Sistema Flex

Índice 3
Sistema Flex

ÁLCOOL
GASOLINA

Índice 4
Sistema Flex

Fatores que levaram ao desenvolvimento do projeto

Os preços dos combustíveis no Brasil e sua disponibilidade apresentam
constante variação devido a diversos fatores externos como:

• Taxa do dólar
• Preço do petróleo
• Demanda de álcool em relação ao açúcar
• Nova participação do gás natural no mercado

Seria bastante vantajoso aos consumidores poder escolher o combustível a ser

utilizado em um mesmo veículo, de acordo com o preço e disponibilidade dos
mesmos, sem alterações do motor.

Índice 5
Sistema Flex

Os motores movidos a álcool, em seu histórico de desenvolvimento no

Brasil, receberam uma série de evoluções ao longo do tempo em que foram
produzidos em série.

Estas evoluções os habilitaram a funcionar otimizados para as

características particulares desse combustível, quando comparados aos seus
equivalentes dedicados a gasolina ou ao “gasohol”, como chamamos a
gasolina com 22% de álcool etílico anidro regularmente disponível no
País.

Índice 6
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Dificuldades técnicas e soluções

Relação estequiométrica dos combustíveis
Gasolina pura – 14,6:1 Álcool etílico anidro – 9,0:1
Álcool etílico hidratado – 8,5:1 Gasohol – 13,3:1

Para mesma vazão de ar aspirado, a vazão de álcool hidratado é 56% > o

gasohol 72% > a gasolina pura.

1. Válvulas injetoras de combustíveis com ampla faixa de

atuação linear

2. Adaptação rápida a diferentes valores de relação

estequiométrica. Sonda lambda de banda larga.

Índice 7
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Octanagem

Álcool etílico – 108 RON; Gasohol – 93 RON; Gasolina – 95 RON;

Para o aproveitamento ideal, o motor deveria ter uma taxa de

compressão variável, o que, apesar de ser tecnicamente possível, não é
viável para um produto comercial de baixo custo.

1. Taxa de compressão elevada – Otimiza funcionamento a álcool,

porém, existe a tendência à detonação com funcionamento a gasohol.
Para evitá-la, é necessário trabalhar com a ignição da mistura muito
atrasada, elevando as temperaturas de escape. Desta forma, torna-se
necessário enriquecer muito a mistura em regimes de carga para resfriar
a câmara.

Índice 8
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2. Taxa de compressão baixa – Otimiza funcionamento a gasohol,

penalizando excessivamente o seu rendimento com maiores porcentagens de
álcool ou álcool puro.

3. Taxa de compressão intermediárias – Traz um melhor compromisso

para todas as misturas de combustíveis, não alcançando o mesmo nível de
rendimento das taxas de compressão dedicadas aos “extremos” de mistura.

4. Definições estratégicas – A definição da taxa ideal é função direta não

apenas dos combustíveis utilizados mas também da aplicação direta do
veículo e do motor.

Índice 9
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Poder Calorífico

O álcool tem poder calorífico consideravelmente inferior ao da gasolina: 29

kJ/g contra 44 kJ/g. Isso implica um consumo maior de álcool para gerar a
mesma quantidade de energia que a gasolina.

Entretanto, devido ao aumento proporcionalmente maior da vazão de

combustível, o resultado é um ganho na potência gerada pelo motor à álcool,
em uma mesma condição de aspiração se comparado ao gasohol ou
gasolina.

Índice 10
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Curva de destilação

Embora o etanol tenha um ponto de ebulição similar ao ponto médio da

gasolina pura (78,3 °C do primeiro contra 105 °C do segundo), O etanol
evapora mais lentamente devido ao seu maior calor latente de vaporização,
840 kJ/kg contra 350 kJ/kg.

Além disso, a gasolina, por ser composta por diversos hidrocarbonetos, tem
curva de destilação progressiva com fração considerável, vaporizada a baixas
temperaturas, facilitando o funcionamento a frio.

Quanto maior a porcentagem de álcool na mistura, maior a dificuldade de

partida e dirigibilidade a frio.

O motor a álcool não parte com temperatura inferior aos 15 °C.

Índice 11
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Corrosividade

A utilização de álcool exige materiais com proteção adequada em todos os

componentes em contato direto com o combustível, tais como:

• Galeria de combustível
• Válvulas injetoras
• Regulador de pressão
• Reservatório de combustível
• Bomba e filtro
• Linhas
• Sedes de válvulas
• Anéis de pistão

Índice 12
Sistema Flex

Soluções propostas
1. Sensor de combustível na linha de alimentação

2. Incremento da porcentagem de álcool através da razão

estequiométrica, detectada pelo sensor de oxigênio nos gases de
escape.

3. Algumas montadoras optaram pela robustez do sistema utilizando

uma sonda exclusivamente para a detecção do combustível utilizado.

4. Necessita de sistema de partida a frio.

Índice 13
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Testes de emissões gasosas

Um protótipo Flex foi submetido a testes de emissões segundo o ciclo
FTP-75, com 3 proporções diferentes de combustível. Os resultados
mostrados a seguir são de 2 testes com cada mistura.

Emissões gasosas com Gasohol

Emissões (g/km)
HC CO NOx R-CHO
Resultados 0,17 0,52 0,05 0,006
Limites legais 0,30 2,00 0,60 0,030

Índice 14
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Testes de emissões gasosas

Emissões gasosas com álcool hidratado

Emissões (g/km)
HC CO NOx R-CHO
Resultados 0,18 0,61 0,09 0,025
Limites legais 0,30 2,00 0,60 0,030

Índice 15
Sistema Flex

Testes de emissões gasosas

Emissões gasosas com 50% de gasohol + 50% de álcool hidratado

Emissões (g/km)
HC CO NOx R-CHO
Resultados 0,15 0,79 0,06 0,011
Limites legais 0,30 2,00 0,60 0,030

Índice 16
 Sistema Flex

Conclusão
Motores multicombustíveis são tecnicamente possíveis de serem
comercializados.

O usuário pode definir o tipo de combustível a ser utilizado de acordo com

os itens que julgar mais importante: Custo, desempenho, dirigibilidade, etc.

Todas as combinações possíveis de combustível atendem a legislação

vigente.

Utilizando-se o GNV, os resultados apontam que uma maior taxa de

compressão otimizaria ainda mais o rendimento termodinâmico do motor.

Índice 17
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Alguns exemplos de definições de hardware e

software das montadoras

Fiat GM VW Ford
Veículo Palio Corsa Gol Fiesta
Motor 1.3 8V fire 1.8 8V PWT - Fam i 1.6 8V AP 1.6 8V Zetec
Tx. Compr. 11:1 10,5:1 10:1 10,8:1
Sistema de Marelli Delphi Marelli Marelli
Alimentação Iaw 4AF.SFS IAW 4 AVP.SFS

Índice 18
Sistema Flex

Diferenças físicas
no sistema

Índice 19
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Diferenças em relação ao sistema convencional (gasolina)

Injetor de combustível dimensionado quanto à vazão, para suprir as
necessidades do motor para funcionamento com gasolina pura e com
álcool puro.

Reservatório principal e linha de combustível devem possuir tratamento

anticorrosivo para trabalhar continuamente com álcool puro.

Bomba de combustível deve ser resistente ao funcionamento contínuo com

álcool puro.

Sensor de nível de combustível com saída de sinal para central de

controle do motor.

Índice 20
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Diferenças em relação ao sistema convencional (gasolina)

Adoção de sistema de partida a frio, com implementação de estratégia para
funcionamento a partir de determinado percentual de álcool no combustível.

Manutenção do sistema de controle de emissões evaporativas.

Posicionamento do catalisador próximo ao coletor de descarga (close

coupled), para atender aos requisitos de emissões TIER I, e eliminar a
necessidade de pré-catalisador para redução da emissão de aldeídos.

Índice 21
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Diferenças físicas do motor flex/motor convencional

Componente Propósito da modificação
Novo pistão com o aumento da taxa de compressão
topo modificado para 11:1 (limitado pela
detonação). Este incremento de
taxa foi possível graças à
utilização da estratégia de sensor
de detonação ativo.
Descrição da modificação
o topo do pistão foi modificado
de modo a diminuir o volume da
câmara de combustão,
aumentando a taxa de
compressão do motor que passa
de 9,8:1 para 11,0:1.

1.3 8V FLEX 1.3 8V

GASOLINA

EM CASO DE PERDA DE
SINCRONISMO OS PISTÕES NÃO
TOCAM NAS VÁLVULAS

Índice 22
Sistema Flex

Componente Propósito da modificação Descrição da modificação

Sedes de válvulas O álcool, por seu poder de As sedes de válvulas de descarga
lubrificação menor e pela sua mudaram do material como 12 FS
combustão mais lenta, causa para o material ar 16 FS.
desgaste acentuado em sedes (sinterizado CR 12 )
de válvula. Nos motores a
álcool deve-se usar materiais
mais resistentes nas sedes de
válvulas para evitar desgaste
a estes componentes.

Índice 23
Sistema Flex

Componente Propósito da modificação Descrição da modificação

Guias de válvulas Pela condição de trabalho mais As guias de válvulas de aspiração
crítica das sedes de válvulas e descarga mudaram para um
no motor, trabalhando à álcool, e material mais resistente
pelo menor poder de lubrificação (sinterizado)
deste combustível, deve-se
utilizar materiais mais resistentes
nas guias de válvulas para
garantir que estas não sofrerão
desgaste durante a vida do motor.

Índice 24
Sistema Flex
Componente Propósito da modificação
Eixo de comando O eixo de comando foi
de Válvulas modificada para aumentar o
rendimento volumétrico, pelo
aumento de levantamento e pelo
maior atraso no fechamento das
válvulas. Ao mesmo tempo,
também melhora os níveis de
emissão de poluentes pela
diminuição do cruzamento das
válvulas.
Índice
Descrição da modificação
O eixo de comando passa do eixo
com diagrama de aspiração
7°/35° de descarga 37°/5° com
levantamento 8,0 mm para o eixo
com diagrama de aspiração
2°/41° de descarga 42°/1° com
levantamento 9,0 mm.
25
Sistema Flex

Componente Propósito da modificação Descrição da modificação

Coletor de A mistura ideal do álcool é de No coletor de aspiração origem
aspiração 9,0:1 e a da gasolina é de 13,2: 1, palio 1242 8V, acrescentou-se o
assim a quantidade de orifício de aspiração do sistema
combustível injetado no motor, de partida a frio depois do corpo
quando está funcionando a álcool, de borboleta.
é da ordem de 40% maior quando
está funcionando à gasolina, isto
exigiu a adoção de novos bicos
injetores com maior vazão. além
desta modificação, teve que ser
incluído o orifício calibrado para
injeção de gasolina após a
borboleta.

Índice 26
Sistema Flex

Componente Propósito da modificação Descrição da modificação

Coletor de O álcool tem uma particularidade Foi adotado o primário com
descarga. de emissões que é a formação de catalisador Close Coupled,
aldeídos, o que ocorre origem Palio 1242 8V Itália
principalmente na partida a frio. nacionalizado.
Isto é resolvido aproximando-se o
catalisador do motor, fazendo
assim com que o catalisador
esquente mais rápido, diminuindo
as emissões de aldeídos. Este tipo
de catalisador é o Close Coupled.

Índice 27
Sistema Flex
Componente Propósito da modificação
Sistema de partida O álcool apresenta dificuldade de
a frio partida em temperaturas abaixo
de 15 °C, por isso, teve que ser
introduzido um sistema de partida
a frio que usa gasolina.
E.C.U.
4AF.SFS
Índice
Descrição da modificação
Foi introduzido um sistema de
partida a frio com orifício
calibrado para injeção de gasolina
após a borboleta de aceleração.
28
Sistema Flex

Componente Propósito da modificação Descrição da modificação

Sistema de injeção o sistema de injeção do motor A central de injeção Marelli 4 AF
eletrônica multifuel tem que lidar com um teve a capacidade de seu
software de funcionamento para 2 processador aumentada.
combustíveis e as misturas entre
eles, por isso, o processador da
central de injeção 4 AF teve sua
capacidade aumentada.

Índice 29
Sistema Flex

Reservatório e linha de combustível

Características do reservatório
Material - Aço SAE 1008 EP, com
acabamento superficial estanhado, para
atender a utilização contínua com álcool
(E100).

Característica da linha
Material 1- Tubulação em aço INOX, para
atender a utilização
contínua com álcool (E100).
Material 2- Tubulação em plástico.
NOTA: devido ao sistema poder operar exclusivamente com E100, não são
admitidos componentes de materiais suscetíveis à corrosão ou aumento da
condutividade do combustível (ex.: aço, latão, alumínio, etc.) sem
acabamento superficial.
Índice 30
Sistema Flex

Estratégias e lógicas
de funcionamento do sistema

Índice 31
Sistema Flex

Introdução
O sistema de controle do motor com o SFS Flex caracteriza-se por permitir
o uso de qualquer mistura de combustível entre gasolina Brasil (E22) e
álcool (E100).

O funcionamento do SFS baseia-se na identificação lógica do tipo de

combustível em uso e na otimização da gestão do motor em função desse
combustível.

Índice 32
 Sistema Flex

Para tal, foram introduzidas algumas novas estratégias e outras foram

adequadas:

• Sensor Lógico
• Auto-adaptatividade
• Cálculo do tempo de injeção (modelo injetor)
• Gestão do avanço
• Filme fluido
• Combustível na partida
• Partida a frio
• Aquisição do nível de combustível
• Redundâncias

Índice 33
Sistema Flex

Conceitos
O funcionamento da estratégia SFS baseia-se nas informações provenientes
da estratégia de controle da mistura em closed-loop, e conseqüentemente nas
informações do sensor de oxigênio (Sonda Lambda).

O SFS monitora o valor médio do termo que corrige a quantidade de

combustível aplicada ao motor para manter a combustão estequiométrica e,
em função deste termo, recalcula o valor da relação A/F ( ar/ combustível)
presente no motor.

Índice 34
Sistema Flex

Habilitação da Estratégia SFS

Durante o funcionamento da estratégia SFS o sistema de controle do motor
sofre alguns interventos, onde a auto-adaptação da sonda é desativada.

Sendo assim, deve-se habilitar o seu funcionamento somente quando for

necessário, limitando a influência no funcionamento normal do motor.

Índice 35
Sistema Flex

Primeira partida com

NCM virgem imposto Habilitação estratégia

Nível de combustível
(Abast. > 3 l; cons. 20 l)
Nível do tanque
abaixo de 6 litros
SFS habilitado
Scanner imposto (o NCM
reaprende após 32 s)
Percurso acima de
400 km
Após corrigir o mau
funcionamento de alguns
sensores e atuadores

Índice 36
Sistema Flex

Duração da Estratégia SFS:

70 ml volume da 35 segundos validação

tubulação de envio do A/F

Tempo máximo em marcha lenta na pior condição 15 minutos

Índice 37
Sistema Flex

Lógica da aprendizagem da estratégia SFS:

Tensão da sonda
lambda (mV)

 Tinj => Razão Ar/comb.

Tempo (ms)

Índice 38
Sistema Flex

Sistema de injeção e Meio Ambiente:

Recomendações Importantes

• Faça sempre que possível a coleta seletiva das embalagens e peças

substituídas do sistema de injeção

• Não descarte o líquido de limpeza e de teste da máquina de limpeza de

injetores em vias hídricas (rios) ou esgoto

• Não descarte combustíveis não utilizados ou refugados em vias hídricas

(rios) ou esgoto

Índice 39
Sistema Flex

Sistema de injeção e Meio Ambiente:

• Evite desligar as velas com o motor funcionando em fase de testes e
diagnóstico, pois além de aumentar as emissões de gases poluentes, o
funcionamento do catalisador fica comprometido. Evite este tipo de teste,
porém quando necessário, desligue o injetor

• Utilize adequadamente o sistema de coleta de óleos lubrificantes sempre

que possível

• Panos e malhas encharcadas de óleo e graxa devem ser recolhidas de

forma adequada

• Oriente sempre o cliente quanto aos planos de manutenção programada

Índice 40
Sistema Flex

Busque orientações em canais competentes

WWW.ANP.GOV.BR
http://www.anp.gov.br/petro/lubrificantes.asp
(link para empresas coletoras de óleo usado)

WWW.CEMPRE.ORG.BR

Índice 41
Sistema Flex

Sistema de injeção e Meio Ambiente:

Lembre-se:

O Meio Ambiente depende de você!

Índice 42