Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTIGO DE REVISÃO
RESUMO
o endotélio vascular é uma camada de células finas que reveste a superfície luminal de todos os vasos
sanguíneos. Atualmente observa-se que sua função não é de simples barreira de difusão passiva entre os
elementos do sangue circulante e o tecido intersticial. O endotélio intacto provê uma interface não
trombogênica entre o vaso e os componentes sanguíneos, favorece a vasodilatação em diferentes
condições de fluxo e estresse parietal, além de promover reparos nas áreas lesadas. Sua integridade é
essencial a regulação do fluxo sanguíneo e proteção contra a trombólise. O endotélio pode ser
considerado o maior órgão paracrino do organismo, que responde a vários estímulos, produzindo e
secretando localmente grande número de compostos metabolicamente ativos, que atuam nas células
vizinhas. O objetivo deste trabalho é expor conceitos modernos deste importante sistema orgânico.
Unitermos: endotélio vascular-tendência, homeostase, sistema vasomotor, vasoconstri tores,
vasodilatadores.
]
r
4,4% da massa do coágulo sanguíneo. Liga-se calmodulina, que atua como coenzima em diversas
covalentemente a fibrina, podendo ser importante na reações plaquetárias, iniciando, assim, a desgranulação
adesão e migração de fibroblastos, células endoteliais e e a contração actomiosina plaquetária por uma via
monócitos no local da lesão30. independente do ácido araquidônic023.
b) Agregabilidade plaquetária - A agregabilidade
- Fator de ativação das plaquetas
plaquetária é um fenômeno que depende apenas do
O fator de ativação plaquetária (PAF) é um
endotélio e da própria plaqueta. Não depende do fator
fosfolipídeo derivado da fosfatidilcolina da membrana
Von Willebrand; depende de tromboxano 2 (TxA2), do
plaquetária, que parece estar implicado na fisiopatologia
endoperóxido cíelico, do ADP e talvez do PAF (Platelet
activating factor). Portanto, fenômeno totalmente distinto
de diferentes processos patológicos, como a asma, o
da adesividade4. choque anafilático, a psoríase, que é capaz de ativar as
plaquetas por uma via independente, a do ácido ~
A mensuração da agregabilidade plaquetária é
araquidônico e/ou liberação de cálcio intracelular. Além
realizada através de um agregômetro, que consiste de
disso, apresenta importante efeito sobre o tônus e a
um medidor de densidade óptica, acoplado a uma
permeabilidade vascularl3.21.
impressora que registra as mudanças ocorridas no mate-
rial biológico, ao qual é adicionado um indutor de
Inibidores fisiológicos da coagulação - O sangue
agregação!. se mantém líquido graças a perfeita relação entre a
trombogênese-fibrinólise e, sobretudo, a presença de
c) Ativação plaquetária -A ativação das plaquetas
substâncias cujo papel é inibir fisiologicamente a
ocorre após a aderência das plaquetas circulantes nas
coagulação espontânea. Nesse mecanismo, são
regiões dos vasos lesados onde ficam expostos o colágeno
da membrana basal e as miofibrilas. substâncias chaves no processo, a proteína C e a
trombomodulina.
A ativação pode desenvolver-se através de três vias
independentes, ainda que relacionadas entre si: a via do
Proteína C - A proteína C é um inibidor fisiológico
da coagulação, parecendo exercer também atividade
ácido araquidônico, a via do cálcio-calmodulina e a via
fibrinolítica. Sua ativação é consideravelmente acelerada
do fator de ativação plaquetária (PAF)'I.
Sua ativação se dá transformando-as em pequenas
na superfície do endotélio por um cofator, a
esferas com múltiplos pseudopodos. As plaquetas se
trombomodulina, sintetizada pelas células endoteliais, a
qual constitui um dos sítios receptores da trombina na
depositam em forma de uma única camada e também
superfície do endotélio.
aderem umas as outras formando agregados reversíveis.
O complexo trombina-trombomodulina ativa a
A ativação plaquetária segue três vias possíveis:
- ativação do metabolismo do ácido araquidônico proteína C, enquanto a trombina é inativada por
- aumento dos íons de cálcio citoplasmático (via internalizaçãodo complexo e subsequente desagregação.
cá Icio-ealmodulina) A proteína C ativada inibe os fatores Va e VIlIa.
- liberação do fator de ativação plaquetária (PAF) As tromboxanas por suas propriedades acima
descritas, são consideradas as "vilãs" na patogênese da
- Via metabolismo do ácido araquidtmico aterosclerose e acidentes vascular('s. O tnltamento
A partir do ácido araquidônico são produzidas as
proposto é diminuir a produção alravés da aspirina que
tromboxanas, através da transformação dos endope-
age inibindo a ciclooxigenase, ou l~ntão através de ~
róxidos (PGG2e PGH2) pela ação do sistema enzimático
inibidores específicos da tromboxane-sintetase.
tromboxane-sintetase existente nas plaquetas23.
A esperança atual é um bloqueador específico do
As tromboxanas são substâncias que produzem
receptor da tromboxane ainda em desenvolvimentos.
vasocontrição no Im:al da lesão vascular, agregação 1
plaquetária e ativa a fosfolipase A, contribuindo para a ENDOTÉLlO - FUNÇÃO DE
desgranulação plaquetária. Exerce seus efeitos aumen- HOMEOSTASIA
tando o cá leio iônico intracelulare pela união a receptores
específicos dos granulos e provocando a inibição do 1. Produção de fatores anticoagulantese fibrinolíticos
AMPc. a) ativador do plasminogênio tissular - tP A
Apresenta uma meia-vida muito curta, reduzindo- b) pro coagulante
se a tromboxane B2 e malondialdeido, compostos 2. Receptor-modulador de substâncias vasoativas e
inativos. envolvidas na agregação plaquetária e coagulação:
a) acetilcolina,
- Via cálcio-calmodulina b) serotonina,
Esta via de ativação plaquetária é mediada pelo c) trombina,
colágeno e pela trombina, produzindo uma ativação d) nucleotídeos de adenosina,
direta pelo aumento brusco de cálcio iônico livre no e) ácido araquidônico,
citosol. O cálcio provém do meio externo da plaqueta e f) bradicinina,
do sistema tubular denso. Forma um complexo com a g) vasopressina
J
r
ENDOTÉLIO VASCULAR. PARTE I: FUNÇÃO E PROPRIEDADE 81
Rcvista
dcCiências
Médicas
- PUCCAMP, Campinas. 3(3): 76-84, sctembro/dczcmbro 1994
82 F.A. Cardoso el aI.
-Fator de crescimento insulina-simile (lGF) biologia e biopatologia vascular. Sabe-se que este fator
Os fatores de crescimento insulina-simile (IGF) apresenta intensa atividade angiogênica.
são peptídeos mitogênicos estruturalmente homólogos O TGF-beta induz a expressão de diversos
a pro-insulina, descritos no homem sob duas formas componentes da matriz como pro-colágenos de tipos I,
IGF-I e IGF-II, de acordo com a análise de sequência de 11,III e V, elastina, fibronectina alémde vários receptores
aminoácidose caracterização de DNAc;complementares. para estas substâncias.
Embora o fígado tenha sido apontado como o principal Os efeitos do TGF-beta podem ser amplificados
local de síntese, evidências recentes sugerem que os por outros fatores como o Fatorde Crescimento Derivado
IGFs estão distribuídos porumgrande número de tecidos de Plaqueta (PDGF-AA), uma vez que ambos tem a
em mamíferos. capacidade de aumentar mutuamente a expressão de
Os IGFs são constituídos por cadeias lineares RNA mensageiro.
semelhantes, possuindo o IGF-I e o IGF-II, respectiva- 1
I)articipação em patologias do sistema cardiovas-
mente, 70 e 67 aminoácidos. Existem duas subespécies cular
de RNA mensageiro para o IGF-I, designadas por IA e
Com as múltiplas funções exercidas pelas células
IB. Estas parecem constituir variantes de uma mesmo
endoteliais é compreensível a extensa participação nas
gene IGF-I, por "splicing" na região 3', conservando
patologiasdo sistemacardiovascularcomo na hipertensão
quatro domínios na região traduzida7.
arterial pulmonar, provocando um remodelamento dos
A ação do IGF-I foi inicialmente concebida como
vasos pulmonares, na hipertensão arterial sistêmica, na
endócrina e dependente do hormônio de crescimento.
aterogênese, na doença hipertensiva específica da
Hoje, admite-se entretanto, a produção local de IGF-I
gravidez, nas dislipemias, nas coronariopatias, nas
em diversos órgãos e tecidos, tendo nessascircunstâncias,
doenças imunológicas, principalmente dos vasos (vale
atuação do tipo autocrina e paracrina, menos dependente
lembrar o fenômeno de Raynaud)17.18.
do GH. Estudos recentes indicam que a proporção entre
Todas estas doenças vasculares com compro-
o IGF-I produzindo localmente e aquele derivado do
metimento local, como as placas ateromatosas, a
sangue circulante varia consideravelmente de tecido
tromboembolia, como as de comprometimento sistêmi-
para tecido. Isto comprova a heterogeneidade do seu cos estão sendo revistas a luz deste novo conceito e
efeito endócrino em diferentes órgãos. Há evidências
participação dos elementos endoteliais, e muitas
indiscutíveis de produção local e ação autócrina do IGF-
novidadesdeverão surgir tanto no campo da compreensão
I em parede arterial.
fisiopatológico, mas principalmente terapêutico.
Além da característica mitogênica que requer a
presença de fatores de competência, IGF-I é capaz de SUMMARY
induzir a síntese de tropolasti na em tecido puImonar, em
células musculares lisas arteriais. Vascularendothelium. Part I: fundion and
Por todas estas ações seria interessante especular a property
respeito da expressão dos IGFs e de seus receptores, The vasclllar endOlhelillm is a layer of lhim ceUs that
assim como de sua ação elastogênica, em condições de covers the lllminal sllrface of aUlhe blood vessels. At
desdiferenciação celular patológica como ocorre na present we llave observed t//at its fimction is not only of
doença vaso-oclusiva puImonar. a simple passive diffilsion barrier between the e!emens
- Fatorde crescimento transformador tipo beta (TGF) of the circlllating blood and the interstitial tisslle. The
O fator de crescimento transformador (TGF) do intactendothe!illmprovides a non-thombogenic interface
between the vesse! and the blood elements, favors
]
tipo beta-l é um homodímero com peso molecular 25
kDA (duas cadeias interligadas por ponte dissulfídicas), I'lIsodilatationindifferent stream conditions andparietal
pertencente a uma grande família de proteínas sress, besides promoting repairs in injllred areas. lts
homólogas. Esta família inclui, além dos TGF-beta de integrity is essential to the reglllation of blood stream
1 a 5, uma série de outros peptídeos com cerca de 30% and protection against thrombo/ysis. The endothe!i/lm
de homologia. can be considered the largest paracrim organ of the
A seqÜência do DNA complementar é conhecida, whole body, wich respond to many stim/lflls, locaUy
sendo o RNA mensageiro expresso em diversos tipos prod/lcing and secreting a wide n/lmber of metabolically
celulares normais e malígnos. A fim de que possa active compollnds, whicfl act in Neighboring ceUs. The
exercer sua atividade através de receptores específicos, objective of this revision is to expose modern concepts
o TGF-beta é liberado de complexos inativos por of this important organic system.
modificações do pH, ou atividade proteinolítica a partir Keywords: endothelium vascular-thendency, vasomotor
da ativação do plasminogênio14. system, homeostasis, vasoconstrictor agents, vasodilator
O TGF-bcta desempenha papel importante na agents.
J
..
r
ENDOTÉLIO V ASCULAR. I'ARTE I: FUNÇÃO E PROPRIEDADE 83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALMEIDA, 1'.1.,PIRES,l.P.G.,MARQUEZINI,Al.et smooth mllsclecells. FEBs Letter, Amsterdam, v.238,
aI. Platelets, vessels and coagulation: basic p.249-252,1988.
mechanisms and drug actions. lournal of Drug and 15. KROLL, M.II., SCHAFER, A.L. Biochemical
Development, v.2, p.227-240, 1990. meehanisms of platelct activation. Blood, Duluth,
2. BASSEGNE, F., HUCKSTOFF, e.H. Endothelium- v.74, p.1181-1195, 1989.
mediated control of coronary circulation. Acta 16. LAIHO, M. KESKI-OJA, 1. Growth factores in the
Cardiologica, Bruxelles, v.46, p.419-24, 1991. rcgulation of pericellular proteolysis: a review.
3. BOES, M., DAKE, B.L., BAR, R.S. Interationsof cultures Cancer Research, Baltimore, v.49, p.2433-2553,
endothelial cells with TGF-beta, bTGF, PDGF and 1989.
IGF-I. LifeSciences, Oxford, v.48, p.811-821, 1991. 17. LUSCIIER, TF., BOCK, H.A., YANG, Z. et aI.
4. BRAUNGARTNER, H.R., MUGGLI, R., TSCIIOI'P, Endothelium-derived relaxing and eontracting
T.B., TURRITTO, V.T. Platelet adhesion, release faetors: perspeetives in nephrology. Kidney
and aggregation in tlowing blood: effects ofsurface lnternalional, New York, NY, v.39, p.575-590, 1991.
properties and platelet function. Thrombosis and 18. , DIEDERICH, D. et aI. Endothelium-
Ilaemostasis, Stllttgart, v.35, p.124-138, 1976. dependent responses in carotid arteries of
5. BROWN, M.S., GOLDSTEIN,l.L. Areceptor-mediated normotensive and hypertension. Ilyperlension,
pathway for cholesterol homeostasis. Science, Dallas, v.U, p.573-578, 1988.
Washington, DC, v.232, p.34-47, 1986. 19. MEl-ITA, 1. Plaqlletas and prostaglandins in coronay
6. CANNON, P.J. Eieosanoids and the blood vessels wall. heart disease: rationale for use of platelet-suppressive
Circulalion, Dallas, v.70, p.523, 1984. drllgs. lAMA, Chicago, v.249, p.2818, 1983.
7. CHEN, G.,SUZUKI, H. Someelectrieal propetiesofthe 20. MEHTA, 1'., MEIITA, 1., LAWSON, O., KROP, L.,
endothelium-dependent hyperpolarization in arterial LETTS, L.G. Lellkotrienes potentiate the effects of
smooth mllscle cells ofthe rat.lournal ofPhysiology, epincphrine ano trombin on human platelet
London, v.421, p.521-534, 1989. aggregalion. Thrombosis Research, Elmsford, v.41,
8. COCKS, 1'., ANGUS, 1.A. Bioassay of lhe release of p.731,1986.
endothelillm-derived relaxing factor (EDRF) from 21. MONCADA, S., VANE, 1.R. Physiology in medicine
isolated endothelial cells in vitro. In: BEVAN, 1.A., araehioonio aeid metabolites and the interactions
GODFRAIND, Y., MAXWELL, R.A., STOCLET, between platelets and blood-vassel walls. New
1.S., WORCEL, M. (eds). Vascular neuroeffects EnglandlournalofMedicine, Boston, v.298,p.1122,
mechanisms. Amsterdam : Elsevier, 1985. p.131- 1978.
136. 22. MULLANE, K.M., SALMON, l.A., KRAEMER, R.
9. DUSTING, G.1., MONCADA, S, VANE, 1.R. Lcllkocyte-derived metabolites of arachidonio acid
Prostaglandins, their intermediates and precllrsors: in isehemic-induced myocardial injury. Pedialric
cardiovaselllar actions and reglllatory roles in normal Progress, v.46, p.2422, 1987.
and abdominal eirclllatory systems. Progress in 23. NEEDLEMAN, P., TURK, 1., lAKSCHIK, B.A.
Cardiovascular Diseases, New York, NY, v.21, MORRISON,AR., LEFKOWITII,l.B. Araehidonie
p.405,1980. aeid metabolism. Annual Review of BiocJlemislry,
10. DYNERMANM, 1.L., MEIITA, 1.L. Endothelillm, Paio Alto, v.69, p.102, 1986.
platelel and lellcoeyt interaelions in ischemis heart 24. PALMER, R.M., ASIITON, D.S., MONCADA, S.
disease: insighs into potenlieal mechanisms and Vaseular endothelial eells synthetize nitric oxide
lheir clinical relevanee. lournal of lhe American from L-arginine. Nalure, London, v.333, p.664-666,
College ofCardiology, New York, NY, v.16, p.207- 1988.
222, 1990.
J 11. FURCHGOTT, R.F., ZAW ADZKI,l.V. The obligalory
25. PHOL, V., BUSSE, R. Endothelium-dependent
modlllation of vaseular tone and platelet funetion.
role endothelial cells in the relaxition of arterial European Heart lournal, London, v.11, p.35-42,
smooth muscle by acetylcholine. Nalure, London, supplement B, 1990.
v.288, p.373-376, 1980. 26. RUBANYI,G.M., LOREMZ, R.R., VANHOUTrE, P.M.
12. GRIFFITII, TM., EDWARDS, D.H., LEWIS, M.1. et Bioassay ofendothelium-derived relaxing factor(s):
aI. Evidence that eyclie gllanosine monosphophatc inactivation by eatecholamines. American lournal
(cGMP) mediates cndOlhclillm rclaxation. European of Physiology, Bethesda, v.249, p.1I95-11101, 1985.
lournal ofPlrarmacology,Amsterdam, v.112, p.195- 27. SAKSELLA, O., RIFKIN, D.B. Release of basie
202,1985. fibrobalast grawth factor-heparan sulfate eomplexes
13. HARKER, L.A, FUSTER, R.D., DETWILER, Te. fram endothclial eells by plasminogen aetivator-
Pharmacology of platelet inhibitors. lournal of mediated prateolytic aetivity .lournal ofCellBiology,
American College of Cardiology, New York, NY, New York, NY, v.11O, p.767-775, 1990.
v.8, p.21B-32B, 1986. 28. VALLANCE, P., COLLER,l., MONCADA, S. Effects
14. KOMURO, 1., KURlKAWA, 11., SUGIYAMA, 1'., of endothelillm derived nitrie oxide on peripherie
TAKAFU, F., YASAKI, Y. Endothelin stimulates c- arteriolar tone in manoLancet, London, v.2, p.997-
fos and c-nycexpression and proliferation ofvascular 1000,1989.
-
Revista de Ciências Médicas PUCCAMP, Campinas, 3(3): 76-84, setembro/dezembro 1994
84 F.A. Cardoso et aI.
29. VANE, J.R., ANGGARD, E.E., BOTTING, R.M. 31. VRINTS, G., GERMAN, A.G. Role of endothelium in
Regulatory functions of the vascular endothelium. the regulation of coronary artery tone. Acta
New England Journal of Medicine, Boston, v.323, Cardiologica, Bruxelles, v.46, p.399-418, 1991.
p.27-35,1990. 32. YANAGISAWA, M., KURIHARA, 1-1.,KIMURA, S.et
30. VERMYLEN,J., VERSTRAETE,M.,FUSTER, V. Role a!.A novel potent vasoconstrictor peptide byvascular
of platelet activation an fibrin formation in endothelial cells. Nature, London, v.332, p.411-
thrombogenesis. Journal oftlreAmerican College of 415, 1988.
Cardiology, New York, NY, v.8, p.2B-9B, 1986.
.1