Ele chama o garçom e senta com a loira, deixando a outra
mulher em minha frente. Porra Marcelo!)
- Sinta-se à vontade. (Indico a poltrona ao lado da minha, mas ela senta ao
meu lado na mesma.)
- Por favor uma rodada de caipirinha. (Ele diz animado)
- Marcelo, ela chegou, olha lá! (Guilherme se levanta e o garçom traz
nossas bebidas, olho para frente e não acredito, Larissia? Abro os olhos
melhor, estou vendo certo? (Guilherme beija a amiga de Larissia e não
acredito no que vejo, se isso não for destino, eu não sei o que é?)
Capítulo XXIII
“E cruzam-se as linhas no fino tear do destino. Tuas mãos nas minhas.” -
Guilherme de Almeida
Larissia Vizzano
- Você o que Malu? (Grito no refeitório)
- Estou namorando.
- Você ficou louca, só pode!
- Quem ficou louca? (Caio senta em nossa mesa.)
- A Malu está namorando.
- Olha, quem é o louco. (Ele recebe um tapa forte.)
- Fale isso mais uma vez e chuto suas bolas. (Malu aponta o garfo para
Caio e ele rir)
- Desculpa ai!
- Maria Luiza, vamos repassar a linha do raciocínio. O cara que você reviu
após o quê? 15 anos, poxa eu tinha dez anos. Voltando, você rever o cara
após esse tempo todo e começam a namorar depois de dois dias juntos?
- EXATAMENTE! (Ela fala feliz)
- Ela enlouqueceu Caio! (Reviro os olhos)
- Vocês se conhecem Malu? (Caio a questiona)
- Sim, nós namoramos por um tempo e ele precisou viajar para Coreia com
o pai.
- Amiga, você lembra que por causa dele, ficou tão mal que embarcou na
loucura de viajar com seus pais?
- Sim, Lari, eu sei. Mas não é como se ele tivesse feito de proposito,
erámos apenas adolescente naquela época.
- Exato, Malu, vocês eram adolescente, como continuar um
relacionamento com 15 anos de distância. Você mudou, ele mudou, são
estranhos. (Digo séria)
- Eu sei parece precipitado, mas já perdemos tanto tempo, qual o problema
de nos conhecermos já juntos?
- OK! EU DESISTO! (Levanto as mão me rendendo.)
- Relaxa Lari! (Caio sorrir para mim) A Malu não é uma garotinha
inocente e indefesa.
- Você concorda? (O questiono)
- Não está no nosso controle concordar ou não.
- Está bem, está bem! Mas você tem que me prometer que não vai fugir
novamente e me abandonar se ele voltar para Coreia.
- Vira essa boca para lá Larissia! Ele voltou dois anos depois, e não
pretende voltar. E não é como se eu fosse de menor ainda!
- Sim, eu não vou falar mais nada! Se você está feliz, quem sou eu para
falar alguma coisa.
- A sua opinião importa amiga, mas realmente sinto que estou fazendo
certo. (Ela me olha sincera)
- Certo, vaca! Não precisa me olhar assim, pelo menos sei que não é um
louco, senão não teria sido o melhor aluno do nosso querido professor.
- Espera, vocês estão falando do ex-aluno? É ele? (Caio pergunta
assustado)
- Ele mesmo! (Respondemos juntas)
- Hum... (Ele concorda)
- Então posso confirmar nossa saída hoje? (Ela me pergunta)
- Saída? (Caio não entende)
- Sim, você também está convidado. Pensamos em irmos a uma boate para
apresentar ele a vocês.
- Não sei! (Digo pensativa, conseguir uma saída não é tão simples.)
- Vamos, Lari, acho que pode ser divertido. (Caio diz animado) Nunca
saímos assim.
- Vamos amiga, preciso de você. Eu tento convenc....
- Tudo bem! (Concordo, antes que ela complete e Caio descubra o quão
patética sou nessa idade.)
- Você vai mesmo? (Ela sorrir animada.)
- Sim!
- Ótimo, então dez e meia nos encontramos lá.
- Eu posso levá-las. (Caio se oferece)
- PERFEITO! (Malu está realmente animada, sorrio com sua felicidade,
pelo menos ela está vivendo bem.)
O dia passa rápido, ligo para o bistrô e aviso que não irei hoje. Saio da
universidade e vou para casa, entro e já vejo minha mãe e meu pai sentado na
sala assistindo.
- Boa noite!
- Boa noite filha! (Eles respondem juntos.)
- Pai, (pensa bem nas palavras Lari) eu vou sair hoje à noite, tem como
reduzir os seguranças. (Ele imediatamente me olha e mamãe também)
- Para onde você pensa que vai Larissia?
- Não estou pedido para ir sem seguranças, estou apenas pedindo para
reduzir a quantidade.
- Você ainda não me respondeu! (Ele fala sério)
- Uma boate.
-O QUÊ? (Ele praticamente grita)
- Qual o problema querido, nossa filha é de maior. (Minha mãe diz calma)
- Você sabe o que acontece nas boates Camila?
- Jovens se divertindo, pare com isso Marcus, sua filha não é mais um
bebê.
- Eu não estou pedindo permissão, estou apenas comunicando.
-LARISSIA! (Ele fala grosso.)
- Qual o problema? Eu levo a arma comigo, sei me defender, caso alguma
coisa aconteça. Eu posso me encontrar com criminosos e não posso ir para
uma balada?
- Ela está certa Marcus! (Minha mãe me ajuda.)
- E se você beber demais e fizer alguma coisa errado Larissia?
- Aí você pede para seus seguranças me levarem para casa, mas tenho
certeza que isso não acontecerá.
- Você vai com quem?
- Alguns colegas da universidade.
- Três seguranças dentro e dois fora. (Ele diz calmamente)
- Não! É demais. Dois, um dentro e um fora é o suficiente.
- Não! Três é o mínimo! Se alguém lhe sequestrar?
- Vira essa boca Marcus! (Minha mãe o bate de leve)
- Três e não se fala mais nisso.
- Dois fora?
- Que menina teimosa, está bem! Leve sua arma com você e certifique-se
que seu celular esteja com bateria e ligando.
- Ele está! (Pisco para eles e subo, pelo menos um avanço. Vou para o
quarto e me arrumo. Visto um macacão curto preto, uma salto da mesma cor,
arrumo minhas madeixas soltas com alguns cachos na ponta. Olho o relógio e
marcam dez, desço e vejo a cara séria do meu pai me analisar.)
- Não crie problemas Larissia!
- Também lhe amo pai. (Finjo uma risada) Não esperem por mim! (Pisco e
saio, os seguranças me levam até a casa de Malu, informo que irei em outro
carro e peço que sejam os mais discretos possíveis. Encontro minha amiga já
arrumada em um vestido tubinho vermelho. Caio chega 10:20 e saímos,
espero que ele não perceba os seguranças.)
Chegamos ao local e parece estar lotado, olho disfarçadamente para o
carro dos seguranças e vejo que um deles veste uma jaqueta. Menos mal,
Caio vai estacionar o carro e eu e Malu entramos.
- Aquele é seu segurança?
- Sim! (Digo olhando para traz e observando o homem me seguindo)
Espero que ele seja o mais imperceptível possível.
- Relaxa, aqui é cheio de pessoas, tenho certeza que ninguém vai notar,
vamos o Guilherme já está com os amigos deles nos esperando. (Seguimos
para área VIP e o tal Guilherme vem em nossa direção, ele é realmente
bonito. Eles se cumprimentam e seguimos, olho para frente e fico assustada, é
ele? Minhas pernas travam e Malu me olha confusa, ando devagar olhando
fixamente para Alex e quando chega perto, ela parece notar o motivo da
minha surpresa.)
- Meninos essa é minha namorada, Maria Luiza e sua amiga. (Ele se vira
para mim) Como é seu nome?
- Larissia! (Alex responde se levantando)
- Você? (O amigo loiro de Alex olha para Malu e ela abre os olhos em
alerta.)
- Vocês se conhecem... (Guilherme fica confuso, com os dois falando
juntos)
- Essa é a sua namorada? (O loiro pergunta não acreditando) CARALHO!
Ela é a ruivinha, e ela é a amiga da ruivinha. (Guilherme parece se lembrar.)
- Você é? Como eu não percebi, claro eu só vi você uma vez e de longe e
... (Que confusão)
- Você? (Caio chega apontando para o Loiro) Então ele é seu namorado?
(Ele rir) Eu achei que vocês não conheciam, quem diria que um beijo ia dar
em namoro. (Balanço a cabeça.)
- Beijo? (Guilherme pergunta e parece que lembra de algo.) EU VOU TE
MATAR MARCELO!
- CALMA AI! (Malu grita e todo mundo a olha.) Vamos organizar ok?
Senta todo mundo. (Todos fazem o que ela manda e sinto o olhar penetrante
de Alex em mim, me sento em uma das poltronas e Caio me segue, sentando
ao lado. Tento não olhá-lo, como vou sair disso?) Vamos por parte, boa noite
garotos! (Ela sorrir) Gui, eu conheço o Alex e o Marcelo.
- Eu sei! (Ele diz sério)
- E você quem é? O único que não se apresentou. (Alex pergunta a Caio e
é notório a rigidez em sua voz.)
- Não lembro de ter ouvido ninguém se apresentar. (Caio fala igualmente
sério.)
- Vamos devagar, esses são meus amigos Larissia, vocês três já conhecem
e Caio. (Malu diz calma e chama o garçom.) Uma rodada de vodca para
todos, estão precisando relaxar. (Ela rir amigavelmente) Vamos relaxar,
estamos aqui para comemorar. Foi apenas um mal entendido, não é mesmo?
(Ela olha para Marcelo.)
-Sim! Me desculpe, por aquele dia! (O tal Marcelo diz e põe os braços ao
redor de uma mulher loira e completamente siliconada. Olho melhor e vejo
que Alex também está acompanhado. Cretino! E disse que me amava...)
- Uma rodada de vodca! (O garçom entrega e cada um pega seu copo,
Alex ainda me encara e parece esquecer que está acompanhado.)
- Amiga me desculpa, eu não fazia ideia! (Malu sussurra ao meu ouvido)
- Não tinha como saber!
- O quê? (Caio questiona)
- Nada!
- Você quer dançar? (Ele me olha e sinto um calafrio no meu corpo, tenho
certeza que Alex me olha.)
- Agora não, daqui a pouco. (Viro o copo da bebida e sinto o líquido
rasgar minha garganta.)
- E então, como vocês se conheceram de fato? (Marcelo pergunta e pela
voz, parece que ele já está com um teor alto de álcool.)
- Na escola! (Eles respondem juntos e rir, olho e sorrio, eles sorriem com
sinceridade, a verdade dos seus sentimentos é palpável.) Na verdade, eu me
transferir para escola dela no primeiro ano e acabamos nos esbarrando na
biblioteca. (Guilherme continua, sorrindo e olhando para Malu, ela retribuir e
fico feliz.)
- Também queria ter conhecido alguém assim! (Caio diz olhando para
mim e me sinto incomodada.)
- Quem sabe se você voltar para a escola não consiga. (Alex diz ríspido)
- Acho que não preciso de tanto, não é mesmo Lari? (O que eles estão
querendo? Droga Caio fica quieto.)
- Mas tem um detalhe, que vocês precisam saber (Malu fala rindo, me
tirando da situação difícil) Eu era uma pirralha da sexta série.
- Oh sim, não podemos esquecer desse detalhe. (Guilherme completa
rindo)
- Então você estava no ensino médio e ela no colegial? (Caio pergunta)
- Isso! Eu tinha apenas 13.
- NOSSA GUILHERME, isso é indecente! (Marcelo gargalha e todos nós
acabamos rindo também. A conversa se desenrola e todos se entrosam, menos
Alex, ele parece estar em um mundo totalmente diferente, até mesmo sua
acompanhante rir e entra na conversa. Após algumas bebidas, sinto vontade
de ir ao banheiro, me levanto devagar e vou à procura de algum. Vejo que o
segurança me acompanha, encontro e entro. Minha cabeça está um pouco
pesada, acho que é a bebida, saio do banheiro e sinto alguém me puxar. (Olho
para as íris verdes e elas me olham com fúria.)
- Eu pensei que estava com problemas.
- Alex...
- Quem é aquele idiota Larissia, por que você se despediu de mim daquela
forma... (Vejo o segurança na entrada do banheiro e sinto meu coração
palpitar, droga! Ele não pode me ver com Alex, se meu pai descobre que é o
delegado.) é por causa dele que você sumiu?
- Alex, por favor, eu não posso ficar aqui.
- Por que Larissia? Por que você continua fugindo de mim? (Ele gruda seu
corpo no meu.) Você ainda não percebe o quanto mexe comigo? (Vejo que o
segurança vai entrar e entro em pânico.)
- Droga! (Puxo Alex, para uma das cabines)
- O que voc.... (Tampo sua boca, com minha mão e ele não entende, escuto
os passos e sinto que meu coração vai saltar a qualquer momento.)
- Senhorita Larissia? (A voz do segurança ecoa no banheiro.)
- Sim! (Respondo e Alex me olha, faço sinal de silêncio e ele parece
confuso.)
- Está tudo bem? A senhorita quer que eu a leve para casa.
- Oh não, está tudo bem! É melhor você sair, antes que alguma mulher
entre.
- Tem certeza que está tudo bem?
- Sim! Só fiquei um pouco enjoada! (Droga! Alex observa tudo
atentamente)
- Seu pai me deu ordens para levá-la caso não estivesse bem.
- Não é o caso, estou bem. Você pode ir!
- Tem certeza?
- Sim! (Escuto seus passos se afastando)
- O que foi isso? (Alex questiona me olhando)
- Eu disse que não posso explicar. (Merda, isso não poderia ter
acontecido.)
- Você tem alguém lhe seguindo.
- Tenho, você! (Digo séria)
- Larissia...
- Não tem Larissia Alex! Eu sei que foi uma fatalidade nos encontrarmos,
mas eu já lhe disse que não podemos ficar juntos. Então não force a barra. Eu
irei sair, por favor se tem consideração por mim, espere 15 minutos antes de
ir. (Abro a porta e quando eu vou sair ele segura meu braço.)
- Eu não consigo entender por que está agindo assim.
- É a única maneira digna que posso agir. (Puxo meu braço e saio
imediatamente do banheiro, passo pelo segurança e digo que já estou indo.
Vou até todos.)
- Me desculpem, não estou muito bem, estou indo.
- O que houve? (Malu pergunta)
- Nada, acho que a bebida não fez bem!
- Eu levo você! (Caio se levanta)
- O táxi já está à minha espera! Foi um prazer conhecê-los, desculpem a
minha saída. (Saio, antes que Alex chegue e o segurança me acompanha,
entro no carro rapidamente e vou para casa.)
Realmente fiz algo de muito errado na minha vida passada, ou não sei o
motivo de merecer tanto peso. Fecho os olhos e me encosto no banco. O
trajeto é feito em silêncio, chego em casa e encontro meu pai na sala, acho
que estava à minha espera.
- Aconteceu alguma coisa? (Ele me olha preocupado.)
- Seus seguranças são rápidos. (Sorrio) Não, apenas estou cansada e um
pouco enjoada.
- Bebeu demais?
- Não, estou completamente sóbria! (Sorrio) Boa noite, pai! (Subo as
escadas e vou para o meu quarto, desabando na cama. Por que tinha que ser
você Alex... Por que de todas as pessoas tinha que ser você?)
Chego na universidade e sou abordada por Malu logo na entrada.
- Amiga, mil desculpas!
- Tudo bem Malu! (Sorrio para ela)
- Se eu soubesse, nunca teria insistido para você ir. Me senti tão culpada
quando vocês foram embora ontem.
- Ele também foi?
- Logo depois de você, nem mesmo se despediu da mulher que estava ao
lado dele. O que aconteceu no banheiro?
- Nada, não se preocupe com isso, estou feliz por você, nunca imaginei
que te veria sorrindo feito boba para alguém.
- Não mude de assunto. (Ela me repreende)
- Deixe passar, apenas dessa vez! (Digo sincera)
- Tudo bem, eu odeio te ver assim, acho até injusto contar a minha vida.
- Não faça isso, me conte tudo! Parece que estou vivendo por você quando
conta.
- Lari... você não precisa das minhas histórias, você pode ter a sua...
- Não Malu, ainda não, não com o peso que carrego.
- Amiga, ele é um federal...
- Eu sei! Mas de que adianta? Sem provas, sem poder, ele não passa de um
peão que pode ser manipulado pela máfia. Eu estou vendo de perto o poder
que eles tem, você não entenderia. É muito poder mesmo Malu, ao ponto de
terem a mesma influência que o presidente da República.
- Fiquei toda arrepiada. (Ela me mostra seu braço.) Você sabe que eu vou
do céu ao inferno toda vez que me diz que participou de uma das reuniões,
não é?
- Sim, sei, mas não se preocupe, fui treinada.
- Eu tenho medo que eles consigam te corromper!
- Isso jamais Malu, eu entrei com um proposito, você sabe! (Sorrio
tranquilizando-a) Agora vamos para aula ou seremos repreendida.
O dia passa sem nenhuma surpresa, saio da universidade e vou direto para
o bistrô, hoje eu comandarei a minha cozinha, apenas seja assim Lari, viva
um dia de cada vez e você vai conseguir. Dois dias se passaram e tudo parece
estar na mesma, não consegui nenhum avanço com as gravações, mas agora
já conheço todos os esquemas de tráficos de drogas, até mesmo o
contrabando para o Uruguai e Bolívia. Realmente os Vizzanos tem uma
grande extensão, mas se derrubo o castelo, consigo derrubar todos. Estou em
mais uma reunião, quando um assunto me chama atenção.
- Precisamos dar um jeito no El diabo, ele tem rondado meus funcionários.
(O empresário diz com raiva)
- Aquele delegado é esperto. (Marcela a promotora completa com os olhos
em fúria.)
- Soube que ele anda investigando sua empresa. (Meu pai diz e me animo!
Isso Alex!)
- Um dos seus policiais conseguiu sair com a minha secretária e eles
fizeram perguntas, ela percebeu o interesse e reportou a mim.
- Tem certeza que ela não é uma informante? (Ângelo questiona)
- Tenho, ela está comigo há anos.
- Mas não acha estranho, como ela sai com um policial? (Ângelo insiste)
- Como descobriu que era um policial? (É a vez da juíza corrupta falar)
- Minha funcionária conseguiu olhar sua identidade.
- Isso é preocupante. (Ela fala pensativa)
- Não! (Meu pai diz sério) Claro, precisamos descobri, como eles
chegaram até o Sampaio, mas cada um aqui é responsável por suas funções.
Espero que não tenha deixados linhas soltas.
- Não senhor! (Ele diz agitado)
- Assim espero! Não iremos sacrificar um federal entrar na nossa
organização por uma linha solta.
- Jamais senhor!
- Espero que lembre dessas palavras. (A loira fala calmamente, como se
guardasse um trunfo nas mangas.)
- Por que não lembraria Margareth? (Meu pai questiona)
- Nada, senhor Marcus! Apenas uma lembrança. (O ar da sala fica tenso.)
- Se não tiverem mais o que discutir, encerraremos por aqui.
- Não senhor! (Meu pai finaliza a reunião e assim que todos saem ele
chama seu segurança particular.)
- Investigue a Margareth, ela parece que está escondendo alguma coisa.
- Pode deixar, senhor! (Nós saímos e fico no bistrô, a noite é agitada e
sinto a felicidade me consumir, quando o último cliente sai. Ultimamente
tenho assumido a cozinha, pelo menos consigo não pensar em nada, além de
cozinhar. Os funcionários começam a sair e Carlos me chama.)
- Senhorita Larissia?
- Sim?
- Tem alguém a sua espera.
- Por mim? (Vou até a entrada e vejo Alex, seus olhos estão vermelhos e a
raiva parece emanar dele.) Pode deixar que eu atendo, podem ir! (Digo
abrindo a porta, ele entra e o restante dos funcionários vão embora.) Alex, o
que você faz aqui?
- Como você pôde Larissia? (Ele passa as mãos pela cabeça desesperado)
Como pode me enganar? (Ele descobriu) Como mentiu para mim, Ellie
Vizzano?
Capítulo XXIV
“Suas atitudes são responsáveis pelo seu destino, de acordo com o ponto de
vista que você escolheu.” Luiz Gasparetto
Alex Aguiar
Saio da boate consumido pela raiva, então é isso que estou fazendo?
Forçando a barra? É isso? (A raiva está me possuindo.) Quem é aquele cara
com ela, e o outro. (Escuto uma buzina e me assusto com a luz do carro vindo
em minha direção) Droga! Estou na contramão. Paro o carro, e espero o fluxo
parar, para que eu possa dar a volta, PUTA QUE PARIU ALEX! Eu vou
enlouquecer a qualquer momento, dou a volta no carro e pego a mão correta.
Reflito suas palavras "É a única maneira digna que posso agir." Por que essa
seria a única maneira digna? O que há de digno em fugir de alguém que está
interessado? Chego em casa e vou direto para o chuveiro, minha cabeça dói
muito. Acho que preciso realmente ir ao médico, meu celular toca e olho no
visor é Guilherme, não atendo, preciso de um tempo. Após o banho visto uma
roupa e saio do apartamento, não estou pensando muito bem e vou para o
único lugar onde posso sumir de todo o mundo, paro em frente à casa grande
de madeira, apesar de parecer velha, ela é completamente aconchegante. Paro
o carro e desço, sinto um aperto em meu coração, que zorra é essa que estou
sentindo, sério que vou ficar assim por causa da PORRA DE UMA
MULHER! Puxo minha chave do bolso e abro o portão, e em seguida a porta,
tudo está em silêncio. Olho os móveis em seus devidos lugar e sigo para o
quarto, onde vejo meu porto seguro deitada, vou até ela e deito em seu lado,
imediatamente ela se vira, como se sentisse minha presença e me olha.
- Oi filho, isso são horas de aparecer? (Ela rir, mas não consigo sorrir.) O
que houve Alex?
- Eu não sei mãe, realmente não sei. (Fecho meus olhos e continuo deitado
de barriga para cima repousando minhas mãos por cima dos olhos.)
- É algum problema na delegacia? (Fico em silêncio) É aquela garota?
- Mãe! (Passo as mãos pelos meus cabelo os puxando e me viro para olhá-
la, apesar da pouca luz vejo seu semblante de preocupação.) Eu não sei o que
fazer.
- Como assim meu filho?
- Eu não sei o que fazer mãe, (Fecho os olhos lembrando suas palavras
duras.) acho que pela primeira vez na vida. (Sorrio sem graça e ela passa as
mãos pelos meus cabelos.)
- A vida é cheia de pegadinhas filho, as vezes fugimos tanto de algo, que
quando o encontramos não sabemos o que fazer...
- Acho que os céus estão me punindo por tudo que fiz até hoje. (Digo
pensativo)
- Com certeza não meu querido, seus pais estão lá de cima protegendo e
cuidando de você, estão orgulhosos da pessoa que se tornou.
- E por que isso tudo está acontecendo mãe? Meu trabalho está mais como
uma cama de gato, onde cada fio parece não ter fim e nem início. Eu
encontrei uma mulher que começou a despertar sentimentos estranhos em
mim e ela apenas foge, mesmo eu sentindo que ela quer assim como eu, ela
foge.
- Meu amor, você se lembra quando fez 14 anos e estava no parquinho do
orfanato? (Ela diz e tento me lembrar, não é muito difícil a imagem de um
garoto triste no dia do seu aniversário.)
- Sim! (Respondo em desanimo)
- Você lembra do que me disse naquele dia, quando o encontrei?
- Sim, (Sorrio frio) por que Deus está fazendo isso comigo? Será que meus
pais me odeiam e estão me castigando desse jeito? Como eu não consigo sair
daqui? Por que ninguém me adota. (Repito as palavras que explodem em
minha memória e deixo uma lágrima boba escapar mais logo a enxugo.)
- E você lembra do que eu lhe falei? Enquanto você tiver obstáculos você
se torna uma pessoa melhor, sem obstáculos não há nada para superar ou se
orgulhar. Você quer apenas viver, ou fazer seus pais se orgulharem?
- Orgulhar... (Repito como o garoto de anos atrás.)
- Então filho, não é um castigo dos céus, são apenas obstáculos que você
precisa passar para se tornar melhor, para se tornar alguém que se orgulha em
ser. Tenho certeza que as coisas na delegacia vão clarear, é apenas um
momento, lembra do caso que ajudou da quadrilha de Bruno. Lembra como
ele estava sem respostas e as coisas aos poucos se encaixaram? Não se
preocupe as coisas vão se encaixar no seu trabalho! (Ela fala calmamente
abrindo seus braços, apesar do meu tamanho tomar praticamente a cama toda,
me abaixo um pouco e me aconchego em seus braços.) E sobre a garota,
tenha calma, mulheres são como uma caixinha de pandora, nunca saberemos
o que existe dentro delas. (Vejo sua voz e percebo que ela sorrir) Deixe ela
refletir e pensar, não adianta pressionar, se você tem certeza que ela tem
sentimentos assim como você, ela vai admitir e vai chegar até você. Apenas
tenha calma. (Ela alisa minha cabeça) Agora deite aqui e durma, amanhã é
um novo dia. (Fecho meus olhos e proíbo meus pensamentos de irem até
Larissia, ela sabe onde me encontrar.)
Chego na delegacia as 10:30, após ser obrigado por dona Carlota a tomar
um café reforçado, me sinto menos preocupado e mais tranquilo, nada como
um colo de mãe, apesar de não ser de sangue, Carlota me ama como uma mãe
ama seu filho e sou grato a ela por isso. Olho o ambiente ao redor e está
agitado, assim que entro na força tarefa descubro o motivo.
- Consegui! (Marcelo rir olhando para mim)
- O que você conseguiu?
- A secretária do Sampaio, Guilherme tentou te ligar ontem à noite e não
conseguiu, encontrei ela na mesma boate!
- Conseguiu alguma pista?
- Ainda não, já coloquei alguns policiais atrás dela, hoje marquei um
encontro mais tranquilo.
- Cuidado Marcelo, ela deve ser esperta.
- Eu sou muito mais! (Ele pisca para mim e vejo que as coisas estão mais
agitadas, com a notícia da prova contra o Sampaio e agora essa nova
oportunidade os agentes estão mais confiantes.)
- Então já que todos estamos motivados vamos ir com força. ATENÇÃO!
(Digo alto e todos me olham.) Temos uma prova, esse é realmente um avanço
para as nossas investigações, porém o caso Vizzanos vai além de um caso de
desvio de verba pública, há vidas em jogos, vocês viram o que aconteceu com
o Cauã e sua família, não queremos mais tragédias como aquela, então vamos
nos motivar. ENTENTIDO?
- SIM SENHOR!
- Marcelo, você está encarregado de sondar a secretária, mantenha o
máximo de discrição. Hoje estarei em campo novamente, e quero as
investigações tendo resultados!
- Pode deixar!
Saio na companhia do tenente Robson, hoje recebemos uma denúncia de
tráfico de drogas na zona periférica da cidade. A missão acaba sendo um
pouco demorada, pois os malditos bandidos abrem fogo contra nós, o bairro
todo está em desespero e tento alertar aos policiais para terem cuidados com
os civis, eu odeio quando esses criminosos filho da puta, põe a vida de
pessoas inocentes em risco. Entre tiros e dois policiais atingidos conseguimos
entrar na casa onde prendemos os 7 traficantes e cerca de 500 kg de cocaína
já prontas para revenda. Os levamos para a delegacia, onde a maldita
imprensa já está na frente e meu sangue ferve, eles querem apenas mídia.
Entro sem dar nenhuma declaração e o tenente Robson informa que darei
uma coletiva em alguns minutos. Coloco os traficantes dentro da sala, o
grupo é composto por uma senhora de 55 anos, a qual é chamada de
Comandante mama, e mais duas mulheres de meia idade os 4 restantes são
homens na faixa dos 20 há 40 anos. Agora é a hora do El diabo entrar em
ação.
- Levem para sala de advertência. (Os policiais levam os meliantes e vou
até minha sala, tiro o colete e a farda, ficando apenas com uma blusa social
azul, coloco o distintivo e pego a arma. Saio em direção a minha sala, está na
hora de liberar a raiva da noite passada. Sorrio friamente e entro na sala, vejo
os sete sentados em cadeiras separadas e algemados. Robson me entrega o
cassetete e eu dispenso, hoje vai ser tudo manualmente, se eles não
cooperarem sinto muito, minha raiva está a mil.) Bom por onde começamos,
(Ponho minhas mãos atrás das costas e paro no meio deles.) tráfico de drogas,
porte de armas de alto calibre, abrir fogo no meio dos civis... Vocês foram
muito maldosos! (Eles me olham cautelosos, sem esboçar nenhum barulho.)
Devo me apresentar, ou posso começar sem apresentação? (Novamente mais
uma onda de silêncios, vejo me olharem com raiva e ódio e isso me faz
querer adiantar as coisas.) Então vamos pular, eu adoro uma preliminar, mas
vou deixar para mais tarde! (Pisco divertido da minha própria desgraça, a
quanto tempo não tenho um boa noite de sexo?) Eu vou fazer apenas uma
pergunta e se me responderem os libero, sem nenhum dano. Mas antes,
tenente Robson, traga a policial Park por favor, eu não encosto em mulher.
(Explico para os criminosos que me olham com ódio) Então, enquanto Park
chega deixa eu ver se entendi, Comandante mama, é a chefe de vocês?
(Ninguém me responde) Oh galera, se vocês não cooperarem comigo eu não
poderei ajudar. (Olho fundo na tal mama e ela me olha com desdém, como se
essa não fosse a sua primeira vez nessa situação, mas tenho certeza que se
arrependerá disso logo. A agente Park entra com Robson e eu começo.)
Policial, por favor trate essa bela senhora com cuidado, ela já está em uma
idade avançada. Vamos lá, apenas uma pergunta, quem é o fornecedor de
vocês? (Novamente um silêncio se instaura) Não vão responder? Ok! (Vou
até o armário no canto esquerdo da sala e pego minha luva meia mão,
colocando-a. Escolho o homem que parece ter seus 30 anos e sem aviso soco
seu rosto e ele se assusta com o movimento inesperado, mais outro soco em
sua boca e mais um em seu rosto, escuto uma das mulheres gritar, acho que
deve ser sua parceira. Mas apenas assopro os nós dos meus dedos.) Então
agora podemos começar? (Sorrio e vejo que os olhares agora estão
amedrontados, com exceção da chefe que olha tudo silenciosamente.) Quem
é o fornecedor? (Ameaço bater novamente no homem e ele grita.)
- Não sei, sou apenas um subordinado! (O sangue escorre por seu nariz e
boca.)
- Eu também sou apenas um subordinado, mil perdões! (Soco seu rosto
mais uma vez e vejo seus olhos se fecharem, acho que esse aqui já está bom,
a promotoria me odeia, não posso deixar tanto estrago!) Quem sabe você
consiga sair dessa sala se me dizer quem abriu fogo na comunidade. (O olho
e seu estado são deploráveis, sentiria pena, se ele não fosse plenamente
consciente dos seus atos.)
- Roger... Rog... (Sangue jorra de sua boca e vejo a mulher gritando
desesperada.)
- Roger... (Olho para Park e ela sabe o que fazer, vai até a mulher que está
desesperada e puxa seu cabelo fazendo sua cabeça ir para trás, me aproximo.)
Roger? (A questiono passando minhas mãos por sua garganta devagar
ameaçando apertar o local, mesmo que não vá realmente a fazer, como não
bato em mulher.)
- Rogério... (Ela fala entre lágrimas)
- Boa garota! (Park dar duas batidas em seu rosto de leve.) Agora você
poderia por favor me apontar... (O homem continua tossindo derramando
sangue.) quem é?
- Apenas nos tire daqui... (Lágrimas caem por seus olhos, mas não me
convenço, pisco para Park e ela enrola o cabelo da mulher puxando ainda
mais e dessa vez bate forte em seu rosto.) Calma! (Seu choro começa a ser
estridente) Blusa vermelha! (Ela aponta e vejo o homem me olhar, pela
aparência é o mais jovem de todos, poderia estar em uma universidade, mas
não, está aqui. Olho sua estatura e vejo como poderia ser eu nesse lugar, mas
venci as expectativas e me tornei um delegado, pena que nem todos
conseguem.)
- Robson leve o casal, (Aponto para o homem que continua sangrando e a
mulher em choque. Eles saem e eu pego uma cadeira me sentando em frente a
comandante mama.) bons subordinados mama.
- A gente faz o que é possível. (Ela fala calmamente)
- Você é curiosamente perspicaz mama, gostaria de saber o motivo da sua
segurança, mas não sou de muitas conversas. (Passo a mão pelo queixo
pensativo.) Se bem que tenho tempo então Mama qual a sua história? 55 anos
é muito tempo para alguém ser traficante não acha.
- É aquele velho ditado, panela velha...
- Faz comida boa..., mas você só esqueceu de uma coisa Mama, elas
enferrujam e eu não gosto de coisas enferrujadas, também me parece que seu
tempo já passou. (Sorrio friamente e me levanto indo até o jovem de nome
Rogério.) Então foi você que colocou vidas em risco. (Passo as mãos pelos
lábios calmamente.) Eu gostaria de descobrir mais sobre você, mas sinto pena
do seu destino lamentável, espero que quando sair da cadeia se dê conta da
burrada que escolheu. (Sem mais nada a falar, golpeio a cadeira e ela cai o
derrubando, não perco muito tempo e chuto sua barriga, ele geme de dor.)
Você sabe quantas vidas colocou em perigo seu covarde! (Mais um chute e
seu grito evidenciam a dor.) Está achando que esse mundo vai te dar o quê?
Fama na quebrada, dinheiro, ostentação? (Abaixo e soco seu rosto.) Há
maneiras melhores do que o tráfico para conseguir isso! (O soco mais uma
vez e o sangue já mancha sua camisa.) Eu posso conseguir aliviar seu lado
garoto, mas antes vou fazer você se arrepender de ter escolhido esse caminho.
(O soco mais uma vez e seu estado já é deplorável, faço sinal para a policial,
e ela vem o levantando, assim que a cadeira está em pé, me aproximo dele e
seguro na sua camisa com força.) Apesar de você ter aberto fogo, eu sei que
não foi sua ordem, (olho para a Mama), mais quero que saiba de uma coisa
garoto, as escolhas que fizer a partir de hoje pode te dar muito mais do que o
que essa mulher te prometeu, a consciência limpa e uma vida honesta, vale
mais a pena que essa porcaria que está vivendo. Eu vou aliviar, por que você
não tem reincidentes, mas saiba de uma coisa, se após ser solto, você voltar
para essa vida, eu juro que não aliviarei para você, na cadeia você vai
perceber que estou sendo bondoso, então faça por merecer. (Bato em seu
rosto) Estamos entendidos?
- S...s..i...m... (Gagueja enquanto o sangue escorre de seus lábios
inchados.)
- Bom garoto! Você tem família aqui? (Ele balança a cabeça confirmando)
Eles fazem parte disso ou são limpos?
- Lim...p...o... Minha.... irmã.... e.... mãe são (Ele tosse cuspindo sangue.)
da igreja.
- Ótimo, irei garantir que elas não passem necessidades e não pague pelos
seus erros. (Seguro em seu cabelo o puxando para trás.) Temos um acordo?
-Sim....
- Muito bom garoto! Park pode levar ele, para longe daqueles dois. É a
primeira vez e espero ser a última desse moleque. (Ela sai com ele e restam
na sala apenas as duas mulheres e os dois homens.) Vou ser claro, estava
pegando leve por conta da criança, agora não tenho o por que pegar leve.
(Não contenho a risada, esses cretinos vão pagar por corromper esse pobre
garoto.) Vamos começar então.
- ESPERA! (A mulher grita desesperada) Eu não quero passar por isso.
- Nem eu queria meu bem, mas quem foi que a colocou aqui? Foi você
mesmo não foi?
- Mas... eu... eu posso responder tudo...
- Você vai, mas agora minha bondade acabou. (Park e Robson entram na
sala) vocês sabem o que fazer. (Estralo os dedos e vou para ativa, vamos
fazer justiça)
Entro em minha sala e retiro a roupa ensanguentada, jogando no lixo.
- Se você está assim, não quero nem ver as vítimas. (Marcelo diz me
olhando.)
- Não são vítimas e sim criminosos. (Digo vestindo a última camisa do
armário, acho que preciso trazer uma nova mala de roupa.)
- Vai fazer plantão hoje? (Guilherme me pergunta sem tirar o olho do
computador.)
- Sim, preciso ocupar a mente.
- E eu vou sair com a secretária! (Marcelo fala empolgado.)
- Boa sorte! (Guilherme levanta o copo de café como um brinde.)
- Nem preciso disso! (Marcelo diz convencido) E cara, mais uma vez
desculpa pelo que aconteceu com a Malu.
- Relaxe Marcelo, não é como se eu esperasse que ela não se envolvesse
com ninguém, eu lembro das circunstâncias. Só espero que não se repita.
(Guilherme diz sério e volta sua atenção para a tela, ouvir o nome Malu, me
lembrou da Larissia, eu queria saber dela e sei que Guilherme pode descobrir
tudo que eu preciso, mas as palavras de dona Carlota me impede, tenho que
deixar que ela venha agora!)
A noite se inicia e tudo está tranquilo na delegacia, Guilherme, não para
de digitar desde que prendemos a quadrilha, esse é o papel mais chato dos
casos, ele precisa detalhar tudo, colher depoimentos e eu preciso protocolar
as prisões e todas as burocracias, sei que a promotoria vai falar das condições
dos prisioneiros e para isso preciso deixá-los aqui na delegacia essa semana
para que se recuperem da lição. Apesar das horas se arrastarem, terminamos
tudo por volta das uma da manhã. Sinto meu pescoço latejando de dor.
- Quer café Guilherme, vou pegar um para mim, já acabou o daqui.
- Quero sim, vou me esticar um pouco nesse sofá, caramba, foi cansativo.
- Sempre é! (Abro a porta e vou para a recepção pedir os cafés, o agente
me entrega duas xícaras e levo para Guilherme, quando chego ele está
sentado brigando ao celular.)
- VOCÊ NÃO FEZ ISSO! Porra Marcelo, isso vai alertá-los.
- O que houve? (Pergunto de imediato e ele põe o celular na viva voz.)
- Fala para ele Marcelo! (Guilherme praticamente grita.)
- Eu... Me descuidei Alex ...
- Que PORRA você fez Marcelo? (Pergunto sentindo que não é nada
bom.)
- Eu vi a Katrine e acabei ficando nervoso, ela estava aos beijos com outro
cara e eu perdi a cabeça, acabei indo tirar satisfação e deixei a secretária
sozinha por alguns minutos...
- E? (Questiono já nervoso)
- Quando voltei ela estava com minha carteira na mão e olhando minha
identidade.
- PORRA MARCELO! Você deixou seu distintivo aonde?
- Não está aqui, está no carro, mas ela me questionou onde eu trabalhava,
quando abri a carteira lembrei que o cartão de entrada da DP estava lá.
- E agora ela está onde?
- Está na mesa sentada, mas parece desconfiada.
- Olha, continue com a farsa, ESQUEÇA A KATRINE! Você está aí para
trabalhar Marcelo, dê uma foda muito boa e faça de tudo para enrolar. Se ela
desconfia, ou não, isso já é tarde demais, apenas continue a noite da mesma
maneira. E tome cuidado!
- Desculpa cara, eu não deveria ter....
- Não adianta desculpas Marcelo, você deu uma mancada cara, mas nada
que não consigamos reparar, vou tentar pensar em algo. (Desligo o celular
com raiva.)
- Agora a máfia vai saber que estamos nos movimentando.
- Sim..., mas (Minha cabeça pensa em uma solução) talvez seja algo bom.
- Como assim?
- Eu tenho assinatura do chefe, os Sampaios não sabem que encontramos
pistas que o incriminem, podemos usar essa secretária para chegar até os
Sampaios e tentar um acordo.
- Acho que essa assinatura, podemos usar em algo melhor.
- Talvez, (meus pensamentos estão a mil) porém precisamos nos ligar, eles
vão apertar mais os cintos.
- Disso não resta dúvidas. (Passamos a noite inteira confabulando uma
saída, mas não chegamos à conclusão nenhuma. O dia passa sem muitos
problemas, Marcelo informou que a garota não manteve mais contato e com
certeza deve saber a conexão. Estou no meio de uma reunião com a força
tarefa sobre os próximos passos quando meu celular toca, vejo o nome de
Bruno e atendo de imediato.)
- Alex?
- Oi!
- Cara, consegui, desculpa a demora mais estava difícil, conseguimos um
contato com uma gangue local, depois que novas substâncias chegaram na
cidade, coloquei uma equipe investigando e conseguir a foto da filha do
Vizzanos, pelos investigadores, ela é uma mulher totalmente fria e calculista.
As passagens que você me pediu, encontrei o nome da mulher e descobrimos
um local onde a proprietária é a mesma compradora das passagens aéreas. Foi
difícil conseguir a liberação da empresa aérea.
- Eu sei disso, por isso te pedir esse favor, há lugares que um delegado não
consegue ir sem a promotoria, e essa me odeia!
- Imagino! Conseguimos traçar algumas informações e descobrimos o
endereço, estou enviando para você agora mesmo. Se não fosse esse encontro
com o representante de Gramado e essas passagens, acho que nunca
encontraríamos.
- Queria que os representantes daqui fossem tão desatentos assim.
- Pelo que me passaram a mulher chegou com uma fortaleza de seguranças
e ainda manuseou uma arma perfeitamente.
- Já imaginava!
- O local não está desativado, e parece ser um disfarce para a máfia, então
tomem cuidado. Vou enviar para o e-mail da DP.
- Pode deixar, é só me passar. Valeu Bruno!
- Que nada, apenas estou retribuindo o que vem fazendo! (Desligamos e
imediatamente chamo todos os policiais.)
- TODOS OS AGENTES IMEDIATAMENTE AQUI! (Eles veem rápido
e se juntam.)
- Recebi uma denúncia do possível covil dos Vizzanos, foi uma
informação importante, então quero que 5 viaturas venham para o local que
acabamos de receber no e-mail. Correto Sandro?
- Sim senhor! (Ele mexe no computador) Já recebi! Estou enviando a
todos a localização.)
- Mande as fotos para mim também Sandro. Se equipem ao máximo, não
sabemos com que estamos lhe dando.
- SIM SENHOR!
Como uma matilha saímos às pressas, é possível ver a agitação dos
policiais se equipando, visto meu colete, checo as armas e o distintivo, não
temos uma procuração, então será flagrante. Entramos nos carros e as cinco
viaturas saem ao mesmo tempo. O policial que dirige informa que não é
muito longe, as sirenes são ativadas e vamos com tudo, informo pelo rádio
para termos cuidado, pois é um local com civis de acordo com a denúncia.
Após os avisos abro a mensagem de Sandro e vejo a localização, esse
caminho não me é estranho. Abro mais o mapa e não acredito no que meus
olhos estão vendo. O lugar circulado em vermelho está o Bistrô Frain's petit's,
esse é o restaurante da Larissia, que merda é essa. Chamo Sandro pelo rádio,
de imediato e sinto que minha cabeça dar um giro.
- Sandro, tem certeza que esse é o local?
- Sim senhor, foi esse o e-mail, pode olhar as fotos! (Passo a foto para os
lados e é realmente a entrada do bistrô, passo mais uma foto e não acredito no
que estou vendo, uma foto de Larissia saindo de um galpão ao lado de muitos
seguranças, sua mão segura um lenço, passo mais uma vez e não consigo
acreditar é ela... Como assim.... Sinto minha pele embranquecer e quando
olho a estrada estamos muito perto... Porra Larissia... Sinto o ar sair dos meus
pulmões, NÃO PODE SER.... Em um movimento rápido e impensado puxo a
trava do carro e ele breca assustando a todos.)
- O que houve Chefe? (Escuto os agentes perguntarem de longe e minha
pressão parece sumir por completo, com minhas mãos trêmulas, retiro o rádio
e digo.)
- Abortar missão... ABORTAR MISSÃO... (Minha mente diz para eu
parar com isso mais não consigo) é uma denúncia falsa. (Deixo o rádio cair
da minha mão, saio do carro procurando ar, PORRA ALEX, PORRA!!)
- Senhor, o que...
- ENTREM NO CARRO AGORA! (Ordeno nervoso) VOLTEM PARA
DELEGACIA E ESTABELEÇA, A ORDEM POR LÁ. Eu vou ficar aqui.
- Mas, Alex... (Guilherme me olha desesperado.)
- EU DISSE PARA IR PORRA! É UMA ORDEM! (Eles imediatamente
recuam e dão a partida saindo. CARALHO ALEX NO QUE VOCÊ SE
METEU?)
Capítulo XXV
“Não é bom dizer mentiras; mas quando a verdade puder trazer uma terrível
ruína, então dizer o que não é bom também é perdoável. – Sófocles
Larissia Vizzano
- Como você pôde Larissia? (Ele passa as mãos pela cabeça desesperado)
Como pode me enganar? (Ele descobriu) Como mentiu para mim, Ellie
Vizzano?
- Calma Alex! (Digo tremendo, sinto que todo meu sangue é drenado e
uma tontura me atinge em cheio.)
- COMO VOCÊ PÔDE! (Seus lábios estão tremendo, a fúria emana do seu
corpo, ele puxa os cabelos desesperado.)
- Eu posso explicar Alex....
-EU NÃO CONSIGO ACREDITAR, QUE PORRA! (Ele esmurra a mesa
e sinto que ela quase partiu ao meio, seus olhos estão marejados e me sinto
destruída, isso não pode estar acontecendo.)
- Não é como você está pensando... (O choro me consome, DROGA! O
que vou fazer. Seus olhos estão tão escuros que sinto que ele quer me
machucar.)
- NÃO? Ellie Vizzano, você foi realmente esperta, (ele rir friamente) laçou
o delegado para impedir as investigações, (Mais um murro na mesa e sinto
meu peito saltar.) eu fui uma piada não fui.
-ALEX!!! (Grito, mas ele parece não me escutar.)
- Um idiota, uma peça que você mexeu ao seu belo prazer. CARALHO!
(Suas mãos bagunçam seus cabelos freneticamente e eu apenas caio no chão
ao choro, o que posso fazer para que ele acredite.) Está chateada que descobri
seu joguinho? (Ele cospe as palavras rispidamente.)
- Eu não sou uma criminosa. (Digo entre choro)
-NÃO? (Ele gargalha e sinto um arrepio de medo em meu corpo.) É
MESMO? Você não passa de uma vadia criminosa, Ellie Vizzano.
- EU... (Tento engolir) Não ... (meu peito dói, tanto que sinto uma
pontada, meu estômago embrulha.)
- Eu nem consigo acreditar que foi tão baixa ao ponto de se entregar para
mim, apenas para me prender. Você é desprezível.
- NÃO FALA ASSIM, EU NÃO SOU UMA CRI...
- Sim você é! (Ele me interrompe com ódio.) E eu sou a porra de um
delegado IDIOTA! Você sabe o que eu fiz por sua causa. (Ele bate na mesa
com os dois braços e vejo seu desespero, isso não está acontecendo, eu não
queria que fosse assim.) Eu te protegi! (Ele olha para mim com lágrimas) Eu
impedi que policiais arrobassem esse lugar e levasse você. Eu me entreguei
aos seus caprichos... (Sua voz emana fúria.) Cacete Larissia! (Suas mãos
passam pelo rosto.) Eu impedi que a justiça fosse feita, para proteger A
PORRA DA MULHER QUE EU AMO! E ela é uma criminosa. (Mais um
murro e ele cai de joelhos em frente à mesa, me levanto trêmula, o que vou
fazer?)
- Alex, eu não sou uma criminosa. (Me aproximo devagar e ver ele
chorando acaba comigo, o que eu fiz com ele?)
- Larissia SE AFASTA! (Ele diz entre dentes) NÃO SE APROXIME DE
MIM, OU NÃO SEREI CAPAZ DE ME SEGURAR.)
- Pode fazer o que quiser comigo Alex, pode me prender, me matar, mas
me deixa explicar. (Me aproximo mais)
-EU DISSE PARA NÃO SE APROXIMAR PORRA! (Ele levanta tão
rápido que não consigo entender como ele me prendeu na parede, seu rosto
está colado ao meu e minhas mãos estão presas por cima da cabeça.)
- Eu tenho como explicar...
-EU NÃO QUERO EXPLICAÇÕES... (Ele fala como se doesse olhar para
mim, sinto sua repulsa e sinto nojo de mim.)
- ALEX EU TENHO PROVAS, EU NÃO SOU QUEM VOCÊ PENSA...
-Você é ainda pior, não é? (Seu hálito quente me atinge em cheio e me
sinto tão indefesa.)
- Você acha que se eu fosse uma criminosa iria inventar uma desculpa
qualquer para fugir de você? Acha que se fosse meu plano te seduzir, eu teria
sumido? (Passo por cima do medo e digo séria olhando em seus olhos.) Você
acha que se eu fosse uma criminosa, me manteria distante logo quando
consegui sua confiança? (Ele solta minhas mãos e dar dois passos para trás
puxando seus cabelos.)
- Eu não sei quem você é, não sei qual é seu plano, mas sei que não
acredito em mais nada que saia da sua boca. (Ele me olha com nojo.)
- Alex... (Fecho os olhos tentando conter as lágrimas e respiro fundo.) Eu
preciso que me acompanhe. Até meu escritório.
- Para quê? Quer fazer o trabalho que seu pai não conseguiu? (Ele
gargalha) Não sou ingênuo.
- Alex... se eu quisesse te matar já teria feito, você pode escolher continuar
me julgando e me chamando de vadia e criminosa se quiser, mas antes
precisa me escutar. (Puxo o ar mais uma vez e ainda com os olhos fechados
digo) Depois que eu te mostrar, você escolhe o que fazer, apenas me siga.
(Abro os olhos) Não é a primeira vez que você vem aqui. (Sem esperar uma
reação dele, vou para a cozinha e subo as escadas abrindo a porta do meu
escritório, escuto seus passos logo atrás de mim, me viro e vejo que ele está
com uma arma em mãos. Não digo nada apenas vou até minha mesa e puxo a
proteção da janela e desço o quadro com as pistas que tenho até agora. Retiro
o aparelho de escuta e ponho em cima da mesa, a pasta com as informações
que Cauã me deu no pen driver. Ele olha tudo desconfiado.) Você não precisa
acreditar em mim, mas ao menos me escute, se realmente me ama, me dê
uma chance de falar. (Imploro e ele me olha cauteloso.)
- Se esse for mais um de seus jogos Ellie Vizzano!
- Não é! E meu nome é Larissia Montenegro Vizzano, não Ellie! (Digo
grossa) Você pode me xingar, falar qualquer coisa, mas me dê o direito da
dúvida também. (Fecho os olhos e passo as mãos pelos meus cabelos, melhor
falar de uma vez.) Eu realmente sou a filha do líder da máfia Vizzanos. (O
ódio é evidente em seus olhos, mas não deixo isso me amedrontar.) Mas antes
que você pense e fale mais alguma coisa sente-se, eu vou explicar tudo.
- EU NÃO PRECISO SENTAR PARA ISSO! (Sua rispidez me faz
estremecer.)
- Descobri que meu pai era um mafioso quando ainda era adolescente, mas
foi apenas com 18 anos que eles realmente me contaram, eu nunca tive nada a
ver com a máfia, porém sei que nem você e nem mesmo o mundo acreditaria
na filha de um criminoso e não espero que acredite na minha inocência, não
preciso da sua pena. Mas, desde os últimos meses houve um problema com
meu tio, deputado Aloísio!
- Estava certo! (Ele fala baixo, mas quando me olha volta a ficar calado.)
- O conselho da máfia obrigou o meu pai a resolver o problema, pois eles
desconfiavam que meu pai estava protegendo o irmão e não cumprindo os
deveres como chefe da máfia. Então meu pai teve o plano de conseguir um
acordo para livrar meu tio e sua reputação, se caso ele não conseguisse
haveria apenas duas saídas, matar a família do tio Aloísio ou ser afastado do
cargo, o que nesse caso iria me pôr na condição de nova líder. Meu pai nunca
me envolveu nos assuntos da máfia, e não iria deixar que eu virasse uma
mafiosa, então para ele a única escolha seria tentar algo ou matar minha tia e
primos, então ele teve a ideia do acordo e como o conselho não poderia saber
de nada e eu sou uma estudante de direito, ele me pediu ajuda, (omito a parte
do obrigar). Então fiz o que ele pediu, essa foi a minha primeira participação
na máfia, eu jamais tive quaisquer relações. (Seus olhos não parecem
acreditar em nada do que eu falo, mas continuo) Então me apresentei como
Ellie Vizzano, na verdade, Ellie é apenas a escrita da letra L. de Larissia, meu
nome de verdade é Larissia, você me conheceu como eu sou de verdade e
para ser sincera eu não fazia ideia que você era um delegado, foi apenas no
dia que fomos na sua casa, quando acordei e vi o distintivo que assimilei.
- Então você descobriu ali? (Ele olha cauteloso, acho que não acredita em
nada do que estou dizendo.) Você quer mesmo que eu acredite nisso? (Ele
rir)
- Não estou pedindo para acreditar e sim para me ouvir, após aquilo eu
tentei fugir de você, pois ainda não poderia arriscar que você descobrisse ou
meu plano iria por água abaixo.
- Então você confessa que tinha um plano? (Seu ódio é palpável e não sei
o que fazer.)
- Sim, meu plano era juntar o máximo de provas suficientes para
incriminar todos do conselho e acabar com os Vizzanos.
- Está falando que entregaria seus pais? (Ele debocha.)
- Eu me entregarei se for preciso, só preciso livrar a minha família desse
peso, são anos e séculos nessa posição. Não espero que compreenda e sei que
não acredita, mas aqui está. (Jogo a pasta em seus braços e ele pega.)
Enquanto fazia o pedido do meu pai, pedi para Cauã hackear o notebook dele
e consegui todas as informações que eu precisava. Infelizmente, a máfia
descobriu que meu pai estava planejando algo com o hacker e antes que eles
descobrissem o trato que meu pai fez com você, ele mandou matarem o Cauã,
eu tentei protegê-lo ao máximo, comprei passagens para que ele fugisse após
conseguimos o contrato, mas não adiantou. (Deixo uma lágrima escapar) Não
consegui protegê-lo, nem a ele e nem a família dele. Me culpo todos os dias
por isso, ele ajudou e acabou morrendo por ajudar. Então eu decidi ir mais
além coloquei escutas na sala do meu pai, (pego o aparelho e ligo no
computador, mostrando as páginas da gravação.) e me infiltrei na máfia,
assim conheci eles. (Aponto para o quadro) ainda preciso de mais provas para
denunciar todos eles, mas sim, eu tinha um plano, acabar com a máfia.
- Você quer que eu acredite? (Sua voz é mais calma, mais ainda sinto sua
desconfiança.)
- Não, eu quero que faça a sua função e leve em consideração o que estou
falando.
- Como vou saber se o que está falando é verdade? Você me ameaçou
lembra?
- Eu precisei!
- Isso não justifica, e por que você foi vista em um galpão fazendo
acordos.
- Eu acabei de dizer que precisei me infiltrar, como herdeira, tenho
funções e obrigações, então preciso fazê-las caso queira conseguir acabar
com tudo. (Ele fecha os olhos e não consigo decifrar suas emoções, não sei se
está considerando, ou se pretende me prender.)
- Então você está querendo dizer que a filha que acabar com os planos do
pai?
- Exatamente.
- Não me parece verdadeiro, uma filha arruinar seu pai.
- Não é arruinar. (Respiro profundamente) É ajuda-lo, se eu não fizer, terei
que submeter meus filhos, os filhos deles e por aí em diante, eu não posso
estragar mais vidas inocentes, e não quero ter que matar ninguém. Eu sei que
sou criminosa por natureza, afinal, ninguém acreditaria na filha de um
mafioso, mas posso pagar pelos erros dele e os meus, e tirar o peso das
próximas gerações de Vizzanos.
- Eu não sei se consigo acreditar...
- Alex, você é inteligente o suficiente para pensar, pense leve o tempo que
for.... (Meu telefone toca e vejo Alex ficando tenso, olho o visor e é um dos
seguranças, minha vontade era rejeitar a ligação, mas corre o risco de
invadirem o bistrô.) Alô?
- Senhorita, já encerrou o expediente?
- Já sim, porém não irei para casa hoje. (Digo olhando nos olhos de Alex.)
Se quiserem podem ir e trocar o turno, ficarei no bistrô, estou estudando para
uma prova.
- Mas seu pai...
- O avise que estou estudando e ficarei por aqui mesmo, disponha quantos
seguranças forem necessários, mas não atrapalhem meus estudos. (Sou
grossa) Até mais.
- O que você tem a dizer? (Ele me olha.)
- Eu sei que tudo o que menos quer nesse momento é ficar ao meu lado,
mas preciso que não saia. Os seguranças do meu pai, estão me vigiando, a
partir de agora. Não preciso que acredite em mim, mais se ainda quer obter
algumas respostas faça o que eu peço, ou pode me prender, tenho certeza que
não levara um dia para invadirem onde eu estiver e me levarem, então nunca
mais me verá.
- Isso é uma chantagem?
- Não, é apenas um aviso, eu sou monitorada, você viu na boate. (Ele
parece começar a ligar as coisas.)
- Mas, já saímos e até mesmo dormimos juntos e sou muito observador,
onde estavam seus seguranças?
- Para eles eu estava na casa de Malu. (Me sento na cadeira me sentindo
esgotada.) Sinta-se à vontade, aqui está todos os arquivos que consegui,
foram apenas algumas semanas que me infiltrei, mas acho que tenho matéria
suficiente para mais da metade de uma investigação. Se quiser me algemar
faça o que quiser. (Digo realmente cansada, não era assim que eu queria que
ele descobrisse, achei que só iria contar quando fosse fazer a denúncia.)
- Então você fugiu de mim para não descobrirem?
- Sim, ou você e eu estaríamos em perigo. (Ele senta e passa as mãos pela
cabeça, apoiando o braço em suas pernas e ficando assim por um tempo, eu
apenas fecho os olhos, não sei o que vai acontecer, não sei se ele vai acreditar
em mim, não sei nem como ele conseguiu descobrir, só espero que perceba
que não me envolvi com ele com outras intenções.
- “Essa é a única opção digna” Sua voz é baixa mais consigo escutar...
por mais que tenhamos sentimentos recíprocos, eu não posso...Não pense
demais, não é nada sobre você, são problemas meus e que estou tentando
resolver! Não espero que me espere ou compreenda, mas espero que me
perdoe... Apenas isso... (Sua voz vacila e percebo que ele está repetindo
minhas palavras, abro os olhos e vejo que ele me encara.) eu não queria que
nada disso estivesse acontecendo, mas o destino quis assim, e a única que eu
posso pedir a você é perdão... Destino, (Ele parece rir, mas está sério) belo
destino! (Seu semblante se fecha e ele se levanta, como um gato feroz ele
avança sobre mim e me beija, sem dizer nada, nossos lábios estão
pressionados um no outro, o beijo é duro e sinto que a raiva dele é passada
para o beijo, meus lábios corresponde aos seus movimentos e sinto nossa
língua travar uma batalha dura e silenciosa, lágrimas caem dos meus olhos e
sinto a dureza do seu beijo. Como se fosse a réplica do seu coração. Sinto um
gosto de sangue e imediatamente nos separamos, ele me olha em choque.)
Desculpa... (Suas mãos vão para minha boca e então percebo que o sangue
vem de mim, mas não consigo sentir nenhuma dor.)
- Está tudo bem.
- Não, não está! (Ele se afasta e passa as mãos nervosas na cabeça.) Por
mais que eu queira acreditar em você Larissia, eu não sei como fazer. (Eu sei
que é difícil, ele é a justiça em pessoa e eu o fiz proteger uma criminosa.)
Uma parte de mim acredita em tudo o que me diz, mas a outra me alerta,
sobre você.
- Eu entendo. (Digo triste)
- NÃO QUERO QUE ENTENDA! (Ele fala alto) Quero que me prove, eu
preciso provar para esse lado que é verdade.
- Eu não sei como provar.
- Você sabe como foi difícil para mim? Dar a voz de abortar a missão? eu
não consigo acreditar até agora nas minhas próprias ações Larissia, como vou
acreditar nas suas? Estou me sentindo um cumplice, estou aqui com você
enquanto eu poderia estar te prendendo e caçando seu pai, mas eu não
consegui fazer isso e estou aqui.
-Eu não sei o que dizer Alex, eu não sei! (Eu realmente não sei o que falar,
o que fazer.)
- Eu preciso que me responda uma coisa Larissia! (Ele parece atordoado.)
- O quê?
- Você me ama? (Seus olhos me imploram uma resposta e sinto que
preciso ser eu mesma, chega de mentiras, chega de se esconder Lari [minha
majestade aparece me olhando em repreensão] vou até ele em silencio e paro
em sua frente.)
- Eu queria poder dizer que não, e ser uma vadia criminosa e mandar os
seguranças entrarem aqui para te levar para longe de mim. (Respiro devagar)
Eu queria dizer que não, para aliviar sua consciência e fazer você convocar os
policiais para me prender. (Sorrio sem graça) Mas até hoje eu tentei mentir e
fugir de você e olha onde deu? Estamos os dois aqui, arrasados, eu estou
entregando minha família de bandeja para você e você abriu a mão da justiça
por mim. Não tenho por que mentir, não mais! Sim, eu te amo Alex Aguiar e
queria poder negar, mas não posso! (Não digo mais nada, Alex avança sobre
mim e possui minha boca, nossas mãos se movem ágeis e percebo o quanto
senti sua falta, o quanto ter ele ao meu lado me faz bem, o quanto gosto de
me sentir amada e desejada por ele. Após alguns passos, chegamos ao meu
balcão e ele afasta alguns utensílios me colocando em cima do balcão e desce
seus beijos pelo meu pescoço, sinto a sua necessidade e esqueço tudo que
acabamos de passar e me entrego a ele. Sua boca explora meus seios e sua
mão livre brinca com meu mamilo livre, ele chupa com vontade e suspiro
sentindo suas chupadas sugarem minha pele com vontade, em um movimento
rápido ele rasga minha roupa e não importo, suas mãos abrem mais a minha
perna e ele me olha como se suplicasse.)
- Eu não sei o que estou fazendo, mas vamos descobrir. (Sua boca se
apossa da minha virilha e sinto suas mãos arrastando minha calcinha para o
lado e sua língua encontra minha fenda já molhada.)
- Alex... (apoio meus braços no balcão dando mais acesso a boca dele e
sinto os movimentos da sua língua em meu clitóris. Chamo seu nome baixo,
mas ele parece não escutar, está consumido pela luxúria. Sinto um impulso
em minha perna e vejo os retalhos da minha calcinha no chão, ele a rasgou
sem nenhuma cerimônia, sua boca suga minha intimidade pulsante e sinto os
espasmos me atingindo lentamente, rebolo em sua boca querendo ainda mais
contato e sinto seus dedos entrarem em mim, seus olhos capturam os meus.)
- Goze chamando por mim Larissia! (Ele ataca meu clitóris deliciosamente
e fecho meus olhos sentindo seus dedos e boca explorarem minha intimidade
com vontade.)
- Alex... Ahhh, porra... (Não consigo controlar minha vontade de gemer e
chamo seu nome a cada espasmos em meu corpo.) Eu vou...
- Isso vem para mim...
- Alex... (Grito ao sentir meus sentindo explodindo em mil pedaços.)
Que... delicia... (Sua boca chupa devagar e sinto meu corpo tremendo ainda.
Abro os olhos e só agora percebo que estava os apertando.)
- Agora preciso de você. (Em um movimento rápido ele me levanta do
balcão e me leva para o sofá, se senta e me posiciona sobre seu pau.)
- Eu não sei...
- Apenas faça como sentir vontade, eu vou lhe ajudar. (Vejo ele abrir a
calça liberando seu membro, mexe no bolso e parece ficar furioso.) Porra
estou sem camisinha...
- Não tem problema, amanhã eu tomo uma pílula?
- Tem certeza? (Ele me olha receoso)
- Sim! (Ele não pensa muito e direciona seu pau a minha entrada, confesso
que estou meio desconfortável pois não tenho experiência, mas ele segura
minha bunda e começa a mostrar como eu devo fazer, sigo seu ritmo e já o
vejo fechar os olhos, jogando a cabeça para trás. Rebolo e começo a me sentir
dona da situação, me apoio em seus ombros e começo a sentar e levantar no
seu colo e vejo que ele gosta pois começa a gemer. Me levanto devagar e
desço rebolando.)
- Puta que pariu... (Ele geme alto e forte) Garota... (Faço novamente e
parece que levei ao extremo, pois ele força o meu corpo a descer e subir
freneticamente, me posiciono melhor e faço os movimento apenas com a
minha bunda e ele apenas geme, retirando suas mãos, acho que estou fazendo
exatamente como ele quer.) Larissia... (Estou literalmente pulando em seu
colo com a bunda empinada e com o corpo apoiando-me seu peito.) PORRA
GAROTA! (Ele enrola suas mãos em meus cabelos e puxa dando acesso livre
ao meu pescoço, ele chupa e percebo a intensidade das suas estocadas a cada
chupão, estou quase me perdendo quando escuto ele resmungar e sinto algo
escorrer por minha perna.) Droga! (Ele fala com raiva e dar mais duas
estocadas e percebo que ele quer que eu goze também. Relaxo, tirando meus
pensamentos dele e me permito apenas sentir suas mãos que atacam meus
seios e isso é tudo que preciso para cair em um orgasmo prolongado.)
CARALHO!!! (Ele urra sem fôlego) Me perdoa Lari! (Ele encosta sua testa
na minha.) Eu sei que você não é uma criminosa. (Sua voz é pesada.)
- Você não tem que pedir perdão, eu que preciso, você deixou de fazer seu
trabalho por mim, eu não sei nem o que falar. (Sussurro, deitando minha
cabeça em seu ombro.) Obrigada por me amar!
Capítulo XXVI
“A justiça é injusta quão injusta a injustiça. Chamam justiça à vingança e
injustiça ao perdão. Onde está a razão?" - Luís Miguel Militão Guerreiro
Alex Aguiar
- Obrigada por me amar! (Ela diz e sinto que minha cabeça começa a se
conectar com o resto do meu corpo.)
- Não por isso Lari, não por isso! (Passo minhas mãos por seus cabelos,
ajudo ela a retirar meu membro.) Precisamos de um banho. (Sorrio e vejo
suas bochechas vermelha.)
- Tenho um banheiro ali. (Ela aponta e eu me levanto com ela no colo e a
levo até o banheiro, tomamos um banho, sem muita caricia, o silêncio é nosso
amigo no momento. Nos vestimos e por sorte ela tem roupas extras aqui, ou
teríamos um problema.)
- Com fome?
- Na verdade não! (Sou sincero) Não comi nada hoje, mas me sinto
realmente sem fome. (Ela me olha triste e se senta no sofá.)
- Minha culpa!
- Também (Ele sorrir), mas além disso a notícia foi muito inesperada.
(Digo confuso, eu não sei o que fiz, minha cabeça insiste para que eu a
prenda e só depois de um interrogatório a solte, ou tome alguma medida, mas
não consigo.)
- Está sendo difícil, não é? (Ela me olha e vejo seus olhos marejados.)
Difícil lutar contra seus instintos de delegado.
- Não é....
- É SIM! (Ela abaixa a cabeça, eu não posso vacilar após tê-la possuído de
uma maneira nada inocente.) Eu entendo, está sendo para mim, vejo sua
confusão em seus olhos.
- Me desculpa Lari, meu coração quer te abraçar e amar, proteger dessa
merda toda, mas meu cérebro insiste em te apontar.
- E ele está certo. (Ela levanta seu rosto me olhando sério.) Emoções nesse
caso não são a melhor saída. (Dar um sorriso sem graça e se levanta.) Eu não
posso excluir o passado da minha família, não posso excluir ser herdeira da
máfia e filha de um criminoso. E nem quero isso! Eu preciso que utilize seu
cérebro e me ajude.
- Como assim?
- Eu ainda não tenho o que precisava para incriminar a todos, mas tenho
provas importantes, não sabia se poderia confiar em você para isso, não
agora, sem antes concluir. Mas o destino não quis assim! (Ela sorrir) Então
me use Alex...
- Larissia...
- Me use (Ela me interrompe séria.) para conseguir tudo que precisar e só
assim sua consciência vai estar limpa.
- Você quer ser um espião.
- Eu já estou sendo. (Ela vai até sua mesa e se senta, vejo seu semblante
sério demais.) Pode me tratar como Ellie Vizzano se te faz sentir melhor.
- Não é isso que quero dizer. (Tento me explicar, não estou a acusando.)
- Eu sei Alex, porém eu preciso do El diabo no momento e não do Alex.
(Sua voz muda completamente e acabo relacionando ao celular, sua voz
impotente e decidida.) Eu sou estudante de direito, sei como as coisas
funcionam, vamos nos ajudar, você não me dará absolutamente nenhuma
informação das suas investigações eu apenas passarei tudo isso para você e
estou disposta a responder o que precisar. (Sua sinceridade corta minha alma,
ela realente não quer nada, se fosse uma criminosa tentaria extrair algo de
mim e todos esse tempo que passamos juntos e nos conhecendo, ela nunca
questionou nada sobre meu trabalho, exatamente nada! Meu cérebro começa
a compreender e uma luz aparece para mim.)
- Eu não quero que se machuque Larissia! (Apesar de ser minha única
saída aparentemente a menção de jogá-la na boca dos leões não me conforta.)
- Por que machucaria? Eu sou uma mafiosa esqueceu? (Ela pisca e decido
que não quero pensar em nada disso.)
- Você tem vinho? (Pergunto apertando meus olhos.)
- Claro, é um restaurante francês, preciso de um bom vinho para
acompanhar as massas. Só um minuto! (Ela se levanta calma e sai. Aproveito
esse momento e olho ao redor, covil dos mafiosos? Já estive aqui algumas
vezes e passa bem longe, vou até sua mesa e olho tudo que ela juntou, há
realmente muitas informações, com isso eu consigo pegar uma boa parte da
máfia e incriminar o governador, aquele cretino filho da puta!) Aqui! (Ela
abre e despeja na taça.)
- Você já sabia dele quando foi ao congresso? (Aponto para a imagem no
quadro perfeitamente organizado.)
- Sim, um lixo de ser humano. Ele e todos os outros, utilizam das boas
ações para se promoverem e fazem parte do tráfico de drogas nacional.
- Eu não esperava que ela estivesse no meio. (Aponto para a foto da juíza,
confesso que não acreditei, quando vi seu nome no relatório, mas agora após
ver sinceridade nos olhos de Larissia sei que não está mentindo.)
- Essa mulher é asquerosa, manipuladora, eu não achei muita coisa sobre
ela nos arquivos de papai e nem na internet, então não sei como ela age na
máfia, porém em todas as reuniões sua postura é potente, muitos escutam o
que ela diz e ela parece dominar as ações da máfia. (Imediatamente penso
quantos casos ela não favoreceu a máfia?) Pode beber! (Ela me entrega a taça
e se serve também.)
- Você acha que tem alguma maneira de seu pai descobrir nossa ligação?
(Digo com meu cérebro trabalhando a mil.)
- Não se continuarmos como estamos.
- Separados! (Concluo)
- Exato, você viu na boate, tenho gente de olhos em mim. Às vezes que
sou livre realmente é no bistrô e na casa de Malu. (A ideia de deixá-la
sozinha não me faz bem, ainda mais sabendo quem é seu pai.)
- Você está disposta a nos ajudar realmente Larissia? (Fixo meu olhar no
seu.)
- Esse sempre foi meu objetivo.
- Sabe que não vai sair ilesa.
- Estou preparada para isso. (Sua voz se torna sombria.)
- Mas eu não! (Admito virando o líquido de uma vez.)
- Não é uma decisão sua, e nem minha! (Ela parece distante.)
- Eu posso ser o El diabo lá fora, mas com você (me aproximo dela e
seguro sua cintura) com você não sou o delegado. Não sei o que fazer, mas
não consigo ser. (Pego sua taça e coloco em cima da mesa.)
- Mas eu preciso que seja. (Esqueço meu cérebro e apenas escuto meu
coração acelerado)
- Talvez eu não esteja pronto para ser o justiceiro que você precisa. (Meus
dedos instantaneamente são atraídos para o seu cabelo e trago seu rosto para
o meu a beijando com vontade, minha língua explora cada canto da sua boca
e o gosto de vinho me faz saborear seus lábios deliciosamente. Sinto suas
mãos alcançarem meu pescoço e as minhas exploram sua bunda fazendo meu
membro já animado pressionar sua barriga.)
- Alex... (Sua voz sai em sussurro e sinto que ela precisa assim como eu.)
- Eu sei querida, eu sei do que precisa. (Retiro sua roupa, dessa vez
devagar, viro seu corpo tendo suas costas colada em mim, desço meus lábios
explorando seu pescoço e vejo sua cabeça ir para o outro lado me dando mais
espaço. Com uma das minhas mãos seguro em seu pescoço e mordo sua
orelha a fazendo arrepiar por completo.) Você se tornou um vício para mim
Larissia. (Sussurro em seu ouvido e vou descendo minhas mãos juntando
seus seios e em seguida meus dedos provocam seus mamilos já enrijecidos,
escuto sua voz baixa em suspiro e sinto meu corpo ainda mais necessitado
dela, desço minhas mãos por sua barriga e adentro minha mão direita em sua
calcinha. Ela geme mais e toco sua intimidade completamente molhada.)
Molhadinha Lari! (Mordo sua orelha novamente e ela suspira, com meus
dedos faço movimentos lentos em torno de seu clitóris e ela joga a cabeça
para trás.) Quero que sinta todo o prazer que merece Larissia! (Adentro um
dedo em sua fenda e seu gemido alto me instiga e acrescento mais um, ela
empina a bunda. Delicadamente, coloco suas mãos sobre a mesa, enquanto
seus gemidos fazem meus dedos agirem habilmente.) Quero que sinta como
eu te desejo Lari, quero que nunca mais queira fugir de mim, eu não sou uma
ameaça. (Seu corpo começa a tremer e não resisto com a mão livre bato em
sua bunda, arrancando um gemido rouco de seus lábios. Acelero mais e sua
voz implora para que eu vá mais rápido, levo minha mão esquerda aos seus
cabelos o retirando de suas costas e passo meu dedo pela linha da sua
coluna.) Eu sou a fonte do seu prazer Larissia. (Bato mais uma vez em sua
bunda e sinto que ela está quase gozando, retiro meus dedos e ela me
repreende, mas apenas liberto meu pau.) E você é a minha, senhorita
Vizzano. (Abro mais sua perna e empino mais a sua bunda e penetro em sua
buceta com vontade, a visão das suas costas e bunda se chocando em mim é a
perfeição, ela segura firme na mesa, e eu sinto que meu corpo encontrou o
que ele tanto procurava em todos esses anos desde a morte dos meus pais,
apesar de Carlota me amar como filho, ainda não me sentia tão em casa,
quando me sinto ouvindo os gemidos de Larissia, urro em prazer e enrolo
suas madeixas em minhas mãos levantando seu rosto e fazendo-a olhar para
mim, enquanto meu pau se afunda cada vez mais fundo em sua buceta
molhada e apertada.)
- Alex... Eu vou...
- EU SEI QUERIDA, DEIXA VIM! (Digo entre gemidos e estocadas, sua
bunda empinada me faz querer penetrá-la ainda mais, sinto o corpo de
Larissia tremer se entrando a um orgasmo intenso seguido de gritos, continuo
estocando fundo e atiço seus mamilos enquanto encontro minha própria
libertação.) LARISSIA!! (Estoco uma última vez e sinto minhas forças
falharem, me retiro dela e a trago para um beijo, lento seu corpo está mole e
seguro firme em sua cintura, A deixo no sofá e seus lábios estão sorrindo.)
- Eu acho que nunca vou me acostumar. (Ela sorrir sonolenta.)
- Acho que forcei demais você. (Olho seu rosto, mas não vejo sinal de dor,
ela apenas me olha rindo e um pouco lenta.)
- Shiu Alex, (Suas mãos vão para meus lábios e mesmo sujos ela deita em
meu peito.) Nestante estou pronta para outra.
- Meu Deus estou criando um monstro!
- Um monstro faminto. (Ela levanta o olhar e sela nossos lábios, e em
seguida se aconchega mais a mim, por um minuto me permito encostar a
cabeça no sofá e acabo cochilando.)
- Alex! (Escuto a voz de Larissia me chamar. Abro os olhos e vejo ela
lindamente nua em minha frente, como essa mulher consegue ser tão
perfeita.) Nem me olha assim, acho que precisamos de um banho, estou com
frio. (Vejo sua pele arrepiada e levanto de imediato.)
- Cochilei! (Admito e vamos ao banheiro)
- Eu também, acho que estou bem cansada. (Ela diz pensativa e eu
concordo, o meu corpo parece que foi esmagado em um compressor.
Tomamos um banho sem toques e visto novamente minha roupa, ela pega sua
calcinha e roupa e as vestes.) Sem vinhos agora! (Seu sorriso ilumina seu
rosto)
- Com certeza!
- Eu estou com fome, aceita um sanduiche?
- Agora a fome bateu. (Digo sentindo minha barriga reclamar.) Vamos vou
te ajudar! (Vamos para cozinha e rapidamente um xburguer caprichado sai!)
Você é realmente uma ótima cozinheira. (Digo devorando o pão a minha
frente.)
- Isso não passa de um hambúrguer, não exagera! Quer que eu faça outro?
Parece que está com fome.
- Não, estou bem!
- Tem certeza? Você disse que não comeu.
- Eu estou bem! Apesar de não ter almoçado minha mãe preparou um café
reforçado, acho que ela sentiu que alguma coisa iria acontecer. (Seus olhos
ficam um pouco triste.)
- Quando descobriu? (Ela me olha cautelosa.) Quero dizer, não me
importo como, só quero saber o horário. (Se justifica com receio.)
- Fica tranquila, acho que você já conseguiu controlar meu cérebro. Ou sua
bunda empinada fez isso? (Brinco tentando dissipar a tensão.) Meu amigo
que é procurador conseguiu chegar até você por meio das passagens aéreas, e
uma foto sua na frente de um galpão com um representante de drogas de
Gramado foi a comprovação que ele precisava. Traçou as informações e
descobriu que você era a filha. (Digo calmo, meu cérebro parece ter
realmente compreendido a situação.)
- Conseguiram fotos, mesmo com tanta segurança? (Ela parece não
acreditar.)
- Sim, agradeça ao tal representante, seguiram ele até lá.
- Faz sentido, os homens do meu pai são cuidadosos durante percursos.
- Disso eu sei!
- Mas qual o horário?
- Por volta das onze e meia.
- São quase doze horas de jejum Alex! (Ela parece preocupada.) E se
esforçou tanto...
- Eu estou bem Lari, realmente bem! Eu sou um soldado treinado. (Sorrio
a tranquilizando-a)
- E por que só veio agora? (Ela me olha cautelosa.)
- Eu queria vim assim que descobri, mas não conseguia acreditar, precisei
olhar tudo muitas vezes e acabei vagando pela cidade.
- Você estava esse tempo todo andando? (Seus olhos se abrem
espantados.)
- Lari, fica tranquila! (Tento acalmá-la, pois, seus olhos estão totalmente
abertos.)
- Me desculpa Alex, isso é tudo culpa minha.
- Não, não é! (Digo sério) A partir de agora eu não quero mais você se
desculpando Ok?
- Mas...
- Não tem mais Larissia, eu ainda não estabeleci o que farei como
delegado e estou apenas como o Alex aqui, então quero que seja sempre essa
Larissia e não se desculpe, você não tem culpa. (Ela confirma com a cabeça.)
Preciso de você a partir de amanhã, para ajudar o delegado, mas hoje, quero
que esqueça tudo, seremos apenas o Alex e a Larissia, Ok? (Dou um beijo
casto em seus lábios e começo a falar como não acreditei naquela carta,
conversamos um pouco sobre o congresso e ela elogia meu discurso, até que
o cansaço realmente bate e deitamos no sofá mesmo e acabamos nos
perdendo no sono.)
Acordo com um som desconhecido, parece ser um celular, abro os olhos e
vejo que estou no escritório da Larissia, olho ela deitada e vejo que seu
celular toca em cima da banquinha. O que eu faço? Ela dorme tão
lindamente, mas possa ser seus pais. Balanço seu corpo e aos poucos ela
acorda.
- Bom dia! (Digo olhando seu rosto.)
- Meu Deus, não me olha, eu devo estar terrível! (Ela se esconde)
- Para de graça Larissia! (Dou risada da sua tentativa falha de se esconder)
Você está linda. (Seu telefone continua tocando.) Acho que é o seu! (Aponto
para o aparelho e ela logo se levanta e atende.)
- Alô! Oi oi oi CALMA! (Ela parece nervosa) Calma Malu, me explica
melhor! (Fico em alerta) Não se preocupe, está tudo bem! (Ela parece estar
gritando do outro lado, pois Larissia afasta um pouco o celular do ouvido.)
Estou com ele, não há motivos para pânico, isso Malu, (Lari passa as mãos
pela cabeça e me olha.) seu amigo está preocupado com você.
- Guilherme? (Só agora lembro como estava transtornado ontem, até
mesmo o celular eu desliguei.) Pede para ela acalmar a todos estou bem.
- Malu, avisa a ele que Alex está bem. Sim Luiza! (Ela fala sério) Eu sei,
conto tudo quando nos encontrarmos. Ok, também te amo! (Ela desliga e me
olha.)
- Seus amigos estão desesperados Alex, você não poderia ter sumido
assim, Malu falou que Guilherme está a sua procura desde ontem.
- Ela sabe o motivo?
- Não, apenas disse que não consegue te achar e por isso me ligou. (Vejo
que Guilherme não é como eu que mistura trabalho e vida pessoal.) Por que
não falou com seus amigos que precisava pensar?
- É fácil falar, (sorrio) pensa aí, você descobre que a mulher que ama é a
mulher que procurava e pior, precisa apagar imediatamente as suas fotos para
que mais ninguém pudesse ver.
- Eu não pensei nisso.
- Foi complicado, eu não poderia deixar rastros seus.
- Entendi! (Ela parece pensativa)
- Sua amiga sabe?
- Sim!
- E você não tem medo que ela conte?
- Ela jamais faria isso!
- Nem para Guilherme?
- Não mesmo! Somos amigas desde a infância, assim que descobri, contei
para ela sem medo algum, pois sabia que poderia contar com ela e tem sido
assim desde a infância. Ela jamais contaria esse segredo, por mais que ame
Guilherme.
- Como você sabe?
- Por que faria o mesmo por ela. Somos irmãs de mães diferentes. (Ela fala
com amor e vejo o quanto ela a ama.)
- Então... (Minha mente trabalha rápido) podemos usar você como uma
ajuda e não como a filha de Marcus.
- Como assim? (Ela parece não entender.)
- Se você concordar, pretendo te manter em segurança. É perigoso demais
contar nossa relação. Apesar de confiar cegamente nos meus policiais, ele
enxerga você como uma ameaça e não serão benevolentes como eu.
- Ainda não entendi.
- Você e a Malu são estudantes de direito, não é?
- Sim!
- Eu preciso de você nas investigações, não apenas me contando, posso lhe
apresentar como parte da investigação, eles sabem que conseguimos um
material na sua universidade, basta eu apresentar você como parte da
investigação.
- Como uma estagiária?
- Mais ou menos assim!
- Mas, eu não posso ir à delegacia.
- Eu sei! Por isso vou mover a força tarefa de lugar, mas para isso preciso
que confie não só em Malu, como também em Guilherme, confio nele e no
Marcelo, como você confia na Maria Luiza.
- Tudo bem, parece que você tem um plano e estou aqui para ajudar no
que for preciso. (Ela fala convicta)
- Ótimo, vamos tomar um café da manhã e explico como vai ser.
Faço a minha higiene logo após a Larissia, ela não me deixou vim ao
banheiro com ela, é até engraçado, pois não há mais nada ali para esconder de
mim, saio do banheiro e já sinto o cheiro de comida, omelete e algumas
torradas chamam a minha atenção e apenas me sirvo em sua companhia.
Explico como tudo acontecerá e ela apenas escuta tudo, confesso que não sei
como minha cabeça pensou assim, tão rápido, mas agora quero proteger a
Lari e tirá-la desse lugar, então minha necessidade e a raiva foram essenciais
para fazer meu cérebro trabalhar em velocidade rápida. Após Larissia sair do
bistrô, espero alguns minutos e saio em seguida, pois ela deixou a chave
reserva comigo, mais uma prova da sua sinceridade, ela jamais me daria a
chave se não estivesse falando a verdade. Saio do bistrô e vejo o movimento
de carros, não perco tempo e chamo um táxi e vou direto para a Delegacia,
entro cumprimentando a todos e percebo olhos preocupados quando me
veem.
- Cara, até que fim você chegou! (Marcelo diz nervoso)
- O que deu em você ALEX! (Guilherme praticamente grita) Você não
pode fazer isso e sumir daquele jeito.
- Eu vou explicar tudo para vocês mais tarde, antes preciso fazer algo
importante.
- Mano, você não pode agir assim Alex!
- Marcelo, daqui a pouco vocês vão entender. Preciso de vocês agora na
força tarefa. (Saio da sala e vou me encontrar com a força tarefa, assim que
me veem os policiais me olhando cautelosos. Não digo nada e apenas coloco
tudo que trouxe em cima de uma mesa.) Atenção! (Digo em voz alta) Todos
os policiais estão aqui?
- Sim senhor! (Eles respondem sérios em uníssono.)
- Sei que não entenderam nada do que houve ontem e confesso que não fiz
meu papel de líder como deveria! Ontem recebemos a denúncia, porém
quando estávamos no percurso e abri as informações que foram enviadas,
percebi ser errada, então levado pela raiva e frustração, acabei agindo de
forma impulsiva. Peço perdão a todos pois sei a importância do meu papel e
não agi de acordo a ele. No entanto, eu precisava daquele tempo e após
algumas ligações, consegui encontrar respostas, não tenho como contar a
fonte, pois é extremamente confidencial e não veio do nosso estado, e nem
veio por métodos legais, como vocês me conhecem! (Minto) Porém, aqui está
tudo que precisamos para encaminhar nossas investigações. (Começo a expor
as fotos no quadro de criminosos e vou explicando as informações que
Larissia conseguiu até agora, todos me olham sem acreditar, eu sei, passamos
tanto tempo rodando em círculo e agora temos quase tudo.) Isso é tudo, me
desculpo pela raiva, mas foi necessária para que eu conseguisse agir como El
diabo. (Sinto a mentira pesar, mas todos aqui sabem dos meus métodos nem
um pouco legais em conseguir o que quero, então não vão desconfiar.) A
partir de agora precisamos não só de investigações, mas sim de treinamento.
Vamos invadir o verdadeiro covil dos mafiosos, só ainda não sabemos onde
ele se localiza, mas precisamos estar preparados. ENTENDIDO?
- SIM SENHOR! (Eles fazem sentido e abaixam seus chapéus em sinal de
respeito, vejo seus olhares contentes afinal temos provas que poderiam levar
meses. Saio da sala, em seguida Marcelo e Guilherme me acompanham,
agora é a hora de falar a verdade!)
Capítulo XXVII
“Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo.
Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso sim,
acredito até o fim.” ― Caio Fernando Abreu
Larissia Vizzano
Saio do bistrô e encontro os seguranças, minha cabeça parece estar mais
leve, ontem pensei que o mundo iria ruir, mas Alex me provou mais uma vez
ser um ser humano incrível, vou direto para a universidade. Chego ao local e
já vejo Malu à minha espera.
- Vamos, o que está acontecendo? Meu namorado louco a procura de seu
amigo que parece estar em pânico e ele estava com você. (Ela fala tão rápido
que quase não entendo.)
- Primeiro, pare de se exibir com meu namorado, (dou risada) eu vou te
explicar tudo. (Entramos no campus) Alex descobriu tudo.
-O QUÊ? (Ela paralisa em seu lugar e me olha trêmula.) Por que você
parece tão tranquila?
- Não precisa se desesperar Malu, acho que deveria ter contado quando
tive oportunidade. (Digo pensativa)
- Lari, oi? Eu ainda estou tentando assimilar aqui! (Ela chama minha
atenção.)
- Ele confia em mim, Malu! ELE CONFIA EM MIM! (Olho em seus
olhos e a vejo me encarar de volta, assim como eu consigo sentir sua emoção
quando uma lágrima escapa de seus olhos.)
- Isso significa que ele vai te ajudar a sair disso?
- Não é tão simples, você sabe! Mas posso ajudar eles a prenderem a
máfia!
- CACILDA!!! Essa é a melhor notícia que você poderia me dar.
- Ainda tem mais uma boa.
- Ah não brinca! (Ela rir)
- Sério, Alex, precisa da ajuda de Marcelo e Guilherme, então ele também
vai saber quem sou, não há motivos para você esconder nada dele.
- Amiga, eu não me importo de esconder isso, mas fico feliz. Eu realmente
estava com medo de acabar soltando alguma coisa e ele por ser um policial
federal captar.
- Menos um problema! (Digo animada, eu realmente estou feliz)
- Sim, estou feliz por você amiga. Claro, quero saber tudo, como ele
descobriu, mas só de saber que você agora tem a Lei do seu lado, já me faz
respirar.
- Obrigada! (Digo pegando sua mão e arrastando pelos corredores.) Conto
mais depois, já estamos atrasadas. Entramos e vamos para a sala, o dia passa
rápido após uma aula sobre a construção da constituição brasileira. Saímos as
12:30 e já vamos para refeitório.)
- E então agora pode me contar em detalhes. (Malu segura sua bandeja
com o almoço e me olha curiosa.)
- Digamos que as investigações chegaram até mim.
- O QUÊ? Como chegaram? Mas, não tem como...
- Na verdade tem, eu tentei ajudar o hacker e acabei fazendo algo sem
pensar.
- O que você fez Lari?
- Comprei passagens para ele fugir daqui.
-COM SEU PRÓPRIO NOME? (Ela grita e faço sinal para que ela
diminua.) Você não é burra Larissia, como fez isso.
- Ah amiga, eu só queria protegê-lo, não imaginei que ele morreria com as
passagens no bolso.
- Puta merda Lari... Podem te acusar de homicídio. (Ela está assustada, e
lembro da minha reação ontem.)
- Eu sei...
- Lari!
- Oi minhas gatas! (Caio chega já sentando ao meu lado.) Lari você está
bem? Saiu daquele jeito do nada. (Me lembro da última vez que o vi, na
boate.)
- Ah! Eu tive um probleminha de estômago, mas já estou bem! (Sorrio
fraco e vejo Malu ainda séria. Balanço a cabeça tentando tranquiliza-la, não é
como se eu fosse morrer, eu sabia que poderia dos riscos que rondavam a
máfia.)
- Entendi! O que acha de sairmos hoje Lari? (Ele olha fundo nos meus
olhos.) Um cinema! (Vejo seu sorriso e não sei como sair dessa, olho para
Malu e ela não diz nada.)
- Hoje não posso Caio.
- Você nunca pode, não é! (Seu sorriso dar lugar a uma raiva e não
consigo entender.) Quero dizer, tudo bem! (Tenta suavizar o olhar, mas fico
cismada.)
- Eu preciso ir ao bistrô hoje Caio, por isso não vou poder. Me desculpe!
(Tento justificar.)
- Nem lembrava que você era uma mulher de negócios, (Ele sorrir) tudo
bem, deixa para uma próxima! E você Malu, tem planos? (Ele tenta disfarçar,
mas percebo que não está satisfeito e isso me incomoda.)
- Infelizmente não, (ela revira os olhos) mas não é como se eu fosse ir ao
cinema com você. (Ela o provoca)
- E eu nem a chamaria. (Eles alfinetam e riem) Mas, brincadeira a parte
vocês vão fazer a prova do professor Lúcio amanhã? Soube que ele vai
disponibilizar dois dias para a realização.
- Eu vou fazer amanhã logo, odeio deixar as coisas para outro dia. (Malu
diz enquanto come.)
- Eu fui dispensada. (Digo tranquila)
- Dispensada? (Caio me olha)
- Sim, é um simulado, mas já passei na OAB esqueceu?
- Oh sim! Acho que tudo que eu sei sobre você estar sumindo da minha
mente. (Ele fala divertido.)
- Impossível, você é caidinho por ela! (Malu provoca e eu sinto vontade de
incinera-la.)
- Malu! (A repreendo)
- Ela não está mentindo! (Sinto os olhos de Caio fixo em mim e me sinto
desconfortável.)
- Acho que é minha deixa. (Malu se levanta e sai, ela sabe sobre o Alex,
como me deixa nessa situação? VOCÊ ME PAGA MARIA LUIZA)
- Acho que vou com Malu. (Sorrio me levantando)
- Lari! (Ele me chama baixo e puxa meu braço me fazendo ficar no lugar,
essa situação está começando a me irritar. Vejo seu corpo se levantar.)
- Eu realmente preciso ir... (Sua boca se aproxima do meu rosto e fico
tensa, ele não vai me beijar, não é? Eu espero que não.)
- Lari, eu gosto de você e sempre achei que sentisse o mesmo. (Seu hálito
quente vai de encontro a minha pele e sinto um arrepio correr por mim, mas
não é um arrepio bom) Eu confesso, na boate, algo realmente me incomodou.
E decidi que não quero mais esconder o que sinto por você.
- Caio, somos amigos. (Tento puxar meu braço, mas ele fica ainda mais
próximo da minha boca.)
- Eu quero mais que isso Larissia, e você também... (Sem aviso ele me
beija e não sinto nada, empurro seu peito e ele não sai, não posso fazer um
escândalo, muitos até acham que somos um casal, não quero envergonhá-lo.
Empurro mais uma vez, e de repente escuto um pigarro, que faz ele me
soltar.)
- Achei que a universidade era um local de estudos. (Essa voz... me viro e
não acredito no que vejo, Alex está em pé com os olhos semicerrado, olho
suas mãos e vejo seu punho fechado, todo o refeitório parece parar o barulho
nesse momento e escuto alguns comentários sobre Alex.)
- O que você... (Tento falar, mas sou interrompida por Caio.)
- Na sua época talvez, mas agora podemos fazer mais do que estudar.
(Cala boca Caio!)
- Pode ser, mas o que vejo não me parece ser um ato consentido.
- Se não fosse alguém teria interferido, não ver como está lotado?
- Alex Aguiar! (A voz do reitor tira atenção desse momento tenso.) Já
estava a sua espera! (Ele diz animado e sinto que posso respirar novamente,
Alex, me olha e não sei o que se passa em sua cabeça, Caio ainda permanece
atrás de mim e só agora percebo a presença de Guilherme e Marcelo, ao lado
de Malu. Ela me olha como se pedisse desculpa, agora?) Você está ainda
mais forte! (O reitor estica a mão e só então Alex retira os olhos de mim e
vira sua atenção ao homem de meia idade.)
- São apenas seus olhos! (Sua voz sai ríspida.) Acho que cheguei um
pouco atrasado. (Ele volta seus olhos para mim e sinto o real sentido da sua
fala.)
- Não mesmo, não acreditei quando o professor me informou da sua
colaboração com nossas pesquisas, faremos o máximo para lhe ajudar.
Vamos até minha sala.
- Só um minuto.... (Alex continua olhando para mim e nesse momento
vejo um dos seguranças me olhando. MERDA! Alex está de farda e eles vão
acabar pensando errado.)
-Eu preciso ir, Licença! (Tiro a mão de Caio do meu braço e saio
praticamente correndo, sei que as pessoas estão olhando, mas tento sair o
mais rápido possível. Escuto passos e sei que se trata do segurança, espero
por ele.)
- Senhorita, precisamos sair imediatamente daqui.
- Não é o que você está pensando. (Tento explicar, mas ele segura e meu
punho.)
- Desculpa senhora, ordens do patrão. (Ele me leva para fora e um carro já
está a nossa espera, entro e o carro sai em disparada. DROGA ALEX! Por
que você foi até lá e de farda? O carro me leva para casa e sou escoltada por
mais segurança do que o costume. Entro em casa e vejo meus pais de pé
sérios.)
- Está tudo bem filha? (Mamãe vem até mim e me abraça como algo
tivesse acontecido olha meu corpo.)
- QUERO INFORMAÇÕES AGORA! (Meu pai grita ao segurança) O que
aquele cretino fazia lá?
- Do que estão falando? (Tento fingir calma.)
- Você não o viu? Sebastian me informou que encontrou você de frente a
ele.
- Está falando do homem com roupa de policial? (Finjo inocência.)
- Sim filha, (minha mãe diz respirando devagar) ele é o delegado, o
mesmo da investigação.
- Ele sabia quem era você Larissia? Chegou a falar com você? Fez alguma
pergunta, lhe machucou? (Meu pai me fuzila com perguntas, enquanto seus
dedos apertam a arma em sua cintura.)
- Calma pai, eu não cheguei a falar com ele, apenas foi uma coincidência
ele está no mesmo local, pois o reitor estava ao meu lado.
- No nosso mundo não há coincidências Larissia. (Ele diz sério e percebo
seu nervosismo.)
- Mas foi pai, ele me tratou como qualquer outra aluna. (Tento acamá-lo.)
- Não mesmo Larissia, esse homem está na nossa cola.
- Senhor! (Sebastian chega sério.) Nosso pessoal informou que é apenas
uma visita profissional.
- Isso não parece fazer parte da função dele. (Meu pai fala furioso.)
- Um dos policiais é ex aluno da universidade e estão fechando um acordo
com o centro de pesquisa. Parece que a universidade vai ajudar na coleta de
dados. (Nesse momento eu começo a lembrar das palavras de Alex, sobre
estágio, então isso faz parte do plano dele?)
- Tenha certeza que ele não foi por Larissia, acho melhor você ficar alguns
dias sem ir à universidade até termos certeza.
- Pai, eu tenho provas, então isso não é uma opção. Eu tenho certeza
absoluta que nada tem a ver comigo, meu nome é diferente do seu, ninguém
na universidade sabe sobre mim. Não tem motivo para estresse.
- Larissia...
- Pai, tenho certeza que ele não tem tempo para ficar indo à universidade.
- E se eles descobriram...
- Não deixamos linha soltas, não foi isso que disse? (Ele parece pensar.)
- Não tem como eles descobrirem você. (Ele diz ainda com os olhos em
fúria) Investigue melhor Sebastian, e quero o nível de segurança máximo até
termos certeza.)
- Pode deixar, senhor. (O segurança sai e vejo meu pai se sentar em uma
das poltronas e se servir com uísque. Ele parece nervoso.)
- Pai! (O chamo e ele me olha) Eu sei me cuidar, OK? (Me ajoelho na sua
frente) Você não é a única pessoa que pode me proteger. (Agora tenho o
Alex, para me proteger de você.)
- Você não sabe o que está falando Larissia, está achando poderosa por
que mal entrou na máfia?
- Não pai! Estou falando por ser sua filha, me treinou desde muito pequena
a lutar, a correr, até mesmo a manusear diferentes tios de armas, mesmo
nunca querendo essa vida, você me treinou para conseguir me proteger. Eu
posso fugir, correr, atirar não sou uma garotinha indefesa. Então não se
preocupe tanto.
- Você não entende Lari! Se algo acontecer com você eu não me
perdoaria.
- Não se preocupe pai, eu sou mais forte do que pensa. (Dou um beijo em
sua testa e vou até meu quarto, apesar de saber que estou fazendo o certo, me
sinto o traindo, sei que é o certo, mas sinto que estou dando o beijo da morte.
Me perdoa, eu quero o nosso bem! Meu celular toca e vejo o número de Alex,
atendo imediatamente.)
- Cadê você? (Ele diz sério)
- Fui obrigada a vir para casa, você está louco? Como pode aparecer
assim.
- Foi para casa, sozinha?
- Claro que não, por que a pergunta?
- E você assume?
- O que você quer dizer?
- Você e aquele filho da puta, bastardo sumiram.
- Alex, por sua culpa fui obrigada a voltar para casa, você sabe que tenho
olhos ao meu redor. Eu vim com os seguranças, e o que é isso ciúmes?
- Ciúmes? Eu vejo vocês se beijando e você vem dizer que é ciúmes?
- Você viu que foi um acidente.
- Não, não para ele. Eu vou achar aquele bastardo...
- E vai dizer o quê? (O interrompo) Que estamos nos encontrando?
- Vou dizer que você é minha, SOMENTE MINHA! (Escuto sua voz alta.)
- Alex! Primeiro que eu não sou uma propriedade sua e segundo, não
posso assumir aos quatro cantos que tenho um caso com o delegado, você
não entendeu o que eu disse que tem olhos em mim.
- Eu não quis dizer que você era minha propriedade, (sinto confusão em
suas palavras.) só que Porra! Eu chego e sua boca está sendo tomada por
outro...
- Alex, eu amo você. Não há motivos para ciúmes, infelizmente Caio
expressou seus sentimentos irei conversar com ele, somos amigos.
- Você não vai conversar com ele.
- Sim, eu vou! Somos amigos há um tempo e os sentimentos podem estar
confusos.
- Larissia!
- Não, não tem Larissia, eu não vou pedir desculpa pelo que viu, sei que
foi errado o beijo, mas não tinha como ele saber que estamos tendo alguma
coisa, o que você precisa saber é que não sinto nada por ele e apenas confiar
em mim.
- Você acha que não está exigindo demais da minha confiança? (Ele diz
baixo)
- Infelizmente é a única coisa que posso te pedir.
- Eu não sou conhecido por ser paciente Larissia. (Ele fala mais sério.)
- Ótimo, por que não estou pedindo paciência e sim confiança. Nos vemos
no bistrô a noite, se puder tente não chamar atenção.
- Você é completamente teimosa.
- Aprendi com o melhor!
- Não pense que vou deixar esse beijo barato... Até mais! (Ele não espera
que eu responda e desliga o celular. RAIOS! Essas coisas só acontecem
comigo, tenho certeza.)
Aproveito a tarde para descansar, apesar de amar a companhia da noite de
Alex, ele me deixa completamente cansada. A noite chega e com ela as
obrigações, após uma discussão comum com meu pai, consigo ir para o
bistrô, a segurança está pesada e espero que Alex, tenha lido minha
mensagem e já esteja no bistrô, ou teremos problemas, tenho dois carros
fazendo a escota do meu e dentro deles estão cheios de seguranças. Eles
param o carro em frente ao bistrô, coisa que não é comum acontecer e se
posicionam estrategicamente na rua, como se fossem carros estacionados
normais. Entro e já sou recebida pelo metre, o cumprimento e vou para o
escritório, como combinado Alex, Marcelo, Guilherme e Malu, já estão
sentados à minha espera.
- Boa noite! (Eles respondem e percebo que o clima de Alex, não está um
dos melhore.)
- Então estou diante de um ícone do nosso país? (Marcelo levanta
imitando o cumprimento de um rei.) Alteza!
- Esse cara não bate bem da cabeça. (Malu rir) Bem que eu percebi
naquele dia.
- Não foi isso que você disse, na cafeteria. (Olho para ela a provocando,
ninguém mandou me deixar sozinha com Caio.)
- Do que estão falando? (Guilherme pergunta olhando para Malu.)
- Cobra! (Ela me olha com raiva.) Nada, ela apenas está com raiva de
mim.
- Com razão...
- Por favor comecem, puxão de cabelo, tapa na cara, adoro uma briga de
mulher. (Marcelo cruza as pernas e finge se preparar para um show.)
- Ele é sempre assim? (Malu pergunta a Guilherme.)
- Fica ainda pior quando ouve ou ver a ex.
- Porra Gui, cortou o clima! (Ele revira os olhos)
- O que eu disse? (Guilherme debocha e rimos.)
- Vocês já jantaram? Vou pedir para trazerem algo, que tal?
- Viemos a trabalho! (Alex diz sério)
- Para de ser chato, eu aceito cunhadinha, e uma taça de vinho também.
- Marcelo! (Alex o repreende, mas viro as costas e ligo para a recepção
fazendo os pedidos e me junto novamente a eles, puxando uma cadeira.)
- Cara relaxa, isso é falta de sexo. (Vejo o olhar penetrante de Alex em
mim e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas automaticamente.)
- Acho que não! (Malu diz divertida e quero encontrar um buraco para me
enfiar.) Aposto cinquentinha que eles fuderam hoje mesmo.
- Eu coloco 100 que não! (Marcelo e Malu, fazem meu rosto queimar de
tanta vergonha, Alex apenas me olha sem dizer nada.)
- Vou com minha gata, 50 que passaram a madrugada transando.
(Guilherme completa e sinto que estou completamente pálida. Isso aqui virou
o quê.)
- Não iriamos... falar de trabalho? (Gaguejo, merda Larissia, seja mais
séria.)
- Calma amiga, estou prestes a ganhar dinheiro. E então, quem ganhou?
- Malu! (Olho e coro por completo, duas batidas na porta chamam minha
atenção e agradeço aos seus por me tirar dessa situação, não sei o que houve
em Alex, ele parece que não está escutando nada. Com ajuda do garçom
ponho os pratos no balcão.) Obrigada!
- COMIDA!!! (Malu se levanta e vai para o balcão, seguida por Guilherme
e Marcelo, Alex não se movimenta, Meu Deus que cara difícil! Vou até ele.)
- Não está com fome?
- O que sentiu?
- Do que está falando?
- O que sentiu? (Ele se levanta ficando na minha frente.) O que sentiu
quando ele te beijou. (Suas mãos vão para a minha cintura e ele aperta o
local.) Você o queria? (Ele sussurra em meu ouvido e estremeço.) Me
responda Larissia. (Ele continua sussurrando e sinto minha pele queimar com
sua proximidade, suas mãos sobe devagar pela minha barriga e seus dedos
provocam meus seios por cima da blusa.) Você se excitou?
- Alex... (O chamo baixo e sinto minhas forças deixando meu corpo, seus
lábios passam por minha bochecha.)
- Ele te fez sentir assim?
- Não... (Digo em sussurro)
- Você é minha Larissa, só minha! (Seus lábios pressionam os meus e nos
beijamos de uma forma única, sua língua explora minha boca com vontade,
sua mão agarra meu pescoço e a outra vai descendo pela minha cintura e
sinto que ele vai suspender minha perna.)
- OIIII, ESTAMOS AQUI, NÃO SEI O QUE ESTÃO COCHICHANDO,
MAS TENHO CERTEZA QUE É SAFADEZA! (Malu praticamente grita,
rindo e como um banho de água gelada me afasto de Alex, completamente
envergonhada.)
- Eu sou super a favor do voyeurismo, mas entre mulheres, então sai daí
Alex! Se as meninas quiserem sintam-se à vontade.
- VAI SE FUDER MARCELO! (Guilherme e Alex falam praticamente ao
mesmo tempo e Marcelo rir.)
- Venham comer, já que fizeram as pazes, tentaremos ser eficientes, para
vocês continuarem a sós. (Malu diz divertida e sinto meu rosto queimar, hoje
realmente não é o meu melhor dia!)
- Vem! (Alex pega em minha mão e vamos juntos para o balcão.
Comemos juntos e pela primeira vez me sinto completamente bem, não
pensei que seria tão bem recepcionada pelos amigos de Alex, para falar
verdade estava com receio de me acusarem, mas eles simplesmente brincam
sem nenhuma restrição, como se fossemos amigos de longas datas e sinto que
está na hora de aproveitar o que o destino me deu, como meu pai falou, não
existe coincidências no nosso mundo, era nosso destino.)
Capítulo XXVIII
"A verdade é uma coisa bela e terrível, e portanto, deve ser tratada com
grande cautela." - Harry Potter
Caio Silva Lisboa
Você já sentiu que tudo que projetou está a um passo de escapar de seus
dedos. O trabalho árduo, ou nem tanto assim, de dois anos prestes a virar pó?
Como se sentiria, se tirassem aquilo que vem almejando tanto tempo, qual
seria a sua reação? Se você observasse alguém por um longo tempo e
soubesse exatamente tudo sobre ela? Sua comida favorita, seu sorriso
verdadeiro, sua forma de pensar, agir e falar, conhece cada um de seus jeitos,
sabe decifrar sua timidez, sua perspicácia, sua curiosidade. Até mesmo os
seus defeitos e qualidades, alguém que conhece a sua verdadeira identidade e
a ama em segredo.
Saio da boate e sinto meu sangue fervendo a mil, aquele olhar, ele
praticamente a comeu com os olhos, senti a fome emanar dele, senti sua raiva
ao me ver ao seu lado. De todas as pessoas tinha que ser ele a desejá-la? O
procuro por todo o local, e não encontro. Onde você foi CRETINO! Meu
sangue apenas esquenta, eu vi os seus olhos, vi o seu desejo, sentir sua
vontade por ela, preciso sair daqui, entro no carro e faço o trajeto consumido
pela fúria, raiva e ódio. Entro em casa e vou em direção ao quintal, quem ele
pensa que é para falar assim comigo? (Abro os botões da minha camisa e
coloco minhas luvas. Olho o saco de areia preto e projeto seu rosto
prepotente. FILHO DA PUTA! (Soco com força.) Aquele delegado
miserável, acha que tudo está em seu alcance? NÃO MESMO! (Meus socos
se tornam mais agressivos.) Você não vai tirar ela de mim, não vai mesmo!
(Soco mais e deixo minha raiva extravasar. Chuto com força.) FILHO DA
PUTA!
- Filho! (Minha mãe surge com uma taça de vinho na mão.) Já chegou?
- Sim! (Foco em apenas socar esse maldito saco de areia.)
- O que houve? Seu encontro não deu certo? (Sua voz debochada me dar
ainda mais raiva.)
- Eu me encontrei com ele, mãe. (Seu rosto se projeta e espanco ainda
mais o saco.)
- Com quem? (Ela parece não entender.)
- O delegado federal.
- VOCÊ O QUÊ?
- Isso mesmo, a Malu, a garota que eu falei que é amiga de Larissia.
- Sim!
- Ela está namorando um policial, eles parecem que são melhores amigos.
- Essa garota é esperta, tem pessoas com boa índole ao seu lado!
Esplêndido, aquela famosa frase, olha com quem andas que te digo quem és.
- Eles já se conheciam mãe, não foi ela que forçou uma ligação, a Larissia
é uma mosca morta para segunda intenções!
- Surpreendente, a sorte a persegue então? Será? (Sua voz é calma, ela
bebe o vinho devagar.) Mas, por que chegou agora, se estava assim tão
interessante?
- Ela foi embora, tenho certeza que deve ter falado algo com ela que a
assustou, aquele cretino! (Esmurro o saco de areia com muita força e ele
rasga.)
- Calma querido! Martin (ela chama o mordomo.) traga outro saco. (Retiro
a luva da mão direita e vou até ela pegando sua taça e virando de uma vez,
sinto o líquido queimar minha garganta.
- O que houve para ficar com tanta raiva?
- Ele quer Larissia.
- O delegado? (Ela rir friamente) Impossível essa relação. Como uma
menininha sem sal vai conquistar logo ele?
- Eu vi mãe, vi como ele a olhou, vi seus olhos famintos por ela. (Fecho
meus punhos com raiva) E ela não é sem sal, não fale assim.
- Ok! Mas e ela? Demostrou interesse?
- Parecia intimidada, mas continuou ao meu lado.
- Então o que há para se preocupar? Você é tão lindo quanto ele, é tão rico
quanto ele.
- A Larissia não liga para essas coisas mãe, eu não sei, fiquei
desconfortável, ele a olhava com fúria, possessão.
- Caio, não me venha com brincadeiras a essa altura do campeonato, não
há motivos de temer o delegado, não o deixe tomar Larissia.
- Você acha que ele sabe quem ela é?
- Com certeza não! Se não fosse por você, nem mesmo eu que já a vi, a
conheceria. Marcus é cauteloso demais!
- Então ele se interessou realmente por ela! (Afirmo, mas quem não se
interessaria? Ela é inteligente, calma e não ver maldade em ninguém.)
- É possível, mas é preciso que tenhamos cuidado, o oposto não pode
acontecer de maneira nenhuma Caio. (Sua voz se torna rígida.) Você vai
deixar que um órfãozinho, tome o que é seu por direito.
- Não! (Sinto apenas ódio.)
- A Larissia é sua! (A voz firme da minha mãe vibra em meus
pensamentos.)
- Sim! A Larissia é minha! (Repito como um mantra. Martin se aproxima e
troca o saco, coloco a luva novamente e soco com força.) Ela é minha, A
LARISSIA É MINHA!
- Nos esperamos muito tempo para isso Caio, foram 4 anos de espera, não
vacile! (Ela me repreende amarga) Não o deixe estragar. (Seu olhar é frio e
distante.) Eu quero tudo dela.
- Não deixarei, farei ele se arrepender de desejá-la. (Soco mais o saco de
areia.)
- Você sabe que precisa fazer o possível e o impossível para mantê-la ao
seu lado, não sabe?
- Sei mãe! Eu não vou deixar (Chuto com força o saco) absolutamente
NINGUÉM. (Outro soco) Tirar o que me pertence.
- Não espero menos de você Caio. (Sua voz é fina e rígida.)
-Pode esperar, ele não tem noção o que eu posso virar para proteger o que
é meu.
- Acho bom! (Ela sai e me deixa sozinho.)
- Você não vai estragar tudo, não mesmo! (Chuto e novamente o saco fura.
Automaticamente Martin traz outro saco, sem nem mesmo eu pedir. Me
aguarde Alex!)
Chego na universidade e já vejo o carro preto, Larissa veio hoje! Vou para
aula e mal espero ela terminar, vou a sala das meninas, mas já está vazia.
Procuro entre os corredores e não acho. Vou até o refeitório e já a vejo
sentada com Malu, pego meu almoço e me sento com elas. Hoje seu rosto
está mais iluminado e seu sorriso me faz querer possuir seus lábios
- Oi minhas gatas! (Digo sentando ao seu lado.) Lari você está bem? Saiu
daquele jeito do nada.
- Ah! Eu tive um probleminha de estômago, mas já estou bem! (Ela sorrir
e lembro quando minha mãe me falou dela, precisei ficar dois anos de longe
apenas me destacando na universidade e fazendo uma fama entre todos, pois
só assim ela iria ver o quão sou importante, para chamar sua atenção, lembro-
me, como seu rosto corava, quando eu apenas a cumprimentava, era evidente
que sua timidez era reflexo da sua vida privada, mas no dia que eu fui seu
monitor tudo mudou e comecei a me aproximar dela.)
- Entendi! O que acha de sairmos hoje Lari? (Olho fundo em seus olhos.)
Um cinema! (Ela me olha confusa e não sei por que me irrita, ultimamente
não tem reagido como antigamente, seu rosto já não cora em minha presença
e sua timidez não é como antes.)
- Hoje não posso Caio. (Mais uma vez ela nega, mas se fosse a Malu
chamando-a, ela aceitaria.)
- Você nunca pode, não é! (Sinto uma raiva me consumir.) Quero dizer,
tudo bem! (Tento disfarçar.)
- Eu preciso ir ao bistrô hoje Caio, por isso não vou poder. Me desculpe!
(Ela diz, mais uma vez usando as suas muitas desculpas.)
- Nem lembrava que você era uma mulher de negócios, (forço um sorriso)
tudo bem, deixa para uma próxima! E você Malu, tem planos? (Tento mudar
o assunto, antes que a minha raiva decida consumir meu corpo.)
- Infelizmente não, (ela revira os olhos) mas não é como se eu fosse ir ao
cinema com você. (Realmente)
- E eu nem a chamaria. (Sorrio e confirmo) Mas, brincadeira a parte vocês
vão fazer a prova do professor Lúcio amanhã? Soube que ele vai
disponibilizar dois dias para a realização.
- Eu vou fazer amanhã logo, odeio deixar as coisas para outro dia. (Malu
diz enquanto come.)
- Eu fui dispensada. (Ela diz tranquila, enquanto põe uma pequena porção
de comida a boca, ah essa boca... Você ainda vai ser minha LARISSIA!)
- Dispensada? (A olho observando os movimentos dos seus lábios me
chamando.)
- Sim, é um simulado, mas já passei na OAB esqueceu?
- Oh sim! Acho que tudo que eu sei sobre você estar sumindo da minha
mente. (Dou risada.)
- Impossível, você é caidinho por ela! (Malu nos olha e sinto que esse é o
momento correto.)
- Malu! (A voz de Larissia surge, mas logo invisto.)
- Ela não está mentindo! (Fixo meus olhos em suas íris verdes e mais uma
vez não há vejo corar, por que você não reage mais as minhas olhadas
LARISSIA!)
- Acho que é minha deixa. (Malu se levanta e eu agradeço em silêncio, é
agora Caio, vamos começar)
- Acho que vou com Malu. (Ela sorrir e se levanta, parece desconfortável,
mas essa é a deixa que eu precisava)
- Lari! (Puxo seu braço a impedindo de sair, mas me controlo para não
utilizar nenhuma força, a única força que quero fazer sobre ela é a do meu
pau a invadindo.)
- Eu realmente preciso ir... (Não, Lari, não agora que decidi falar, me
levanto e nesse instante uma praga aparece em minhas vistas, delegado! Hoje
você vai ver. Me aproximo de sua boca.)
- Lari, eu gosto de você e sempre achei que sentisse o mesmo. (Digo
calmo, e já vejo o homem me olhar em fúria, olho para Larissia, e digo) Eu
confesso, na boate, algo realmente me incomodou. E decidi que não quero
mais esconder o que sinto por você.
- Caio, somos amigos. (Ela tenta puxar o braço, mais ainda o seguro e me
aproximo ainda mais, vejo que o cretino se aproxima.)
- Eu quero mais que isso Larissia, e você também... (A beijo e sinto sua
relutância, mas continuo, eu sei que ela vai se entregar, eu sei! Meus instintos
agem rápido, pensar que ele está vendo, e que eu a possuí primeiro, me faz
ficar excitado, ela é minha.)
- Achei que a universidade era um local de estudos. (Sua voz, faz com que
Larissia se assuste e acabamos nos separando, porém ainda mantenho minhas
mãos em seus braços, para que ele veja quem está com ela. Seus olhos
encaram minhas mãos e vejo raiva emanar.)
- O que você... (Não espero Larissia concluir e a interrompo.)
- Na sua época talvez, mas agora podemos fazer mais do que estudar. (Sua
fúria é palpável.)
- Pode ser, mas o que vejo não me parece ser um ato consentido.
- Se não fosse alguém teria interferido, não ver como está lotado? (Bingo,
seus olhos estão em chamas.)
- Alex Aguiar! (A voz do reitor chama a nossa atenção.) Já estava a sua
espera! (Ele diz animado!) Você está ainda mais forte! (Não vejo nada de
forte, ele não passa de um rato federal.)
- São apenas seus olhos! (Sua voz sai ríspida.) Acho que cheguei um
pouco atrasado. (Ele olha friamente para Larissia, desculpa, mas você chegou
realmente atrasado.)
- Não mesmo, não acreditei quando o professor me informou da sua
colaboração com nossas pesquisas, faremos o máximo para lhe ajudar.
Vamos até minha sala. (Isso reitor leva esse cretino para longe.)
- Só um minuto.... (O filho da puta olha para Larissia, eu não vou deixar
você falar com ela.)
-Eu preciso ir, Licença! (Ela retira minha mão e sai, o delegado me olha
com fúria, e antes de sair fala comigo.)
- Boa sorte garoto! (PREPOTENTE FILHO DA PUTA! Ele se acha
superior, sua voz foi desprezível, eu vou te provar, o quão desprezível sou!)
Saio do refeitório e sinto a raiva me consumir por completo, procuro o
carro dos seguranças de Larissia e não encontro. Ela deve ter saído com medo
do delegado, essa é a única opção. Espero dentro do carro ele sair é isso
acontece após algumas horas, seus amigos riem, mas ele parece sério. Eles
entram em um carro e saem. Vou atrás, mas vejo que estacionam em frente à
delegacia, melhor sair logo daqui. Vou direto para casa e vejo que minha mãe
está sentada no sofá olhando algumas pastas.
- Ele estava na universidade. (Olho para ela, sentindo minha raiva
crescendo cada vez mais.) Ele está atrás dela!
- O delegado? (Ela levanta sua sobrancelha e presta atenção em mim.) O
que estava fazendo.
- Ele usou a desculpa de uma parceria entre a universidade e a DP, eu já
falei da relação do escrivão com o meu professor.
- E por que você acha que é uma desculpa?
- Por que ele não foi direto para a reitoria e sim para o local onde eu estava
com Larissia.
- Então ele está realmente interessado na garota? (Ela sorrir)
- Você rir?
- Claro, isso é algo interessante, e ela?
- Saiu imediatamente. (Pelo menos isso)
- Deve ser apenas proteção do Marcus, essa história está ficando
interessante. (Sua voz debochada ecoa pela sala.)
- O que tem de interessante mãe? Eu estava beijando a Larissia quando
aquele filho da puta interferiu.
- Você a beijou?
-Sim!
- Então continue, vá cada vez mais longe com ela, essa história é
interessante, mas não podemos perder nosso foco.
- Ele parece que não vai desistir... (admito sentindo minha veia pulsar, ele
me desprezou em suas palavras, me chamou de garoto, aquele cretino!)
- Ele é um caçador nato Caio. (Ela me olha pensativa.) Quanto mais a
presa foge, mais ele vai caçá-la.
- O que quer dizer com isso?
- Ele não vai desistir até ter o que ele quer.
- Isso não vou permitir! (Só por cima do meu cadáver, ou do dele, não
estou me importando com sua posição, faço ele ir para o inferno rapidinho.)
- Você não pode filho, faça-o ver que ela já é sua. Mesmo que ela não seja,
não podemos perder esse posto, você me disse que a ama, não é?
- Sim, mãe.
- Então proteja o que é seu a todo custo, podemos usar essa obsessão do
delegado ao nosso favor, mas não podemos deixar que ele tenha o que quer.
- Eu não vou deixar! (Vou para a academia e treino pesadamente, o gosto
dos lábios de Larissa está impregnado em mim, os olhos em chamas daquele
delegado é a minha fúria. Sinto que preciso tirar toda essa raiva, e desconto
no saco de areia. Me lembro dos seus olhos indo para as minhas mãos
segurando a cintura de Larissia. Eu posso fazer muito mais, (a risada me
consome) EU VOU FAZER MUITO MAIS!
Espero entardecer e vou em direção ao bistrô de Larissia, vamos ver se ela
realmente está ocupada. Chego e não vejo movimento. Está tudo escuro
ainda, olho o relógio e ainda não passou das cinco, vim muito cedo.
Estaciono o carro, e aguardo pacientemente, por Larissia eu fico até mil anos
aqui! Vejo funcionários chegando, mais nada de Larissia, uma hora se passa e
nada, vejo um carro preto parar, e me surpreendo. O delegado e seus amigos
descem, acompanhados de Malu, e entram no restaurante. O que ele está
fazendo aqui? O que eles estão fazendo aqui? Espero mais um pouco e logo
vejo três carros parando, olho e reconheço os seguranças. É Larissia! Nossa a
segurança está pesada. Me abaixo, para que eles não pensem que sou uma
ameaça e vejo Lari entrar. Droga se eu entrar, eles vão desconfiar da minha
presença. Fico observando enquanto as horas se passam, estou a sete horas
dentro desse caro. Já são meia noite e os últimos clientes saem, onde eles
estão? Larissia sai, sozinha e não há nenhum sinal deles. Que porra é essa?
(Os seguranças saem e todo o bistrô está escuro, por onde eles saíram? Ligo o
carro e saio, o que aconteceu? Eles não podem ter sumido, ELE NÃO PODE
TER SUMIDO! Eu vou descobrir o que pretende, delegado, tenha certeza,
que vou descobrir tudo o que preciso e você não perde por esperar... Alex
Aguiar!
Capítulo XXIX
" Existem a beleza que excita, a que comove e a que satisfaz: a melhor é a
última. Duque de Lévis
Alex Aguiar
Após jantarmos em um clima completamente descontraído, começamos ao
assunto que nos fez estar aqui.
- Bom, os meninos já sabem sobre tudo referente a você Lari, (A olho e
vejo que ela consente.) Hoje á tarde avaliamos o material que você me
entregou e comprovamos que é verídico. É o procedimento correto. (Tento
me justificar.)
- Eu sei! (Ela diz sorrindo)
- O problema todo é que temos material suficiente já para uma busca e
apreensão, porém falta dois fatores! (Guilherme se levanta e vai até o quadro
montado por Larissia)
- Não encontramos provas contra ela, (Ele aponta para a juíza.) e nem
temos como inocentar a Larissia. Alex tentou retirar o pedido das passagens
aéreas, mas já havíamos colocado no processo e mesmo que seu nome não
apareça ainda, é uma questão de tempo até associar o comprador. Então você
será a primeira acusada da morte do Cauã. (Ele fala e me vejo mais uma vez
perdido, eu não posso permitir que ela seja acusada por isso.)
- Você não pensou direito Lari! (Malu diz inconformada.) Não há mais
nada que possamos fazer? Apesar de ainda não ter se formado, tenho
domínios, eu havia proposto uma delação do Marcus inocentando a Lari.
- Você tem esse documento Lari? (A olho com esperança.)
- Sim, tenho, mas a data é muito antes da morte de Cauã, eu ainda seria
acusada. Não se preocupe comigo.
- Eu preciso Larissia! (A olho, será que ela não entende o quanto é
importante para mim? Eu abri mão do meu dever para protegê-la.)
- Sim, mas se for por isso, seria por alguma outra coisa, eu estou ativa no
conselho! (Larissia se levanta e olha calmamente para o quadro.) Sobre ela,
posso tentar descobrir mais coisas, porém nas reuniões do conselho eles não
falam sobra a função exata de cada um.
- Então, poderíamos organizar um flagrante. (É a vez de Marcelo)
- Mas, Larissia estaria no meio. (Digo sério)
- Eu não me importo! (Ela fala séria e me irrito.)
- Mas eu sim! (A olho em fúria.)
- Alex... (Ela me chama)
- Não Larissia! Eu não a quero sendo acusada como criminosa, se Robert
conseguiu livrar a Emma, eu também consigo! (Digo convicto e os meninos
me olham.)
- Então faremos nos nossos métodos! (Marcelo me olha e confirmo.)
- O que querem dizer? (Malu pergunta curiosa)
- A lei nem sempre é justa minha gata, mas nós sim! (Guilherme a olha e
pisca.)
- Por enquanto, iremos manter Larissia, apenas como uma Montenegro.
Começarei um treino com os agentes, enquanto tentamos encontrar o local
das reuniões. (Começo a detalhar meu plano.)
- Vocês precisam se preparar muito mais do que pensa. (Larissa revira os
olhos.)
- Por que? (Guilherme questiona.)
- Entendi o flagrante e acho interessante, dessa forma nenhum membro do
conselho poderá escapar, mas entrar naquele lugar, é mais complicado.
- Somos os melhores em campo Larissia! (Digo convicto, ela não faz ideia
de quem sou.)
- Vocês acham que são apenas seguranças que me rodeiam? Vocês podem
ser os melhores em campo, mas estão lhe dando com maquinas de matar.
- Isso não é problema! (Marcelo diz orgulhoso.) Somos muito bem
treinados.
- Não, não como os Vizzanos! (Ela fala tão convicta que fico curioso.)
- Você está duvidando dos meus policiais Larissia?
- Não Alex! Mas, sei do treinamento dos seguranças, antes de se tornar um
mafioso, são 5 anos isolados de tudo, eles passam por um treinamento de
lealdade e vocês não tem noção do que esses caras enfrentam.
- Tipo? (Marcelo questiona.)
- Sabe a marca que os donos de gado põem. Cada mafioso tem uma, e é
feito sem nenhuma anestesia e por vontade própria.
-Impossível. (Os olhos de Marcelo se abrem surpresos.)
- A dor do ferro quente, não é nada comparado ao que eles passaram no
treinamento, o corpo fica tão dessensibilizado que eles fazem por conta
própria.
- Então quer dizer que eles são invencíveis? (A questiono) São seres
humanos comum.
- Não, eles podem ser vencidos, mas são seres humanos que não tem nada
a perder, eles juraram lealdade a máfia e morreriam por ela.
- Meio macabro isso! (Marcelo parece não gostar nada.)
- Você não faz ideia, para Larissia ir tranquilamente para minha casa,
precisei deixar fazerem uma inspeção, após assinar um texto de lealdade a
ela, eles são extremamente cautelosos. (Malu diz olhando tranquilamente
para as unhas.)
- Apesar de eu não querer que ela fizesse isso, mas Malu tem vontade
própria! (Sorrio)
- Claro, qual o problema pôr no papel o que já somos! (Vejo as duas se
entreolharem e sinto sua conexão forte.)
- Eles são meticulosos com tudo! (Guilherme fala pensativo)
- Mas nós também. Larissia, deve ter alguma falha na segurança, eles não
são tão perfeitos, tente observar como eles se organizam, se há um conflito,
qualquer coisa que possa fazê-los vulneráveis...
- AH TEM UMA! (Malu rir e vejo olhar para Larissia, que a olha séria.)
- Ela está brincando. (Vejo suas bochechas ficarem vermelha e sei que tem
alguma coisa aí.)
- Continue Malu! (Digo sério)
- Ela está brincando. (Larissia está tentando esconder alguma coisa.)
- Precisamos saber de Tudo Larissia! (A olho sério)
- Uma vez conseguimos furar a segurança para Lari ir a um show...
- Como?
- Nossa Larissia, tem alguns truques.
- Malu! (Ela repreende)
- Se tem uma maneira, é melhor que conheçamos Larissia. Continue
(Peço)
- Ela seduziu o segurança e conseguiu escapar, para ir há um show.
- Você o que? (Pergunto, mas sinto que não quero ouvir a resposta.)
- Todo mundo quer se tornar o herdeiro da Máfia senhor bonitão, e a
Larissia é o único passe para essa empreitada! (Malu fala divertida) viu o
tesouro que tem nas mãos?
- Para de besteira Malu! (Larissia a repreende)
- Besteira? Podemos reduzir a quantidade de seguranças se usarmos você
como isca.
-NÃO! FORA DE COGITAÇÃO! (Interrompo Malu!)
- Alex, não seja imbecil, ninguém vai comer sua boneca. (Marcelo fala e o
fuzilo com o olhar.)
- Garotão, você não conhece o treinamento dos seguranças, se
conseguimos reduzir a quantidade, teremos uma pequena chance. (Malu fala
séria, me olhando.) Eu não a colocaria em risco, ninguém vai fazer mal a ela
na máfia.
- Isso pode dar certo Alex! (Guilherme fala pensativo) Mas o que pensou
Malu?
- Para falar verdade acabei de pensar! (Ela rir) Podemos fazer duas coisas
acontecerem em um só momento.
- Como assim? (Guilherme pergunta, mas apenas observo calado, Larissia
seduzir outros homens? Essa ideia não me agrada, não é machismo, mas
pensar em outros caras a desejando me dar raiva.)
- Lari, você lembra o que fez para que o segurança saísse do seu posto?
- Malu! Lembro! (Ela fala nervosa, mexendo no cabelo.)
- Se você utilizasse suas câmeras para chamar atenção dos seguranças?
Com certeza, eles iriam prestar mais atenção em você, do que está
acontecendo em uma sala cheia de pessoas chatas.
-NÃO! (Me levanto) Vamos pensar em outra maneira, mais policiais,
armamento.
- Tudo isso temos Alex, até mais que vocês! (Larissia me olha.) Eu faço
isso!
- Problema resolvido, agora só precisamos descobrir o local e horário para
a invasão. (Marcelo diz animado.)
- NÃO!
- Qual é cara? As coisas já estão difíceis para nós.
- Se fosse a Malu, Guilherme?
- Eu vou fazer o que é preciso Alex, e chega desse assunto! (Larissia me
olha com olhos em chama.) Vamos fazer assim, eu posso ir há um
treinamento de vocês e ajudar.
-VOCÊ? (Marcelo pergunta rindo)
- Você não deveria falar isso! (Malu rir da cara de Marcelo.) Eu não perco
essa cena! (Sua animação atiça minha curiosidade.)
- Eu fui treinada por eles, posso explicar como funciona os seus métodos.
- Ela quer mesmo ir ao treinamento? (Marcelo ainda rir, acho que ela não
faz ideia de como somos.)
- Que mal há? Acho que seria interessante. (Sua amiga ainda rir)
- Vamos manter o foco? Depois falamos sobre isso! (Larissia dar de
ombros) Então é o seguinte, eu e Malu, fomos contratadas para um estágio na
delegacia e faremos parte da investigação, então nenhum dos policiais vai
estranhar nossa presença! (Ela faz sinal para que eu e Guilherme se sente, e
toma uma postura que eu nunca vi, tão confiante.)
- CORRETO! (Guilherme sorrir)
- Mas, eu não vou poder ir para a delegacia, como você pensa em nos
colocar na investigação? (Ela me questiona seria, seus olhos estão escuros e
essa não é a minha Larissia doce.)
- É isso que precisamos conversar! (Digo ainda sério, essa situação está
saindo do meu controle e não gosto de nada fora do meu controle.)
- Na minha casa de campo! (Malu diz confiante.) Pensem bem, não um
melhor lugar, Lari tem passe livre para ir lá, somos apenas eu e meu irmão,
Betto sabe sobre Malu e mesmo assim mal vai aquela casa. A casa é
completamente grande, dar para um batalhão se for preciso.
- Não sei se meus policiais iriam concordar! (Digo pensativo)
- Basta falar que precisam de um disfarce, não sei, você pode inventar
alguma coisa. (Malu dar de ombros.) Além do mais, meu relacionamento
com Guilherme não é escondido, basta dizer que usou a casa da namorada
dele como disfarce. Inventem, até você pode ter uma casa de campo Alex,
apenas informe que vai mudar a sede, pois com as novas provas é preciso que
mantenham cautela.
- Minha gata é inteligente demais. (Guilherme a beija.)
- Pronto, então já temos um local para as investigações e treinamento.
(Larissia começa a falar e apenas a observo calado.) Agora vou explicar um
pouco do que reunir em minhas investigações. (Ela vai delicadamente até o
quadro e começa a falar.) Vocês já conhecem a máfia, começamos, a muitas
décadas atrás. Atualmente o líder é Marcus Vizzano, meu pai! (Ela aponta
para a foto do seu pai) Porém a máfia é uma organização hierárquica, abaixo
do meu pai está o conselho, composto pelos membros que comandam a elite
brasileira, temos políticos como o governador, e deputado federal, a exemplo
do meu Tio Aloísio, que atualmente está afastado.
- CARALHO! Então essa é a ligação? (Marcelo pergunta.)
- Agora as coisas estão começando a se encaixar. (Guilherme fala
animado)
- Por isso Marcus estava protegendo o deputado! (Concluo como se
começasse a encaixar peça por peça.) O tio de Larissia não deu propina
suficiente aos policiais e eles acabaram o delatando, porém como ele é irmão
do chefe, não poderia ser o pivô das investigações, por isso o Marcus cedeu
ao acordo, pois era isso, ou Larissa poderia assumir a liderança da máfia e ele
quis proteger a filha disso.
- Então ele tem coração. (Marcelo fala rindo, mas Larissa o olha triste.)
- Ele pode ser ruim, mas é meu pai! (Escuto sua voz emanar raiva.)
- Desculpa ruivinha, foi sem querer. (Ele se desculpa)
- Continuando, por isso a relação do deputado estava abalada com o
governador, como Marcelo mesmo descobriu, o conselho virou as costas ao
deputado, pois ele foi desleal.
- Realmente tudo está começando a clarear.
- Sim, isso tudo aconteceu e acabou causando um mal estar dentro da
máfia, então com a minha ajuda e de Cauã, conseguimos a delação tirando o
nome do tio e acalmando os ânimos no conselho, mas continuando, o
conselho é realmente uma superpotência. Temos grandes indústria como os
Sampaios, Benny’s e Farello LTDA, que comandam a economia do brasil,
alguns banqueiros, como o Ângelo D’avilla e Fortunato. A juíza,
nacionalmente conhecida Margareth, o ex delegado federal de são Paulo e a
promotora atual de belo horizonte. Como podem ver esses são os quem vem
abaixo do meu pai e eles são estrategicamente escolhidos, abaixo do conselho
estão os representantes, estes são centenas e eu não os conheço, porém sei
que eles fazem acordos com as policias locais, facções e todo o lixo do crime.
A máfia é responsável por cerca de 356 pontos de prostituição, as rotas do
norte ao sul, para cargas de drogas e reabastece mais de centenas de
comunidades. Além do chamado, funções VIP, as quais estão entre
sonegação de impostos, pedaladas fiscais e desvio de dinheiro público.
-PUTA QUE PARIU, é mais do que eu imaginava. (Marcelo diz e reflete a
sentimento de todos, eu sabia que era extenso, só não pensava que era tanto.)
- Sim, mas o importante de toda a organização, são eles. (Ela aponta para
o conselho.) Se você consegue tirar isso, você consegue desestabilizar o resto
e fica mais simples encontrá-los. Nos documentos que entreguei a vocês,
estão provas contra o banqueiro Ângelo, do governador, da promotora e das
empresas Benny’s e Farello. Precisamos encontrar as provas restante, para a
incriminação. Uma simples denuncia não vai trazer resultado, como podem
ver eles têm poder suficiente para calar qualquer um.
- Já temos do Sampaio e com essas informações meu pessoal consegue
encontrar os demais. (Acrescento) Eu não vou deixar calar, temos a mídia e o
poder da população.
- Então o plano é, treinar, achar o restante das provas e atacar. (Larissia
fala convicta e sinto que na minha frente está uma mulher totalmente
diferente da que conheci, ela é confiante, decidida e completamente sexy.)
Serei o que precisam para descobrir tudo sobre a máfia, darei o que
precisarem e conseguiremos acabar com isso!
- Amiga, arrasou! Professor Ricardo, piraria com essa apresentação. Ela
arrasa nas apresentações. (Malu fala animada olhando para Guilherme.)
- Se deu bem amigo! (Marcelo bate em meus ombros e eu apenas a olho,
essa menina vai ser a minha perdição.)
- Foi melhor que o Alex, explicando! (Guilherme debocha.)
- Eu estava apenas... (Ela fica tímida, estava prestes a usar sua boquinha
nervosa em outra coisa, SE CONTROLA ALEX! Me levanto e vou até ela.)
- Ela explica e eu coloco em ação. (Puxo sua cintura para perto de mim.)
Você é ótima com as palavras, (Sussurro em seu ouvido) já quero sua boca
fazendo outras coisas. (Ela cora ainda mais e dou um rápido beijo em seus
cabelos.)
- Essas provas reduziram nossas investigações em 70% você é um máximo
Lari! (Marcelo brinca.)
- Sai Marcelo, essa é só minha. (Digo beijando seu pescoço e a sinto seus
pelos se arrepiarem.)
- Você se acha. (Ele debocha e vai até o balcão se servindo de mais vinho.
O telefone de Larissia começa a tocar e ela se afasta de mim e atende.)
- Precisamos montar o ataque, assim que Larissia descobrir onde fica o
local... (Paro e olho para Lari, seu rosto fica um pouco branco além do
normal.)
- Sim. Como? (Vejo seus olhos abrindo em alerta.) Não, o deixe... não
deve ser nada demais. (Seus olhos me alertam e vou até ela.) Certo, qualquer
coisa aviso, mas não façam nada. Ok!
- O que houve? (Questiono)
- Caio está aqui! (Ela parece confusa)
- Caio aqui? (Malu se junta nós.) ele quer falar com você?
- Não é isso, não foram meus funcionários que ligaram. (Seus olhos
mostram confusão e sinto minha raiva crescendo aos poucos, o que esse
bastardo quer aqui?)
- Quem foi? (Digo sério)
- Os seguranças, parece que ele está aqui antes de eu chegar e até agora
não saiu, como os seguranças sabem que ele é meu amigo não fizeram nada,
mas já passam quase cinco horas que ele está dentro do carro, apenas
olhando.)
- CINCO HORAS? (Malu grita)
- Sim! (Elas parecem não entender, e fico desconfiado, por que ele
esperaria tanto tempo sem nem ao menos descer?)
- Qual a relação de vocês? (Elas me olham confusas) Quero dizer, como o
conheceram?
- Normal, ele é nosso veterano e após uma monitoria a dois anos atrás nos
aproximamos. (Malu responde rápido.)
- Nunca perceberam nada de estranho nele?
- Não, ele sempre foi normal, só agora! (Larissia responde meio
pensativa.) Eu recusei o convite, e disse que estaria aqui...
- Ah é mesmo! Ele pode ter vindo te ver, mas ficou com vergonha, não
sei! (Elas conversam entre si.)
- Que convite? (Questiono)
- Ele me chamou para sair, mas disse que iria estar no bistrô. (Esse menino
está mesmo brincando com fogo.)
- Talvez queira confirmar se você estava mentindo ou se levou um fora
(Malu rir, mas algo me incomoda, não é ciúmes apenas, eu não gosto desse
garoto.)
- Deve ser isso! (Larissia dar de ombros, sem se importar.) Ele não pode
ver vocês aqui ou pode desconfiar que estamos escondendo alguma coisa.
- Sim, o Caio é esperto! (Malu fala.)
- Então o que sugere? (Digo irritado, o que esse menino quer, já não basta
tê-la beijado?)
- Os seguranças também não podem ver vocês, então eu fecho tudo e
vocês esperam um pouco e saem em seguida, pode ser?
- Estou me sentindo em um filme de ação (Marcelo comenta animado.)
- Você é um policial Marcelo. (O olho sem paciência.)
- Você sabe estragar as coisas. (Ele revira os olhos e não me importo.)
- Que horas você precisa ir? (Pergunto a Larissia)
- Geralmente fecho a meia noite e vou embora em seguida, ou mais tarde
um pouco. (Meus planos de explorar seu corpo vão por água abaixo e a
irritação me consome, essa criança está começando a me tirar do sério.)
- Acho que já está na hora então. (Falo grosso) Vamos voltar para
delegacia, precisamos analisar cada movimento que daremos a partir de
agora.
- Porra Alex, sério? (Guilherme me olha com raiva, acho que ele tinha
outros planos com Malu, não amigo, sofreremos juntos.)
- Você está devendo alguns plantões querendo Gui! (O provoco)
- Vou acabar pegando raiva de você senhor mandão! (Malu me olha
ameaçando e todos riem.)
- Culpe seu amiguinho! (Pisco para ela)
- Da próxima vez você não me deixa sozinha. (Larissia fala revirando os
olhos para Malu.)
- Depois conversamos senhorita Larissia. (As duas conversam divertidas.)
- Então, vou ver o fechamento e já volto. (Ela sai e ficamos os quatro
aproveitando o resto de vinho. Meus pensamentos vão para longe e penso
nesse bastardo atrapalhando meus planos, eu preciso saber mais dele.)
Larissia volta após meia hora e nos despedimos, ela sai e o local fica
completamente escuro, esperamos alguns minutos e saímos, não há nenhum
carro na rua. Sigo para a delegacia, e deixamos Malu em sua casa no
caminho, entro e já vejo que os policiais trabalham com afinco. O
cumprimento e faço o mesmo, não vejo a hora de acabarmos tudo isso. A
noite passa lenta, e o local está realmente caótico, as investigações estão a
todo vapor, afinal, agora sabemos o que procurar e onde procurar. Vejo que
Sandro está no fim da sala e vou até ele.
- Sandro!
- Oi chefe!
- Eu preciso de um favor seu!
- É só falar!
-É só umas informações de uma pessoa, tem como checar para mim?
- Isso é a coisa mais fácil.
- Caio Silva, ele está no último ano de direito da universidade que faz
parceria conosco.
- Mais um estagiário?
- Não! Preciso checar melhor suas informações.
- Pode deixar, farei isso, assim que terminar de hackear os sistemas da
empresa Benny’s.
- Valeu! (Saio e volto para o meu lugar, vamos descobrir mais sobre você
Caio, eu não fui com sua cara e algo me diz que não posso confiar em você.
Eu nunca erro nos meus palpites. A noite dar lugar ao dia e aqui estamos nós
ainda na ativa, aproveito que todos da força tarefa estão presentes e os
convoco para uma reunião.) Bom pessoal, vocês viram que temos muitas
provas, e estamos tentando encontrar mais coisas, porém com as novas
descobertas é necessário que tenhamos o máximo de vigilância, e por isso
vamos mover a força tarefa para outro local, onde podemos não só continuar
as investigações, como começar o treinamento intensivo. Nossos oponentes
são feitos para batalhas pesadas, e precisamos nos concentrar ao máximo para
que não venhamos perder ninguém e façamos nosso trabalho com êxito,
então a partir de amanhã iremos nos mudar gradualmente para uma casa de
campo longe dos olhos da máfia. Entendido?
- Sim senhor!
- Nesses dias, vocês ficaram em isolamento, precisamos nos voltar
completamente para esse caso.
- Sim senhor!
- Comecem a armazenar suas coisas, elas começarão a ser levadas hoje à
tarde! Conto com vocês e vamos fazer justiça! (Eles batem palmas e finalizo,
está cada vez mais próximo Alex, o que parecia sem saída, finalmente
começou a fazer sentido, não só o caso, como a minha vida, agora realmente
tudo está fazendo sentido, Larissia, deu sentido a tudo!)
Capítulo XXX
" A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a
quase totalidade, não sente essa sede." - Carlos Drummond de Andrade
Larissia Vizzano
Olho para os lados e vejo o carro de Caio estacionado, entro dentro do
carro dos seguranças e saio, espero que ele saia também. Observo e vejo que
o carro se liga, solto o ar dos pulmões sem nem saber que estava prendendo-
o. Pego meu celular e digito uma mensagem para Malu, informando que o
carro já saiu. Encosto meu corpo no banco do carro, o que deu em Caio? Ele
nunca foi assim, o que está acontecendo agora? Já não basta aquele beijo, eu
confesso que por muito tempo nutri uma queda por ele sim, mas ultimamente
vi que não passava disso uma queda, que desapareceu completamente quando
conheci o Alex.
Chego em casa e sou recepcionada por meus pais sérios me olhando, o que
houve dessa vez, olho receosa para eles.
- Boa noite?
- Sebastian, venha comigo para o escritório. (Meu pai sai seguido por
Sebastian e não me dar nenhuma palavra, o que houve? Vou até minha mãe
que me olha cautelosamente.)
- O que houve mãe? Vocês estão tão sérios.
- Você não tem nada para me contar Larissia Montenegro Vizzano? (Sua
voz é grossa e me questiono se eles descobriram as escutas no escritório.)
- Do que está falando? (Dou um passo para trás, como eu vou explicar
agora.)
- Larissia, seu pai está desconfiado. (Droga!)
- Mãe eu posso explicar... (Como eu vou explicar que estava o espionando
no próprio escritório?)
- Lari, você deveria ser mais cuidadosa. Eu sei que está apaixonada filha,
mas sabe como seu pai é. (Ela descobriu de Alex?)
- Mãe, me explica melhor, eu não estou entendendo.
- Os seguranças contaram para seu pai do seu amigo estacionado em frente
ao bistrô, eles acharam que era uma ameaça, mas você deu ordem para que
eles não fizessem nada, e disse que o conhecia. Seu pai está desconfiado, eu
não poderia contar que está apaixonada. (Eles entenderam tudo errado, mas...
Talvez seja melhor assim! [Minha majestade diz maliciosa do alto de seu
palácio.])
- Então ele acha que eu tenho algo com meu amigo da universidade?
- E como não acharia? Os seguranças disseram que ele estava com você na
boate. (Droga a boate! Será que eles reconheceram Alex? Acho que não,
estava escuro, não dava para reconhecê-lo, Calma Lari, se eles estivessem o
visto, você já saberia.)
- O papai está com muita raiva? (Questiono tento me acalmar, por um
instante achei que tudo estava perdido.)
- Claro, você sabe que a máfia tem leis, você é mulher, precisa encontrar
alguém de dentro da máfia.
- Isso é puro machismo, a senhora não era da máfia.
- Sim filha, mas seu pai é homem, e a máfia tem leis do tempo que a
mulher era reconhecida apenas como dona do lar. Mas, não se preocupe, eu
irei interferir, caso ele insista nessas leis idiotas. (Acho que a senhora não
precisará chegar a tanto.)
- Mas, eu não estou namorando com ele mãe, então pode por favor pedir
para o Papai não fazer nada. (Digo me lembrando dos ciúmes do meu pai, só
falta essa, Caio pagar por algo que ele não tem ideia.)
- Relaxe querida, eu não deixaria. (Ela beija minha bochecha.) Mas, da
próxima vez que quiser esconder m segredo do seu pai seja mais cautelosa,
não se esqueça que ele é dono de um império e sempre haverá pessoas lhe
observando. (Reflito em suas palavras, por mais que não seja nesse sentido
exato, ela está correta, se estou querendo acabar com a máfia preciso ser mais
cuidadosa. Olha o que aconteceu com Cauã.)
- Mãe, eu já vou, estou realmente cansada e amanhã tem aula.
- Tudo bem querida, vai falar com seu pai antes de ir?
- Não ele pode querer me estrangular! (Brinco) Se despede dele por mim,
amo vocês! (Subo as escadas e vou para o meu quarto, jogo minha bolsa no
chão e me jogo na cama. Por uma fração de segundo achei que tinha sido
descoberta, isso não pode acontecer, não antes de encontrarmos toda as
provas, não quero que apenas meu pai saia como o responsável, preciso
incriminar a todos. É assim que restaurarei a honra da nossa família, arranco
o mal pela raiz.)
Mais um dia comum na universidade, hoje não encontrei com o Caio, acho
que ele não veio, pois já o procurei em todos os lugares, preciso que ele me
ouça. Preciso desfazer esses mal entendidos entre nós. Ele gosta de mim e eu
não o culpo, pois também achava que sentia o mesmo. Estou saindo do
refeitório, ouvindo Malu falando do quanto a aula foi chata quando meu
celular toca, olho o visor e é meu pai.
- Lari?
- Oi pai?
- Preciso de você hoje, tem como estar em casa a tarde? (Sua voz é
divertida, algo que não vejo a muito tempo.)
- O que houve pai?
- Você pode estar aqui?
- Acho que sim, (tiro o celular do ouvido e olho para Malu.) a próxima
aula é do Professor Ricardo?
- Sim, por que?
- Nada! (Coloco o celular novamente no ouvido) Posso pai, estarei ai em
minutos!
- Isso filha! Tenho uma grande surpresa para você. (Ele desliga sem dizer
mais nada.)
- Seu pai te convocou, mais uma reunião?
- Não, ele quer que eu vá para casa, disse que tem uma surpresa.
- Seu pai fazendo surpresas, é um pouco assustador. (Ela diz rindo)
- Nem me diga, ontem mesmo quase me entrego.
- Claro, até eu teria me entregado, que imaginaria que o senhor Marcus
seria tão ingênuo.
- Temos que agradecer ao Caio por isso. Só espero que meu pai não utilize
do seu ciúmes para prejudicá-lo.
- O Alex adoraria que isso acontecesse.
- Credo Malu! O Alex nunca vai desejar mal a vida de alguém.
- Acho que você não conhece seu homem direto Lari!
- O que quer dizer?
- Você nunca se questionou por que o apelido dele é El diabo?
- Por que ele não deixa os criminosos escaparem, não é isso?
- Em parte sim, mas ele é conhecido por sua crueldade. Gui me falou os
tais métodos dele. E digamos que seu homem é completamente CRUEL.
Confesso que até imaginei como ele deve ser na cama, um homem tão
selvagem assim deve ser uma perdição.
- MALU!
- Ah amiga, eu estou apenas brincando, o Gui é bem selvagem também...,
mas sabe como é a curiosidade.
- Você não presta! (Dou risada) Depois quero saber mais disso, não
imaginava que Alex era do tipo cruel, enfim, preciso ir.
- E que desculpa eu dou ao professor?
- Diga que precisei fazer uma entrevista e não pude comparecer a aula.
- Certo! Você melhorou nas desculpas, acho que Alex está passando a
crueldade para você.
- Para de loucura Malu, já vou, beijos!
- Beijo gata e boa sorte!
Vou para o estacionamento e sigo com os seguranças para casa. O que será
que meu pai está aprontando? Chego em casa e vejo um carro conhecido,
temos visita? Esse carro? (Meu coração gela imediatamente) Saio do carro
meio trêmula, o que ele está fazendo aqui? Ele não deveria estar aqui,
ninguém vem a nossa casa. Abro a porta com pressa e o que eu mais temia se
projeta diante dos meus olhos, meus pais estão sentados no sofá e riem de
algo que ele fala. Não pode ser, o que você está fazendo aqui?
- Lari até que fim você chegou! (Minha mãe diz animada e sinto minhas
forças se esvaindo.)
- Caio? (Digo trêmula, o que ele faz aqui?)
- Oi Lari!
- O que você faz....
- É assim que você fala com ele Lari? (Meu pai me repreende) Sente-se eu
não convidei o Caio para você ficar parada feito uma estátua. Venha, temos
muito para conversar. (Ando relutante, o que está acontecendo aqui, ninguém
pode entrar na nossa casa, por que ele está aqui?)
- Ficou surpresa? (Caio pergunta baixo para mim.)
- Eu... Não esperava... (Me atropelo nas palavras.)
- Esses jovens, daqui a pouco nós os deixamos à vontade. (Meu pai diz
rindo e sinto um calafrio, que droga é essa.) Eu não acreditei quando me
informaram sobre você Caio.
- O senhor procurou sobre mim? (Ele diz desconfiado, meu pai, o que
você está fazendo? Quer anunciar para o mundo que é líder de uma máfia?)
- Desculpe querido, mas Lari é minha princesinha. Quando um dos meus
seguranças me informou que vocês foram juntos em uma boate, não me
contive, você entende, não é?
- Oh sim senhor! (Ele fala desconcertado.)
- Confesso que fiquei feliz em saber da sua relação com a Margareth, ela é
uma grande amiga minha. (O que ele está falando? Margareth, qual a
relação?)
- Que relação? (Falo em alerta)
- Você não sabia filha? (Meu pai me olha curioso)
- Desculpe senhor, mas isso é minha culpa, não gosto muito de falar sobre
isso na universidade, ou as pessoas podem desconfiar das minhas notas altas
e achar que é meritocracia.
- Do que estão falando? (O que droga estão falando?)
- A tia dele é a Margareth Lisboa, a ex juíza. (Meu pai fala contente e sinto
minhas pernas tremendo, então ele é sobrinho daquela cobra? Será que ele
sabe que sua tia faz parte da Máfia?)
- Então você conhece meu pai...
- Lari, (Meu pai me interrompe sério) apesar da Margô ter o criado, acho
que ele não sabe sobre os negócios. (Então ele não sabe que sua tia é uma
víbora.) Desculpe querido, mas a Lari não gosta que as pessoas saibam que
seu pai é um grande empresário, acho que ela pensa como você, não quer as
pessoas pensando mal.
- Sim, eu entendo, apesar de ser uma universidade pública, as pessoas
ainda acham que há ações corruptas dentro dela em relação a certos alunos.
(Tão ingênuo Caio, você não faz ideia do tipo de corrupção que está diante
dos seus olhos.)
- Mas, pai por que você convidou o Caio assim? Ele tem aula.
- Não se preocupe Lari, hoje estava livre de qualquer maneira, e é um
prazer atender ao pedido do seu pai. (Ele diz carinhoso, como vou me sair
disso.)
- Está vendo Larissia, esse garoto é realmente um bom rapaz! (Meu pai diz
orgulhoso.)
- Pedi a Simone para fazer um lanche para nós. (Minha mãe diz sorrindo)
- Eu acabei de almoçar mãe. (Digo tentando acabar com essa palhaçada,
era só o que me faltava, minha vida uma turbulência e meu pai bancando o
cupido e pior, o Caio ser sobrinho daquela cobra!)
- Ah filha, é apenas um lanchinho, e por que almoçou tão tarde?
- Aula de Penal? (Caio me olha sorridente.)
- Sim! (Digo sem graça)
- Essa é a pior aula Tia Camila, (Tia? Quando eles ficaram tão íntimos?) o
professor só sai da sala quando ele realmente se cansa de falar.
- Meu Deus! Você nunca me falou isso Lari.
- Preciso dar relatórios agora? (Falo um pouco grossa e logo me
arrependo, estou tão confusa com essa situação.) Desculpa mãe, acho que não
estou nos meus melhores dias. (Digo sem graça tentando me justificar.)
- Dias de mulher, se prepare Caio, depois que você casa tem que lidar com
esses dias para o resto da vida. (Meu pai diz rindo, o que ele está querendo
insinuar, estou começando a ficar nervosa.)
- Não se preocupe, eu sou bastante paciente. (Por que ele está alimentando
meu pai? Será que é porque ele gosta de você sua anta! [Minha majestade
debocha])
- Pai, qual o motivo da convocação? (Digo fingindo animação)
- Ah filha! Eu só queria conversar um pouco com vocês, eu sei que por
muitos anos a impedi de muitas coisas, mas conhecendo melhor o Caio, estou
disposto a deixar você seguir seu caminho mais tranquilamente. Caio você
será bem-vindo a essa casa a qualquer momento. Eu faço realmente gosto de
vocês.
- PAI! (O repreendo de imediato)
- Não tem problema Lari, (Caio sorrir amavelmente) ainda não temos nada
senhor Marcus, mas isso pode mudar! (Caio me olha e me sinto presa.)
- Mãe, cadê os lanches? (Questiono apressada.)
- Simone já deve estar terminando.
- Ótimo, vou ajudá-la! (Me levanto imediatamente e vou para cozinha.
Apoio minhas mãos no balcão e respiro fundo.) Que droga de vida viu!
- O que houve minha menina? (Simone se aproxima de mim e só agora me
dou conta da sua presença.)
- Monie, acho que me meti em uma enrascada.
- O que houve? (Ela olha fundo nos meus olhos.)
- Papai tirou conclusões precipitadas e está praticamente me jogando para
cima do meu colega de universidade.
- Como? Sua mãe disse que vocês estavam se relacionando.
- Monie... (Respiro fundo) é complicado, é tudo uma confusão.
- E por que você não descomplica?
- Como vou fazer isso? (Contando que eles estão confundido a pessoa?
Que estou me relacionando com um policial, pior, com o delegado federal?)
- Querida, sua mãe vai entender.
- Monie, quantas pessoas já entraram nessa casa sem ser o tio Aloísio e
sua família?
- Apenas eu!
- Você já é da casa Monie, entende? Se meu pai o convidou até aqui....
- Ele quer que o garoto seja da família. Mas isso não seria possível, ele
precisa ser da...
- A tia dele é, mas ele não faz ideia que a tia faz parte desse lixo. (Aperto
os olhos.)
- Meu bem, você gosta dele? Se você gosta, é realmente algo bom para se
pensar.
- Monie.... Eu não gosto dele. É apenas um mal entendido.
- Mas agora vai ser difícil, seu pai não deixaria ninguém entrar aqui sem
intenções.
- Eu sei Monie! Que porcaria de vida, eu nunca tenho um descanso.
- Oh minha querida, não fale assim, eu sei que é difícil, mas seu pai está
pensando que está ajudando. Ele se sente em dívida com você e acha que está
fazendo algo bom, até dona Camila ficou feliz a manhã inteira, e eu nunca a
vi tão feliz. Acho que estão encarando como algo que você quer e cai
perfeitamente com os termos da máfia. (Ela fala exatamente o que está
rondando a minha cabeça.)
- O que eu faço Monie?
- Querida, você tem duas opções, ou volta lá e explica todo o mal
entendido, ou continua sendo a boa filha e espera esse moço ir embora e
depois conversa com sua mãe. Ela com certeza consegue parar seu pai.
- Acho que nenhuma das duas opções é certa. Droga! (Uma ideia surge
imediatamente em minha mente.) Monie.... Preciso da sua ajuda!
- O que foi?
- Não quero explicar e não quero continuar lá, preciso que me der um
pedaço de damasco.
- O que garota, você está louca?
- Monie, eu tomo remédio e passa rapidinho, apenas vou dormir pelo
efeito do medicamento.
- Lari, você não pode ativar um ataque alérgico apenas para se livrar de
uma situação.
- Monie, por favor, eu vou resolver essa situação, mas preciso de tempo e
espaço. Me ajuda?
- Se sua mãe descobre...
- Será nosso segredo, eu juro que não vai me causar nenhum problema.
- Larissia! (Ela me repreende, mas eu abro a geladeira a procura da fruta,
não consigo achar e ela me ajuda, corto o damasco ao meio e mastigo,
engolindo tudo.)
- Pronto, cadê os lanches?
- Está aqui! Mas eu levo....
- Não! (A interrompo) Eu ajudo, preciso de 5 minutos, até servir ele faz o
efeito. (Começo a sentir minha garganta arranhar, ajudo Simone a levar as
coisas e ajudo a servir, a garganta começa a se fechar e sinto que meu rosto
começa a esquentar, dou algumas tosses, sinto que está começando.)
- Lari? (Meu pai me chama e já me sinto tonta, olho para o meu braço e
manchas começam a aparecer.) LARISSIA! (Ele vem até mim correndo)
Filha, você está tendo uma reação alérgica, comeu damasco?
- Eu não.... (Minto sentindo minhas pernas fraquejarem.)
- Simone, traga o antialérgico rapidamente. O que almoçou Larissia?
- Comida normal... (Digo já fechando meus olhos e vejo Caio ao meu lado
segurando minha mão, tudo fica escuro e eu apago.)
Acordo sonolenta, abro meus olhos devagar e sinto minha mão quente,
olho e vejo que Caio está ao meu lado segurando-a. Retiro minha mão
imediatamente.)
- O que faz aqui? (Ele está no meu quarto? Como meu pai permitiu?)
- Desculpa Lari, acho que está um pouco confusa com tudo.
- Sim Caio, do nada encontro você na minha casa, descubro que sua tia (é
uma mafiosa, penso) é uma juíza nacionalmente conhecida e amiga do meu
pai....
- Eu sei! (Ele me olha) Muitas coincidências, mas foi apenas o destino,
quem iria imaginar isso? (Horrível coincidência.)
- Mas, o que faz aqui? (Questiono mais uma vez.)
- Seu pai disse para eu ficar olhando caso você tivesse outra reação, eu não
sabia que tinha alergia a damasco. Não lembro de oferecerem damasco no
refeitório. (Ele fala preocupado)
- Acho que foi uma bala que Marcio me ofereceu, comi no caminho para
aqui e não percebi o sabor. (Minto descaradamente, ele sabe que Marcio é um
colega de sala.)
- Entendi, você não pode comer tudo que as pessoas lhe derem Larissia, e
se tiver alguma coisa?
- Qual é Caio, estamos falando do nosso colega, esqueceu? Bom, acho que
já está na hora de você ir, creio que dormi por muito tempo, não? (Tento não
parecer rude, só desejo que vá embora logo, por favor.)
- Sim, acho que foram umas quatro horas, (Ele sorrir) mas preciso
conversar com você antes.
- Caio, acho que você não está entendendo....
- Não Lari, apenas me escuta está bem? (Ele me interrompe e apenas o
escuto) Eu queria pedir desculpa por ter te beijado, ou ter me confessado para
você, porém não posso fazer isso, eu realmente gosto de você Larissia, cada
detalhe de você me faz gostar ainda mais, hoje quando seu pai me ligou, eu
senti um frio na barriga e senti que finalmente a vida estava me presenteando
com algo. Me senti completamente feliz por eles terem me convidado, eu sei
que fui precipitado, mas Lari, você viu, seus pais aprovam, eu gosto de você
e posso ser o que você quiser, por que não ficamos juntos?
- Caio, (Respiro fundo, tentando processar essa informação.) eu ainda não
me sinto preparada para ter nenhum tipo de relacionamento. (Minto, não
posso contar a verdade.) Eu não quero relacionamento nenhum, e não é um
problema com você, (Não quero que ele se culpe) sou eu. Preciso resolver
algumas coisas antes de entrar em um relacionamento. (Digo a verdade,
mesmo que não esteja me referindo a ele.) E peço que não ultrapasse essa
faixa que estou traçando, eu gosto muito da sua amizade e companhia, não
vamos estragar isso.
- Lari, eu estou disposto a fazer qualquer coisa por você, será que não
percebe?
- Caio, eu acredito em você, sei o quanto é leal, confiável e um ótimo ser
humano, mas eu não quero misturar as coisas e muito menos quero um
relacionamento agora, tenho alguns problemas para resolver, alguns
problemas familiares, espero que compreenda.
- Mas sua família gostou de mim.
- Não é esse o problema, por favor, não me leve a mal, eu realmente não
quero um relacionamento agora e espero que compreenda, seremos amigos.
Apenas isso!
- Então você não está afim de ninguém? (Sua voz se torna mais firme e
seus olhos, não me olham mais com tanta esperança.)
- O que é isso Caio? Quando você passou a ser tão rude?
- Eu só quero que saiba de uma coisa Lari, ninguém vai te amar como eu,
não vai te proteger como eu.
- Do que está falando?
- Nada, ligaram para você, mas seu celular desligou sozinho, (Ele me olha
e vejo seus olhos escuros, seu olhar está meio sombrio, será impressão
minha?) Só quero que lembre disso, eu sou sua melhor opção. (Ele dar um
beijo rápido em minha testa e sinto um sentimento ruim.) E a única! (Ele sai e
sinto um gosto amargo na boca, seus olhos me deram medo por alguns
instantes. Está tudo se encaixando agora, eu não vou permitir que nada
estrague meus planos, nem mesmo você Caio, me desculpe, mas não vou!
Capítulo XXXI
"Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada!" - Sigmund
Freud
Alex Aguiar
Por que Larissia não me atende? Liguei para ela a tarde inteira e nada dela
me retornar, eu preciso que ela descubra sobre aquele bastardo, eu sabia, algo
nele me incomodava, ele não é um colega qualquer, ele é sobrinho da
Margareth, eu tenho certeza que é tudo um plano da máfia, eles estão
tentando incriminar a Larissia, querem jogá-la nesse lixo.
- Guilherme, você pode tentar falar com a Malu? Eu não consigo falar com
a Larissia.
- Pode deixar! (Ele sai da sala da força tarefa. Estamos arrumando as
últimas coisas, já levamos algumas coisas e falta ainda.)
- Chefe onde eu coloco essas caixas?
- Na viatura 68, a 74 já saiu?
- Sim, acabou de sair!
- Guarde os equipamentos do treino todos na 68, e me avise quando for
sair.
- Certo! (O policial sai e continuo ajudando a separar o que levaremos.)
- Alex! (Guilherme vem em minha direção.) O pai dela ligou pedindo que
ela fosse para casa.
- Será que aconteceu alguma coisa? Ele descobriu?
- Ela acha que não, mas vai tentar entrar em contato.
- Ok Guilherme, ajude ao pessoal a empacotar as coisas, quando a 68
estiver pronta me chame na sala.
- Pode deixar! (Saio da sala e vou para minha, essa situação está me
incomodando. Ligo mais uma vez para ela e nada. Tento mais uma vez e
dessa vez escuto sua voz)
- Alex?
- Larissia, por que não conseguir falar com você o dia todo?
- Eu tive um probleminha aqui em casa.
- Seu pai descobriu?
- Não, foi apenas uma recepção pequena e acabei tendo uma reação
alérgica.
- Você está bem?
- Sim, agora sim! O que houve? Vi mais de vinte ligações, estava prestes a
retornar, quando você me ligou.
- Poderíamos nos encontrar hoje? Estou indo para a casa de campo.
- Infelizmente não, precisarei ficar em casa hoje. Mas o que houve?
- Eu descobrir algo, que precisa saber. (Falo calmo, acho que isso vai
estragar a visão dela sobre aquele cretino.)
- Fala logo Alex! (Ela diz agoniada)
- Descobri que o Caio, é sobrinho da Margareth, sua mãe faleceu no parto
e como ela era a pessoa mais próxima ela quem criou a criança.
- Eu sei.
- O quê? Você sabia? E por que você não...
- Calma Alex, ele não sabe o que a tia faz, é apenas um perdido no meio
desse tiroteio da máfia.
- Larissia, ele pode estar tramando algo com a tia.
- Não viaja Alex, ele realmente não sabe de nada.
- Como você tem tanta certeza?
- Ele esteve aqui! (Ela fala baixo)
- O quê? Aquele cretino estava na sua casa?
- Sim Alex, e não o chame assim, sei que ele fez errado em me beijar, mas
já falamos sobre isso.
- Como você pode confiar tanto em alguém?
- Não é confiar Alex, hoje quando descobri, iria perguntar se ele sabia da
máfia, mas meu pai me cortou, me impedindo de falar e deixou claro que ele
não sabe de nada. Se ele fosse da máfia, meu pai jamais me impediria de
falar.
- Entendi! (Algo ainda não desce, não é por simplesmente ele está dando
em cima dela, não é isso. Eu sinto que há alguma coisa.) Mas, você está bem
mesmo? (Mudo de assunto, não quero ser um cara chato, mesmo querendo
saber quais os motivos o levaram até lá, mas desisto.)
- Sim, foi apenas uma reação, é só tomar o medicamento e passa. Estou
com saudades de você. (Ela diz devagar e sinto um sentimento já não tão
desconhecido em meu peito.)
- Ah ruivinha, você não tem noção o quanto também estou com saudades,
(Sou sincero) do seu corpo, da sua boca... (Meus pensamentos me traem
covardemente e lembro da nossa noite no bistrô.) Porra Larissia, preciso de
você! (Sinto meu pau doer.)
- Acho que você me enfeitiçou! (Ela diz rindo) Eu já estou morrendo de
saudade do seu corpo também.
- Não fala assim ruivinha, ou posso esquecer quem são seus pais e chegar
aí em minutos.
- Você não sabe onde é!
- Tenho certeza, que se eu começasse a falar algumas coisas você soltaria
rapidinho.
- Tipo o que? (Ela diz atrevida e sinto meu corpo se aquecer.)
- Não me provoca ruivinha.
- Não estou provocando, então o que falaria que me convenceria. (Sua voz
é baixa. E me sinto excitado, Droga! Sento em minha cadeira e tento manter a
sanidade, é para provoca-la, não há você.)
- Primeiro eu iria mandar você deitar em sua cama e fechar os olhos e
lembrar das minhas mãos em seu corpo, e aonde eu falar você tocar. (Escuto
um barulho e acho que ela está realmente fazendo o que digo.) Passe seus
dedos devagar entre seus lábios e lembre-se do meu beijo, das minhas
mordidas em seus lábios, desça sua mão pelo pescoço e alcance seu peito
direito, fazendo pequenos movimentos, imagine minha boca o chupando,
brincando com seus mamilos, que delicia Larissia! (Escuto seu suspiro e
porra ela está realmente se tocando, Caralho, tento me controlar.) Eu chuparia
seu outro peito e faria movimentos circulares com a minha língua, sinta
minha voz Lari sinto a minha vontade em fuder você, possuir cada parte do
seu corpo, estou louco para descer a minha boca por sua barriga e lamber
cada pedacinho da sua pele. (Meu pau pulsa na calça e droga, eu estou prestes
a virar um adolescente, viro minha cadeira e abro o zíper da minha calça.)
PORRA ruivinha, meu pau já está louco para possuir sua buceta molhada.
(Larissia geme baixo no telefone, então você gosta das minhas palavras
sujas? Aperto meu pau e sinto o desejo crescendo.) Imagine que minhas mãos
estão adentrando a sua calcinha, (Ela geme mais) você está molhadinha não
está Lari? (Ela não responde apenas geme e suspira, liberto meu pau já duro e
pulsante.) Isso minha gostosa, minha língua está louca para chupar sua
buceta, (Começo a me masturbar e porra o tesão só está crescendo com os
gemidos dela, baixo e rouco.) eu quero te fuder Lari...
- Ohh... então me fode vai... (Ela fala gemendo e percebo que ela já está se
tocando, quero tocá-la, quero afundar meu pau em sua intimidade quente.)
- Isso minha gostosa, pensa em mim e lembra de tudo que minhas mãos
fazem repita o mesmo. (Seu gemido se torna mais alto e começo a aumentar
meus movimentos. A imagem dela sozinha na cama se tocando, nua,
completamente molhadinha, é tudo que preciso para começar movimentos
rápidos, seus gemidos estão cada vez mais altos.) Caralho Larissia, eu preciso
de você.
- Alex... Eu acho... (Ela geme meu nome e não aguento aumento ainda
mais e sinto meu corpo tremer.) Alex! (Ela geme deliciosamente e sinto que
atinge seu clímax, faço o mesmo, Porra! Libero meu desejo e acabo sujando
minha roupa, espero o últimos espasmos e respiro devagar, escutando Larissa
recuperando seu folego.)
- Você está me encrencando ruivinha. (Sorrio no telefone, eu preciso de
um banho.) Estou completamente gozado na delegacia. (Dou risada.)
- Você está na delegacia? Ai meu Deus, e falando essas coisas.
- Não se preocupe, estou na minha sala, não há ninguém aqui! (A
tranquilizo) Deveria lhe obrigar a limpar a bagunça que fez. (Ela sorrir
gostosamente.)
- Eu não acredito que fiz isso, estou virando uma libertina! (Ela gargalha)
- Por que nunca fez sexo pelo (Desisto de falar, já não basta a mancada de
não perceber que ela era virgem.) É sua primeira vez se tocando? (Digo de
forma tranquila, para que ela não fique constrangida.)
- Sim! Acho que estava perdendo muitas coisas esses anos. Poderia ter
descoberto isso mais cedo.
-NEM PENSAR! Você esperou a pessoa certa para isso, Eu! (Dou risada)
Você não tem noção o quanto fico bobo quando lembro que fui o primeiro a
sentir seu gosto, o seu cheiro.
- Não fala assim que fico com vergonha.
- Agora? Depois de uma foda gostosa pelo telefone? Agora você está
tímida. (Gargalho) Não precisa ficar tímida comigo Larissia, nunca se sinta
envergonhada em me falar nada, eu quero saber dos seus desejos, do que
gosta, de onde gosta. Entendeu?
- Sim! Depois não reclame, se eu virar uma Malu da vida. (Ela gargalha)
- Você pode ser pior, com tanto que seja você, eu vou gostar.
- Eu não imagino como um homem tão fofo pode ser cruel. (Ela diz baixo)
- Cruel? Eu?
- Sim, Malu estava me falando sobre a origem do seu nome.
- Esse Guilherme filho da puta!
- Não brigue com ele, ela estava apenas falando da sua crueldade, eu não
me importo, com tanto que seja assim comigo.
- Assim como ruivinha?
- Assim, fofo e selvagem, eu amo você professor.
- Eu também amo você ruivinha.
- Chefe a viatura 68 está saindo. (Escuto uma voz dentro da sala e me
assusto, puxo imediatamente uma pasta colocando em cima da bagunça que
criei.)
- Certo, já estou indo! (Digo ainda de costas, droga! Escuto a porta se
fechar e me levanto indo ao banheiro me limpar, droga! Como não escutei ele
entrando, até onde ele escutou.)
- O que houve? (Larissia diz curiosa.)
- Nada, vou precisar sair agora, o dever me chama.
- Vai lá, cuidado!
- Eles que precisam se cuidar! (Sorrio e me despeço desligando, troco a
roupa, ainda bem que trouxe outra mala, ou estaria em maus lençóis.)
Saio da sala, e vou até a garagem, vejo alguns policiais me olhando,
Marcelo vem rindo na minha direção.
- Nossa cara, te defender dizendo eu te amo ruivinha. Assim força, cadê o
chefe filho da puta? (Olho para ele em ódio.)
- Quem entrou na minha sala?
- Você não viu?
- Não!
- E tu acha que eu vou falar? (Ele me olha rindo e sai)
- Quem me avisou que a 68 estava pronta? (Pergunto alto e todos ficam
em silêncio, até Sandro levantar a mão!)
- Fui eu chefe.
- Desculpa cara, estava com a patroa no telefone e não lhe dei atenção.
Sabe como é né? Tem coisas que são prioridades! (Pisco divertido para ele e
vejo os demais policiais me olhando espantado, Marcelo me olha, não
acreditando e eu apenas reviro os olhos entrando na viatura.)
Duas viaturas seguem para a casa de campo, essa são as últimas da força
tarefa, hoje iremos organizar o local e amanhã já começaremos com os
treinos. Chegamos no local após meia hora e observo o local, realmente está
limpo, e ninguém nos seguiu até aqui. Chamo todos para se estabelecerem,
iremos ficar aqui por um tempo até termos certeza de tudo e invadir, a não ser
por mim, que precisarei ir as vezes a delegacia para disfarçar. Começamos
desfazendo as caixas e a noite se passa assim, Guilherme traz caixas de pizza
e nos reunimos na sala grandiosa de Malu. A casa tem os móveis e paredes de
madeira, e é dividida em dois andares. O primeiro, o térreo, é composto pela
sala cozinha e sala de jantar e o segundo estão quatro quartos, onde os
policiais já organizaram colocando seus colchonetes. A sala de jantar virou o
ponto de acesso de Sandro, há computadores de todos os lados e de acordo
com Guilherme o irmão da Malu, ofereceu alguns equipamentos de última
geração, parece que ele faz engenharia da computação e deixou tudo
equipado. Confesso que fiquei receoso em confiar abri a missão, mas
Guilherme me convenceu na integridade do tal Betto, apesar de não conhecer,
é nítido que ele gosta muito das meninas e é de confiança.
- Chefe, eu terminei de avaliar as escutas e temos muita informação.
(Sandro me chama e vou até ele.) A rota do Sul está com problemas, isso
estava no relatório que nos deu, porém na escuta, há uma gravação do chefe
falando com alguém sobre os produtos do Sul terem sido extraviado por
ordem do Aloisio.
- Como você achou essa gravação?
- Ela está em códigos, escuta. (Ele liga solta.)
- Ordem do DF, senhor, meus homens confiaram na marca da máfia e fez
como ele pediu.
-PORRA SEBASTIAN, como vocês deixaram isso acontecer?
- Chefe, não temos controle sobre a transportadoras, elas seguem ordem
dos representantes. (Um barulho forte de algo se quebrando)
- Não acredito que ele fez isso, a rota do sul vai sair prejudicada.
Sebastian, vá até o ponto Sul e diga que vai fazer uma revista, demore e
informe que está faltando lucros nos últimos meses, se necessário der fim em
algum relatório, apenas deixe claro que é um problema que vem acontecendo
nos últimos 3 meses.
- Peça para um dos seus homens irem até Brasília, não quero que
mandem alguém de lá, quero um homem de confiança, siga o DF e mande
não perder nenhum dos seus passos. (Um barulho de porta e em seguida
outro estralo de algo se quebrando.)
- O que você está fazendo, o que está fazendo!
- Apenas isso, depois parece que ele sai da sala.
- Boa Sandro, tem como rastrearmos a rota do tal caminhão?
- Infelizmente não, não temos informação nenhuma da carga.
- Então procure nos registros de todas as transportadoras que tiveram suas
rotas para Brasília, veja se alguma tem relação com as empresas da
investigação. Vou tentar descobrir o que está acontecendo em Brasília.
- Certo senhor!
- Encontrou mais alguma coisa?
- Nada além do que já foi relatado.
- Certo! (Será que a Larissia não queria incriminar seu tio, ou realmente
não viu, ou não entendeu essa gravação? Não, se fosse por não incriminar o
tio ela não teria dado essa parte da gravação, com certeza ela não sabia.
Reúno todo o pessoal na sala de estar.) Galera, é o seguinte, amanhã
começaremos o treinamento, o que vocês precisam saber é que esses caras
que vamos enfrentar, é pior que os Laffaiete e a quadrilha do ano passado,
perdemos três policiais naquela maldita batalha, mesmo saindo vencedores,
perdemos grandes caras, e não permitirei que isso ocorra novamente, então o
treinamento vai ser realmente pesado, os homens do Vizzanos são ex
lutadores, homens que passaram por um treinamento desumano de lealdade,
são verdadeiramente uma máquina de matar e não iremos facilitar
absolutamente nada, vamos com as melhores armas, melhores
condicionamentos e ataque. Não sabemos quando descobriremos o local,
porém está mais próximo do que o esperado e iremos fazer o flagrante após
20 dias, quero terminar esse assunto o mais rápido possível, vidas estão sendo
mortas, famílias dizimadas pela ganancia de políticos e empresários que estão
preocupados com seu nome e bolso. Então preciso da melhor versão de
vocês, por hoje é só vocês já sabem ondem vão dormi, aproveitem a noite de
hoje, não sabemos se será possível dormir nos próximos dias, então
aproveitem!
- Sim senhor! (Todos falam um uníssono)
- Só uma pergunta chefe, (Marcelo se levanta) nos der mais detalhe da sua
patroa. (Todos começam a rir.)
- Que tal falarmos da sua ex e como ele estava beijando outro na sua
frente.
- UHHHHHHHHHHHHHHHHH ! (Escuto gritos e Guilherme bate em
minha mão.)
- Mandou bem cara!
- Ele que começou. (Digo ainda rindo da cara revoltada de Marcelo.) Vão
dormir princesas, amanhã será pesado! (Digo subindo e indo para o quarto,
Marcelo entra de cara fechada e Guilherme continua rindo da sua cara,
Sandro também e o agente Silva. Nos outros quartos tem entre 6 a cinco
policiais, pego o celular e mando mensagem para Larissia.
“Já nos instalamos, é realmente uma boa casa.” Espero sua resposta e essa
chega de imediato.
“Eu adorava ir com a Malu, no final de semana, acho bom se prepararem
ao máximo.”
“Pode deixar ruivinha, eu sempre mando bem! Você sabe”
“Vamos ver, já consegui liberação para ficar na casa de Malu, amanhã à
tarde. Terei mais uma reunião com o Conselho, depois de amanhã, tentarei
descobrir o máximo de coisas que puder.”
“Seja o mais discreta possível Lari.”
“Pode deixar!”
“Quero lhe fazer umas perguntas amanhã, vamos estar na frente de um dos
policiais, tudo bem para você? “
“Sim, mas você não disse que eles não iriam saber sobre mim.”
“Será apenas ele, tenho certeza que ele até já sabem quem é você, pois foi
o primeiro a ver as imagens, conversarei com ele amanhã explicando a
situação. Pois ele pode interpretar errado se lhe ver.”
“Tem certeza?”
“Sim ruivinha, não se preocupe, o Sandro é de confiança. Mas tudo bem
falar na frente dele?”
“Claro, estou disposta a ajudar no que puder.”
“Obrigada ruivinha”
“Eu que agradeço, mas agora já vou tenho aula cedo.”
“Às vezes esqueço que é uma aprendiz, certo, boa noite ruivinha.”
“HAHAHA, uma boa aprendiz você não pode negar! Boa noite,
professor.”
Guardo o celular e deito, nunca pensei que iria fazer tantas coisas de
adolescente aos 34 anos, Larissia realmente está mudando quem eu sou, só
espero que consiga livrar ele de tudo isso, ou não serei capaz de ficar sem sua
companhia, ela é como uma droga para mim, quanto mais provo, mais me
aproximo, mais quero. Acho que seria capaz de deixar a minha justiça de
lado, para tê-la ao meu lado, faz tantos anos que não me sinto assim, já perdi
meus pais, não a perderei, não importa o que aconteça, perder Larissia não
está em questão.
Acordo com o barulho do despertador, o relógio marca 4:30 da manhã, é a
hora. Me levanto e vou até o banheiro no corredor, faço minha higiene e já
visto a roupa preta de treinamento. Coloco os óculos escuros na camisa e vou
até a sala de jantar, olho o aparelho de Sandro e vejo a sirene, é a minha hora.
Sem piedade, ligo ela por exatos 3 minutos e vejo os 20 policiais ainda
sonolentos me olhando com raiva.
- 5 MINUTOS PARA VESTIREM A ROUPA DE TREINO! (Grito alto e
ligo o cronometro, eles saem rapidamente e apenas escuto barulhos e
resmungos. Grito quando o último minuto chega e vejo já as quatro filas
formada.) 40 VOLTAS PELO CAMPO E 30 FLEXÕES NO INTERVALO
DE CADA 10 VOLTAS, APÓS ISSO O CAFÉ SERÁ SERVIDO.
- SIM SENHOR! (Eles saem em ordem e eu grito)
- CORPO JUSTICEIRO, SENTIDO! (Assim os fazem) QUEM SOU EU!
(De imediato eles respondem começando a corrida.)
- POLICIA FEDERAL, CHEGAMOS PARA SOMAR! POLICIA DE
ESTADO VOCÊ PODE CONFIAR. PROCURAMOS A JUSTIÇA SEM
TER O QUE TEMER, SOLDADOS NA BASE VIEMOS PARA VENCER.
SOMOS LEAL AO POVO E NÃO AO ESTADO, NOSSO
COMANDANTE É O EL DIABO, COM FORÇA, GARRA E
DETERMINAÇÃO A POLICIA FEDERAL FAZ O BEM PARA A
NAÇÃO. (A corrida é feita de forma rápida, assim como as flexões,
realmente eles não estão tão enferrujados como imaginava, terminamos as
seis em ponto e já avisto meu carro sendo trazido pelo tenente Robson. Vou
até ele e libero os policiais.)
- Ótimo local para treino! (Ele diz descendo do carro)
- Sim, clima está tranquilo na delegacia?
- Sim, tivemos uma denúncia ontem a noite de uma carga de narcóticos.
Apreendemos e enviamos os criminosos para as celas.
- Ótimo, pode enviar o relatório no meu nome, a promotoria deve
responder em dois dias. Você trouxe o que pedi?
- Sim, passei na cafeteria e mal tinham aberto.
- Trouxe a comida?
- Sim! (Ele abre o carro e peço ajuda de mais dois policiais para levar
todas as compras para dentro, Robson coloca o café na mesa e os monstros
atacam de imediato, guardamos as compras e passo as instruções para o
treino com os policiais na delegacia. Ele me escuta atentamente e sai logo em
seguida.)
Após o café explico tudo que preciso para Sandro e ele compreende e
ainda e fica satisfeito com minhas explicações, prometendo ajudar no que for
preciso. A manhã passa lenta e utilizo todo o tempo matutino apenas para
exercícios físicos, recebo muitas reclamações, porém se eu aguento, eles
também devem, o almoço é realizado por nós mesmo e nada melhor que uma
macarrona com salsicha, especialidade do policial Silva. Comemos e quando
estamos descansando um carro chega buzinando. Vou até a porta e vejo que
Malu está na frente, ao lado de um homem loiro, muito parecido com ela,
com certeza é seu irmão. Eles estacionam e vem em nossa direção, Larissa
desce lindamente do carro com uma calça apertada preta e uma blusa folgada
rosa claro, seus cabelos estão lindamente soltos e minha vontade é agarra-los
por entre meus dedos.
- Chefe quem são eles? (Um dos policiais fala)
- Os donos do local e nossos ajudantes. (Digo ainda hipnotizado com a
visão de Larissia.)
- Por que eu acho que são mais que isso? (O policial Silva diz rindo) É a
tal patroa, não é? Lembro que ela é ruiva.
- Se não se comportarem eu juro que arranco suas bolas. (Falo baixo
vendo os se aproximar.)
- E então gostaram do lugar? (O loiro fala divertido e me olha.) Prazer
Betto Vilas boas irmão da Maria Luiza. (Ele estica sua mão amigavelmente e
eu o cumprimento.)
- Alex Aguiar, a casa realmente serviu como uma luva.
- Tanta testosterona me deu até medo! (Malu comenta divertida.)
- Lu! (Guilherme a repreende.)
- Oi para você também Guilherme. (Betto olha para Guilherme com raiva.)
- Ainda com raiva de mim, cunhado? (Guilherme provoca e sinto uma
eletricidade.)
- Se por acaso eu mata-lo algum de vocês vão me prender? (Betto olha
para mim curioso.)
- Sinta-se à vontade, a casa é sua! (Os outros policiais riem e entramos.
Assim que todos entram eu explico.) Bom, vocês devem estar estranhando a
presença deles, então vou explicar, lembra que eu falei que estávamos
precisando de ajuda, para a investigação, então essas são as nossas estagiárias
Maria Luiza e Larissia. Eu jamais colocaria alguém que não fosse de
confiança, dentro dessa investigação. E este é Betto, irmão de Maria Luiza e
proprietários do local, Betto é formado em engenharia de computação e foi
ele quem preparou aquela sala para Sandro, assim como é ele que conseguiu
hackear as gravações. (Minto) Então, eles irão ajudar no que precisarmos,
porém espero que mantenham o profissionalismo.
- Acho que esse dia promete! (Marcelo fala divertido)
Capítulo XXXII
" A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa,
transformam-se em oportunidades." -Marxwell Maltz
Larissia Vizzano
Após a aula eu e Malu, vamos com os seguranças para a casa de Malu,
desço do carro e sinto um calafrio, olho ao redor e não encontro nada. A
última vez que senti isso, Alex tinha uma foto minha. Olho mais uma vez ao
redor e nada, peço para Malu entrar e chamo o segurança.
- Preciso falar com o Sebastian!
- Só um instante senhorita. (Ele liga e em segundos o telefone é passado
para mim.)
- Sebastian, é Larissia! (Digo firme)
- Oi senhorita Vizzano, aconteceu alguma coisa?
- Não, quantos carros estão na minha vigilância?
- Apenas esse, pois como não podemos entrar.
- Envie mais um e peça para fazer uma ronda no quarteirão. Fiquem em
vigilância, não deixe ninguém entrar na casa.
- Pode deixar senhorita, aconteceu alguma coisa.
- Não precisa comunicar o meu pai, é apenas segurança. Ok?
- Sim senhora! (Desligo e olho para os seguranças.)
- O irmão da minha amiga vai sair daqui a pouco, então só restará eu e ela,
não deixem que ninguém entre e não entrem também, não quero assustá-la.
Então se algo ocorrer, resolva sem nos afetar, entendido?
- Sim senhora! (Saio e novamente sinto algo me incomodar, olho para
todos os lados e nada. Que droga! Entro e já sou recebida por Malu me
olhando sério.)
- O que foi, seu pai quer que volte?
- Não, ele sabe que preciso estudar. Apenas avisei que seu irmão irá sair,
para que não se preocupem.
- Entendi, mas seu rosto não está parecendo que seja só isso. (Eu não
quero assustá-la, afinal, é a casa dela.)
- Mas, é! Estou apenas ansiosa para fazer parte das investigações.
- Sei! (Ela fala desconfiada) Também estou louca para ver aqueles homens
suados malhando, ai meu Deus.
- Você realmente não tem filtro, deixa o Guilherme ouvir isso.
- Ele que aceite, é meu jeito e não vou mudar!
- Então garotas, estão prontas? (Betto aparece na sala já pronto.)
-Sim! (Digo)
- Você vai assim? De vestido? Como vai dar o daquele Marcelo?
- Oh amiga, você acha mesmo que vou atrapalhar o treinamento deles?
- Ah! Você vai, eu estou doida para ver a cara daquele machista. Vem
tenho uma legging que vai caber perfeitamente em você. (Ela me arrasta para
o quarto e revira o guarda roupa a procura da tal calça, assim que acha me
obriga a vestir, com uma blusa solta rosa.)
- Acho que essa calça está muito apertada.
- Que nada, ela é a mesma que uso para malhar, ela é perfeita para dar uma
lição naquele loiro gostoso.
- Malu! (Dou risada)
- Ah qual é Lari, eu amo o Gui, mas não estou cega o Marcelo é gostoso,
só não ganha para o seu homem, mas vai no mesmo caminho.
- Você não presta sua vaca.
- Não ofenda as vacas! (Ela rir e me visto, realmente ficou bom, achei que
ficaria vulgar, mas a blusa rosa ficou folgada combinou com minhas
sapatilhas.)
- Acho que o Alex vai amar sua bunda nessa calça.
- Luiza, contenha-se, estamos indo trabalhar.
- E ver os boys sarados. (Ela completa rindo.)
- Vamos logo sua louca! (Saio do seu quarto encontrando Betto já a nossa
espera. Vamos para a garagem e assim como eu, Malu se abaixa e assim
saímos de sua casa, esperamos sair do bairro e Betto nos avisa para
levantarmos, institivamente olho para trás e não há nenhum carro nos
seguindo, meu coração relaxa, olho mais uma vez e nada.)
- Está tudo bem Lari? (Betto me questiona.)
- Sim! (Digo calma) E então Betto, o que você acha do Guilherme?
- Lá vem a Larissia plantar a discórdia! (Malu revira os olhos e consigo
ver pelo retrovisor.)
- Eu não sei o que ela está pensando, já não basta ter sofrido uma vez quer
sofrer de novo.
- Quem disse que vou sofrer? Eu sou uma mulher agora, está certo gato!
- Mas, ele é gente boa Betto! (Ajudo)
- Não, aquele chinês nunca me enganou.
- Para sua informação ele é descendente e não chinês, e sim coreano.
- Grande diferença. (Betto diz debochando)
- Realmente, gente burra não sabe diferenciar nacionalidades.
- Ei, vocês não vão brigar na minha frente! (Interfiro rindo)
- Daqui a pouco ele começa a brigar com você! (Malu rir)
- Não tem por que eu brigar com a Larissia, ela sim é uma irmã
maravilhosa.
- Não? Você vai conhecer o Alex, o boy dela.
- O quê? Larissia, você está namorando também? Assim fica difícil para
mim, duas para tomar conta?
- Como se a gente precisasse de um idiota como você. (Malu retruca)
- Essa sua boquinha nervosa, mas agora quero saber, fala tudo Lari, quem
é o cara que preciso quebrar. (Malu começa rir descontroladamente.)
- Está mais fácil ele te quebrar e em vários pedacinhos.
- Esquece ela, Betto! E eu não estou namorando, estamos nos conhecendo.
- Mas ele é responsável?
- Ele é o delegado federal!
- PUTA QUE PARIU! (Ele me olha pelo retrovisor assustado.) Como
vocês se conheceram, como é possível isso?
- Nem eu entendo, (sorrio) nos esbarramos em uma cafeteria próxima a
delegacia e tudo aconteceu.
- Hilário! Eu nem imagino como ele descobriu que você era a filha de um
mafioso.
- Realmente é uma longa história. Mas o importante é que ele vai me
ajudar a dar um fim em tudo isso.
- Sim, Malu me explicou um pouco, eu realmente espero que você consiga
sair de toda essa confusão Lari, você não merece nada disso.
- Obrigada pelo carinho!
- Agora chega de mel, vamos colocar uma música. (Malu liga o rádio e
começa a cantar umas músicas internacionais pop. O caminho é feito com
músicas, as vezes algumas provocações de Malu e Betto, mas nada muito
sério, esses dois são meu ponto de equilíbrio. Chegamos à casa de campo e
há 6 viaturas estacionada, entramos e logo avisto Alex, ele está
deliciosamente sexy, em uma calça, estilo militar, porem preta e com uma
blusa de algodão da mesma cor apertada em seus braços, um óculos escuro
está pendurado em sua camisa. Nunca o vi tão deliciosamente gostoso,
lembrança do seu corpo nu, sobre o meu me faz corar, se acalma Lari. Sigo
em sua direção e tento ser mais profissional possível, Betto se apresenta e em
seguida entramos, Alex explica toda a situação para ele e os policiais nos
recepcionam muito bem. Após tudo organizado, eu, Malu e Betto vamos para
a sala de jantar com Alex e outro policial, apresentado como Sandro, e o
restante voltam para o treinamento.
- Bom Sandro, esse é o engenheiro de computação, Betto.
- Prazer, estou sabendo que você é um hacker legalizado.
- Tento! (Ele diz rindo)
- Essa é Malu, ela vai ajudar na organização das gravações por escrito,
pois o tribunal vai precisar delas escritas também, e essa é a Larissia!
- Prazer meninas! (Ele se levanta galanteador e nos cumprimenta.)
- Mas esse papel não é da promotoria? (Betto questiona olhando para
Alex.)
- Sim, mas para impedir que a influência da máfia, manipule qualquer
prova, irei enviar a papelada para o juiz responsável e confiável. Se a
promotoria tentar de alguma forma prejudicar a Larissia, ou algum inocente
teremos as provas que serão embutidas na própria denúncia.
- Então vocês estão fazendo o papel dos promotores.
- Quase isso, vamos conduzir toda a investigação e um promotor da minha
confiança vai fazer a burocracia necessária, porém ele não pode atuar no
julgamento, por ser de outra jurisdição, então ele vai preparar, e o procurador
vai dar início a denúncia no mistério público e então será encaminhada para a
jurisdição federal, onde o juiz vai conduzir o restante.
- CARALHO!
- Não sabia que seria tantos processos. (Digo um pouco nervosa, achei que
tudo seria feito pelo Alex.)
- Não se preocupe, um delegado federal, só pode ir até um certo limite, o
resto são com o promotor, em seguida o procurador, para no fim ir a júri. E já
tenho as pessoas certas para isso.
- É uma equipe pesada. (O policial comenta animado) Já ouviu falar da
liga da justiça?
- Aquela que prendeu os Laffaiete?
- Sim, nosso chefe aqui faz parte. (Sinto uma alegria crescer em mim, eu
não esperava que Alex fosse alguém com tamanha responsabilidade.)
- Porra! Vocês são fodas! (Betto fala com os olhos brilhando.) Vai ser uma
honra trabalhar com você. Quero dizer senhor. (Ele diz todo educado.)
- Pode me chamar de Alex, (Ele sorrir) sim Sandro está certo, a liga já está
no caso Vizzanos, então precisamos deixar tudo pronto para eles agirem com
as burocracias.
- Eu não fazia ideia. (Digo emocionada, então temos realmente a chance
de acabarmos com tudo, a esperança agora dar lugar a realidade, eles
conseguiram dar um fim nos Laffaiete, claro eles não chegam aos pés do
Vizzano, mas se eles conseguiram com eles, podem conseguir conosco.)
- Eu disse que você precisava conhecer seu homem. (Malu diz baixo no
meu ouvido.)
- Larissia, (Alex fala em um tom mais sério) lembra que eu precisava
conversar com você.
- Sim!
- Então o Sandro achou algo nas gravações e gostaria que ouvisse.
- Eu posso começar a instalar os programas?
- Qual programa? (Sandro questiona)
- Irei otimizar seu aplicativo de busca, e baixar alguns comandos para
você conseguir entrar em qualquer coisa que desejar. A Malu falou sobre a
dificuldade em acessar sites como das empresas aéreas, vou facilitar para que
você quebre o sigilo de qualquer empresa, até mesmo do FBI se quiser.
- O Guilherme realmente explicou tudo muito bem. (Alex olha para Malu.)
- Eu gosto de entender em detalhes. (Ela rir) Meu irmão sabe fazer
algoritmos e umas coisas bem bizarras.
- Então você é hacker? (Sandro questiona.)
- Não, não me atrevo a hackear, eu apenas crio códigos e quebro
interfaces, mas não faço isso no dia a dia. Deixo para você que é oficial.
- Está certo, temos muito crimes pelas redes, eles deixam nossa vida uma
confusão, se não fosse Sandro, não seria fácil prendê-los (Alex diz
calmamente.). Sinta-se à vontade Betto. (Sandro entrega um dos notebooks
para ele e assim como Malu ele começa a trabalhar, Alex puxa uma cadeira
para mim e me sento.) Agora é nossa hora. Sandro passa o áudio para ela.
(Escuto a voz do meu pai, falando sobre o Sul, eu sei que eles estão tendo
dificuldades, e por algum motivo meu pai está querendo proteger alguém.)
Você ouviu isso?
- Sim, mas eu coloquei no relatório que a zona Sul estava com problemas,
foi até pauta da reunião.
- O que eles falaram na reunião?
- Meu pai culpou o Ângelo, ele é o responsável.
- Mas, você percebeu que seu pai fez sumir alguns relatórios.
- Sim, mas isso é entre eles. Não achei que fosse relevante.
- Primeiro, me deixe fazer uma pergunta, até onde você conhece o Aloísio,
você me disse que ele é seu tio, e realmente ele tem registros passados com o
mesmo sobrenome, mas como é a relação dele com a sua família?
- Ele aparece apenas em comemorações, como aniversários, como meu pai
é o líder, até mesmo o aniversário do Tio, ou da tia são realizados na minha
casa. Então nos vemos apenas nesse momento.
- E como é a relação intima de você.
- Bom meus primos e eu somos apegados, apesar da distância, quando nos
reunimos falamos sobre essa loucura da máfia, a Tia é muito na dela, então
não fala muito. Já o Tio Aloisio ele é mais falante, porém odeia crianças,
então sempre brigava comigo, Lolla e Higor, então quando nos reunimos
sempre nos separávamos deles. Não tenho muito o que dizer, ele é alguém
que gosta de ostentar, todo o dialogo dele é uma mentira, ele odeia pessoas de
baixa renda e crianças.
- Você acha que ele roubaria a máfia?
- Para ser sincera? Sim, com certeza! Ele não pagou os policiais, fazendo
uma confusão na máfia.
- Se você prestar atenção, tanto o tal segurança, quanto seu pai chamam o
culpado de DF, você não acha que eles possam estar se referindo ao seu tio,
afinal ele não é um deputado federal? (Ele fala calmamente, como se pisasse
em ovos.)
- Não havia pensado dessa forma..., mas realmente faz sentido, o tio se
mudou para Brasília, após a confusão com a máfia, ele vive indo e voltando.
- Você teria como descobri qual carga foi roubada?
- Impossível, esses documentos são de jurisdição de Ângelo, eles têm uma
ordem, ninguém se intromete na função de ninguém.
- Interessante... (Sandro fala) você tem como conseguir número de
telefone, ou e-mail desse Ângelo?
- Acho que posso conseguir o número.
- O que está pensando Sandro? (Alex pergunta curioso.)
- Betto você conhece o programa HR256?
- Sim! (Betto responde focado no computador.) Ele foi extinto por alguns
Hackers, era perigoso demais se caísse na mão de alguém malicioso.
- Você teria como instalar, precisa de alguns códigos.
- Vou precisar de uns dois dias para isso.
- O que estão falando? (Questiono)
- O HR256 é uma interface que hackea todas as informações do usuário,
pode ser número de celular, e-mail, rede social. Ele consegue acessar até
mesmo a câmera do aparelho ao qual for submetido, antigamente isso foi uma
febre, porém acabou acontecendo crimes, alguns hackers psicopatas ajudaram
um serial Killer a achar suas vítimas e então ele foi deletado do mundo
digital, mas algumas pessoas ainda conseguem acessá-los. (Sandro explica)
- Poderíamos ter todas as informações que falta.
- Então se eu conseguir o número da Juíza, vocês podem fazer isso?
- A Margareth é esperta, não é à toa que é a única que não encontramos
provas. Ela sabe onde as cobras moram na justiça, jamais deixaria provas no
celular. (Alex fala) Mas, não se preocupe, faremos por parte e ela será pega
de qualquer forma.
- Sim! Então vocês têm mais algumas dúvida?
- Sandro? (Alex olha para ele.)
- Não, chefe, por enquanto é só.
- Então ok, preciso acompanhar o treinamento! (Alex diz sério)
-EU TAMBÉM VOU! (Malu se levanta imediatamente e sinto que isso
não vai dar certo)
- Contenha-se (Betto a repreende) Até parece que você já não ver
Guilherme fazendo esforço físico.
- Quem disse que quero ver o Guilherme! (Ela pisca indo em direção ao
quintal e Alex me olha.)
- O Guilherme realmente está ferrado! (Sandro diz rindo)
- Não, ele sabe onde se meteu! (Betto diz revirando os olhos.)
- Vamos? (Alex olha para mim)
- Sim! (Sorrio e vou ao seu lado, chegamos ao quintal e realmente parece
um campo de batalha, está realmente diferente do que estou acostumada, a
área verde é tomada por barras de ferros, alvos e uma trilha. Vou em direção
a Malu e Alex vai até os policiais que estão atirando.)
- Porra Silva, assim vão lhe acertar antes de você mirar. (Alex repreende o
policial sério e habilidosamente mira acertando o alvo em cheio.) Vocês
querem morrer como os outros? (Ele continua dando bronca em alguns
policiais, mas não presto atenção nele, escuto um dos policiais falar de mim e
tento focar minha audição nele.)
- Eu achei que a namorada do chefe parecia aqueles mulherão, como a
Lua, mas ela é tão delicada, parece uma boneca. (A raiva me consome.)
- Não liga para eles, (Malu me olha) tenho certeza que o Alex não pensa
assim, afinal ele está de quatro por você.
- Ela realmente parece uma boneca de porcelana. (Outro policial fala.)
- Eu posso mostrar que escutei e fazer eles engolirem?
- Não, deixa para lá, eles estão certos eu sou uma boneca. (Sorrio para ela
tentando esquecer os comentários.)
- A minha boneca! (Malu sorrir) Olha amiga, que delícia? (Olho na
direção em que ela está fixa e vejo um dos policiais sem camisa fazendo
flexão, seus músculos estão completamente exibidos.) Imagina dois desses
policias na cama juntos, MY GOD!
- Guilherme vai saber disso.
- Cala boca sua cobra, apenas grave essas imagens, quando na sua vida
você vai ver homens tão lindos se exercitando tão bem.
- Eles realmente são gostosos. (Concordo rindo)
- Agora escolhe dois aleatório e imagina na sua cama, metendo bem
gostoso. Uii delicia! (Ela rir e eu involuntariamente a acompanho,
imaginando a figura de Alex e outro homem me sinto corar.)
- Do que as mocinhas estão rindo? (Alex aparece e pulo de susto, Malu
começa rir feito louca.) Acho que já deu para vocês podem entrar.
- Não mesmo! (Malu diz séria, é a hora do Guilherme! (Olho e vejo
Guilherme atirando e assim como Alex ele acerta em cheio) Esse é meu
gostoso! (Diz animada.)
- Porque sinto que está se excitando? (Alex sussurra em meu ouvido e
sinto que minhas bochechas estão prestes a explodir.)
- Eu.... não....
- Não? Eu conheço você Lari!
- Cunhadinha!! (Marcelo fala rindo e agradeço por sua chegada.)
- E você já foi? (Pergunto mudando o foco.)
- Daqui a pouco lhe mostro minhas habilidades.
- Shiu vocês dois, quero me concentrar, Guilherme está fazendo seu
percurso.
- Esse é o percurso de vocês?
- Sim! Ele precisa passar pelos dois policiais e atirar nos três alvos.
- Você acha que esse tipo de treinamento, vão prepará-los para os
movimentos rápidos da máfia?
- Sim, nossos policiais são ágeis.
- Eu vi como você pegou a arma na mão do policial, ali sim foi ágil.
- Olha só a cunhada sabe avaliar bem.
- Ela pode fazer muito mais que avaliar! (Malu diz revirando os olhos e
quero que ela cale a boca.)
- Por que não nos mostra suas habilidades. (Marcelo fala rindo.) Estou
realmente curioso.
- Não, (Alex fala sério.) não vou colocar Larissia em perigo.
- Em perigo? (Malu o olha cética) Eu te disse amiga, você precisava vim
de legging.
- Você acha que não sou capaz de passar pelo percurso? (O questiono e
assim como seus amigos sinto que ele não acredita em mim.)
- Não é isso Lari!
- Então o que, eu sou uma boneca de porcelana? (Ele fica ainda mais sério
e espantado.) Vamos, acho que realmente vocês precisam da minha ajuda.
Caminho em direção ao percurso e já vejo os policiais me olhando, minhas
pernas estão trêmulas, mas tento fingir que está tudo bem. Alex vem atrás de
mim.
- O que a boneca está pensando? (Escuto um policial falar.)
- Ela vai encarar o percurso? (Escuto mais um comentário e minha raiva
só cresce.)
- AGORA SIM VAI FICAR INTERESSANTE! (Marcelo grita e todos
param o que estão fazendo, me sinto ainda mais nervosa, paro no meio e sinto
que Alex está atrás de mim, viro fixando meu olhar no dele.)
- Escolha seu homem mais habilidoso. (Digo séria sem titubear.)
- Larissia, o que você está fazendo. (Ele fala sério e sinto sua fúria pelo
olhar, acho que ele não está gostando de ser desafiado.)
- Sua habilidade é realmente boa, mas seus policiais precisam ter o mesmo
nível.
- Larissia você pode se machucar.
-VAMOS FAZER O SEGUINTE. (Falo alto chamando ainda mais
atenção.) Se eu conseguir pegar a arma do melhor homem de vocês e
conseguir dar os três tiros sem interrupção do policial, vocês irão admitir que
não conseguem chegar aos pés de uma mulher como eu.
-ISSO AI AMIGA! (Malu grita e vejo os policiais rindo de mim,
principalmente o Marcelo.)
- Larissia! (Alex me repreende)
- Eu não vou desistir, então me mande seu melhor homem.
- Mulher teimosa! (Ele fala entre os dentes e por fim aumenta a voz.)
QUAL HOMEM FEZ O MENOR TEMPO NO PERCURSO?
- Viera. (Todos respondem juntos)
- Viera, venha até aqui. (Vejo o homem quase do tamanho de Alex se
aproximar, seu físico também se aproxima. Mas não deixo isso me intimidar.)
Você vai fazer o que ela mandar.
- Chefe, mas se eu a machucar? (O homem olha para Alex e ele continua
com seus olhos fixos.) Faça o que ela mandar!
- Prontos? (Falo alto e eles fazem barulho.) É o seguinte, você não pode
deixar eu roubar a sua arma e nem dar os tiros. Ok?
- Sim.
- Lute como um homem, que eu lutarei como uma garota. (Sorrio)
- Mas se eu a machucar.
- Você deveria estar preocupado com você! (Sorrio e vamos para o campo
de batalha, Alex fica próximo de nós, acho que ele realmente não confia em
mim.) ARMA! (Peço e um dos policiais traz.) Ponha na cintura.
- Será mais difícil de tirar.
- Não quero que facilite! (Reviro os olhos)
- Prontos?
-SIM! (Respondo junto com o troglodita a minha frente, até que fim seus
ensinamentos vão servir para alguma coisa pai!)
- UM... (Escuto a voz de Marcelo fazendo a contagem.) DOIS... TRÊS...
(O tiro é dado e tento pegar a arma apenas tentando me aproximar do policial,
ele bloqueia, tento do outro lado, e novamente ele bloqueia. Escuto as risadas
dos policiais e vejo a cara de Alex em fúria. Vou mais uma vez na tentativa
infantil de agarrar a arma e novamente meu golpe é bloqueado. Paro e junto
as pernas e finjo que estou esquentando a mão, escuto as risadas ainda mais
altas e Alex, está prestes a me arrancar daqui e me tirar dessa vergonha.)
- Dei a oportunidade de me deixar pegar, não me culpe. (Sorrio para o tal
Vieira) Acabou a brincadeira! (Dou um passo para traz e com um apenas um
golpe pulo, levantando a perna e passando a minha perna esquerda na cara do
homem e sem seguida, termino o golpe com a perna direita, o fazendo
cambalear com a boca sangrando, não espero sua reação, chuto suas bolas
com vontade e ele cai de joelhos, aproveito e ponho meu pé em cima de suas
costas puxando seu braço direito para traz, escuto seus gemidos e ele bate no
chão como se finalizasse a brincadeira, mais ainda não acabou. Puxo seu
braço esquerdo o imobilizando no chão, me abaixo e pego a arma
calmamente da sua cintura e me levanto, ainda com seu braço imobilizado.
(Alex continua me olhando fixamente e o local parece um deserto de tanto
silêncio. Forço o homem a se levantar ainda com seu braço para traz, sua
boca está completamente ensanguentada e vejo que talvez tenha pegado
pesado, ele tenta em vão me dão uma rasteira, passo por baixo do seu braço e
com meu cotovelo bato em sua nuca e ele cai. Nunca deixe sua nunca
exposta, ela é completamente sensível, ando devagar até Alex e fico
completamente próxima do seu rosto, não ligo para nossos espectadores, sem
olhar para os alvos, me lembro da posição de cada um e relembro do que
Sebastian me ensinou quando criança, respire, foque e lembre a posição.
Atiro de costas e vejo os policiais de boca aberta.) Nunca mais! (Digo
suavemente e inclino meu corpo um pouco para que consiga mirar no alvo do
outro lado, mas mantenho nossos olhares conectados.) Duvide. (Mais um tiro
e pela expressão dos policiais foi certinho) de mim... (Dou o último no centro
e escuto vários gritos e palmas.)
- Agora entendi, por que ela é a mulher do patrão! (Escuto um dos
policiais falarem alto e me sinto vitoriosa, poderosa e sexy.)
- Não esqueça quem eu sou! (Sussurro em seu ouvido.)
Capítulo XXXIII
"Uma paixão forte por qualquer objeto assegurará o sucesso, porque o
desejo pelo objetivo mostrará os meios." -William Hazlitt
Alex Aguiar
Confesso que não estou acreditando nos meus próprios olhos, eu já
imaginava que ela fosse treinada, mas não esperava que fosse assim, ela
meticulosamente deu apenas um passo para trás e nocauteou Vieira, seu
movimento foi tão rápido que foi difícil acompanhar, ela não só colocou ele
no chão, quanto acertou os alvos perfeitamente sem olhar, eu vou
enlouquecer com essa mulher. Não consigo entender, como alguém consegue
ser tão tímida algumas vezes e tão sexy em outras. Seu corpo está
completamente colado ao meu, seus olhos estão tão fixo em mim.
- Não esqueça quem eu sou! (Ela sussurra me provocando.)
- Não me provoque Larissia. (Digo muito próximo da sua boca.)
- Ou o quê? Vai me fuder na frente de todos, confesso que estou louca
para ser exposta. (Não digo mais nada, a desarmo com um simples golpe e
passo minha mão esquerda ao redor do seu pescoço a imobilizando.)
- Eu não sei se você é um anjo, (sussurro em seu ouvido e vejo os pelos da
sua nuca se arrepiarem.) ou um demônio.
- O que você prefere? (ESSA MULHER VAI ACABAR COMIGO!
Levanto a arma para cima e dou dois disparos, a soltando.)
- Descubra! (Sorrio e grito) CORPO JUSTICEIRO, SENTIDO! (Eles
entram em formação de imediato, olho para Vieira que ainda está
desacordado.) Policial Silva, leve o Vieira e faça um curativo.
-SIM SENHOR! (Ele grita e faz o que eu mando.)
- AS BELAS ADORMECIDAS APRENDERAM? QUE LINDO PARA
UM PELOTÃO, O MELHOR HOMEM FOI FÁCILMENTE
NOCAUTEADO, É ESSA POSTURA QUE QUEREM TER NO DIA QUE
INVADÍMOS UMA FORTALEZA MAFIOSA. (Digo sério) EU ESTOU
PERGUNTANDO, APRENDERAM?
- SIM SENHOR!
- Senhorita Larissia, qual o erro deles? (A questiono e ela toma um susto e
me olha, você quem começou, gata.)
- O condicionamento físico de vocês é realmente é bom, (Ela sorrir, não
sorria assim Larissia.) mas falta agilidade tanto na defesa quanto no ataque.
Vocês já ouviram falar de Krav Magar? É um método de combate corpo a
corpo, ele se assemelha muito a briga de rua, e se aproxima muito com o
modo operacional da máfia. (A olho curioso) Analisando os relatórios que o
senhor Aguiar disponibilizou, você consegue ler pelas vítimas de tráfico que
o modo deles é esse, corpo a corpo. (Ela explica justificando suas palavras,
mais sei que não é a verdade.) O que vocês precisam saber é que esse método
é mais que uma forma de combate, é uma filosofia de vida, onde quando é
iniciado a única finalidade e exterminar o adversário. Então se querem ter
chances com a máfia, sugiro que tentem estudar alguns golpes dessa arte
marcial e aprendam a dominar bem seu corpo. Para depois pensar no
manuseio de uma arma. (Ela finaliza e confesso que por essa não esperava,
agora sim ela parece a filha de um mafioso com toda a certeza, assim como
eu os policiais estão em silêncio. Preciso tomar o controle da situação, antes
que eu vire motivo de piada.)
- O Krav Maga, é considerado uma das artes marciais mais perigosas do
mundo, porém ultimamente ela tem sido usada em seu nível mais básico,
ajudando em defesa pessoal. O que vocês viram hoje é apenas um pouco do
que vocês podem encontrar. Então estão dispostos a entrarem em campo para
morrer? Por que isso que vai acontecer se não evoluírem.
-NÃO SENHOR!
- Se dividam em duplas, Marcelo?
- Sim senhor!
- Conduza o treinamento, mata-mata sem parar 1 hora sem interrupção.
- SIM SENHOR! (Chamo Larissia e Malu e volto para dentro da casa, e
Guilherme nos acompanha.)
- AMIGA!! Você arrasou! (Malu a abraça.) Precisava ver a cara daqueles
gostosões te olhando.
- Maria Luiza! (Guilherme a repreende.)
- Não estou cega, querido! Mas, não se preocupe, você é meu gostoso
favorito. (Ela o beija.)
-Hey! Nada disso aqui senhorita Malu! (A repreendo) Se algum policial
ver estarei em maus lençóis, você sabe como é dormir com 5 marmanjo sem
ao menos ver uma mulher? (Olho para Larissia e a vejo corar, eu realmente
não entendo essa mulher, ela estava agora mesmo me desafiando)
- Realmente, eles iriam cair matando em cima do Alex! (Guilherme rir)
- Então eu sou obrigada a fazer voto de castidade por causa da missão de
vocês? (Ela para séria.)
- Esse é um dos lados ruins de namorar um policial! (Digo rindo e vou até
a sala de jantar.)
- Eu não sabia que você mandava tão bem Lari! (Guilherme a olha)
- Digamos que enquanto as crianças iam brincar no parque após a aula, eu
tinha mais 5 aulas de artes marciais.
-Então não é apenas o Krav Maga?
- Não, essa aprendi quando tinha 16, quando já sabia quem era meu pai.
Fiz Karatê, jiu-jitsu, capoeira, muay thai e boxe até os 16. Passei por todas as
faixas e níveis possíveis. E quando completei 16 passei para o Krav Maga, o
Line, que vocês devem conhecer, e um dos meus professores era um ex
fuzileiro naval, o ninjutsu, o pugilismo, que é tipo um boxe e por fim o
Vacon, a qual utilizei para dar o primeiro golpe no policial, o objetivo dela é
infligir dano máximo de forma rápida no adversário.
- PUTA QUE PARIU, tu tá ferrado cara! (Guilherme rir me olhando)
- E por que com tanta técnica em luta você me deixou te desarmar?
- Primeiro que você é forte e ágil e segundo, que eu queria ver do que é
capaz. (Ela fala tímida e a minha vontade é puxar seus fios ruivos e possuir
sua boca, seu corpo.)
- Chefe! (Sandro me tira dos meus pensamentos.)
- Sim!
- Betto conseguiu instalar o programa.
- Tão rápido?
- Sim, eu pedi ajuda de um ex professor meu, ele ajudou a desenvolver o
aplicativo, e como ele confia em mim, me enviou o programa. (Ele fala e
sinto que o destino sorrir para mim.) Até eu me surpreendi com a rapidez.
- Então acho que agora conseguiremos as peças que faltavam.
- E a Margareth? (Larissia me olha)
- Ainda não pensei o que vou fazer, mas não se preocupe, o fim da máfia
está mais próximo do que imaginávamos.
A tarde passa tranquila, Larissia ajuda a Malu a digitalizar tudo, assim
como o Betto, infelizmente não posso ficar com elas, preciso comandar o
treino, quando chega seis horas eles se despedem e sinto uma vontade
absurda de beijá-la, mas não posso. Levo eles até o carro.
- Depois de amanhã, estarei na delegacia para não levantar desconfiança.
Consegue liberar a noite para mim? (Olho fundo em seus olhos, eu preciso
tocá-la, sentir seu gosto.)
- Farei o máximo para conseguir. (Ela sorrir e entra no carro. Betto dar
partida e sai.)
A noite passa rápida, mais um treino e dessa vez os policiais estão
realmente se esforçando, acho que Larissia acabar com Vieira trouxe
vergonha a eles. A madrugada se aproxima, e somos separados em cinco
grupos para fazer a ronda no local e treinar agilidade. Eu fico com Sandro e
Guilherme vendo se conseguimos fechar a investigação.
- Consegui Chefe! (Sandro me chama e desperto, olho o relógio e vejo que
passa das três.)
- Como? (Ainda falo sonolento, essa cadeira é completamente
desconfortável.)
- Foi muito rápido, depois que você me deu o número.
- Então já temos acesso livre? Tem como ele descobrir?
- Não, ele é um espião perfeito.
- Então já podemos procurar, amanhã você continua, vá descansar um
pouco.
- Eu estou acostumado chefe, só consigo dormir se finalizar isso de uma
vez.
- Então ok, amanhã está liberado do treino. (Vou até a sala de estar e me
jogo no sofá, daqui a pouco preciso começar o aquecimento.)
O dia já começa na ação, o treinamento se inicia as cinco e vamos até o
meio dia direto, não lembro da última vez que fiquei tão cansado, estamos na
sala almoçando, quando Sandro me chama e me junto a ele.
- Consegui mais provas contra Ângelo, mas olha, (Ele abre uma planilha)
essa planilha bate com a mesma que está no relatório, depois que a Larissia
falou sobre as funções de cada um eu analisei que apenas há essa planilha nos
e-mail do Ângelo, há de vários meses, então é um padrão. Analisando assim,
tracei as informações do relatório, com as informações que tínhamos e
encontrei as últimas provas que precisávamos. Se Larissia não tivesse
explicado sobre as funções, isso nunca seria possível, pois os arquivos do
Marcus, não tem nome. Mas traçando, resultados, local e movimentação
bancaria, consegui achar todos até mesmo a função da juíza.
- Então acabamos todas as provas?
- Não, eu sei que é dela, pois tirando todos sobrou apenas esse relatório. E
sabemos que ela está no meio, porém não tem como provar que é ela.
- Sim, o júri não vai aceitar provas eliminatórias. Então vou voltar hoje
mesmo, preciso procurar algo que incrimine aquela mulher. Só falta isso!
- Sim, esse programa me ajudou confesso. Mas, você precisa de uma
documentação para todas essas informações serem validadas.
- Não se preocupe, Robert que vai dar entrada consegue isso. Bom
trabalho Sandro!
- Queria poder achar todas.
- Margareth não é qualquer pessoa, ela sabe exatamente onde as cobras
moram na lei, seus anos como juíza a ensinou muita coisa. Se não
conseguimos, teremos apenas seu flagrante na reunião e talvez alguns
testemunhos dos membros do conselho, mas levando em consideração suas
conexões, ela resolveria com uma boa fiança e sairia livremente.
- Então precisamos encontrar algo.
- Sim! Mas, se não encontrarmos, não vou deixá-los continuarem matando
pessoas.
- Verdade! (Vou até a sala e aproveito que todos estão descansando a
comida.)
- Galera, eu vou precisar voltar para delegacia para encontrarmos a última
prova, acho que vocês já entenderam o que falta no nosso pelotão. Agilidade,
apenas isso, vocês têm ótima mira, boa defesa. Mas, tudo vai depender da
velocidade dos seus movimentos. Espero voltar já com a última prova e
preparamos o ataque. Então treinem pesado, por uma questão de hierarquia,
quem me substitui é o Guilherme, estarei de volta depois de amanhã. Não
podemos deixar levantar suspeita com nossa força tarefa.
- Pode deixar! (Eles falam descontraídos.)
Vou até o quarto e me arrumo, não estava preparado para voltar hoje, mas
como Sandro já encontrou tudo que faltava, agora preciso descobrir, a última
pista. Saio com o meu carro, e vou direto para a delegacia, o percurso dura
meia hora e já estou estacionando. Cumprimento os policiais, e vou até a
minha sala, não perco tempo e ligo para Larissia, ela precisa saber que já
temos o que precisávamos. Seu telefone toca, mas ninguém atende. Tento
mais três vezes e nada. Desisto e vou até Robson.
- Robson, como está a situação?
- Achei que viria amanhã, está tudo sob controle. Não recebemos mais
nenhuma denúncia.
- Precisei vim hoje, se quiser pode tirar a tarde e a noite de folga. Vou
ficar por aqui!
- Não chefe, imagino como deve estar cansado, pode deixar, aproveita
para repor as forças. (Ele rir)
- Então vou aproveitar para comprar um café, aqueles garotos estão me
dando trabalho. Como anda o treino por aqui?
- Estamos fazendo pela manhã, e a tarde atendendo as ocorrências.
- Entendido, vamos precisar de vocês no dia, para nos cobrir.
- Sim chefe!
- Amanhã conduzo o treino. (Saio da delegacia e vou até a cafeteria,
preciso de um café bem amargo, estou sentindo o cansaço me atingir com
força. Faço o pedido e em minutos estou a caminho na delegacia. Sinto algo
me incomodar e olho para trás. Procuro alguma coisa suspeita e não encontro,
acho que estou ficando louco, continuo caminhando e novamente sinto
alguém atrás de mim. Olho e nada, paro na entrada da delegacia e olho com
atenção, as pessoas passam apressadas e aparentemente não há nenhum
suspeito. Observo cada canto e não há nada. Entro novamente para delegacia
e vou até Robson.
- Robson, como anda a segurança aqui?
- Da mesma forma senhor, há policiais fazendo as rondas do bairro,
normal.
- Entendi, quem está na sala de seguranças?
- Acho que é o Pedro, aconteceu alguma coisa?
- Não, apenas uma sensação. (Vou até a sala de segurança onde ficam
todas as câmeras de segurança e encontro Pedro.) Boa tarde Pedro, algo de
estranho nas câmeras?
- Não senhor, por que?
- Tem como colocar na câmera que dar para a cafeteria?
- Sim. (Ele abre a câmera)
- Volta um pouco. (Ele faz e me observo ir até a cafeteria.) Aqui, aumenta
um pouco! (Vejo um vulto, quando ele aproxima, parece que é uma criança
de capote preto.) Pode continuar. (A criança caminha atrás de mim e se
esconde, exatamente quando me viro, novamente.)
- Tem como conseguir esse rosto?
- Só um instante! (Ele mexe no computador e imagem é ampliada e
melhorada.) Não, o capuz não deixa. (A imagem continua e agora entendo
por que não o vi, ele retira o capote e pega um telefone indo para longe da
delegacia.)
-PORRA! (Saio em disparada e saio da delegacia. Procuro o menino de
calça jeans e blusa branca com um capote nas mãos, corro para a cafeteria e
ele não está mais lá. Droga, o que uma criança queria me seguindo? Ou estou
ficando louco e foi apenas uma brincadeira. Passo minha mão nervosa em
minha cabeça, eu estou ficando louco? Volto para sala de segurança.) Pedro
põe a gravação na hora que cheguei, por volta das três. (Ele faz) AQUI!
(Aponto para o menino sentado na bicicleta, meu carro ainda não chegou e
ele apenas olha comendo algo que parece ser um algodão doce.)
- Ele estava esperando? (Pedro diz sem entender.)
- Você não o viu antes? (O questiono, é papel dele observar as câmeras.)
- Desculpa senhor!
- Observe os dias anteriores e descubra quando ele passou a vigiar.
- Sim senhor. (Saio da sala e vou até Robson.)
- Robson, você percebeu alguma movimentação estranha na delegacia?
- Não senhor.
- Deixa eu dar uma olhada nas ocorrências dessa semana. (Ele me entrega
a pasta e observo, não há nada suspeito, apenas casos comuns.) Não há nada.
- O que procura Alex?
- Uma criança me seguiu agora a tarde e pelo visto estava vigiando a
delegacia.
- Uma criança?
- Sim, deve ter uns 12 a 13 anos.
- Será que ele não mora próximo e você interpretou errado?
- Não! Eu percebi que havia algo errado, ele não ficaria aguardando na
frente da delegacia e me seguiria.
- Pode ser apenas uma criança que quer ser um policial Alex, não seja tão
extremo.
- Eu sei o que estou falando Robson! (Devo estar parecendo um louco
acusando uma simples criança.)
- Acho que você precisa ir em casa e descansar um pouco, meu amigo.
- Acabei de chegar na delegacia.
-SENHOR!! (Pedro me chama e vou até ele.)
- Você achou?
- Sim, comecei na segunda e ele não estava, só apareceu pela manhã no
dia em que começamos a arrumar as coisas.
- Eu falei Robson! (Digo olhando para ele.) Depois desse dia?
- Ele fica aqui e no dia que vocês foram ele falou ao telefone no momento
em que a viatura saiu.
- E depois? Nos seguiu? (Pergunto em alerta, será que fomos descoberto.)
- Não, ele apareceu no dia seguinte e se manteve assim até hoje.
- Temos que pegar esse menino. (Digo em fúria! Será que a máfia
descobriu? Mas não tem como, eu confio no meu pessoal.)
- Desculpe não ter visto senhor, era apenas uma criança, jamais
desconfiaria.
- Eu entendo, se ele não tivesse me seguido, nem desconfiaríamos.
- O que vai fazer Alex? (Robson me pergunta, vejo que seus olhos estão
escuros como o meu, afinal, foi um erro que passou despercebido.)
- Vou descobrir se realmente tem alguém na minha cola.
- Como?
- Não se preocupe, eu resolvo isso. Irei sair agora Robson, qualquer coisa
eu aviso.
- É melhor levar reforço.
- Não, eu vou fazer isso. (Vou até minha sala e pego minha arma e
munição, vou até a garagem e saio de carro, faço o percurso da minha casa. E
observo que eu estava certo, tem alguém me seguindo, mas tenho certeza que
cheguei aqui sem eles na minha cola. Estavam me esperando? Claro, antes eu
estava em uma viatura cheia de policiais altamente armados eles não iria ter
tamanha ousadia. Ligo para Larissia pelo volante, chama, chama e nada. Faço
um caminho aleatório e vejo o carro se aproximando, é um hb20 preto. Olho
a placa e é carro alugado, tenho certeza que está no nome de alguém
aleatório. Sigo para uma rua sem saída e desço do carro. O carro me segue e
assim que aparece na rua eu aponto a arma para o pneu e atiro, ele avança
para mim, e eu atiro mais uma vez, dessa vez o pneu abaixa rápido. Atiro no
vidro, mas ele não perfura, deve ser blindado, o motorista dar ré rápido e sai.
Para onde pensa que vai? Entro no carro e acelero, vejo ele dobrando a
esquina, ele não vai conseguir ir tão longe. Dobro a rua e DROGA! O carro
está parado com a porta do motorista aberta. Desço rápido e procuro pelo
motorista.
Entro na barbearia e ele não está, vou até o beco e nada, onde esse
desgraçado se enfiou. Não há ninguém andando. Droga, olho na outra
esquina e vejo um homem com capuz preto entrando em um táxi. Tento
correr, mais é em vão, até eu chegar lá o carro já estará longe. PORRA! Volto
para o carro e entro, a procura de uma pista, o carro está limpo, apenas um
documento e bingo, é alugado! Há algo aqui, atrás do documento há um papel
em branco. Puxo e é um bilhete, para mim? Sério? Abro e leio cada palavra
sentindo meu ódio aumentando.
“Você não vai tomar o que é meu, seu órfãozinho.” Quem é esse filho da
puta? Pego meu celular e ligo para o Robson, enviar uma viatura para
apreender o carro. Meu telefone toca e o nome de Larissia aparece na tela.
- Alex, o que houve? Você me ligou tantas vezes, aconteceu alguma coisa?
- Não, (minto) eu liguei para contar uma novidade. (Respiro fundo
tentando afastar o ódio, órfãozinho, quem é você? Como ousa me chamar de
órfãozinho.)
- Você está bem?
- Sim estou, conseguimos o que faltava.
- SÉRIO? (Ela diz animada)
- Sim, falta apenas a Margareth, mas se preferir podemos dar um fim e
depois tentamos achar algo contra ela.
- Não! (Ela fala rápido) Me dê apenas mais um dia.
- Para o que Lari?
- Vou tentar achar algo no escritório do meu pai. (Ela fala meio
atrapalhado.)
- Não Lari, se seu pai lhe pegar, tudo vai por água abaixo.
- Apenas um dia a mais Alex, eu já mapiei o local hoje. (Esqueci que ela
tinha reunião com a máfia.)
-Ah, esqueci que você tinha reunião.
- Sim, por isso não atendi.
- Larissia, falaram algo sobre mim na reunião?
- Não, (Como eu desconfiava, não é obra da máfia, eles jamais agiriam tão
infantil, se fossem eles teriam decido do carro e mandado bala.) apenas
discutiram os lucros do novo carregamento de narcóticos. Por que?
- Nada! (Eu tenho muitos inimigos no crime, mas ninguém nunca ousou
me desafiar.)
- Alex! (Larissia quase grita)
- Oi!
- Estou te chamando já tem um tempo, o que está acontecendo?
- Nada Lari, eu voltei para a cidade.
- Mas não seria amanhã.
- Sim, mas como já descobrimos, eu vim para tentar pensar em algo contra
a Margareth, eu tenho uma peça na manga, mas talvez seja arriscado.
- O que? (Ela pergunta receosa. A viatura chega.)
- Só um instante. (Vou até os policiais) Levem esse carro e peça para a
equipe de perícia dar uma olhada e ver se encontra o motorista.
- E os documentos?
- É alugado!
- Entendido. (Deixo com os policiais e vou para o carro, passo a ligação.)
- Lari!
- Oi, você já está na delegacia?
- Sim, tínhamos que manter as aparências.
- Sim, me conte a sua ideia.
- Você lembra do acordo com seu pai? Eu guardei para utilizar a nosso
favor.
- Como assim?
- Chantagem, podemos modificar o conteúdo e colocar o nome da Juíza na
delação, e ela sabe que a melhor saída seria um acordo com a procuradoria.
- Mas, ela pode informar aos membros.
- Sim, é perigoso...
- Vamos fazer assim, me dê um dia apenas, se eu não conseguir nada, você
faz do seu jeito.
- Larissia, chega de se envolver...
- Isso é a minha vida Alex (Ela me interrompe séria.) Eu farei o
necessário! Agora preciso ir amanhã nos vemos a noite, já consegui a
desculpa. (Ela desliga sem me dizer mais nada. Essa é a Larissa Vizzano,
ninguém consegue ter o controle sobre nada quando ela está ao lado. Vou
para a delegacia, eu realmente estou cansado, toda essa loucura está me
envelhecendo ainda mais.)
Capítulo XXXIV
“O que é a verdade? Inércia. Uma hipótese que satisfaz, que exige o
consumo mínimo de força intelectual." - Friedrich Nietzsche
Larissia Vizzano
- Filha você já está pronta? (Meu pai grita da escada.)
- Sim, pai! Só um momento! (Pego meu caderno, lápis e desço.)
- Vai estudar? (Meu pai pergunta como sempre curioso.)
- Só durante o caminho, minha prova depois de amanhã será muito difícil.
- Essa é minha garota.
- Por falar nisso, (Saímos da casa e entramos no carro.) amanhã eu vou
dormir na casa da Malu, está bem? Ela está tendo dificuldade irei ajudá-la.
- Ultimamente você tem ido muito a casa da Malu! (Ele me olha e apenas
continuo olhando meu caderno.)
- Ah querido, é o único lugar onde a menina pode ir livremente.
- Ela tem o bistrô também.
- Mas pai, eu estou apenas indo ajudar minha amiga, digamos que sou
fácil para pegar o assunto e Malu não.
- Nisso eu concordo, você é bem esperta. (Vejo seu sorriso e começo a
olhar pela janela. Anotando cada movimento do carro no caderno.)
Anoto cada detalhe durante o percurso em minutos chegamos, fecho o
caderno e o coloco dentro da bolsa. Como sempre, eu e mamãe utilizamos o
lenço nos cabelos e os óculos escuro. Presto atenção na quantidade de
seguranças presentes na entrada da casa. Tem cinco na porta principal e com
certeza há mais ao redor dela. Entramos e novamente mais segurança, vinte
cinco ao todo pelo que consegui contar, sete estão no andar de cima, apenas
fiscalizando e oito estão espalhados pela sala principal, quatro estão de
plantão em frente a porta de reunião e cinco seguram caixas com pertentes e
um detector de metal. Fazemos o ritual costumeiro de deixar tudo eletrônico e
entramos na de reuniões e todos já estão presente, hoje estou mais nervosa do
que antes, tenho medo de descobrirem algo e utilizarem contra meu pai,
espero que tudo ocorra bem. A reunião se inicia e falam sobre as vendas e
distribuição de narcóticos, eles falam tão naturalmente, como se as pessoas
viciadas fossem apenas peões no tabuleiro e até mesmo meu pai.
Às vezes me pego pensando se os céus vão me castigar por estar traindo
meu próprio pai, mas quando penso no tanto de vidas inocentes sendo
atacadas, levadas até mesmo pelas drogas, o tanto de dinheiro sonegado é
absurdo. Espero que esteja pensando certo, eu amo meu pai e seria capaz de
dar a minha vida por ele, mas não as das outras pessoas.
- Acho que podemos pensar em uma fusão mais para frente, não acha
Marcus? (A juíza insuportável diz maliciosa e todos a olham curiosos.)
- Que tipo de fusão? Já temos as maiores potencias econômicas aqui! (O
dono da empresa Benny’s diz curioso, esse homem está quase morrendo,
como ainda consegue participar de tanta maldade, para que mais dinheiro?)
- Um casamento Louis, cabeça jovens na máfia! Acho que precisamos de
uma nova repaginada. (Ela diz sorrindo.)
- Se refere a seu sobrinho e, minha querida filha? (Sinto meu coração
palpitar, eles só podem estar brincando, aperto delicadamente o joelho de
papai.) Acho que é uma ideia se considerar! (Ele está brincando, só pode.
Para que tanto espanto Larissia, essa máfia não dura nem até mês que vem!
[Minha majestade rir debochada em seu vestido de seda vermelho.] Ela está
certa, respiro fundo, tudo isso vai acabar antes mesmo que eu seja forçada a
isso.)
- Não sabia que a linda jovem Vizzanos conhecia algum Lisboa! (Sampaio
olha para Margareth.)
- Sim, apesar do meu garoto ainda não fazer parte, seria uma bela junção.
Tenho certeza nas capacidades dele, tanto como marido, quando um membro
leal.
- Como você tem certeza que ele não vai fugir após saber quem eu sou.
(Digo em disparada.) Não é todos que querem uma noiva mafiosa. (Sorrio
ternamente e todos dão risadas como se eu houvesse acabado de contar uma
piada.)
- Acho que não minha querida, você seria um belo troféu para qualquer
marido, e tenho certeza que um Lisboa não desperdiçaria essa chance. (O
governador rir maleficamente e sinto dificuldade em engolir minha própria
saliva.)
- Minha menina é ingênua sobre sua coroa, (meu pai sorrir) mas vamos
conversar em outro momento Margareth, farei gosto desse relacionamento.
- A máfia está precisando de uma comemoração, faz quanto tempo que
não temos um grande evento? (A promotora diz animada e sinto que preciso
ficar extremamente calada ou posso acabar deixando minha raiva conduzir
minhas ações.)
- Acho que o foco no momento são a entrega dos narcóticos, depois
pensamos sobre outros assuntos. (O antigo delegado diz sério e agradeço pela
mudança, pois o assunto continua e eu apenas me calo. Era só o que faltava,
um casamento arranjado, apesar que meu pai acha que realmente está
juntando duas pessoas que se gostam, desculpa pai, minha escolha foi um
pouquinho só mais radical. A reunião acaba e somos os últimos a sair, papai
conversa com um dos seguranças antes e em seguida saímos, tento observar
novamente o que está a minha frente e vejo que tem mais seguranças cerca de
oito. Onde eles estavam? Somos escoltados até o carro e observo se
realmente anotei as informações correta. Chegamos em casa e pego meu
celular e me surpreendo com as chamadas de Alex, aconteceu alguma coisa?
Retorno e ele atende rapidamente
- Alex, o que houve? Você me ligou tantas vezes, aconteceu alguma coisa?
- Não, eu liguei para contar uma novidade. (Escuto sua respiração pesada,
realmente não aconteceu nada?)
- Você está bem?
- Sim, estou, conseguimos o que faltava. (Não acredito, temos todas as
provas? Meu coração palpita muito rápido.)
- SÉRIO?
- Sim, falta apenas a Margareth, mas se preferir podemos dar um fim e
depois tentamos achar algo contra ela. (Tinha que ser ela, meu ódio por essa
mulher só cresce, se eu pudesse ao menos conseguir uma prova.)
- Não! (Falo rápido, e se eu conseguir uma prova? Minhas ideias começam
a se juntar como um quebra cabeça.) Me dê apenas mais um dia.
- Para o que Lari?
- Vou tentar achar algo no escritório do meu pai. (Minto descaradamente,
minha ideia vai muito além disso.)
- Não Lari, se seu pai lhe pegar, tudo vai por água abaixo. (Nada vai dar
errado, eu já sei o que fazer.)
- Apenas um dia a mais Alex, eu já mapiei o local hoje.
-Ah, esqueci que você tinha reunião.
- Sim, por isso não atendi.
- Larissia, falaram algo sobre mim na reunião?
- Não, (Sinto uma agitação em sua voz) apenas discutiram os lucros do
novo carregamento de narcóticos. Por que?
- Nada! (
- Por que eu sinto que há algo que não me conta? Ele fica em silencio),
Alex? (Ele continua em silêncio, será que saiu? Alex? (O chamo novamente e
nada) Alex! (Aumento minha voz)
- Oi!
- Estou te chamando já tem um tempo, o que está acontecendo?
- Nada Lari, eu voltei para a cidade.
- Mas não seria amanhã. (Por que ele voltou hoje?)
- Sim, mas como já descobrimos, eu vim para tentar pensar em algo contra
a Margareth, eu tenho uma peça na manga, mas talvez seja arriscado.
- O que? (Acho que meu plano é mais correto.)
- Só um instante. (Escuto sua voz de longe e acho que ele está sem o
celular.) Levem esse carro e peça para a equipe de perícia dar uma olhada e
ver se encontra o motorista.
- Lari!
- Oi, você já está na delegacia?
- Sim, tínhamos que manter as aparências.
- Sim, me conte a sua ideia.
- Você lembra do acordo com seu pai? Eu guardei para utilizar a nosso
favor.
- Como assim?
- Chantagem, podemos modificar o conteúdo e colocar o nome da Juíza na
delação, e ela sabe que a melhor saída seria um acordo com a procuradoria.
- Mas, ela pode informar aos membros.
- Sim, é perigoso... (Se ela falar com meu pai? Isso iria arruinar tudo, eu já
percebi que ela tem alguma ligação com Sampaio se Alex for confrontá-la e
dar errado todo o plano vai por água baixo.)
- Vamos fazer assim, me dê um dia apenas, se eu não conseguir nada, você
faz do seu jeito.
- Larissia, chega de se envolver...
- Isso é a minha vida Alex (Digo séria.) Eu farei o necessário! Agora
preciso ir. Amanhã nos vemos a noite, já consegui a desculpa. (Desligo o
celular antes que ele possa me repreender mais ainda. Ligo para Malu no
mesmo momento e rapidamente ela atende.)
- Malu preciso de você.
- Você sempre precisa! (Ela diz rindo)
- Preciso ir à casa do Caio. Soube que ele mora com a tia.
- Vamos na toca da Leoa?
- Sim, quantas vezes Caio nos chamou para estudarmos com ele?
- Verdade, mas nunca fomos, ele pode estranhar se irmos agora.
- Não se você disser que tem algum problema na sua casa.
- Então nós o indagamos para que ele ofereça?
- Sim! Só preciso que a tia dele nos deixe a vontade, para eu fazer o que é
preciso.
- O que pensa em fazer? (Explico tudo a ela.)
- Ah, pode dar certo, muito certo na verdade, seria melhor se ela não
estivesse em casa.
- Sim, mas pedir isso seria desconfiança demais, acho que ela não ficará
no nosso pé, vai dar certo! (Digo confiante)
- Sim! E então já convenceu o seu pai de vim dormir amanhã aqui?
- Sim! Já está tudo certo.
- Eu acho isso tão injusto, eu e Guilherme mal matamos o atraso e já
estamos separados, e vocês podem se encontrar.
- Amiga, eu juro que quando tudo acabar eu convenço o Alex a dar uma
semana de folga para o Guilherme.
- Impossível, seu homem não é do tipo que aceita o que você quer não, ele
é bem profissional.
- Eu vou pensar em uma maneira de persuadi-lo.
- UIUIUIUI! Surra de buceta! (Ela fala animada e sinto minhas bochechas
queimarem.)
- Eu não disse isso! (Me defendo)
- Mas pensou, que eu sei. Minha garotinha está tão crescida! (Ela fala
fingindo emoção.) Temos que conversar viu mocinha, você já conseguiu
marcar a consulta com a ginecologista? Não pode tomar outra pílula do dia
seguinte não, ela é uma explosão de hormônios.
- Eu sei, confesso que com tantas coisas acabei esquecendo.
- Pois faça o quanto antes possível.
- Pode deixar! (Conversamos mais um pouco e desligamos, vejo que Alex
me mandou cinco mensagens perguntando o por que não consegue falar
comigo. Informo que estava com Malu na ligação, a noite chega e vou para o
bistrô, hoje o movimento está bem intenso e passo a noite inteira na
cozinhando. Chego em casa por voltas das uma e meia e tudo já está
desligado! Ótimo, vou até o escritório do meu pai e entro silenciosamente.
Vou até a escuta entre os livros e a pego, saio e vou para o quarto, eu sabia
fácil! A desligo e guardo dentro da bolsa. Olho o celular e respondo Alex,
porém a mensagem não chega até ele. Hoje foi cansativo, meus braços doem,
eu amo meu trabalho, mas confesso que cansa bastante, qual trabalho que
não?)
A hora do almoço chega e como sempre Caio se senta conosco, confesso
que após aquele dia em minha casa, achei que ele iria se afastar de nós, mas
ocorreu o contrário, ele não só está me tratando bem, como finge que nada
aconteceu.
- Gente, eu não sei o que vou fazer, meu simulado foi uma droga! Como
você consegue Larissia?
- Eu achei tranquilo Malu! (Ele sorrir) Mas realmente a Lari é uma
guerreira de já ter passado.
- Guerreira nada, eu fui forçada a fazer a prova!
- Seu pai não pareceu do tipo mal que força a filha a fazer as coisas.
- Você não viu foi nada! (Dou risada, se ele soubesse que ele é o chefe da
máfia não falaria isso.)
- Vocês poderiam me ajudar, não é? Estou me sentindo a burra do trio.
(Malu abaixa sua cabeça na mesa.)
- Eu já disse que posso ajudar você estudar, mas a preguiça não deixa!
(Debocho, já entendi o motivo da sua conversa e vou entrando, Malu é
realmente uma boa atriz. Espero conseguir fazer o mesmo.)
- Eu também posso ajudar! (Caio diz sorridente me olhando, esse seu
sorriso está me dando arrepio, como consegue fingir que nada aconteceu tão
naturalmente?)
- Betto não me deixa! Você acredita que ele inventou de hospedar três,
EXATAMENTE TRÊS, colegas lá essa semana. TRÊS! (Ela parece
realmente desesperada.) Estou para ficar louca.
- Não fale assim do Betto coitado, ele sabe que você foi mal na prova?
- Você acha que eu contaria? Jamais, só espero poder estudar antes da
última prova.
- Podemos estudar hoje, o que acha? (Caio diz nos olhando)
- Hoje? (Digo receosa, não esperaria que fosse hoje, eu marquei com
Alex!)
- Sim, a prova final da Malu não é depois de amanhã?
- É! (Droga, já é agora?) Mas, aqueles malditos estão lá em casa, só se for
na cafeteria. (Malu fala despretensiosa.)
- Não, vamos para minha casa, (Caio diz tranquilamente) a cafeteria
também tem barulho, minha casa é silencio total. (Plano Ok!)
- Não sei, (digo pensativa, não posso aceitar de primeira ou ele pode
desconfiar.) meu pai é um pouquinho chato pode não gostar.
- Duvido Lari, qualquer coisa eu mesmo falo com ele. (Ele fala confiante.)
- Melhor não Caio! (Finjo descaradamente)
- Amiga, por favor! Até eu posso falar com seu pai se for preciso, eu
preciso passar na final, não quero ter que repetir esse simulado mais uma vez.
Caio até emprestou a casa dele, vamos! (Ela fala implorando, essa garota é
uma atriz realmente.)
- E se sua tia não gostar?
- Primeiro que ela iria gostar se estivesse, mas ela não está hoje. Não é a
primeira vez que a chamo, vocês nunca querem ir a minha casa. (Ele fala com
raiva, acho que já está bom de teatro, a situação hoje já está perfeita!)
- Está bom, mas vou precisar falar com meu pai primeiro.
- Eu deixo você em casa. (Ele me olha fundo em meus olhos.)
- Ela vai dormir comigo hoje!
- Então deixo vocês. (O que eu vou falar? Tenho certeza que meu pai não
vai se opor, percebi sua intenção naquele dia.)
- Vou falar com ele. (Saio e ligo, como esperado ele gostou e mandou dar
saudações a Margareth, ele realmente quer me casar com Caio, até os
seguranças foram dispensados, de acordo com meu pai, a casa dela é uma
fortaleza como a nossa.)
- Então ótimo! (Malu fala animada, terminamos o almoço e fomos para
sala, assistir a última aula do dia. Assim que nos despedimos de Caio, Malu
bate em meu ombro.) Fomos perfeitas, não fomos?
- Sim, até eu acreditei (Dou risada) mas não posso voltar muito tarde, tem
o Alex, ele não sabe de nada disso.
- Ele jamais a deixaria ir para casa do Caio, ainda mais depois daquele
beijo.
- Não me fala daquele beijo. Só espero que consiga fazer tudo, sem
problemas.
- Vamos, somos uma ótima dupla! (Ela bate na minha mão e o professor
entra, a aula passa devagar e assim que acaba vamos com Caio, o caminho é
feito com algumas conversas bobas, chegamos e me surpreendo, não
esperava que a casa fosse tão deslumbrante, parece aqueles casarões da
Inglaterra, as paredes são brancas e há um grande jardim. Se não fosse pelo
tamanho, eu diria que a casa dela é quase igual a minha, será que há um estilo
mafioso? O que estou pensando! Entramos e a casa está silenciosa, o
ambiente é agradável e lembra muito a uma exposição de artes pois há muitos
quadros espalhados pela sala.)
- Caio, você arrasou, sua casa é linda! (Malu fala maravilhada)
- Só não é tão bonita quanto a casa da Lari, aquilo ali parece um palácio.
- Que nada, é apenas uma casa grande! (Falo tranquilamente e observo,
onde seria o melhor lugar para se colocar?)
- Boa tarde senhor! (Um homem calvo surge com uma roupa cinza.)
- Boa tarde Martin, meninas esse é o Martin, nosso mordomo.
- O senhor vai precisar de alguma coisa?
- Não por agora, mas peça para Mariana preparar uns deliciosos lanches
para as meninas.
- Não precisa. (Digo apressada)
- Pare de besteira Lari, precisamos de energia para estudar.
- Istó es un hombre sábio. (Malu brinca)
- Que idioma é esse? (Digo rindo, tentando tirar essa tensão que se
instalou em meu corpo.)
- Algum idioma deve ser! (Gargalhamos)
- Podemos estudar aqui? (Questiono, querendo acabar logo com isso, não
sei por que, mas essa casa não me traz uma boa vibração.)
- Claro! (Ele retira o jarro na mesa de centro.) Mesa de estudo pronta. (Se
senta, no chão e nós o seguimos. A tarde vai passando e quando é a vez de
Caio explicar observo que há muitos empregados na casa, onde eu poderia
colocar essa escuta sem que nenhum deles a encontre?)
- Hora do Lanche! (Caio diz animado e o tal Martin põe uma bandeja com
uma torta, biscoitos amanteigados e suco.)
- Eu vou virar fã de carteirinha da sua casa. (Malu diz animada)
- Vocês são sempre bem vindas. (Olho e vejo um porta-retrato, pode ser
um bom lugar!)
- Obrigada! (Malu serve e faço o mesmo, olho para o quadro, vamos lá!
Abro minha bolsa e pego meu lenço e a escuta escondido. Limpo minha boca
com o lenço e com o dedão escondo a escuta na palma da mão. Guardo o
lenço novamente e olho mais uma vez para o porta-retrato.) É você ali?
(Pergunto e os dois olham o porta-retrato.)
- Sim!
- Nossa, você tinha o cabelo tão claro assim quando era bebê? (Malu
pergunta e acho que já percebeu o que quero fazer. (Ela se levanta e vai até
lá.) Posso pegar?
- Claro! (Ele diz animado)
- Olha só Lari, nem parece o trambolho que está hoje.
- Obrigada pelo elogio. (Caio revira os olhos.)
- Você era realmente engraçadinho! (Digo olhando o porta-retrato. Eu
preciso abrir ele, senão eles podem ver.) Ai! (Ponho minha mão livre na
garganta.) Tem algum pedaço de damasco na Torta? Minha garganta está
coçando um pouco.
- Acho que não, será? Martin! (Ele chama alto e mordomo volta.) Esse
bolo tem damasco?
- Não senhor!
- Você pode me trazer um copo de água! (Finjo tossir) Talvez tenha me
engasgado com o bolo então! (Forço mais uma vez tossindo).
- Claro senhorita! (Martin sai, droga a ideia era Caio pegar.)
- Você pode colocar uma colher de sal e outra de açúcar, se for. (Forço
uma tosse outra vez) alergia pode parar.
- Claro Lari, já volto! (Ele se levanta e solto o ar dos pulmões. Malu me
olha, mas não perco tempo, abro o tampo do porta-retrato e coloco a escuta
lá. Fica um pouco grosso, mas pode passar despercebido. Estou fechando
quando escuto Caio! Fecho o último pino e ponho a mão na garganta.)
- Corre Caio, acho que é realmente uma reação. (Malu me ajuda no
fingimento)
- Aqui! (Ele me entrega rápido e eu tomo.)
- Tem castanha de caju? (Malu pergunta, olhando para o mordomo.)
- Sim, algumas raspas na massa.
- É isso, ela não pode comer castanha de caju! (Olho para Malu, e ela
apenas suaviza seu olhar.)
- É, eu não percebi que tinha. (Minto a ajudando, quando me tornei tão
boa mentirosa? Finjo uma respiração pesada.)
- Vou chamar um médico. (Caio fala desesperado.)
- Não precisa, daqui a pouco o soro caseiro faz efeito, como ele falou que
foi raspas, então não é tão grave. (Malu diz me olhando preocupada.)
- Você viu como fiquei da outra vez. (Faço uma voz rouca.) Eu já teria
inchado, logo passa.
- Respira Lari! (Malu encena uma respiração e faço como ela diz, a
vontade é rir da sua palhaçada, mas me mantenho no papel.) Isso, já está
passando! (Vou diminuindo a respiração e ao pouco normalizo.)
- Desculpa Lari, eu não fazia ideia.
- Não a nada para se desculpar Caio, não é como se eu saísse por aí
falando das minhas alergias.
- Eu fiz pior Caio, a primeira vez que ela foi lá em casa dei sobremesa de
damasco. Ela quase morreu aquele dia, se não fosse seu motorista, lhe
levando apressada ao médico acho que ela não estaria aqui. (Malu comenta, e
pelo menos isso é verdade.)
- Você lembra? Meu pai quase não me deixou ir mais a sua casa. (Damos
risada.)
- Claro que sim! Fiquei tensa! (Ela se levanta e pega o porta-retrato
colocando no lugar.) Eu nunca imaginei que alguém que fosse alérgico
pudesse comer tanto doce sem perceber.
- Isso acontece mais do que você possa imaginar. (Digo) Às vezes não
consigo perceber o sabor e acabo comendo.
- Como o que aconteceu agora! (Malu completa, somos realmente uma
boa dupla.)
- Você precisa ter mais cuidado Lari! (Ele diz sério) Se continuar assim
pode acabar morrendo.
- Não se preocupe, vou me cuidar! (Digo já boa) Acho que os biscoitos ao
menos eu posso provar.
- Calma, tem mais alguma coisa que você é alérgica? (Caio me olha sério.)
- Damasco, uva passas e acho que só.
- Fora a castanha de caju! (Malu alerta)
- Isso! (Digo me corrigindo)
- Tem algum desses ingredientes nos biscoitos Martin?
- Não Senhor!
- Então vamos continuar! (Comento feliz, consegui, agora já podemos
esperar ver o que achamos.)
Continuarmos a tarde e quando estamos prestes a sair vejo o diabo loiro se
materializando na minha frente. DROGA!
- Já estão de saída? (Ela entra em casa e segura em meu braço e no de
Malu.) Fiquem para o café.
- Não precisa! (Tento parecer calma, o que ela pensa que está fazendo
colocando suas mãos sujas em mim?)
- Claro que sim, eu e seu pai somos amigos, ele jamais me perdoaria se
não oferecesse uma bela refeição.
- Realmente não precisa. (Malu tenta me ajudar, acho que ela também não
gostou da loira azeda.)
- Não, não, não! Eu faço questão, vamos irei mandar fazerem um belo
jantar! (Ela me olha e sinto que estou literalmente na cova dos leões, como
vou sair dessa mulher e o Alex?)
Capítulo XXXV
“Os homens devem ser adulados ou destruídos, pois podem vingar-se das
ofensas leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz ao homem
deve ser de tal ordem que não se tema a vingança." - Maquiavel
Caio Silva Lisboa
Saio da casa de Larissia sentindo cada gota do meu ser queimar, como ela
pode me dispensar? E por que aquele cretino filho da puta ousou ligar para
ela? (Meu corpo está em chamas quero, matar aquele filho da PUTA! Ele está
achando mesmo que vai levar a Larissia de mim? Não ele não vai, eu sou a
sua ÚNICA OPÇÃO LARISSIA! A única! Vou para casa e não perco tempo
gasto toda a minha raiva em sacos de areia.
- O estoque de sacos vai acabar se continuar assim! (Minha mãe aparece
arrumada.)
- Você tem dinheiro para comprar uma tonelada. (Continuo batendo)
- O que foi dessa vez? O Marcus aprontou alguma para você? (Ela olha
com fúria.)
- Não, ele foi super gentil, ele acha que eu e Larissa temos alguma coisa.
- NÃO ME DIGA! (Ela grita e se senta na mine poltrona da academia.) E
o que vocês conversaram, você fez o papel do bom moço, não foi?
- Claro, eu já disse que amo a Larissia, então não é um jogo para mim.
(Falo com raiva.)
- Se ama e o encontro foi tão bom, por que está descontando sua fúria em
areia?
- A Larissia me rejeitou.
- ELA O QUÊ? (Seu corpo se levanta rápido e ela vem até a mim como
uma leoa.) Você é tão inútil ao ponto de ser rejeitado por aquela garota. (Sua
voz é firme e dura.) FOI ASSIM QUE EU LHE CRIEI? UM FRACOTE!
(Sua mão bate com força no meu rosto e sinto o lugar arder.)
- EU NÃO SOU UM FRACOTE! (Grito em sua cara e esmurro o saco
com força.)
- Sim você é! Se não consegue enganar uma garota idiota como aquela
você é mais que um fracote, é um inútil. Tenho certeza que aquele delegado
pode a levar com um apenas um gesto. (Sinto cada célula do meu corpo
vibrar e soco sem parar o saco.)
- Ela disse que não está preparada para relacionamentos, (Fecho os olhos e
continuo esmurrando o saco. Sinto meus dedos sangrarem dentro da luva.)
que precisa resolver problemas familiares.
- ESPERA! (Ela grita histericamente e eu paro segurando o saco com
ódio) Ela disse problemas familiares?
- Sim, por que?
- Talvez ela não tenha dispensado você. (Sua postura suaviza e ela volta a
sentar.) Como não pensei nisso, pelas regras da máfia, a linhagem de
herdeiras precisa ser feita com um alfa da própria máfia.)
- O que isso quer dizer? (Presto atenção nela.)
- Que ela só pode se relacionar com homens de dentro da máfia, apesar de
você ser meu filho, na verdade, sobrinho para eles, você ainda precisa entrar
para máfia, só assim podem se relacionar.
- Então foi por isso que ela me rejeitou?
- Ela não te rejeitou! (Ela se levanta calmamente) Ela apenas disse que não
pode agora. Ótimo, ao menos ela deixou claro que precisa resolver os
problemas, pode deixar que facilitarei para vocês.
- Como?
-Na próxima reunião do conselho, irei falar com o Marcus. (Seus olhos
estão brilhantes.) Você não é tão inútil! (Ela dar dois tapas leves em meu
rosto e se vira saindo da sala.) Não esqueça filho, mamãe te ama! (Martin a
acompanha e ela vai embora. E eu reflito em suas palavras, ela disse que não
estava disposta a relacionamentos agora, ela não dispensou a mim, ela só não
pode estra em um relacionamento. Soco uma última vez o saco e retiro as
luvas, meus dedos estão ensopados de sangue.)
- Eu sei que você gosta de mim Lari, eu sei! Só preciso tirar esse maldito
da sua cola, e fazer ele se arrepender de tentar pegar o que é meu. (Enfaixo
minhas mãos e chamo Max, um dos seguranças, em minutos ele chega.)
- Sim senhor Lisboa.
- Tenho uma missão para você.
- Sim!
- Preciso que vigie esse cara para mim. (Pego meu celular e mostro a foto
que tirei no dia no congresso.)
- Senhor, mas esse não é o delegado federal?
- Isso mesmo, quero saber todos os passos dele, a partir de hoje!
- E se for pego? (Pego o dinheiro que separei.)
- Isso é para que não seja pego e não conte sobre nada a ninguém,
principalmente a minha mãe. (Ele olha a quantidade)
- Darei meu máximo senhor.
- Pois dê começando de agora. (Agora eu pego você delegado, tenha
certeza disso. A noite passa e quando estou indo dormir recebo a ligação de
Max.)
- O que houve?
- Ele acabou de sair em uma viatura cheia de policiais, parecem que vão
fazer alguma ronda, pois tão altamente armados. É para segui-los?
- Não, eles desconfiariam na hora. Se mantenha em vigilância, não seja
pego e me passe tudo! (Farei o que for possível, El diabo, para te mandar de
volta para o inferno!)
O dia passa e recebo a notícia que os policiais não voltaram, será que estão
em alguma missão? Melhor assim! Ele não vai encher a paciência de Larissia,
vou para a universidade e assim que me ver ela fica vermelha e constrangida,
mas finjo que nada aconteceu, não quero criar desconforto entro nós, a culpa
não é sua, ela só ainda não sabe que sou o parceiro exato para ela.
Outro dia se passa sem notícias do delegado, até que estou na universidade
e meu telefone toca, o nome de Max aparece, peço licença ao professor e saio
de imediato.
- Ele voltou chefe!
- Ótimo, o siga, está com as instruções que passei?
- Sim, estou usando um carro alugado.
- Assim que ele sair me informe. (Ele desliga e volto para sala. Passam
alguns minutos e novamente Max me liga, espero professor virar e atendo.)
- O que houve?
- Ele percebeu que alguém está o vigiando.
- Ele pegou você?
- Não, estou utilizando outra pessoa para a vigia.
- Ótimo, é bom que ele perceba. Assim que ele sai você vá atrás dele e
descobrir onde ele mora, e vai enviar uma mensagem. (O professor vira e eu
tiro o celular do ouvido. Ele volta novamente.) Escreva em um papel branco,
"Você não vai tomar o que é meu, seu órfãozinho.” E entregue na caixa de
mensagens.
- Certo! (Ele desliga e eu continuo a aula, agora você vai ver com quem
está mexendo.)
Chego em casa e jogo minhas coisas em cima do sofá, minha mãe não
está, ótimo, meu celular toca e novamente é o Max o que foi dessa vez?
- O que houve Max?
- Chefe, desculpa mais ele descobriu.
- Ele pegou você, EU DISSE PARA NÃO SER PEGO PORRA!
- Não senhor, não fui pego.
- Então o que aconteceu?
- Ele me levou para uma rua sem saída e atirou no pneu do carro, tentei
fugir, mas com o pneu furado não tive como, então deixei o papel no
documento do carro e fugi.
- Ele recebeu o papel?
- Sim!
- Então venha, você cumpriu sua missão! Esqueceu alguma informação
para traz?
- Não senhor!
- Então venha! (Eu pagaria todo o dinheiro do mundo para ver a cara
daquele merda lendo minha mensagem, eu sou Caio Lisboa, senhor
Delegado, não vou deixar fazer o que quer, não com a minha garota, SÓ
MINHA!
O dia finaliza com gosto de vitória, vou para a universidade e na hora do
almoço encontro minha garota, hoje ela está ainda mais linda, mais
sorridente. Malu se saiu mal na prova e não tem onde estudar, aproveito a
oportunidade e ofereço a minha casa, quanto mais próximo ficarmos, mais ela
vai se render à minha, mais ela vai perceber que eu sou o amor da sua vida.
Ligo para minha mãe e aviso que elas vão para casa e peço que ela saia. É
claro que ela faz, está louca para que meu relacionamento progrida. A tarde
passa maravilhosa, com exceção da alergia de Larissia ter atacado, assim que
ela for minha irei obriga-la a se cuidar melhor, é a segunda reação alérgica
em uma semana, ela não pode ser assim e eu irei ajuda-la. Tudo está fluindo
perfeitamente bem, até que minha mãe chega, tenho certeza que fez de
proposito e convida as duas para jantar.
Já sentiu o gosto da vitória? O doce mais gostoso do mundo é a realização,
olho para Larissia sentada em minha mesa e jantando e sinto cada célula do
meu corpo vibrar. Ela está aqui, jantando, na minha casa com a minha mãe. O
destino nos uniu e sinto que cada vez mais consigo alcançar seu coração.
- Então Lari, como estão seus pais? (Minha mãe olha para ela e a vejo
inquieta.)
- Estão bem, senhora!
- Não me chame de senhora, menina, não sou tão velha! Me chame de
Margô. (Lari sorrir e sinto que sou tomado por um sentimento de paz, ela está
rindo.)
- Sim! (Ela fala envergonhada.)
- E você, é a Malu, correto?
- Sim, senho... quero dizer Margô. Se me permite comentar sua casa é
incrível, me senti uma princesa.
- Sim, eu realmente gosto da decoração, pensei em cada detalhe. (Minha
mãe continua falando do arquiteto, até que o celular de Larissia começa a
tocar.)
- Me desculpem esqueci de desligar. (Ela olha no visor e parece
preocupada.)
- Pode atender se quiser. (Digo, não quero que ela fique desconfortável.)
- Não precisa, é apenas meu pai, deve querer saber onde estou. (Ela fala
vermelha.)
- Então atenda minha querida, o Marcus não é alguém que gosta de
esperar.
- Não realmente não precisa, daqui a pouco ligo para ele.
- Não precisa se incomodar conosco. (Tento deixa-la mais confortável,
suas bochechas parecem tomates de tão vermelha.)
- Atenda! (Minha mãe diz divertida, acho que ela está amando ter a filha
do Marcus em sua casa, seus planos estão saindo exatamente como ela
planejava, Lari leva o celular até o ouvido.)
- Pai, sim, já estou indo daqui a pouco.
- Mande um beijo para ele e para sua mãe! (Minha mãe diz bebendo uma
taça de vinho.)
- A senhora Margareth mandou um beijo. (Seu rosto fica pálido) Ok pai,
já, já estarei na casa de Malu. (Ela desliga e parece um pouco nervosa.)
- Me desculpem, meu pai não gosta que passe muito tempo fora de casa.
- Eu o conheço muito bem, então não vamos nos prolongar, ou ele
mandará lhe buscarem com toda a cavalaria. Vá Caio, as leve com cuidado.
(Minha mãe diz animada, nunca a vi assim tão sorridente.)
- Obrigada pelo jantar se... Margô (Larissia diz tímida e a cumprimenta.)
- Sim, obrigada, foi um prazer! (Malu fala sorrindo.)
- Voltem quando quiser, principalmente você princesinha! (Minha mãe
passa a mão no rosto de Larissia.) A casa é sua!
- Agora vou levá-las. (Abro a porta e elas saem, abro a porta do carro para
Larissia novamente e ela entra ficando ao meu lado, Malu fica no banco de
trás e seguimos. O caminho é feito em silêncio, será que pedir para jantar foi
demais?) Desculpem a minha mãe, eu não sou de levar colegas em casa.
- Que nada Caio, sua mãe é uma fofa! (Malu diz animada) E tão bonita,
não é Lari?
- Oh sim! (Larissia parece distante.) Ela é deslumbrante! (Seu olhar está
sério, acho que levou um sermão do seu pai, a culpa é minha por insistir que
ela ficasse.)
- Você quer que eu vá até sua casa explicar o atraso.
- Não! (Ela fala rápido) Está tudo bem, meu pai apenas ficou chateado por
que não dei notícias, você viu o quanto ele ama se intrometer na minha vida.
(Ela rir) Não se preocupe, assim que chegar já vou ligar para ele.
- Sim! Mas se precisar...
- Não vai! (Ela interrompe) Obrigada, por ter me ajudado a ajudar a Malu,
Caio.
- Sim, obrigada de verdade Caio, acho que foi um dos meus melhores
estudo, teve lanchinho e ainda um ótimo jantar. Eu realmente não vou
esquecer.
- Espero que não esqueça o que estudamos, isso sim! (Larissia comenta
rindo)
- Pode deixar capitã! (Rimos e eu paro o carro em frente à casa de Malu!
Ela desce e antes que Larissa faça o mesmo, seguro seu braço.)
- Lari, eu só queria dizer que amei passar a tarde com você. (Ela sorrir)
- Obrigada Caio, digo o mesmo! Até logo. (Ela tenta sair, mas a seguro
novamente.)
- Só mais uma coisa, desculpa por tudo, pelo beijo e pela casa do seu pai,
eu entendo agora e esperarei o tempo que for preciso.
- Caio...
- Não precisa dizer nada! (A interrompo) Já estou indo, tenha uma ótima
noite Lari! (Ela sai)
- Para você também Caio! (Espero ela entrar e saio, mas vejo um carro
conhecido estacionado na esquina, passo por ele e sinto minha raiva crescer!
O que ele está fazendo aqui? O QUE ESSE MALDITO DELEGADO ESTÁ
FAZENDO AQUI?)
Faço a volta e paro o carro atrás dele, o que ele pensa que está fazendo?
Vigiando a Larissia? Espero 10 minutos até que ele liga o carro e sai, me
mantenho a uma distância segura, dessa vez não posso ser pego, ele para duas
quadras depois e espera outro carro. Aquele é o Betto? O que o Betto tem a
ver com o delegado? Eles conversam e me pergunto o que tanto con.... Meus
olhos não acreditam no que estão vendo? Aquela é a Larissia? (Ela desce do
carro do Betto e vai até o Alex, pego meu celular e tiro foto, não consigo
acreditar, o que os três estão fazendo juntos? O celular está com o flash
ligado e acaba chamando atenção dele. PORRA! Larissia volta correndo para
o carro de Betto e Alex entra no dele. Ligo o carro com pressa e saio, mas
logo vejo o carro do delegado atrás de mim! E penso melhor, estou com o
meu carro, minha placa, ele pode puxar rápido, entro na rua, fazendo o
retorno e volto correndo para a casa de Malu. Vejo Larissia saindo do carro e
corro em sua direção.
- Lari! Você está bem? (Olho para ela)
- O que você ainda está fazendo aqui?
- Aquele cretino parou o carro de vocês, quer que eu a leve para casa?
- Calma, estou bem (Ela me olha pálida, mas o carro do Alex para e ele
desce. Já com a arma na mão, o que ele pensa que é?)
- MÃOS PARA CIMA! (Ele olha para mim com fúria. E continuo parado)
- Alex! (Larissia chama)
- EU DISSE MÃO PARA CIMA PORRA, SE NÃO ME OBEDECER,
EU VOU PRENDER POR DESACATO.
- Você é o único que merece ser preso seu...
- Caio, ele é um funcionário público. (Seus olhos me encaram em súplica,
e escutar sua voz desesperada me faz atender ao seu desejo.)
- Saiba que só estou fazendo isso, por que ela está me pedindo. (Digo entre
os dentes, ele vem até mim e me revista.)
- Alex, o que está fazendo? (Larissia chora)
- Esse filho da puta estava me seguindo, como ousa seguir um delegado?
(A fúria me consome, quando seus olhos me observam em desprezo.)
- A única pessoa que está seguindo alguém aqui é você, esperou Larissia
sair para segui-la.
- E você acha que tem o direito de me seguir? (Sinto algo pesado em meu
rosto e só agora percebo que ele me deu um soco, não fico parado e vou para
cima dele, e o acerto em cheio.)
-PAREM VOCÊS DOIS! (Larissia grita nervosa e ao ouvir seu desespero
eu paro, e ele também.) Vocês são loucos? Olha quantas pessoas estão
olhando? (Olho para rua e vejo que há muita gente.)
- Caio você entendeu errado. Eu e Betto saímos para comprar um remédio
para Malu que não está bem e Alex o estava esperando para dar o recado de
Guilherme que está em uma missão. (Sua voz está tremula.)
- Não acredite no que ele diz Lari, eu vi, ele estava parado e depois seguiu
e ficou esperando vocês.
- Eu vou quebrar a cara desse garoto.
- Alex, você é um funcionário público, não pode dar escândalos e nem sair
batendo em ninguém, não esqueça que fazemos direito! (Ela diz rápida.)
Caio, eu pedi ao Betto para que ligasse para o Alex e marcasse um pouco
longe já que estávamos de saída, pois você conheceu meu pai e viu como ele
se preocupa com minha segurança e ele ligou informando que vai mandar um
motorista, para ficar a minha disposição. (Olho o rosto de Alex e parece que
ele não gostou de saber que conheço o pai de Larissia, imbecil!)
- Desculpa Lari, acho que entendi realmente mal. (A olho e vou até ela.)
Eu apenas fiquei preocupado com seu bem estar. (Coloco minhas mãos ao
redor do seu rosto.) Me perdoe isso não vai se repetir. E dou um beijo em sua
testa.
- Apenas volte para casa Caio! (Seu olhar está cansado)
- Primeiro vou esperar ele sair.
- Ele ainda precisa entregar o que Guilherme pediu, apenas vá dessa vez.
(Acho que a assustei, pois sua voz está realmente decepcionada.)
- Tudo bem, espero que Malu melhore! Desculpa Betto! (Saio e vejo o
olhar de fúria do policial, minha vontade é acabar com essa arrogância dele.
Entro no carro e vou para casa. Larissa foi tão amorosa comigo e ainda me
defendeu na frente daquele filho da puta! Eu disse que ela estava ficando
apaixonada por mim.)
Chego em casa e minha mãe está ao telefone, assim que me ver ela desliga
e vem até mim com uma garrafa de vinho.
- Aqui filho, você merece! (Ela me olha com seu costume sorriso frio.)
- Por que isso? (A olho desconfiado)
- Tem outro motivo? Você trouxe uma princesa a nossa casa, não tem
noção do quanto isso é importante.
- Mãe, eu já falei que eu amo a Larissia, eu não ligo para os bens que ela
tem.
- Claro que não liga, é tudo amor, não é mesmo! (Ela senta no sofá
admirando a taça de vinho e faço o mesmo, preciso descarregar minhas
energias.)
- Temos que pensar em uma boa festa de noivado, algo grandioso.
- Melhor deixar com a Lari não?
- Não, essas coisas os pais que planejam (Ela diz pensativa) eu já ganhei
um grande presente de casamento.
- Do que está falando Mãe?
- Negócios filho, apenas negócios. (Bebo todo o líquido e decido ir para o
quarto, não vou contar para ela do delegado, ou ela começará a encher minha
cabeça, durmo com uma única certeza, Larissia já é minha, e isso nem aquele
órfãozinho pode tirar!)
Capítulo XXXVI
“No começo fiquei com raiva, achei que ele não pensou em mais ninguém
quando desapareceu. Só nele mesmo. Mas a gente nunca pode julgar o que
acontece dentro dos outros. Ele queria outra coisa.” Caio Fernando
Alex Aguiar
Acordo na delegacia com o pescoço doendo muito, não pensei que dormir
na cadeira iria me trazer tanto problema, me levanto e faço toda a higiene,
hoje irei encontrar a minha ruivinha. Estou terminando de tomar meu café,
quando o celular começa a tocar, olho no visor e é Sandro. Atendo de
imediato.
- Sandro, o que houve?
- Senhor, uma das escutas da sala do Marcus foi desativada.
- Eles descobriram? E as outras?
- Elas estão funcionando perfeitamente, apenas uma foi desligada, mas
pelas gravações, não parece que ele descobriu.
- Entendi, tem a possibilidade de ter quebrado?
- Talvez senhor, apesar que o modelo utilizando é extremamente eficaz,
mas para tudo tem uma exceção.
- Vou tentar descobrir alguma coisa, como está o treino?
- Tudo indo perfeitamente.
- Ótimo, qualquer mudança você me avisa.
- Sim, pode deixar! (Desligo e mando uma mensagem para Lari.)
“Está tudo bem em sua casa?”, não demora muito e ela responde.
“Sim, tudo perfeito, já tenho tudo anotado, estou indo para a universidade
agora, depois conversamos melhor.”
Ela acabou de me dispensar? É isso? A Larissia, você realmente vai me
enlouquecer, se está tudo bem, deve ser apenas um problema técnico, quando
a ruivinha puder, converso melhor. Pego meu material para o treino, está na
hora de deixar os policias extras preparados.
A manhã, passa como um piscar de olhos, o treino foi intenso, apesar de
não se igualar ao da força tarefa! Almoço com os policiais na própria
delegacia e assim que acabamos, deixo o treino por conta do Robson, está na
hora de trabalhar. Mando uma mensagem rápida para Larissia me ligar assim
que for possível e saio direto para o fórum.
- Gabriela minha querida, quanto tempo! (Dou um beijo em sua bochecha,
a conheço a muito tempo, ela era assistente social no orfanato que eu morava,
mas hoje trabalha no setor administrativo.)
- OH MEU DEUS! (Ela sorrir alegremente) Como esse menino ainda
cresce, andou malhando mais?
- Eu faço o que posso!
- Eu deveria era lhe dar um belo puxão de orelha, a quanto tempo você não
me ver? Como está a Carlota?
- Ela está bem, não quer se mudar de jeito nenhum, você acredita?
- Ela ama aquela casa menino, nunca que vai abrir mão.
- Eu sei disso, você poderia ir visitá-la hoje, tenho certeza que ela iria
adorar, as vezes fico preocupado com ela sozinha naquela casa.
- Pode deixar que darei uma passada lá sim, esse trabalho está consumindo
minhas forças, a primeira coisa que vou fazer após me aposentar é ir para um
cruzeiro, preciso relaxar. Isso aqui não é vida!
- Você gosta que eu sei! (Pisco para ela) Gabi, eu estou precisando de um
favorzinho.
- Eu sabia que você não ia vim apenas me ver. (Ela finge estar brava.) Mas
fale, o que posso lhe ajudar.
- Eu quero apenas algumas informações sobre registros de identidade.
- Claro, mas vai depender do ano que você queira!
- Você tem acesso as documentações do ano 87?
- Nossa, tanto tempo? Posso dar uma olhada, os arquivos de 80 e 90 não
foram digitalizados, então ainda estão guardados aqui em algum lugar, mas o
que procura exatamente?
- Quero saber sobre uma tia que ficou com a guarda do sobrinho, após o
falecimento da mãe.
- Para que você quer isso? Sabe que eu não posso te dar uma cópia sem
mandato, não é? Então não serve para nenhum caso.
- Eu sei, quero apenas averiguar uma situação.
- Ok, qual o nome que procura?
- Caio Silva Lisboa, esse é o ano que ele nasceu, o mesmo da troca de
guardião.
- OK, espere só um minuto. (Ela entra em uma sala escura e fico
aguardando na recepção, após quase 15 minutos, ela volta com uma pasta
marrom na mão.) Achei, dar uma olhada para ver se é esse. (Abro a pasta e o
documento amarelado confirma a guarda por Margareth, ela tinha apenas 25
anos, mas ficou com a guarda, por ser o único parente, de acordo com o
documento, a mãe de Caio morreu no hospital na hora do parto e foi
Margareth quem ficou com ele desde então. Observo a data e pesquiso na
internet o nome completo de Margareth, e várias notícias sobre ela aparece,
procuro nas informações se há algo sobre Caio e não há nada, nem sobre a
irmã dela. Com 25 anos ela já era uma famosa juíza substituta, a mais nova
de todo o mundo, todos os olhos estavam nela, como ninguém reportou isso?)
- Obrigada Gabi!
- Você achou o que queria?
- Sim, era apenas uma confirmação.
- Volte mais vezes, ver seu rosto bonito me alegra.
- Se o trabalho deixar Gabi! (Sorrio para ela) Agora mesmo, tenho que
continuar uma investigação.
- Não trabalhe demais, você precisa de uma mulher, não mais dinheiro.
- Quem disse que não tenho? (Pisco e saio me despedindo dela.)
Essa Margareth esconde mais coisas do que somente a máfia, não tem
como enganar as mídias, o que ela fez? Volto para a delegacia, a história de
Caio ainda não me desse, eu não consigo acreditar nele, por mais que eu
tente. Estou quase entrando na delegacia quando meu celular toca, olho e é
novamente o Sandro.
- Oi Sandro, o que houve?
- Senhor a gravação voltou!
- Ótimo, então deve ser um problema técnico.
- Creio que não, tem um problema.
- O que Sandro? Diga de uma vez!
- A escuta não está no escritório de Marcus.
- Como não, aonde está?
- Parece que está com a Larissia e Malu. (Não consigo entender.)
- Explica melhor Sandro.
- A escuta está em outro local, os sons são totalmente diferentes, apenas
escutamos uma conversa, acho que a Larissia está com a escuta. (Que
estranho, por que ela retiraria apenas uma escuta?)
- Certo, irei ver o que está acontecendo com Larissia, por enquanto
desative para que escute e deixe apenas gravando, pode fazer isso?
- Sim senhor!
- A gravação mostra alguma coisa suspeita?
- Não senhor, parece que ela está apenas estudando com alguns amigos.
- Ok, então como não sabemos o que houve, não vamos espionar a sua
conversa, apenas grave, se for alguma coisa depois escutamos com a
autorização dela.
- Sim senhor!
Desligo, há alguma coisa errada com a Larissia, primeiro ela me dispensa
logo cedo, ainda não retornou minhas mensagens. Entro na delegacia e vou
até o investigador, Sandro disse que Larissia está estudando, se eu não
conseguir um retorno dela até a noite eu entro em contato.
- Borges, você encontrou alguma pista no carro?
- As equipes de perícia ainda estão analisando as digitais senhor, não foi
encontrado nada até agora, como o senhor suspeitava, o carro está no nome
de uma pessoa que não existe, então não sabemos nada ainda, não
encontramos nenhuma pista por todo o carro.
- Assim que tiverem algum retorno me informe imediatamente. (Volto
para a minha sala, primeiro preciso encontrar provas contra a Margareth,
depois eu penso melhor em quem está tentando me ameaçar, como não há
rosas, não é a máfia, então esse assunto pode ficar para depois.)
Vamos trabalhar Alex, digito o nome do hospital, onde Caio nasceu, uma
das poucas informações que consegui nos registros, vejo o número, ele
chama, chama e ninguém atende. Ligo mais uma vez e dessa vez sou
atendido.
- Hospital São Rafaello com quem eu falo?
- Boa tarde, aqui é o delegado federal Alex Aguiar, eu gostaria de saber se
responsável pelo hospital está presente?
- Boa tarde senhor Alex, precisamos confirmar a veracidade da sua
identificação.
- Sim, código 0548992. (Digo o número de identificação para casos
especiais.)
- Confirmado, ele está no local. Quer passar a ligação para o seu ramal?
- Não, apenas o informe que estarei no hospital em 10 minutos e quero
uma reunião com ele de urgência.
- Sim senhor, um instante por favor. (Ela põe a ligação em espera.)
Senhor, ele estará aguardando sua presença.
- Ok, obrigado! (Desligo, pego meu distintivo, arma e blazer e saio da
delegacia, hoje mal estou parando, dirijo até o local e vejo que é um hospital
mediano, não há grandes luxos. Entro e vou até a recepção.)
- Boa tarde, tenho uma reunião com o responsável pelo hospital.
- Me informe seu nome, senhor!
- Alex Aguiar! (Ela digita e procura algo.)
- O senhor Queiroz já está aguardando sétimo andar, porta de vidro a
direita. (Ela me entrega um cartão de identificação e sigo as instruções que
ela me passa, logo chego no local, é o andar presidencial, e a recepcionista já
está a minha espera.)
- Senhor Alex, por aqui, (Ela me leva até a porta de vidro, onde um
homem idoso em um jaleco branco faz sinal para que entramos.)
- Boa tarde Senhor Alex, é uma honra lhe receber em meu hospital. (Ele
me cumprimenta sorridente.)
- Obrigado.
- Só espero que não seja para me prender. (Ele sorrir sentando em sua
cadeira.)
- Depende, só se cometeu um crime. (Sorrio também.)
- Minha idade não me permite mais. Mas, a que devo a honra da sua
visita?
- Eu preciso de um relatório de um nascimento há 28 anos atrás.
- Tanto tempo assim? (Ele me diz curioso)
- Sim, apareceu em nossas investigações, e precisamos analisar o caso.
- Todos os nossos registros foram atualizados, então acho que posso
ajudar. Qual o nome do paciente?
- Mariana Silva Lisboa. (Digo repetindo o nome da mãe de Caio.)
- Só um instante, há muitos registros e talvez a busca demore. (Ele diz
olhando o computador.) Tem certeza que foi em nosso hospital? (Ele me olha
curioso.)
- Sim, é o que consta nos registros da investigada.
- Desculpa senhor, mas não há nenhuma entrada em nosso hospital com
este nome.
- Não? (Eu sabia que tinha algo estranho.) E com o nome Caio Silva
Lisboa? (Ele procura e me olha)
- Também não há nenhuma entrada. (Como assim não há entrada, no
relatório diz claramente que foi aqui onde ele nasceu, assim como a certidão
de óbito.)
- Deve ter alguma incompatibilidade na informação. (Por que essa mulher
é assim?) Mas, obrigada pela informação. (Me levanto o cumprimentando.)
- É uma pena não poder ajudá-lo, sou um grande admirador do seu
trabalho. (Ele sorrir amigavelmente.)
- Obrigada, apenas faço minha função como um funcionário público,
(Sorrio de volta) me desculpe por tomar seu tempo.
- Não por isso! (Me despeço e saio do hospital, a Margareth mentiu sobre
sua irmã e sobre o sobrinho, o que mais ela está escondendo? Volto para a
delegacia, frustrado sem nenhuma informação. Olho o relógio e já passam
das seis e meia. Larissia ainda não deu um sinal. Não espero mais e ligo para
ela. Ela não atende, ligo mais uma vez e dessa vez escuto sua voz.
- Larissia, até que fim você atendeu, por que não respondeu minhas
ligações?
- Pai, sim! (Pai? O que ela está falando?)
- O que houve Larissia, é o Alex!
- Já estou indo daqui a pouco. (Sua voz está nervosa e baixa, o que está
acontecendo? Escuto uma voz de longe.)
- Larissia, dar para me explicar o que está acontecendo?
- A senhora Margareth mandou um beijo.
- O quê? (Não consigo acreditar) Você está na casa dela? (Digo mais
baixo, o que está fazendo Larissia?)
- Ok pai, já, já estarei na casa de Malu. (Ela desliga, mas consegui sentir
sua voz nervosa, como assim ela está na casa da juíza, ela não estava.... Um
estralo interrompe meus pensamentos, sem esperar mais nada digito o
número de Sandro e ele atende no primeiro toque.)
- Sandro, ligue a escuta, é da casa de Margareth. Se você escutar qualquer
coisa ameaçadora, me ligue de imediato.
- Sim... (Não espero ele falar, o que ela está fazendo, aquela mulher é
perigosa, Saio da delegacia apressado e apenas aviso ao Robson que não
retornarei. Entro no carro e sigo para a casa de Malu, ainda lembro do
percurso. Estaciono o carro em frente à sua casa, toco a campainha e a porta é
aberta por Betto.
- Betto a Larissia está aqui?
- Não, ela e Malu, foram estudar com um colega da universidade. (Caio
com certeza)
- Sim, eu vou esperar no carro ela chegar, caso ela esteja com os
seguranças, você pode levá-la até a esquina do segundo quarteirão?
- Claro!
- Obrigado! (Saio e volto para o carro, estacionando em um lugar escuro.)
Cadê você Larissia, o que está aprontando, alguns minutos se passam,
quando vejo um carro parar em frente à casa. Malu desce e vejo que Larissia
está sentada no banco da frente, Caio segura em seu braço a impedindo de
sair. Seguro o volante com força, não posso ir até lá. A vejo saindo e
novamente ele a puxa, o que esse cretino quer com ela? Os nós dos meus
dedos estão brancos de tanta força que exerço no volante. Larissia, você tem
muito o que me explicar. Ela sai do carro e eu espero até que entre. O filho da
puta sai e apenas espero o carro do Betto sair, assim que o vejo saindo da
garagem vou até o local marcado e espero, em minutos ele chegar. Betto
desce!
- Aqui, encomenda entregue, por favor cuide da minha princesinha! (Betto
rir, mas não consigo acompanhar seu sorriso, sinto que estou a um passo de
perder meu controle.)
- Pare de bobagem Betto! (Larissia vem em minha direção, seu sorriso é
pouco e sei que ela está desconfortável.)
- Vamos, Betto, obrigada por tudo, sua ajuda tem nos auxiliado muito,
principalmente nas investigações.
- Eu que agradeço pela... (Um flash chama minha atenção, olho para traz e
vejo que alguém nos espiona.)
- Leve Larissia para casa. (Entro no carro e saio em disparada atrás do
perseguidor, ele acelera e faz a volta, o sigo e ele começa a correr, parando
em frente à casa de Malu. Acelero mais o carro, bem que estranhei que hoje
ninguém me seguiu, paro e desço rápido apontando a arma, mas é apenas
Caio, por que ele estava me seguindo?
- MÃOS PARA CIMA! (Digo em fúria, hoje esse cretino vai ver do que
sou capaz.)
- Alex! (Larissia me chama, mas não dou ouvido, o filho da puta continua
parado olhando debochado para mim)
- EU DISSE MÃOS PARA CIMA PORRA, SE NÃO ME OBEDECER,
EU VOU PRENDER POR DESACATO.
- Você é o único que merece e preso seu... (Ele está pedindo)
- Caio, ele é um funcionário público. (Larissia diz trêmula, consigo
perceber seu nervosismo.)
- Saiba que só estou fazendo isso, por que ela está me pedindo. (Ele ainda
tem a audácia de provocar, vou até ele e o revisto.)
- Alex, o que está fazendo? (Larissia começa a se desesperar, minha fúria
só cresce ao ver olhos desse bastardo brilhando.)
- Esse filho da puta estava me seguindo, como ousa seguir um delegado?
(O analiso, quem ele pensa que é?)
- A única pessoa que está seguindo alguém aqui é você, esperou Larissia
sair para segui-la.
- E você acha que tem o direito de me seguir? (Não me controlo e soco seu
rosto, ele me acerta, mas apenas dou risada, o acerto novamente.)
-PAREM VOCÊS DOIS! (Larissia grita nervosa e sinto que ela me
implora, olho para ela e paro.) Vocês são loucos? Olha quantas pessoas estão
olhando? (Droga Alex! Passo as mãos pelos cabelos, estou ficando louco?)
- Caio você entendeu errado. Eu e Betto saímos para comprar um remédio
para Malu que não está bem e Alex, o estava esperando para dar o recado de
Guilherme que está em uma missão. (Sua voz está tremula, por que ela está
dando explicação para ele, será que não vê o quanto esse garoto é perigoso?
Estava acampado no seu restaurante e agora nos segue.)
- Não acredite no que ele diz Lari, eu vi, ele estava parado e depois seguiu
e ficou esperando vocês. (Ele fala agitado)
- Eu vou quebrar a cara desse garoto. (Digo entre os dentes, fecho os olhos
tentando manter a calma antes que a raiva me tome novamente.)
- Alex, você é um funcionário público, não pode dar escândalos e nem sair
batendo em ninguém, não esqueça que fazemos direito! (Larissia me
repreende.) Caio, eu pedi ao Betto para que ligasse para o Alex e marcasse
um pouco longe já que estávamos de saída, pois você conheceu meu pai e viu
como ele se preocupa com minha segurança e ele ligou informando que vai
mandar um motorista, para ficar a minha disposição. (Por que ela está se
explicando, ele não tem direito de me seguir, independentemente da situação.
Minha raiva começa a aumentar ainda mais.
- Desculpa Lari, acho que entendi realmente mal. (Seguro meus punhos,
Larissia me olha como se implorasse que eu não fizesse nada.) Eu apenas
fiquei preocupado com seu bem estar. (Respiro fundo, QUE MERDA É
ESSA? Por que ela não faz nada?) Me perdoe isso não vai se repetir. (E dá
um beijo em sua testa. Isso é demais, Betto segura meu braço, antes que eu
faça alguma coisa e balança a cabeça negativamente.)
- Apenas volte para casa Caio! (Larissia fala calma)
- Primeiro vou esperar ele sair. (Eu juro que hoje mando esse garoto para o
raio que o PARTA.)
- Ele ainda precisa entregar o que Guilherme pediu, apenas vá dessa vez.
(A voz de Larissia sai arrastada.)
- Tudo bem, espero que Malu melhore! Desculpa Betto! (Ele vai embora e
a minha vontade é dar uma boa lição nele. Seu carro se afasta aos poucos.)
-Vamos Alex! (Larissia me olha cansada) Daqui a poucos os seguranças
estarão aqui. (Eu quero exigir uma explicação, mas a rua tem muito curiosos
e eu apenas vou para o carro sem dizer nada, ela me segue, entra no carro e se
despede de Betto, dou partida no carro e saio.) Alex... (Ela me chama.)
- Ainda não Larissia! (Aperto o volante com força, o que foi tudo isso?
Primeiro ela me dispensa, depois vai para casa do Caio, ele lhe traz, e ainda a
segura pelo braço, nos segue, e faz toda aquela cena, e por que está parecendo
que o vilão da história sou eu? Tento me acalmar, não posso perder a
paciência com ela. Dirijo em silêncio e ela faz o mesmo, chegamos no meu
apartamento, ainda em silêncio, abro a porta e ela passa, fecho e a vejo sentar
no sofá.) O que foi isso? (Digo ainda de pé, vou até o armário e pego uma
garrafa de uísque, preciso de álcool.)
- Alex, você não precisava... (Respiro fundo)
- Não precisava Larissia? Estou tentando falar com você o dia inteiro,
descubro que a escuta que deveria estar na casa do seu pai está na casa da
Margareth, e mais, você estava lá com ele.
- Ah Malu també.... (A interrompo)
- A questão não é você ter ido na casa dele Larissia, mas você me
dispensou, fez tudo sem me contar nada, eu achei que estávamos juntos para
resolver isso. Você tem noção o quanto fiquei preocupado quando você
atendeu dizendo que estava na casa dela? Se não fosse pelo Sandro ter me
avisado que a escuta estava em outro local, com você e que estava estudando,
eu não iria saber de nada. Eu achei que fossemos um time, eu confiei em
você, em tudo que me falou. E você o que fez? Apenas disse, me dê um dia
que vou descobrir com meu pai, você mentiu para mim Larissia. E eu ainda
tive que ver aquele filho da puta, tocando em você, colocando as mãos em
seu rosto, como se fossem íntimos e você me diz que eu não precisava? Ele
me seguiu, acampou em frente ao seu restaurante E EU É QUEM NÃO
PRECISAVA? (Me exalto e bebo a dose de uísque diz uma vez.)
- Me desculpa Alex eu não pensei dessa forma. Eu apenas sabia que você
não iria concordar que eu fosse até lá.
- Larissia, eu jamais vou impedir algo que você queira muito, achei que
tinha entendido naquele dia do treino, você tem livre arbítrio, eu não sou seu
pai e não quero lhe controlar de maneira nenhuma. Mas, você precisa ser
sincera e falar comigo, discutir comigo, PORRA! Eu sou um delegado
Federal, essa é a segunda vez que você age como se eu fosse seu inimigo e
tivesse o plano de estragar seus objetivos.
- Não é isso que eu queria. (Ela fala baixo)
- Mas, foi o que pareceu. (Coloco mais uma dose e bebo de imediato,
sento na poltrona sentindo minha raiva se dissipando aos poucos.)
- Me desculpa. (Ela me olha fixamente) Eu errei em não ter lhe contado
sobre a escuta, mas você também errou, atacar o Caio daquela forma na rua,
com todos vendo, acho que até mesmo você esquece que é um delegado
federal. (Sua voz está firme, então é isso, ela admite a culpa e ainda me faz
sentir culpado também? Essa menina realmente sabe como me irritar.)
- E sobre ele te tocar, você acha certo?
- Alex, ele não sabe sobre nós.
- Acho que nem mesmo eu sei sobre nós. (Digo sincero, sempre é assim,
quando mais nos aproximamos, precisamos nos afastar.)
- O que você quer dizer com isso?
- Às vezes sinto que apenas eu estou levando isso (Aponto para nós dois) a
sério, nem mesmo conversamos sobre nós em momento nenhum, que tipo de
relacionamento é esse? Eu posso estar sendo um careta, ou talvez, um idiota
apaixonado, mas você sabe quantos anos eu não me sinto assim? Sabe
quantos anos eu não quis um relacionamento? Então quando eu te encontrei,
prometi a mim mesmo ser mais humano e ouvir o que eu queria. Mas, acho
que você não sente o mesmo, você sabe o que é impedir que o alvo das
investigações seja descoberto? Eu estou indo contra as éticas da justiça, estou
indo contra a moral, para proteger a mulher que eu amo, mas ela não confia
em mim ao ponto de me contar sobre seus planos. Até onde eu me tornei
importante para você LARISSIA?
Capítulo XXXVII
"Aquele a quem o amor toca não anda na escuridão." - Platão
Larissia Vizzanos
- Até onde eu me tornei importante para você LARISSIA? (Ele fala com o
rosto cansado e sinto meu peito doer, ele parece tão magoada. Eu sei que ele
está falando a verdade, no pior momento ele optou por confiar em mim, ele
não abriu mãos dos seus sentimentos. Mas, é tantas coisas acontecendo, a
máfia é um problema que eu preciso resolver. Ele também muitas coisas para
resolver, e nem por isso abriu mão de você [minha majestade diz séria] me
levanto e caminho até ele, seus olhos me olham perdido, ele bebe mais um
copo de uísque e eu o tiro da sua mão. Coloco na mesa de centro e vejo seus
olhos analisarem meus movimentos, me sento em seu colo e coloco minhas
mãos em seu pescoço.)
- Alex, eu o amo muito. (O olho séria) Mas, até acabar com a máfia, eu
não me sinto digna de você. (Sou sincera) Eu fico com medo de prejudicar
você, eu sou uma criminosa e você um justiceiro.
- Não é você, é seu pai!
- Não! (O interrompo) Eu também fui, eu o ameacei, me encontrei com
representante do narcotráfico, eu faço parte dos crimes do meu pai. (Fecho
meus olhos e encosto minha testa na dele.) Eu amo você, Alex, mas preciso
tirar esse peso das minhas costas, só assim me sentirei completa para me
entregar a você. Então não duvide do meu sentimento por você, pois eu nem
sei descrever com palavras o mix de sensações que você me causa, não sei
descrever o quanto eu quero você, o quanto sinto a sua falta e o quanto eu te
amo. (Ele segura meu pescoço e cola sua boca na minha, nosso beijo é
urgente, como se precisássemos dele para viver. Nossos lábios se provocam e
nossas línguas dançam em um ritmo lento, com muito desejo. Suas mãos
exploram meu corpo e cabelo e aproveito para retirar a minha blusa, ele se
surpreende com a minha ação e explora meu colo.)
- Você é realmente uma diaba Larissia. (Ele abaixa meu sutiã e abocanha
meu seio, jogo a cabeça para trás, como eu amo seu toque.) Nem sei mais
para onde minha raiva foi. (Ele sorrir e abocanha meu outro seio, seus lábios
predem os meus mamilos e os vejo puxar. Meu ventre se contorce, e sinto
uma eletricidade passar por todo o meu corpo.)
- Eu estava com saudades. (Digo, enquanto meu corpo queima em
chamas.)
- Eu também ruivinha. (Ele me olha e me beija novamente, sinto seu
membro duro embaixo de mim, hoje quero fazer o que sentir vontade, e a
minha vontade é prova-lo. Abro o zíper da sua calça ainda durante o beijo, e
libero seu membro pulsante. O seguro com a força necessária e movimento
minhas mãos, enquanto me ajoelho em sua frente.)
- Mas, estava mesmo era com saudade dele. (Sorrio o colocando na minha
boca. Escuto Alex gemer e continuo a colocá-lo em minha boca. Ele segura
meus cabelos, e dita o ritmo da minha boca, o sinto crescer cada vez mais em
minha boca e vejo uma lágrima escapar dos meus olhos, por que tão grande!
Olho para ele e vejo sua cabeça jogada para trás, ele abre os olhos e sinto seu
tesão.)
- PORRA Larissia... (Sua voz é pesada) Se você... (Ele fecha seus olhos
novamente.) PORRA! (Em um movimento rápido ele puxa meu cabelo, me
fazendo levantar e me suspende, fazendo eu me encaixar entre suas pernas,
ele anda até a parede e faz minhas costas colarem do material frio. Seu corpo
começa a se movimentar em um vai e vem delicioso, ele está tão rápido que
sinto cada pedaço do seu pau entrar e sair em mim. Acho que nunca o vi
assim, tão desesperado e necessitado, nossos corpos se chocam em um ritmo
gostoso, não consigo pensar meu ventre parece acumular um tesão absurdo e
quero mais dele, sinto necessidade dele. Ele estoca duro em mim e do nada
retira. (Fico sem entender, mas logo sinto o líquido branco escorrer em minha
barriga.) Droga! Esqueci a porra da camisinha de novo (Agora entendo por
que ele tirou, mas eu ainda quero mais. Puxo sua blusa, e ele me olha curioso,
limpo a bagunça que ele fez.)
- Você ainda não acabou aqui! (Ele me olha e sorrir!)
- Essa é minha garota. (Suas mãos me levantam rápido e sou colocada em
seu colo novamente, ele anda comigo nessa posição e vai até o banheiro,
ligando o chuveiro.) Agora vamos satisfazer essa garota gulosa. (Seu sorriso
me faz suspirar e eu apenas quero que ele continue o que não terminou. Ele
parece entender minha necessidade e põe uma de suas mãos em meu seio, e a
outra pega o chuveirinho.)
- O que você vai fazer com isso. (Digo assustada.)
- Te ensinar alguns truques. (Ele me vira deixando minhas costas
encostada no seu peito.) Agora relaxe e deixe o professor trabalhar. (Suas
mãos descem até minha intimidade e ele a provoca fazendo movimentos em
meu clitóris e em seguida sinto uma sensação gostosa me atingir, quando a
água bate com força, me fazendo arrepiar)
- Alex.... (Ele introduz dois dedos em mim enquanto a outra mão me
provoca, como a pressão da água pode fazer iss…) ALEX... (Sinto meu
orgasmo vim com força, Alex penetra seus dedos rapidamente dentro de mim
e não consigo pensar em mais nada a não ser chamar o seu nome e me jogar
em um orgasmo.)
- Eu ainda não acabei! (Ele me leva para a cama e aproveitamos para
colocar o atraso em dia.)
Estamos deitados em sua cama, quando o celular de Alex toca. Ele se
recusa a atender e simplesmente me abraça, sentir ele dessa forma me dar
uma sensação de proteção, como ele consegue ser tão quente e sexy em uma
hora e tão fofo em outras? O telefone toca mais uma vez.
- Atende de uma vez!
- Não, está tão bom aqui. (Ele beija meus cabelos.)
- E se for alguma coisa séria.
- Tenho certeza que é. (Ele rir)
- Então atende. (Começo a rir sua voz está tão arrastada que ele parece
chapado)
- E se eu não atender.
- Para de graça, Alex! (O empurro e ele cai da cama, eu não consigo
aguentar a gargalhada da sua cara confusa, seu corpo está exposto tão
lindamente. Seus músculos são tão definidos, e sua tatuagem dar um ar tão
sexy. Me sinto excitada)
- Se continuar me comendo assim, eu acho que não serei capaz de
trabalhar nos próximos dias. (Ele sobe na cama e beija meus lábios
rapidamente.) Lá vamos nós. (Ele olha o visor e atende.) Oi Sandro! SÉRIO?
(Ele praticamente grita e eu levanto assustada, ele me olha e começa a sorrir.)
Espera, você pode repetir. (Põe na viva voz)
- Conseguimos pegar a Margareth, ela estava fechando acordo essa noite
pelo celular, temos o que precisamos. (De repente sinto uma alegria me
consumir.)
- Obrigada Sandro, qualquer coisa me ligue.
- Sim senhor. (Ele desliga e ainda não consigo acreditar.)
- Nós conseguimos? (Pergunto sentindo lágrimas caírem.)
- Você conseguiu minha aprendiz. VOCÊ CONSEGUIU! (Ele diz orgulho
e eu ainda estou estática, sem acreditar.)
- Vamos realmente dar um fim nisso tudo. (Mas foi assim tão rápido?
Vários sentimentos me atingem em cheio e apenas consigo chorar.)
- Sim meu bem, vamos dar um fim! (Ele fala sorrindo e eu abraço seu
corpo, enquanto lágrimas rolam pelos meus olhos.)
- Obrigada por tudo Alex! (Minhas lágrimas tomam conta do meu rosto,
sinto a mão de Alex pegar em meu queixo e ele me faz olhá-lo.)
- Tudo isso foi por sua causa Lari, eu apenas ajudei com o básico, mas isso
é um mérito seu. (Seus lábios se fecham no meu e sinto um frio na barriga,
meu estômago parece que vai embrulhar, meu peito está apertado, me entrego
ao seu beijo e ao seu amor, e me perco novamente em seus braços.)
Acordo com uma voz me chamando, de quem é essa voz? Abro os olhos e
não estou no meu quarto, esse é o do Alex.
- BOM DIA RUIVINHA! (Ele me olha com uma bandeja na mãe. [PARA
TUDO AMIGA!!] Minha majestade surge com um vestido florido e bate
palma.)
- Isso é para mim? (Olho tudo e sorrio)
- Claro, acho que exigimos muito do seu corpinho ontem, hoje! Sei lá (Ele
rir, seu sorriso está maior e sinto uma alegria me consumir até que me
lembro.)
- Espera, (Respiro fundo) foi apenas um sono, ou conseguimos as provas
contra Margareth? (Uma tensão corre pelos meus dedos.)
- Não foi sonho não, você não lembra? Então não lembra do nosso sexo
selvagem na academia? (Imagens de Alex acordando no meio da madrugada,
o encontrei na academia, ele não conseguia dormir.)
- Sim! (Sorrio) Acho que ultrapassamos a última vez.
- Estou criando um monstro. (Ele gargalha e eu pego a bandeja, estou com
tanta fome.)
- Silêncio agora preciso comer, de preferência tudo isso aqui. (Ele me olha
surpreso.)
- A ideia era ser para nós dois.
- Não mesmo pode ir fazer outro para você. (Começo a comer as torradas.)
- Sério? (Ele me olha sem acreditar.)
- Sim, ninguém mandou me fuder a noite toda. (Digo divertida.)
- Quando você ficou assim? (Ele rir me olhando)
- Você mandou eu fazer o que quisesse. (Reviro os olhos e continuo
comendo, ele vai até a cozinha e volta reabastecendo o que comi e comendo
também.) E então o que faremos agora? (Digo quando estamos lavando os
pratos do café.)
- Agora eu vou mandar tudo para o Robert, e deixar a burocracia com eles.
Eu prepararei a invasão e prisão.
- Entendi, (um sentimento desconhecido surge e sinto um aperto muito
grande em meu peito.) por falar nisso! (Vou até a sala onde está minha bolsa
e retiro meu caderno.) Aqui estão todas as instruções que consegui. (Ele
limpa as mãos no pano e pega o caderno.)
- Você mora aqui? (Ele aponta para a primeira rua.)
- Sim!
- É muito perto do orfanato em que vivi.
- Sério?
- Sim! Duas ruas após. (Ele olha atentamente minhas anotações, aproveito
para continuar com os pratos.) Quase trinta homens só em um cômodo? (Ele
parece preocupado.)
- Sim, e como anotei, creio que há quase o dobro fora da casa, pois não
foram os mesmos da entrada.
- Quase 70 homens em apenas uma reunião? Acho que seu pai realmente
não confia nos aliados.
- Nenhum deles para ser exato. Você acha que vai ser difícil?
- Não, eu tenho 80 homens ao todo em exercício. E posso chamar mais se
for necessário. Quando será a próxima reunião.
- Semana que vem.
- Temos que nos prepara então, semana que vem nós o pegaremos em
flagrante.
- Eu vou diminuir a quantidade de seguranças, usar o plano de Malu, sei
como atrair a cabine de câmeras e sem contar que ficarei em casa, então a
frota será menor, pois meu pai não vai deixar eu e mamãe sem segurança.
- Sim, só não se exponha demais. (Ele fala pensativo)
- Não vou! (Sorrio, mas logo lembro) Vocês precisam ter cuidado.
- Por que?
- A primeira vez que fui naquela casa, ouvir muitos gritos no segundo
andar, mas não sei o que poderia ser.
- Tortura? (Ele me olha calmo)
- Realmente não sei. (Novamente o aperto em meu peito surge, o que está
acontecendo comigo, termino o prato e vou até a sala, pego meu celular e
vejo que já são doze horas, eu acabei de tomar café. Digito o número de Malu
e ela logo atende.)
- Amiga, está tudo bem aí? Os seguranças fizeram alguma coisa?
- Não! Está tudo bem, considerando que eu faltei aula por sua causa, está
tudo bem. Sua mãe me ligou já que não conseguia falar com você.
- O que ela disse?
- Perguntou por que não tínhamos ido para a universidade, eu falei que
ficamos estudando até tarde e acabamos perdendo o horário, iriamos apenas a
tarde.
- Ela não pediu para falar comigo?
- Sim, mas quando ela ligou era oito horas ainda, eu disse que você não
tinha acordado e o celular descarregou.
- Obrigada Malu!
- Obrigada nada, lembre-se da sua promessa, uma semana para o Gui!
- Pode deixar amiga! Onde está o Betto?
- Ele disse que vai te encontrar quando quiser.
- Então vou passar o endereço e você passa para ele, tudo bem?
- Sim! Agora vai beijar na boca e me deixa aqui sozinha, lamentando que
o meu boy está lá sozinho, com monte de homem. (Ela finge chorar)
- Também te amo vaca!! (Desligo rindo e olho para Alex) Você está
devendo uma semana de folga para Guilherme.
- O quê? (Ele me olha surpreso)
- Nada, Betto vai me buscar daqui a pouco.
- Já? (Ele vem até mim e abraça minha cintura.) Quando tudo isso acabar,
que tal se mudar para cá? (O que ele está dizendo?)
- Você enlouqueceu? (Gargalho) Você realmente tem algum parafuso fora
do lugar.
- Não Lari, estou falando sério, quando acabarmos com isso, não quero me
separar mais de você. (Vejo sinceridade em seu olhar.)
- Acho que podemos conversar sobre isso depois. (Ele revira os olhos e me
beija.)
- Está bom, você tem razão! (Betto chega depois de uma hora e meia e vou
para casa de Malu, ainda escondida no carro, e depois seguimos com os
seguranças para a universidade.)
Os dias passam muito rápido, após meu encontro com Alex, ele precisou
voltar no mesmo dia para continuar o treinamento. Caio tem a cada dia mais
se aproximado de mim, mesmo eu cortando, ele continua querendo provar
seus sentimentos. Chego do bistrô e sinto que o cansaço me consome por
completo, meu telefone toca, olho no visor e é Alex! Ele tem me ligado todos
esses dias, no mesmo horário, atendo indo para meu quarto.
- Boa noite, quem gostaria? (Brinco)
- Aqui é o delegado federal, mãos para o auto.
- Mas eu estou nua senhor! (Sorrio fechando a porta do quarto)
- Larissia, estou uma semana sem você, não me provoque mocinha.
(Gargalho) Já chegou do Bistrô?
- Sim, acabei de chegar. (Ele fica em silêncio) E você o que fez hoje?
-Você sabe que hoje é nosso último dia. (Ele diz devagar e meu coração
acelera.) Fizemos as últimas observações e preparamos o pessoal que estava
na DP.
- Sim, entendo! (O aperto em meu peito volta novamente, nunca senti
tanta aflição como durante essa semana, se não fosse o bistrô para ocupar
minha cabeça e me deixar cansada, eu acho que entraria em uma depressão
profunda, eu sei que estou fazendo o certo, mas meu coração está doendo
muito.)
- Lari, está tudo bem?
- Sim! (Sinto lágrimas caindo pelo meu rosto.) Eu vou desligar Alex, meu
pai está chamando, daqui a pouco, falo com você. (Me despeço antes que eu
não consiga segurar. Olho minha imagem no espelho e o choro aumenta,
como eu fui capaz de entregar meu próprio pai?)
Lembranças dele brincando comigo no quintal, os balanços de madeira
que ele colocava toda vez que eu o derrubava, suas histórias de heróis
italianos, para me fazer dormir. Limpo minhas lágrimas e vou devagar até o
escritório, são uma e meia da noite, todos já estão dormindo. Entro e seu
cheiro me faz romper em lágrimas, pego nossa foto na mesa e agarro,
lágrimas inundam por todo o meu rosto, será que sou uma filha tão mal?
Estou prendendo meu próprio pai, o homem que me ensinou a andar de
bicicleta, o homem que pagou meus estudos e me sustentou. Mas é o mesmo
homem que mandou matar a família do Cauã, é o mesmo homem que ganha
dinheiro matando pessoas, desviando dinheiro público, vendendo drogas...
Não continuo meu peito afunda e cai de joelhos me apoiando em sua mesa,
por que tínhamos que ser assim pai? Por que? Escuto um barulho na porta e
me assusto ao ver meu pai me olhando.
- LARISSIA! (Ele diz assustado e vem até mim, se abaixa e segura meu
rosto com as duas mãos.) Filha aconteceu alguma coisa? (Há desespero em
sua voz) Filha! Alguém mexeu com você, ME DIGA LARISSIA! (Seu rosto,
só o verei agora atrás de uma prisão, será que ele vai me odiar.)
- Desculpa pai... (Minhas lágrimas não cessam, se eu estou fazendo o
certo, por que dói tanto?)
- Pelo o que filha? Eu quem preciso pedir desculpas.
- Não, Não! (O olho, seus olhos acinzentados, sua pele branca e seus
cabelos castanhos, com alguns fios brancos, suas rugas de expressão
marcadas em sua face.) Eu sou uma péssima filha papai, me desculpa. (Choro
ainda mais.)
- Não Lari, eu que sou um péssimo pai.
- Eu... Eu... (Me engasgo, o que eu vou falar, eu lhe denunciei, eu vou
botar você na prisão?)
- Chegou a hora? (Ele me olha calmo)
- Hora, o que está falando pai? (O olho)
- Acho que sim, ou se não você não voltaria aqui assim. (Ele me abraça e
me põe em seu colo, alisando meus cabelos, me sinto uma criança
novamente.)
- Do que está falando pai?
- Eu sei de tudo filha, sei das escutas em meu escritório, eu descobri no dia
em que você colocou. (O olho, se ele sabia por que deixou?) Deve estar se
perguntando por que não fiz nada? (Ele sorrir) Você lembra o que eu disse,
para você fazer o que precisava. Eu nunca quis essa vida para você e sua mãe
Lari, e prefiro morrer ao deixa-las nessa lama. Estou feliz por ter conseguido.
- Pai... (Choro, ele sabia e mesmo assim me deixou continuar.)
- Filha, não é culpa sua, nada que acontecer é culpa sua. Tudo isso foram
minhas escolhas e dos meus antepassados e seria a sua também, se você não
escolhesse o certo. (Ele limpa minhas lágrimas) Eu estou orgulhoso de você
minha pequena, tenho certeza que fez um belo trabalho.
- Eu sou uma péssima filha.
- Não meu amor, você não é! (Ele me abraça e ficamos assim por alguns
minutos, meu peito dói, minha cabeça também, sinto que estou prestes a
morrer.) Olha! (Ele me põe na cadeira e vai até sua mesa, pega a chave na sua
corrente de ouro e abre a gaveta.) Eu vou lhe fazer um pedido, meu único
pedido. (Ele sorrir e choro mais ainda, ele parece tão calmo, mesmo sabendo
de tudo, ele não está pensando em estragar tudo, ou não deixaria tantas
provas que o incrimine.) Cuide da sua mãe, e abra isso assim que tudo estiver
finalizado, não deixem que pensem errado sobre você e nem sua mãe, apesar
dela ter me apoiado e cuidado da contabilidade, ela nunca concordou com
isso. Apenas dizia que o sim do altar foi para tudo, não a deixe sofrer por
mim Lari, cuide dela, para mim, vocês são o que mais tenho de precioso. (Ele
me abraça e sinto uma dor forte, esse sentimento de despedida, como minha
mãe vai ficar sem ele? Ela renunciou sua própria vida para estar ao lado do
meu pai.)
- Pai, eu não posso... Não tenho o direito... (Devolvo a pasta para ele, me
sinto como uma bruxa separando um casal que se ama, e atacando meu
próprio pai.)
- Larissia Montenegro Vizzano, limpe o nosso nome com honra, você não
só pode como tem todo o direito! (Ele me entrega a pasta novamente.) Cuide
dela e de você, a única coisa que eu me importo nessa vida é com o bem estar
de vocês. (Ele sorrir e beija minha testa) Minha garotinha cresceu, amanhã
você deve fazer sua mãe ficar aqui, deixarei uma boa quantidade de
seguranças, com vocês, eu não vou dificultar o que lutou tanto filha. (Sinto
um balde de água fria em mim.) Eu amo você minha garota. (Ele sorrir) Mas
antes Lari, (Ele fala sério) você precisa compreender uma coisa, quando a
máfia se for, haverá um caos em todo o Brasil, pois mesmo uma organização
do Mal, (ele rir) nós impedimos guerra entre o próprio mundo do crime,
porém não será nada que as autoridades não possa dar conta.
- Pai, eu me sinto tão mal, sinto que estou o traindo.
- Não meu amor, você está me libertando, eu amo você, minha princesa.
- Eu também te amo Papai! (Me levanto e o abraço com força, o
sentimento de despedida me atinge em cheio e sinto que não conseguirei
aguentar.)
- Agora vá, pare de chorar e vá dormir, eu preciso dar uma boa noite para
sua mãe! (Ele pisca divertido, mas não sinto verdade em suas palavras.)
- Eu quero ficar mais um pouco. (Olho em seus olhos e vejo tristeza)
- Vá dormir minha querida, amanhã será um grande dia, não esqueça de
convencer a sua mãe a ficar, se protejam, eu amo vocês, muito! (O abraço
mais uma vez e ele me manda ir, sinto meu coração se afundar a cada passo
que dou para longe dele, como eu não previ que meus sentimentos iriam ser
assim? Entro no quarto, fecho a porta e desabo ali mesmo no chão. Eu sei que
estou fazendo o certo, mas por que machuca tanto?)
Capítulo XXXVIII
"A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, mas em
descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o
errado." -Theodore Roosevelt
Alex Aguiar
Larissia desliga a ligação e sinto que ela não está bem, desde quando
Sandro nos avisou sobre termos todos os materiais, sinto que ela não está
feliz e sim cabisbaixa, tenho tentado algo para animá-la, mas é perceptível
sua tristeza. Eu confesso não estou confortável com essa missão, nunca
pensei que o grande El diabo, o homem que costuma arrancar a verdade da
boca dos próprios criminosos de maneira nada inocente se sentiria assim.
Encosto minha cabeça na mesa, os policiais estão fazendo as últimas
organizações e eu apenas olho o quadro completo em minha frente, o caso
está encerrado, depois de amanhã, minha vida volta ao normal e por que sinto
que ainda não acabou?
Será que Larissia vai me perdoar por prender seus pais? Sei que agora ela
deseja isso mais do que ninguém, mas a realidade é totalmente outra quando
a pessoa ver quem ama preso, já presenciei muitas cenas lamentáveis de mães
desesperadas quando seu filho é levado preso, filhos em completo desespero
vendo seus pais algemados e sendo levado, minha consciência pesa. Sei que
legalmente estou ajudando a população, mas por outro lado estou prendendo
o homem que criou a mulher que eu amo, e apesar de tudo lhe deu carinho e
muito amor.
- Chefe, já mapeamos todo o local, quer fazer mais alguma observação?
(Um dos policiais me tira dos pensamentos e olho todos os demais me
olhando, eles estão reunidos na sala e me olham esperando ordens e
discurso.)
- Vocês estão confiantes? (Digo tentando não mostrar meu desanimo, a
imagem de Larissia se projeta em minha mente e sinto que estou pagando
pelos meus pecados, tantas prisões e torturas, um dia seria cobrado por tudo e
sinto que estou passando por isso.)
- SIM SENHOR! (As vozes se misturam e soam firmes, queria poder estar
me sentindo assim. Quero ver Larissia, abraça-la e ter a certeza de que ela vai
ficar bem com tudo isso, mas não posso, tenho deveres e preciso cumprir
minha obrigação.)
- Então é o seguinte! (Respiro fundo e me levanto da mesa indo para a
sala, eles observam meus passos. Cumprir meu dever é inevitável, espero que
depois de tudo isso eu consiga trazer a Larissia para mim.) Amanhã nossa
delegacia vai ser um caos, tanto pelos colarinhos branco, quando pelos
repórteres, a nossa missão dessa vez tem escala não só nacional, como
internacional. Então a única coisa que eu quero de vocês é CONFIANÇA!
Confiança nos seus esforços, no seu trabalho e no seu dever de justiça.
Amanhã, vocês serão desafiados pelo seu próprio destino, (As imagens de
Larissia na cafeteria me invadem, nosso passeio no parque, nossa ida ao
mercado central, nossa primeira noite.) o destino nem sempre nos guarda uma
boa surpresa, então como eu sempre alerto antes das missões, liguem para
seus familiares e façam todo o ritual que vocês já sabem, não sabemos o que
acontecerá amanhã, então apenas diga hoje o que precisa, e o amanhã deixa
que o destino se entrelace com a sua confiança e vamos com a justiça!
ENTENDIDO?
- SIM SENHOR! (As paredes parecem vibrar com o timbre das vozes
graves)
- Façam o que precisam, darei cinco horas de descanso. Amanhã as seis
estaremos nos aprontando, a reunião começa as nove, precisamos chegar após
todos eles, para que não haja erro. (Respiro pausadamente e digo o que mais
está me atormentado.) PRECISAMOS CAPTURAR TODOS VIVOS OU
MORTOS!
- SOMOS A JUSTIÇA, SOMOS A LEI! (Eles gritam como de costume e
se dispersam, solto todo o ar dos meus pulmões.)
- Está tudo bem cara? (Marcelo se aproxima e vejo Guilherme também.)
- Sim, está tudo tranquilo.
- A Malu, também está assim, preocupada com a reação da Larissia
quando de fato ela encarar a situação. (Guilherme me olha e vejo que
consegue entender.) Mas, sabe o que eu falei para ela e digo para você
também? Eu nunca vi alguém com tanta garra quanto ela, não se preocupe
cara, a ruivinha é forte.
- Assim eu espero! (Digo mais para mim mesmo do que para eles.)
- O importante é tentarmos tirá-la dessa vida. (Marcelo diz sério)
- E isso vamos fazer! (Guilherme completa e ambos me olham, eu sou a
porra de um cara sortudo por ter esses idiotas ao meu lado.)
- Não será a primeira dificuldade da vida! (Sorrio friamente.) Vamos,
preciso treinar um pouco.
- O quê? Agora? (Marcelo me olha com os olhos abertos) Vai se fuder
cara, o tempo de treinar já foi. (Ele revira os olhos e sai a caminho do quarto.)
- Sobrou nós dois! (Olho para Guilherme, e ele rir.)
- Boa noite Alex! Não esqueça que ainda precisa resolver a questão da
mídia. (Sai sem dizer mais nada e fico ali sozinho, eu nunca me senti tão mal
por uma missão, Larissia, você realmente me transformou em outra pessoa.
Agora não tem mais volta, Alex! Apenas faça o que deve fazer.)
Pego meu celular e digito o número de Bruno, preciso resolver o furo da
mídia, e ninguém tem mais influência nesse mundo, quanto Bruno.
- Isso lá é hora de me ligar cara? (Bruno diz divertido) Beatrice estava
prestes a fazer um stripper.
- BRUNO! (A voz de Beatrice ao lado me faz rir, quero esse momento
para mim, dormir e acordar ao lado da Larissia, sem me preocupar com seu
pai, com a justiça, com mais nada, é pedir muito?)
- Desculpa atrapalhar o momento mágico (brinco), mas só pude ligar
agora! Você ficou de me dar o número dos repórteres.
- Sim, já entrei em contato e expliquei da maneira que você me passou.
Bia pega o número da Paula para mim. (Escuto ele falar e espero) Já está tudo
preparado?
- Sempre!
- Achei que iria precisar da nossa ajuda quando os encontrasse, você
realmente sabe resolver tudo.
- Digamos que eu tive uma ajudinha! (Não contei para ninguém a minha
relação com Larissia, sei que eles são de confiança, mas quero resolver tudo
isso primeiro e depois explicar melhor.)
- Aqui! (Escuto a voz fina de Beatrice e anoto o número que ela me passa.)
- Obrigada, pela ajuda Bruno!
- Que nada, estou aqui para isso, sucesso amanhã. Robert disse que já está
finalizando a papelada, para eu dar entrada. O julgamento pode demorar um
pouco para acontecer, pois Diego informou que há muitos casos importantes,
porém, as prisões já foram liberadas, sem direito a fiança, você fez um
excelente trabalho com as provas, sem elas, uma boa fiança resolveria o caso
desses filhos da puta.
- Sim, por isso fui meticuloso com cada membro do tal conselho, eles têm
dinheiro suficiente para serem liberado com conexões. Mas, com provas e o
apelo da população, será impossível saírem.
- Sim, essa jogada da imprensa foi realmente boa, e nunca usamos essa
estratégia de expor publicamente. Só não entendi, porque quer um acordo de
sigilo.
- Depois que tudo isso passar eu explico melhor.
- Entendi, Alex e seus mistérios. Não se preocupe, a Paula é a líder da
organização de imprensa, ela é confiável.
- Sim! Obrigada pelo suporte, eu vou ligar agora mesmo para a repórter.
- Certo, ela já deve estar à espera da sua ligação, eu disse que o furo é de
nível internacional, você sabe como eles funcionam com essas notícias.
Sucesso amanhã, estarei aguardando as informações.
- Pode deixar! (Me despeço e desligo, discando o número da tal repórter,
eu realmente odeio a mídia, mas ela é a maneira mais eficaz de não deixar
nenhum deles escapar. O telefone chama e logo é atendido.)
- Boa noite, é a Paula repórter?
- Sim, com quem eu falo? (Sua voz é suave)
- Sou o delegado federal Alex Aguiar!
- Oh Sim! (Sua voz se torna animada e mais alta) Prazer senhor Alex, o
Bruno me informou que ligaria, estávamos a sua espera.
- Não pude ligar durante o dia, pois estávamos acertando alguns detalhes
cruciais, Bruno passou o que seria abordado?
- Ele informou que seria um grande furo de nível internacional, e que
deveria ser publicado em todos os meios.
- Sim, é realmente um grande furo, eu tenho alguns arquivos confidenciais
da investigação, como algumas gravações que irei enviar, já tenho tudo
anexado em um arquivo, mas tenho dois pedidos para fazer, antes que
possamos conversar sobre isso.
- O que precisar Delegado, nós estamos lisonjeados de ter escolhido nosso
canal para dar a notícia.
- Não agradeça a mim e sim ao Bruno, ele que me indicou vocês, bom o
primeiro pedido é que a fonte das notícias seja anônima, mas acho que isso o
Bruno já explicou e a segunda é fundamental.
- Sim, ele já explicou, se o nome for divulgado, ele me informou das
complicações que nossa empresa sofrerá.
- Certo, a segunda são dois nomes que não devem aparecer de forma
nenhuma, sei que a imprensa gosta de vasculhar o máximo possível, e vocês
darão a notícia, então quero que me garanta que esses nomes não aparecerão
em absolutamente nenhum canal de informação.
- Mas, para isso precisaríamos de uma reunião com a associação de
imprensa.
- Faça o que for necessário, eu só divulgarei a informação, quando vocês
puderem me garantir o sigilo desses dois nomes. Bruno informou que você é
a melhor nesse ramo para esse acordo.
- Ele está correto, posso fazer isso, mas vamos precisar de algo que
destaque no nosso canal.
- Não se preocupe, a informação é realmente de nível internacional.
- Ok, então do que vai precisar de nós?
- Estejam amanhã ao meio dia na frente da delegacia federal e terão o furo,
assim que me enviar uma mensagem, para esse mesmo número, me dando a
garantia do sigilo eu envio as provas que destacará seu canal de informação.
- Fechado, assim que conseguir o retorno de todos eu envio a mensagem,
mas quais são os nomes e qual motivo apresentarei para associação manter
em sigilo?
- Eles estarão no arquivo a qual enviarei, essas pessoas ajudaram na
investigação, porém são nomes que podem trazer complicação não só para a
imprensa quanto para toda a investigação.
- Compreendi, então não se preocupe, acho que concordarão, queremos
furos, mas sem nos prejudicar.
- Ok, então estamos certos.
- Sim, senhor, estamos fechados. (Me despeço e desligo, pronto Larissia,
nem você e nem sua mãe vão aparecer de maneira nenhuma, pelo menos isso
eu vou garantir para você, aperto os olhos e sinto que o cansaço do corpo
começa a dominar, esses dias foram intensos, e amanhã não será diferente.)
O relógio marca seis e meia e todos já estão devidamente arrumados,
estamos distribuindo o armamento e esperando os policiais que estavam na
delegacia chegarem, após meia hora as viaturas começam a chegar, seis
viaturas estacionam juntando um total de onze carros. Cumprimento os
policiais e eles adentram, todos já estão equipados e Sandro explica a planta e
a localização de cada policial, pois seremos três frentes, o ataque, que será
formado por mim e pelos policiais que estavam treinando e confinados, a
segunda frente de defesa, comandada pelo tenente Robson e mais quatorze
policiais, que ficaram ao redor da casa quando formos invadir e mais dez
agente de bloqueio, que estão responsáveis por bloquear as entradas para que
ninguém fuja. Além dos vinte e oito policias restantes, que estão em ronda
pela cidade e na delegacia, apenas à espera de alguma chamada de
emergência ou perseguição. Enquanto as informações estão sendo passada,
ligo para Larissia, mas ela não me atende. Tento mais uma vez e escuto sua
voz.
- Alex, o que houve? (Sua voz parece sonolenta)
- Você estava dormindo?
- Sim, o que houve?
- Nada, apenas queria ouvir sua voz, está tudo bem? (Digo cauteloso)
- Sim, está realmente bem, (Vejo sua voz arrastada) não se preocupe
comigo Alex, faça o seu dever. (Ela diz séria)
- Tem certeza que está bem mesmo Larissia? Por que sinto que está
mentindo?
- O que quer que eu diga? Para desistir de tudo, pois não quero ver meu
pai preso? É isso? (Vejo irritação em sua voz)
- Não Lari, eu só quero ter a certeza que estou fazendo a coisa certa, sem
machucar a mulher que eu amo. (Minha voz sai mais séria do que eu
gostaria.)
- Eu sei, desculpa, é que tudo está tão confuso. Eu não queria que nada
disso estivesse acontecendo. (Sinto que ela está chorando)
- Eu também não queria ruivinha! (Digo calmo)
- Mas, não foi uma escolha nossa, então faça o que precisa, muitas pessoas
esperam isso de você.
- E o que você espera de mim?
- Espero que faça seu dever... (Sua voz para e vejo seu choro ecoar.)
- Lari?
- Proteja meu pai Alex, o prenda, mas o proteja! (Seu choro é baixo, mas
sinto meu coração se parte ao ver sua tristeza.)
- Pode deixar Lari, eu farei meu melhor.
- Obrigada por tudo!
- Não quero que agradeça, quero apenas que não se culpe e fique bem.
- Eu vou! (Escuto sua respiração pesada) Guilherme disse que vai me
enviar a hora que devo chamar atenção dos seguranças. (Ela muda de
assunto.)
- Sim, eu não vou poderei fazer isso. O que pretende fazer? Eu ainda não
compreendi.
- Não precisa entender! (Sua voz é fraca) Boa sorte e se cuida!
- Você também. (Desligo, mas ao invés de me sentir bem, me sinto
péssimo, se eu pudesse tiraria toda essa confusão da vida de Larissia, levaria
ela para uma ilha bem longe e apenas a amaria.)
- Estamos prontos chefe! (Marcelo me olha, me tirando dos pensamentos.)
- Ainda são, (olho o relógio) oito, sairemos a nove em ponto, eles são
pontuais. Então não podemos chegar antes e alertá-los.
- Certo! (Me junto com os policiais e tento esquecer toda a preocupação,
eu preciso manter o foco e fazer a única coisa que Larissia me pediu, proteger
seu pai.)
O relógio marca nove horas e já estamos dentro da viatura, saímos da casa
de Malu e seguimos o caminho traçado por Larissia, o carro está em silêncio,
como sempre acontece antes de uma grande missão, todos estão presos em
sua própria consciência e história, sabe quando dizem que a beira da morte
sua vida passa em frente aos seus olhos? A mesma coisa acontece conosco
em uma missão como essa, não sabemos se voltaremos bem, muitas coisas
podem acontecer, então esse momento é apenas de reflexão. Meu celular
vibra e recebo a mensagem da repórter, eles concordaram, dou a instrução da
situação e envio a notícia, já são nove e quinze quando começamos a entrar
na estrada de terra, seguimos e após alguns minutos começamos a avistar um
grande casarão, eu não fazia ideia que era tão grande assim, parece um
enorme chalé luxuoso, as paredes são de madeiras e o telhado também.
- Isso que é ter dinheiro! (Marcelo diz animado)
- O dinheiro dos seus impostos. (Guilherme rir, quando nos aproximamos
mais e começo a fazer meu trabalho.)
- Viaturas 78 e 96, lado leste, 06 e 32, oeste. Sem sirenes, façam como o
combinado, sem massagem ENTENDIDO, eu disse sem MASSAGEM.
Guilherme, pode enviar! (Paramos os carros antes e desço com alguns
policiais, nos escondemos no mato e consigo ver três homens na porta
principal, não era mais? Há cerca de quinze carros de luxo parado em frente à
casa. Faço sinal e avançamos, devagar pelo mato, vejo cerca de oito
seguranças, três estão distraídos olhando o celular e nos aproximamos mais,
vejo quando um deles chama os demais e todos ficam reunidos olhando para
a pequena tela, Larissia o que você está aprontado, pego o rádio, é agora ou
nunca.) É AGORA, NO TRÊS... Um, dois, três... (Atiramos atingindo três
seguranças e eles caem de imediato. Nesse momento os carros fazem como o
planejado e se aproximam da propriedade, outros seguranças saem já com
armas na mão, pelo barulho do carro e atiro na perna de um deles.) ABRAM
CAMINHO PARA MIM! (Digo avançando para a porta, vejo um homem
apontar, para mim, mas antes que ele faça algum movimento o acerto no
braço e o caminho é aberto, entro pela porta da frente.
- POLICIA FEDERAL, VOCÊS ESTÃO CERCADOS. (Grito para os
homens de terno preto, eles estão com as armas apontadas, do a voz
apontando o fuzil.) POLICIA FEDERAL DEITA! Os outros policiais entram,
e o cômodo vira uma zona de guerra, o tiroteio começa, cadê aqueles filhos
da puta, me escondo atrás de um móvel e observo o local, há duas caixas
transparentes em frente a uma porta, só pode ser ali. Corro fugindo dos tiros e
mais seguranças surgem pelas escadas, atiro no homem que está em frente a
porta e ele cai mais antes atira em mim, sinto a bala atingir meu ombro e
apesar de estar com o colete a dor me deixa sonso. DROGA! Venço a dor e
atiro atingindo o outro segurança ao seu lado. A sala está um verdadeiro
pandemônio, os seguranças avançam sobre os policiais, preciso achar aqueles
maldito.) INVANDAM AGORA! (Grito pelo rádio.)
Mais policiais aparecem já atirando e não presto mais atenção, faço sinal e
não sei quem me acompanha. Corro até os homens em frente a porta, vejo
que apontam para mim e me escondo atrás de um sofá, PORRA! Olho para o
policial ao meu lado e vejo que um deles é Marcelo. Faço sinal e ele me
entende, continuo o caminho rápido e acerto mais dois tiros o deixando
literalmente no chão, acerto a fechadura e faço sinal para os policiais livres.
Abro a porta e adentro apontando o fuzil.) POLICIA FEDERAL, VOCÊS
ESTÃO CERCADOS! (Atiro para o teto e vejo alguns se levantarem
assustados como se não soubessem o que estava acontecendo fora da sala, ela
é a prova de som? Vejo os rostos já conhecidos me olharem assustados, um
segurança me olha e não faz nada, o único segurança da sala e ele não faz
nada? Os policiais entram armados e apontando a arma para os membros.)
- O que está acontecendo aqui? (A juíza pergunta friamente e continua
sentada.)
- Desculpem interromper a reunião, mas VOCÊS ESTÃO PRESOS.
(Digo destilando o ódio, atiro em direção ao lustre central da sala e ele cai se
quebrando sobre a mesa e os tiroteios param de imediato.) NÃO HÁ SAÍDA
PARA NENHUM DE VOCÊS! (Olho diretamente para o Marcus.)
AVANTE!! (Dou o comando e os últimos policiais que faltavam entram com
os fuzis já em posição.) LARGUEM A PORRA DAS ARMAS AGORA!
(Escuto barulho de armas no chão, mas não olho para trás continuo minha
posição.) VAMOS SER PRATICOS ESTOU CANSADO DE JOGUINHOS.
(Olho para o homem de meia idade na cabeceira da mesa, ele certamente é
pai da Larissia, se não fosse pelos cabelos ruivos, poderia dizer que ela é a
cópia fiel do pai. Fixo meu olhar no dele e vejo que continua parado me
olhando calmo, que porra está acontecendo?)
- Sebastian, peça para os rapazes escutarem o que ele diz. (Ele fala ainda
calmo e sentado.)
- MARCUS VOCÊ ENLOQUECEU? (O empresário Sampaio diz agitado
e vejo todos na mesa olhando confuso para o pai de Larissia.)
- Faça como eu estou falando Sebastian! (Ele continua falando
calmamente e o tal segurança sai de sua posição e passa por nós sem
nenhuma relutância, permito sua passagem e ele faz o que o homem falou.)
- Algemes todos! (Olho para os policiais a minha trás. Está fácil demais!)
- MARCUS! (A voz de Margareth ecoa fina pelo cômodo e ela o olha com
raiva.) O QUE VOCÊ FEZ? EU SABIA QUE NÃO ERA DE CONFIANÇA.
- CALADA! (Grito com raiva e ela me olha.)
- Não vou para o inferno sozinha. (Tudo ocorre muito rápido, ela saca uma
arma e dar vários tiros em direção a Marcus. DROGA! Os demais fazem o
mesmo e agora sim isso parece uma cena de batalha, vejo os membros do
conselho correrem e a única coisa que faço é me aproximar do Marcus, seu
corpo está atirado e há muito sangramento, eu não poderia deixar isso
acontecer. PORRA! Tento conter o sangramento e esqueço de tudo que está
acontecendo ao redor, o barulho de tiros, não me fazem perder o foco no pai
de Larissia, você precisa sobreviver. Rasgo sua camisa e tento conter o
sangramento em seu peito, vejo uma poça de sangue começar próximo a sua
cabeça, observo e vejo que dois tiros acertou sua cabeça. DROGA! O
nervosismo me consome e esqueço que sou o chefe da missão, ele está
desacordado, checo seus sinais vitais e eles estão muito fracos.) CHAMEM
UMA AMBULÂNCIA IMEDIATAMENTE! (Grito desesperado, a única
coisa que Larissia me pediu foi para protegê-lo. Tento tapar seus
sangramentos, mas não consigo, sinto meu corpo começar a estremecer, isso
não deveria estar acontecendo, me levanto com o ódio em minhas veias. Me
viro e olho a filha da puta da juíza, saindo. Sem pensar miro com precisão em
sua perna e atiro em cheio, ela cai, respiro fundo e vejo a promotora subindo
as escadas, atiro em seu ombro, bingo, ela cai de imediato.)
- Calma, já estão a caminho! (Guilherme se aproxima, tentando me manter
sã, mas minha paciência já era, miro o fuzil para cima e atiro sem dó, até
minha munição acabar. Sinto uma raiva consumir cada célula do meu corpo.
Isso não deveria ter acontecido!) LEVEM TODOS PARA A DELEGACIA
IMEDIATAMENTE! (Grito em fúria e fixo meu olhar no corpo desacordado,
você precisa sobreviver, eu devo isso a Larissia.)
Capítulo XXXIX
“A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza
prolongada." - Jean Jacques Rousseau
Larissia Vizzano
Desligo o celular e sinto um frio percorrer meu corpo, é hoje. Ainda está
muito cedo e sinto uma dor queimar em meu peito, meu coração está
acelerado, minha boca está seca e sinto uma falta de ar. Lari você é forte,
você consegue sobreviver! (Repito como um mantra) As lágrimas me
invadem e eu as deixo escorrer pelo meu rosto, apesar do meu pai ter me
confortado, sinto que sou uma péssima filha. Me levanto da cama e vou até o
banheiro, me assusto com meu reflexo, olheiras profundas denunciam meu
choro noturno, meus olhos estão inchados e vermelhos. Tiro minha roupa e
vou até o chuveiro, deixo a água quente aquecer minha pele e alma, apenas
fico assim, parada enquanto a água lava meu corpo, as lágrimas lavam minha
alma. Saio e meu estado não mudou muito, visto uma camisola e deito
novamente, pelo menos minha mãe vai ficar em casa e não participar disso.
Fecho os olhos e deixo meus pensamentos fluírem, a alguns meses atrás
estava apenas indo para a universidade e ao bistrô, sem nenhuma ideia do que
iria fazer no futuro, hoje eu não sei o que o dia de manhã me espera, só quero
que tudo isso acabe de preferência logo.
- Filha, acorda você vai perder a aula. (A voz da minha mãe me tira do
sono, eu dormir? Abro os olhos devagar.) LARISSIA, O QUE HOUVE?
(Seus olhos se abrem assustados.)
- Mãe, acho que não estou bem.
- O que está sentindo? Vamos para o médico agora.
- Não mãe, acho que é apenas uma gripe, minha cabeça está doendo.
-SIMONE! (Minha voz chama alto e eu me levanto sentando na cama.)
-Mãe?
- Sim, está doendo mais alguma coisa.
- Você pode ficar comigo hoje?
- Filha, o que está acontecendo, tem certeza que é só uma gripe.
- Oi senhora, aconteceu alguma coisa?
- Não Monie, a mamãe que é exagerada, (forço sorriso fraco) estou
gripada.
- Simone, eu não sei de onde essa menina pegou esse jeito teimoso, você
pode fazer um chá para ela?
- Sim, a teimosia veio do senhor Marcus, eles são idênticos.
- Você tem razão, por falar nele, avise que realmente não poderei ir com
ele.
- Vou avisá-lo. (Simone sai e me deixa sozinha com minha mãe, pelo
menos eu vou te proteger mamãe, pelo menos um de vocês.)
- Filha, você quer me contar alguma coisa?
- Não... não, por que mãe? (Ela me olha com cuidado)
- Você não parece alguém que está com gripe e sim de coração partido.
(Bingo mãe)
- Não mãe, estou bem, é apenas uma gripe.
- Ok, você não quer me contar tudo bem, mas saiba que pode me contar
tudo.
- Eu sei mãe, eu amo você. Na verdade, você e o papai são as pessoas que
eu mais amo nessa vida. (Sinto uma lágrima escorrer e limpo de imediato.)
- Lari por que você não me conta o que está acontecendo?
- Já disse mãe, nada. Ficar comigo vai atrapalhar os seus planos? (Tento
mudar de assunto)
- Não filha, eu só tinha a reunião do conselho com seu pai, porém ele pode
ir sozinho. Você é a minha prioridade...
- Senhora, (Simone entra com uma bandeja repleta de alimentos) o senhor
Marcus já tinha saído.
- Ele não me esperou? Marcus não é de fazer isso, tem alguma coisa
estranha com ele.
- Que nada mãe, a senhora que está vendo coisa onde não tem, (minto
descaradamente) o que tem para mim Monie. (Forço um sorriso)
- Ela já está novinha em folha, dona Camila. (Elas riem e eu apenas fecho
os olhos, que tudo der certo.)
Após ter uma refeição sob a supervisão da minha mãe, eu estou na sala,
quando meu celular toca e vejo que é uma mensagem, olho e é Guilherme.
“É sua hora cunhada, mantenha-os ocupado.”
- Mãe, estou um pouco tonta, acho que minhas vistas estão escurecendo.
- Será que é sua pressão, eu disse que deveríamos ir ao médico, fique aí,
eu vou buscar é o aparelho para aferir sua pressão. Seu pai deixou muitos
seguranças a nossa disposição, podemos ir agora mesmo. (Ela levanta e sobe
as escadas, é agora respiro fundo. Lá vamos nós. Olho as câmeras da sala e
vou até a mesa de centro, faço sinal de calor e retiro minha blusa, ficando
apenas de sutiã. Passo as mãos pelo meu cabelo devagar e finjo me abanar,
ando pela sala devagar, eu espero que esteja fazendo resultado, passo as mãos
pelo meu pescoço e o balanço, desço minhas mãos até o meio dos meus seios
e faço uma massagem devagar, fecho os olhos e alongo meu pescoço, passo
minhas mãos pela barriga devagar, adentro um pouco ao short e subo
novamente pela barriga. Balanço o cabelo e faço um coque desajeitado e vejo
minha mãe descendo.) LARISSIA! (Ela corre em minha direção e pega
minha blusa.) Você enlouqueceu? Temos câmeras esqueceu.
- Mãe, eu realmente não estou bem, está calor. (Sento no sofá)
- Larissia seu pai vai lhe matar, todo já devem estar de olho em você.
Vista logo isso, o que você tem menina. (Visto minha blusa fingindo estar
mal, espero que tenha conseguido prender a atenção.)
- Está doendo mãe, uma dor no peito. (Faço novamente a massagem, agora
já vestida.)
- Eu vou lhe levar ao médico. (Respiro fundo, acho que já está bom de
teatro.)
- Não, apenas afira minha pressão se estiver problemas vamos. (Ela põe o
aparelho digital em meu braço e esperamos, e como era de se esperar ela está
baixa, o que é normal para mim.) Está vendo, normal, eu preciso de água.
(Ela pede água a Simone e eu começo a me controlar, para não assustá-la.
Apesar de ser apenas um sentimento, meu coração está realmente acelerado, a
ansiedade me consome, será que eles já entraram? Será que já acabou? Minha
cabeça gira com milhares de perguntas.)
- Aqui está Lari, é apenas um analgésico, alivia dores no corpo e na
cabeça. (Simone me entrega e eu tomo, afinal de contas minha cabeça está
realmente doendo.)
- Obrigada Monie! (A entrego o copo e fico olhando para o celular, será
que ele vai me ligar para avisar? Minha mãe senta ao meu lado e me
aconchego nos seus braços.)
- Filha, vocês brigaram? (Ela questiona do nada e a olho.)
- Quem?
- Você e Caio...
- Mãe! (A interrompo) eu não estou com o Caio, vocês entenderam errado.
- Não era o Caio o menino que você estava conhecendo?
- Não mãe! (Sorrio fraco)
- E por que você não me avisou logo?
- Como? Papai nunca traz ninguém aqui em casa e o Caio já estava, o que
mais eu poderia fazer?
- Verdade, seu pai só traz quem ele confia.
- Por isso fiquei sem saber como falar.
- Somos seus pais Lari, apesar de termos lhe colocado nesse mundo
escuro, (seu sorriso é fraco) nós queremos o melhor para você, claro, pelas
leis da máfia você precisa se casar com alguém do círculo, mas creio que
possamos dar um jeito.
- Mãe! (A olho com carinho) Não vamos falar sobre isso agora, tudo bem?
Não foi a escolha de vocês estarem nesse meio, não precisa se preocupar.
(Digo séria.) Que tal assistimos um filme? Acho que meu problema é
saudades. (Sorrio mudando de assunto e ligando a TV.)
- Mas... você não me respondeu, mesmo que não seja o Caio, vocês
brigaram? (Paro de mexer no controle e a olho.)
- Por que pensa isso mãe?
- Filha, você não está doente, você está triste. Eu sou sua mãe, essas
marcas em seu rosto são de ter chorado muito, e seus sintomas são de uma
pessoa ansiosa e não gripada. Eu sou sua mãe Larissia, eu lhe conheço
melhor que qualquer pessoa. (Será que conhece mesmo.)
- Estou bem mãe, não brigamos! Vamos apenas assistir, por favor! (Olho
em suplica, eu não posso me permitir falar demais. Pego o controle e ponho
em um canal aleatório, ela entende que não quero conversar e fica ao meu
lado assistindo.)
As horas se passam e meu coração está a cada vez mais acelerado, meu
corpo está aqui, mas meu cérebro não. O que deve estar acontecendo? Já se
passaram muito tempo e não tenho nenhum retorno, estou olhando o celular
quando a televisão é interrompida por uma notícia de emergência.
“Chefe da máfia Vizzanos é baleado e levado ao hospital a presas,
segundo nossa fonte a polícia federal invadiu hoje pela manhã, uma reunião
com todos os membros...”
Não consigo continuar escutando, minha mãe me olha e vejo suas mãos
estão tremendo.
- Lari... (Seu rosto está totalmente pálido.)
-MONIE, VEM AQUI! (Grito ao ver os lábios roxos da minha mãe.)
- Mãe, calma, MONIE POR FAVOR! (Digo chorando) Eu preciso ligar
para o Alex, o que aconteceu...
-Quem é.... (Simone chega e não deixo minha mãe continuar.)
- Monie traz um copo de água e um calmante.
- O que houve?
- O Marcus... (Minha mãe não consegue falar, suas mãos continuam
tremendo e estou desesperada, ela está em choque, olha fixamente para o
canto da sala.)
- O papai, foi pego e baleado... (Engasgo em minhas próprias palavras,
sinto o pavor me consumir, eu preciso manter a calma, preciso...) Monie,
você fica aqui, eu vou pegar o remédio e conseguir alguma informação. (Não
espero ela responder e corro para a cozinha, minhas pernas estão trêmulas, o
choro me atinge com tudo e preciso segurar no balcão para não desmaiar, o
que eu fiz? Minhas mãos estão tremulas, digito o número de Alex, chama
várias vezes e ninguém atende. Tento mais algumas vezes e nada. DROGA!
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?)
- LARI! LARI! (Escuto o grito de Simone, largo tudo e vou até ela, mas
sinto meu peito afundar ainda mais.) Ela não acorda!
- Chama algum segurança, vamos para um hospital, MÃE! (Grito) Por
favor mamãe, eu não posso te perder, por favor acorda! (Balanço seu corpo e
não tenho retorno, isso está realmente acontecendo?) MÃE, O QUE EU FIZ!
(Três seguranças chegam correndo e pegam ela no colo, não penso em mais
nada, apenas pego sua bolsa e saio, os seguranças a colocam no banco de trás
e vou segurando seu corpo, sentindo minhas lágrimas molharem meu rosto.
Eu não queria nada disso, não era isso que eu esperava. Isso só pode ser
castigo dos céus. Meu celular toca e atendo de imediato, quando vejo o nome
de Malu.)
- Larissia, cadê você?
- Eu (Lágrimas descem cada vez mais) estou indo ao médico.
- Estou na sua casa, para qual está indo?
- Eu não sei! (Digo chorando, não consigo mais controlar.) A mamãe está
desacordada.
-MINHA NOSSA, amiga, calma! Pergunta ao segurança para onde
estamos indo.
- Qual hospital estamos indo? (Pergunto tentando respirar fundo)
- O mesmo que seu pai sempre vai.
- Vamos para o Siciliano, eu não queria nada disso. (O aperto está tão forte
que não estou conseguindo falar, meu peito arde a cada vez que tento
respirar.)
- Lari, chego lá em dois minutos, mantenha a calma. Estou chegando! (Ela
deliga e eu apenas abraço ainda mais o corpo da minha mãe.)
- Me perdoa mamãe! (Após alguns minutos chegamos e estranho há
muitas pessoas em frente ao hospital, isso são repórteres? Vejo carros de
polícia e meu coração parece descompassar.)
- Senhorita, é melhor não sair, o Carlos vai chamar os médicos, para
tirarem a senhora do carro. (O segurança sai e eu fico apenas olhando toda a
confusão, vejo a entrada do hospital sendo protegida por vários policiais, eu
quero entrar e procurar pelo meu pai, mas que direito eu tenho? Fui eu quem
causou tudo isso, abraço o corpo de mamãe com mais força e apenas repito
pedidos de desculpas, até que sinto meus olhos se fecharem sem meu
consentimento.)
Sinto uma luz forte em meus olhos e abro com dificuldade por conta da
claridade, foco minha visão e vejo um homem de jaleco com uma lanterna na
mão.
- Senhorita, como está se sentindo?
- Bem, o que eu estou fazendo... (meus olhos são atraídos para o fim da
sala e vejo Malu sentada com a cabeça baixa, os acontecimentos começam a
clarear em minha mente.) Meu pai... CADÊ MINHA MÃE? (Grito, ela estava
em meus braços, cadê ela?)
- Senhorita, calma, eu irei explicar tudo, mas preciso que mantenha a
calma... (Sua voz parece desaparecer em meus ouvidos, e só consigo escutar
o meu pedido de perdão.)
- Eu preciso ver minha mãe. (Tento levantar, mas sou impedida por duas
enfermeiras, Malu se aproxima e vejo seus olhos vermelhos.) Malu, o que
está acontecendo?
- Amiga, apenas faça o que o médico está pedindo.
- Isso senhorita Larissia, se você não se acalmar, não poderei explicar
nada.
- Eu só preciso...
- Você precisa se acalmar! (Ele me interrompe) Já lhe demos um
calmante, mas sua pressão continua subindo está em 18,5. Se a senhorita não
se acalmar temo que pode ter uma complicação. (Seu tom está sério e tento
organizar minha cabeça, eu preciso me acalmar para entender o que está
acontecendo.) Iremos medica-la mais uma vez, então apenas mantenha a
calma e responda algumas coisas está bem? (Afirmo com a cabeça, eu preciso
sair daqui para procurar meus pais. A enfermeira me entrega um remédio
com água, bebo e o médico me olha.) A senhorita tem problemas de pressão
alta? (Eu tenho coisas mais importante, do que ficar respondendo coisas
bobas.)
- Não, minha pressão geralmente é baixa.
- Você se lembra quando desmaiou? (Respiro fundo, querendo acabar de
uma vez esse interrogatório sem fundamento.)
- Eu estava dentro do carro com minha mãe, tinha muitas pessoas,
policiais e do nada apaguei.
- Ótimo, você lembra com detalhes. Agora me diga o que aconteceu com a
sua mãe. (Ele me olha cauteloso.)
- Eu não sei... (Respiro fundo) eu estava na cozinha e nossa governanta me
chamou avisando que mamãe estava desmaiada.
- Perfeito! (Ele olha para Malu) Parece que foi apenas um desmaio devido
ao aumento de pressão, ela lembra de todos os detalhes, creio que há alguns
minutos sua pressão começara a baixar, mas voltarei para averiguar. Até lá
você a acompanha.
- Mas, e meus pais? (O olho em suplica)
- No momento, estamos cuidando de tudo senhorita, apenas tente ficar
calma e poderá ver quem quiser. (Ele sorrir e sai com as enfermeiras.)
- Malu o que está acontecendo? (A olho séria e sinto uma lágrima cair, ela
encosta na cama do hospital e alisa meus cabelos.)
- Amiga, apenas acalme esse coraçãozinho e vou lhe contar tudo.
- Não faz isso apenas me fale de uma vez.
- Eu vou Larissia, mas você precisa estar boa se quiser ajudar seus pais.
Assim só piorará tudo! (Ela se afasta e senta novamente na cadeira, olhando o
celular.)
- É isso? Você não vai me dizer nada?
- Quando sua pressão se normalizar, até lá não me force a sair, você sabe
que farei isso se for preciso. (Seus olhos se fixam aos meus e ela logo os
abaixa, olho para a agulha com soro em meu braço, há um aparelho que já vi
em alguns filmes, se não me engano ele controla as batidas do coração, viro e
vejo que meu coração está em 189 batimentos, realmente estou agitada,
geralmente é 65. Fecho os olhos e me forço relaxar eu preciso descobrir o que
está acontecendo, mas acabo adormecendo.)
Acordo e olho o quarto, é pequeno e as paredes tem um tom creme, há um
pequeno jarro com flores em uma mesinha ao lado da cadeira do
acompanhante. Olho Malu, em seu celular e ela parece ainda séria, viro meu
rosto para o aparelho e meu coração está em 80, ótimo, isso já deve bastar, a
pressão está em 13,5.
- Malu! (A chamo baixo)
- Você acordou? (Ela se aproxima e me entrega um copo de água.) O
médico veio aqui quando estava dormindo e disse para ficar essa noite em
observação, se tudo correr bem, amanhã de manhã você receberá alta.
- Não é isso que quero saber Malu! (Fixo meu olhar no seu e vejo suas íris
vermelhas.)
- Eu sei Lari, eu sei! (Ela respira pausadamente e me olha.) Sua mãe está
bem, ela teve um princípio de infarto (Lágrimas surgem em meus olhos), mas
já está bem, não houve nenhum efeito colateral, o médico disse que é
compreensível pelo choque.
- E o papai? (Pergunto receosa, tenho medo de ouvir uma notícia ruim.)
- Ele... (Ela olha para o aparelho e pega em minha mão.) ele ainda está em
cirurgia. (Meu peito arde.)
- Mas... (Olho confusa para o aparelho, o relógio marca 10:30)
- Vão fazer quase 12 horas de cirurgia. (Sinto meu peito afundar por
completo.)
- O que eu fiz Malu? (Lágrimas escapam sem parar) O que eu fiz?
- Você fez o que era certo Lari, (Ela me abraça, mas sinto nojo de mim
mesmo, eu posso ter matado meu próprio pai, minha mãe quase enfartou,
como eu não pensei nisso? O aparelho começa apitar sem parar.) Larissia,
(Vejo Malu me balançar) Lari, por favor fica calma! (Vejo lágrimas em seus
olhos e ela aperta um botão acima da minha cabeça.)
- Eu quase os matei, se não o matei... (Minhas palavras saem desconexas,
que tipo de filha eu sou, será que posso me considerar filha de alguém? Sinto
nojo, culpa, sinto-me suja. Um movimento me tira dos pensamentos e apenas
escuto o grito de Malu, antes do meu braço sentir algo gelado entrar por
minhas veias e aos poucos meus olhos se fecham novamente.)
Um minuto... em apenas um minuto tudo pode mudar, as vezes coisas
boas, as vezes coisas ruins. Não sabemos ao certo o que esses 60 segundos
nos reserva, no momento você pode estar escrevendo um livro e no minuto
seguinte, pode estar sem saber o que escrever, você pode estar beijando
alguém e no virar dos segundos, pode estar sem ele. Pode estar com tudo
planejado e em 60 segundos tudo ruir. Em sessenta segundos, o mundo de
alguém pode nascer e de outro sumir, são segundos, preciosos segundos que
te fazem ser quem és, e o que significa. Sessenta segundos é tudo o que
precisa, isso não é uma punição Larissia, é sua salvação, lembre-se disso...
Acordo meio atordoada, alguém está conversando. Abro os olhos
devagar para encarar a claridade e vejo mamãe sentada ao lado de Malu, elas
conversam baixo, olho para minha mãe e ela está com a mesma roupa que eu.
E ao seu lado posso ver um suporte de metal com soro que vai até sua veia.
Tento chamar a sua atenção, mas minha garganta está completamente seca e
nada sai. Tento mais uma vez e novamente nada. Levanto o braço, batendo
no suporte da cama e o barulho chama atenção das duas, que assim que me
verem veem ao meu encontro. Larissia me entrega um copo cheio de água e
bebo de imediato, sentindo minha garganta melhorar, peço mais um e ela me
entrega.
- Mãe! (Consigo por fim falar)
- Oi minha princesa, que susto você nos deu. (Ela sorrir amorosamente,
como ela pode estar tão calma depois de tudo?)
- Olha quem fala! (Tento brincar, mas meu peito dói.) A senhora está
bem?
- Claro! Apenas fiz um amigo novo! (Ela rir olhando para o suporte de
metal que carrega o soro.)
- Não deveria estar repousando no quarto espertinha?
- Claro que não, a velhinha aqui é você, daqui a pouco já vou receber alta.
Estou novinha em folha! (Ela rir ainda mais e penso se ela se lembra do que
aconteceu, ou não contaram a ela.)
- Mãe, por que não descansa um pouco. Eu preciso conversar com a Malu!
(Olho preocupada, porém ambas se entreolham.) Por que estão olhando
assim?
- Você quer saber do seu pai? (Minha mãe diz calma e pega na minha
mão.)
- A senhora lembra? (Questiono cautelosa)
- Sim minha querida, ele foi pego. (Suas mãos alisam a minha) Tem coisas
que não podemos controlar Lari, eu e seu pai, sempre soubemos que esse dia
poderia chegar. Claro que pensar como uma hipótese é completamente
diferente da realidade, mas depois do choque e analisando tudo com calma. É
possível aceitar. (Seus olhos me observam atentos.)
- A senhora está realmente bem com isso? (Não consigo compreender sua
calma.)
- Você também ficará minha princesa, seu pai sempre nos amou acima de
qualquer coisa e não podemos desistir tão facilmente, ele precisa de nós duas
fortes. Só assim poderemos refazer o seu nome com integridade e dignidade.
- Mãe, então quer dizer que o papai... (Não consigo continuar, ele se foi?)
Capítulo XL
“Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de
morrer de um só golpe.” - William Shakespeare
Alex Aguiar
As ambulâncias chegam e eu tiro minhas mãos do Marcus, ele é colocado as
presas na maca e me afasto olhando seu corpo ser levado. Algo cai de suas
mãos e pego de imediato, sinto um desconforto, que se foda! Pego o objeto e
vejo que é um pen driver, há um aviso nele, “para minha esposa e filha”, vejo
que não há ninguém olhando e coloco o pequeno objeto no bolso, isso pode
ser obstrução de prova, mas que se dane, eu não consegui protege-lo, isso é a
única coisa que posso fazer. Olho ao redor e vejo que o local está um
verdadeiro campo de batalha, há tiros espalhados pela parede, saio do
cômodo ainda atordoado, olho atentamente para a sala e me questiono como
isso aconteceu, há pessoas caídas baleada, até mesmo policiais. Não consigo
compreender o que exatamente se passa, apenas vejo as equipes medicas
agindo rapidamente.
- Senhor, poderia informar a equipe médica para levar o senhor Marcus ao
Siciliano, é um hospital particular, mas ele tem o convenio de lá. (O
segurança que estava ao lado do Marcus me questiona calmamente, sendo
acompanhado por outro policial.)
- Pode informa-los. (Não sei exatamente o que estou falando ou pensando,
olho ao redor e vejo a guerra que aconteceu, temos dez policiais atingidos e
cerca de oito seguranças baleado. Os demais estão sendo levados algemados,
paro para analisar a situação, todos os membros já estão sendo levados,
alguns na maca, como a promotora e a juíza.)
- Alex! (Escuto uma voz me chamar e paro minha análise estou
estranhamente atordoado.) ALEX! (Olho para o dono da voz e vejo que é
Guilherme.)
- O Marcus vai para o Siciliano comigo, quero viaturas lá, não podemos
permitir que ele morra! (Digo sério, sentindo minha cabeça latejar.)
- Você está bem? (Ele me olha preocupado.)
- Claro, você cuida de tudo na delegacia para mim, preciso dar a notícia a
Larissia.
- ALEX! (Ele chama desesperado) Porque tem sangue escorrendo... (Ele para
de falar e puxa meu colete com força.)
- Você ficou malu...
-MÉDICOS AQUI! (Ele chama desesperado e eu olho confuso, até que vejo
o lado esquerdo do meu troco completamente ensanguentado. O que está
acontecendo? Não tenho tempo para isso.)
-Preciso avisar... (Uma tontura me atinge e acabo cambaleando para trás. Que
porra está acontecendo.)
- MÉDICOS! (A voz de Guilherme é desesperada, fecho os olhos um pouco e
começo a sentir meus pensamentos completamente confusos. Algumas
pessoas com roupa branca se aproximam e sou colocado na maca. O que está
acontecendo... Apago.)
Meus olhos ardem e eu os abro aos poucos, onde estou? Olho ao meu redor e
isso é um hospital? Puta que pariu, eu não deveria estar aqui, olho meu corpo
e há um grande curativo em minha barriga, mas que droga! Olho a agulha em
meu pulso e vejo seu acesso ao soro. Era só o que me faltava, tiro aquilo do
meu corpo e me levanto, sinto a barriga latejar, mas não ligo. Olho para
minha roupa e que merda é essa? Estou com um pijama listrado azul, era só o
que me faltava, eu preciso achar minhas roupas. Saio do quarto, a procura de
informações, mas o corredor está vazio, que hospital é esse? Caminho com
um pouco de dificuldade, a dor está aumentando em minha barriga, vejo uma
recepção e me aproximo.
- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? (A voz de Marcelo ecoa
alta pelo local e vejo todos me olharem.)
- Dar para ser menos escandaloso. (Digo ainda caminhando para recepção.)
- Alex, você acabou de passar por uma cirurgia. (Ele se aproxima e me apoia
nele, como se eu precisasse.)
- Estou bem, só preciso achar minhas coisas.
- Senhor, você precisa voltar imediatamente para o seu quarto. (A enfermeira
diz tímida.)
- Ele é mais teimoso que uma porta. (Marcelo revira os olhos.) Vamos Alex,
chega de chamar atenção.)
- Onde estão minhas coisas? (Olho para a pequena mulher)
- Estão em seu quarto.
- Ok! (Solto braço de Marcelo e volto para quarto, sem esperar por ele, minha
barriga dói ainda mais, porém não ligo. Entro no quarto e olho todo o local,
há um pequeno armário marrom claro no canto da sala vou até ele e vejo que
há um saco transparente com minhas roupas, abro e pego minha calça, onde
está você? Escuto barulho da porta sendo aberta e fechado.)
- Senhor, preciso colocar seu acesso imediatamente.
- Só um instante! (Procuro no bolso e nada, eu coloquei aqui, tenho certeza!
Pego a camisa e nada, até que vejo o pequeno objeto no fundo do saco. Isso!
Pego o pen drive e sinto minha respiração se acalmar.) Onde estamos? (Olho
para Marcelo)
- Hospital Siciliano!
- Perfeito, preciso falar com a Larissia, como o Marcus está? Ele conseguiu
sobreviver? (Procuro meu celular, mas esse realmente não encontro.)
- Senhor, eu preciso que volte para cama, ou precisarei chamar mais
enfermeiros.
- Eu não preciso de nada. Marcelo, me empreste seu celular!
- Alex, se acalma ok? Tudo está bem, apenas faça o que a enfermeira está
dizendo. (Ele fala impaciente e eu apenas reviro os olhos.)
- Vocês têm celular? Preciso avisar algo importante. (Larissia precisa saber.)
- Larissia já sabe, se é isso que quer avisar. (Olho para Marcelo e vejo que a
enfermeira saiu.)
- Do que está falando?
- Alex, você ficou desacordado por um longo tempo devido a anestesia da
cirurgia. Está achando que retirar uma bala é fácil?
- Essa não é a primeira e nem será a última, mas cadê a Larissia? Ela já veio
visitar o pai?
- Cara, primeiro, você precisa deitar e deixar os médicos fazerem o que for
necessário, sua brincadeirinha dessa vez custou caro, quase lhe levou um rim.
Se não fosse pelo atendimento rápido, você provavelmente estaria passando
por duas cirurgias e não apenas uma. Então faça o que é necessário. (Ele para
de falar e três enfermeiros entram na sala, os olhos curiosos. Eles acham que
pode me colocar na cama? Mas não vou dificultar, apenas sigo até a pequena
cama.)
- Me explique o que aconteceu, a Larissia sabe que estou aqui? (Fecho meus
olhos, eu queria ter contado para ela que seu pai foi baleado, queria poder ser
o primeiro a contar e explicar, ela me pediu para protege-lo e não fui capaz
disso.)
- Senhor, nós pedimos que não tire o acesso novamente, sua cirurgia foi
delicada e precisa dos medicamentos corretos. (O enfermeiro pega meu braço
e põe a agulha, colocando um novo acesso em meu braço, sinto o
medicamento correr frio pelas minhas veias e olho sério para Marcelo.) Estou
esperando Marcelo.
- Espere as medicações acabar, você sabe que odeio agulhas.
- Você é uma criança. (Espero os enfermeiros fazerem seu trabalho e após
algumas indicações e repreensões eles saem da sala e encaro Marcelo.) Você
vai falar, ou vou precisar usar meus métodos.
- Como se estivesse em condições para isso. (Ele rir)
- Teste-me! (Digo sério) Me diga, cadê a Larissia, qual a situação do Marcus
e que horas são?
- São nove da noite, sua cirurgia durou três horas e o resto você passou
dormindo por conta da anestesia. E sobre a Larissia, sim ela está no hospital.
Marcus ainda não saiu de cirurgia.
- Ainda não?
- Não! Parece que serão quase doze horas de cirurgia.
- Isso tudo?
- Sim, uma das balas atingiu sua cabeça e ele está em estado crítico.
- DROGA! (Sinto a raiva me consumir.) Ele não pode morrer! (Digo baixo)
Eu quero ver a Larissia. Preciso saber se ela está com raiva de mim.
- Por que estaria?
- Por que não estaria? (O questiono) A única coisa que ela me pediu foi para
proteger seu pai, apenas isso e não fui capaz disso.
- Não é verdade, (Marcelo me olha sério) de acordo com os médicos se não
fosse seu desespero em parar o sangramento, ele teria morrido lá mesmo, se
ele sangrasse por apenas mais um minuto, não seria possível nem mesmo
uma cirurgia. Você permitiu que ele pudesse ao menos ter uma segunda
chance de viver.
- De nada vai adiantar se ele morrer.
- Alex, você costuma dizer que sou criança e sim confesso, gosto de viver
despreocupadamente, mas você deveria pegar apenas 1% dessa minha
despreocupação, você não é culpado por tudo que acontece no mundo. Será
que não percebe? Há coisas que o El diabo não será capaz de fazer e tudo
bem por isso. Você não é um super herói. (Ele rir) E você não será capaz de
ver a Larissia, ela também está internada.
- O que houve? (Sinto minha barriga e coração doer)
- Nada demais, apenas o choque acabou fazendo sua pressão aumentar
demais. Pelo que parece, sua mãe teve um princípio de infarto e Larissia a
trouxe de imediato para o hospital, mas quando chegou seu pai também
estava aqui e o choque foi ainda maior, ela acabou desmaiando.
- EU PRECISO VÊ-LA. (Me levanto rápido.)
- Não mesmo! (Marcelo me segura forte e me força a voltar para cama, estou
preste a dar um murro nessa cara branca dele, quando uma enfermeira entra.)
- Eu tinha certeza que ele iria aprontar! (Ela vem até meu acesso e aplica uma
seringa.) Isso vai deixar você mais obediente.
- O que é isso? (Marcelo a olha)
- É apenas um calmante, vai funcionar em poucos segundos.
- Vocês enlouqueceram, (digo nervoso) esqueceram quem eu sou?
- No momento senhor, você é apenas um paciente que passou por uma
cirurgia de risco e precisa se comportar como tal. (Seus olhos me fuzilam e
sinto vontade de matá-la, mas respiro fundo, já chega o estrago que fiz na
juíza, isso com certeza vai me render uma dor de cabeça.)
- Não queira me ver fora daqui. (Minha voz sai ameaçadora, mas logo sinto
uma leveza em meu corpo.)
- Você já, já vai me agradecer. (Ela sorrir amavelmente e apenas me irrita
ainda mais e sai.)
- Gostosa e com atitude, acho que preciso do número dela.
- Marcelo, cala a boca! (Minha voz tenta sair irritada, mas acaba calma.)
- Acho que vou me divertir te vendo chapadão. (Ele gargalha e senta em uma
poltrona.)
- Então Larissia, a mãe e o pai também estão internados aqui? (Digo tentando
compreender o que está realmente acontecendo, apesar que meu corpo
começa a ceder a medicação e sinto a sonolência começando me atingir.)
- Exato, mas não se preocupe, a mãe de Larissia já está bem, até melhor que a
filha, foi apenas um choque para as duas, estão em observação. (Meus olhos
começam a me trair e sinto que pegarei no sono a qualquer momento.)
- Preciso que faça algo, (maldito olhos traidores) preciso que entregue a uma
das duas isso. (Estendo a mão com o pen driver.) É apenas elas, não sei o que
tem, mas sinto que precisam ver de imediato.
- Como conseguiu isso?
- Acho que não dar tempo de explicar. (Digo já sentindo meus olhos pesados,
me viro de lado e sinto o sono me consumir.)
A manhã chega e com ela minha euforia, eu preciso dar um jeito de encontrar
Larissia hoje, pelo menos Marcelo, já deve ter mostrado o pen driver, falar
nisso, o que será que tem nele? Olho o sol que ilumina a sala e vejo melhor o
quarto, é uma pequena suíte, moderna para um quarto de hospital, suas
paredes são bege e combinam perfeitamente com a cama e armário. A porta
se abre e vejo Malu me olhando com os olhos vermelhos, aconteceu alguma
coisa?)
- O que houve? (Me levanto assustado, ela vem até mim e simplesmente me
abraça.)
- Você é realmente um presente para a minha princesinha. (Suas lágrimas
encharcam o meu ombro e vejo que atrás dela está Guilherme, ele olha a cena
calado.)
- O que está acontecendo? A Larissia está bem?
- Sim, a Lari está bem. (Ela me olha sorrindo e se afasta.) Não imaginei que
alguém assim poderia chegar, mas olha você aqui!
- Eu não estou entendendo o que está acontecendo.
- Você salvou a minha amiga, salvou ela de todo esse inferno, deu a ela a
salvação que ela sempre almejou, não é um motivo para comemorar? (Sua
voz emocionada, chega como flores aos meus ouvidos, mas ainda não
compreendo.)
- Eu posso ter ajudado sim, mas não consegui proteger o seu pai.
- Alex! Você foi um herói e nem sabe! (Ela rir e olha para Guilherme.) Será
que podemos leva-lo ao quarto da Lari?
- Não sei, ontem ele aprontou e saiu da cama.
- Vou tentar falar com a enfermeira.
- Tem como me explicarem? (Chamo a atenção deles, estou realmente
confuso nessa história.)
- Você, já vai saber, espere até voltarmos. (Eles saem da sala, sem dizer mais
nada. Eu odeio essa situação de falta de controle, de não entender o que está
acontecendo, primeiro eu levo um tiro do nada e nem entendo como
aconteceu, segundo, Larissia e sua família toda é internada no hospital,
terceiro a louca da Malu, chega me abraçando dizendo que eu sou um herói.
O que de fato está acontecendo? Uma enfermeira entra e checa minhas
informações e soro. Guilherme entra logo em seguida.)
- Vamos ver sua ruivinha! (Ele sorrir e me levanto sem dizer nada, sinto um
calafrio em meu corpo, ele me ajuda a pegar o suporte do soro, saio da sala
na sua companhia e passamos por todo o corredor, vejo alguns policiais que
me cumprimentam, aceno com a cabeça e sigo o percurso, parando em frente
a uma porta marrom.) Se eu fosse você se arrumava.
- Eu não estou entendo porra nenhuma do que vocês estão falando.
- E limpava essa boca também. (Ele rir e abre a porta, meu coração se aperta
por completo quando vejo Larissia deitada na cama, uma mulher se afasta
dela e vejo seu corpo, parece tão frágil, seus olhos estão vermelhos como
sangue, não perco tempo pego o suporte da mão de Guilherme e vou rápido
até ela, seus olhos me encaram e vejo lágrimas sendo reunida em seus olhos,
não digo nada, ponho o suporte do lado e passo minhas mãos por seus
cabelos ruivos e a beijo, sinto seu gosto em minha boca e sinto meu coração
palpitar forte, sinto o gosto salgado das suas lágrimas, suas mãos abraçam
com força meu corpo e eu apenas seguro seu corpo com força, nosso beijo é
calmo, lento, parece que estamos comprovando se é realmente real. Escuto
um pigarro alto e me afasto de Lari, olhando para trás. MERDA! Olho para
Larissia e ela está limpando as lágrimas, olho novamente para a mulher de
meia idade com os cabelos ruivos, olho novamente para Larissia, é a sua
mãe? Se não fosse pelos cabelos, eu ficaria na dúvida, mas o tom é idêntico.)
- Eu avisei! (Guilherme rir, e abraça Malu, no canto da sala. Filho da puta,
poderia ter avisado. Passo as mãos pela, minha boca constrangido, bela
impressão Alex.)
- Então era você? (A mulher me encara cautelosa, seus olhos me estudam por
completo.)
- Sim mãe, era ele! (Larissia diz baixo e eu olho para ela, pedindo ajuda, o
que eu falo? Prazer namorado da sua filha, eu sou isso? Ou devo falar prazer
sou o delegado.) Mas, (Ela respira fundo fechando os olhos como se sentisse
dor.) o papai...
- Eu pensei que o delegado federal era mais presente e não tão tímido. (Ela rir
olhando para mim e me sinto realmente desconfortável, AÇÃO Alex!)
- Mãe! (Larissia parece implorar algo para a mãe, mas ela permanece calma
em seu lugar.)
- Me desculpe, senhora... (Sigo até ela estendendo minha mãe, por que tudo
parece confuso.)
- Camila, pode me chamar de Camila. (Seu sorriso é idêntico ao de Larissia.)
- Prazer senhora Camila, sou Alex Aguiar, delegado federal e (olho para
Larissia) namorado da sua filha. (Vejo os olhos de Larissia abrirem surpresos,
nunca tínhamos titulado nossa relação, acho que é o momento.)
- O prazer é meu querido, mas precisamos conversar muito, não é dona
Larissia? (Ela olha séria para a ruivinha.)
- Sim! A senhora pode parar de me enrolar, eu tenho o direito de saber. (Sua
voz parece desesperada, me aproxima dela e seguro sua mão.)
- Mas antes quero conversar com os dois. (Ela diz calma e se senta na
poltrona de acompanhante.) Ontem quando acordei um policial, chamado
Marcelo, me entregou algo que você me enviou. (Lembro do pen driver.)
- Sim, seu esposo que enviou.
- Sim, confesso, se não fosse aquilo, eu jamais estaria tão tranquila assim,
mas refletido nas palavras do meu esposo eu sei o que ele fez e estou
orgulhosa disso.
- O que a senhora está falando mamãe?
- Filha, eu vou contar o que realmente aconteceu, apesar de não saber os
planos do seu pai, e nem mesmo o da minha filha! (Ela repreende Larissia
com o olhar) Consegui compreender como as coisas aconteceram, acho que
você também não sabe disso querido. Malu, coloque uma cadeira ao lado da
Lari, ele não pode ficar em pé. (Malu, faz conforme a Camila diz e me sento,
sem compreender nada.) Ontem quando acordei, após você me trazer filha,
soube que tive um princípio de infarto, mas graças a Deus o pior não
aconteceu. (Ela fala tão calma, que me pergunto como alguém assim, pode
passar a vida inteira ao lado de um homem da máfia, ela exala pureza e me
questiono, como entrou em toda essa confusão.) Após os milhares de
medicamentos, eu questionei aos enfermeiros sobre seu pai, mas ninguém
quis me falar, com medo da minha reação. Até que ontem à noite, já estava
quase dormindo, quando o homem loiro me entregou um pen driver e me
informou que o delegado pediu para entregar. Quando vi a letra do seu pai no
rótulo, informando que era para mim e para você, comecei a chorar, afinal, só
saiba que ele tinha sido pego e estava baleado. Então chamei a enfermeira
correndo e estava tão desesperada que ela conseguiu um notebook e foi então
que entendi o que tinha acontecido e você também vai entender. Então eu
chamei Simone, que era a única representante da nossa família até então, ela
me explicou sua situação e pôr fim a do seu pai, confesso fiquei em choque
novamente e quase infarto para valer, mas assim que Monie trouxe o
notebook, meu coração se acalmou.
- Não entendo mãe! (Larissa comenta confusa.)
- A situação atual do seu pai não é nada boa, (ela diz calma) a cirurgia dele
durou cerca de 12 horas, pois ele levou vários tiros e um deles foi na cabeça.
(Larissia começa a chorar e eu abraço.) Calma filha, eu fiquei pior que você,
(Vejo a mulher limpar algumas lágrimas.) Mas, Deus tem um plano para nós
e seu pai parece que sabia os planos de Deus, (ela respira fundo e sorrir,) seu
pai não está morto meu amor, a cirurgia foi um sucesso, conseguiram retirar a
bala. (Camila sorrir genuinamente, que mulher forte, eu sei que ela está
apenas se segurando, consegui ver suas mãos entrelaçadas se apetando, ela
parece puxar o ar do fundo da alma.) E após você escutar tudo eu lhe explico
mais. (Ela olha para Malu e ela pega um notebook do armário e leva até Lari
e abre uma página com vídeo. A imagem de Marcus, em um local que parece
um escritório de luxo.
- AI MEU DEUS! (Larissia grita) Isso foi na noite anterior... (Ela começa a
chorar)
“Oi minha princesinha e meu amor! Se esse vídeo chegou até vocês é por
que deu tudo certo! Minha querida esposa, eu gostaria de lhe pedir perdão
nesse momento, sei que para o mundo eu não sou digno de perdão. Mas,
tentei dar o meu melhor como marido e pai, e acho que conseguir, pois
sempre tive você ao meu lado, mesmo nos momentos de crise, onde a máfia
exigia coisas horríveis de mim, e nem por isso você me abandonou, pelo
contrário. Minhas roupas manchadas de sangue, era motivo para seu
carinho a noite inteira. É você é realmente uma mulher sensacional, eu te
amo meu amor! Agora você minha pequena princesinha, papai ama você e ...
(Ele limpa algumas lágrimas que escorreram.) eu estou completamente
orgulhoso de você, esse vídeo é a prova que você conseguiu, minha
princesinha conseguiu fazer o que todos os Vizzanos queriam, mas não
conseguiam. Você me libertou, libertou a nossa família e as próximas
gerações, obrigada, por me dar a paz, hoje é a primeira noite que eu vou
conseguir dormir realmente. E graças a minha pequena grande Lari. Bom, já
falei demais agora vou explicar tudo, eu soube desde o momento em que você
instalou as escutas e a câmera no escritório, minha filha, seu pai é o líder da
maior máfia brasileira, estamos a séculos fazendo isso, e digamos que você
não colocou meu quadro no lugar correto. (Ele ri) Enfim, meu amor não se
sinta culpada por exatamente nada, você não me fez mal, você me fez muito
bem, para falar a verdade, nem minha morte seria suficiente, para que eu
pagasse todo o mal que já fiz a pessoas inocentes, então não pensem em mim
e sim em como você destruiu uma organização que matava inocentes, que
separava pais e filhos. Eu apenas vou pagar o preço pela minha maldade, e
isso não é problema, pois mesmo levando o pior castigo eu ganhei o maior
presente desse mundo, o seu amor e o da sua mãe. Isso é a única coisa que
eu preciso, do amor de vocês. Não se preocupem, eu reduzi os seguranças,
então se algo acontecer comigo, não fiquem triste, eu sabia exatamente tudo,
e filha, nada é culpa sua. Minha esposa, obrigada por ser minha melhor
companhia eu queria poder dar mais para você duas, mas infelizmente meu
sobrenome leva um peso muito grande. Então deixei minha remissão com a
Lari, com aquilo, vocês estão livres e asseguradas. Me perdoem, eu amo
vocês muito! E não fiquem triste, eu realmente estou em paz, agora sim, me
sinto em paz! (Ele sorrir feliz, solta um beijo e desliga a câmera.)”
- Ele sabia disso... Ele sabia de tudo! (Ela me olha e chora
desesperadamente.)
Capítulo XLI
“Ninguém conseguiria manter a ordem sem a justiça, mas ninguém constrói
a paz sem amor." - Emmanuel
Larissia Vizzano
- Sim Lari, seu pai sabia que algo poderia acontecer e mesmo assim ele fez
o que achava certo. (Sinto lágrimas escorrer dos seus olhos.) Seu pai não é
um homem mal como todos pensam, ele sempre nos protegeu. (Me levanto
devagar e a abraço.)
- Eu sinto tanto! (Não consigo segurar e choro alto, não me importo que
estejam vendo.) Eu não queria que... (Sinto todo o meu corpo tremer, eu sei
que todos estão dizendo que eu fiz o certo, mas eu sinto que trai a pessoa que
deu a vida por mim.) Mãe, eu preciso vê-lo. (Aperto ainda mais seu corpo e
sinto o choro sair de dentro do fundo da minha alma. Ele sabia de tudo, e me
apoio, me amou, me protegeu. Me agito, por que ele tinha que se machucar?)
Eu fui errada mamãe... eu separei nossa família. (Largo seu corpo me
sentindo culpada.) Eu preciso vê-lo, preciso pedir perdão. (Sinto meu coração
palpitar)
- Filha! (Ela olha para mim e segura forte em minha mão, seus olhos estão
vermelhos como o meu. Sinto sua calma emanar, mesmo vendo o quanto ela
está triste.) Não podemos vê-lo agora! (Ela me abraça novamente) Estamos
aguardando as notícias dele ainda, então não se agite, você não pode! (Sua
voz sai tão calma que me questiono, como ela consegue ser assim? O
equilíbrio no meio de tanta turbulência? Seus olhos emanam tristeza, mas sua
postura é tão calma.)
- Mãe, eu não queria que nada disso estivesse acontecido. (Olho em seus
olhos e ela apenas sorrir, enquanto lágrimas escapam.)
- Nenhum de nós meu amor, mais foi preciso, então enxugue suas lágrimas
seu pai está bem, assim que acordar teremos mais notícias. Seu pai falou algo
muito importante no vídeo. Foi a primeira noite que ele dormiu em paz...
você entende o quanto isso é importante? (Ela sorrir ainda com lágrimas
banhando em seu rosto.) Seu pai costuma acordar toda madrugada com
algum pesadelo, e eu não tinha entendido o por que daquela noite ter sido
diferente, quando vi a notícia na televisão, pensei que tinha sido seu adeus, só
me veio isso na mente, que ele havia se despedido. Mas hoje eu entendo,
você trouxe a paz, não foi uma despedida. Foi um novo começo. (Ela sorrir
tão amável.) Então limpe suas lágrimas e se acalme, acho que não serei capaz
de aguentar você tendo uma crise de pressão alta, lembre-se que meu coração
está sensível. (Vejo seus olhos me analisarem com calma. Só então percebo o
quanto estou sendo injusta. Ela acabou de passar por um princípio de infarto
e eu estou aqui com problemas de pressão, trazendo mais preocupação.
Respiro fundo e limpo minhas lágrimas.)
- Eu não vou preocupa-la. Precisamos estar bem fortes para o papai.
(Sorrio, tentando afastar qualquer resquício ruim, ela não pode se preocupar,
seja consciente Lari, pelo menos uma vez, seja FORTE!)
- Isso meu amor, e ainda precisamos conversar. (Ela semicerra os olhos e
vira o rosto para Alex.)
- Ops! Acho que é a nossa deixa Gui! (Malu diz baixo)
- Não mocinha, você fica! (Ela olha para minha amiga.)
- Eu ainda estou internada. (Limpo minhas lágrimas, respirando fundo e
sorrindo.)
- Você me deve muitas satisfações dona Larissia. Vocês dois! (Ela fuzila
Alex com olhar e a Malu.)
- Mãe, por que não senta um pouco? (Digo sorrindo e ela assim o faz.)
- Adiante sua malandra e me conte logo, é dele que estava falando esse
tempo inteiro, não é?
- Sim! (respondo voltando para cama.)
- E você me deixando acreditar que era o Caio, acho que já aprendeu a
mentir, não é? (Ela levanta a sobrancelha.) E você Maria Luiza, apoiando
essa espertinha. O que vou fazer com vocês duas?
- Desculpa mamãe! (Tento me redimir)
- Como se conheceram? Você não é de sair, pelo menos é o que eu acho,
acho que não sei de mais nada referente a minha filha. (Ela me repreende e eu
apenas sorrio.)
- A culpa foi do papai, nos encontramos naquela cafeteria.
- Quando você foi vigiar a delegacia? Quero dizer... (Ela tropeça nas
palavras ao ver que Alex está aqui.)
- Não se preocupe comigo dona Camila, estou aqui como apenas Alex!
(Ele sorrir amavelmente.) E me perdoe pela maneira nada convencional de
nos apresentarmos, geralmente gosto de as seguir tradições. (Guilherme
começa a rir, ganhando a atenção da sala, Alex o olha sério.)
- Desculpem, lembrei de uma piada aqui, podem continuar. (Ele se corrigi)
- E você querido, não sabia que estava namorando Luiza! (Minha mãe
repreende minha amiga e apenas dou risada, bola passada com sucesso.)
- Começamos tem pouco tempo tia Mila, nós namorávamos a muito tempo
atrás. Porém, ele precisou sair do país com o pai. E a pouco tempo nos
reencontramos.
- E ele é um federal também.
- Sim! Ironia do destino! (Malu sorrir olhando para mim, ela conseguiu se
sair muito bem.)
- Acho que a vida de vocês duas tem sido agitada, não é? Mas depois eu
puxo a orelha das duas. E você meu filho, (ela olha para Alex) será muito
bem vindo, minha Lari escolheu muito bem. (Pela primeira vez no dia
consigo sentir sua sinceridade e tranquilidade em seu olhar. Ela sorrir
genuinamente.)
- Agradeço pela hospitalidade. (Ele rir e me olha, só então me dou conta
da única pergunta que não fiz.)
- Por que você está internado? Aconteceu alguma coisa? (Me preocupo,
estava tão agitada, que nem reparei nesse grande detalhe.)
- Esse aí não sai de uma briga sem aprontar conosco. (Guilherme diz
revirando os olhos.)
- Estou bem, foi apenas um arranhão de leve! (Ele diz me olhando, seus
olhos verdes estão brilhando.)
- Um arranhão que o levou para sala de cirurgia! (Malu completa séria.)
Seu delegado levou um tiro e nem sentiu que tinha sido atingido.
- Será que aguento me preocupar com dois além de um só. (Mamãe diz
balançando a cabeça.)
- Eu não dou tanto trabalho! (Alex pisca galanteador para ela e eles riem,
essa áurea é tão boa, que nem parece que acabamos de passar por um
tormento, eu quero perguntar como tudo aconteceu, mas apenas aproveito
esse momento para relaxar. Fecho meus olhos por um segundo e agradeço
aos céus por todos estarem aqui. Não sei o que vai acontecer depois de tudo
isso, mas é um alivio saber que estão bem.)
- Está bem, minha princesa? (Escuto a voz da minha mãe.)
- Sim! (Abro os olhos) Estou! (Limpo uma lágrima que escorre pelos meus
olhos.) Obrigada mamãe, por não me julgar e por me amar. (Digo sincera.)
Eu senti tanto medo... (Respiro fundo) mas eu tenho os melhores pais do
mundo, independente do peso que nossa família carrega, como pais, vocês
são um exemplo para qualquer pessoa. Obrigada! (Sorrio e vejo que lágrimas
caem de seus olhos, Malu abraça e sinto a mão de Alex apertar a minha, ele
sorrir genuinamente e eu retribuo, dizendo um obrigada mudo.)
Após Malu e Guilherme tornarem o quarto um verdadeiro circo, com suas
histórias e brincadeiras, ficamos apenas eu e Alex, mamãe precisou ir ao
quarto para esperar o médico dar alta e Alex, ficou comigo, na verdade ele
obrigou a enfermeira a deixá-lo.
- Sua mãe é uma mulher incrível!
- Eu sei! Quando a vi desacordada, fiquei com tanto medo, mas tanto!
(Deixo uma lágrima escapar sem querer.) Mas, olha ela, consegue retirar as
coisas boas nas piores situações.
- Sim, eu realmente estou constrangido de todas as vezes que julguei sua
família.
- Não é culpa sua, digamos que não somos inocentes em nada.
- Você está bem mesmo? (Vejo Seus olhos me analisarem com
preocupação.)
- Sim! (Sorrio fraco) Você fez um excelente trabalho, estou orgulhosa!
Meu delegado!
- Senti tanto sua falta! (Ele aproxima seus lábios da minha testa e sinto o
calor da sua pele.) Não quero mais me afastar de você!
- Eu também senti a sua! (Fecho meus olhos gravando o toque das nossas
peles em minha mente.) Obrigada e me desculpa por tudo! (Sussurro baixo,
com os olhos fechados.)
- Lari, pare tanto de se desculpar, eu vi que se segurou por causa da sua
mãe. Eu já lhe conheço ruivinha! Você precisa entender que não é culpada de
nada, pelo que entende se não fosse pela consciência do seu pai, nunca
conseguiria as gravações. Ele quem te ajudou, na verdade, ele se entregou. E
não vou mentir para você, já o xinguei em mil línguas antes de descobri a
relação de vocês, eu só não estava preparado para descobrir que o homem a
qual eu odiava, era digno do meu respeito. Claro, nada vai apagar o que ele
fez, mas ele é digno do meu respeito como Alex, pois além de dar vida a
mulher que eu amo, ele não só te protegeu, como abriu mão da sua liberdade
e vida por você. (Sinto meu coração aquecer por completo, tudo que ele diz
faz sentido, ele está certo! Ele não parece o tal diabo.)
- Você não parece nem um pouco com o apelido que lhe deram, está mais
para um anjo, do que para diabo. (Dou risada.)
- Não diga isso querida, você não tem noção do tipo de cara que sou
durante o trabalho, pergunte a juíza e a promotora.
- Me conte, como aconteceu tudo? Meu coração estava tão aflito.
- Por que não falamos sobre isso depois? Você mal se recuperou ainda,
melhor conversamos isso depois que estivemos fora desse lugar. (Ele olha o
quarto.) Eu odeio hospitais.
- Não vai me dizer que tem medo de agulha. (O olho divertida.)
- Claro que não! (Ele fala sério) Só me lembra momento difíceis. (Ele diz
triste e me lembro do mesmo instante que ele perdeu os pais em um
acidente.)
- Ei! Agora você tem a mim! (Sorrio) Vamos passar por momentos difíceis
juntos agora. O que vem agora? (Pergunto receosa.)
- Primeiro, precisamos saber a situação de saúde do seu pai. Só então
saberemos o que vai acontecer com ele, em relação ao restante do conselho,
todos já estão presos. Eu esperava recepciona-los na delegacia, mas com os
contratempos não pude ver como está acontecendo. Para ser sincero, ainda
não fui notificado da situação atual na delegacia, mas meus policiais são
confiáveis e sei que estão fazendo seu trabalho muito bem. Não vamos mais
passar por isso, nunca mais! (Sua voz sai tão grossa que me causa arrepio)
Lari, eu acho que nunca senti tanto medo em minha vida. (Seus olhos são
preocupados)
- Medo? (Ele balança a cabeça afirmando e entrelaça nossos dedos.)
- Medo que não perdoasse caso viesse acontecer algo com seu pai. Nunca
me senti tão perturbado, quando o vi no chão, parecia que eu estava a
perdendo. (Seus olhos mostram confusão e vejo sinceridade em suas
palavras.)
- Você o protegeu Alex, eu não o culparia. (Sinto meu coração afundar no
peito) Eu me culpo por ser uma filha traindo o pai, mas tenho noção do que é
certo e você fez o certo, não lhe culparia. Pedi para que o protegesse, pois
quando ele me contou na noite anterior que ele sabia de tudo, vi que a única
coisa que eu poderia pedir como filha era que ele estivesse bem. E você foi os
60 segundos mais preciosos da minha vida, obrigada! (Sorrio e ele beija meus
lábios calmamente, sinto sua língua pedir passagem e a deixo possuir minha
boca, toda a curiosidade sobre o que aconteceu some e parece que a sala ficou
extremamente pequena para nós, uma de suas mãos se posicionam em minha
cintura e a outra se entrelaça ao meu cabelo, nosso beijo ganhar força e
precisão.)
- Minha nossa! (Uma voz nos interrompe e nos separamos de imediato.
Olhamos e uma médica adentra a sala.)
-Desculpa! (Digo sem graça, acho que vou ganhar um troféu por cenas
inadequadas. Alex apenas sorrir.)
- Não queria atrapalhar o casal, mas vim checar se está tudo bem, para a
alta. Mas, vejo que ambos estão muito bem. (Ela rir e analisa Alex, um
sentimento estranho começa a aparecer em mim, por que sinto que seus olhos
estão o comendo?)
- Já posso ir para casa? (Alex pergunta, dando seu melhor sorriso,
CRETINO!)
- Assim que eu checar seus ferimentos. (Ela se aproxima de mim e checa
meus aparelhos e em seguida pede para que Alex levante a blusa para avaliar,
vejo seus olhos irem diretamente para a barriga dele. Seus olhos o comem
descaradamente. Vejo seus olhos com desejo, ela observa o ferimento e
demora mais do que o necessário analisando o lugar.)
- Então, podemos receber alta? (Interrompo sua análise minuciosa, com a
voz séria, ela não acabou de nos ver juntos?)
-Tudo está bem, só peço que não se esforce durante essa semana e venha
na próxima para que eu cheque novamente sua recuperação. (Seus olhos
estão fixos em Alex, e observo a cena calada, oi? Será que estou na sala, ou
não?)
- Não preciso voltar, eu me curo rápido! (Ele continua sorrindo, por que
ele tem que ser tão amigável?)
- Eu faço questão que volte! (COMO É QUE É?)
- Já estamos de alta? (Pergunto com a voz mais séria que posso.)
- Sim, seus batimentos estão normais e a pressão também, você deu um
grande susto aos médicos de plantão ontem, mas hoje seus dados são
impressionantes. (Ela por fim me olha.)
- Essa é minha garota! (Alex me olha tão lindo)
- Então já podemos sair, obrigada doutora! (Forço uma gentileza, se ela
não parar de babar por Alex, eu juro faço questão de interná-la também.
[minha nossa Larissia, é você mesmo?] minha majestade questiona
provocativa. O que estou pensando, ela não é a única que se rende ao charme
do delegado.)
- Qualquer problema, podem me procurar. (Sua voz sai baixa)
- Creio que não precisaremos. (Sorrio e me levanto.) Amor, você pode me
ajudar a trocar de roupa, acho que ainda estou um pouco tonta. (Fuzilo a
mulher a minha frente.) Até mais doutora! (Sorrio e ela sai.)
- O que precisa? (Alex se levanta.)
- Nada! (Minha voz sai tão séria que desconheço, o que está acontecendo?
Abro o armário marrom e pego minha bolsa, vou ao banheiro e fecho a
porta.)
- O que houve Lari? (Escuto sua voz do quarto.)
- Já disse que nada. (Novamente minha voz sai irreconhecível. Por que
estou tão irritada.)
- Você não disse que precisava de ajuda?
- Vá ajudar a médica... (As palavras escapam da minha boca sem que eu as
controle, o que está acontecendo com você Larissia! Vejo a porta se abrir em
segundos e só então percebo que não havia trancado.)
- Você está com ciúmes? (Sua voz soa divertida e sinto uma raiva crescer
em mim.)
- Alex, eu estou me trocando!
- E? (Ele aproxima do meu corpo e me afasto.) Não há nada que eu já não
tenha visto.)
- Alex, por favor licença.
- Por que está com raiva? (Seu corpo se aproxima ainda mais do meu e me
vejo pressionada entre a parede e seu corpo.) Está com ciúmes Lari? (Sua
boca se aproxima perigosamente da minha e seus olhos se fixam aos meus.)
- Não estou com nada. (Respondo sentindo minha respiração acelerar.)
- Então por que está assim? O que eu fiz de errado? (Sua voz é tão baixa
que sai apenas sussurro, meus pelos se arrepiam de imediato, sua mão se
apoia na parede e a outra aperta minha cintura.)
- Você deveria... (Ser menos gostoso talvez?) Por que tem que tratar todo
mundo com esses sorrisos. (Admito sentindo que meu corpo não me obedece
mais.)
- Você fica gostosa irritada. (Sua boca se aproxima do meu ouvido e sinto
seus lábios se fecharem sobre minha orelha e meu corpo se aquece.)
- Você é um cretino! (Digo fechando os olhos, sentindo seus beijos em
meu pescoço.)
- E você gosta! (Sua boca cola a minha e sinto minha perna sendo
levantada. Seu pau já dá sinal na roupa fina do hospital.)
- Estamos em um hospital... (Tento puxar a consciência, mas já sinto meu
corpo implorando pelo seu toque.)
- O único lugar que importa para mim é dentro de você. (Nossos corpos se
aquecem por completo e em uma última ação de consciência, fecho a porta do
banheiro, me entregando ao prazer que é tê-lo em mim.)
Após um sexo nada convencional, no banheiro do hospital e um banho,
estou com a roupa trocada e a espera de Alex, ele precisou ir até seu quarto
buscar suas roupas e pertences. Estou olhando o celular, quando mamãe entra
ao quarto também já com sua roupa.
- Você está pronta? Me informaram que o Alex pediu para que eu a
encontrasse assim que assinasse a alta.
- Sim, estou apenas aguardando Alex! Fui até a recepção e pedir por
informações do papai, mas disseram que não poderia informar. O que houve?
- Também não sei filha, a enfermeira apenas me entregou o recado dele,
procurei pelo médico de ontem, porém não o encontrei. O médico havia me
dito que tudo ocorreu bem, e seu pai estava em coma induzida, pela cirurgia
de risco, mas não me informaram mais. Mesmo assim, pedi a Simone para ir
em casa buscar algumas coisas do seu pai, pedi para ela fazer uma mala com
tudo que ele possa precisar. (Assim que ela termina de falar, Alex aparece
deliciosamente lindo.)
- As moças estão liberadas? (Seu sorriso se alarga)
- Sim, Alex, fui procurar informações do papai, mas a recepção não quis
me informar. Você sabe por que?
- Seu pai está sob os cuidados dos meus policiais, então ninguém dará uma
única informação sobre ele. Não se preocupem, eu já conversei com o
Guilherme, apesar de estar de atestado, eu irei resolver algumas burocracias
na delegacia, mas antes levarei vocês para verem o Marcus. Pedi que a
enfermeira, as deixassem no quarto, pois preciso passar algumas
informações. (Seu olhar se torna sério.)
- Pode falar, meu querido! (Minha mãe o olha com carinho)
- Todo o hospital está cercado pelos melhores policiais da minha
delegacia, eles são discretos e jamais falariam nada sobre vocês, no entanto,
não podemos nos responsabilizar por todos dentro do hospital, então com
alguns contatos, consegui um medico e alguns enfermeiros, para nos
ajudarem. Eles assinaram um termo de sigilo.
- Quando fez isso? (Questiono, vendo que não tem duas horas que ele saiu
do quarto.)
- Eu sou mais eficiente do que imagina! (Ele pisca e continua.) As
informações sobre os Vizzanos estão em todos os sites, canais, todos os
meios de comunicação possíveis, porém o nome de vocês nem ao menos é
mencionado. Por isso, precisam que sejam o mais cautelosas possível.
Consegui uma liberação do médico para ficarem no mesmo quarto que ele,
vocês não devem sair de lá, ao menos que um dos policiais as chamem. A
questão jurídica do Marcus ainda não foi decidida, pois ele não saiu do coma
induzido ainda, então pela lei ele não pode ter contato com ninguém, pois ele
está preso, mesmo que em um hospital. A presença de vocês é
completamente sigilosa. Então nada de visitas, ou qualquer informação
externa. Tudo bem? (Ele explica pacientemente e assentimos) Eu preciso ir
na frente, pois preciso ver a situação, daqui a 10 minutos, um policial vai
chamá-las, o acompanhem e nos veremos em breve.
- Obrigada meu querido, eu sei que está passando por cima da sua ética
para nos ajudar.
- Não se preocupe dona Camila, minha ética nem sempre anda ao lado da
Lei! (Ele sai da sala.)
-Você realmente soube escolher, filha. Estou feliz por você. (Seu sorriso
me transmite uma tranquilidade, mas sinto que suas mãos estão impacientes,
sei o quanto ela quer ver o papai. Pego em suas mãos.)
- A senhora também escolheu bem mamãe, e daqui a pouco, iremos vê-lo.
(Como Alex havia dito, um policial nos leva até uma sala no terceiro andar.
O corredor está cercado por policiais, e esses não estavam na casa de campo.
Ele realmente tem muitos homens, a porta é aberta e adentramos em silêncio.
Há uma cortina verde água e em frente a ela está Alex e um médico. Nos
aproximamos dele e nesse momento sinto minhas pernas fracas, meu pai está
deitado na cama, com muitos aparelhos. Vejo lágrimas banharem o rosto de
mamãe e eu apenas a abraço, me juntando a ela em um choro silencioso. Sua
pele está tão clara e sua feição tão suave. O som do aparelho faz meu coração
palpitar na mesma melodia, papai me perdoa...)
Capítulo XLII
“Um soberano jamais deve colocar em ação um exército motivado pela
raiva; um líder jamais deve iniciar uma guerra motivado pela ira." - Sun Tzu
Alex Aguiar
Larissia está abraçada com sua mãe, ambas estão em lágrimas e sinto a
tristeza delas, assim como eu o médico observa tudo quieto, é um momento
só delas. Após alguns minutos dona Camila se aproxima da cama e alisa a
mão de Marcus com carinho.
- De acordo com os exames, ele irá acordar ainda hoje. Estamos
diminuindo a quantidade de medicamentos, para que isso ocorra. No entanto,
precisamos conversar sobre a condição do paciente. (Ele nos olha com
preocupação, o que houve agora?)
- Ainda há risco doutor? (Larissia o olha com tristeza, consigo perceber
pelo seu tom de voz o quando ela se culpa pela situação do pai, mesmo
tentando ser forte, sei que na cabeça dela há uma grande confusão.)
- Bom, a bala atingiu uma parte importante do cérebro. A qual, é
responsável pelos movimentos do corpo, ou seja, o sistema locomotor.
Conseguimos retirar sem deixar nenhum resquício, porém todo o sistema
sofreu uma grande modificação, alguns ligamentos foram rompidos.
- O que isso significa doutor? (Camila pergunta com os olhos abertos.)
- O senhor Marcus, não poderá se movimentar, o sistema locomotor foi o
principal atingido, conseguimos reparar apenas a fala, pois, a língua é um
músculo e também foi afetada. Sendo assim, o paciente quando acordar
precisará passar por um tratamento de três meses no hospital, para que seja
analisado seu comportamento.
- Então ele não tem movimentos nenhum? (Larissia começa a chorar
silenciosamente.)
- Infelizmente não, ele não perdeu nenhum dos sentidos, porém a
locomoção será impossível.
- Nem com fisioterapia, não há nenhuma cirurgia. (Camila parece
atordoada.)
- Infelizmente não senhora Camila, já foi um grande milagre, conseguimos
retirar a bala sem que houvesse nenhuma complicação. Digamos que apesar
do seu marido não poder se movimentar, ele ainda está vivo. Geralmente as
cirurgias neurológicas já são ariscadas por si próprio, ainda mais com duas
balas alojadas. Foi realmente um milagre seu marido resistir, digamos que de
todos os males o melhor, pois pacientes com esse nível de risco acabam
ficando em coma ou em estado vegetativo que é estado crônico de disfunção
cerebral em que uma pessoa não mostra sinais de consciência. O senhor
Marcus, ficará condicionado há uma cadeira de rodas e precisara de
assistência 24 horas, no entanto, poderá sentir toques, falar, pensar, ouvir. Ele
é realmente um milagre. (Vejo Lari indo até seu pai e segurando sua outra
mão.)
- Então ele foi um milagre... (Ela fala em lágrimas.) Ouviu papai, você é
um milagre. (Seu corpo se debruça sobre o pai e vejo a abraçar seu corpo
desacordado com força.) Você é um milagre papai. (Sua voz sai como um
sussurro.)
- Eu sabia que não iria me deixar, meu querido! (Dona Camila também o
abraça e eu aproveito esse momento para sair da sala com o médico, acho que
é um momento deles.)
- Doutor, eu não poderei ficar aqui, mas a situação é como Guilherme o
explicou. Apesar de um Marcus ser um grande criminoso, ele está sob a
minha direção, então qualquer coisa que precisar pode entrar em contato
comigo. (O entrego meu cartão de visita.) E peço que esteja monitorando as
duas, acabaram de receber alto por choque.
- Não se preocupe Alex, Guilherme já havia me informado sobre tudo, eu
já pedi um acompanhamento psicológico para ambas. Não se preocupe, sei o
quanto está ajudando os cidadãos, pode deixar que eu controlo por aqui. (Ele
rir, o cumprimento me despedindo e dou a ordem de vigilância total para os
policiais presentes. Agora está na hora de entender o que houve, estou dois
dias fora da delegacia. Saio do hospital, deixando apenas uma mensagem
para Lari, explicando minha ausência. O carro de Marcelo já está a minha
espera, caminho até ele e entro.)
- Até que fim, cara!
- Já estava com saudades? (Questiono enquanto ele liga o carro.)
- Dessa vez você nos deu um grande susto. (Ele fala sério olhando para a
pista.)
- Vocês sabem que vaso ruim não quebra. (Sorrio) E então recepcionaram
bem meus convidados?
- A delegacia está um caos, com a mídia e até mesmo a população
revoltada. Fora isso, a verdade é que eles estão confortáveis. Não podemos
fazer seus interrogatórios, então apenas mantivemos os seguranças em duas
celas e os colarinho nas celas vazias.
- Então preciso ir dar boas-vindas.
- Você sabe que não pode encostar neles, não é? Tem os privilégios de
formação.
- Desde quando eu escuto o que a lei diz. (O caminho é feito com algumas
atualizações, de acordo com Marcelo, muitos policiais saíram feridos. Me
sinto mal, não pude controlar a situação, e eles são meus policiais. Chegamos
e há uma grande aglomeração em frente à delegacia.)
- É disso que estou falando! (Marcelo contorna a entrada e vai para o
fundo.)
- Eles estão certos, imagine você votar em alguém, pagar seus impostos
corretos e ver o que esses cretinos estão fazendo. (A garagem é aberta e
entramos, desço do carro e estranho não ter nenhum policial. Entro e sou
surpreendido por todos os policiais de pés aplaudindo, eles gritam e fazem
algazarra. Observo os rostos e vejo alguns com braços enfaixados, curativos
no rosto. Acho que todos estão aqui, olho e me sinto orgulhoso, mas não por
mim. Agradeço.) Obrigada pelo carinho de todos vocês, mas essa não é uma
vitória minha, na verdade me sinto em dívida com cada um. Foi uma vitória
do nosso pelotão, da nossa equipe. Equipe essa que foi com toda a coragem,
saibam que essa vitória é não se de cada um de vocês, mas de todo cidadão de
bem que acredita na justiça, é das mães que perderam seus filhos, das
famílias que foram destruídas por causa da máfia! Essa é uma vitória de todos
e assim que tudo for finalizado, eu proporcionarei a cerveja! (Todos
aplaudem e gritam) Agora, temos muito para resolver, então vamos fechar
com chave de ouro! (Após algumas comemorações vou até minha sala
seguido de Marcelo e Guilherme.)
- Tia Carlota já me ligou pela décima vez. Você precisa contar para ela
Alex! (Guilherme fala impaciente)
- Não, isso só a preocuparia sem necessidade, já estou ótimo, o que
disseram a ela?
- Que você estava resolvendo as burocracias e isso poderia levar alguns
dias.
- Ótimo! (Coloco meu distintivo) Vamos recepcionar nossos convidados?
(Saio da sala já pronto e vou até as celas. Os seguranças estão amontoados e
duas celas apenas.) Direcione-os para a penitenciaria mais próxima, eles irão
aguardar ao julgamento lá. (Informo ao Tenente Robson e prossigo com
Guilherme e Marcelo ao meu lado. Vejo os empresários em uma sala
sentados, jogando cartas.) Desde quando permitimos isso? (Olho para
Guilherme impaciente.) Aqui virou uma colônia de férias?
- Desculpe senhor, foi o único pedido do advogado.
- E vocês concederam?
- Um juiz liberou... (Marcelo diz baixo)
- Eu não quero saber porra de juiz nenhum, ao não ser o que vai julgá-los,
retirem imediatamente isso da sala. (Vejo os homens me olharem com raiva.)
Sampaio Bastos, Luiz Benny e Daniel Farello, que prazer tê-los em minha
humilde residência. (Sorrio debochado.)
- Você ainda vai me pagar seu cretino!
- Não Sampaio, acho que você não acompanhou as últimas notícias.
(Sorrio ainda mais.) Sua empresa está falida, todos os investidores, venderam
suas ações por preso de banana. Acho que você quem vai pagar e muito caro.
- Você não pode estar falando a verdade, eu tenho contrato com o
governo...
- O qual? (O interrompo e vou até a cela da frente.) O governo dele? (Uma
risada maléfica sai pelos meus pulmões.) Vocês subestimaram meus dons.
- Você está achano que uma prisãozinha vai nos parar? (A voz de Marcelo
ecoa e vou até o final do corredor, com ela está Margareth, ambas estão
sentadas como se nada estivesse acontecendo.)
- Realmente, uma prisãozinha, é muito pouco, por isso que preparei algo
irreversível. (A juíza me olha destilando ódio, suas penas estão enfaixadas.)
Marcelo, trouxe o notebook? (Ele afirma.) Mostre aos nossos convidados
como está a popularidade deles. (Marcelo solta a reportagem de Paula onde
expõe todo o documento que eu o havia entregado, há áudios com a voz de
Margareth.)
-SEU FILHO DA PUTA! Então aquela putinha estava do seu lado! (O
som fina da voz de Margareth ecoa alto por toda a delegacia.) EU VOU
ACABAR COM VOCÊ DOIS. Achei que fosse mais esperto, sabia que
estava apaixonado, só não esperava que uma buceta o fizesse perder os
sentidos. (Minha raiva me consome e eu vou para a grade da cela possesso de
ódio.)
- NUNCA MAIS FALE DELA ASSIM, ELA NÃO PRECISOU
VENDER SEU CORPO PARA FAZER O QUE É CERTO. E APROVEITE
A ESTADIA, SEUS DIAS AQUI SERÃO UM INFERNO. (Saio do local,
onde eu perca completamente meus sentidos, quem ela pensa que é para
chamar Larissia de putinha.) Marcelo, vá até a penitenciaria e traga a mama, e
a deixe na sala com aquelas duas, diga a ela que conseguirá uma visita caso
ela torne a vida das duas um inferno. (Minha voz sai tão grossa que não o
reconheço, ele assente e eu volto para a sala, minha vontade era acabar com a
pele daqueles cretinos, mas ouvir ela chamando Larissia de puta, me deu um
ódio tão grande, que não conseguiria apenas dar conta dos homes e eu não
quebro minha ética de tocar em mulher. Respiro fundo e peço para o Silva me
conseguir uma lata de cerveja e energético. Em minutos ele traz, bebo rápido
e já sinto meu cérebro trabalhando a mil por hora.
- Você sabe, que isso vai ferrar com você. Acabou de fazer uma cirurgia.
- Não enche Guilherme, terei uma longa tarde, conseguiram encontrar o
Aloísio?
- Não, ele realmente sumiu, os aeroportos já estão informados.
- E a esposa e filhos?
- Não são vistos, a quase um mês, mas não se preocupe, Diego falou que
agora é com ele e mandou parabéns pelo trabalho.
- Sim, depois preciso agradecer a liga. (Troco a roupa do hospital e ponho
uma camisa social, dobrando as magas até o cotovelo.) Já desligou as
câmeras da sala de advertência?
- Cara, acho melhor você não fazer isso. Tem uma entrevista em meia
hora, todos estão aguardando um posicionamento da polícia.
- Eu prometo que serei rápido, (pisco para ele.) levem os homens até a sala
de advertência, deixa que a mama completa o trabalho com as garotas. (Saio
e vou direto para a sala de advertência, Robson, Guilherme, Vieira e Santos
me acompanham em silêncio, todos sabem o que vão acontecer agora, a
justiça será feita com as nossas mãos.
Batidas na porta retiram a minha atenção da garganta de Ângelo, seu
corpo ensanguentado no chão, olho a poça de sague e seu rosto
completamente inchado, eu deveria ter pena, mas quando lembro o tanto de
corpos encontrados com overdose de drogas, corpos estirados após tiroteios,
mães desesperadas clamando por seu filho sair das drogas me revitalizo.
- Senhor Alex? (A policial Park aparece)
- Sim!
- A impressa já está a sua espera.
- Bom, garotos, vocês terminam o trabalho! (Sorrio maleficamente.) Foi
um prazer estar nesse momento tão importante e você. (Aponto para o ex
delegado.) Se tivesse feito seu trabalho melhor, não iria precisar da droga de
uma máfia para crescer! Tenham um excelente dia! (Pisco divertido e saio da
sala, minhas mãos, estão manchadas de sangue, assim como roupa e sapatos,
vou até minha sala, tomo um banho rápido e coloco a roupa oficial, o
distintivo e a arma. Sinto meio corpo fraco e acho que peguei muito pesado, o
lugar do curativo dói.)
Estou sentado em um balcão improvisado, há vários microfones e a
bandeira do estado e país me acompanham. Eu odeio mídia, falar em público,
isso realmente tira toda a minha paciência, respiro fundo e lá vamos nós!
- Boa tarde a todos, eu sou o Alexandre Aguiar delegado federal e estou
aqui hoje para relatar a prisão da máfia Vizzanos, essa máfia é milenar em
nosso país e está responsável por grande parte de desvio de verbas públicas,
narcotráfico, controle do mercado negro e no último meses foram o
responsável pela morte de Cauã Silva Santos e toda a sua família, como outra
família a senhora Silene, Bianca, Lucas e o pai Junior Lima. Então é respeito
a estes e todas as vítimas que foram atingidas pela ganancia dessa máfia,
meus sinceros sentimentos de pêsames. (Me levanto e faço um cumprimento
de 1 minuto abaixado, quando me levanto todos aplaudem.) Sei que a
população está inconformada com o caso, alguns se sentiram aliviados e
estou aqui na posição de funcionário público e agente da Lei, para informar
que conseguimos essa vitória. Como os meios de comunicações já
informaram, foram presos o chefe da máfia Marcus Vizzano, o qual se
encontra internado e durante a prisão a juíza Margareth Lisboa, inconformada
com o flagrante atirou no chefe e o mesmo quase veio a óbito, porém com
ajuda dos médicos ele se encontra bem, no entanto perdeu todo o movimento
do seu corpo se encontrado em um estado semi vegetativo, devido a este
problema, não está preso em nossa jurisdição e ficara três meses em
tratamento, fora ele, a ex juíza Margareth Lisboa, a promotora atual Marcela
Novas, o es delegado federal Michel Ramos, o governador do estado Rayan
Melo os empresários Sampaio Bastos dos produtos farmacêuticos Sampaios,
Luiz Benny das indústrias Benny’s e Daniel Farello da indústria Farellos
LTDA. Os banqueiros Ângelo D’Avilla e Rômulo prestes, estão sob a nossa
custodia e eram o centro de toda organização, no entanto o também deputado
federal conhecido como Aloísio Motta estava no centro da organização,
porém se encontra desaparecido. Devido a prioridade de finalizar a máfia, o
seu desaparecimento, assim como o julgamento de toda a organização será
acompanhada pelo ministério publico e já foi protocolada pelo promotor
Robert Bryant, pelo procurador Bruno Cavaliere e estará a júri com o atual
Juiz no ministério publico Diego Cavalcanti. Sendo assim, a responsabilidade
de delegacia federal de belo horizonte cumpre seu papel nas prisões da
organização mafiosa Vizzanos e agradece a população por sua confiança na
Justiça. E desde já agradeço a todos os a gentes envolvidos nessa empreitada,
ordem e progresso, para um futuro justo e mais legal. (Me levanto, sob as
perguntas incessante dos repórteres.) A entrevista será conduzida agora pelo
escrivão Guilherme Yoon, tenham uma boa tarde! (Saio da coletiva sentindo
mais dor, era só o que me faltava. Sento em minha cadeira e sito uma tontura,
acho que me esforcei demais. Meu telefone toca, olho no visor e é Robert.
- Oi Robert! (Atendo)
- Oi Alex, bela entrevista, achei que nem iria aparecer na telinha! (Ele rir)
- Fui obrigado, Guilherme disse que seriam apenas umas palavras, então
não tive para onde correr.
- Entendo, também odeio a mídia, mas estou ligando mesmo para saber se
está bem, mais um ferimento de guerra não é, cara!
- Se não houver cicatrizes, não tem história para contar, (brinco) obrigada
Robert, você foi fundamental nesse caso.
-Não meu amigo, dessa vez o mérito é todo seu e da sua equipe, fizemos o
mínimo possível, mas não seria diferente com o misterioso El diabo. (Ele rir)
Apesar de me importar com sua saúde, liguei para outra coisa também. (Sua
voz se torna mais séria.) Diego já pegou o caso, juridicamente tudo está
correto, eles pegaram no mínimo 30 á 40 anos de cadeia, mas o deputado
federal não foi encontrado e ninguém da sua família. Tentamos o melhor para
localizar, mas não encontramos nada. Acho que ficarei lhe devendo essa,
parece que a família do deputado era importante para você.
- Não, tudo bem. Sei que Diego vai conseguir resolver o caso muito bem.
Só espero que encontrem todos, (Sei o quanto Larissia ama seus primos)
obrigada por ajudar.
- Que nada, Alex! Foi um dos maiores caso da liga e você sozinho
conseguiu solucionar, tenho certeza que logo será condecorado chefe geral.
- Quem sabe! (Sorrio com a possibilidade, sempre almejei esse cargo e
agora ainda mais, poderei dar tranquilidade que Larissia merece.) Como estar
as crianças?
- Como sempre arrancando meus cabelos, toda vez que Emma tem uma
audiência e eu estou livre, elas aprontam comigo. Não deixe seus futuros
filhos se apegarem demais a mão, eles se voltam contra você. (Ele diz rindo e
sinto meu celular começa a apitar e vejo que há outra chamada, Larissia.)
- Robert, precisarei atender a outra chamada, manda um beijão para as
crianças.
- Pode deixar, e parabéns cara, o misterioso Alexandre mostrou do que é
capaz. (Me despeço e atendo a chamada de Lari.)
- Alex?
- Oi ruivinha, o que houve?
- Nada, você já almoçou? (Olho o relógio e só então percebo que se
passam das quatro e não almocei ainda.)
- Não. (Admito)
- E imaginei, assim que vi sua entrevista, você pode passar no hospital
para me pegar, vou preparar algo no bistrô para você.
- Não precisa querida.
- Sim, precisa! Você acabou de passar por uma cirurgia, e também... (Ela
fica em silêncio e percebo que há alguma coisa errada.)
- O que houve Lari? (Me preocupo.)
- O papai, não acordou ainda e fomos informadas que só uma pessoa
poderá ficar no quarto, eu não quero ficar sozinha. (Consigo perceber sua voz
de choro e meu coração aperta.)
- Onde está a Malu? Fica com ela por enquanto chego... (Sua voz sai
chorosa e eu imagino o que deve estar passando por sua cabeça, seu pai ainda
não acordou, mesmo com o coma sendo induzido.)
- Ela precisou ir para a universidade, estamos em período de provas.
- Estou chegando. (Saio com tudo da delegacia e apenas avisto Silva na
recepção.) Silva, há um documento de transferência dos prisioneiros
protocolado em meu computador, assim que Guilherme acabar a coletiva,
peça para emitir logo e acompanhar tudo de perto, o procurador, estará
acompanhando tudo como o protocolo. Deixei meu atestado médico em cima
da pasta verde, então estarei por fora e como hierarquia ele quem assume.
(Saio sem ouvir sua resposta, eu não esperava usar o atestado médico, mas
acho que Larissia está precisando mais de mim do que a delegacia, já fiz tudo
que precisava por lá. A prisão já foi protocolada, quem acompanha é o
procurador de estado, nesse caso o Bruno já deve estar a caminho. Ligo o
carro e vou em disparada para o hospital, o lugar da cirurgia doí cada vez
mais, porém ignoro. Chego na entrada de emergência e já vejo Larissia com o
olhar longe, sentada no batente, vejo suas mãos abraçarem seu corpo com
força. Esqueço onde o carro está e saio. Vou até ela e abraço seu corpo frio,
ela não diz nada, vejo lágrimas em seus olhos.
- Lari? (Pergunto baixo)
- Ele ainda não acordou, os médicos disseram que ele acordaria, mas ele
não acordou! (Seu rosto está banhando em lágrimas, a abraço com ainda mais
força e beijo sua testa.)
- Vai tudo ficar bem, minha ruivinha, tudo vai ficar bem! (Repito como
um mantra.)
- Mamãe, está tão diferente, ela não diz nada. Apenas o olha em silêncio.
- Tem sido difícil para todos Lari, vai passar. (Levanto seu rosto e selo
seus lábios frios e molhado pelas lágrimas, mas buzinas nos interrompe, olho
e vejo que há uma ambulância querendo que eu tire meu carro.) Droga!
Vamos! (Pego em sua mão e vou correndo para o carro, peço desculpas e
entro no carro dando partida. O ambiente fica mórbido, ela não diz nada e
apenas vejo pelo retrovisor que choro, a deixo ficar à vontade.)
- Esse não é o caminho para o bistrô. (Ela diz cabisbaixa.)
- Eu sei, vamos para minha casa. (Ela não diz nada apenas assente, entro
no apartamento e escuto um barulho. Faço sinal de silêncio para Larissia, e
tiro a arma do bolso. Caminho lentamente, mas antes que eu entre na cozinha,
minha mãe aparece.)
- MENINO, VOCÊ QUER ME MATAR. (Sorrio ao vê-la e guardo a
arma.) Como você ousa aparecer só agora seu moleque mal criado! (Ela me
abraça com força e sinto sua pouca força, a conforto e aliso seus cabelos, ela
para por alguns minutos e já imagino o que aconteceu, me desprendo dela e
vou até Larissia.)
- Dona Carlota, essa é Larissia, minha namorada! (Sorrio e vejo Larissia
timidamente ir para trás, outra primeira vez não é minha ruivinha.)
- Essa é aquela... (Antes que minha mãe seja indelicada interrompo.)
- A mulher que lhe falei. (Pego nas mãos de Lari com força e sorrio para
ela, que involuntariamente sorrir também.) Essa é a mulher com quem vai ter
que dividir meu amor, minha mãe, Carlota! (Larissia sorrir mais e caminha
timidamente até ela.)
- É um prazer conhecê-la senhora. (Minha mãe parece a analisa-la, mas
logo a abraça, assustando Larissia.)
- Venha aqui garota, (Sua voz sai aliviada) eu estava com tanto medo que
esse moleque estivesse pegando uma criança de menor, mas vejo que não.
(Ela rir em divertimento.) É um prazer lhe conhecer. (Ela se afasta e analisa
ainda mais Lari.) Você comeu? Por que está tão branquinha assim?
- Ela é branca mãe! (Reviro os olhos, deixando minha arma e distintivo na
mesinha de centro.)
- Eu seu diferenciar tom de pele, de palidez. E você não está bem! (A olho
analisando Larissa e realmente minha mãe tem razão, ela está completamente
abatida.)
- Você almoçou? (Ela balança a cabeça)
- E o Alex também não! (Larissia diz rapidamente, sua voz sai triste.)
- Minha querida Alex fez algo com você?
-MÃE! (A repreendo e me aproximo das duas.)
- Não, eu só... (Ela respira fundo e eu não quero que ela desabe, abraço seu
corpo com força e a vejo chorar alto. Minha mãe parece preocupada e eu
apenas digo um depois explico sem voz. Ela entende e vai até a cozinha,
trago Larissia para o sofá.) Ela está em pedaços... ela... (Seu choro a impede
de falar)
- Sua mãe? (Questiono e ela apenas afirma com a cabeça) Assim que seu
pai acordar tudo ficará bem, não se preocupe, a cirurgia foi um sucesso.
- E por que ele não acorda? (Ela me olha me fixamente) O médico disse
que após suspender os remédios ele acordaria e até agora nada. O que eu fiz
Alex? (Seu choro aumenta ainda mais.)
- Lari, você fez o que era certo!
- Aqui, comam vocês dois! (Minha mãe traz uma bandeja com dois pratos)
Não sei o que está a vendo, mas ficar assim, não vai ajudar os problemas a
melhorarem, apenas coma, minha querida. Você precisa ser forte para
enfrentar qualquer problema. (Larissia limpa as lágrimas e come em silêncio,
pergunto se posso explicar e ela assente, conto tudo para mamãe, menos a
parte que eu levo um tiro, ela não precisa saber. E a mesma fica chocada,
assim que terminamos, ela dar um remédio para Larissia e diz que é para dor
de cabeça, mas o reconheço e sei que é um dos seus calmantes. Após mais
algumas conversas, Larissa acaba apagando no sofá.)
- A leve para seu quarto filho, ela não acordará até amanhã.
- Mamãe, ela pode tomar essas coisas?
- Se ela não tomasse a pressão poderia subir novamente. Vá deite com ela
eu prepararei uma sopa para vocês tomarem. Irei passar a noite aqui caso algo
aconteça.
- Obrigada mãe.
- Não pelo que agradecer filho, você e essa garota fizeram um bem para
essa nação. (Dou um casto beijo em sua testa e levo Larissia para o quarto.
Acabo apagando junto com ela.)
Acordo com o som estridente do celular, tento ignorar, mas a pessoa
insiste, Larissia acorda e vejo que o sol já aparece na janela.
- Acho melhor você atender. (Ela diz ainda sonolenta) Que horas são,
preciso ir ver o papai.
- Acho que já passam das oito pelo sol forte, (Pego o celular e me
surpreendo que já passam das nove, atendo o celular e vejo que é Guilherme.
Atendo.)
-ALEX CADÊ VOCÊ? (Sua voz está desperada.)
- Estou em casa...
- VOCÊ NÃO VIU AS NÓTICIAS, A DELEGACIA ESTÁ UM CAOS,
VOCÊ PRECISA VIM IMEDIATAMENTE.
- O QUE HOUVE. (Me levanto em um pulo e já visto minha roupa, o que
houve?
- Você e a Larissia está sendo acusados de comandarem a máfia, tem fotos
de vocês juntos, e um monte de conspiração, a promotoria está querendo
explicações, está em todas as mídias.
-PORRA! Estou chegando...
- Preciso ir para delegacia.
- O que houve? (Larissia me pergunta nervosa, eu não posso falar, até que
eu entenda o que está acontecendo.)
- Um problema lá.
- Eu vou com você, preciso ver o papai.
- Vamos! (Saímos em disparadas, nem mesmo as repreensões de mamãe
eu ouvi, como isso aconteceu? DROGA a entrada do prédio está cheia de
repórteres.) PORRA! Acho que não poderemos passar pela frente. (Há um
táxi parado deixando alguns passageiros na garagem, não espero mais nada,
corro até ele e entro com Larissa.) Por favor para o hospital Ciciliano.
- Sim senhor!
- Alex, o que está acontecendo?
- Nós... (Não consigo falar, olho para Larissia e assim como eu ela parece
não conseguir falar, vejo uma fumaça branca tomando conta do interior do
carro e apago.
Capítulo XLIII
“As pessoas apaixonadas, em geral, se tornam impacientes, perigosas.
Perdem o senso de perspectiva. Perdem o senso de humor. Ficam nervosas,
tornam-se chatas, psicóticas. Podem virar assassinas." - Charles Bukowski
Caio Lisboa
- SENHOR CAIO! (Martin entra no meu quarto com tudo, sua voz vibra
em minha cabeça, a ressaca da noite anterior me faz abrir os olhos com
calma, desde aquele dia na casa de Malu, Larissia parece estranha, apenas vai
direto de casa para escola, nem está almoçando com Malu no refeitório, sua
pele está tão branca que parece estar abatida. Não sei, como me aproximar
dela, nem mesmo a Malu, está próxima. Parece que ela está presa em alguma
solidão e essa situação tem me feito beber todas as notes, eu não sou
psicopata fica atrás de alguém, não é isso. Eu não tenho0 falhas, tenho tudo
para proporcionar uma vida perfeita para Larissia, mas por que ela não vem
para mim? Eu dou o mundo se ela quiser, mato pessoas se ela precisar, eu
faço tudo por ela. E por que a vejo se afastar, mais e mais...) SENHOR
CAIO! Por favor acorde, é urgente! Precisamos sair daqui! (Acordo
atordoado, o que ele está falando? Retiro a coberta e olho para ele.)
- O que é Martin, alguém morreu?
- Senhor, a senhora Margô foi presa.
- O quê? (Me levanto rápido) Você tem certeza do que está falando
Martin?
- Sim, acabei de assistir a reportagem. (Não escuto mais nada, procuro o
controle remoto e ligo a televisão. E o slogan “Máfia Vizzanos é capturada e
revela grandes nomes” mudo de canal e outra notícia “Chefe da máfia
Vizzanos é baleado e levado ao hospital a presas, segundo nossa fonte a
polícia federal invadiu hoje pela manhã, uma reunião com todos os
membros...".)
- Martin, peça para o advogado Leandro vim aqui imediatamente. (Minha
cabeça começa a dar um giro, como Larissia deve estar? Seu pai foi baleado,
eu preciso vê-la.) Eu vou sair rápido e já volto, explique toda a situação.
- Senhor Caio, é melhor sairmos o quanto antes, eles devem ter um
mandado de busca.
- Que se foda Martin, faça o seu trabalho de mordomo e ligue para
Leandro. Eu já volto. (Visto uma roupa rápida e saio da casa as pressas.
Preciso encontrar a Larissia, ela deve estar precisando de mim, eu sei o
quanto ela ama seu pai. Sigo em direção a sua casa, assim que chego estranho
a falta de carro, vou até o portão e me identifico.
- Senhor Caio, não há ninguém em casa. (Um dos seguranças me informa.)
- Onde a senhorita Larissia foi?
- Não temos autorização para informar, me desculpe. (Tipo do Marcus) A
amiga dela também acabou de sair.
- Quem?
- Maria Luiza. (Isso Malu, vou ligar para ela)
- Obrigado! (Disco o número de Malu e ela não atende.) DROGA! (Tento
novamente e nada, tento uma terceira vez novamente e nada, entro no carro e
meu celular toca, atendo de imediato.)
- Malu?
- Não senhor Caio, é o Martin, (A voz do mordomo me irrita.) senhor
Leandro acabou de chegar, ele precisa falar com o senhor, pois já está
sabendo.
- Droga! (Ligo o carro) Já estou a caminho Martin.
Por que você tinha que inventar isso logo agora mãe, logo quando eu
estava próximo da Larissia, claro que esse final de semana estávamos
afastados, mas casais se afastam mesmo, é normal. Era só o que me faltava, a
máfia ser presa, eu nem casei com a Larissia ainda, droga! Chego em casa e
já encontro o advogado.
- Boa tarde senhor Leandro.
-Boa tarde Caio, precisamos nos mover imediatamente, sua mãe está
completamente com problemas.
- Todos da máfia, não?
- Ela ainda está ainda mais, há gravações dela falando sobre o comercio de
narcóticos e a venda para o Paraguai após o seu matrimônio. Tem áudios,
onde ela diz que você vai herdar tudo, quando você se casar com a filha do
chefe.
-Mas... (Martin para no meio da sala.) Eu lembro desse dia... (Sua voz é
baixa) assim que o senhor Caio foi levar a senhorita Larissa, a senhora fez
essa ligação.
-SHIU! (O advogado faz sinal de silêncio, e sei o que significa, escutas.
Mas que porra é essa quem colocaria uma escuta... (De repente meus
pensamentos se ligam em instantes, Malu estava junto com Larissa, e agora
está namorando um federal, com certeza foi ela quem entregou, tento lembrar
daquele dia, eu não sai da sala... mais... Vou até meu porta retrato e bingo
está inchado, sinto minhas forças crescerem com o ódio e jogo o porta retrato
no chão, e lá está o pequeno disco preto, pego em silencio e vou até o
banheiro, jogo na privada e dou descarga, voltando para sala.) AQUELA
FILHA DA PUTA! (Lembro que ela não me atendeu, com certeza não me
atenderá nunca mais.)
- Agora não resta dúvida, é realmente sua mãe e parece ser uma escuta de
última geração, eu ainda esperava informar que era uma gravação fake, mas
veio diretamente da casa de vocês. (Leandro parece pensar e eu lembro das
aulas.)
- Mas essas escutas, podem valer no julgamento?
- Depende, se a promotoria liberou para que fosse colocada sim. Mas, até a
promotora Marcela, também foi indiciada e acusada.
- Então quem está no caso?
- Não faço ideia, estou esperando sua ordem para ir até a delegacia e
descobrir. A promotoria deve vim buscar tudo referente a Margareth em 24
horas, preciso entrar com uma ação antes disso.
- Então pode ir, é melhor que eu não apareça ninguém sabe da nossa
relação.
Me despeço dele e sinto o ódio consumir todo o meu corpo, aquela cretina
colocou a minha vida e a de Larissia em risco por causa de um macho. Eu
vou matar aquela filha da puta. Tenha certeza Maria Luiza, seus dias estão
contados. Vou até o quarto e abro minha última gaveta, pego o revólver e a
munição.
- O que você pens que está fazendo Caio?
- Martin, meu quarto virou brega para você entrar a hora que quer? Cuide
da sua vida, que cuidarei da minha. Vá até o porão e coloque fogo, não se
preocupe ninguém saberá e não vai danificar a casa, é uma caixa forte aquele
lugar, apenas certifique-se que tudo esteja queimado antes que cheguem aqui.
- E o escritório?
- Até parece que a senhora Lisboa deixaria vestígios no seu escritório. Vá
e faça seu trabalho corretamente.
Saio de casa com a arma e vou a procura de Malu, onde você está sua
vadia? Tento mais uma vez ligar para ela e nada, vou até sua casa e toco a
campainha. Betto atende e tento não transparecer meu ódio.
- A Malu está?
- Não, ela foi ver a Larissia.
- Onde elas estão?
- Você não sabe? (Ele parece pensar) A mãe da Lari teve um principio de
infarto, estão no hospital.
- Não sabia que Tia Camila estava mal, achei que era apenas seu pai.
- Você sabe? (Ele pergunta curioso.)
- Sim, minha tia é uma grande amiga dele, por isso assim que soube corri
ao seu encontro, mas ela não estava em casa. (Deixo claro que sei quem
realmente é Larissia, ele me olha cauteloso.) Eles estão no mesmo hospital
que o tio Marcus? (Bingo, seu olhar suaviza)
- Sim, não sabia que era tão próximo da família da Lari.
- Pergunta a Malu, já jantei com elas e os pais em sua casa. (Seu rosto
demostra descrença) Mas, obrigado Betto! Vou ir até elas!
- Se ver a Malu, pede para ela cuidar bem da Lari, não deve estar nada
fácil.
- Não está realmente. (Não demoro, consegui a informação que queria,
Malu está com Larissa, então precisarei ser cauteloso, para não magoar minha
amada, sigo para o Cecíliano e já sinto minha barriga roncar, agora não. Paro
na entrada do hospital e vejo que não poderei entrar, há uma grande barreira
de policiais. Se eles souberem que sou sobrinho de Margareth, vão me
prender por ser cúmplice, apesar do meu nome não está nos tabloides,
lembro-me que naquela noite nós conversamos. Droga, como vou entrar? A
noite começa a aparecer e vejo um médico saindo e entrando em um carro de
luxo. Acho que tive uma ideia.)
Sigo o carro e assim que ele entra em uma rua sem movimento e luz
pública eu acelero um pouco o fechando, hoje é meu dia de sorte, desço
rápido e o vejo travar o carro. Vejo um casal vindo e atiro na porta, eles se
assustam e saem correndo.
- PODE LEVAR TUDO! (O médico grita desesperado e suas mãos estão
tremendo. Uso minha camisa e abro a porta agora destravada pelo tiro.)
- Já que você insiste! (Sorrio dou um tiro em sua perna e ele chora de dor.)
- Pega a mala do hospital.
- Eu preciso estacar a ferida.
-Pega a PORRA da mala. (Aponto a arma para sua cabeça, ele me
entrega.) Tira o jaleco.
- Para que...
- APENAS ME OBEDECE, CARALHO! (Escuto viaturas, porra de casal
fofoqueiro. Ele me entrega.) Desculpa, você me viu, eu não posso fazer nada
além disso! Dou cinco tiros em sua cabeça e o deixo caído, entro no carro
rápido e saio, deixando o corpo e o carro no meio do caminho. A rua estava
escura, então ninguém me reconheceu. E da distancia do casal, tenho certeza
que a minha placa não foi visto.
Dirijo tranquilamente para o hospital e estaciono o carro. Abro a mala do
médico e vejo que há crachás, luvas, medicamentos e coisas de médicos,
essas não me interessam. Pego o crachá e o jaleco. Ele era loiro... Olho a
mala e vejo que há umas tocas brancas, pego uma e ponho. Perfeito! Uma
mascará e bingo, nasce um médico. Desço com a mala e vou até a entrada do
hospital, caminho tranquilamente e passo pela recepção sem nenhum
problema.
Como vou encontrar Larissia? Olho pela sala de espera e ela não está,
subo para o segundo andar e novamente nenhum sinal, vejo que policiais
caminham para o terceiro piso e vou devagar os seguindo. E lá está, cerca de
seis policiais vigiam portas diferentes, vejo Malu sentada ao lado do tal
Guilherme e a minha vontade é sacar a arma e acertar no meio da sua testa,
mas pela quantidade de policiais, não conseguiria sair ileso. Procuro por
Larissia, mas não encontro. Por que há três portas sendo vigiadas? Passo por
Malu em silêncio e olho para o vidro, porém estranho, não é Camila que está
deitada e sim Larissia, eu preciso saber o que houve. Cumprimento os
policiais cordialmente e entro em uma das salas que não está sendo vigiada,
respiro fundo.
- Doutor, algum erro no prontuário? (Uma mulher me questiona e vejo que
há um senhor dormindo.)
- Não minha querida, vim apenas checar os aparelhos. (Finjo estar
olhando)
-Achei que tinha acontecido, a doutora acabou de passar.
- Sim, ela me pediu para ir anotando as informações do paciente, não a
nada para se preocupar. (Cala boca velha curiosa.)
Saio da sala e Malu continua lá, como vou saber o que está acontecendo?
Caminho até a recepção do segundo andar e escondo o crachá.)
- Nossa que noite! (Digo para a recepcionista, ela me olha curiosa.)
- O senhor é um dos internos da universidade?
- Sim! (Tiro a mascara e sorrio para ela.) Mas, nada de senhor! (Ela rir) O
que houve no segundo andar? Cheguei e há tantos policiais.
- Você não viu os noticiários? O chefe da máfia está aqui. (Ela fala baixo.)
- Sim... (Como pergunto sobre Larissia.) É cada coisa nesse mundo, eu
preciso que me mostre a ficha da paciente Larissia Vizzano, preciso ver se ela
é alérgica ao medicamento.
- A doutora já pegou a ficha! (Ela parece não entender, droga)
- Então acho que ela se confundiu, os internos tem que ceder a todas as
vontades dos professores. (Sorrio, o que eu vou falar?) Eu não entendi como
uma pessoa tão nova e cheia de vida ficou assim.
- É compreensível, o choque de ver a mãe desacordada foi muito grande.
Eu nem imagino como ficaria se visse minha mãe assim.
- Sim, ela teve um choque traumático. (Indago)
- Não só isso, quase foi entubada, a pressão subiu para vinte, acho que ela
já estava abalada. (Então foi isso que aconteceu.)
- Pri, me entregue os prontuários do quarto 68 (Um dos médicos me olha e
eu apenas subo a máscara.) Você é novato? (Ele se direciona a mim. Apenas
assinto)
- Ele é interno. (A recepcionista diz animada.)
- Hoje era dia de internos? (O médico parece pensar, preciso sair daqui.)
- Sim, tenho um paciente para avaliar no primeiro piso, até mais. (Balanço
a cabeça e desço, preciso sair daqui antes que alguém note. Saio do hospital
com mala e vou até o carro. Droga!)
Abro a mala e pego o pote de álcool que tem dentro, já soube o que
precisava. Saio do carro devagar e vou até uma lata de lixo, olho ao redor e
não há ninguém vendo, molho o álcool no crachá e pego o isqueiro no meu
bolso de traz e coloco fogo no objeto, deixo-o pegando fogo e volto para o
carro, estou estrategicamente longe, mas com toda a visão do hospital, acho
que terei que esperar esses policiais saírem para que eu entre como visitante.
Se há policiais na porta de Larissia, eles devem estar mantendo-a como
cúmplice e pode acontecer o mesmo comigo, ela, dona Camila e Marcus
estão sendo vigiados, então não será fácil. Meu telefone toca e atendo de
imediato, quando vejo o nome de Leandro.
- O que houve Leandro?
- Não há escapatória para a Margareth, eles têm exatamente tudo que
precisa, nem mesmo um pedido de fiança posso iniciar, apelação publica foi
essencial, para que nenhum deles escapassem. E há outro fator crucial.
- Qual?
- O processo foi inferido pelo delegado Alex!
- Disso já sabia.
- Tem mais, homologado pelo promotor Robert Bryant e inferido pelo
procurador geral Bruno Cavalliere, acho que já ouviu falar desses nomes. Se
antes estava difícil apenas com o Alexandre Aguiar, com esses dois nomes
vai ser impossível uma saída.
- E se comprarmos o Juiz do caso.
- Não há saída, o juiz é Diego Cavalcante, ele foi quem ajudou nos casos
do promotor, com a máfia Laffaiete e o procurador, com a quadrilha de
tráfico. Tenho certeza, que está envolvido diretamente com o delegado.
- Então não há nada que possa fazer?
- Juridicamente não e você sabe disso, já que é um estudante de direito,
não é um caso de primeira instância, que possamos resolver com uma simples
corrupção, nem uma visita a sua mãe como advogado pude fazer.
- Então você está dizendo que aquele cretino conseguiu?
- Quem?
- O delegado federal! (Meu ódio triplica.)
- Infelizmente sim, mas há uma notícia boa, eles não têm nenhuma prova
contra você, seu nome nem é mencionado nos registros.
- Então posso entrar no hospital... (Digo em voz alta.)
- Onde você está? (A voz do delegado se torna nervosa.)
- No Cecíliano, minha amiga está internada.
- Sai dai imediatamente, apesar de não ter seus registros, há que você é
sobrinho da Margareth, e quem ela quem colocou a vida do Marcus em risco.
- Do que está falando?
- A Margareth se descontrolou e deu vários tiros em Marcus, se você
aparecer no hospital, podem achar que você foi terminar o trabalho. (Porra
mãe, não adianta estar presa, tem que ferrar com a minha vida.)
- Entendido!
- Me escute Caio, a Margareth não tem escolhas mais. Porém você tem
ficha limpa, é estudante de direito e tem um grande futuro, não faça nada que
possa lhe prejudicar.
- Eu não irei! (Digo convicto) Apenas pegarei o que é meu e irei sumir
daqui.
- É o melhor, e não vá por vias legais, você deve ter alguma reserva,
apenas saia de férias, para isso não respigar em você.
- Pode deixar Leandro. (Desligo o celular, então eu posso virar alvo? Isso
não vai acontecer, eu vou sumir com Larissia, vamos viver feliz e longe dessa
confusão.
Ligo o carro e passo no posto, pego tudo que preciso e vou até o antigo
galpão da minha mãe, o lugar é afastado da cidade e não há vizinhança por
ser um latifúndio de plantação. Ninguém sabe desse lugar, nem mesmo o
Martin, que é o fiel escudeiro da minha mãe. Deixo o carro dentro do galpão
e ligo a torneira de incêndio, ponho no tanque de gasolina e espero encher até
transbordar. Espero o líquido transbordar e diluir a gasolina que há dentro.
Pego a mala do médico e todos os meus pertences e retiro.
Assim que há uma grande poça de água, pego a gasolina recém comprada
e jogo nos pneus e capô, um único fosforo é jogado e o caminho da gasolina
começa a se acender. Como diluí a gasolina, não corre risco de explosão.
Pego a moto Ninja preta, presente de 18 anos e me afasto do lugar, vendo o
fogo espalhar a fumaça, como é longe, ninguém desconfiará de nada, é
apenas um fazendeiro queimando a colheita ruim. Sorrio ao ver a fumaça sair
e logo escuto um grande barulho, olho o galpão e está ok. Bem pensado Caio,
diluir a gasolina foi uma boa ideia. Sorrio vendo o desastre, ponho o capacete
e saio, está na hora de buscar a princesa. Antes passo em uma lanchonete e
peço algumas comidas, não cominada o dia todo. Estaciono próximo ao
hospital e espero por um longo tempo mais ninguém sai. Acho que não sairá
ninguém durante a noite, vou até um hotel e me hospedo, melhor não voltar
para casa, acho que precisarei de roupa, mas isso resolvo quando Lari estiver
em meus braços, livres dessa confusão.
Um novo dia começa e com ele minha vontade de estar ao lado da
Larissia, olho o relógio e já passa das noves, dormi demais! Faço minha
higiene rápido e saio do hotel, vou até o hospital e fico novamente de longe,
não posso deixar que eles percebam. O tempo passa e não há nenhuma
movimentação, nem dos seguranças e nem da Malu, será que ela já foi? Eu
estava pronto para manda-la para o inferno. Ela machucou a minha princesa,
por causa dela a Larissia sofreu um choque, por causa dela meu amor está
sofrendo. O relógio marca 11:30 a.m. quando vejo um rosto conhecido se
aproximar, é aquele loiro, como é o nome dele mesmo? Marcelo. Vejo ele
cumprimentar alguns policiais e pegar seu celular. Em seguida, o filho da
puta do Alex aparece. Droga, se eu estivesse de carro poderia mirar nesse
idiota.
Se concentra Caio, a missão é tirar Larissia. Eles saem e eu perco minha
chance, o que ele estava fazendo aqui? E que horas chegou se estou desde as
nove e meia? Vejo que os policiais não se mexem, se eu entrar posso ser
acusado como cúmplice, como vou fazer? Avisto um restaurante, com a visão
perfeita para o hospital, acho melhor esperar, uma hora eles terão que sair.
Faço meu pedido e fico olhando, nada muda. As horas se passam e estou
pagando a conta e nada, eles não ficaram o dia inteiro ali, não vão trocar de
turno? Volto para o meu lugar inicial e fico lá. Até que a vejo, ali está ela!
Larissia surge abatida, seus olhos estão em lágrimas, desço da moto, ponho o
capacete e vou até ela, mas um carro aparece e o vejo...
-FILHO DA PUTA! (Ele desce apressado e abraça Larissa. Estou a um
passo de arrancá-la daqueles braços, mas ela retribui...) O que está
acontecendo... (Minha cabeça fica atordoada, ele beija seus lábios e ela não
faz nada, apenas paro e com as mãos trêmulas retiro meu celular fotografando
os dois.) Eles estão... (Buzinas interrompem o momento dos dois e eu me
afasto) ELES ESTÃO JUNTOS! (Vejo quando Alex segura em seus braços e
entram no carro.) ISSO NÃO PODE SER VERDADE. (Meu sangue ferve e
não perco tempo, corro para a moto, coloco o capacete e dou partida.) ISSO
NÃO ESTÁ ACONTECENDO.
A cada carro que ultrapasso sinto meu coração palpitar forte, eles estavam
juntos? Se eles estavam juntos, não foi a Malu, foi ela? Não, não, como ela
incriminaria seu próprio pai, isso não faz sentido! Na verdade, faz sim, eles
sumiram juntos na boate. (Minha cabeça começa a juntar tudo) Do dia da
cafeteria, o loiro me avisou para não encostar, então eles estavam juntos
desde aquela época? Por isso ela não ficava mais vermelha na minha
presença? O dia do bistrô. Eles estavam juntos, por isso ela me rejeitou...
O ódio me consome por completo, sinto minhas mãos queimarem, ela me
rejeitou por ele, esse orfãozinho, não vai ficar assim, você é minha Larissia
eu já disse isso. Eles param o carro enfrente a um grande prédio e aproveito
pegando meu celular do bolso e tirando fotos, foco no rosto dos dois e no
prédio. O carro entra e de repente uma ideia vem em minha cabeça. Vocês
não vão sair limpos dessa, não vão mesmo! Saio do prédio e vou até a
universidade, estaciono a moto de qualquer jeito e procuro pela única pessoa
no campus que tem o que preciso.
- Sabrina! (A chamo sorrindo)
- Oi Caio, tudo bem?
- Sim e com você?
- Estou e você? Nunca mais me chamou para um drinque (Ela sorrir)
- Eu sei gata, logo farei isso, mas vim te procurar por outro motivo.
- Qual?
- Você ainda tem aquele blog famoso.
- Qual, o Vitrine?
- Sim!
- Claro, ele é meu xodó. Uma aluna de publicidade tem que ser
reconhecida.
- Sim, e que tal você ter um furo que ninguém nesse país terá.
- Sério? Isso seria incrível, mas para de mentira onde você acharia uma
notícia assim.
- Com minha colega de curso.
- Como assim? Nem vem Caio não vou promover ninguém.
- Não é nada disso. Vou explicar, você sabe o caso que está repercutindo?
Sobre a máfia Vizzanos?
- Sim.
- Então, creio que como uma aluna de publicidade, viu a entrevista que ele
deu e saberá reconhece-lo.
-Claro, quem não reconheceria um homem daqueles. (Ignoro o comentário
e começo.)
- Bom, essa notícia é quente e não quero meu nome envolvido, você
conhece essa aqui? (Abro a foto do porta-retrato que tirei do quarto de
Larissia.)
- Esse não é o tal líder do noticiário?
- Sim! E essa (Aponto para Larissia no meio de seus pais) é minha colega
de curso, Larissia Montenegro Vizzano, a mesma que está nessa foto.
(Mostro a foto do beijo com o delegado e em seguida a da casa deles.)
- O delegado federal está com uma mafiosa? (Ela parece não acreditar.)
- Bingo! Pelo que entende eles estão querendo recriar uma máfia, e o
delegado não é tão limpo quando diz ser.
- Você pode me mandar essas fotos, elas irão tornar meu site popular.
- Claro, porém, sem mencionar meu nome.
-Fechado! (Ela sorrir, sabe que significa muito para seu atual pequeno
blog. Saio me sentindo vitorioso, primeira parte do plano feita, agora está na
hora de planejar o Gran Finale minha querida Lari!)
"AS CENAS A SEGUIR SÃO MUITO FORTES, SE NÃO SE SENTIR
PREPARADO, PEÇO QUE PULE ESTE CAPÍTULO."
Capítulo XLIV
“Por entre as longínquas
Serras verdejantes,
Olhos viajavam, distantes
Da pura e miserável
Desilusão de amor.
Com as duas pupilas,
Via uma natureza Inalcançável,
beleza Trazida pelos deuses,
Deixada assim ao mundo.
Mas nada se igualava
À mulher do seu coração,
Repentina e bela perfeição
Que se mostrava imensa
À luz de uma só visão,
Visão do nosso querido
E estimado poeta morto.
-Luís Vaz de Camões
Larissia Vizzano
- Alex... (Grito na penumbra, meus olhos não conseguem enxergar nada,
apenas me lembro de estar com Alex no carro, quando tudo se apagou.)
ALEX! (Tento mais uma vez e nada, onde estou? O chão frio arrepia cada
pelo do meu corpo, por que me sinto tão tonta?) Frio... (A tontura parece me
confundir, estou sentada no chão? Não sei, tento me levantar e vejo que a
algo me prendendo. Toco com a mão direita no meu pulso esquerdo e vejo
que isso são correntes, tateio meu corpo e vejo que minhas pernas também
estão presas, onde eu estou?) SOCORRO! (Grito alto) SOCORRO,
ALGUÉM ME AJUDA. (Lágrimas banham meu rosto, cadê o Alex?)
SOCORRO! (Retiro todo o ar do meu pulmão e grito.) SOCORRO! (Vejo um
grande barulho de metal se arrastando e uma luz surge no fundo, a claridade
começa a aparecer, vejo uma silhueta e em seguida ela caminha.)
- Minha bela Lari... (Essa voz)
- Caio é você? Graças aos céus! Socorro Caio, eu estou presa.
- Eu sei querida. (Sua voz está baixa e arrastada. A sala fica
completamente clara e preciso fechar os olhos com o clarão.)
- MINHA NOSSA! (Um grito estridente escapa dos meus lábios quando
vejo a imagem de Alex presos de pé em correntes.) CAIO... (Alex, está
desacordado, parece que ele levou chicotadas pelo corpo.) Caio, o que você...
(Não consigo ver, Alex está muito ferido e exposto como um pedaço de
carne.)
- Ele mereceu, minha princesa! (Seu sorriso é maléfico, seus olhos exalam
escuridão.)
- Por que? (O olho em suplica, por que ele está fazendo isso?)
- Calma querida, você já vai entender. (Seu sorriso é tão frio que sinto
todo o meu corpo tremer. Ele silenciosamente vai até o canto do lugar e
percebo que é um galpão velho, pois as portas são cinzas enferrujadas, e a
acústica lembra um local fechado. O vejo se aproximar, com algo que parece
ser um balde, em instantes ele joga um balde de água em Alex e
imediatamente ele acorda gemendo de dor. Nossos olhos se encontram e não
consigo controlar o choro.) Ele grita e vejo sua pele ficar vermelha, isso não é
água?)
- O que é isso... (Digo trêmula.)
- Ácido sulfúrico, não se preocupe, ele ainda não vai morrer. Será nosso
convidado de honra.
- Do que você está falando Caio? (Minha voz sai completamente
desesperada.)
- Do nosso casamento é claro.
- Você só pode estar ficando louco, na verdade não está ficando VOCÊ É!
(Grito com toda força ao ver mais sangue escorrendo de Alex.) ALEX! (O
chamo, mas ele parece confuso, a dor parece estar insuportável.)
- NÃO OLHE PARA ELE LARISSIA! (Como um leal faminto Caio se
aproxima de mim e segura forte em meu queixo.) VOCÊ NÃO TEM
PERMISSÃO DE AMAR NINGUÉM A NÃO SER EU ESTÁ ME
OUVINDO? NINGUÉM! (Ele cospe as palavras com ira e mordaça em
minha boca.) Vamos ver se agora vai chamar por ele.
- SEU... COVARDE... (A voz fraca de Alex irrompe no ambiente, e assim
como eu, Caio o olha. Ele me solta e vai até Alex.)
- Covarde? (Ele rir maleficamente) Por que covarde? Por ir atrás do que é
meu por direito? (Sua voz saí cheia de ódio.) Você sabe quanto tempo estou
observando a Larissia? Há exatos quatro anos, somos um casal perfeito, o pai
dela acha isso, a mãe dela acha isso, a minha mãe...
- Você nem mãe tem! (Alex o provoca e sinto meu coração apertar, por
que ele está fazendo isso.)
- Não? Está achando que sou um orfãozinho como você. (Outra risada) Ou
você acha que a Margareth é mesmo minha tia. (O que está acontecendo?
Tento perguntar, mas o pano não permite.) A Margareth é minha mãe! Por
essa você não esperava não é orfãozinho, (Ele bate forte na cara de Alex).
Minha mãe sempre foi muito esperta, ela jamais mancharia a sua carreira de
juiz mais nova do mundo e ser uma mãe solteira, então ela inventou uma
historinha, forjou uns papéis e eureca! Vocês palhaços acreditaram. (Sua voz
destila deboche, olho o ambiente ao meu redor procurando uma saída, tem
que haver um jeito de sair daqui. Os olhos de Alex exalam dor e sofrimento,
seu corpo está completamente ensanguentado e o rosto pálido, não sei como
ele ainda está acordado. Eu preciso de uma solução.) E sabe o que é mais
interessante? (Ele olha para mim e me arrepio a cada passo que ele se
aproxima.) Ela conseguiu fazer tudo exatamente como queria, me criou para
ser o homem mais poderoso desse país, ela me criou para ser o próximo chefe
da máfia. E com você... (Suas mãos agarram meu queixo o levantando com
força.) Teremos tudo, exatamente tudo que ela planejou. Será um futuro
brilhante, eu, você e a Máfia! (Seus olhos brilham como se cada palavra,
explodissem dentro dele, lágrimas escapam dos meus olhos, eu necessito sair
daqui.)
- Não haverá mais Vizzanos, não viu os jornais? (Alex diz com a voz
fraca, e apenas peço silenciosamente que se cale, Caio está completamente
irreconhecível.)
- Acho que você quem não viu! (Outra risada, ele lentamente caminha até
uma mochila preta e de lá tira um notebook. Se eu conseguisse me soltar,
poderia mandar uma mensagem... Penso em como fugir, enquanto ele
lentamente abre o computador, e a voz de um repórter ecoa pela sala.)
“Delegado federal, Alex Aguiar, foge após ser acusado de manipular
investigação contra a maior máfia brasileira. De acordo com informações ele
está desaparecido desde a manhã de ontem, no mesmo período da divulgação
do relacionamento secreto com Larissia Montenegro Vizzano, filha do
mafioso Marcus Vizzano.” (Não pode ser! A carreira de Alex vai ser
arruinada.)
- Eu avisei orfãozinho, você não deveria encostar no que é meu, agora sua
bela carreira estará em pedaços, mas não se preocupe, você não ficará vivo
para ver o resultado da sua corrupção. Você não deveria ter entrado no meu
caminho. (Ele dar um murro na barriga de Alex e o vejo gemer, sinto a dor
em meu peito.)
- Não vai escapar dessa tão fácil Caio Lisboa! (Alex cospe as palavras e
em resposta Caio o soca mais uma vez.)
- Acho que está muito enganado, senhor delegado! (Mais um soco e Caio
volta fechando o notebook e indo em direção a mochila. Olho para Alex e
aceno negativamente, ele precisa parar de provocar Caio, sinto que ele está
prestes a perder sua consciência. Ele apenas me olha e sorrir, como se nada
estivesse acontecendo. Quero gritar com ele, quero poder tirar ele daquelas
correntes, preciso tirá-lo daqui. Eu preciso de um plano, bato no chão com a
corrente chamando a atenção de Caio, ele me olha e faço sinal o chamando, e
ele vem de imediato.) Você quer falar comigo? (Balanço a cabeça
positivamente.) Claro, minha princesa. (Como um louco ele me olha e sinto
medo, suas mãos encostam no pano e minha boca é liberada.)
- Eu vou com você para onde quiser, só nos tire daqui. (Suplico.) Eu faço
o que você quiser Caio, só pare com isso!
-LARISSIA! (Alex chama meu nome forte, mas eu o ignoro.)
- Eu faço o que quiser, (olho profundamente em seus olhos loucos.) só
pare com isso. (As lágrimas caem lentamente.)
- Eu vou parar meu amor! (Ele põe uma mão de cada lado do meu rosto.)
Mas, antes preciso resolver muita coisa.
- Caio... (O chamo em suplica e ele apenas encosta seus lábios em minha
testa, me sinto violada, mas o deixo, eu preciso convencê-lo a parar.)
- Não se preocupe Lari, logo estaremos longe desse homem e seremos
felizes.
- Caio, quando se tornou assim? (As palavras escapam dos meus lábios e
me arrependo quando o vejo se afastar bruscamente.)
- Você acha que eu queria ser assim Lari? Acha que eu queria prender
você meu amor? A culpa é dele! Se ele não houvesse aparecido, nada disso
estaria acontecendo. Você não vê? (Caio anda como um louco e tira uma
arma da cintura.) FOI TUDO POR SUA CAUSA! (Ele aponta a arma para
Alex e grito em desespero.)
- CAIO NÃO FAÇA ISSO!
- Você ainda o protege, mesmo ele ferrando a vida dos seus pais, da minha
mãe. (Ele aproxima a arma da cabeça de Alex, Larissia, tome o controle da
situação.)
- Não Caio, não é isso! (Tento controlar a confusão em meu coração e
respiro fundo.) Só não quero que vire um assassino.
- Agora já é muito tarde! (Seus olhos miram o canto da sala e parecem
perdidos.)
- Do que está falando Caio? (Como não percebi esse lado do Caio? Ele
está completamente perturbado e transtornado.)
- Eu já matei Lari! (Seus olhos são frios) Por causa dele! (Seus olhos
novamente fixam em Alex.)
- Caio, quem você matou? (Um medo percorre por minha espinha, de
quem ele está falando? O que ele fez?)
- Você não precisa saber! (Ele me olha e vejo seus olhos perdidos.)
- Caio, eu não vou julgar você. (Controle minha voz, acho que sei o que
posso fazer, ele está louco.) Esqueceu de quem sou filha? De um dos maiores
assassinos do país. (Finjo um sorriso.) Eu confesso que me apaixonei pelo
Alex. (Ele me olha com raiva.) Mas, agora percebo que foi apenas paixão, é
você quem eu amo. (Minto) Você é como meu pai, é realmente o ideal para
mim. (O vejo suavizar o olhar e baixar a arma. Está funcionando.) Eu
confesso que fiquei envolvida, mas foi algo passageiro, agora que sei que é
capaz de matar pelo que quer, podemos assumir a máfia. (Seu corpo
rapidamente vem até mim e ele se ajoelha.)
- Somos perfeitos Lari.
- Sim, desculpa se não vi isso antes. Mas, achei que era inocente demais
para me acompanhar nessa vida mafiosa. Não foi Alex que prendeu a máfia,
fui eu. (Ele me olha sem querer.) Eu quero a máfia só para mim, aqueles
velhos não sabem de nada, a máfia precisa de pessoas novas, como nós. (Seus
olhos brilham e o vejo me abraçar, sinto uma ânsia de vomito mais continuo.)
Me desculpa Caio, por não ver o quanto você é perfeito para mim.
- Não precisa se desculpar Lari. (Ele me olha.) Agora eu entendo, você
estava o usando, e acabou se apaixonando, não é?
- Sim, (Sinto a dor de cada palavra.) ele é apenas um peão. Vamos sair
daqui e deixar tudo isso para traz, podemos criar uma nova máfia, eu tenho
poder e você a ganância. (Seus olhos parecem saltar.)
- Iremos Lari, mas você entende que não posso deixá-lo impune?
- Caio, apenas seremos você e eu!
- Não Lari! (Sua voz aumenta de tom.) Foi difícil trazê-lo aqui, não
perderei essa oportunidade, você sabe o trabalho que eu tive? Precisei deixar
três planos preparados para deixá-lo.
- O táxi... (Solto sem querer.)
- Isso, após falar com a Sabrina...
- A Sabrina, do curso de publicidade? (Pergunto perdida)
- Sim, ela quem publicou a história de vocês, você a conhece, sabe como
ela gosta de uma atenção. Então foi apenas ela postar as fotos e a história que
eu contei e voalá as mídias explodiram, então foi o cenário perfeito para o
desaparecimento dele. (Seus olhos brilham a cada palavra e começo a
perceber o quanto fui ingênua, aquele Caio da universidade, nunca existiu,
ele planejou tudo perfeitamente, não sabia desse seu lado.) Então, paguei uma
fortuna para ter aquele táxi, e fiz meu segurança fingir ser um motorista.
- Como você sabia que pegaríamos o táxi? (Pergunto sem entender.)
- Não sabia! Porém tinha certeza que Alex sairia as presas para delegacia
quando soubesse da notícia e deixei meus planos arquitetados.
- Que planos?
- Confesso, não imaginei que você iria sair com ele, então o plano era
pegá-lo primeiro e depois você, mas o destino nos queria juntos o mais
rápido. Furei os pneus do seu carro, então assim ele não conseguiria sair. E
estrategicamente um táxi estaria deixando pessoas no mesmo instante. Óxido
nitroso, preparado e aqui estamos nós.
- Você realmente pensou com cuidado. (Minha voz sai trêmula, do que
mais ele seria capaz?)
- Sim Lari, por você eu faço qualquer coisa. (Olho para Alex e vejo que
ainda está acordado.)
- Estou com fome. (Mudo de assunto completamente, eu preciso pensar no
que fazer.)
- Ah! Sim, desculpe meus maus modos. (Ele rir) Vou buscar algo para
comermos. (Ele sai da sala e sinto um alívio.)
- Alex? (O chamo baixo, mas ele não responde.) Alex?
- O que acha que está fazendo Larissia? (Sua voz sai completamente
fraca.) Você quer se sacrificar por mim? Não percebe, o quanto ele é
perigoso?
- Mas Alex, essa é a melhor...
- Não, você não sabe do que psicopatas são capazes. Você não viu a
loucura em seus olhos, as mudanças de voz, as frases autoconfiantes. Está no
alto mais alto de alucinação, você não sabe com o que está lhe dando.
- Sim eu sei! (Digo grossa) Estou agindo como uma pessoa que ver o
homem da sua vida estirado como um pedaço de carne ensanguentado.
(Lágrimas caem) Estou agindo como uma namorada que sabe que o seu amor
está com sofrendo e está a um passo de não aguentar mais. E você, o que está
fazendo? O provocando.
- Ele não vai me matar Larissia, eu preciso provocá-lo.
- Não? Você já está morrendo, (grito desesperada) não ver que seu corpo
não aguenta mais? Para quê provoca-lo. (O vejo respirar fundo.)
- Psicopatas agem de acordo com suas emoções de momento, quanto mais
eu provoca-lo, mais descontrolado ele fica, quanto mais descontrolado, mais
imprudente e mais ele vai querer me torturar e ganhamos tempo. Se eu o
provocar me torno seu brinquedo e matar acabaria a diversão.
- De que adianta se vai estar a um passo da morte!
- Essa é a questão Larissia... (Escutamos um barulho na porta.) Quanto
mais eu o irritar, mas ele vai querer ser melhor que eu... (Sua voz sai como
um sussurro) mais tempo ganhamos. (A figura de Caio sorrindo com um
pacote de papelão na mão. Ele abre e vejo que é um sanduiche com
refrigerante, não estou com fome, minha vontade é vomitar, como posso
comer vendo Alex ensanguentado em minha frente.)
- Você não estava com fome? (Caio me olha desconfiado.)
- Sim, obrigada! (Finjo um sorriso)
- Você é realmente um covarde... (Alex diz om a voz fraca e eu ainda não
consigo entender com a lógica dele provoca-lo, isso só o fara se machucar
mais.)
- Não ligue para ele, vamos apenas comer. (Sorrio, tentando ignorar os
planos de Alex.)
- Se fingiu de bonzinho, mas no final não passa de um lixo ambulante
assim como sua mãe.
- NÃO FALE DA MINHA MÃE! (Ele pega um objeto e me assusto, isso
é um...)
- CAIO! (O chamo mais ele não escuta, atira o chicote sobre o peito de
Alex e agora entendo, como aquelas feridas foram criadas.) CAIO POR
FAVOR...
- Fala mais orfãozinho... (Mais um golpe e vejo mais sangue pingando de
Alex, minha barriga embrulha.) SEU FILHO DA PUTA! (Mais um e sinto
minha barriga revirar, não consigo controlar e vomito.) LARISSIA! (Caio
vem até mim e segura meu cabelo.) MAX! (Ele grita alto e um homem alto
entra.) Tire as correntes, ela precisa ir ao banheiro. (O homem tira as
correntes e caio me pega no colo, me levando rapidamente para o banheiro.)
Lari, você está bem? (Balanço a cabeça em afirmativa, enquanto ligo a
torneira e limpo minha boca. Ele não sai do meu lado, as imagens do sague
de Alex derramando voltam em minha mente e novamente o vomito surge.)
O que está acontecendo com você Lari? (Sua voz parece preocupada,
completamente diferente de segundo atrás. Um barulho começa a surgir e ele
retira o celular do bolso o atendendo de imediato.) Oi Leandro, o quê? (Sua
voz se altera.) EU CUIDO DA MINHA VIDA! (Seu tom de voz aumenta
absurdamente.) Nunca vão me encontrar. (Ele me olha.) Ninguém nunca vai
nos encontrar.
Sinto a verdade das suas palavras, sua paciência acaba e ele desliga o
celular com raiva e segura forte em meu braço, estou tão fraca que não
consigo andar direito, mas não perco tempo e reparo o lugar, vejo que há um
carro completamente incinerado, no meio de um grande espaço, a porta é
aberta e a sujeira já está limpa. Alex está com o olho inchado e vejo que o tal
Max o bateu, ele coloca as algemas em mim e em seguida sai.
- Seu canil já está se movendo. (Caio cospe as palavras com raiva e sorrir.)
Deve estar sendo engraçado para você, não é? (Alex não diz nada, acho que
não consegue.) Correu tanto tempo atrás da máfia, (uma risada maléfica
ecoa.) mas o grande problema estava a alguns passos de você. (Outra risada)
Por que não responde. (Caio vai até o rosto de Alex e bate.) Não era eu o
covarde?
- Você é, filho da puta! (A voz de Alex sai tão baixa que parece apenas
sussurros.)
- Um covarde, faria isso? (Mais um soco no rosto de Alex. Eu quero gritar
para parar, que lógica é essa Alex?) E isso? (Mais outro soco em sua barriga.)
- Você é apenas um filho de mamãe mimado.
-ALEX! (Grito, quando vejo Caio o chicoteando com força, ele precisa
calar essa maldita boca, seus lábios já estão roxos.) Caio, pare por favor.
- NÃO! (Sua voz se altera por completo e mais uma chicotada. Alex dessa
vez urra de dor e acho que nunca o vi gritar tão forte, olho e percebo que foi
exatamente em sua recém cirurgia. Ele vai morrer, como se os céus
escutassem minha prece, o celular de Caio volta a tocar e ele atende,
deixando o corpo de Alex e indo para o lado oposto.)
- Não faz isso... (Digo baixo, mas parece que ele já não me escuta mais. O
choro é a minha única companhia.)
- LEANDRO, EU SEI O QUE ESTOU FAZENDO PORRA! (O grito de
Caio nos chama atenção.) Eles podem ser a porra dos super heróis e eu
continuo sendo Caio Lisboa. (Ele desliga o celular e o atira na parede com
força e ele se parte, em seguida ele avança sobre Alex.) Parece que seus
amigos acham que podem te encontrar. (Ele rir.)
- Eles vão... (A voz de Alex já não é a mesma, está fina e pausada.)
- Deixem vim! (O som do chicote sobre o corpo de Alex ecoa pela sala e
vejo seu corpo tremer.)
-CAIO POR FAVOR PARE! (Grito desesperadamente. Mas, ele não me
escuta, e vai novamente contra o corpo.) CAIOOOOO (Novamente o corpo
de Alex treme.)
- Você me bate por que estou algemado, covarde... (Escuto a voz de Alex,
e choro. Ele está tentando se matar é isso?)
- Então é isso que acha? (Outra gargalhada) Então veremos do que é
capaz.
- Parem por favor! (Caio não me escuta mais, vai até as correntes e abre
uma por uma, fazendo Alex cair no chão.)
- Levanta! (Caio gargalha e chuta Alex.) Faz alguma coisa orfãozinho.
(Mais um chute e viro o rosto.) VAI SEU FILHO DA PUTA! Reage! (Olho
para o corpo de Alex em sangue, e me parte o coração quando ele se apoia no
chão tentando levantar. Caio apenas rir e deixa ele se levantar, o vejo
cambaleando e minha cabeça não aguenta mais tanta dor.)
- Caio, pare por favor, eu te imploro.
- Veja Larissia, esse é o homem que chamam de El diabo! (Ele debocha.)
Agora sim você vai para o seu lugar o inferno. (Caio se aproxima, mas antes
que ele soque mais uma vez, Alex milagrosamente o chuta e soca seu rosto
rápido, pegando a arma de sua cintura e prendendo caio com seu braço,
apontando a arma em sua cabeça.)
- Você tem razão, eu vou para o inferno, mas te levo comigo.
- Alex? (O chamo vendo que suas feridas estão abrindo pela força que
acabou de fazer.)
- Chame o segurança agora! Ou estouro sua cabeça agora mesmo.
- Faça! Eles entram assim que escutar. (Caio diz e Alex destrava a arma.)
- Te vejo no inferno! (A voz de Alex sai baixa e com dor.)
-MAX! (Caio chama e em segundos o homem entra e assim que vê, aponta
a arma e chama mais cinco seguranças, todos entram na sala armado.)
- PAREM! (Todos apontam para Alex.)
- Retirem as correntes dela e a deixem ir.
- ALEX O QUE VOCÊ!
- ESTÃO ME ESCUTANDO PORRA! (Ele grita tão sério que não
consigo entender de onde ele estar tirando essa força.) SE NÃO FIZEREM O
QUE ESTOU MANDANDO, OU EU MATO ESSE MOLEQUE.
DUVIDAM? UM... DOIS...
- Tirem a corrente. (O tal Max fala sério.)
- Deixe que ele me mate! (Caio rir debochado.)
- Não senhor, não posso permitir isso, ou a juíza me matará em seguida,
quando souber. (Minhas correntes são abertas e vejo duas armas apontadas
para mim.) Vá e suma daqui. (O Max me olha com ódio.)
- Alex, não! (O olho em lágrimas.)
- Vá Lari, eu te encontrarei logo. (Ele sorrir, mas sei que está mentindo,
ele não vai conseguir sair daqui.)
- Sabe o que mais me encanta em você? (O pergunto em lágrimas) Você é
um romântico bruto. (Sorrio de volta) Mas eu te falei que era um assunto
meu, (Olho fundo em seus olhos.) e eu resolvo meus assuntos! (Em um
segundo repito o mesmo golpe que no treinamento dos policiais de Alex e
desarmo os dois seguranças, e aponto uma para o tal Max e outra para Caio.)
Se você quer ir ao inferno, OK, mas iremos juntos. (No mesmo momento um
barulho ensurdecedor vem de fora e varias luzes vermelhas aparecem um
homem surge na porta e não acredito.
- Sebastian?
- Oi senhor... (Outro barulho, meus olhos são atraídos e meu coração para
ao ver Alex caído, esqueço qualquer coisa que está acontecendo, apenas
escuto barulho de pessoas chegando e vou até o corpo de Alex, caído.)
- ALEX! (Seus lábios sorriem e ele me olha com amor.)
- Agora eu posso ir, você está a salvo.
- Alex, não, por favor, não me deixa. (Pego em sua mão e entrelaço meus
dedos.) EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ IR! (Grito desesperada)
- Eu já fiz muito por aqui, e você foi meu maior presente. Eu te amo
ruivinha... (Seus olhos se fecham e seu aperto se afrouxa.)
-Não... você não pode me deixar... ALEX POR FAVOR...
Capítulo XLV (FINAL)
“Mas o nosso amor era mais que amor
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu
vieram a ambos nos invejar."
- Edgar Allan Poe

Marcelo
Desde que Alex levou um tiro essa delegacia está um caos, repórteres
doidos para saberem mais e mais, mesmo depois de uma coletiva. Estou
completamente cansado, mas como Alex entregou seu atestado, eu e
Guilherme estamos tomando conta de tudo. Guilherme coitado, está desde o
fim da coletiva no computador, ainda bem que não escolhi ser escrivão.
- Cara, depois de uma prisão dessas eu merecia uma noite selvagem de
sexo. E estou aqui com você.
- Nem me fale, Malu já me ligou umas dez vezes perguntando que horas
vou para casa. Por que escolhemos ser policiais mesmo? (Ele me olha e eu
apenas bebo a cerveja em minha mão.)
- Eu quero matar aquele filho da puta do Alex, ele deixou isso aqui uma
bagunça.
- Deixa ele souber que você passou a noite em sua cadeira, bebendo
cerveja.
- Ele está em divida comigo! (Pisco divertido) E você também, não
esqueça que cobri você.
- Eu já disse que vou te arranjar uma amiga gostosa da Malu.
- É disso que estou falando! (Sorrio, a noite se passa e dormimos aqui
mesmo, na sala de Alex, graças aos deuses do crime, não houve nenhuma
chamada durante a madrugada, então consegui dormir. Acordo com batidas
fortes na porta.) Pode entrar. (Sandro entra me olhando sério, com um
notebook na mão.)
- Precisamos do Alex agora.
- O que houve?
- Já está em todos os sites e canais. (Ele abre o notebook.)
- Do que você está... (Paro imediatamente quando vejo a notícia. Delegado
federal Alex Aguiar, é visto em um relacionamento com a filha do mafioso
Marcus Vizzano e de acordo com o blog Vitrine, ambos planejaram a prisão
do seu pai, para comandarem.) Caralho, tem fotos deles... (Digo sem
acreditar.)
- Está lotado de repórteres lá fora, tentei bloquear todas as notícias da
internet, mas já está em todos os canais, não só na internet. (Ele põe em outro
site e a manchete já chama a atenção.)
“Delegado federal, Alex Aguiar, é acusado de manipular investigação
contra a maior máfia brasileira. E mantém relacionamento secreto com
Larissia Montenegro Vizzano, filha do mafioso Marcus Vizzano."
- Guilherme! (O chamo e ele se levanta devagar do sofá.) Temos um
grande problema.
- O que houve? (Ele diz ainda sonolento. Pego o notebook e ponho em sua
frente.)
-PUTA QUE PARIU! (Ele se assusta.)
- Liga para o Alex, ele não deve estar sabendo, enquanto acorda, vou ver
como está a situação com os repórteres.
- Cara, isso vai manchar a carreira do Alex.
- Eu sei! (Digo já colocando o blazer da farda e saindo com Sandro, a
delegacia está uma bagunça. Achei que tudo estava bem depois que
transferimos os colarinhos brancos, mas isso aqui parece um pandemônio. Há
repórteres por todos os lados, câmeras flash. ZORRA!) Robson! (O chamo)
Vamos tirar todos daqui e esperar o Alex chegar.
- Ele vai pirar quando ver isso.
- Com certeza!
- BOM DIA A TODOS, ESSE É UM LOCAL DE ORDEM E
PRECISAMOS QUE SE RETIREM IMEDIATAMENTE! (Digo alto, mas
não há efeito, eu não sou o El diabo. Não tenho paciência, retiro a arma na
cintura e aponto para o vaso de planta na entrada e disparo, no mesmo
instante ele se parte e o silêncio reina, eu me dou bem é com a pratica!) Isso
foi um tiro de aviso, seguindo o protocolo de ordem em uma delegacia eu
peço que todos se retirem, ou serão presos por desacato a autoridade. (Falo
sem paciência, realmente não sou de palavras.)
- Isso é repreensão, nós temos liberdade de imprensa. (Um repórter diz
apontando um aparelho para mim.)
- Concordo senhor, a impressa tem liberdade de expressão e qualquer
outro nome que utilizem, mas dentro de uma delegacia federal, há leis e
ordens, que estão acima da liberdade, não é ambiente para entrevistas e sim
para casos, há não ser que venha ser preso, ou reportar uma denuncia peço
que se retire. (Eles continuam reclamando, mas aos poucos vão saindo com a
ajuda de Robson e outros policiais.)
- Ele já está vindo! (Guilherme se aproxima.) Cara, o que iremos fazer?
Alex estava a um passo de chefe geral.
- Ele vai se sair dessa, estamos falando do El diabo.
- ATENÇÃO! (Guilherme fala alto, ele que assume na ausência do Alex.)
Nenhum repórter, ou comentário é permitido. Apenas vamos com um ao
delegado Alex, explicará assim que chegar. E nada além disso, não sabemos
como Alex irá proceder. Vocês conhecem o nosso chefe e sabe que essa
notícia é um absurdo. Então, não iremos fazer nada.
- Mas Guilherme, essa Larissia, não é realmente a namorada do chefe? Ela
realmente está com ele... (O policial Silva fala receoso.)
- Sim... (É a voz do Sandro). Ela é e sempre soube quem ela era, mas
diferente do que possam estar pensando, conhecemos o Alex a 5 anos e em
momento nenhum ele nos fez duvidar do seu senso de justiça. A Larissia é a
garota que estava no treinamento, mas vocês lembram o que ela fez? Mostrou
nossas falhas, se não soubéssemos que a defesa dos mafiosos, fossem tão
rápidos, teríamos treinado duro e ter apenas 8 policiais feridos? Não, teríamos
policias mortos, e talvez nem conseguiríamos prender todos. Essa garota,
grampeou o escritório do próprio pai, conseguiu 70% das provas que
precisávamos, reduziu meses de pesquisa e investigação em semanas, e ainda
conseguiu a prova que incriminou a pessoa mais misteriosa chamada
Margareth Lisboa. A sua relação com o pai é tão forte que assim que soube
que o mesmo levou um tiro entrou em choque e precisou ser internada, mas
mesmo amando o Pai, essa mesma garota o entregou, por que ela queria
justiça, assim como nosso líder, então não sabemos exatamente o que Alex é
e tivemos a oportunidade de conhecer a Larissia Vizzano e ela não é uma
corrupta, nem mesmo nosso chefe. Então não cogitem, nem por um segundo,
duvidar da integridade do Alex! Ele é o El diabo, esqueceu? (Ele se cala e até
mesmo eu estou em choque com suas palavras, Sandro é de mexer em
computador e não falar.)
- Você está certo! (Silva se desculpa.)
- Vamos, temos que esperar o chefe! (Guilherme diz e todos nós vamos
para a sala de reunião. Uma hora se passa, duas e Alex não chega.)
- Ele disse que estava a caminho? (Pergunto a Guilherme)
- Sim, ele disse que estaria aqui em minutos. Vou ligar novamente. (Ele
pega o celular) Nada!
- Vou ligar para a casa dele. Vai tentando o celular. (Disco o número da
casa dele, onde ele se meteu logo agora? Após dois toques o telefone atente.)
- Alex, cadê você?
- Celo? (A voz de tia Carlota ecoa no telefone.) O Alex saiu tem muito
tempo, quase duas horas já.
- Saiu? (Onde ele está.) Ele disse para onde estava indo?
- Não, ele e a Larissia saiu muito rápido, nem tomarão o café da manhã.
- Certo, tia, se ele ligar para senhora, diga que estamos à espera dele, tudo
bem?
- Está bem, meu querido! Aconteceu alguma coisa?
- Não tia, não se preocupe, está tudo bem! (Desligo e olho para
Guilherme.) Ele saiu de casa a muito tempo e foi com Larissia.
- Droga, onde aquele babaca se meteu? Tenta o hospital, talvez ele foi
deixar Larissia lá. Vou ligar para Malu, ver se ela conversou com a Larissia.
(Ele se afasta e eu ligo para o hospital, mas eles informam que não houve
nenhuma visita para o Marcus, e nenhuma entrada com o nome de Alex e
Larissia hoje. Porra.)
- Eles não foram lá hoje. (digo enquanto Guilherme vem em minha
direção.)
- Malu, também não consegue falar com a Larissia, o que está
acontecendo. Alex, não é de fugir de problemas.
- Realmente, ele não é! Por que isso está me cheirando a problema?
- Também estou pensando nisso, (Guilherme fala devagar.) essas notícias
terem surgido do nada, ninguém sabia da relação deles.
- O que faremos? Não é como se ele estivesse desaparecido, foram apenas
duas horas...
- Isso para o Alex, já é a 24 horas de uma civil comum. É muito estranho...
Silva e Robson! (Guilherme chama) Vão até a casa do Alex, e vejam nas
câmeras de segurança a hora que ele saiu. Sandro, você tem como rastrear o
celular do Alex?
- Sim!
- Então faça isso. (Guilherme me olha) Isso não está me parecendo bem.
- Também não! (Falo sincero) Vou ir atrás dessa tal Sabrina do blog
Vitrine, não foi lá de onde saíram as notícias, vou descobrir quem foi a fonte.
- Certo! Eu fico aqui, acho que não é momento de desespero ainda, pois
são apenas duas horas, mas estamos falando do Alex.
- Sim, vamos descobrir o que está acontecendo, só espero que não seja
nada, que ele esteja transando com a Larissia em algum lugar. (Tento sorrir e
acreditar em minhas próprias palavras, mas ambos sabemos que Alex acabou
fazendo muitos inimigos perdendo os Vizzanos.)
- Também espero! (Sandro me passa o endereço do tal blog, e saio da
delegacia, no meu próprio carro. O prédio não fica tão longe e chego em
minutos.)
- Gostaria de falar com... (Olho o papel) Sabrina Santos, apartamento 205.
(O porteiro faz menção de ligar para ela, mas retiro meu distintivo.)
Verificação policial! Pode abrir, eu me responsabilizo com seus superiores.
(Ele abre assustado e subo para o apartamento, toco a campainha e em
segundos uma menina loira com belos par de seios me atende.)
- Sabrina? (Tento me concentrar, mas seu mine short branco e o sutiã de
renda da mesma cor me desconcentra. Porra Marcelo, por que tem que ser um
mulherengo.)
- Ela mesmo, quem é você? (Ela levanta uma das sobrancelhas.) Não
lembro de ter permitido a entrada de ninguém... (Ela se encosta na porta e
seus peitos ficam tão colados que minha boca saliva. PUTA QUE PARIU
MARCELO.)
- Policia federal. (Mostro o distintivo) Preciso que me responda umas
perguntas.
- Eu não deveria receber uma intimação para ir até a delegacia. (Ela sorrir.
Garota, estou tentando achar meu amigo, não me provoca.)
- Senhorita, se quiser posso leva-la agora mesmo a delegacia, como uma
prisioneira, sabia que postar noticias falsas na internet, dar cadeia? (Seus
olhos se abrem e seu encanto desaparece.)
- Mas o que eu fiz?
- Você divulgou noticias falsas no seu blog.
- Não, a fonte foi anônima, não foi algo que encontrei e todas as
informações e fotos são verdadeiras. (Em parte ela não está errada.)
- Mas continuam tendo informações falsas, mas se não quiser me
acompanhar até a delegacia, basta me dar o nome da fonte.
- Eu não posso é contra a ética publicitária.
- Então prefere ser presa no lugar dessa pessoa? (Pego minhas algemas e
arma.)
- Calma, eu digo, você quer apenas o nome? Correto?
- Sim!
- Foi o Caio Lisboa, ele é um amigo de universidade... (Minha mente
rapidamente liga os pontos, o mesmo que estava com Larissia na cafeteria, o
mesmo da boate, o mesmo que ficou de vigia em frente ao bistrô, e o mesmo
que é filho da juíza.)
- Porra! (Olho para a garota) Obrigada senhorita, e só um aviso, não
atenda sempre a campainha assim, pode ser um homem louco e estuprador. E
você está irresistivelmente tentadora. Mas eu tenho assuntos para cuidar!
(Viro as costas e ligo de imediato para Guilherme.) Cara, tenho certeza que
não é uma coincidência, as fotos foram dadas por Caio Lisboa, o tal amigo da
Larissia e Malu, ele é filho da juíza e isso não me parece uma mera
coincidência.
- Caralho, vou pedir a Sandro para fazer uma busca de reconhecimento.
- Sim! Já estou a caminho! (Desligo, mas antes meus instintos me chamam
e volto até o apartamento, toco a campainha e logo ela atende.) Aqui, me
ligue, quando quiser uma bebida! (Pisco e entrego meu cartão de visita, saio e
sigo para a delegacia. Os repórteres continuam lá, os problemas só
aumentam. Entro e já vejo o Guilherme com o Sandro.)
- Cara, olha isso... (Guilherme me mostra uma filmagem escura, onde um
carro para bruscamente, e Caio sai de dentro, atira na porta, pega uma mala e
dar cinco tiros em uma pessoa.) Esse caso é da policia militar, um medico foi
roubado e logo em seguida morto com cinco tiros, ninguém estava na rua e
eles ainda estão com as investigações. E olha isso... (Ele mostra outra
filmagem de Caio de prontidão em frente ao hospital, depois veste o jaleco e
entra, em seguida sai com uma moto.) Já enviei um mandato de busca, ele vai
aparecer como fugitivo.
- Ele pode ter sequestrado o Alex e Larissia.
- Sim, precisamos esperar as noticias dos policias Silva e Robson e o
rastreamento do celular, mas acho que iremos precisar da liga.
- Você acha? Eu tenho certeza, não sabemos o que Caio está planejando.
- Você tem o número de Robert?
- Sim, eu ligo para ele, vocês tentam rastrear. (Disco o número de Robert e
em minutos ele atende.)
Robert Bryant
Estou saindo de uma audiência, quando meu celular toca, o número é
desconhecido e atendo.
- Alô?
- Robert? É o Marcelo, amigo e policial da equipe do Alex, você viu os
noticiários?
- Oi Marcelo, infelizmente não, estou em uma audiência desde cedo, o que
houve?
- O Alex está sendo acusado injustamente. (Explico a situação com a
Larissia e as notícias) estávamos a sua espera, pois ele havia ligado dizendo
que estava indo a delegacia e do nada ele desapareceu. Temos um suspeito, o
filho da juíza Margareth Lisboa, Caio Lisboa.
- Caralho, por que Alex, não nos contou a situação toda, isso pode ferrar
sua carreira. Essa Larissia é realmente limpa?
- Sim, senhor, ela quem ajudou nas investigações.
- Entendo, (como a Emma, penso imediatamente) eu sei que Alex tem a
melhor equipe de rastreamento tecnologia e força física. Então reúna tudo que
puder, estarei aí (Olho o relógio) até as quatro da tarde. Rastreiem o que
puder, reviraremos Belo horizonte se for necessário. E não se preocupe, o
encontraremos. (Me despeço e desligo)
Porra! Alex, sempre foi o mais misterioso, é difícil saber o que se passa
em sua mente, mas uma coisa é inegável, ele é o que mais tem garra e
determinação, já passou por situações horríveis em sua vida, e eu não
permitirei que os faça passar pelo tormento de perder alguém importante
novamente, não quando ele abriu seu coração para alguém, sei o que isso
significa para ele que perdeu os pais tão cedo e morou em um orfanato. E sei
o quanto é complicado se apaixonar por uma pessoa que tem tudo apontado
contra ela. Pego o celular e ligo bruno, enquanto vou a sala do Adam.
- Fala princesa!
- Bruno, temos um problema! O Alex está desaparecido e tudo indica que
foi sequestrado.
- PUTA QUE PARIU! Como isso aconteceu?
- Não viu os jornais?
- Cara, estou de folga, a Bia me ocupa muito a noite. Acabei de acordar.
- Então vamos aproveitar sua folga e iremos para Belo horizonte, vou
precisar de um jatinho.
- Pode deixar comigo, invasão?
- O que for necessário. (Digo entrando na sala de Adam.) Vou passar para
o Adam, consegue entrar em contato com Diego?
- Claro, aquele ali deve ter seu próprio jatinho agora, só não sei se terá
tempo.
- Faça o ter, avise que foram minhas palavras.
- E acha que ele faz por ser suas palavras?
- Ele sabe que posso arrancar suas bolas, caso não faça. (Sorrio e desligo)
- O que houve, mano? (Adam já me olha em Alerta.)
- Liga para Nicole, vamos para Belo horizonte, Alex está desaparecido.
Vou ligar para o Caio e sairemos em breve.
- Eu tenho uma audiência agora a tarde.
- Fala com a moranguinho, ou Emma, é só passa o caso que elas defendem
muito bem.
- Sem estudar?
- Você sabe do que minha esposa e irmã são capazes. (Sorrio e vou até
Marcelle, peço que desmarque todos os meus compromissos e ligo Caio em
seguida para Emma.
- Oi vovó, vai almoçar em casa?
- Amor surgiu um problema imenso da liga, e vou precisar resolver.
- O que houve?
- Alex está desaparecido.
- Minha nossa senhora das aflições! (Sua voz é assustada.) Tudo bem
amor, vai passar em casa?
- Não, Bruno vai nos buscar aqui.
- Certo, tome cuidado, eu explico ao Artur que não vai poder vê-lo hoje.
- Quase esqueci, hoje é sua amostra de karatê, não é?
- Sim, mas relaxe, seus filhos ficarão mais feliz em saber que o pai vai
estar atirando por aí. (Ela rir gostosamente.)
- Obrigada meu amor!
- Nada, vovó. Apenas volte para mim e para os pequenos.
- Pode deixar! (Desligo e pego tudo que possa precisar e coloco na
pequena mala de trabalho. Após alguns minutos encontro Nicole e Adam na
entrada do fórum.)
- Lá vamos nós para mais uma aventura. (Nicole sorrir)
- Sua irmã disse que se eu não voltar bem, ela arranca suas bolas. (Adam
diz divertido, enquanto entramos no carro para ir até o heliporto, do prédio
marcado por Bruno.)
- Ela está louca para ter mais sobrinhos. Mas, brincadeiras a parte, preciso
explicar toda a situação. (Digo tudo que Marcelo me passou e em minutos
chegamos ao prédio, e esperamos o jatinho. Logo vejo Caio e Bruno
chegando, entramos e seguimos a caminho de Belo Horizonte. Aterrizamos
em um prédio que desconheço e já vejo Diego todo engomado.)
- Agora a Disney vai falir mesmo, as princesas tudo reunidas. (Diego
sorrir)
- Veio todo engomadinho! (Bruno gargalha)
- Tenho que manter as aparências em Brasília. (Ele revira os olhos.)
- E agora o que faremos? (Caio pergunta)
- Já mandei mensagem para o Marcelo, ele disse que estará nos esperando.
(Descemos pelo elevador do prédio, enquanto novamente explico, toda a
situação.)
- Não sei o que há com vocês só se apaixonam por mafiosas, certo foi
Adam e Caio que encontrou alguém sem problemas. (Diego debocha e eu o
fuzilo com o olhar, assim como Bruno.)
- Sua sorte, é que preciso de você para invasão e limpar os resquícios do
seu corpo levaria tempo. (Digo calmamente.)
- Só fala isso por que é o único solteiro. (Bruno gargalha.)
- A Nicole também! O que você acha Nick, eu, você, solteiros.
- Vai se ferrar Diego! (Ela revira os olhos e todos nos gargalhamos. Como
dito, Marcelo já está a nossa espera, junto com outro policial, em outro
carro.)
- Já conseguiram alguma informação? (Pergunto o cumprimentando.
Assim como os demais.)
- Nossas suspeitas estavam corretas, Alex foi sequestrado, encontramos
um vídeo em que alguns homens retira o corpo desacordado de Larissia e
Alex de um táxi e passam para outro carro, onde Caio está.
- Ele deixou tantas provas?
- Parece que ele está transtornado, ele é apaixonado pela Larissia.
- Estamos em uma novela? (Diego debocha.) Aposto que é um psicopata
comentando um crime passional.
- Nenhum crime pode ser responsabilizado pelo amor. (Digo sério.)
Vamos, temos muito o que fazer. (Entramos no carro e seguimos para a
delegacia, como há muitos repórteres, e somos figuras públicas, entramos
escondidos pela garagem. Chegamos à delegacia, as cinco e já sinto minha
barriga roncar, não comi nada. Cumprimento Guilherme, e o mesmo faz as
apresentações para os policiais. As horas se passam e um dos policiais trazem
comidas para nós enquanto aguardamos o rastreamento.)
- Já colocaram a imagem do sequestrador nos meios de comunicação.
- Não! (Bruno questiona e Marcelo responde.) Não nos damos muito bem
com a mídia.
- Entendi, vou resolver isso. (Bruno sai com o telefone)
- Quantos homens temos? (Questiono ao Guilherme.)
- Depois a prisão dos Vizzanos, nosso número está completamente
reduzido, oito policiais estão feridos, então não podem entrar em campo. E
uma grande parte está no hospital, fazendo a guarda do líder da máfia.
- Então temos quantos no momento?
- Cerca de 15 liberados.
- E quanto homens tinham quando vocês invadiram?
- Cerca de 30 homens.
- Droga, mesmo conosco, se eles tiverem essa quantidade ou mais
corremos riscos.
- Eu acho que podemos resolver essa questão. (Marcelo diz pensativo.)
- Como assim?
- Há um segurança que foi preso Sebastian, foi o mesmo que ajudou.
Tenho certeza que se souber que a Larissia foi sequestrada ele encontraria
homens o suficiente.
- Isso seria ilegal Marcelo, ele pode fugir... (Guilherme diz, mas penso na
possibilidade.)
- Máfias são leais, deixe eu falar com esse homem. Ele ainda está aqui?
- Sim, apenas a prisão do conselho foi liberada para a penitenciaria, eles
ainda precisam passar pelo processo de fiança e tudo mais. (Guilherme
explica e vamos até as celas, há duas celas cheias de homens.) Estávamos
prestes a libera-los para as outras celas, pois a transferência ocorreu ontem.
Mas, com tudo isso, acabamos esquecendo.
- Entendo. (Ele explica, pois a quantidade não comporta essa quantidade.)
Qual deles é o Sebastian? (Ele aponta para um homem alto com um bom
físico.) Sebastian? (O chamo e ele me olha.) Podemos conversar?
- Depende.
- O quanto você é leal ao seu patrão? (O olho fixamente e o vejo me
encarar por alguns segundos.)
- Eu morreria pelo chefe. Lealdade acima de tudo.
- Como pensei, se eu contasse que a filha dele foi sequestrada, o que
fariam se estivessem livres?
- A senhorita Larissia foi sequestrada? (Ele abre os olhos em alerta.)
- Sim...
- Isso não pode acontecer.
- É por isso que estou aqui. Preciso de dez homens competentes para
ajudar na sua busca.
- Eu posso conseguir. (Ele fala sério.) A senhorita Larissia, não pode se
ferir.
- Ótimo, mas preciso que assine um termo, podemos conseguir reduzir a
sua pena com essa ajuda, mas precisamos ter certeza que não vão se voltar
contra nós.
- Jamais deixaria a senhorita Vizzano em perigo. (Vejo a verdade em suas
palavras.) Então combinado! (Escolhemos os 10 homens e eles assinam os
termos, Sandro consegue rastrear o telefone do Caio, quando o dia começa a
amanhecer. Se trata de um grande latifúndio de terra, temos uma localização
no centro e pelas câmeras do satélite é um galpão. As horas se passam e
armamos todo o esquema, iremos invadir o local, a foto do tal Caio Lisboa, já
foi divulgada. Quando o horário marca nove e meia em ponto, já estamos na
estrada que leva até o galpão, com uma ambulância ao nosso lado. Olho meu
colete e faço uma pequena oração desejando que Alex esteja vivo. Avistamos
o Galpão e deixamos a formação com o Guilherme e Marcelo. Eles sobem,
por uma escada e ficam no telhado do local, aponto para a porta da frente e
lidero por aqui, todos vão em meu comando, entramos e não há ninguém,
apenas a carcaça de um carro incinerado. Faço sinal entramos, há uma porta
de metal e consigo ouvir barulho vindo de lá. Faço sinal, mas antes que eu
entre, Sebastian toma a frente e arromba a porta. Entramos e a cena nos
surpreende, há uma mulher ruiva com arma apontada para Alex e outra
apontada para três homens, enquanto dois estão imobilizados no chão. Alex
está com a mão sobre o pescoço do homem que suspeito ser Caio e uma arma
apontada para sua cabeça.
- Sebastian? (A mulher fala confusa.)
- Oi senhor... (Ele não termina de responder, um barulho nos chama
atenção e vejo que o corpo de Alex, cai completamente ensanguentado.)
-AMBULÂNCIA, AGORA! (Grito pelo rádio. Mas vejo o tal Homem
pegar a arma e apontar para a ruiva. Antes que ele possa atirar, miro e atiro,
acertando seu peito, ele cai imediatamente.) Entrem agora! (Ordeno quando
vejo os outros homens fugindo e vejo Diego e Adam os capturando
juntamente com Sebastian. Guilherme chega correndo com os médicos e
Marcelo desce do telhado.
-Não... você não pode me deixar... ALEX POR FAVOR... (A mulher grita
desesperada e apenas olhamos a situação, os médicos o colocam na maca e
ficamos sem saber o que fazer, ele não pode morrer.)
- Revistem o local! (Guilherme grita em lágrimas.)
- Porra! (Chuto a maldita porta, isso não pode estar acontecendo.)
- Eu preciso ir junto. (A mulher começa a gritar desesperadamente. Vou
até ela, mesmo sem a conhecer e a abraço, ela não entende e apenas chora.)
- Vai ficar tudo bem, o Alex é mais forte do que pensa. (Digo mais para
mim do que para ela.)
- E se ele morrer?
- Ele não vai! (A abraço forte e ela corresponde ainda em lágrimas. Após a
saída da ambulância, seguimos para o hospital em disparada, Larissia, está
em choque, mas se mantem calada, chorando e com as mãos entrelaçadas, eu
queria poder não a ver assim, me lembro como fiquei ao ver Emma presa e
sinto as lembranças vivas novamente. Chegamos ao hospital e somos
informados que ele está em cirurgia.)
A mãe adotiva do Alex, chega ao hospital em desespero e vejo Larissia a
abraçar com carinho. As horas se passam e não temos notícia. Até que as
cinco em ponto, um médico vem e procura pelos responsáveis de Alex.
-Aqui! (Sua mãe diz aos choros.)
- Apesar das feridas terem sidos profundas, não houve complicações.
Precisamos ir para sala de cirurgia, pois o lugar da antiga foi aberto
novamente e infeccionado. Mas, já refizemos tudo, e ele não apresenta risco
nenhum. Já está bem e pode receber visitas.
- Podemos vê-lo? (Digo sério.)
- Todos? (Ele parece se assustador. Tiro minha carteira de promotor do
bolso, assim como Bruno tira a sua, Diego e em seguida Guilherme e
Marcelo seus distintivos.
-É UMA ORDEM! (Dizemos um uníssono e o médico se assusta.)
- Apesar de não ser permitido, mais que três acompanhantes, vou permitir,
mas não por seus distintivos. (Ele fala sério.) Mas, por que sou fã da liga e sei
o que aquele cara fez por nós belo-horizontinos! (Ele sorrir e o
acompanhamos.) Agora não podem demorar muito.
- Pode deixar doutor! (Diego sorrir e somos acompanhados, entram na
sala, eu, Bruno, Diego, Adam, Nicole, Caio, Guilherme, Marcelo, dona
Carlota e Larissia. Isso mesmo 10 pessoas em uma sala de hospital. Entramos
em silêncio e assim que todos adentram, não resistimos e batemos palmas, ele
aguentou tanta coisa, é realmente um herói... Um verdadeiro Herói da Lei!
*Fim*
Epílogo
“Vida... algumas são marcadas por simples problemas, outros por pesadelos
passados, presentes e futuros. Mas, esses fatores, são apenas obstáculos
existentes para transformar alguém a ser forte. Sem dificuldade, não há
superação, sem tristeza, não há o reconhecimento da alegria. Nada é fácil,
mas também nada é difícil demais. Somos apenas corredores, lutando para
uma linha de chegada com um bom trajeto de percurso. Então, nunca desista
da sua linha de chegada... Lute como o Alex e tenha a coragem da Lari...
Dificuldades teremos, mas conquista também.
-Melinda Collins
Alex Aguiar

Após algumas felicitações e repreensões de dona Carlota pela minha, não


tão, recente cirurgia, todos saem deixando apenas eu e Larissia. Olho
profundamente em seus olhos, suas roupas ainda estão machadas, seu corpo
parece fraco e sem vida. Mas seus olhos brilham e vejo lágrimas caírem dos
seus olhos.
- Eu disse que encontraria você, não disse? (Sorrio para ela.)
- Você é um louco Alex Aguiar. (Ela abraça meu corpo, e mesmo sentindo
dor, permito seu toque. Eu fiquei completamente louco de vê-la tão
desesperada e mal. Ela não merecia ter visto nada disso.
- Me perdoa Lari, você não deveria ter passado por isso!
- Você está louco Alex? Nada disso foi sua culpa, nada. (Ela cela meus
lábios, enquanto lágrimas escorrem pelos nossos rostos. Por um instante, eu
pensei que aquele psicopata poderia leva-la para longe de mim, eu acho que
não sobreviveria a isso.) Eu amo você, está me ouvindo? Não ouse nunca
mais me dar um susto desses. (Sua voz irritada me faz rir.)
- Pode deixar ruivinha. (Pisco divertido) Eu também amo você.
- Eu fiquei com tanto medo de te perder... (Ela sussurra em meu ouvido.)
- Você nunca vai me perder, enquanto eu estiver vida, estarei aqui para
você. (Aliso suas madeixas e a conforto em meu braço, a dor não chega perto
da felicidade de tê-la ao meu lado.)
Após um dia inteiro sob medicamentos e limpezas de curativo, Guilherme
e Marcelo aparecem as oito horas da manhã em meu quarto, Larissia, após
alguns soros e medicamentos, foi para casa com Malu. E dona Carlota, ficou
na minha supervisão. Olho os dois homens a minha frente.
- Obrigado! (Sou sincero) Sem vocês eu não estaria aqui! (Sorrio)
- Que nada cara, foi a liga quem organizou a missão. (Guilherme diz
revirando os olhos.)
- Mas, eles não saberiam que eu estava desaparecido, vocês foram rápidos
em descobrir meu desaparecimento. Eu não seria capaz de aguentar mais um
dia.
- Você está bem? (Marcelo me olha preocupado.) Nos vimos as marcas,
aquilo era chicote?
- Sim... Aquele louco... O que aconteceu com ele?
- Robert atirou certeiramente em seu peito e ele morreu no local. (Sinto
um alívio em meu peito, sei que é errado, mas a ideia desse psicopata vivo e
perseguindo a Lari, me perturba.)
- Alex, eu sei que ainda é cedo... (Guilherme fala devagar) Mas, temos um
problema para resolver.
- Eu sei! (Digo sério) Robert e o pessoal já foram?
- Sim, partiram ontem a noite. Eles disseram que essa operação você. Não
precisa reportar, foi estritamente do promotor de Joinville.
- Ele vai assumir a papelada novamente, (sorrio) esse Robert gosta de
trabalhar. Mas, sob o que querem falar. Vão até a entrada do hospital e digam
para os repórteres que darei uma coletiva em meia hora. E apenas uma
câmera e dois repórteres poderão entrar.
- Alex, você quer fazer isso aqui?
- Sim, preciso ser transparente se quiser que a população acredite em mim.
(Minha mãe acorda e se ajeita na cadeira.)
- Meus queridos, já estão aqui?
- Sim tia, precisamos resolver algo urgente. (Marcelo sorrir.) Mas, não se
preocupe, esse mocinho não saíra daqui.
- Vai se ferrar Marcelo. (Reviro os olhos.)
- Alex, olha as palavras. (Minha mãe me repreende.)
- Então, vão fazer o que pedi, e Guilherme, peça para que a Malu, traga a
Larissia imediatamente, preciso conversar com ela antes.
- Certo! (Os dois saem e minha mãe me ajuda a me arrumar para a coletiva
repentina. Depois de quinze minutos e já arrumado, Larissia chega.)
- Dona Carlota, bom dia! (Ela vai até mamãe e a beija.)
- Eu não deveria ser a prioridade? Doentes primeiro. (Brinco e a duas
riem.)
- Sempre carente. (Dona Carlota balança a cabeça em descrença e Larissia
vem até mim, me dando um rápido beijo nos lábios.)
- Você está bem? (A pergunto)
- Sim, recebi uma ligação da minha mãe, ontem à noite! O papai acordou,
vou vê-lo assim que sair daqui. (Ela rir largamente e fico feliz por essa
notícia, pelo menos algo para tirar aquelas imagens da sua mente.)
- Que bom Lari! Eu te falei que tudo ia se resolver não disse.
- Sim, você disse professor! (Seus olhos brilham e gravo essa cena, quero
mantê-la sempre assim, feliz)
- Lari, eu pedi que viesse por um motivo.
- Eu já estava vindo sem nenhum! (Ela brinca)
- É um pouco delicado, mas preciso da sua resposta primeiro, há exatos...
(Olho o relógio) oito minutos, darei uma entrevista, quero saber se você me
permite contar toda a verdade, pois só dessa forma nossos nomes poderão ser
limpos.
- Você nem precisa me perguntar Alex, apenas esclareça tudo, eu confio
em você. (Ela pega minhas mãos e leva aos lábios.) Sei que vai fazer o que é
certo, e mesmo se fizer errado, estarei ao seu lado. (Suas palavras são tão
verdadeiras, que lágrimas escapam dos seus olhos, passo meus dedos secando
seu rosto e o trago até minha boca a beijando com paixão.)
- Obrigada! (Digo baixo e selo nossos lábios. Guilherme e Marcelo entram
na sala e me informam que os repórteres já estão à espera.)
- Acaba com eles professor! (Ela rir)
- Pode deixar aprendiz! Assim que a Larissia sair do corredor, peçam para
que entrem, não quero que a confrontem. (Olho para Marcelo e ele sai com
ela.)
- Você tem certeza do que vai fazer? (Guilherme me questiona curioso.)
- Você já me viu fazer algo sem certeza? (Duas batidas na porta e assim
como havia dito, um homem entra com uma grande câmera e mais dois
repórteres. Eles me cumprimentam e armam o material.)
- Podemos começar senhor Alex?
- Sim! (A filmagem é iniciada e a entrevista começa.)
- Estamos nesse momento no hospital Cecíliano, onde o delegado federal
Alex Aguiar, foi hospitalizado ontem, um dia após o aparecimento das
acusações sobre sua conduta policial e seu relacionamento com a filha do
Marcus Vizzano, líder e fundador da máfia Vizzanos, o que senhor tem a
dizer sobre isso?
- Bom, primeiramente, gostaria de dar bom dia, a todos os cidadãos que
estão nos acompanhando neste momento, como saiu nos jornais a dois dias
atrás a máfia Vizzanos, que a décadas assombravam a população brasileira,
principalmente o sudeste e o sul do país, foi presa após uma investigação da
policia federal. No entanto, após as prisões exatamente dois dias, surgiu a
informação que eu havia manipulado as provas e estava em um
relacionamento com a filha do Marcus. Bom, em parte essa informação está
correta, eu Alex Aguiar, estou namorando a Larissia Montenegro Vizzano,
filha do Marcus Vizzano. Porém, o meu relacionamento amoroso, não tem
nada haver com a minha ética profissional, muito menos com o delegado
federal. Apesar de filha do Marcus Vizzano, Larissia Vizzano, nome a qual
ela não leva em sua identificação, pois não foi registrada dessa maneira, e sim
como Larissia Montenegro. É uma estudante de direito de uma universidade
conceituada de Minas Gerais, onde tem excelentes méritos como aluna
exemplar e pelo que costa em seu documento acadêmico, nunca obteve
nenhum comportamento irregular. E como consta nos registros de
investigações, disponíveis no ministério público, nem ela e nem sua mãe
Camila Montenegro. Tinham conhecimentos das praticas do senhor Marcus
Vizzano e há provas, declarações e documentos que provam isso. Eu
Delegado federal, Alex Aguiar, conhecido popularmente como El diabo, em
meus quatorze anos de carreira, tenho a ficha completamente limpa e longe
de corrupção e durante os meus 5 anos de mandato na delegacia federal em
Belo horizonte, realizei diversos feitos contra a política corruptiva, até
mesmo dentro da própria delegacia. E antes do que se possa se especular,
meu relacionamento com a senhorita Larissia, ocorreu muito antes do inicio
das investigações, e ocorreu de maneira natural, como um veterano do curso
de direito e uma caloura. Como muitos casais brasileiros. Portanto, não há
qualquer relação entre nosso relacionamento e as investigações. Prova disso,
é a descoberta da própria aluna Larissia, com as investigações, a mesma foi
responsável parte da investigação, juntamente com outros alunos da mesma
instituição, todos indicados pelo reitor da universidade para estagiarem na
delegacia. Tais informações, também consta no inquérito. Então eu pergunto
aos ouvintes da minha fala, onde a minha integridade e a da senhorita
Larissia foi colocada em prova? Quando assumimos um relacionamento,
como qualquer casal? Afinal, ambos são adultos. Ou quando, a senhorita
Larissia agiu como uma comum estudante de direito ajudando nas
investigações e por sinal, descobrindo que o alvo era seu pai? Se tal
conspiração estivesse correta, não seria mais conveniente, eu como
namorado, livrar o meu então sogro de uma cadeia? Ou melhor, não seria
mais realista, não investigar o caso? No entanto, nenhuma das opções foram
as escolhidas e seguimos a ética constitucional, acima da emocional,
prendendo não só alguns políticos corruptos, como todos, eu disse, todos os
membros fundadores da máfia Vizzanos. Então como um bom estudante de
direito e um agente público, eu peço se tais insinuações são verdadeiras,
reportem as provas. Assim como estou fazendo. (Termino minha fala e vejo
os repórteres me olhando chocados.) Mais alguma pergunta.
- Eu... (Ele parece atordoado.) não...
- Mas, eu tenho! (Sorrio) a primeira pergunta deveria ser, por que o
delegado fugiu? Ou melhor, por que o delegado está hospitalizado. (Dou uma
risada debochada.) Primeiramente, as pessoas que compartilharam, tais
informações serão processadas de acordo com a sua importância. E devo
informar que não fugi, e isto também estará no inquérito, protocolado não por
mim, mas pelo promotor Robert Bryant. Eu e a suposta mafiosa (Dou outra
risada) fomos sequestrados pelo filho da juíza Margareth Lisboa, a mesma
que está presa e acusada de integrar a máfia. Graças a uma ação da liga da
justiça, que muitos admiram, fomos resgatados, no entanto, tanto eu e a
senhorita Larissia, presenciamos e fomos alvos de tortura do senhor Caio
Lisboa. Os resultados estão aqui. (Abro minha camisa em rede nacional e
retiro o blazer.) E agora eu vos questiono mais uma vez, se eu fosse
realmente um mafioso, ou mesmo a senhorita Larissia... seriamos presos e
torturados pela própria máfia? Então eu peço a todos os cidadãos que
acreditem, na verdade que lhe convier. Eu estou aqui para quaisquer dúvidas
e se precisar, serei julgado. Não tenho medo, pois a verdade e a justiça estão
acima da lei. E são nelas que acredito. Se não houver mais perguntas, gostaria
de agradecer a todos. Que possam confiar na justiça, e não em mim. Pois é
ela quem lidera a ordem. (Sorrio e finalizo, a câmera continua ligada e apenas
eu olho os homens.)
- Acho que acabamos não? (Guilherme chama a atenção dos demais.)
- Oh sim! Obrigada senhor Alex pelas informações, pedimos desculpa
pelo incomodo e tenha uma boa recuperação. (Eles saem praticamente
correndo.)
- Cara, casa comigo, você foi foda!
- Celo! (Mamãe o repreende e todos rimos. A porta é aberta, mas ao invés
de Guilherme, Larissia entra com lágrimas nos olhos. Ela me abraça forte.)
- EU AMO VOCÊ ALEX AGUIAR! (Sua voz sai alta em meu ouvido e
eu apenas retribuo o abraço.)
- EU TAMBÉM AMO VOCÊ RUIVINHA. (Agora me sinto completo e
com a alma lavada, estou onde deveria estar, com quem deveria estar.)

****
- Você não acha que eu deveria usar uma roupa mais formal? (Questiono a
Larissia que está em um vestido rosa florido e com os cabelos preso em um
rabo de cavalo.)
- Para de loucura Alex, é apenas meu pai e isso aqui é um hospital, não é
como se ele estivesse em casa cheio de seguranças. (Ela rir alegremente.)
- Mesmo assim, seu pai, pareceu um pouco assustador. (Confesso)
- Alex, me pai está completamente imóvel e além disso seus policiais estão na
porta. Qual o medo, vamos de uma vez.
- Larissia, ele acabou de receber alta, acha que é uma boa hora?
- Claro, você conseguiu com que ele ficasse em prisão domiciliar.
- Pelo reto da vida! (Completo, me lembrando da conversa com Diego, como
Marcus, não apresenta riscos a comunidade, e precisará de tratamento
regular, ele não pode ir para uma penitenciária, então ficara recluso em casa.)
- Alex, você é um homem ou um saco de mandioca?
- Acho que as mandiocas combinam comigo.
- Entra de uma vez! (Ela semicerra os dentes e abre a porta. Entro
cautelosamente, digamos que é a primeira vez que vou me apresentar aos
pais, sim nos três anos que fiquei com a Lua, não conheci seus pais.) Pai esse
é o Alex! (Ela diz animada indo para o lado do pai. Ele está sentado em uma
cadeira de roda, sua cabeça é acomodada por duas faixas que o predem na
cadeira.)
- Então você está namorando minha filha? (Ele levanta as sobrancelhas e seu
olhar sombrio aparece, esse homem realmente nasceu para ser um mafioso.
Sinto um desconforto, eu deveria estender a mão? Mas ele não vai poder
segurar, o que eu faço?)
- Prazer senhor Marcus, sou Alex Aguiar.
- Já nos conhecemos muito bem. (Sua voz é séria, ainda bem que essa cadeira
o prende, ou pelo seu olhar, ele já teria enfiado uma bala em mim. O que
estou dizendo isso é horrível.)
- Marcus! (Dona Camila o chama lentamente.) Pare de brincadeira, o menino
está começando a ficar pálido. (Todos riem e percebo que eles estão
brincando comigo, solto ar que nem sabia que estava segurando.)
- Desculpa filho, velhos hábitos nunca mudam. (Ele diz rindo, mas não
consigo sorrir, eu realmente acreditei em sua cara malvada.) Venha aqui, me
der um abraço, não é como seu eu pudesse o abraçar. (Ele brinca e mesmo
sem jeito o abraço.) Obrigado por salvar a minha vidam, eu soube que se não
fosse pelos seus primeiros socorros teria falecido.
- Era a minha obrigação.
- Não, você fez mais do que sua obrigação Alex, obrigado. A vida me
castigou pelos meus atos como merecia, ficarei nessa cadeira aprisionado
para sempre, mas você me deu um belo presente, o sorriso e a paz da minha
filha. Obrigado! (Sinto verdades e assinto. Ele está certo, além de não poder
dar um movimento sequer, ele ficará recluso em casa por toda a vida, sem
direito a uma liberdade, nem redução de pena. Além de dependente de
tratamentos periódicos.)
- Vamos? Pedi a Simone para fazer um almoço em comemoração à sua volta,
temos muito o que agradecer. (Dona Camila pega a cadeira e leva a cadeira.)
- Ele não é tão malvado. (Lari fala baixo sorrido) Pelo menos não agora! (Ela
gargalha e saímos. Chegamos na casa de Larissia após alguns segundos e é
realmente uma mansão, o que mais me surpreende, é que nada aqui foi com o
dinheiro da máfia, é uma herança da família da mãe da Lari. Afinal, as contas
bancarias do Marcus e todo o dinheiro da máfia foi bloqueado, pelo menos
com a mãe da Lari reservou sua herança para um momento como esse e eles
poderão viver bem. Toda a casa precisou de transformações para acomodar a
cadeira de rodas e os aparelhos que Marcus precisará.)
- Seja bem-vindo! (Larissia e sua mãe dizem alegremente, beijando a face de
Marcus.)
- Obrigado, meus amores. Venha Alex, faça a sua função! (Ele diz se
referindo a tornozeleira eletrônica, dou sinal aos policias que escoltaram o
carro e eles colocam o aparelho, os libero.) Agora vamos comer não
aguentava mais aquela comida de hospital, foram os três meses mais
torturantes da minha vida. (Ele diz aliviado.)
- Sim, a mamãe, já não aguentava mais aquela cadeira de hospital. (Larissia
diz animada e acho que nunca a vi tão feliz, sorrir tão gostosamente.
Acompanho todos até a mesa.)
- Obrigado meu amor, seu não tinha dúvidas do seu amor, mas você me
provou m ais uma vez o quanto ele é grande. (Marcus olha sua esposa com
paixão.)
- Na saúde e na doença, lembra? (Ela beija seus cabelos.)
- Vocês são tão clichês. (Larissia brinca) Monie o que temos hoje?
- A comida preferida do chefe.
- Feijão tropeiro! (Marcus sorrir) Vamos Alex, hoje você vai experimentar
uma das minhas paixões. (Ele aponta a cadeira para mim e me sento ao lado
de Larissia e em frente a Simone.) Então me conte mocinha, conseguiu se
livrar do direito.
- Ah pai, você sabe que esse nunca foi meu sonho. (Ela sorrir) Mas, confesso
que fiquei triste quando recebi o oficial de justiça, mesmo o Alex me
explicando que seria proibida de exercer. Quando recebi a carta de
notificação, me senti triste pelos professores e amizades que criei.
- Você estava a um passo de se formar Lari, já iria se despedir do âmbito
acadêmico de qualquer forma. (Tento alegrá-la, eu sei que não é fácil chegar
tão longe no curso e ainda mais passar na prova da OAB e ela já havia
conseguido isso.)
- Sim, de qualquer forma, depois da entrevista de Alex, o bistrô bombou. Eu
não imaginei que a popularidade seria tão boa e positiva.
- Foi porque a investigação foi liberada online, então o público pode acessar
aos documentos. (Digo enquanto todos se servem.)
-Isso é possível? (Marcus me questiona, enquanto Camila faz seu prato.)
- Sim, o juiz encarregado do caso, permitiu. Quando um caso tem apelo
público, geralmente isso acontece. Então contra provas não houve
argumentos.
- E não houve mesmo, você acredita papai que eles me chamam de anjo da
lei. (Ela rir.)
- Anjo da lei? (Ele questiona.)
- Sim, é um apelido da internet, por que ele é o El diabo. (Todos riem.)
- Essa geração de hoje é meio maluca.
- Não pai, foi graça ao movimento deles na internet que essa popularidade foi
possível, até gravaram um vídeo de vários colegas e professores falando
sobre mim, com alguns documentos que o senhor me deu naquela pasta.
Viralizou na internet. E foi assim que todos acreditaram na minha inocência.
- Que bom, minha princesa, meu maior medo era você ser atingida pelas
minhas burradas.
- Isso não aconteceu papai, graças a você e a ele. (Larissia olha para mim e
sorrir. Comemos tranquilamente, e conversamos sobre tudo, me sinto
acolhido, quem diria que me sentaria a mesa do meu pior inimigo e mais, me
sentiria feliz pela sua sobrevivência.

**** 3 meses depois ****

O quintal de Larissia está completamente cheio de flores, há um caminho


feito de rosas brancas que levam até a pequena barraca de tecido branco. Há
uma mesa arrumada, estou com um smoking azul claro e me sinto
completamente nervoso, vejo todos da liga sentados com suas esposas e
filhos, outros sozinhos. Os policiais estão aqui também com alguns
acompanhantes, minha mãe e os pais de Larissia. Uma música começa a tocar
e todos se levantam rapidamente. É agora?
- Você quer fugir? Ainda dá tempo. (Marcelo sussurra ao meu ouvido, mas
antes que eu responda Malu pisa em seu pé.)
- Para de ser tão babaca idiota. Ele não é louco de deixar minha amiga no
altar. (Ela me fuzila com os olhos.)
- Com certeza não... (Digo automaticamente, vendo Larissia aparecer em
um vestido justo branco, suas madeixas ruivas estão soltas e contrastam
perfeitamente com uma coroa de flores em sua cabeça, ela parece a
encarnação de um anjo. Eu sempre soube que ela era, sorrio e não consigo
controlar a lágrima que escorre pelos meus olhos. Queria que meus pais
estivessem aqui, mas sei que estão orgulhosos de mim, eu encontrei a mulher
perfeita para mim. Seu pai está sendo empurrado pela dona Camila, que traja
um belo vestido rosa claro. Eles aproximam e vou até o Marcus e pego na sua
mão, apertando, Larissia se abaixa e ele lhe dar um beijo na testa. Pego no
braço de Larissia e a levo.) Você está parecendo um anjo. (Sussurro em seu
ouvido.)
- Guardei a diaba para mais tarde! (Ela pisca e eu sorrio, essa é a minha
garota!)
O juiz de paz realiza a cerimônia rapidamente e logo o buffet é servido e a
musica começa, olho para tudo e vejo como está lindo, eu e Larissia
queríamos apenas um casamento simples no civil, mas Marcus não poderia
ver e insistiu que sua única filha merecia uma festa. Então atendemos ao seu
pedido e fizemos uma pequena comemoração. Vejo todos da liga juntos com
Guilherme, Malu e Marcelo em uma mesa e me junto a eles com Lari.
-Mais um soldado abatido! (Diego balança a cabeça)
- Isso é inveja? (Emma brinca e ele a olha.) Inveja? Para que ter um se
posso ter várias, principalmente seu marido! (Ele segura na gravata de Robert
e dá um beijo em seu rosto.
- Isso é carência! (Adam brinca.)
- Não fala não! Brasília não é tão divertida sozinha. E vocês ainda em
mandam trabalho. (Ele me olha levantando a taça.)
- É por isso que não encontra ninguém, é um babaca. (Nicole brinca e
todos riem.)
- Estamos no mesmo barco. (Ele pisca.) Mas eu quero mesmo é conversar
com vocês dois. (Ele olha para Marcelo e Nicole, quero que vão para Brasília
comigo.
-Eu? (Marcelo pergunta confuso e me lembro da conversa com Diego, ele
pediu ajuda de um dos meus policiais para continuar a busca pelo deputado
Aloísio e sua família que continuam desaparecidos, e indiquei o Marcelo, sei
o quanto seria importante para ele essa experiencia.)
- Sim, o Alex lhe indicou para as investigações do deputado, preciso
fechar esse caso Vizzano logo. Desculpa Larissia.
- Não tem problema. (Ela sorrir) Eu quero que fechem, preciso saber onde
meus primos e minha tia estão.
- Iremos encontra-los. Eu sou o melhor juiz desse país. Esse caso já está
encerrado, é só questão de tempo.
- E desde quando eu disse que aceitaria seu pedido? (Nicole o confronta.)
- Desde que seu superior, Robert Bryant lhe designou para o ministério
público.
- Você fez isso Robert? (Ela a olha.)
- Você não quer se tornar promotora, essa é a chance.
- E então o que me dizem de fechar esse caso comigo? (Diego olha os
dois.)
- FECHADO! (Os dois dizem juntos, agora sim perde um dos meus
homens, mas fico feliz essa é a oportunidade perfeita para que ele ganhe
experiencia e ocupe meu lugar, quando virar Chefe-geral, mas isso ele ainda
não sabe.)
- Agora, chega de trabalho, vamos comemorar! (Digo levantando a taça e
todos nós brindamos juntos. Esse são meus amigos, meus verdadeiros
amigos.)

****
- Amor, pega a toalha para mim? (Larissia grita do banheiro, essa casa
ganhou uma vida desde que ela se mudou para aqui. Até os moveis foram
trocados, ela diz que os meus eram sem graças, típico! Vou até o banheiro.)
Onde está a toalha? (Ela me olha com os cabelos molhados, faz um ano desde
que casamos e ainda sinto a eletricidade do seu corpo, meu peito ainda
queima quando vejo seu corpo nu.)
- Pensei em algo melhor. (Entro no box e caminho até ela.) Você já parou
o remédio? (A olho com luxuria, ao ver seus mamilos enrijecidos pelo frio.)
- Sim, não decidimos parar?
- Excelente, está na hora de fazer um herdeiro. (A pego no colo e apoio
seu corpo na parede.)
- Ou uma herdeira... (Ela sorrir e nos perdemos em amor, como acontece
todas as vezes que nossos corpos entram em contato, nada mais importa,
apenas somos e ela e o nosso amor.

****5 anos depois****

- Vamos amor, o Gabriel deve estar ansioso. (Digo pegando a pequena


Nina nos braços, ela tem apenas cinco anos e é meu verdadeiro presente.
Desde o seu nascimento, sinto que sou um novo homem, com novas
perspectivas e visão de mundo, agora tenho duas lindas princesas para
cuidar.)
- Calma, estava pegando um casaco, está fazendo frio e ele pode estar sem.
- Vamos logo, eu me lembro o quanto as crianças ficam ansiosa. (Digo
lembrando de todos os meus amigos, apesar de nunca ter sido adotado,
acompanhei de perto cada adoção e todos ficam agitados com a alegria de
encontrar um lar e alguém para chamar de pais. Após a Larissia engravidar,
decidimos que assim que a Nina crescesse um pouco iriamos adotar, não
adotamos antes, para que a alegria do nascimento do primeiro filho, as
primeiras sensações, pudessem deixar a criança triste por não ter tido esse
momento, e até mesmo, gerar sentimentos de diferenças, então aguardamos
Nina fazer quatro anos e fomos ao mesmo orfanato que fiquei, lá
encontramos o Gabriel, um menino de treze anos, negro de pele clara e olhos
brilhantes, foi instantâneo assim que Larissia o viu eles se apaixonaram de
imediato e após quase um ano de burocracia, conseguimos finalmente sua
guarda. Paro carro em frente ao orfanato e já o vejo esperando com a
assistente social, não consigo controlar e deixo lágrimas cair, eu vou fazer o
que não fizeram por mim quando era criança, amarei e cuidarei assim como a
Carlota fez, o darei um futuro brilhante.)
- Vem Alex, a Nina já saiu correndo. (Olho minha pequena ruivinha
abraçar o Gabriel com tanto carinho e percebo que fiz a escolha certa.)
- Agora nossa família está completa. (Sorrio e corro me juntando com
Larissia, Nina e Gabriel.) Agora seremos uma família. (Olho em seus olhos
castanhos brilhantes) Uma grande família. (O abraço em lágrimas, e sinto as
mãos das duas mulheres da minha vida, agora tenho um amigo para me
ajudar! Obrigada papai e mamãe, sei que isso é um presente do céu para
mim.)
Bônus
Guilherme
- Você não acha que já ficou tempo demais aqui? Uma semana é o
suficiente. (Betto me olha com raiva, enquanto tomamos café da manhã.)
- Betto pode parar, eu que pedi para ficarmos aqui, pois você não gosta de
ficar sozinho nessa casa. (Malu diz o olhando séria.)
- Ele está certo, desde que o caso foi resolvido, eu não saio mais daqui,
acho que está na minha hora. (Sorrio para a linda loira a minha frente.)
- Não Gui, se você voltar para casa, eu vou com você, já disse que
ficaremos juntos, não disse? (Sua voz é séria e potente, o tempo realmente a
transformou em grande e decidida mulher.) É isso que você quer Betto? (Ela
olha para o irmão.)
- Façam o que quiser. (Ele revira os olhos e continua passando manteiga
no pão, eu nunca entendi essa aversão que ele tem por mim.)
- Por que você não gosta de mim? Não é por que fui embora, você já não
gostava de mim na época. (Olho fixamente para seus olhos e levanto minha
sobrancelha.)
- É eu também nunca entendi essa briga besta, é ciúmes? (Malu pergunta
colocando os cotovelos sob a mesa.)
- Por que será Maria Luiza? (Ele a olha e em seguida retribui meu olhar.)
Eu ouvi toda a sua conversa com a Larissia naquela época.
- Que conversa? (Ela questiona sem entender.) Eu sempre converso com a
Lari.
- Aquela que você conta como esse desgraçado tirou a sua pureza apenas
aos 15 anos. (Seus olhos parecem ferver e agora tudo faz sentindo.) Você
queria que eu gostei de saber que a minha pequena irmã havia perdido a sua
virgindade tão nova, enquanto eu como irmão mais velho, nem sequer havia
transado. Ela tinha apenas 15 anos seu cretino. (Sua voz se exalta e sinto o
peso de suas palavras, agora consigo compreender sua raiva, mesmo eu
fazendo parte da liga, a qual ele é tão fã. Seu ódio não diminuía, e eu não
conseguia compreender.)
- O que você está falando é um absurdo Betto, qual o problema de eu ter
perdido minha virgindade antes de você e que se dane a minha idade. Em que
mundo?
- A questão não foi você ter sido antes de mim Malu, e sim você ser uma
menina de 15 anos, ele sabia exatamente o que queria, não esqueça que
tínhamos e temos a mesma idade.
- EU NÃO POSSO ACREDITAR. (Ela se levanta com raiva, mas acho
que ele está certo, se eu fosse ele e soubesse que a garota que eu cuidei e
protegi houvesse perdido a sua pureza, também não ficaria bem, ainda mais
considerando sua idade.)
- Agora eu compreendo. (Digo o olhando.)
- Você só pode estar louco Guilherme, não há nada para se compreender
em uma situação ridícula dessas.
- Não Lu, eu realmente entendo. Mas, Betto, eu não sou um lobo
pervertido, que me envolvi com sua irmã apenas para tirar a virgindade dela.
Também era, no momento.
- Não precisa dar explicações a ele Guilherme...
- Então vocês? (Ele nos entreolha) Foi a primeira vez dos dois?
- Sim. (Digo sincero) Eu entendo seu sentimento, também ficaria assim se
fosse com a minha irmã. Mas acabou sendo uma descoberta de nós dois, e
nada foi planejado, estávamos apenas juntos e aconteceu. Sua irmã foi a
primeira garota com quem tive uma relação e espero que seja a última. (A
olho com paixão e ela retribui.)
- Entendeu babaca, ele não corrompeu a sua garota, posso dizer que eu o
provoquei. (Ela sorrir)
- Você era uma garota pervertida desde nova! (Betto balança a cabeça sem
acreditar.)
- Descobriu agora irmãozinho? (Ela pisca e me puxa para seu quarto.)
Vamos separei uns filmes legais. (O dia passa com tranquilidade, após a
missão, todos que ficaram reclusos na força tarefa, ganhamos o mês de férias.
Com a prisão dos Vizzanos a taxa de crimes reduziu em 60% e nossas férias
foram liberadas. Assim ficamos jogados na cama o dia todo, a sua
universidade finalizou o semestre após as provas, e ela tem três semanas de
folga também. Então apenas ficamos nos curtindo o dia inteiro. Já é duas
horas da manhã, quando estamos na cama rindo do filme meu ex é um espião,
suas mãos percorrem meu corpo e o sinto queimar, estou prestes a sugar seus
seios, quando a campainha toca, escutamos um barulho e vozes.) Droga!
(Seus olhos ficam tensos.)
- O que foi? (Pergunto sem entender, com o pau completamente duro.)
- Meus pais acabaram de chegar, você precisa sair! (Ela me olha nervosa e
já levanta da cama me entregando minha roupa.)
- Mas Lu, eu posso me apresentar e (Olho para o meu amigo já ativo)
- Não Gui, meus pais pirariam, você precisa ir. (Ela olha seu quarto
agoniada.) Aqui! (Ela levanta abre a janela.)
- Você quer que eu saia assim pela janela. (Escutamos vozes mais perto.)
- Eu juro que vou resolver isso, mas você precisa ir por favor. (Ela diz
quase em sussurro.)
- Porra Lu! (Saio pela janela, ainda de cueca box e com a porra de uma
ereção. Ela fecha a janela e cortina, era só o que me faltava, voltei a ser um
adolescente? Visto a roupa a contragosto. Não posso voltar no meu carro,
quero ver qual explicação ela vai dar para ele. Escalo o muro e sai na rua
escura. Encontrar um táxi agora vai ser impossível. Eu vou te matar
Luluzinha, pego meu celular e chamo um motorista de aplicativo, em 4
minutos ele chega e volto para casa. Você me paga Maria Luiza!)
Acordo com minha campainha tocando, coloco o travesseiro sobre a
cabeça, quero dormir. A campainha continua a tocar incansavelmente,
DROGA! Estou de folga caralho! (Grito, mesmo que a pessoa não me
escute.) O toque continua e eu levanto de mal humor, abro a porta e Malu
entra.
- Eu estava dormindo. (Digo a contragosto.)
- Já são uma da tarde. (Ela entra jogando sua bolsa no sofá.)
- O que quer? Não posso me jogar dessa janela também, ou caio de 8
andares. (Reviro os olhos e fecho a porta indo até a cozinha, preciso de água.)
- Desculpa gato, mas meus pais não sabem nada de nós dois.
- Então era o momento para me apresentar. (Viro o líquido)
- Desculpa Gui! (Como uma gata manhosa ela vem até mim.) Mas, meus
pais pensam que eu sou outra pessoa. (Suas mãos se apoiam em meu peito
nu.) Você sempre abre a porta assim. (Ela olha para a minha cueca box
preta.)
- Ninguém ousa a vim a minha casa a não ser o Marcelo e o Alex. (Tento
não focar em suas mãos adentrando a minha cueca.)
- Me desculpa por ontem. (Suas mãos retiram meu pau da cueca e seus
olhos se fixam aos meus, enquanto suas mãos começam uma masturbação
lenta. Droga de mulher. Tento me manter sério!)
- Você acha que desculpas resolvem? (Ela passa seu polegar pelo topo do
meu membro, já ereto e sinto meu corpo falhar.)
- Não, (Seus lábios se movem sedutoramente.) mas vou compensar... suas
mãos aumentam o ritmo e preciso me apoiar no balcão da cozinha, enquanto
sua boca desce pela minha barriga.)
- Você... acha que isso... resolve? (Digo com a voz falhada)
- Vou pagar para ver! (Sem mais aviso ela abocanha meu pau
gulosamente, esqueço completamente a noite anterior e amarro seus cabelos
com minha mão, ditando seus movimentos, ela chupa com vontade e passa
sua língua em círculos no topo do meu membro, meu corpo treme em
resposta. Antes que o orgasmo me atinja. Puxo ela para o meu lugar e levanto
sua saia, colocando sua calcinha de lado e enfiando meu membro pulsante em
sua intimidade já lubrificada.)
Estamos no sofá após um sexo nada convencional no balcão, peço almoço
pela internet e aliso seus cabelos jogados em meu colo.
- Qual o problema de conhecer seus pais? Eu acho que sou um bom
partido ficha limpa, gostoso, funcionário público, salário alto, casa própria,
carro também... Falar nisso como explicou meu carro na garagem?
(Questiono)
- Disse que era de um amigo que estava sem garagem. (Ela rir) Desculpa
Gui, mas meus pais ainda acham que sou uma garotinha virgem.
- Como assim? Impossível, você já é uma mulher.
- Digamos que sempre contamos tudo e nunca contei sobre minha primeira
vez, então ela acha que eu ainda não a tive. Tanto que seu papo hoje pela
manhã foi sobre encontrar um bom marido e toda a baboseira que os pais
dizem.
- E por que não contou?
- Queria que eu ligasse para minha mãe e dissesse: Oi mãe, (Ela muda a
voz, para uma mais fina.) sabe, ultimamente eu tenho mentido para a
governanta e estou indo para a casa do meu namorado após a escola, quando
o pai dele está trabalhando e acabamos transando. Ah e tem uma questão
mamãe, não sei se utilizamos o preservativo corretamente. (Ela começa a
gargalhar) Não tinha como falar.
- Mas, por que não contou depois. (Questiono também rindo)
- Digamos que após sua viagem, fiquei viajando com eles e acabei
perdendo o melhor momento.
- E eles não desconfiam, você é uma mulher crescida.
- Não, eles acham que o Betto tem o poder de me controlar. (Ela rir)
Coitados, acham que a filha é uma puritana.! (Ela gargalha.)
- Você é uma libertina! (Digo beijando seus lábios.)
- Gostei, sou uma advogada libertina. (Ela se levanta rápido) Uau, daria
um bom livro. “A advogada libertina” (Ela abre as mãos como um arco íris e
dou risada)
- E do que você iria falar? (Embarco na sua loucura) De como você se
tornou uma libertina?
- Talvez... (Ela faz cara de pensativa) A garota que foi abandonada pelo
amor da sua vida aos quinze anos e descobriu como o sexo pode ser
libertador.
- Você é doida! (dou risada e beijo em sua bochecha.) Quero saber é
quando vou conhecer seus pais, já passou do tempo Luluzinha.
- Em breve, agora que eles voltaram, teremos a oportunidade.
- Então vou aproveitar... (Sorrio já pensando no meu plano.)
****
Uma semana se passou após nossa conversa e finalmente conhecerei os
pais de Malu, espero que ela não pire quando eu fizer o que planejei. Ligo
para Larissia e ela atende em seguida.
- Lari?
- Oi Guilherme, já está pronto? (Ela me pergunta rindo.)
- Sim, você vai estar lá?
- Claro! Não perderia isso por nada. Até já avisei a mamãe que não vou
para o hospital hoje.
- Obrigada Lari!
- Fique tranquilo, estarei lá para te dar força. E não se preocupe, os tios
são divertidos.
- É o que espero!
Desligo a ligação e me olho no espelho, estou com uma calça jeans
marrom e uma blusa polo branca, arrumo meu cabelo, perfume e relógio.
Saio de casa e a noite está estrelada. Sigo para a casa de Malu e chego em
minutos, já vejo o carro de Alex, ótimo, terei plateia. Respiro fundo e saio do
carro, e toco a campainha. Betto abre rindo.
- Iai cunhado! (Sua voz é debochada)
- Agora é cunhado, não é?
- São circunstância! (Ele pisca e me dar passagem, entro devagar e já vejo
dois senhores com idades aparente entre 45 e 50. Alex e Larissia estão
sentados rindo ao seu lado, Larissia vem ao meu encontro e segura em meu
braço.)
- Papai, mamãe, esse é o Guilherme meu namorado. (Vou até eles.)
- É um prazer senhores. (Aperto a mão do seu pai e dou um beijo casto na
mão da sua mãe.)
- Minha filha, não sabia que ele era asiático! (Sua mãe me olha)
- Sou descendente de coreano. (Tento me justificar, receoso.)
- Não precisa ficar com medo! Ela está apenas feliz, é louca pela
arqueologia dos países asiáticos. (O pai de Malu sorrir e suavizo o olhar.)
- Ficarei feliz em saber mais sobre seu continente. (A mãe de Malu segura
em meu braço e me leva até o sofá.)
- Não mamãe, nada disso! Nada de trabalho, hoje é dia de comemorar.
Vamos o jantar já está pronto! (Larissia praticamente obriga a todos a se
levantarem, olho para Larissia, qual o melhor momento, me sinto nervoso,
será que estou fazendo certo? É a primeira vez que estou conhecendo os pais
da Luluzinha. Não, você já esperou muito Guilherme.)
O jantar é feito tranquilamente, os pais de Malu, são realmente divertidos,
eles trataram tanto Alex, quanto a mim, como da própria família e ficam
completamente curiosos quando contamos nossos casos. O jantar se finaliza e
estamos na sala tomando café, quando Larissia me olha. É agora? Ela sorrir
para mim e percebo que é agora. Me levanto e todos me olham.
- Bom, Senhora Cristina e senhor Bernardo. Sei que é nosso primeiro
encontro, porém gostaria de confessar algo para os senhores. (Olho para Malu
e ela faz sinal de negação, não me importo e continuo.) Eu conheci a Maria
Luiza, ainda no colegial, tivemos um relacionamento durante três anos. (Eles
abrem os olhos surpresos) Claro, era apenas um namoro de dois jovens, mas
ela me ajudou no momento mais difícil da minha vida, quando perdi a minha
mãe para uma doença.
- Meus sentimentos, querido! (Sua mãe me olha com pesar.)
- Não se preocupe, eu já estou bem, foi a muito tempo. (sorrio)Enfim, eu
precisei voltar para a Coreia, pois meu pai teve que ficar com seus familiares
e eu não o abandonaria, pois havia pouco tempo que minha mãe havia
perdido, então nos separamos. Mas há alguns meses atrás, nos reencontramos
sem querer. E percebemos que o nosso amor ainda estava lá, claro agora
somos dois adultos maduros. E não as antigas crianças, então ficamos juntos.
E desde nosso reencontro eu tive a certeza que a Maria Luíza é a mulher para
a minha vida, a mulher que quero compartilhar todos os meus bons e maus
momentos, a mulher com quem desejo contar como foi o meu dia e escutar o
seu. Então por isso, eu decidi, alguém. Sei que não me conhecem o
suficiente, mas estou disposto a responderem qualquer dúvida, se não me
aceitarem. Então... (Respiro fundo e olho para Larissia! Tiro a pequena
caixinha do bolso e me ajoelho em sua frente.) Malu, eu não sei se seus pais
vão me aceitar. (Olho para eles sorrindo) Porém, estou disposto a tentar, você
é e sempre será a mulher da minha vida, aceita casar comigo? (Seus olhos
estão em lágrimas, acho que ela não esperava, ela se ajoelha e me abraça.)
Isso é um sim? (Pergunto bobo)
- SIM, CLARO QUE SIM! (Ela me solta e ponho o anel em seu dedo.)
- Ainda falta meus pais! (Betto comenta rindo)
- Pare de besteira Betto, já passou da hora de sua irmã casar! (Dona
Cristina diz e eu apenas me levanto, assim como Malu e nos beijamos
apaixonadamente. Perdemos muito tempo, mas o nosso amor, vai além do
tempo, além das definições do mundo, vai além de tudo, porque é verdadeiro.
Eu serei sempre o Gui e ela sempre minha Luluzinha!
Agradecimentos
Enfim, chegamos à conclusão de mais uma jornada. Jornada essa que foi uma das
melhores como escritora, não me atrevo a dizer melhor obra, pois todas são favoritas
para mim, mas essa foi especial, desde sua idealização a sua construção e finalização, foi
a primeira vez que os personagens pareciam que se materializavam em minha frente e
me faziam reescrever os capítulos, podem levar a sério, a Larissia me fez rescrever um
capitulo TRÊS vezes. Além disso, esses dois personagens me ensinaram muitas lições,
como a ter coragem, mesmo quando não queremos, a lutar mesmo quando nosso corpo
está frágil... somos capazes de tudo se acreditarmos e nosso casal fizeram esse papel com
excelência. A obra me trouxe várias reflexões durante sua criação, como amigos que não
verdadeiros, ou a nossa falta de atenção em enfrentar um problema como se fosse a
única salvação e esquecer que há vários nos rodeando. Foi um livro lindo de se escrever,
de acompanhar os comentários e notas, obrigada a todos e todas que fizeram parte desse
trabalho, espero que cada um desses valores, tenham sido percebidos por vocês e que
assim como eu, levem as lições do Delegado para a vida de cada um e sejam forte. Esse é
meu desejo que todos tenham a garra e determinação de Alex, a coragem de Lari e o
coração de Carlota! Obrigada meus leitores, por mais uma jornada! Nosso próximo
encontro já está a caminho, o livro “O Juiz” do nosso querido Diego, está próximo.
Aguardem...
XOXO Melinda Collins

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