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Os donos da grana do mundo, enquanto se apropriam, desmatam e extrativizam os

pedaços de terra do mundo, nos colocam em casinhas para morarmos todos aglutinados
em centros urbanos, plenos de entretenimento e, com as sobras do que extraem,
fazem-nos remédios para continuarmos com o bem-estar que nos fazem estimar tanto.
Talvez por isso há um movimento social de banir a tristeza, resultando no sintoma
social da depressão; mais um mecanismo para nos alienar, e a indústria farmacêutica
se aproveita e lucra em cima disso.
O que se passa com o planeta e com a humanidade é para se ficar triste, desolado e
depois revoltado; criando mecanismos de marketing da felicidade e ofertando
distrações cotidianas e promessas de felicidade e sucesso, atribuindo aos sujeitos
os responsáveis pela própria infelicidade e fracasso, pronto: tirasse o foco de
onde deveriasse estar. 
Nos ofertam uma semi-vida, como que entubados por conta de uma grave doença que é
estar fora de contato com seu corpo, comunidade e a natureza que é nós também. A
nutrição é o nosso imaginário inflado, nosso narcisismo como meio de escape, o amor
romântico, a promessa de apazigação de todas as dores, normalmente atrelada à algo
profissional, material ou ao amor mesmo.
Os netos dos nossos tataranetos, provavelmente irão passear para ver como era a
terra no passado. Isso é o mais assustador de tudo.

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