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Progresso em Revestimentos Orgânicos 124 (2018) 104–109

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Progresso em revestimentos orgânicos

Página inicial do jornal: www.elsevier.com/locate/porgcoat

Orientação induzida pelo fluxo de flocos em revestimentos metálicos - II. O mecanismo de

orientação

Eric Kirchner
Kirchner Publications, Wollegras 14, 2318 TG Leiden, Holanda

ARTICLEINFO RESUMO

Palavras-chave: Na parte I deste artigo, derivamos uma expressão para a orientação dependente do tempo de flocos em um
Repintura automotiva revestimento metálico. Aqui, essa expressão é usada para investigar o mecanismo que faz com que os flocos
Revestimentos automotivos
metálicos se orientem predominantemente paralelos à superfície do revestimento. Usando exemplos numéricos
Revestimentos Metálicos
representativos para camadas de base, mostramos que os flocos ainda não são orientados durante o impacto das
Orientação do floco
gotas de tinta no substrato, porque os movimentos de flocos resultantes são rapidamente amortecidos. Em vez
disso, o processo de orientação ocorre principalmente durante a propagação subsequente das gotas sobre a
superfície. A velocidade associada do fluxo de tinta mostrou ser grande o suficiente para orientar todos os flocos
paralelamente à superfície do substrato.

1. Introdução
Os revestimentos metálicos são cada vez mais populares para produtos de
consumo, bem como no mercado de tintas automotivas. Em contraste com os
revestimentos convencionais, a cor aparente dos revestimentos metálicos muda
com vários ângulos de observação. Assim, o perfil do objeto pintado é acentuado,
potencializando sua atratividade.
A dependência angular da cor dos revestimentos metálicos é causada pela
presença de pigmentos em flocos de alumínio. Com a maioria desses flocos
paralelos à superfície de revestimento, a luz é refletida predominantemente em
direção ao ângulo especular. Em comparação, os revestimentos convencionais
são refletores lambertianos quase perfeitos, tornando o brilho aparente da
superfície amplamente independente do ângulo de visão.
Portanto, o grau de orientação do floco é importante para as
propriedades colorísticas de um revestimento metálico. É importante ser
capaz de controlar este parâmetro. Infelizmente, o mecanismo responsável
pela orientação dos flocos está longe de ser claro. Estudos experimentais
não encontraram nenhuma relação direta entre um único parâmetro
reológico e o grau de orientação dos flocos [1-3]
A orientação do floco é frequentemente atribuída ao encolhimento do filme durante
a secagem [4-13] No entanto, uma avaliação numérica simples já demonstra que a
retração do filme não pode ser o mecanismo dominante para o alto grau de orientação
de flocos observado em revestimentos metálicos [14] Estudos experimentais também
mostraram que a reologia da tinta pode impactar a orientação dos flocos tão
significativamente quanto o encolhimento do filme [15]
Além do encolhimento do filme, alguns outros mecanismos foram
proposto para contribuir para a orientação de flocos. De acordo com a teoria de
Tachi et al. [16-20], a orientação do floco é induzida por fluxos de tinta que
ocorrem imediatamente após as gotas de tinta colidirem com o substrato. Supõe-
se que esses fluxos estejam relacionados ao impacto da gota de tinta no
substrato, ou ao espalhamento subsequente da gota no substrato, ou à
coalescência de gotas. Embora esta teoria seja frequentemente referida como [1-7
], não fornece previsões quantitativas para a orientação do floco ou para as
propriedades ópticas resultantes do revestimento. Além disso, esta teoria não se
baseia em uma análise reológica detalhada.
Uma análise diferente foi feita por Yang et al. [21] Ele fornece estimativas
quantitativas para as contribuições para a orientação dos flocos devido ao
encolhimento do filme e às forças de cisalhamento durante a aplicação da tinta.
Infelizmente, as previsões mostraram um acordo quantitativo pobre com as
orientações dos flocos observados experimentalmente. Além disso, a análise de
Yang et al. é apenas fracamente baseado em uma análise reológica. A análise usa
o movimento oscilatório calculado de partículas elipsoidais imersas em um fluido
viscoso que está sujeito a forças de cisalhamento, conforme publicado por Jeffery [
22] Em sua análise, Yang et al. suponha que a distribuição da orientação do floco
em filmes de tinta seca pode ser aproximada pela distribuição de orientação em
qualquer momento durante este movimento oscilatório na tinta úmida. A
validade desta suposição não foi testada. Além disso, a análise não leva a um
entendimento da relação entre a orientação do floco e os parâmetros que
governam o fluxo da tinta, como a velocidade das gotas de tinta ou a viscosidade
da tinta.
Um terceiro modelo para descrever o mecanismo de orientação dos
flocos foi apresentado por Bochkarev et al. [23] Neste modelo, o impacto e

Endereço de e-mail: ekirchnr@xs4all.nl.

https://doi.org/10.1016/j.porgcoat.2018.07.032
Recebido em 27 de abril de 2018; Recebido na forma revisada em 17 de junho de 2018; Aceito em 22 de julho de 2018
Disponível online em 14 de agosto de 2018
0300-9440 / © 2018 O autor. Publicado por Elsevier BV Este é um artigo de acesso aberto sob a licença CC BY-NC-ND (http://
creativecommons.org/licenses/BY-NC-ND/4.0/).
E. Kirchner Progresso em Revestimentos Orgânicos 124 (2018) 104–109

o espalhamento subsequente de gotículas de tinta durante a aplicação é descrito residir dentro da gota experimenta uma força inercial porque sua densidade
em uma teoria reológica detalhada. Bochkarev et al. também discute as gravimétrica é maior do que para o meio circundante. Algum tempo após o
implicações para a orientação do floco, mas esta parte da análise não é baseada impacto, a influência da superfície do substrato também atinge o floco, o que
em uma análise reológica detalhada, mas em ajustes paramétricos para a relação primeiro leva a uma desaceleração da parte do floco que está mais próxima do
entre os valores medidos para o índice de flop metálico e as propriedades físicas / substrato. Isso dá origem a um impulso direcionado para orientar o floco mais
reológicas da tinta. Com base em seus resultados, Bochkarev et al. concluem que paralelo à superfície do substrato. Esse impulso é observado para qualquer objeto
a orientação do floco é determinada principalmente não imediatamente após o plano que atinja uma grande massa plana sob uma orientação arbitrária, como
impacto das gotas de tinta no substrato. uma tampa de panela caindo no chão da cozinha ou pedras planas sendo jogadas
Na parte I deste artigo, fomos os primeiros a derivar uma expressão na estrada.
reológica para a mudança no ângulo de orientação do floco α com o tempo, Para flocos dentro das gotas de tinta, este processo leva a uma velocidade
como resultado do alinhamento com o fluxo do meio de tinta circundante angular inicial ω0. Vamos estimar o tamanho dessa velocidade angular inicial, a
[24] A expressão resultante é a seguinte: escala de tempo durante a qual ela pode durar e a escala de tempo em que a
rotação do floco é amortecida.
- 4P - 4Q + Q ( cosh (8P + 4Q (t - τ)) + 1)
cos (α) = A velocidade angular inicial ω0 pode ser estimado a partir da
4P + Q ( cosh (8P + 4Q (t - τ)) + 1) (1) conservação de energia. Se toda a energia cinética de um floco antes do
Onde impacto da gota for convertida em energia rotacional após o impacto, temos
1 1
12
)
2
P= (- 4π ρ você 2R3 3 Iω02 = 2m
Floco Vgotícula
(4)
2
mFloco (3R2 + T2 Floco ) (2)
com eu denotando o momento de inércia para rotação. Usando a equação
12 (35) da Ref. [24], segue que
= ( π2 U μ R2)
mFloco (3R2 + T2 Floco ) (3)
Vgotícula
0 =
Nessas equações, 2 T2Floco
R+
4 12 (5)
Ao substituir valores realistas para esses parâmetros, descobre-se que a
τ constante de integração. É escolhido de modo que no tempo t = 0, o floco
velocidade angular inicial é bastante grande. Por exemplo, para um floco metálico
tenha um ângulo de orientação inicial conhecido em relação ao fluxo de
de grau grosso com 10 μm de raio e 0,6 μm de espessura, encontramos uma
revestimento.
velocidade angular inicial de 0,2 rad / μs.
mFloco massa de um raio de floco metálico
A primeira fase, durante a qual as forças inerciais são dominantes, dura
R RFloco de uma espessura de floco
durante uma escala de tempo característica dada por (cf. p.61 na Ref. [28])
TFloco metálico de uma densidade de
ρ floco metálico da velocidade média ⎛ ρ σ RE ⎞
1/8
ρ R3
você de fluxo de tinta τinercial = ⎜ ⎟

µ viscosidade do meio de tinta
Aqui, iremos investigar as implicações desta equação para o mecanismo
por trás da orientação do floco.
2. Aplicação da Eq. (1) para tintas metálicas
Para descobrir as implicações da Eq. (1) para o mecanismo de orientação de
flocos metálicos, distinguimos as seguintes três etapas do processo de aplicação
da tinta, cada uma com seu próprio tipo de fluxo de tinta:
⎝ µ2 ⎠ σ (5b)
onde σ é a tensão superficial (tipicamente 30 mN / m), ρ é a densidade
(novamente tomamos 0,93 kg / dm3), μ a viscosidade (0,05 Pa.s), e R e R
E são o raio da gota após, e o raio equivalente antes do impacto (um
valor típico é 25 μm). Substituir esses valores dá
τinercial = 20 μs.
Se a velocidade angular inicial de tipicamente 0,2 rad / μs permanecer
constante durante os tipicamente 20 μs da fase inercial, uma contribuição
considerável para a orientação do floco pode ser obtida. No entanto, durante este
movimento, a orientação do floco é amortecida durante uma escala de tempo τ
úmido estimado por escrito

• fluxo de tinta durante o impacto de gotas de tinta no substrato e o V = - uma. dt = - ⎛ ⎞dt = - ⎛

⎝m⎠
F f V⎞dt
⎝m⎠ (6)
movimento resultante de flocos devido a forças inerciais
• fluxo de tinta ocorrendo enquanto as gotas se espalham pela Onde F é a força agindo sobre o floco e f é o coeficiente de atrito. Para
superfície, levando à coalescência das gotas e formação de uma partículas em forma de floco orientadas aleatoriamente em um meio viscoso
película de tinta líquida f É dado por [29]
• fluxo de tinta devido à evaporação do solvente da película de tinta líquida. f = 12 µ R (7)
Vamos agora investigar cada um desses casos separadamente. Portanto, encontramos

2.1. Impacto de gotas de tinta
Quando tinta metálica é pulverizada com uma pistola de pulverização, ela é
atomizada em gotas com um raio Rgotícula normalmente entre 5 e 30 μm [25] A
maioria das gotículas contém um ou alguns flocos metálicos, que inicialmente
têm uma orientação puramente aleatória em relação à superfície do substrato [19,
26] Estimamos que a velocidade das gotas durante o impacto é tipicamente
Vgotícula = 1 m / s, representando uma faixa de valores entre 0,5 e 5 m / s.
Esses valores são realistas de acordo com estudos de simulação [27] Para
revestimentos metálicos, o raio do flocoRFloco pode variar de 2 μm a 15 μm
dependendo da aspereza do grau metálico [6]
Durante o impacto da gota na superfície do substrato, os flocos
mFloco
τúmido =
12 µ RVgotícula (8)
A substituição de valores numéricos realistas demonstra que o
amortecimento ocorre dentro de 0,2 μs. Isso mostra que não pode ser
diretamente o impacto das gotas que é o principal motivador para a
orientação do floco. A seguir veremos que após a fase inercial, ou seja,
durante a fase em que a gota se espalha pela superfície, a mudança no
ângulo de orientação é muito maior. Concluímos que não é diretamente o
impacto das gotas que faz com que os flocos metálicos se orientem tão bem.
Portanto, este resultado fornece uma análise matemática-reológica e
confirmação para a conclusão de Bochkarev et al., Que a orientação do floco
é determinada principalmente não imediatamente após o choque de

105
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gotas de tinta no substrato [23] Conforme mencionado na introdução,

Bochkarev et al. chegue a essa conclusão a partir de ajustes paramétricos
de dados experimentais no índice de flop metálico. Nossos resultados
mostram agora que a mesma conclusão segue de uma análise reológica
matemática detalhada. Notamos que na literatura de pintura, às vezes é
tacitamente assumido que os flocos inicialmente orientam bem na chegada
ao substrato e que, para obter uma boa orientação dos flocos, é mais
importante evitar que os flocos percam sua orientação posteriormente
durante a secagem [30-32] Essa suposição é confirmada pelas conclusões
obtidas aqui e na obra de Bochkarev.

2.2. Espalhamento de gotas de tinta sobre a superfície do substrato

Considerando que as forças inerciais dominaram durante a fase

inicial após o impacto da gota no substrato, este não é mais o caso
durante a fase seguinte. O espalhamento da gota sobre o substrato é
governado por uma competição entre as forças capilares originadas da
tensão superficial, tendendo a achatar a gota, e a dissipação de
energia causada pela viscosidade do meio de tinta, que tende a manter
a forma da gota fixa. A tensão superficial e a viscosidade, portanto,
Figura 1. Velocidade prevista de orientação do floco, conforme induzida por fluxos de tinta com
limitam a propagação máxima da gota e a magnitude e a duração dos
velocidades de 0,1 e 1 m / s. Em ambos os casos, os flocos têm raio de 3 μm e espessura
fluxos de tinta associados.
0,4 μm.
Este fluxo de tinta associado tem uma velocidade igual ou menor que V
gotícula. Como os flocos de alumínio têm uma densidade gravimétrica muito

maior do que o meio da tinta, grande parte da deformação das gotas de

tinta após o impacto ocorre enquanto os flocos metálicos ainda têm sua
velocidade inicial. Portanto, os flocos irão experimentar o mecanismo de
orientação induzido pelo fluxo matematicamente analisado na parte I deste
artigo. Estimamos que, para esta situação, um valor máximo realista para o
parâmetrovocê é Vgotícula (tipicamente 1 m / s) sendo a velocidade do meio de
pintura em relação ao floco. Um mínimo realista para o parâmetrovocê é a
taxa de propagação das gotas durante esta fase. De acordo com a lei de
Tanner, que em estudos experimentais recentes tem se mostrado válida
também para materiais de diluição por cisalhamento [33,34], durante a fase
capilar, a taxa de espalhamento é dada por:

R (t) = R0 t β (8b)

Para materiais não newtonianos, o β exponencial é dado por (1 - α) / (10

- 3α), onde α decorre do modelo constitutivo que melhor se ajusta ao
comportamento reológico do material.

µ = a γ̇-α

Para camadas de base, encontramos um valor típico α = 0,48, levando a β =

0,06, que é uma modificação do valor para materiais newtonianos, onde
β = 1. Se fizermos a suposição crua de que no início da fase capilar em
t = 20 μs, o raio da gota aumentou para 50 μm, Eq.
(8b) nos dá diretamente uma estimativa aproximada para o valor da velocidade
do fluxo U = 0,1 m / s.
Também precisamos de uma estimativa para os valores numéricos dos seguintes
parâmetros:
ρ A densidade da tinta média é normalmente 1,0 kg / l.
µ A viscosidade do meio de pintura. Obviamente, as bases têm um
perfil de viscosidade pseudo-plástico ou de diluição por cisalhamento. A
viscosidade é alta em baixas taxas de cisalhamento para evitar a flacidez, mas
baixa em altas taxas de cisalhamento para permitir a atomização da tinta.
Durante a pulverização, a tensão de cisalhamento é estimada tipicamente entre
10 e 100 Pa. A viscosidade correspondente então é μ = 0,05 Pa.s. Nesta
estimativa, assumimos que o revestimento metálico é puramente
pseudoplástico e ignora os efeitos tixotrópicos (dependentes do tempo).
No Figura 1 mostramos a dependência do tempo da orientação do floco,
conforme previsto pela Eq. (1), para os valores mínimo e máximo fornecidos da
velocidade do fluxo de tinta. Embora seja claro que a velocidade da tinta
Figura 2. Dependência prevista da velocidade de orientação do floco no tamanho do
floco. Flocos finos de alumínio têm valores típicos de 3 μm para raio e 0,4 μm para
espessura. Para flocos grossos, os valores correspondentes são 10 μm para o raio e 0,6
μm, respectivamente. Em ambos os casos, assumimos que o fluxo de tinta tem
velocidade de 0,1 m / s. Flocos finos também afetam a orientação dos flocos.
o fluxo tem uma influência substancial na velocidade de orientação do floco,
também é claro que a orientação perfeita do floco é obtida dentro de alguns
microssegundos em casos realistas.
No Figura 2, distinguimos entre dois tipos de flocos metálicos. Para
classes metálicas finas, valores representativos são um raio de floco R = 3
μm, espessura TFloco = 0,4 μm e massa em flocos mFloco = 3 × 10-14 kg. Para
classes metálicas grossas, normalmenteR = 10 μm, espessura TFloco = 0,6 μm
e massa em flocos mFloco = 5 × 10-13 kg.
Para esses casos, a orientação do floco dependente do tempo prevista é
mostrada em Figura 2. Tanto para flocos metálicos finos quanto grossos, o
processo de orientação ocorre em poucos microssegundos. Para classes
metálicas finas, o processo é finalizado em 1 μs e as classes grosseiras em 5
μs. Para classes metálicas grossas, o uso de flocos muito finos
(TFloco = 0,2 μm em vez de 0,6 μm) é mostrado para acelerar significativamente o
processo de orientação, como também mostrado em Figura 2.

106
E. Kirchner
O processo de orientação do floco durante o espalhamento da gota na
superfície do substrato é muito rápido em comparação com a escala de tempo δt
dessa propagação.
Um valor máximo para δt pode ser estimado observando que durante o
impacto da gota de tinta no substrato, sua velocidade é reduzida a partir de
um valor inicial Vgotícula a zero. Portanto, estimamos δt = 2Rgotícula/ Vgotícula. Isso
leva a δt = 30 μs. Isso confirma nossa conclusão de que o processo de
orientação dos flocos é muito mais rápido do que o espalhamento das
gotas de tinta.
Outra indicação para a escala de tempo de espalhamento é o uso da
seguinte expressão para espalhamento espontâneo de gotículas [35]:
⎛ ρ R gotícula
3
⎞ floco, foi mostrado antes que ele não pode ser o principal fator [14,15] No
τespalhar = ⎜ ⎟
⎝ σ ⎠ (9)
Notamos que na Ref. [35], esta expressão é derivada para gotículas com
números de Weber baixos, enquanto no caso presente o valor do número de
Weber é próximo da unidade. Portanto, expressão(9) fornece apenas uma
indicação da escala de tempo.
Substituindo valores numéricos na Eq. (9) dá τespalhar = 10 μs. A escala de
tempo assim encontrada é bastante semelhante à que deduzimos antes. Uma
escala de tempo de 10-30 μs para espalhar gotas de tinta também foi relatada a
partir de simulações numéricas com Dinâmica de Fluidos Computacional [36]
Todos esses resultados confirmam que o espalhamento das gotas de tinta é lento
em relação à escala de tempo da orientação do floco.
Concluímos que os fluxos de tinta associados ao espalhamento de gotículas
de tinta logo após o impacto fornecem um mecanismo poderoso para a
orientação dos flocos. Isso pode explicar claramente o alto grau de orientação
dos flocos observado em revestimentos metálicos. Com base em nossa análise,
não é mais surpreendente que os flocos sejam orientados tão bem em um
revestimento. Em vez disso, resta agora ser explicado por que o grau de
orientação não é perfeito para todos os flocos. Nossa análise ajuda a explicar por
que grandes flocos foram experimentalmente encontrados para serem melhor
orientados do que pequenos flocos [37,38] Medições precisas mostram que a
maioria dos pequenos flocos estão desalinhados em mais de 10 ° da orientação
paralela [37] (Veja também [39]). Voltaremos a isso a seguir.
A propagação inicial da gota na superfície do substrato é devido à dissipação
da energia translacional das gotas após o impacto. Após esta primeira fase, as
gotículas se espalham ainda mais pela superfície para minimizar sua energia
superficial. A capacidade de propagação das gotas está fortemente relacionada às
suas propriedades viscoelásticas. O ângulo de fase δ é uma boa medida para a
capacidade de propagação. Está relacionado à relação entre o módulo de perdaG
” e o módulo de armazenamento G '[40] Pesquisas anteriores mostraram que o
ângulo de fase é um dos poucos (senão o único) parâmetro reológico que se
correlaciona bem com a orientação do floco [40,1,41,30] De acordo com nossa
análise, os fluxos paralelos à superfície que resultam do espalhamento das gotas
são os principais direcionadores do processo de orientação do floco. Portanto, a
presente análise confirma que os flocos ficam bem orientados apenas se o valor
do ângulo de fase for tal que as gotas de tinta possam se espalhar bem sobre a
superfície.
Após espalhar-se pela superfície, pode ocorrer coalescência. Espera-se que a
escala de tempo associada e a velocidade do fluxo sejam semelhantes ao que
calculamos para espalhar.
Durante a propagação inicial da gota na superfície do substrato e
coalescência das gotas, assumimos que a orientação do floco é induzida
pelo fluxo e assumimos que as contribuições do movimento browniano são
desprezíveis. A validade desta suposição foi testada calculando o número de
Péclet adimensional Pemarrom, conforme definido por [42,43]:
γ̇ uma2
emarrom =
DSE (10)
Aqui, γ̇ é a taxa de cisalhamento, uma é o raio do floco e DSE a difusividade de
Stokes-Einstein dada por
kBT
DSE =
6π μ a (11)
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Progresso em Revestimentos Orgânicos 124 (2018) 104–109
com kB a constante de Boltzmann e T a temperatura. Em valores do número Péclet
Pemarrom > 1, o movimento browniano pode ser ignorado em relação às forças
hidrodinâmicas [42,43] Para o caso de orientação de flocos em revestimentos
orgânicos investigados aqui, encontramos valores para Pemarrom > 1017. Isso
confirma que assumimos corretamente que o processo de orientação do floco é
induzido pelo fluxo.
2.3. Evaporação de solvente da película de tinta
Costuma-se afirmar que o encolhimento do filme resultante da evaporação
de solventes durante a secagem da tinta é o principal fator para a orientação dos
flocos. Embora o encolhimento do filme realmente contribua para a orientação do
entanto, a evaporação de solventes também pode afetar a orientação do floco
porque leva a um fluxo de convecção de bolhas de gás da parte inferior do filme
de tinta para sua superfície. Este fluxo pode perturbar as orientações do floco. As
bolhas são suficientemente pequenas para fazer sua velocidade crescente ser
descrita pela expressão de Stokes:
2 ρencadernador - ρsolvente gR 2
= bolha
9 µ
subir
(12)
Onde g é a constante de gravitação. O raio de uma bolha de gás típica é estimado
emRbolha = 1 μm. Substituindo esses valores numéricos, encontramosVsubir = 0,2
μm / s se a viscosidade ainda estiver em 10 mPa.s, e Vsubir = 0,02 μm / s se a
viscosidade aumentou para 100 mPa.s. Isso mostra que a velocidade dos fluxos
devido à evaporação do solvente são muitas ordens de magnitude menor do que
as velocidades de fluxo que ocorrem imediatamente após o impacto das gotas de
tinta na superfície (Vgotícula = 1 m / s). Por outro lado, os fluxos turbulentos
causados pela evaporação do solvente permanecem ativos por muito mais
tempo. Para um filme líquido com uma espessura típica de 20 μm, leva de 100 a
1000 segundos antes que uma bolha de gás saia do filme. Essas estimativas
concordam com a experiência comum de que a evaporação do solvente ocorre
em uma escala de tempo de minutos.
Substituindo essas velocidades para o fluxo de tinta devido à evaporação do
solvente na Eq. (1), descobrimos que os flocos ficam desorientados em alguns
milissegundos. Para flocos grandes, estimamos que leva quatro vezes mais
tempo para desorientar do que para pequenos flocos. Se a viscosidade ainda
estiver em 10 mPa.s, um floco com raio de 3 μm e espessura de 0,4 μm muda sua
orientação de 90 ° para 10 ° em relação ao fluxo de tinta em 1,5 ms. Para um
grande floco com raio de 10 μm e espessura de 0,6 μm, o mesmo processo de
orientação levaria 6 ms. Mas, em contraste com os pequenos flocos, os grandes
flocos são muito maiores do que o tamanho das bolhas de gás e, portanto, sua
orientação é menos facilmente afetada por eles (embora devido à área maior eles
irão interagir com mais bolhas e ter um tempo de contato mais longo) . Portanto,
pequenos flocos não são apenas muito mais rápidos, mas também muito mais
facilmente desorientados por esses fluxos do que grandes flocos.
3. Conclusões
Na parte I deste artigo, demos uma derivação matemática-reológica das
leis que regem a orientação dos flocos dependente do tempo [24] Aqui, esta
análise foi aplicada a flocos metálicos em uma camada de base. Nossa
investigação numérica mostra que a orientação dos flocos pode ser devido
a fluxos de tinta ocorrendo em diferentes estágios do processo de aplicação.
(i) Durante o impacto das gotas de tinta na superfície do substrato, a
dissipação da energia cinética dá aos flocos um grande momento
angular inicial, direcionado para uma orientação mais paralela à
superfície do substrato. No entanto, demonstramos que esse
movimento angular é amortecido em um microssegundo, devido à alta
viscosidade da tinta. Portanto, a orientação final do floco paralela ao
substrato não é causada por fluxos de tinta durante este primeiro
estágio do processo de aplicação.
(ii) Na próxima fase, as gotas de tinta começam a se espalhar sobre o
E. Kirchner
substrato, eventualmente levando à coalescência de gotículas. Os fluxos de
tinta associados mostraram ser fortes o suficiente para orientar
rapidamente todos os flocos paralelos à superfície. Portanto, o problema
não é mais explicar qual mecanismo é responsável pelo grande grau de
orientação dos flocos, mas explicar por que nem todos os flocos são
orientados perfeitamente paralelos à superfície do substrato.
(iii) Uma vez que um filme líquido foi formado, o fluxo de tinta é dominado
pela evaporação do solvente. Mostramos que, em alguns
milissegundos, o fluxo de tinta associado é capaz de desorientar
especialmente pequenos flocos.
Nossa análise explica o mecanismo de orientação do floco, como uma
alternativa à hipótese popular, mas insustentável, de encolhimento do filme [14]
Nossos resultados confirmam e fortalecem as ideias sobre a influência do VOC na
orientação de flocos, conforme apresentado há mais de 30 anos por Sadowski [44,
45] Segundo Sadowski, as partículas de alumínio tendem a se orientar
paralelamente à superfície. No entanto, esta orientação é perturbada por fluxos
na tinta devido à evaporação do solvente. Os flocos de alumínio são carregados
por esses fluxos e, quando a viscosidade do filme de tinta aumenta, eles
congelam em uma posição inclinada. Esta descrição também se alinha com os
insights atuais sobre como certos aditivos são capazes de melhorar a orientação
dos flocos: ao aumentar a viscosidade da tinta depois que as gotas de tinta
atingem o substrato e os flocos estão alinhados, os aditivos evitam que os flocos
se movam e se desorientem [32] Esta descrição de como os aditivos melhoram a
orientação dos flocos pressupõe tacitamente que os flocos alcançam e mantêm o
alinhamento ideal quando não são perturbados. Nossa presente análise
apresenta um mecanismo físico que confirma a suposição tácita.
No presente trabalho, também vimos como esse mecanismo explica a melhor
orientação de flocos grandes em comparação com flocos pequenos. As equações
reológicas derivadas aqui mostram que, de fato, pequenos flocos são desorientados
muito mais rapidamente pelos fluxos de tinta devido à evaporação do solvente. Os flocos
pequenos também são mais afetados, pois o tamanho das bolhas do gás solvente é mais
semelhante ao tamanho dos pequenos flocos. As equações reológicas derivadas aqui
mostram que isso afeta a orientação de pequenos flocos mais forte do que grandes
flocos, o que explica porque os estudos experimentais encontram uma orientação
melhor para flocos maiores.
Neste trabalho, fizemos várias suposições. Algumas dessas
suposições precisam ser validadas em trabalhos futuros e podem
exigir melhorias futuras nesta análise. A título de exemplo, o presente
trabalho não leva em consideração o possível efeito da tensão
superficial no processo de orientação do floco. Uma vez que a tensão
superficial evita que flocos saiam da tinta, ela pode afetar o processo
de orientação dos flocos. Além disso, o impedimento estérico do
substrato abaixo da camada de tinta pode influenciar o processo de
orientação do floco, mas isso ainda não foi levado em consideração.
Assumimos que toda a energia cinética das gotículas de impacto é
convertida em energia rotacional de flocos, portanto, recomendamos
trabalhos futuros para validar essa suposição. Finalmente, valeria a
pena investigar como a análise atual poderia ser estendida para incluir
fluxos complexos,
Financiamento
Esta pesquisa não recebeu nenhuma bolsa específica de agências de
fomento nos setores público, comercial ou sem fins lucrativos.
Declarações de interesse
Nenhum.
Referências
[1] LJ Boggs, D. Law, H. Taniguchi, Rheological parameter of waterborne revestimentos, Eur.
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