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QUÍMICA INORGÂNICA II
CAPÍTULO 3
3 - Mecanismos de Reações Inorgânicas
3.1 - Introdução
As reações dos compostos de coordenação ferquentemente
ocorrem em meio líquido, a partir de soluções, onde as
moléculas do solvente competem, entre si e com os ligantes,
pelo íon metálico central. Logo, a reação de formação do
complexo é de substituição.
Conteúdo
MX + Y → MY + X (1)
Introdução 95
Onde X representa o solvente e Y representa o ligante.
O estudo dos mecanismos de reações dos compostos de Equilíbrio de Coordenação 96
coordenação pode ser conduzido com base na termodinâmica e Teoria do Estado de Transição 97
na cinética de formação dos complexos.
Substituição Nucleofílica e Reação de
Assim como ocorre nos demais compostos, os mecanismos de Eliminação 99
reação nos complexos seguem etapas e, dentre elas, uma atua
como determinante do processo. As teorias utilizadas na Reação de Adição 100
explicação dos mecanismos e tipos de reação dos complexos
também são as mesmas empregadas para outros casos,
ajustadas as peculiaridades deste tipo de composto.
O estudo quantitativo da estabilidade dos compostos de Destaques
coordenação pode ser feito através do uso da “constante de Referencias Bibliográficas 101
estabilidade” ou da “constante de formação” (Kf) desses
compostos. A estabilidade dos complexos é determinada pela
energia de ligação metal-ligante (M-L).
A ligação é caracterizada quantitativamente pelas constantes
que descrevem o equilíbrio dos complexos formados.
96 3.2 - Equilíbrio de Coordenação
A constante de equilíbrio, Kf, é a constante de formação do
complexo. Um valor elevado para Kf ocorre quando há presença
[ML]
K1 (2) de ligantes fortemente coordenados ao átomo central,
[M][L] comparado à força de coordenação da água.
A estabilidade do complexo em solução é amplamente
investigada quando mais de um ligante pode ser substituído.
[ML 2 ]
K2 (3) Na formação de um complexo do tipo [MLn], onde ocorrem várias
[ML][L] etapas, as reações de equilíbrio de coordenação podem ser
escritas por:
M+L ML
[ML n ] ML + L ML2
Kn (4) ....
[ML n-1 ][L] MLn-1 + L MLn
Exemplo:
Quando a constante de formação k1 para um ligante bidentado,
tal como a etilenodiamina, é comparada com o valor de β2 para o
complexo bis-amino, geralmente o primeiro é maior:
Logβ2 = 7,7 ∆rHθ = -46 kJ. mol-1 ∆rSθ = - 8,4 J K-1 mol-1
Duas ligações Cu-N similares são formadas em cada caso.
Contudo, a formação do quelato é favorecida
3.3 - Teoria do Estado de Transição 97
A teoria das colisões, desenvolvida por Lewis e Hinshelwood em
1920, tendo por objetivo o cálculo das constantes de velocidade
é bastante limitada. Considera o modelo de esferas rígidas para
as moléculas, supõe a não existência de forças intermoleculares,
considera apenas o movimento de translação e é aplicável aos
gases.
A B [ AB]
K
P
Onde,
k#: constante de equilíbrio do
Figura 3.3: Representação da variação da energia potencial em complexo ativado;
função da formação do complexo ativado.
kB: constante de Boltzmann
A equação de Eyring-Polanyi é portanto:
h: constante de Planck;
kT #
k B kC T: temperatura.
h
98 Formulação Termodinâmica da Teoria do Estado de
Transição
Empregando a equação de Gibbs para a formação do complexo
ativado temos:
G o # RT lnK #
e
G o #
K e
# RT
Com,
h
k: constante de velocidade Como
desenvolvida usando a teoria do
estado de transição. ∆Go# = ∆Ho# - T∆So#
Logo,
S o # H o #
kT
k { B }e R
e RT
h
3.4 - Substituição Nucleofílica 99
Embora possam apresentar ampla variação os mecanismos de
substituição de ligantes podem ser simplicficados em mecanismo
SN1 (substituição nucleofílica unimolecular – primeira ordem) e
mecanismo SN2 (substituição nucleofílica bimolecular – segunda
ordem).
Em Complexo Octaédrico
Para os complexos octaédricos, o mecanismo SN1 representa
uma dissociação com liberação do ligante que será substituído,
Figura 3.5 e 3.6. Deste modo, a reação pode ser representada
por:
v = k[L5MX]n+[Y-]
O fato dos complexos de NC = 4 apresentarem um maior número Figura 3.6: Reação de substituição para
de espaços vazios em torno do átomo central permite a o complexo [Ni(H2O)6]2+.
ocorrência de reações mais diretos e mais facilmente
compreensíveis do mecanismo SN2, Figura 3.7.
Adição Oxidativa
Ocorre nos complexos quadrado planares em que o par de
elétrons axial não ligante se liga a um ácido de Lewis e o par
Figura 3.8: Mecanismo de reação de isolado da base ou de um H se coordena ao metal atuando como
adição por inserção de uma molécula ácido, resultando em uma oxidação de dois elétrons (d8 para d6).
para o complexo [Mn(CO)5CH3]. Exemplo: