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MACROPOLO DA REGIONAL DE SÃO LUÍS

LOJA UNIVERSITÁRIA RENASCENÇA MARANHENSE, N° 4435

Ap.'. Jairo Albuquerque


Orientador: Me.'. Luanvyson Pires de Mello

A VIRTUDE MAÇÔNICA: O PAPEL DO MAÇOM DIANTE DA PANDEMIA

São Luís - MA
2020

A Virtude Maçônica: a atuação do maçom diante da pandemia


Introdução
De início, faz-se necessário destacar as várias vertentes do que se entende por virtude,
porém, com a certeza de que nenhum desses prismas podem representar a força de seu
significado.
O primeiro dos significados está no dicionário Aurélio que traz virtude como:
“[...] de Boa conduta; em conformidade com o correto, aceitável ou esperado,
segundo uma religião, moral, ética; o que segue os preceitos do bem, de normas morais; uma característica
moral própria: a virtude da solidariedade.”
Segundo o Ritual de Aprendiz do GOB para o Rito Escocês Antigo e Aceito, a
virtude é uma disposição da alma que induz à prática do bem. Ou seja, aqui há uma conotação
voltada ao moralismo.
Por sua vez, o Dicionário Bíblico define virtude como “a capacidade, habilidade,
poder potencial que um indivíduo tem em si para produzir atos morais excelentes” e remete o
leitor a somente cinco citações da Bíblia (Rute 3:11; Provérbios 12:4; Lucas 6:19; Filipenses
4:8; e Pedro 2:9).

Desenvolvimento
Na minha visão de aprendiz maçom, define virtude como um impulso construtivo,
harmonizador e motivador da atitude humana. Pela repetição e pela afirmação de práticas
virtuosas se engendra o hábito, que como força de ação fortalece a vontade, molda o caráter e
condiciona o temperamento no decorrer do processo de aperfeiçoamento moral.
Já o vício enfraquece a vontade, impedindo-o de executar livremente os ditames da
razão, sendo algo que deve ser combatido; representa uma “prisão” que escraviza e impede o
progresso do homem.
Nesse âmbito, a maçonaria é uma instituição de caráter essencialmente, iniciático,
filosófico, progressista e filantrópico. Sua ação corporativa e individual, através dos maçons
na sociedade, ajuda a combater a miséria humana em suas causas. A benevolência maçônica
promove o apoio aos necessitados, o socorro ao infortúnio, mas, principalmente, a prevenção
dos males pelo combate em suas raízes.
Antes de ser fruto do dever ou da razão, a filantropia maçônica é "Amizade pelo
homem", "Amor à humanidade" e "Aspiração pelo bem comum", como fruto da manifestação
natural do espírito maçônico. Assim os três pontos da beneficência maçônica são: a discrição,
a espontaneidade e o combate aos males sociais pelas suas raízes.
Deve-se salientar também que a maçonaria é uma instituição educativa, portanto toda
a sua ação externa deve ter, tanto quanto possível, um caráter doutrinário e educativo.
A solidariedade é fundamental neste contexto. A doutrina maçônica ensina que se
deve vencer as paixões ignóbeis e, em seu lugar, cultivar sentimentos nobres que impulsionam
a beneficência. Devemos ajudar as pessoas e nossos irmãos, prevenir suas necessidades,
minorar seus infortúnios e assisti-los com nossos conselhos e nossas luzes. A solidariedade é
um sentimento de união que nasce de uma comunhão de ideal.
Uma fraternidade consolidada no plano espiritual manifesta-se por meio da
cooperação recíproca e da afeição mútua, em pensamento, palavra e ação, que se somam
harmoniosamente para consecução do BEM e do ideal coletivo. Portanto, a solidariedade
maçônica, mais do que um simples dever, é uma dádiva conquistada, um sentimento positivo
da ação de um grupo.
Atualmente o mundo está em alerta com o surgimento de uma pandemia, causada pelo
vírus SARS-CoV-2. Os primeiros casos da doença, denominada de COVID-19, surgiram na
China, no final do ano de 2019. Em meados de março de 2020, a doença já estava presente em
mais de 100 países. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o
surto como uma pandemia.
O termo pandemia refere-se a uma situação em que a ocorrência de uma determinada
doença infecciosa espalha-se por diversos países e em mais de um continente, com
transmissão sustentada entre pessoas. A transmissão sustentada é caracterizada pela
transmissão da doença por um indivíduo infectado que não esteve nos países com registro da
doença a outro indivíduo que também não esteve em tais países.
A maior de todas as pandemias foi a gripe espanhola, entre os anos de 1918 e 1919.
Acredita-se que cerca de 40% da população mundial tenha sido contaminada, e cerca de 50
milhões de pessoas tenham morrido.
Dentre as pandemias mais recentes, podemos citar a de gripe A ou H1N1, no ano de
2009. Os primeiros casos surgiram como uma variante da gripe suína no México. Um total de
187 países registraram casos da doença e cerca de 300 mil pessoas morreram. A COVID-19
pode apresentar-se como uma infecção branda, mas também podendo
desencadear pneumonia, insuficiência respiratória e até a morte.
Portanto, nesse tempo de pandemia algumas reflexões parecem ser uma obrigação,
com tantas pessoas sofrendo pela perda de empregos com o fechamento de empresas, 
pelo aumento do número das pessoas em situação de miséria, pela morte de entes queridos, 
com  a ausência de condições para precaver-se contra o contágio, principalmente nas
populações mais vulneráveis (afrodescendentes, indígenas, moradores das periferias e favelas,
pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua).
É bem possível, embora ainda não tenham surgido muitos dados referentes,
especificamente, ao impacto do novo coronavírus no agravamento das desigualdades sociais,
que sejam esses os grupos mais afetados pelos efeitos colaterais da pandemia, considerando a
impossibilidade de sustento ou a falta de assistência de um Estado que nunca se preparou para
atender essa população e, agora, tem agravado a sua ineficácia.
A vida moderna é marcada por uma grande agitação que envolve toda a pessoa:
preocupações, corre-corre para o trabalho, tantos afazeres que o ser humano não tem tempo
para parar. A influência da razão faz com que tudo pareça bem previsível, tudo deve estar
sobre o acirrado controle racional.
E, de um momento para outro, deparamo-nos confinados e isolados em nossas
casas. Esta Pandemia nos colocou diante do imprevisível e impensável.  De um momento para
o outro, sentimos que tudo fugiu do nosso controle: desde a realidade econômica, até o
emprego, a saúde, a liberdade, etc. A vida humana se manifestou em sua fragilidade e
contingência. Neste tempo e campo, podem aflorar doenças psicológicas, distúrbios,
desequilíbrios afetivos e emocionais.
Neste cenário, a maçonaria e o maçom devem estar preparados para manifestar seu
apoio aos irmãos e a população, através da consolação,
esperança, espiritualidade, aconselhamento, bem como no apoio material, permitindo a
melhora na saúde física e psicológica das pessoas. O maçom diante deste contexto é
interessante fazer uma reflexão desses pontos e atuar junto aos irmãos e junto a
sociedade, buscando atender os pobres e mais vulneráveis.
A crise da pandemia se apresenta como um momento propício para compreender e
fortalecer a virtude, a solidariedade e a verdadeira fraternidade. É uma situação que estimula
estarmos unidos e convidar a pensar no próximo, nas pessoas as nossas voltas e nos mais
necessitados. 
Estamos vivendo uma época em que há uma falta aguda, de um valor fundamental em
todo o mundo: A caridade. Ela é o amor que move a vontade à busca afetiva do bem de outro.
Seu julgamento poderá lhe falhar, seu conhecimento, sua experiência e sua inteligência
poderão ser inúteis diante do mal. Até o branco pode parecer preto e o preto parecer branco,
decida com caridade e toda essa farsa se dissipará sob o brilho de uma alma íntegra.
A maçonaria aspira à união da humanidade por laços fraternais e estendidos a todos os
homens esparsos pela superfície do planeta, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades e
crenças.
A fraternidade interna no seio da família maçônica, é conquistada como um bem
natural que o ambiente maçônico oferece aos seus membros. Ela é fruto do desabrochar do
espírito maçônico em toda sua plenitude. Em um clima suave e aconchegante desenvolvem-
se, espontaneamente, a cooperação recíproca, a solidariedade, a tolerância, a participação, a
solicitude, a confiança, enfim a relação fraterna entre os irmãos.

Considerações Finais
Enfim, o coronavírus nos permitiu recordar que somos vulneráveis e compreender o
valor da fraternidade, para estarmos unidos de maneira indissolúvel, e convidar a pensar no
próximo e nos mais necessitados.

Referências
CAMPOS, Tito Alves de. Instrucional Maçônico - Grau de Aprendiz. Grande Oriente do
Brasil. Brasília - Distrito Federal - 1996.

Ritual do 1° Grau: Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito. Grande Oriente do


Brasil. São Paulo. 2009 pág 107”.

Pandemias. Disponível em https://www.biologianet.com/doencas/pandemia.htm. Acesso em


22 de Maio de 2020.

Revista A Trolha. Nº 401. Março-2020. Um abreviado da virtude. Disponível em


https://www.maconaria.net/sobre-as-virtudes-maconicas/?cn-reloaded=1. Acesso em 24 de
Maio de 2020.

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