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C apítulo 4 - FORTALECIMENTO OPERANTE

A regularidade dem onstrada nos fenômenos reflexos — tanto incondicionado com o


condicionado - ilustra o tipo de ordem a ser encontrada entre com portam ento e
am biente. Todavia, muitas das atividades dos organismos superiores não parecem
enquadrar-se num modelo reflexo de com portam ento. Essas incluem as ações humanas
que foram descritas^ántes de Descartes como voluntárias, espontâneas intencionais e
propositais, e que resistiram à análise experim ental até o início do século vinte. Uma
ilu s tr a ç ã o e s c la re c e d o ra sobre onde term inam os reflexos e começam esses
com portam entos é encontrada na seguinte passagem:

quando um gato ouve um rato, volta-se para a fonte do som ,vê o rato, corre em
sua direção e lança-se sobre ele. Sua postura em cada estágio, mesmo na seleção do
pé que dará o prim eiro passo, é determ inada por reflexos que podem ser
demonstrados um a um em condições experimentais. Tudo que o gato tem a fazer é
decidir se persegue ou não, todo o resto está preparado para isso pelos seus reflexos
posturais e locom otores” (Skinner, 1957, p. 343).

Por trás da proposição ilusoriamente simples de “tudo que o gato tem a fazer e
decidir” encontra-se o ponto de partida para um a ciência daqueles com portam entos cujas
ocorrências não estão relacionadas reflexam ente à presença im ediata de um eliciador ou a
uma história de em parelham ento de dois eliciadores.

4.1 - INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO PROPOSITAL


N o estudo dos reflexos e respostas condicionadas vimos que a explicação e
com preensão científicas surgiram através da descoberta progressiva e da elaboração de
relações entre certos aspectos do com portam ento (as respostas, variáveis dependentes)
e certos aspectos do am biente (as variáveis independentes, estím ulo e história passada).
C a d a descoberta de um a nova relação ou lei do com portam ento foi um evento
im portante na história do reflexo. Á medida que nossas leis começam a se empilhar e
se misturar, sentimo-nos justificados em falar acerca de um a compreensão parcial do
com portam ento reflexo.
A n á lis e e x p e r im e n ta l tem procedim ento similar com os com portam entos

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que chamaremos, por enquanto, “ propositais” . Desde o trabalho pioneiro de Thorndike
com gatos e pintos sobre aprendizagem, os psicólogos têm , progressivamente, persistido
na procura de relações entre o com portam ento proposital e outros eventos.
Em geral, a procura dessas relações não nos conduziu ao longo dos mesmos caminhos do
reflexo. Contudo, um a abordagem funcional já foi iniciada. Considere o problem a no
desenvolvimento de tal abordagem: como procedemos para encontrar as variáveis ou
eventos aos quais o com portam ento proposital possa estar significantemente
relacionado?
Inicialmente, devemos proceder por intuição e observação grosseira. Se tivermos sorte,
podemos cum prir nossa tarefa ajudados por um a especulação filosófica avançada. Vinte e
cinco anos antes de T h o rn d ik e,o filósofo britânico Herbert Spencer escreveu o seguinte.
“ Suponha, agora, que ao estender sua cabeça para apanhar um a presa de difícil
alcance, um a criatura falhe rapidamente. Suponha que, ao lado do grupo de ações
m otoras aproxim adam ente adaptadas para alcançar a presa a esta distância... um
pequeno movimento do corpo para a frente (ocorre). O sucesso, ao invés do fracasso,
será alcançado... Quando as circunstâncias se repetem , esses movimentos musculares
que foram seguidos por sucesso são provavelmente repetidos: o que foi inicialmente
um a combinação acidental de movimentos será agora um a combinação que tem
probabilidade considerável” (Spencer, 1878).
Na proposição de que “ aqueles m ovimentos musculares que foram seguidos por
sucesso são provavelmente repetidos” , Spencer estava enfatizando que o que um o r­
ganismos faz agora está, de algum m odo, relacionado com as conseqüências do que o
organismo fez no passado. Aqui, então, está a deixa que Thorndike, e mais tarde Skinner,
deveriam seguir extensivamente.
O com portam ento proposital é aquele que é quase totalm ente definido por suas
conseqüências. Considere a Tabela 4.1. Em cada ato ali citado, o objetivo do com por­
tam ento está relacionado de perto com as conseqüências. Dizemos que amarramos um

Tabela 4.1
ALGUNS COMPORTAMENTOS “PROPOSITAIS” DOS ANIMAIS E HOMENS, SEUS
ASSIM CHAMADOS PROPÓSITOS, E SUAS CONSEQÜÊNCIAS PASSADAS REAIS.

COMPORTAMENTO PROPÓSITO CONSEQÜÊNCIAS

Amarrar um sapato Para m anter o sapato 0 sapato fica no pé


Comprar um a capa de chuva Para não molhar A chuva não molha
Entrar em um restaurante Para almoçar Você almoca
Abrir um a torneira Para obter água Aparece a água
Escrever uma carta Para assegurar uma resposta A resposta é obtida
Cavar um buraco Para escapar do frio Obtém-se calor

sapato para m anter nosso sapato no pé, mas uma proposição equivalente é que
amarramos nosso sapato e, ontem quando o amarramos, ele ficou no pé. A proposiçãode
que os ratos se refugiam em buracos para escapar do frio pode equivalentem ente ser
expressa com a proposição de que os ratos frequentem ente, no passado, refugiaram-se em
buracos e encontraram tem peraturas mais elevadas.

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EXERCÍCIO 2.
Transforme cada um dos com portamentos e propósitos da Tabela 4.1 em propo­
sições equivalentes que expressem simplesmente o com portam ento presente e o com ­
portam ento passado com suas conseqüências.

Aparentem ente, temos duas maneiras de representar o mesmo com portam ento, na
nossa língua: 1 ), o proposital no qual empregamos o termo para (ou de modo a) e que
implica no tem po futuro; 2 ), o descritivo, no qual especificamos o com portam ento
presente e o associamos com o que aconteceu no passado. A redundância na repre­
sentação é desperdício e usualmente é evitada pelos cientistas. Na presente argu­
mentação, deveremos rejeitar a linguagem proposital e adotar a linguagem mais descritiva
por uma razão lógica. O com portam ento não pode ser relacionado com eventos futuros,
isto é, eventos què ainda não aconteceram . Um lembrete algo desagradável pode ser
retirado da seguinte ilüstração:

“ Durante a guerra, os russos usaram cães para bom bardear tanques. Um cão era
treinado para se esconder atrás de uma árvore, arbustos ou outro esconderijo
qualquer. Quando um tanque se aproximava e passava, o cão corria ao seu lado e
uma pequena mina magnética, presa às suas costas era suficiente para danificar o
tanque ou incendiã-lo. O cão, naturalm ente, tinha que ser substituído” (Skinner,
1956, p. 228).
Apenas uma das duas possíveis descrições é satisfatória aqui. O cão corre na direção
ao tanque devido a certas conseqüências passadas de correr na direção de tanques.
(Presumivelmente eles eram ali alimentados ou acariciados, etc.) Nesse exem plo extrem o
é fácil rejeitar a proposição alternativa de que os cães corriam na direção dos tanques
para serem explodidos. Mesmo assim, a ilustração é útil para estabelecer o princípio geral
de que o futuro não determ ina o com portam ento.
Em resumo, uma classe m uito real e im portante de com portam entos surgida de
situações que parecem envolver escolha ou decisão, é chamada com portam ento
proposital. Esse com portam ento, deve ficar claro de um a vez, inclui-se na categoria de
Descartes de ‘'voluntário” e constitui a ação que os antigos chamavam “ intencional” .
Nossa análise presente, indica que esse com portam ento está de algum m odo relacionado
com suas conseqüências controlado por elas. Por essa razão, daqui por diante, deveremos
substituir o antigo term o proposital pelo term o “ instrum ental” de Thorndike, ou “ ope­
rante” de Skinner. Chamar o com portam ento de “ instrum ental” ou de “ operante” sugere
que, operando no ambiente, o com portam ento é instrum ental na obtenção de conseqüên­
cias. Nenhum desses term os implica o mesmo quadro conceituai indesejável que o term o
“ proposital” , m esmo assim ambos tentam aprender a noção fundamental de que as
conseqüências passadas de tal com portam ento são um de seus determ inadores impor­
tantes.

4.2 UM EXPERIMENTO PROTÓTIPO

Se um rato de laboratório, faminto, é colocado na caixa ilustrada na Fig. 4-1 e certos


procedim entos são efetuados, um núm ero de efeitos com port ame ntais interessantes
podem ser observados.

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Para os objetivos da presente análise, as características significativas da caixa são ( 1 )
uma bandeja para o fornecim ento de um a pequena pelota de alimento para o rato e ( 2 )
uma alavanca ou barra, projetando-se da parede da frente, que, quando pressionada para
baixo com uma força de cerca de 10 g, fecha um m icro-interruptor, perm itindo um
registro autom ático desse com portam ento. Os aspectos significantes do rato são os
seguintes: ( 1 ) é sadio e foi acostum ado a com er um a refeição por dia, por volta da mesma
hora em que se encontra na caixa. (2) Foi previamente adaptado a essa caixa e, durante
este período de adaptação, o alim ento era ocasionalmente fornecido na bandeja. Agora,
ele se aproxim a prontam ente da bandeja de alim ento e come-o sempre que este'está
disponível.

Figura 4.1 - U m a câmara experim ental baseada na caixa originalm ente usada por B. F.
S kinner para o estudo do com portam ento instrum ental no rato e ou tro s pequenos
m am íferos (Will R appo rt).

Considere o seguinte experim ento. O rato é cuidadosamente observado nessa caixa


por um período de 15 m inutos. Durante este tem po, nenhum alimento é fornecido na
sua bandeja. Não será difícil observar a ocorrência de com portam entos que chamamos
exploratórios. O rato cheira os cantos, cheira a bandeja, pressiona ocasionalmente a
barra, levanta-se apoiando suas patas dianteiras nas paredes e assim por diante. Além
disso, o animal frequentem ente se engaja em atividades de “limpeza” e de farejar, e
ocasionalmente permanece quase com pletam ente imóveL Todas essas atividades são
exemplos daquilo que os psicólogos usualmente rotulam de respostas. É suficiente, no
presente, observar a seguinte precaução: esses com portam entos não são respondentes
(nenhum eliciador específico pode ser encontrado para eles. Isso não significa que eles

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não dependam, em grande parte, da construção da caixa para que ocorram. Não obstante,
eles parecem ser emitidos na ausência de qualquer estím ulo específico. Por essa razão,
eles são frequentem ente referidos como respostas emitidas.
A observação dos com portam entos emitidos por um animal na situação onde
nenhum a conseqüência especial está sendo fornecida para qualquer resposta é conhecida
como a observação do nível operante. Os registros do nível operante servem com o um a
im portante linha base em relação à qual deveremos, mais tarde, com parar os efeitos da
liberação de conseqüências especiais para um a ou mais respostas emitidas.
Depois de 15 m inutos de observação dessas várias respostas emitidas, iniciamos o se­
guinte procedim ento. Cada vez que observamos que o rato pressiona a barra, im ediatam ente
fornecemos um a pelota de alirtiento na bandeja. Agora, pela primeira vez na história do rato,
o com portam ento de pressionar a barra tem a conseqüência especial de produzir
alimento. Não será necessário esperar m uito para ver os efeitos dessa nova contingência
n o c o m p o rta m e n to do rato. Logo o animal estará ativamente ocupado com
com portam entos de pressionar a barra e com er. Algumas mudanças ou modificações bem
m arcantes em seu com portam ento ocorrem no espaço de poucos minutos.
Na linguagem comum, dizemos que o rato aprendeu a pressionar a barra para obter o
alimento. Tal descrição contribui pouco para a proposição de que o rato está agora
pressionando a barra frequentem ente e está obtendo alimento. 0 que desejamos fazer é
descrever em detalhe, e tão quantitativam ente quanto possível, as mudanças no
com portam ento as quais resultam da simples operação de liberar um a conseqüência
especial, para apenas uma das atividades normais do indivíduo que ocorre na situação.
Para fazer isso, consideremos quatro maneiras com plem entares de encarar as mudanças
no com portam ento do rato quando, com o o foi aqui, um de seus com portam entos é
selecionado e recebe um a conseqüência favorável.

4.3 - MUDANÇAS NA TAXA ABSOLUTA

O experim ento que descrevemos é um exemplo dos experim entos protótipos sobre o
com portam ento operante realizados por B. F. Skinner em 1930. Uma das mudanças
com portam entais marcantes que ocorre sempre que um com portam ento, com o o
pressionar uma barra, é seguido por alim ento, é que o com portam ento aum enta
grandemente em freqüência. Será útil considerar o aum ento que ocorre na freqüência,
quando o com portam ento já existente é sujeito a um a conseqüencia especial, com o um
fortalecim ento deste com portam ento. Então, o processo que estamos examinando agora
po d eria ser chamado de fortalecim ento do com portam ento operante, ou mais
brevemente, fortalecim ento operante.
As mudanças na freqüência de um dado com portam ento são vistas mais claramente
no aparelho similar a um quimógrafo, de Skinner, que registra, à tinta, as ocorrências
sucessivas da resposta selecionada e as acumula verticalmente num papel de registro, ao
mesmo tem po que a pena se move continuam ente no tem po na direção horizontal. Para
com preender esse aparelho, que pode justificadam ente ser chamado de microscópio dos
behavioristas, leia o programa da Tabela 4.2 passo por passo. Escreva suas respostas nos
espaços fornecidos para isso. Prossiga, passo por passo, até chegar ao fim.

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Tabela 4-2 (continuação)
Neste diagrama, a taxa aum enta constantem ente de um valor ba
próxim o d e___________ para um valor alto próxim o d e ----------------
Um aumento na taxa é chamado aceleração positiva. A aceleraç
positiva é vista neste diagrama/no diagrama do quadrado acima (m arq
qual).
A aceleração negativa refere-se a um (a ) -------------------------------------
na taxa.
A aceleração negativa é vista no diagrama deste quadro/no do qua
acima (marque qual).
Para registrar outros eventos que ocorrem enquanto c animal e
respondendo, a pena move-se rapidam ente 4 para o sudeste'' e retor
novamente. No diagrama à esquerda, a pena traçou uma linha d e --
para____Nesse ponto, a pena retornará imediatamente p a ra ------------
A pequena marca diagonal ("traço ou risco") e m ----------------------
____foi feita pelo mesmo movimento da pena com o m ostrado ein d —
A marca ou risco “sudeste” é frequentem ente usada para indicar q
uma resposta produziu alguma conseqüência especial.. No diagra
deste quadro, essas respostas foram registradas somente pela mar
vertical e m ---------------- - e ----------------- •
No diagrama deste quadro, uma resposta recebeu uma conseqüênc
especial e m --------------
N a p r á tic a , o traço vertical feito p o r um a umca resposta é m u
pequeno para ser facilmente identificado. E ntretanto, podemos u
a --------------------- da curva em qualquer ponto com o um indicador v
do da taxa de resposta.
No diagrama, a taxa foi mais alta en tre_____ e ________ zero entre
— e ------ -- e de um valor interm ediário e n tre ____e _____ __ ______
T abela 4-2 (continuaçao)
Quando os degraus são tão pequenos que nao podemos contar a
tas, podemos ainda determ inar o núm ero de respostas entre doi
no registro usando uma escala.
No diagrama deste quadro, a porção vertical da escala à direit
que aproxim adam ente respostas foram em itidas en
/ /
no registro cumulativo à esquerda.
£ | '00 Se o papel se move m uito devagar, não será possível medir acur
,1' g>50 te o tempo entre duas respostas, mas ainda assim podem os dete
S 5 10 tem po passado entre dois pontos escolhidos^
Sl ------- 1------- L_
M in u to s No diagrama deste quadro, a porção horizontal da escala à di
diz que as respostas a e b do registro cumulativo à esquerda oc
com um intervalo de aproxim adam ente minutos.

d
No diagrama a esquerda, após com pletar cerca de 100 resposta
e b , o animal parou por um curto p e r í o d o J " q
f ----- - " ~ e então emitiu cerca de ---- -- ------------- respostas en
/ £ 5 10
a £ ---- ------ »
aM M in u to s
D
&
s vezes, um a curva cumulativa e usada para registrar a progressão de um automóvel em movimento e,
ação indica a velocidade do movimento. Quando uma curva cumulativa é usada para registrar o co
nima! a inclinação in d ic a ---------------------

de resposta” significa o núm ero de respostas por unidade de tempo. Num registro acumulativo, o
ostas pode ser determinado pela distância percorrida pela pena na direção-------------

gistro cumulativo o tempo é indicado pela distância percorrida pela pena na d ire ç ã o ---------------------------
TABELA 4-2
UMA SEQÜÊNCIA DE INSTRUÇÃO PROGRAMADA SOBRE CO
REGISTRO CUMULATIVO DA RESPOSTA (ADAPTADO DE SKIN

Uma larga tira de papel desenrola-se de um rolo. A ponta d


move-se vagarosa e constantem ente para a esquerda. Uma p
O b
sobre o papel traçou um a linha que começa e m __________ e
e m ------------------------- —__________________________

O m ovimento vagaroso do papel sob a pena traçou a linha horiz


_a ____________ . Em b a pena moveu-se repenti
percorrendo uma distância pequena para cima até

No diagrama à esquerda, o papel percorreu um a distância peque


da posição m ostrada no diagrama do quadro acima. A pena fix
uma segunda linha horizontal de _____________ a __________

No diagrama deste quadro, a pena já ocupou as quatro posiçõ


c, d. Ela ocupou a posição____________ primeiro e________
últim o.
No diagrama deste quadro, o tem po que decorreu entre c e d f o
----- do que o tem po que decorreu entre a e b -------------------------------
Tabela 4-2 (continuação)
Ao registrar as respostas emitidas por um organismo, a pena move
cima e traça um a linha vertical curta cada vez que um a resposta é
No diagrama à esquerda, um experim ento começou quando a pen
em a. A primeira resposta ocorreu em
No diagrama, tres respostas toram emitidas rapidamente e co
taxa constante e m ----------------------- --------------- e ----------------

No diagrama a esquerda, as três respostas registradas em a


emitidas _____________ rapidamente do que as três em b,--------

Q uanto mais rápido o responder, tanto ---------------- as pausas entre as respostas.


Quanto mais alta é a taxa de respostas, tanto — .-------------- a linha horizontal traçada
pela pena entre respostas sucessivas.
No diagrama do últim o quadro, quanto mais rápido o responder, tan to _______________
a inclinação da linha em degraus.
A taxa de resposta é mostrada p e la ____________ de linha em degraus.

As respostas no diagrama a esquerda começam com um


relativamente alta em a. O tem po entre as respostas sucessivas t
progressivamente_____________ __ ________________________
No diagrama, a inclinação da primeira parte da curva traçada p
começando em a é relativam ente___________________________
A que se parecem as curvas cumulativas típicas do processe de fortalecim ento instru­
m ental? As curvas vistas na Fig. 4.2 são os registros de quatro ratos individualmente
submetidos ao procedim ento que descrevemos acima. As curvas indicam que o processo
de fortalecim ento é abrupto.

T em po (m inutos)

Figura 4.2 - Algumas curvas típicas de respostas acum uladas obtidas de ratos fam intos
no dia do fortalecim ento de um a resposta de pressão a barra pela prim eira vez. Como
cada resposta produz um a pelota de alim ento, os traços de alim ento estão om itidos
(Skinner, 1938).

0 efeito da conseqüência especial de alimento nem sempre ocorre im ediatam ente,


mas uma vez que ocorre, há uma m udança abrupta para uma nova e alta taxa de resposta
que é m antida no restante do experim ento.

4.4 MUDANÇAS NA TAXA RELATIVA

Uma segunda maneira conveniente de observar o processo de fortalecim ento da


resposta é considerar as mudanças de taxa na resposta selecionada em relação as
mudanças de taxa que ocorrem em todo o substrato das atividades que ocorrem na
situação. Por exemplo, numa dem onstração do fortalecim ento da resposta de pressionar
a barra para uma classe de graduaçã do Cornegie Institute o f Technology foram
registrados os seguintes com portam ent' de um rato, em 15 min, de nível operante, e 15
min subsequentes de fortalecim ento d? ^ssão a barra.

Rp = atividades de pressão à barra.


= farejar
= Puxar uma pequena corrente pendurada no teto
Ra = cheirar a bandeja de alimento
Rb = Estender uma pata em direção a um bloco de chum bo colocado em um dos can­
tos.
Ri = p e r m a n e c e r im ó v e l p or a p r o x jn v « d a r \vnre ’ 9 se g c o n t ín u o s .

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As freqüências dessas atividades durante o nível operante e durante o fortalecim ento
estão representadas nos histogramas da Fig. 4.3.

Rp Rf Rc Ra Rb Ri

COMPORTAMENTOS

Figura 4.3 - Freqüências relativas de vários com portam en tos que ocorrem n um a caixa
experim ental antes e depois do fortalecim ento do com po rtam en to de pressionar a barra

Olhando a Fig. 4.3, vemos claramente que não apenas a taxa de pressão a barra
aum entou, mas as taxas das outras atividades não associadas com alimento na situação
diminuíram.

4.5 - MUDANÇAS SEQÜENCIAIS NO RESPONDER

As modificações com portam entais que acompanham o fortalecim ento de um a dada


resposta se estendem além dessa resposta para muitas outras atividades. Em particular,
quando o alim ento é dado ao animal, todas as atividades envolvidas na obtenção de
alimento são tam bém fortalecidas. Mas o fortalecim ento não se limita simplesmente ao
aum ento na sua freqüência. Uma m udança na ordem em que o animal emite certos
com portam entos ocorre no fortalecim ento instrum ental. Uma ordem particular é
rapidam ente estabelecida e m antida. No experim ento de pressionar a barra, a seqüência é
(1) pressionar a barra, (2) aproximar-se da bandeja de alim ento, (3) pegar o alimento (4)
ingerí-lo, (5) aproximar-se da barra. (1) pressionar a barra... Em resumo, um elo contínuo
de com portam ento foi formado pela operação de tom ar o alim ento contingente à pressão à
barra. Esse elo é bastante diferente do padrão de seqüência de resposta vistas no ní'^1
operante. Dois m embros do elo estabelecido 1 e 2, servirão para ilustrar este ponto.
Ignoremos, por um m om ento, todos os outros com portam entos possíveis na situação e
limitemos nossa atenção ao ( 1 ) pressionar a barra e ( 2 ) aproximar-se da bandeja (U*

- 8b
alimento. Antes do fortalecim ento da pressdo à barra, essas duas respostas ocorrem de tal
m odo que, quando o animal em ite um a delas, é provável que ele repita essa rnesma
resposta novamente em vez de em itir a outra (F rick e Miller, 1951). Assim, um a
seqüência bastante típica de pressão à barra (R p) e respostas de aproximar-se da bandeja
(Ra), no nível operante, pode ser:

Rp Rp Ra Rp Rp Rp Ra Ra Ra ..

Durante o fortalecim ento, essa seqüencia muda rapidam ente para a alternação:

Rp Ra Rp Ra Rp Ra . ..

e dificilmente será visto outro padrão (Millenson e Hurwitz, 1961). Não se sabe quão
rapidamente esse processo ocorre, mas sob condições favoráveis, parece provável que s ja
quase tão instantâneo quanto a mudança na taxa absoluta de pressão à barra.

4.6 - MUDANÇAS NA VARIABILIDADE

Um indivíduo nunca emite um ato duas vezes exatam ente da mesma forma. Assim
como cada vez que escrevemos nosso nome, fazemo-lo ligeiramente diferente, assim
também cada vez que o rato pressiona a barra, ele o faz de um modo ligeiramente
diferente. Algumas pressões são feitas com a pata esquerda, algumas com a direita,
algumas vom o nariz e algumas com o om bro. Mesmo assim, agrupamos todos esses casos
e dizemos que a classe de respostas que chamamos pressões à barra é constituída de todas
as possíveis maneiras de pressionar uma barra. Durante o fortalecim ento de tal classe de
resposta, estamos realmente fortalecendo esses casos individuais de respostas, cada uma
das quais difere ligeiramente de seus semelhantes.
Esse fortalecim ento dos membros da classe de com portam entos que constituem a
pressão a barra tem um efeito marcante na form a final em que o com portam ento se
estnbelece. Enquanto inicialmente, no nível operante, o rato tende a pressionai a barra de
muitas maneiras diferentes, depois do fortalecim ento, tende a fazê-lo de poucas maneiras.
Em outras palavras, os casos individuais tornam-se cada vez mais semelhantes. Expressa­
mos este resultado dizendo que a topografia do com portam ento se restringe durante o
fortalecim ento instrum ental. A topografia de uma resposta refere-se à maneira pela qual o
animal emite a resposta. Estritam ente falando, a topografia parece dizer respeito aos
músculos realmente empregados no m om ento da ocorrência da resposta. 0 registro de
tais eventos, todavia, apresenta dificuldades. Como uma tentativa para fazer isso, pode-se
empregar uma câmara para fotografar o animal no m om ento em que a resposta é con­
cluída. Guthrie e Horton (1946) tiraram fotografias de gatos e cães quando o com porta­
m ento que produzia uma conseqüência especial era o de inclinar uma vara que estava no
centro da caixa do animal. A Fig. 4.4 ilustra alguns exemplos extrem os da estereotipia do
com portam ento depois do fortalecim ento. Cada animal adota uma topografia idiossincrá­
tica e só se afasta dela em qualquer ocasião determinada apenas em detalhes. Um
exemplo surpreendente de estereotipia humana no com portam ento instrum ental apren
dido é visto na Fig. 4.5.

— 86 —
‘r f t i ' t f h d i d i

Figura 4.4 - Desenhos das respostas de dois gatos e um cão em emissões sucessi­
vas de um a resposta de inclinar um a vara (Kim ble, 1956, segundo G uthrie e Hor­
ton, 1946).

4.7 - OPERANTES E ESTÍMULOS REFORÇ ADORES

Em resumo, então, os quatro efeitos do fortalecim ento de um a resposta são:


1 —aum entar a taxa desta resposta em relação ao seu nível operante;
2 — aum entar a taxa dessa resposta em relação à táx a de outro com porta­
mento que está ocorrendo na situação;
3 — transform ar num elo, que é sempre repetido, o padrão ou seqüência das
respostas envolvidas;
4 — aum entar a estereotipia da resposta selecionada.

A pressão à barra, o puxar a corrente, explorar com o nariz, inclinar uma vara e assim
por diante são atos convenientes escolhidos pelos experim entalistas para estudar esses
efeitos. A adequação desses com portam entos para o estudo do fortalecim ento operante
depende criticamente da sua capacidade de serem modificados com o foi descrito. F o r­
m almente, esses e outros com portam entos, assim fortalecidos, são definidos com o
operantes. Os quatro efeitos do fortalecim ento constituem o que chamaremos, daqui por
diante, de leis do fortalecim ento operante. Pressões à barra e outros com portam entos
simples dos animais são escolhidos para estudar essas leis porque eles são facilmente
observados e medidos pelo experiinçntador e facilmente executados em várias taxas pelo
organismo. No decorrer deste texto, continuarem os a am pliara aplicabilidade dessas leis
e do term o operante m uito além de pressão à barra e ratos.

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Na sua lei do efeito, Thorndike enfatizou a im portância de certas consequencias
espeicais do com portam ento. Eventos que eram “ satisfatórios” , dizia ele, e que seguiam o
com portam ento, atuavam de modo a fixar aquele com portam ento. Embora chamar
tais eventos de satisfatórios possa, à primeira vista, parecer uma especificação indepen­
dente e útil das conseqüências especiais, o fato é que fornecer uma definição satisfatória
para “satisfatória ' 1 é difícil. No caso do animal, não temos uma maneira de saber se um
evento é satisfatório, salvo pela observação de se ele atua no com portam ento de acordo
com as leis do fortalecim ento operante. No caso do ser humano podemos pensar que a
satisfação possa ser facilmente identificada, mas tente definir o term o. Coisas satisfa­
tórias são aquelas das quais gostamos, mas quais são essas coisas? Em últim a instância, as
coisas de que gostamos são aquelas que trabalharem os para obtçr. Mas dizer que trabalha­
remos por elas é outra maneira de dizer que faremos por elas o que o nosso rato fará
“ por” alimento. Somos, então, levados à conclusão de que a definição dessas conse­
qüências especiais é melhor concebida em termos de seus efeitos especiais no com porta­
m ento.

Figura 4.5 - Ted Williams com pletando


suas 2.000 rebatidas no prim eiro turno e
2.001 rebatidas no q uinto turno de um jo­
go disputado no Y ankee Stadium em 11
de agosto de 1955 (The New Y ork Times
and Patrick A. Burns).

Em resumo, temos um grupo de conseqüências especiais, especiais porque quando


usadas em conexão com operantes, como fizemos na seção 4.2, resultam em mudanças
características de com portam ento.
Uma lista parcial de tais conseqüências é conveniente. Para seres humanos e animais
superiores
Alimento
Água
Sexo
Calor
Novidade
funcionam dessa maneira.

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Uma conseqüência é sempre uma mudança no ambiente de um indivíduo. A apresen­
tação de alimento para nosso rato foi um a mudança 110 seu ambiente previamente sem
alimento. A conseqüência de pedir um copo d ’água pode ser um novo ambiente onde o
copo d’água aparece na mão de um amigo. A conseqüência de tirar o telefone do gancho
é um novo ambiente que agora inclui o sinal de discar. Poderíamos estender tais
exemplos indefinidam ente. Note, nosso ambiente foram definidas, no contexto dos
reflexos e do condicionam ento Pavloviano, como estímulos. É, então, evidente que, ao
falar de um certo grupo especial de conseqüências, nada mais estamos fazendo do que
delim itando, pelos seus efeitos especiais sobre operantes, um certo subconjunto de
estímulos. Podemos convencionalmente definir aqueles estím ulos que, ao seguirem o
com portam ento operante, atetam -no através das leis do fortalecim ento operante, como
estímulos reforçadores (S+) ou simplesmente reforçadores. A operação de apresentar um
reforçador denominaremos de reforçam ento.
Diz-se, algumas vezes, que os te n ro s operante e reforçam ento são circulares. Parece
que cada um é definido em term os do outro. Reforçadores parecem ser definidos como
aqueles eventos que fortalecem operantes; mas operantes parecem ser definidos com o
aqueles com portam entos que são suscetíveis de fortalecim ento pelos reforçadores. O
“ pequeno experim ento imaginário’ que se segue m ostra como a circularidade pode ser
quebrada.

Imagine um experimentador ingênuo diante de um Marciano. Ele observa um “orga­


nism o ” que nunca viu antes. O organismo faz alguma coisa. O experimentador , de sua
mala de conseqüências , apresenta uma aleatória. Será que o organismo executa nova­
mente esse comportamento com maior freqüência ou será que a conseqüência não tem
efeito algum? Se não , talvez o experimentador tente novamente outra conseqüência ou
tente , talvez , a mesma conseqüência , mas selediona outro comportamento. Por um
processo de tentativa e erro, o experimentador pode descobrir certas conseqüências e
certos comportamentos que funcionem das maneiras descritas nas seções 4.3 a 4.6. Tendo
descoberto uma conseqüência especial, ele pode continuar a usá-la para descobrir outros
operantes. Tendo encontrado um operante , ele pode continuar a usá-lo para descobrir
outras conseqüências. Pouco a pouco , o experimentador persistente construirá seus con­
ceitos de “ reforçadores ” para o Marciano e “operantes” do Marciano apenas através de
tais operações.

4.8 - 0 PARADIGMA DO FORTALECIMENTO OPERANTE

O que temos discutido no fortalecim ento operante é diversamente m encionado na


literatura de psicologia com o suscetiva, de ensaio e êrro, aprendizagem de efeito,
aprendizagem instrum ental, condicionam ento instrum ental, aquisição, condicionam ento
Tipo R (para resposta), aprendizagem operante e condicionam ento operante. Preferimos
restringir o termo fortalecim ento operante para as condições em que o com portam ento
que é reforçado já existe com um a certa força, maior do que zero, no m om ento em que o
fortalecim ento é iniciado. C ontudo, ao examinarm os outras fontes, é útil reconhecerm os
a equivalência desses vários nom es para o processo de fortalecim ento.
Estamos agora em condições de dar uma definição compreensiva do paradigma do
fortalecim ento operante. Tal com o o condicionam ento Pavloviano, ele tem quatro
aspectos: um. Dado, um Procedimento, um Processo e um Resultado.

- 89 -
DADO : 1 — Uma resposta operante sendo em itida num a freqüência maior
do que z e ra
2 - Um reforçador apropriado.
PROCEDIMENTO: Seguir cada emissão do operante selecionado com o estím ulo refor­
çador.

É útil representar o procedim ento de fortalecim ento operante simbolicamente. O


procedim ento pode ser representado simplesmente com o:

R -> S+

Onde R representa uma classe de resposta operante (constituída de r j , r 2 . . . rn), S+


re p re se n ta um estím ulo reforçador e a seta é lida como “ produz” ou “ conduz a” .

PROCESSO: Um aum ento abrupto na taxa do operante, sua incorporação rápida


num elo de com portam ento e uma restrição na topografia do ope­
rante.
RESULTADO: O mesrrto que no processo.

4.9 - OPERANTES VOCAIS

As atividades humanas que chamamos linguagem constituem possivelmente, o mais


complexo de todos os padrões de com portam ento hum ano. Até o presente m om ento, a
linguagem é ainda tão única para o organismo hum ano que pode m uito bem ser tom ada
como uma das propriedades principais que definem a espécie. Os elementos com uns de
todas as linguas são os sons produzidos pela vibração do ar que é expelido dos pulmões e
que passa através de um grupo de músculos na laringe, chamados de cordas vocais. A tensão
desses músculos, à medida que o ar passa através deles, está sob o mesmo tipo de controle
que governa os movimentos de outras partes do corpo. Conseqüentem ente, a produção
do som é com portam ento operante. A região maxilar, os lábios e a língua agem em
combinação com a laringe para moldar os sons e produzir mais de quarenta sons hum anos
diferentes, conhecidos com o fonemas, os quais são usados em várias combinações nas
línguas. Devido ao fato de que os sons dos fonemas são diretam ente dependentes dos
movimentos do aparelho vocal, a medida da produção do fonema constitue uma medida
indireta do com portam ento, do mesmo m odo que a medida da pressão a barra constitue
uma medida indireta dos movimentos realizados pelo rato ao pressionar esta barra.
A linguagem hum ana desenvolve-se a partir de sons não refinados, emitidos pelas
crianças. De um m odo surpreendente, um bebê, durante os primeiros 5 meses de vida,
emite todos os sons usados em todas as línguas fiumanas — nasais e fricativas francesas,
guturais germânicas, e assim por diante (Osgood, 1953). Esses sons são emitidos indepen­
dentem ente de estím ulos eliciadores e devem ser distinguidos do choro real de um bebê.
Durante os primeiros meses de vida, um bebê exibe um nível operante m uito alto de
produção de sons. Ele pode ficar horas produzindo sons de gargarejo estalos com a
língua, sibilos, gritos e roncos. O term o técnico balbucio é em pregado para denotar a
emissão espontânea desses com portam entos. Um progresso im portante no balbucio
ocorre por volta de seis meses, quando a estrutura seqüencial do balbucio é alterado de
modo que a criança tende a repetir sua própria produção vocal (gu-gu, dá-dá, lá-lá, etc).
As mudanças que ocorrem do balbucio à fala são complexas e um único gráfico não

- 9 0 -
é suficiente para descrever com pletam ente o progresso. Todavia, uma mudança im por­
tante que ocorre é a m udança na freqüência relativa dos diferentes sons pronunciados, à
medida que o bebê cresce. Assim, na França, os fonemas envolvidos no r francês e as
vogais nasais são fortalecidos pela comunidade que reforça — os pais da criança, seus
companheiros de brinquedos e, eventualm ente, seus professores. Em países de língua
inglesa, um grupo diferente de fonemas é modelado em palavras por um a comunidade
reforçadora diferente. O resultado desse fortalecim ento pode ser inferido de um grupo de
histogramas semelhantes aos da Fig. 4.3, porém mais complicados. Na Fig. 4.6, são vistos
os histogramas das freqüências relativas de 12 fonemas vocálicos (veja o Apêndice A
neste capítulo, para sua explicação) para crianças de várias idades e adultos. Podemos
inferir que o reforçam ento desses sons ajusta a sua freqüência àquela da com unidade
adulta.

recém -naícido _ -23-24 meses —


cu
<
c60
tf
C
o
o
<L>
O, — 5-6 meses - A d u lto ----

JZ t
i I e £ « A e o D o U u i I e C s A e o o o U u

Figura 4.6 - Perfis da freqüência de fonem as vogais, m ostrando a m udança gradual


da freqüência relativa em direção a um padrão típ ico do a d u lto na com unidade re fo r­
çadora das crianças (Irw in, 1952).

Uma prova mais direta dos efeitos de se reforçar sons produzidos pela criança surge
de experim entos de laboratório. Num experim ento, o com portam ento de bebês de 3
meses de idade foi observado enquanto eles permaneciam em seus berços. Durante duas
sessões de observação, um experim entador adulto recurvava-se sobre o berço a um a
distância um pouco maior do que 30 cm da criança e permanecia relativamente sem
movimento e sem expressão. Durante esse período, um segundo observador registrava a
freqüência de sons produzidos pela criança. Em duas sessões subseqüentes, o procedi­
mento foi o nesmo, exceto que o primeiro experim entador seguia cada som que não
fosse choro com um^sorriso”, três sons utsk” e um leve toque aplicado no abdom en da
criança com os dedos da m ão” . (Rheingold, Gewirtz e Ross, 1959, p. 28). Isto, natural
mente, é apenas:

R(balbucio) —> ^(sorrisos, sons, tocar o^abdomen)

O efeito do procedim ento foi um aum ento da freqüência do balbucio bem acima da sua
taxa ao nível operante durante essas sessões de fortalecim ento.
O experim ento dem onstra a natureza operante dos sons humanos. Muitos' outros
animais emitem sons, alguns dos quais são reforçáveis e outros não. Um chimpanzé foi
criado, desde o nascim ento, com um a família que tentou ensiná-lo a falar. (Hayes, 1951).
A tarefa foi difícil, porque o macaco, à primeira vista, não em itia som operante algum.
Os únicos sons que produzia eram gritos reflexos quando alim ento ou outros eliciadores

- 91 -
apareciam, e sons CR aos estím ulos que haviam sido previamente emparelhados com
esses eliciadores. Mrs. Hayes tentou seguir o seguinte procedim ento

o p PI _j_
°1 (visão do alim ento) (g ri to excitado) S (alim ento) [4.1]

na esperança de fortalecer a CR (gritar), reforçando-a. 0 procedim ento foi seguido por


muitos meses mais não foi efetivo, m ostrando que o com portam ento respondente con­
dicionado não está sob o controle de suas conseqüências. Eventualm ente, um som ahhhà
em itido apareceu, espontaneam ente, num dia e mostrou-se ser reforçável. O macaco
aprendeu, eventualmente, a dizer M am^ Papa e Cup através de procedim entos que
discutiremos num capítulo posterior.
É interessante especular sobre a im portância da história de f4 .ll para a produção
eventual do operante “ ahhha”. Foi £4.1) um precursor necessário para esse operante, ou
com a mera passagem do tem po poderia o macaco tê-lo desenvolvido, de qualquer
modo, na ausência de [4.1]? Uma das dificuldades principais para o desenvolvimento da
fala (com o a conhecemos) no macaco é a ausência de balbucio. Enquanto um bebê
balbucia para si mesmo por horas sem fim, num estágio comparável de desenvolvimento,
o bebê chimpanzé permanece quieto. Em geral, por vários dias, o chimpanzé não pro­
nuncia um único som. Logicamente, um nível operante maior que zero é um requisito
para fortalecim ento, pois alguma coisa deve existir para se reforçar.
Em experim entos com outros animais, verificou-se que o ladrar de cães, o miar de
gatos e alguns dos sons das aves são reforçáveis. Nestes casos, a freqüência da produção
de sons pode ser aum entada marcadamente, através de suas conseqüências especiais.

4.10 - A EXTENSÃO DO FORTALECIMENTO OPERANTE

O fortalecim ento operante é um fenômeno que, de algum modo, é limitado aos


com portam entos simples de animais e crianças que discutimos até agora. Estudamos o
animal porque podemos controlar rigorosamente seu am biente passado e presente. Mas o
com portam ento operante isto é, o com portam ento que pode ser fortalecido por suas
conseqüências constitui uma grande proporção das atividades cotidianas dos homens
Quando chutam os uma bola de futebol, cozinhamos uma galinha, discutimos a últim a
moda, lam entam os o tem po e lavamos os pratos, estamos constantem ente em itindo
m uitos operantes. Com efeito, estamos em itindo algum operante em cada m om ento de
nossa vida. Na verdade, nossos operantes são freqüentem ente arranjados em seqüências
mais complicadas do que a simples cadeia repetitiva do rato na seção 4.2 *Mas com o
veremos em capítulos posteriores, uma complexidade surpreendente pode ser tam bém
gerada ao nível do rato, gato, pom bo e macaco.
Não é difícil dem onstrar o fortalecim ento operante em seres humanos. Dadas as
condições do paradigma do fortalecim ento operante, podemos realizar demonstrações em
nossos amigos sem grandes dificuldades. A principal consideração adicional é que
acharemos a dem onstração mais drástica e convincente se impedirmos nosso sujeito
hum ano de “ tornar cônscio” de que estamos realizando um experim ento de fortaleci­
mento. O “ tornar-se cônscio”é uma maneira dedizer que o sujeito é capaz de verbalizar o
procedim ento que está sendo efetuado. Este “ estar cõnscio” verbal é um índice seguro de
que o com portam ento que estamos tentando fortalecer estará agora sob o controle
poderoso de anos de história passada, com o qual a aplicação de um paradigma de

- 92 -
fortalecim ento de, digamos, 30 min. com um reforçador fraco terá pouca possibilidade
de com petir.
Num delineamento experim ental interessante, baseado nos trabalhos iniciais de W.
Verplanck (1955) um assistente de pesquisa de graduação foi usado como um (‘ ator**
para tentar fortalecer certo com portam ento de conversa em alunos de graduação
(Centers, 1963). O assistente e o sujeito eram colocados numa sala, ambos esperando
ostensivamente serem chamados para um experim ento de psicologia. Na verdade, este era
o experim ento. Durante esse tem po, o assistente estabelecia uma conversa com o sujeito
que de nada suspeitava e, em vários períodos, reforçava diversos tipos de conteúdo de
conversa, tais com o demonstração de opinião, fornecim ento de inform ação e perguntas,
com concordância -e atenção especial. Enquanto isso, sem conhecim ento do sujeito, a
conversa estava sendo gravada e observada através de um espelho unidirecional.
A “ conversa” experim ental durava 30 min. sendo dividida em três períodos de 10
min. Durante o primeiro período, ou nível operante, o assistente procurava não dem ons­
trar concordância ou fornecer respostas informativas às opiniões e perguntas do sujeito.
Durante os 10 m inutos seguintes, o período de fortalecim ento com portam ental o assis­
tente concordava com, ou parafraseava favoravelmente, todas as demonstrações de
opinião emitidas pelo sujeito. Além disso, ele expressava atenção, simpatia, e com preen­
são para todas as informações propostas e reforçava todas as perguntas ou dando a
inform ação solicitada ou concordando e aprovando, se era isto o que a pergunta indicava
desejar. Durante os 10 min. finais, o assistente ou discordava das opiniões do sujeito ou
permanecia silencioso depois que elas eram verbalizadas. Ele ignorava as informações
fornecidas e era o mais alheio possível às questões.
Os resultados do reforçam ento de concordar (fortalecim ento) indicaram claramente
que a freqüência de demonstração de opinião e fornecim ento de inform ação, em relação a
todas as proposições, aum entou. Além disso, nenhum sujeito notou este condiciona­
m ento de seu com portam ento. Por razões desconhecidas aos experim entadores, o fazer
perguntas não mostrou qualquer fortalecim ento e assim, de acordo com a nossa defi­
nição, ele não constitui um a classe operante.
Num nível diferente de desenvolvimento, Brackbill (1958) fortaleceu com sucesso
uma resposta de sorrir em bebês de 4 meses de idade, utilizando o c o n ta to físico como
reforçam ento.
O próprio cientista está empenhado num empreendim ento que exige, frequente­
mente, a emissão de m uitos operantes, poucos dos quais são reforçados. C om porta­
mentos que levam à proposição de novas relações, ou de uma nova ordem entre os
conceitos, uma descoberta de um novo fenômeno e assim por diante, são reforçados pela
comunidade científica. Entre os reforçadores proem inentes para os behavioristas, está a
ordem observada quando se vê que algum com portam ento de um indivíduo está regular­
mente relacionado às suas conseqüências, como no caso da pressão a barra pelo rato da
seção 4.2. Essa lembrança de que o próprio pesquisador é um organismo que se com ­
porta, sujeito às leis do fortalecim ento operante, caracteriza o desenho visto na Fig. 4.7.
A verificação das leis do fortalecim ento operante no com portam ento hum ano é
im portante, porque isto m ostra que apesar das diferenças aparentes m uito grandes entre
homem e animal existem certas similaridades funcionais. São essas similaridades que, em
úítima instância, justificam o nosso estudo da psicologia através do com portam ento de
organismos inferiores. Afinal de contas, o Psicólogo está principalm ente interessado no
com portam ento humano, o a mais exatam ente dos com portam entos, que são cornparti-

93 -
Figura 4.7 - Rapaz, este cara está condicionado. Cada vez que eu pressiono a barra, ele joga
uma pelota aqui d e n tro ” . (A daptado com perm issão de Jester Colum bia College).

lhados por ambos, seres humanos e animais superiores. Frequentem ente, utilizamos
sujeitos animais em nosso trabalho experimental por razões pragmáticas. Podemos con­
trolar mais facilmente o ambiente imediato e passado do animal. Podemos privá-lo de
agentes tais como alimento e água, de modo a utilizá-los mais tarde como reforçadores
poderosos. Finalmente, podemos observar continuam ente o animal por períodos longos
de confinam ento.
O uso de animais na pesquisa em psicologia segue uma tradição longa e respeitada na
ciência, a de controlar e isolar condições relevantes, de m odo a revelar a regularidade
básica na natureza. Talvez, a classe mais im portante de variáveis independentes em psico­
logia diga respeito à história passada do indivíduo. Um sujeito hum ano chega até nós com
uma história passada longa, complicada e incom pletam ente conhecida. 0 fato de que
mais ou menos uma hora de reforçam ento fraco de operantes apenas parcialmente especi­
ficados possa resultar numa modificação com portam ental detectável, como no experi­
mento de Centers (1963), deve ser tom ado como um tributo à natureza fundamental dos
processos que isolamos a partir do estudo animal.

4.11 - SUPERSTIÇÃO

Dizer que o reforçam ento é contingente a uma resposta pode significar apenas que
ele segue a resposta e não implica necessariamente numa ligação física direta entre a
resposta e o reforçador. O reforçam ento pode ser mediado pelo com portam ento de um
experim entador, ou por algum outro aparelho autom ático. 0 efeito do reforçam ento no
com portam ento é indiferente aos meios pelos quais a correlação temporal entre R e S+ é
efetuada. O poder autom ático do reforçam ento em fortalecer o com portam ento nos
lembra que, do mesmo modo que o condicionam ento Pavloviano, sempre que as condi­
ções temporais para o procedim ento de fortalecim ento operante são alcançados (na selva,
no lar, no laboratório), é provável a ocorrência de modificações no com portam ento.
Quando nos lembramos de que o processo de fortalecim ento é quase sempre virtual­
mente instantâneo, não nos surpreenderíam os ao descobrir que o fortalecim ento do
com portam ento pode ocorrer mesmo em situações onde existe apenas uma coincidência
fortuita entre um a dada R e a ocorrência do S+. No experim ento realizado por Skinner
(1948), um pom bo fam into foi colocado num a caixa não diferente daquela vista na Fig.

- 94 -
4.1. Não havia, no entanto, um a barra nesta caixa e o alim ento consistia dc pequenas
porções de grãos misturados que poderiam ser fornecidos através do alim entador. Cada
15 segundos, o alimento era autom aticam ente apresentado ao pombo, não im portando o
que ele estivesse fazendo no m om ento. Sob essas condições, 6 entre 8 pombos rapida­
mente desenvolveram respostas caracteristicam ente diferentes mas estereotipadas. Um
pom bo desenvolveu um m ovimento circular contrário aos ponteiros do relógio, com ple­
tando duas ou três voltas entre os refçrçam entos. Um segundo pombo repetidam ente
estendia sua cabeça em direção a um dos cantos superiores da gaiola. O utro apresentou
um movimento de “balançar a cabeça'’ no plano vertical. Os outros três pombos desen­
volveram uma variedade de outros movimentos bizarros da cabeça e do corpo,
característicos.
O processo de fortalecim ento casual é, em geral, aparente. Por acaso, o animal estava
executando alguma resposta no m om ento em que o alimento era fornecido. Essa coinci­
dência fortalece essa resposta e, assim, torna-a mais provável de reaparecer novamente e
ser reforçada uma segunda vez. Uma vez iniciado, o processo se perpetua. Como Skinner
salientou, pode-se dizer que o experim ento dem onstra um tipo de superstição.
“ O animal comporta-se como se existisse uma relação causai entre seu com por­
tam ento e a apresentação do alim ento, embora tal relação não seja real. Existem
muitas analogias no com portam ento humano. Os rituais para m udar a sorte de
alguém com cartas são bons exemplos. Poucas conexões acidentais entre um ritual e
as conseqüências favoráveis são suficientes para estabelecer e m anter o com porta­
m ento, apesar dos m uitos casos não reforçados. Um outro exemplo é o do jogador de
boliche que lança a bola fora da pista, mas continua a se com portar com o se estivesse
controlando-a através da curvatura e torsão de seu braço e om bro. Esses com porta­
m entos não têm , naturalm ente, efeito real algum sobre a sorte de alguém ou sobre a
bola a meio caminho fora da pista, tal como, no presente caso, o alim ento apareceria
com a mesma freqüência se o pombo nada fizesse —ou, estritam ente falando, se ele
fizesse outra coisa qualquer” (Skinner, 1948, p. 171).

4.12 - CONDICIONAMENTO OPERANTE

O fortalecim ento operante é um caso especial do que chamaremos mais tarde de um


m odo mais geral de condicionam ento operante. O termo condicionam ento é algo
infeliz neste contexto porque ele lembra a natureza eliciada do com portam ento respon­
dente. C ontudo, o fortalecim ento operante e o condicionam ento Pavloviano têm certas
similaridades importantes. Em particular, as modificações do com portam ento observadas
em ambos os paradigmas são condicionais a alguma história passada anterior. Num caso, a
história é um em parelham ento de um S ^ c o m um S 2 - No outro, é a história de uma
determ inada R que ocorre im ediatam ente antes de um S+. É essa natureza condicional
das mudanças com portam entais que justifica o uso do term o condicionam ento para
ambos. Na medida em que as diferenças im portantes entre os dois fenômenos sejam
sempre lembradas, não há perigo algum em empregar o term o “ condicionam ento” , quali­
ficado que seu adjetivo apiopriado, Pavloviano ou operante. Todavia para evitar o perigo
que advem de se negligenciar essas diferenças, limitamos geralmente o term o condiciona­
m ento para o paradigma Pavloviano e utilizaremos outros termos (por exemplo, fortaleci­
m ento) para nos referirmos às várias modificações operantes que estudarem os nos ca p ítu ­
los que se seguem. A Tabela 4.3 apresenta algumas comparações diretas entre os dois
tipos de modificações com portam entais que são frequentem ente chamadas de condicio­
namento.

Tabela 4.3

COMPARAÇÃO ENTRE O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO E OPERANTE

CONDICIONAMENTO CONDICIONAMENTO
PAVLOVIANO OPERANTE

Sr
PARADIGMA OU
CR R -» S ^
PROCEDIMENTO

CR está sob o controle de


S \ (CR pode ter elemen­
NATUREZA DA R é emitida
tos em com um R 2 )
A ____________

R aum enta em freqüência sua


CR é gradualmente evocada topografia é reduzida e ela
PROCESSO
por S \ é incorporada a um elo de
com portam ento.

Fortalecim ento de um a R
Formação de alguns com­
RESULTADO já existente no repertório
portam entos novos (CR) a
com portam ental.
Sl
Probabilidade da CR a S \ Taxa de R, form a de R o r­
COMO É MEDIDO magnitude da CR, latência dem seqüencial relativa a
da CR. outras Rs que ocorrem

CORRELATOS Em geral envolve músculos Em geral envolve músculos


FISIOLÓGICOS lisos e glândulas. do esqueleto.

P e d ra fundam ental para


Envolvido na emoção. Pos­
a q u is iç ã o de atividades
IMPORTÂNCIA PA­ sivelmente, parte do subs­
complexas de solução de
RA A PSICOLOGIA trato motivacional. problemas.

- 9 6 -
APÊNDICE A

A tabela seguinte é a chave para os fonemas apresentados na abscissa da Fig. 4-6.

SÍMBOLO EXEMPLO

j o i na palavra fria

1 o i na palavra fácil
/
e o a n/á palavra mesa

e o é da palavra fé, seguido do a de rua

X intermediário entre o á de já e o é em fé

A primeiro a da palavra cama

0 som aberto do é na palavra fé

a o a da palavra caro, um pouco mais demorado

c o o na palavra nó

0 com o em vou
V o o da palavra porque
u como o u na palavra uva

REFERÊNCIAS PARA O CAPITULO 4.


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