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Sumário:

Sociedade e poder em Portugal: criação


do aparelho burocrático do Estado.
O absolutismo joanino.
ESPECIFICIDADE PORTUGUESA

SOCIEDADE PODER POLÍTICO

•Nobreza mercantilizada •Poder real fragilizado pela Restauração

•Debilidade da burguesia •Afirmação do absolutismo régio com D. João V:

➢culto da pessoa régia

➢consolidação do aparelho burocrático


do Estado
Sociedade- A preponderância da nobreza fundiária e
mercantilizada

➢Reforço político da nobreza após a Restauração da Independência em 1640.


➢ A nobreza de sangue manteve até meados do século XVIII, quase em regime
de exclusividade, o acesso aos cargos superiores da monarquia:
•Comando das províncias militares
•Presidência dos tribunais de corte
•Vice-reinados da Índia e do Brasil
•Administração do império colonial
•Missões diplomáticas importantes

Consequência:
➢Garantia do usufruto dos bens da coroa e ordens militares
➢Aumento do seu património
➢Concorrência da nobreza à burguesia no comércio ultramarino,
surgindo o cavaleiro-mercador
➢Dificuldades de afirmação da burguesia
Aplicação dos lucros deste comércio

➢Aquisição de terras

➢Compra de artigos de luxo numa ostentação excessiva da sua condição


superior

PODER POLÍTICO
CRIAÇÃO DO APARELHO BUROCRÁTICO DO ESTADO
▪A organização de poderes obriga à sua organização. Em Portugal a reorganização do
aparelho burocrático, prende-se com a necessidade de criar estruturas capazes de
viabilizar as medidas que a situação de guerra do reino exigia em 1640.
Dinastia de Bragança ou Brigantina
Dinastia de Bragança ou Brigantina

D. João IV – o D. Luísa de Gusmão


Restaurador D. João V D. Maria Ana de Áustria
22º monarca – o Magnânimo

D. Afonso VI – o Vitorioso D. Pedro II – O D. Maria Sofia de Neuburgo D. José I D. Mariana Vitória


Foram regentes: Pacífico – o Reformador
D. Luísa de Gusmão (1656-1662)
D. Pedro (1667-1683)

D. Pedro III D. Maria I


– a Piedosa

D. João VI D. Carlota Joaquina


– o Clemente
Dinastia de Bragança ou Brigantina

Casamento
1633

D. João IV, o Restaurador D. Luísa de Gusmão


1604-1656. 1613-1662
Reinado: 1640-1656 Rainha e regente do Reino
durante a menoridade de
D. Afonso VI

Descendência
Teodósio Ana Joana Catarina Manuel D.Afonso VI D Pedro II
COGNOME

D. João IV foi cognominado o Restaurador por ser o rei que restaurou a


independência de Portugal, depois de 60 anos de domínio filipino

ATUAÇÃO / FACTOS D. João IV

• A sua maior preocupação foi assegurar a recém-proclamada


independência de Portugal face à vizinha Espanha. Com
esse fim, reorganizou militarmente o reino e afirmou a
soberania do país através de uma intensa atividade
diplomática junto das cortes estrangeiras.

• Iniciou a reconquista das possessões do nosso império


ultramarino, perdidas durante o domínio espanhol.

• Reorganizou a administração pública.


ATUAÇÃO / FACTOS

• Foi regente do Reino seis anos (1656-62), em nome de seu filho,


Afonso VI.

• Durante a sua regência, Portugal obteve uma das maiores vitórias da


Guerra da Restauração, na batalha de Linhas de Elvas.
D. Luísa de Gusmão
• Também durante o seu governo, realizou-se o casamento da infanta
D. Catarina com o rei Carlos II de Inglaterra, o que selou a aliança
luso-britânica na Guerra da Independência.

PECULIARIDADES / CURIOSIDADES
Atribui-se à personalidade forte da rainha o ter incentivado seu marido a
encabeçar a Restauração de 1640, dizendo-lhe :
“ Mais vale morrer reinando do que viver servindo.” ou, segundo uma
versão mais popular, “ Mais vale ser rainha por uma hora do que
duquesa toda a vida.”
Esta filha de João IV casou com o rei
inglês Carlos II, em 1662, levando
como dote Tânger, Bombaim e 300 mil
libras. Tímida, formal e piedosa, era
dedicada a Carlos que, embora a tenha
magoado com múltiplas infidelidades,
lhe era genuinamente devotado.
Neste retrato, encontra-se vestida ao
gosto da corte portuguesa, o qual foi
muito escarnecido em Inglaterra, onde
reinava uma moda mais desinibida e
provocante. A rainha rapidamente
abandonou este tipo de indumentária,
mas nunca abandonou a fé católica,
apesar de ter reinado num país
protestante.

Com base no texto da National Portrait Gallery


que acompanha o retrato aqui reproduzido

Catarina de Bragança (1638-1705) , retratada por Dirk Stoop, c. 1660.


National Portrait Gallery, Londres
1666
Casamento
anulado por
Bula Papal

D. Afonso VI, o Vitorioso D. Maria Francisca Isabel de Saboia


1643-1683 1646-1683
Reinado: 1656-1683
COGNOME

Afonso VI foi cognominado o Vitorioso porque, durante a Guerra da


Restauração, numa década, Portugal «alcançou tão grande nomeada,
que ninguém se pode comparar com ele no número de vitórias e na
glória que delas resultou» (António Pereira de Figueiredo)

ATUAÇÃO / FACTOS

• Rei aos 13 anos, mostrou sempre incapacidade para o governo.

• Alheado das funções governativas, quem de facto governava era o


seu escrivão da puridade, Luís Vasconcelos e Sousa, conde de
Castelo Melhor. Afonso VI

• Forçado pela conjura palaciana que contra ele se urdiu, abdicou do


trono, em 1667.

PECULIARIDADES / CURIOSIDADES
Tendo tido uma gravíssima doença em criança, ficou muito diminuído
mental e fisicamente. Tinha um comportamento impróprio de um rei e foi
considerado pelos médicos mentecapto e impotente. O seu casamento
foi anulado num processo que causou escândalo.
D. Pedro II , o Pacífico D. Maria Francisca Isabel de D. Maria Sofia de Neuburgo
1648-1706 Saboia 1666-1699
Reinado: 1683 a 1706 1646-1683
1668 1687

Isabel Luísa

João D. João V Francisco António Teresa Manuel José D. Francisca Josefa


COGNOME
D. Pedro II foi cognominado o Pacífico porque foi no seu reinado que se
fez a paz com Castela, pondo fim à longa Guerra da Restauração
(Tratado de Lisboa,1668).

D. Pedro II
ATUAÇÃO / FACTOS

• Governou como regente do Reino desde 1667 até à morte de D.


Afonso VI (1683). Foi rei de 1683 até à morte, em 1706.

• Por intermédio dos seus ministros, com destaque para o Conde da


Ericeira, implementou uma política mercantilista.

• Celebrou com a Inglaterra o Tratado de Methuen (1703).

PECULIARIDADES / CURIOSIDADES
Casou com a cunhada, D. Maria Francisca de Sabóia, depois da
anulação papal do casamento de seu irmão, o rei Afonso VI.
1708

D. João V, o Magnânimo Maria Ana Josefa de Áustria


1706-1750 1683 -1754
Reinado: 1706-1750 Foi regente do Reino duas vezes,
durante períodos de doença do rei.

Maria Bárbara Pedro D. José I Carlos D. Pedro III Alexandre


COGNOME

D. João V foi cognominado o Magnânimo devido ao apoio dado às artes


e às suas recompensas generosas , ou o Rei-Sol Português devido ao
luxo da corte do seu tempo e à forma absolutista como governou.

D. João V
ATUAÇÃO / FACTOS

• Governou de forma absolutista. Nunca convocou Cortes.


• Reorganizou a administração central.
• Apoiou as artes e as letras.
• Através de faustosas embaixadas, projetou o brilho da corte
portuguesa não só na Europa mas também no Oriente.
• Assegurou a extensão das fronteiras do Brasil para além dos limites
estipulados pelo Tratado de Tordesilhas.

PECULIARIDADES / CURIOSIDADES

Segundo a tradição, a mando d'El- Rei o Marquês de Abrantes procurou


informar-se do preço de um carrilhão (para o Convento de Mafra) tendo-
lhe sido indicado o valor de 400.000$00 réis, quantia tida como
demasiado elevada para um país tão pequeno. Ao que D. João V,
ofendido, (…) terá respondido: “Não supunha que fosse tão
barato; quero dois!”
Construção que representa o seu poder

Palácio e Convento de Mafra. Gravura da época


➢D. João IV cria logo no inicio do seu reinado, um núcleo administrativo central – as
secretarias
➢Intervém em áreas fundamentais:
• Criação do Conselho da Guerra para a defesa
• Reforma do Conselho da Fazenda para as finanças
• Reestruturação do Desembargo do Paço, para a justiça

Na 2ª metade do séc. XVII o rei tomou com firmeza as rédeas do poder e da governação. O
reforço do poder real esbateu o peso político da nobreza e apagou o papel das Cortes como
órgão do Estado.

As Cortes foram convocadas 5 vezes por D.João IV (período pós restauração), 3 vezes por D.
Afonso VI e apenas 1 vez por D. Pedro II (1697).
Só voltaria a verificar-se reunião de Cortes à maneira antiga, em 1828, aquando da aclamação
de D.Miguel como rei de Portugal.

Com D. João V e em reinados posteriores, as cortes deixaram de ser convocadas, o que revela a
tendência para um Absolutismo máximo.
D. João V- encarnação do rei absoluto

Política Interna- Reformas Joaninas:

➢1763- reforma das três secretarias existentes.


➢Recusa em reunir as Cortes.
➢Controlo pessoal sobre a administração pública.
➢Submissão da nobreza.
➢Realce da figura régia através do luxo e da etiqueta.
➢Adotou a moda francesa, quer no trage, quer no cerimonial.
➢Criou uma rígida hierarquização marcada pelo protocolo da Corte.
➢O rei assume um lugar central nas atenções e no poder.
➢Praticou o mecenato nas artes e nas letras: patrocinou bibliotecas, promoveu a impressão
de inúmeras obras e fundou a Real Academia de História.
➢Atraiu os artistas estrangeiros concedendo-lhe privilégios e financiou a saída de artistas
portugueses para o estrangeiro.
➢Empreendeu uma política de grandes construções para testemunhar a sua grandeza. São
ex: dessa política, a construção do Aqueduto das Águas Livres em Lisboa e o Palácio-
Convento de Mafra. Este último, símbolo de um tempo e do seu reinado.
Política Externa:

➢Neutralidade face aos conflitos europeus, salvaguardando os interesses


do império e do comércio.

➢Procurou desenvolver uma política que lhe proporcionasse prestígio


internacional.

➢Apostou numa política de boas relações com o Papa.

➢Levou a cabo grandiosas missões diplomáticas, reveladoras do seu


poderio.

➢ Serviu-se da arte barroca para afirmação da sua autoridade e do seu


poder.
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DE APRENDIZAGEM

- Referir a importância do movimento da Restauração.


- Caracterizar a estrutura da sociedade portuguesa no século XVII.
- Enunciar a importância dos cargos coloniais para a nobreza.
- Explicar como encarou a nobreza o comércio..
-Referir as consequências da existência de uma nobreza mercantilizada.
- Explicar como reestruturou, D. João IV, a administração central.
- Identificar o objetivo de uma estrutura administrativa mais complexa.
- Explicitar como se processou a administração durante o governo de D. Afonso VI.
-Referir o papel das cortes durante o reinado de D. Pedro II.
- Apresentar o contexto em que D. João V ascendeu ao trono.
- Destacar as características do absolutismo joanino.
- Explicar como se manifestou a centralização do poder régio.
- Referir em que consistiu a reforma administrativa realizada por D. João V.
- Explicar a importância da corte durante o reinado de D. João V.
- Referir como se manifestava o cerimonial de etiqueta na corte joanina.
- Identificar as manifestações de grandeza da corte joanina.
- Referir a importância do patrocínio das artes e das letras.
- Identificar as medidas tomadas no âmbito das obras públicas.

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