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RIISPOA - TUDO O QUE


VOCÊ PRECISA SABER
SOBRE A ATUALIZAÇÃO

Decreto Nº 10.468, de 18 de agosto de 2020



O governo federal publicou no dia 19, no Diário Oficial da União, o Decreto 10.468 de 18 de
agosto de 2020, que trouxe uma série de alterações do RIISPOA motivadas pela necessidade


de racionalização dos procedimentos de inspeção e fiscalização pelos órgãos oficiais.


Há muitas alterações, algumas sutis outras de maior impacto. Mas é essencial o estudo do
novo decreto, principalmente para quem é profissional da área. O IFOPE, mais uma vez,


vem auxiliar com um material completo e de qualidade para você.

Vamos descrever os pontos alterados pelo atual decreto separando-os pelos Títulos, boa
leitura!
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Título I: das disposições preliminares e do âm- ®

bito de atuação.
Nesse primeiro título temos a modificação do Art. 1° com a inclusão da Lei nº 8.078, de 11
de setembro de 1990; na Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019; e na Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

No Art. 2° temos apenas a alteração da legislação citada, substituída pela Lei nº 1.283, de
1950, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização de produtos de origem animal nas casas


atacadistas e nos estabelecimentos varejistas, entre outros.


As próximas alterações constam no Art
gulamento. Vamos a eles:
10, no qual são incluídos novos conceitos no re-


XXII - aproveitamento condicional - destinação dada pelo serviço oficial à ma-


téria-prima e ao produto que se apresentar em desconformidade com a legislação para
elaboração de produtos comestíveis, mediante submissão a tratamentos específicos para


assegurar sua inocuidade;


XXIII - auditoria - procedimento técnico-administrativo conduzido por Auditor Fiscal
Federal Agropecuário com formação em Medicina Veterinária, com o objetivo de:
apurar o desempenho do serviço de inspeção federal local junto aos estabelecimentos sob
inspeção em caráter permanente; e
avaliar as condições técnicas e higiênico-sanitárias dos estabelecimentos registrados;

XXIV - auditoria de unidade descentralizada - procedimento técnico-ad-


ministrativo conduzido por equipe composta por servidores do Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento e liderada por Auditor Fiscal Federal Agropecuário com
formação em Medicina Veterinária, com o objetivo de apurar o desempenho do serviço e
que poderá incluir auditorias por amostragem em estabelecimentos registrados;
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XXV - central de certificação - unidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento apta a emitir certificados sanitários nacionais ou internacionais, guias de
trânsito e outros documentos definidos pelo Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do referido Ministério, para respaldar
o trânsito nacional ou internacional de produtos de origem animal;

XXVI - condenação - destinação dada pela empresa ou pelo serviço oficial às ma-
térias-primas e aos produtos que se apresentarem em desconformidade com a legislação


para elaboração de produtos não comestíveis, assegurada a inocuidade do produto final,
quando couber;


XXVII - descaracterização - aplicação de procedimento ou processo ao produto


ou à matéria-prima de origem animal com o objetivo de torná-lo visualmente impróprio ao


consumo humano;

XXVIII - desnaturação - aplicação de procedimento ou processo ao produto ou à


matéria-prima de origem animal, com o uso de substância química, com o objetivo de tor-


ná-lo visualmente impróprio ao consumo humano;

XXIX - destinação industrial - destinação dada pelo estabelecimento às maté-


rias-primas e aos produtos, devidamente identificados, que se apresentem em desconfor-
midade com a legislação ou não atendam às especificações previstas em seus programas
de autocontrole, para serem submetidos a tratamentos específicos ou para elaboração de
outros produtos comestíveis, asseguradas a rastreabilidade, a identidade, a inocuidade e a
qualidade do produto final;

XXX - inutilização - destinação para a destruição, dada pela empresa ou pelo serviço
oficial às matérias-primas e aos produtos que se apresentam em desacordo com a legisla-
ção;
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XXXI - recomendações internacionais - normas ou diretrizes


® editadas pela Or-

ganização Mundial da Saúde Animal ou pela Comissão do Codex Alimentarius da Or-


ganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura relativas a produtos de
origem animal; e

XXXII - serviço de inspeção federal - SIF - unidade técnico-administrativa do


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que constitui a representação local do
serviço de inspeção de produtos de origem animal.”


De acordo com a publicação atualizada do MAPA – perguntas e respostas sobre o RIISPOA
(versão 2 de 19/08/2020) – a diferença entre os conceitos de aproveitamento condicional


e destinação industrial é o seguinte: o primeiro é referente à destinação dada pelo serviço
oficial e o segundo refere-se à destinação dada pelo estabelecimento.


Vamos ao Art. 11 com outra importante alteração. O artigo traz breves conceitos de


inspeção permanente e periódica e inclui todos os estabelecimentos de abate (de espé-
cies de açougue, de caça, de anfíbios e répteis) na inspeção permanente.


• No § 1º a definição de inspeção em caráter permanente consiste na presença do servi-


ço oficial de inspeção para a realização dos procedimentos de inspeção e fiscalização ante
mortem e post mortem, durante as operações de abate das diferentes espécies de açougue,
de caça, de anfíbios e répteis;

• A definição de inspeção em caráter periódico consiste na presença do serviço oficial de


inspeção para a realização dos procedimentos de inspeção e fiscalização nos demais esta-
belecimentos registrados ou relacionados e nas outras instalações industriais dos esta-
belecimentos de que trata o § 1º, excetuado o abate.
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No Art. 12 temos a inclusão do parágrafo único entre as disposições sobre a abrangência


dos procedimentos de inspeção e fiscalização industrial e sanitária: ®

Parágrafo único. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da


Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
realizará auditorias para avaliar o desempenho do serviço de inspeção federal, nas
unidades locais e nas unidades descentralizadas, quanto à execução das atividades de
inspeção e fiscalização de que tratam o caput e o art. 11°.


Título II: da classificação geral


Vamos entrar no Título II e suas alterações. A primeira delas é no Art.16 com a revogação do
inciso VII. Isso significa que os estabelecimentos de produtos de origem animal não serão


mais classificados em estabelecimentos “de produtos não comestíveis”, visto que a obtenção


de produtos não comestíveis é considerado indissociável do processo fabril, permanecendo
apenas registrados os estabelecimentos que manipulam e processam os alimentos de
origem animal. Mas permanece autorizada, nos estabelecimentos, a expedição dos “pro-


dutos não comestíveis”.


Portanto, no decorrer do decreto, são corrigidos os dispositivos que tratam do termo “pro-
dutos não comestíveis” resultando em uma série de alterações.

No Art.18, em decorrência dessa alteração, fica estabelecido que as unidades de bene-


ficiamento de carne e produtos cárneos produtoras de gelatina e produtos colagênicos
devem assegurar o atendimento aos requisitos estabelecidos no Art.313 pelos estabele-
cimentos fornecedores de matérias primas. Os requisitos já constavam no antigo RIISPOA,
com a inclusão de apenas um parágrafo:
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§ 3º Para fins do controle documental da rastreabilidade para atendimento


® ao disposto no
§ 2º serão aceitos:

I - a certificação sanitária ou documento equivalente expedido ou autorizado pela autorida-


de sanitária competente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; ou

II - a documentação comercial, no caso dos estabelecimentos processadores de peles


vinculados ao órgão de saúde animal competente.


Agora vamos verificar as alterações referentes aos estabelecimentos de pescados e seus
derivados.


De acordo com o Manual de perguntas e respostas do MAPA, a classificação Abatedouro


Frigorífico de Pescado limita-se ao abate de anfíbios e répteis, pois apenas estes animais
requerem procedimentos de inspeção ante e post mortem pelo serviço oficial.


As demais espécies de pescado, inclusive aquelas oriundas da aquicultura e eventualmen-
te recebidas vivas, são processados em estabelecimentos classificados como Unidades de


Beneficiamento de Pescado e Produtos do Pescado, submetidos à inspeção em caráter


periódico.

Referente aos estabelecimentos de ovos e derivados temos a inclusão do parágrafo 6° no


Art. 20:

§ 6º Caso disponha de estrutura e condições apropriadas, é facultada a quebra de ovos


na granja avícola, para destinação exclusiva para tratamento adequado em unidade de
beneficiamento de ovos e derivados, nos termos do disposto neste Decreto e em normas
complementares.”
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Observe que agora é permitido que estabelecimento classificado como Granja Avícola reali-
ze a quebra de ovos. Essa permissão é condicionada à existência de estrutura
® e condições
técnicas adequadas, sendo a comercialização do produto exclusiva para unidades de
beneficiamento de ovos e derivados.

De acordo com o Manual de perguntas e respostas do MAPA, a quebra dos ovos na granja
viabiliza o aproveitamento dos ovos que apresentam defeitos que impedem a sua comer-
cialização como ovo inteiro (ovo com casca trincada, por exemplo), mas que ainda são pró-
prios para o consumo.


Nos estabelecimentos de Leite e Derivados temos mudanças no Art. 21: fica alterada a
classificação “usina de beneficiamento”, para “unidade de beneficiamento de leite e deri-


vados” assim como a revogação da classificação “fábrica de laticínios”.
Outra alteração nesse artigo está no parágrafo 5°, em que a definição de “queijaria” sofre


algumas modificações:


“§ 5º Para os fins deste Decreto, entende-se por queijaria o estabelecimento destinado à
fabricação de queijos, que envolva as etapas de fabricação, maturação, acondicionamento,


rotulagem, armazenagem e expedição, e que, caso não realize o processamento completo


do queijo, encaminhe o produto a uma unidade de beneficiamento de leite e derivados.”

Observe que, antes do Decreto 10.468/2020, a queijaria era “localizada em propriedade rural
destinada à fabricação de queijos tradicionais com características especificas além de ser
elaborado exclusivamente com leite de sua própria produção”, vemos então que houve uma
grande alteração na classificação do estabelecimento.

Nos estabelecimentos de produtos de abelhas e derivados houve a revogação de duas


classificações anteriormente existentes no Art.22: não temos mais as classificações “unida-
des de extração e beneficiamento de produtos de abelhas” nem o “entreposto de benefi-
ciamento de produtos de abelhas”. Temos agora apenas “unidade de beneficiamento de
produtos de abelhas”. Por consequência temos também a alteração da definição em seu
parágrafo 2°:
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§ 2º Para os fins deste Decreto, entende-se por unidade de beneficiamento


® de produtos
de abelhas o estabelecimento destinado à recepção, à classificação, ao beneficiamento,
à industrialização, ao acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à expedição de
produtos e matérias-primas pré-beneficiadas provenientes de outros estabelecimentos de
produtos de abelhas e derivados, facultada a extração de matérias-primas recebidas de pro-
dutores rurais.

Nos estabelecimentos de armazenagem também temos alterações. No Art 23 temos a


alteração do parágrafo 2° em que se define “casa atacadista”:


§ 2º Para os fins deste Decreto, entende-se por casa atacadista o estabelecimento registra-


do no órgão regulador da saúde que receba e armazene produtos de origem animal proce-
dentes do comércio internacional prontos para comercialização, acondicionados e rotula-


dos, para fins de reinspeção, dotado de instalações específicas para a realização dessa
atividade.


Portanto, para os fins desse novo decreto, as casas atacadistas não mais envolvem produtos


procedentes do comércio interestadual, apenas do comércio internacional, além da inser-


ção dos termos referentes à obrigatoriedade de possuírem instalações específicas para a
reinspeção.
Ainda nos estabelecimentos classificados como casas atacadistas e entrepostos de produ-
tos de origem animal, torna-se permitido a substituição da embalagem secundária que
se apresentar danificada e, com a inclusão do parágrafo 5°, somente nos entrepostos de
produtos de origem animal é permitida a agregação de produtos rotulados para ela-
boração de Kits ou conjuntos não sujeitos a registro (lembre-se que continua vigente a
proibição de manipulação, fracionamento ou substituição de embalagem primária nesses
estabelecimentos).
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Título III: do registro e do relacionamento


de estabelecimentos ®

Vamos para o Art. 28, que dispõe sobre a obtenção de registro ou de relacionamento pelo
estabelecimento produtor. A lista de documentos antes solicitada foi substituída pelas eta-
pas de obtenção do registro ou do relacionamento, sendo as seguintes:

I- depósito, pelo estabelecimento, da documentação exigida, nos termos do disposto nas


normas complementares;
II - avaliação e aprovação, pela fiscalização, da documentação depositada pelo estabeleci-
mento;



III – vistoria in loco do estabelecimento edificado, com emissão de parecer conclusivo em
laudo elaborado por Auditor Fiscal Federal Agropecuário com formação em Medicina Vete-


rinária; e
IV - concessão do registro ou do relacionamento do estabelecimento.


Essas etapas são obrigatórias a estabelecimentos classificados como:


I- abatedouro frigorífico;


II - unidade de beneficiamento de carne e produtos cárneos;
III - barco-fábrica;
IV - abatedouro frigorífico de pescado;
V - unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pescado;
VI - estação depuradora de moluscos bivalves;
VII - unidade de beneficiamento de ovos e derivados;
VIII - granja leiteira; e
IX - unidade de beneficiamento de leite e derivados.

Portanto, para os estabelecimentos classificados como: granja avícola, posto de refrigera-


ção, queijaria, unidade de beneficiamento de produtos de abelhas, entreposto de produtos
de origem animal e casa atacadista, por serem estabelecimentos que realizam atividades
de menor complexidade e risco, terão processo de registro simplificado, sendo obriga-
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tórias somente as etapas nos incisos I e IV do caput desse artigo. Portanto, aqui vemos que
as etapas de obtenção do registro serão de acordo com o nível de risco ® dos estabele-
cimentos, sendo automático para os estabelecimentos de menor risco assinalados acima.

Mas atenção! Os estabelecimentos em que todas as etapas de registro/relacio-


namento são obrigatórias também podem ter os procedimentos simplificados, dependen-
do de ato do MAPA quando da avaliação das atividades industriais realizadas (Art.28/§4°).

O prazo para o MAPA se adequar aos procedimentos acima será de 01 ano, conforme inclu-
ído no Art. 538-A.


Outra alteração no Art. 30 inclui a possibilidade de emissão do título de registro em formato


digital. Também incluiu o parágrafo único:


Parágrafo único. O número de registro do estabelecimento é único e identifica a unidade
fabril no território nacional.


No Art. 31 temos algumas alterações sobre o início das atividades pelo estabelecimento.


A emissão do título de registro torna-se o documento hábil para autorizar o funciona-


mento, mas se for estabelecimento sob inspeção em caráter permanente, além do título
de registro, o início das atividades industriais está condicionado à designação de equipe de
servidores responsável pelas atividades de inspeção e fiscalização, pelo chefe do serviço de
inspeção de produtos de origem animal da jurisdição na qual o estabelecimento está loca-
lizado.

Na mesma linha de raciocínio, o Art. 32 dispõe sobre o título de relacionamento: o docu-


mento hábil para autorizar o início das atividades de reinspeção de produtos de origem
animal importados e também poderá ser emitido em formato digital.
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Ainda no Art. 32, temos o novo parágrafo único: ®

Parágrafo único. O número do relacionamento do estabelecimento será:


I - único para cada Estado ou Distrito Federal;
II - indicado pela sigla do Estado ou do Distrito e o número do relacionamento.

A alteração no Art. 33 refere-se à obrigatoriedade da atualização da documentação de-


positada, nos estabelecimentos de menor complexidade e risco (granja avícola, posto de
refrigeração, queijaria, unidade de beneficiamento de produtos de abelhas, entreposto de
produtos de origem animal e casa atacadista) para a ampliação, a remodelação ou a cons-


trução nas dependências e nas instalações dos estabelecimentos. Portanto, a autorização
depende de mais esse item, além da aprovação prévia do projeto.


No Art. 34, os estabelecimentos que realizam atividades em instalações independentes,


situados na mesma área industrial, poderão compartilhar dependências sociais, de água
de abastecimento, tratamento de efluentes, laboratório e almoxarifado.


No Art. 35 temos a inclusão da palavra “voluntariamente”, isto é, aqueles estabelecimentos


que interromperem seu funcionamento voluntariamente no período de um ano, terão seu


registro cancelado.

O Art. 38 traz os temas que serão abordados em normas complementares: sobre os pro-
cedimentos e as exigências documentais para:
I - a aprovação prévia de projeto de construção, reforma e ampliação de estabelecimentos;
II - registro e relacionamento de estabelecimentos; e
III - cancelamento de registro ou relacionamento de estabelecimentos.”

A próxima alteração é a inclusão do parágrafo 6° no Art.39, e diz respeito às exigências que


devem ser cumpridas pelo novo empresário quando ocorre a locação ou arrendamento do
estabelecimento em questão.
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§ 6º As exigências de que trata o § 5º incluem aquelas: ®

I - relativas ao cumprimento de prazos de:


a) planos de ação;
b) intimações; ou
c) determinações sanitárias de qualquer natureza; e
II - de natureza pecuniária, que venham a ser estabelecidas em decorrência da apuração
administrativa de infrações cometidas pela antecessora em processos pendentes de julga-
mento.


Título IV: das condições gerais


dos estabelecimentos


O Art. 42 dispõe sobre as condições básicas e comuns dos estabelecimentos. Nesse artigo


foi alterado o inciso XXII e o XXVIII com a inclusão das palavras em negrito no texto abaixo:

XXII - água potável nas áreas de produção industrial de produtos comestíveis;


XXVIII - sede para o SIF, compreendidos a área administrativa, os vestiários e as instalações


sanitárias, nos estabelecimentos sob inspeção em caráter permanente;

Mais adiante, a inclusão do Art.66-A estabelece que o MAPA definirá os procedimentos


em relação à comprovação médica da ausência de doenças nos servidores que atuam na
inspeção e fiscalização.

Quanto às obrigações, sempre que necessário, o estabelecimento deve disponibilizar apoio


administrativo e pessoal de auxílio na inspeção post mortem nos de caráter permanente
conforme normas complementares (tornando-se necessário aguardar a publicação dessas
normas para sabermos como irá funcionar na prática). Ainda no Art. 73, também é obriga-
tório, pelos estabelecimentos, manterem atualizados:
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a) os dados cadastrais de interesse do SIF; e ®

b) o projeto aprovado, para os estabelecimentos a que se refere o § 1º do art. 28, ou a docu-


mentação depositada, para os estabelecimentos a que se refere o § 2º do art. 28;

Ainda nesse artigo temos mais alterações nas obrigatoriedades dos estabelecimentos. As
palavras ou termos alterados, ou incluídos pelo novo decreto estão em negrito:

• Obrigatoriedade do estabelecimento sob inspeção de caráter permanente em comuni-


car com 72 horas de antecedência a realização de atividades de abate e o horário de início
e de provável conclusão (inciso VI);


• Fornecer o material, os utensílios e as substâncias específicos para os trabalhos de coleta,
acondicionamento e inviolabilidade e remeter as amostras fiscais aos laboratórios (inciso


VII)
• Fornecer as substâncias para a desnaturação ou realizar a descaracterização visual per-


manente de produtos condenados, quando não houver instalações para sua transformação
imediata (inciso X);


• Dispor de programa de recolhimento dos produtos por ele elaborados e eventualmente


expedidos, nos casos de (inciso XV):
a) constatação de não conformidade que possa incorrer em risco à saúde; e
b) adulteração
• Realizar os tratamentos de aproveitamento condicional de destinação industrial ou a
inutilização de produtos de origem animal, em observância aos critérios de destinação es-
tabelecidos neste Decreto ou em normas complementares editadas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e manter registros auditáveis de sua realiza-
ção (inciso XVI).
• Manter as instalações, os equipamentos e os utensílios em condições de manutenção
adequadas para a finalidade a que se destinam (inciso XVII);
Disponibilizar, nos estabelecimentos sob caráter de inspeção periódica, local reserva-
do para uso do SIF durante as fiscalizações (inciso XVIII);
• Comunicar ao SIF (inciso XIX):
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a) com antecedência de, no mínimo, cinco dias úteis, a pretensão de realizar ativida-
des de abate em dias adicionais à sua regularidade operacional, com® vistas à avaliação
da autorização, quando se tratar de estabelecimento sob caráter de inspeção perma-
nente;
b) sempre que requisitado, a escala de trabalho do estabelecimento, que conterá a
natureza das atividades a serem realizadas e os horários de início e de provável con-
clusão, quando se tratar de estabelecimento sob inspeção em caráter periódico ou,
quando se tratar de estabelecimento sob inspeção em caráter permanente, para as
demais atividades, exceto de abate; e
c) a paralisação ou o reinício, parcial ou total, das atividades industriais; e


• Comunicar à unidade competente, com antecedência de, no mínimo, setenta e duas
horas, a previsão de chegada de produtos de origem animal importados que requei-


ram reinspeção (inciso XX).


Para finalizar o Art 73, temos a alteração do parágrafo 3°:


§ 3º A disponibilização de pessoal de que trata o inciso II do caput poderá ser atendida por
pessoa jurídica credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos


termos do disposto nas normas complementares, para atendimento às exigências es-


pecíficas de mercados importadores.

No Art. 74 temos a inclusão do parágrafo 2°-A, ressaltando que os estabelecimentos devem


garantir a segurança, integridade e a disponibilidade da informação quando utilizam siste-
mas informatizados para o registro de dados referentes ao monitoramento e a verificação
dos programas de autocontrole.

Vimos que os produtos não comestíveis foram retirados do escopo de obrigações previstas
no RIISPOA, portanto está excluída a necessidade de registro de curtumes que forne-
cem peles e aparas aos estabelecimentos fabricantes de gelatina e produtos colagênicos. O
Art. 78 dispõe sobre esse assunto, no qual:
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• É permitido receber pele e aparas de estabelecimentos sob inspeção dos Estados, do DF,
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dos Municípios e de estabelecimentos processadores de peles e vinculados ao órgão de


saúde animal competente.
• O controle documental da rastreabilidade para atender a necessidade do uso de matérias-
-primas procedentes de animais que não tenham sofrido restrição pela inspeção oficial pas-
sam a ser: certificação sanitária ou documento equivalente expedido pela autoridade
sanitária, ou documentação comercial no caso de estabelecimentos processadores de
peles vinculados ao órgão de saúde animal competente (Art. 313, incisos I e II).


Para finalizar esse título, vamos às alterações do Art. 81: o recolhimento de produtos deverá


ser realizado somente em casos de lotes de produtos que apresentem risco à saúde pública
e daqueles que tenham sido adulterados (parágrafo único). Temos então que os produtos
adulterados passam a englobar aqueles fraudados e falsificados.



Para melhor entendimento, precisamos saltar para o Art. 504 que sofreu substanciais alte-
rações. Agora temos a diferenciação das definições de matérias-primas e produtos altera-


dos e adulterados. Fizemos um quadro para ficar mais elucidativo:


Alterados
Que não apresentem condições higiênico-sanitárias adequadas ao fim a que se destinam e
incorrem em risco a saúde pública.

Adulterados
I – fraudados:
Privados parcial ou totalmente de seus componentes característicos em razão da substitui-
ção por outros inertes ou estranhos e não atendem ao disposto na legislação específica;
Com adição de ingredientes, de aditivos, de coadjuvantes de tecnologia ou de substâncias
com o objetivo de dissimular ou de ocultar alterações, deficiências de qualidade da matéria-
-prima ou defeitos na elaboração do produto;
Elaborados com adição de ingredientes, de aditivos, de coadjuvantes de tecnologia ou de
substâncias com o objetivo de aumentar o volume ou o peso do produto;
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Elaborados ou comercializados em desacordo com a tecnologia ou o processo de fabricação
estabelecido em normas complementares ou em desacordo com o processo ® de fabricação
registrado, mediante supressão, abreviação ou substituição de etapas essenciais para quali-
dade ou identidade do produto.

II- falsificados:
Que tenham sido utilizadas denominações diferentes das previstas neste Decreto, em nor-
mas complementares ou no registro de produtos;
Que tenham sido elaborados, fracionados ou reembalados, expostos ou não ao consumo,
com a aparência e as características gerais de outro produto registrado e que se denomi-


nem como este, sem que o seja;
Que tenham sido elaborados de espécie diferente da declarada no rótulo ou divergente da


indicada no registro do produto;
Que não tenham sofrido o processamento especificado em seu registro, expostos ou não ao


consumo, e que estejam indicados como um produto processado;
Que sofram alterações no prazo de validade;


Que não atendam às especificações referentes à natureza ou à origem indicadas na rotula-
gem.



Mais adiante, voltaremos a citar o Art.504 quando analisarmos as alterações nas infrações
previstas no decreto.

Título V: da inspeção industrial e sanitária


Iniciamos esse título com a inclusão do Art. 84-A e seus parágrafos, em que os estabeleci-
mentos de abate são responsáveis por garantir a identidade, a qualidade e a rastreabilidade
dos produtos, desde sua obtenção na produção primária até a recepção no estabelecimen-
to, incluído o transporte.
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§ 1º Os estabelecimentos de abate que recebem animais oriundos da ®produção primária


devem possuir cadastro atualizado de produtores.

§ 2º Os estabelecimentos de abate que recebem animais da produção primária são respon-


sáveis pela implementação de programas de melhoria da qualidade da matéria-prima
e de educação continuada dos produtores.

No Art.99 temos a inclusão da utilização de tratamento equivalente à incineração e à


autoclavagem dos animais com suspeita de doença infectocontagiosa e que assegure a


destruição do agente.


No Art. 113. houve a inclusão de método equivalente ao banho de aspersão para pro-
mover a limpeza e remoção das sujidades dos animais, antes de chegar à dependência de


abate.


A hipertrofia de baço foi revogada da listagem de afecções em que a carcaça deve ser con-
denada (Art.137) e foi retirada a obrigação de que os animais reagentes positivos a testes


diagnósticos para Brucelose tenham suas carcaças e órgãos encaminhados para o Depar-


tamento de Inspeção Final (DIF) conforme o Art. 138. Porém, continua a obrigatoriedade de
serem abatidos separadamente.

Outra alteração é relacionada à mastite. No Art. 162, as carcaças e os órgãos de animais que
apresentem mastite devem ser condenadas, sempre que houver comprometimento sistê-
mico. Antes essas carcaças eram destinadas à esterilização pelo calor. Observe como ficou:

Mastite com comprometimento sistêmico


Condenação das carcaças e órgãos
Mastite sem comprometimento sistêmico
Mastite aguda Esterilização pelo calor Após remoção e condenação
da glândula mamária
Mastite crônica Liberadas
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Em relação às neoplasias também temos novidades. Agora as carcaças de animais com ne-
oplasias extensas, com ou sem metástase e com ou sem comprometimento do estado
geral, devem ser condenadas. Continua a liberação da carcaça em casos de lesões neoplási-
cas discretas e localizadas, após remoção e condenação das partes e órgãos comprometidos
(Art.165).

No Art. 175 temos uma importante alteração: em casos de miopatias e de discondroplasia


tibial, fraturas, contusões e sinais de má sangria ocorridos no abate, por falha operacional


ou tecnológica, as carcaças de aves devem ser segregadas pelo estabelecimento para des-
tinação industrial. Não se aplica essa destinação em contusões extensas ou generalizadas


e os casos de áreas sanguinolentas ou hemorrágicas difusas, hipóteses em que a destinação
será realizada pelo SIF nas linhas de inspeção.


Da inspeção post mortem de bovinos e búfalos:


Aqui temos alteração da forma de avaliação das carcaças com infecção intensa por Cysti-


cercus bovis (Art.185):


• Fica estabelecida a possibilidade de envio para tratamento pelo frio das carcaças de ani-
mais em qualquer caso que não caracterize a infecção intensa.
• Nas infecções leves ou moderadas as carcaças poderão ser destinadas ao tratamento pelo
frio ou pelo calor, após a remoção e condenação da área atingida.

Da inspeção post mortem de ovinos e caprinos:

Foi incluída a definição de casos de infecção moderada por Sarcocystis spp em carcaças de
ovinos e modificada a destinação nos casos de infecção leve (Art. 190-A).
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Da inspeção post mortem de suínos: ®

Voltando um pouco na nossa sequência, temos que o Art.104 revogado, portanto fica au-
torizado o abate de suídeos não castrados. Já o Art. 198, estabelece que as carcaças que
apresentem odor sexual devem ser segregadas pelo estabelecimento para destinação in-
dustrial.

Da inspeção post mortem de pescados:


Tivemos muitas inclusões nessa subseção, vamos pontuar as mais importantes do Art.204:



a necessidade do atendimento ao disposto pela legislação ambiental sobre o abate de
anfíbios e répteis;


• as partes e órgãos de anfíbios e répteis que apresentem lesões ou anormalidades que pos-


sam torná-los impróprios para consumo devem ser identificados e conduzidos a um local
específico para inspeção;
• o artigo prevê os casos de aproveitamento condicional do pescado podendo ser subme-


tido a: congelamento, salga ou tratamento pelo calor. A inclusão do parágrafo 1° no Art.216


estabelece que os pescados com infestação por endoparasitas da família Anisakidae, deve-
rão ser destinados ao consumo cru somente após submetidos ao congelamento a -20°C por
sete dias ou a -35°C durante 15 horas (pode ser utilizado outro método desde que aprovado
pelo DIPOA).

No Art. 205 temos a inclusão da definição de pescados: “os peixes, os crustáceos, os molus-
cos, os anfíbios, os répteis, os equinodermos e outros animais aquáticos usados na alimen-
tação humana”. O parágrafo único desse artigo também foi adicionado:

Parágrafo único. O pescado proveniente da fonte produtora não pode ser destinado a ven-
da direta ao consumidor sem que haja previa fiscalização, sob o ponto de vista industrial e
sanitário.
®

O desembarque de pescado oriundo da produção primária, quando não ® realizado direta-


mente no estabelecimento sob SIF, deve ser realizado em um local intermediário (trapiche),
sob controle higiênico-sanitário do estabelecimento (Art. 207-B). Esse local intermediário
deve constar no programa de autocontrole do estabelecimento ao qual está vinculado. Ain-
da nesse artigo, temos também a inclusão do parágrafo 2°:

§ 2º O estabelecimento deve assegurar:

I - a rastreabilidade do pescado recebido; e


II - que as operações realizadas no local intermediário de que trata o caput:


a) não gerem prejuízos à qualidade do pescado; e


b) não sejam de caráter industrial, facultados a lavagem superficial do pescado com água


potável, sua classificação, seu acondicionamento em caixas de transporte e adição de gelo,
desde que haja condições apropriadas para estas finalidades.



O Art. 213 autoriza a sangria, evisceração e o descabeçamento a bordo de pescado,
desde que previsto em seus programas de autocontrole e o estabelecimento realize os
controles de qualidade na recepção (envolve análises sensoriais e a avaliação de perigos
químicos, físicos e biológicos). Nesse artigo também ficou definido quais Programas de
Auto Controle (PAC) o estabelecimento deve dispor:

• o tipo de pesca;
• o tempo de captura;
• o método de conservação;
• a espécie de pescado;
• os requisitos das embarcações que podem realizar as atividades.
®

Outra inclusão foi o Art. 214 que permite a destinação industrial do pescado
® que se apre-
sentar injuriado, mutilado, deformado, com alterações de cor, com presença de parasitas
localizados ou com outras anormalidades que não o tornem impróprio para o consumo hu-
mano na forma em que se apresenta, nos termos do disposto em normas complementares
ou, na sua ausência, em recomendações internacionais.

Da inspeção de leite e derivados.


O inciso VII foi incluído no Art. 243, sendo também proibido o envio do leite que “estejam
em propriedade que não atende às exigências do órgão de saúde animal competente” a


qualquer estabelecimento industrial. As demais proibições continuam sem alterações


Mais significativo, foi a alteração para 5°C da temperatura de conservação do leite no posto
de refrigeração, na unidade de beneficiamento do leite e derivados e na câmara frigorífica


do leite pasteurizado, podendo a referida temperatura atingir até 7°C quando o leite esto-
cado apresentar contagem microbiológica máxima de 300.000 UFC/ml anteriormente


ao beneficiamento (Art. 255 e Art. 258).


Fica dispensada a obrigatoriedade de higienizar o tanque antes e após cada transporte (§4°,


Art. 245).

Inspeção de produtos de abelhas:


Aqui, devemos ressaltar a inclusão do Art. 267-A:

Art. 267-A. A extração da matéria-prima por produtor rural deve ser realizada em local pró-
prio, inclusive em unidades móveis, que possibilite os trabalhos de manipulação e acondi-
cionamento da matéria-prima em condições de higiene.
®

Título VI: dos padrões de identidade e qualidade ®

A primeira alteração desse título ocorre no Art. 292, com a inclusão do parágrafo único
estipulando os parâmetros do processo de esterilização comercial que deve assegurar um
valor de F0 igual ou maior que três minutos ou a redução de doze ciclos logarítmicos
(12 log10) de Clostridium botulinum.

Também passa a ser permitido a moldagem do hambúrguer em outro formato além do dis-
co ou oval, mediante especificação no registro e na rotulagem do produto (parágrafo único


do Art. 295).


Com a inclusão dos Art. 308-A e 308-B surgem as definições de pururuca e de torresmo:

 Produto cárneo obtido da pele de suínos, com adição ou não de


Pururuca ingredientes, submetido ao processamento térmico adequado,
e que pode ser fabricado com gordura ou carne aderidas.

 Produto cárneo obtido da gordura de suínos, com adição ou não


Torresmo de ingredientes, submetido ao processamento térmico adequa-
do, e que pode ser fabricado com pele ou carne aderidas.

Voltando no Art. 322, temos a definição de produtos não comestíveis: são resíduos da pro-
dução industrial e os demais produtos não aptos ao consumo humano, incluídos aqueles:

I - oriundos da condenação de produtos de origem animal; ou


II - cuja obtenção é indissociável do processo de abate, incluídos os cascos, os chifres, os pe-
los, as peles, as penas, as plumas, os bicos, o sangue, o sangue fetal, as carapaças, os ossos, as
cartilagens, a mucosa intestinal, a bile, os cálculos biliares, as glândulas, os resíduos animais
e quaisquer outras partes animais.
®

A lista de produtos, aos quais o decreto não se aplica, fica acrescida®com os seguintes:
produtos para saúde; os produtos gordurosos; os fertilizantes; os biocombustíveis;
os sanitizantes; os produtos de higiene e limpeza; a cola animal; o couro e produtos
derivados e os produtos químicos.

Outro ponto importante é a destinação dos materiais condenados descrito no Art.324.


Fica incluída a obrigatoriedade da prévia descaracterização dos materiais, sendo vedada
sua comercialização e seu uso na alimentação humana. O mesmo se aplica aos produtos
julgados impróprios na reinspeção, que ainda tem vedada a sua destinação a outros estabe-


lecimentos sem autorização prévia do SIF (Art.481).


A revogação do Art.330 e sua alteração torna proibida a manipulação de produtos de
não comestíveis em seções de elaboração de produtos comestíveis.


Dos padrões de identidade e qualidade de


pescados e seus derivados.


Pescado fresco passa a ser aquele não submetido a qualquer processo de conservação, a


não ser pela ação do gelo, mantido em temperaturas próximas à do gelo fundente, com ex-
ceção daqueles comercializados vivos. A alteração aqui foi a retirada do termo “métodos de
conservação de efeito similar”, permanecendo apenas a ação do gelo (Art. 333).

A inclusão do parágrafo 3° no Art. 335 estabelece os requisitos para a utilização de equipa-


mento congelador salmourador em instalações industriais em terra, desde que haja:

I - controle sobre o tempo e a temperatura de congelamento no equipamento e controle de


absorção de sal no produto; e
II - finalização do congelamento em túneis até que o produto alcance a temperatura de
-18ºC (dezoito graus Celsius negativos)
®

Nesse mesmo artigo, o parágrafo 4° acrescenta as denominações: ®

• Peixe salmourado congelado para conserva: o produto obtido pelo congelamento em


salmourador nas embarcações (através de congelamento rápido não atingindo temperatu-
ra superior a -9°C)
• Peixe salmourado congelado: produto obtido em congelador salmourador em instala-
ções industriais em terra com controle de tempo e temperatura de congelamento no equi-
pamento e controle de absorção de sal no produto e finalização do congelamento em tú-
neis até que o produto alcance a temperatura de -18°C.


Dos padrões de identidade e qualidade de leite e derivados lácteos


Vamos à inclusão do Art. 385-A:


Art. 385-A. O uso e a comercialização, exclusivamente para fins industriais, da gordura lác-
tea extraída da água utilizada na operação de filagem durante a elaboração de queijos são


permitidos, asseguradas a identidade e a qualidade do produto final no qual será utilizada.


Título VII: do registro de produtos,

da embalagem, da rotulagem e dos
carimbos de inspeção
Nesse título veremos que há substanciais mudanças. Vamos a elas:

• os produtos destinados exclusivamente à exportação terão registro concedido de forma


automática (Art. 427-A, §1°);
• o croqui do rótulo dos produtos não será objeto de análise prévia (Art. 427-A, §3°);
• os produtos de origem animal não comestíveis e de produtos de baixo risco (pururuca,
torresmo, farinha láctea, pólen apícola, própolis, apitoxina, pólen e própolis de abelhas sem
®

ferrão) são isentos de registro (Art. 427-B), mas devem ser rotulados atendendo
® à legislação
pertinente;
• no processo de solicitação do registro do produto não há mais a necessidade da descrição
dos métodos de controle realizados pelo estabelecimento para assegurar a identidade do
produto nem a relação dos PAC implantados no estabelecimento. Porém, passa a ser neces-
sário o croqui do rótulo a ser utilizado entre outros anteriormente estabelecidos (Art. 428);
• o acréscimo do §4° no Art. 439 dispensa a aposição de rótulos em produtos não comes-
tíveis comercializados a granel, quando forem transportados em veículos cuja lacração não
seja viável ou nos quais o procedimento não confira garantia adicional à inviolabilidade dos


produtos;
• fica excluída a obrigatoriedade de informar a data de fabricação no rótulo (Art.443);


• nos rótulos podem constar referências a prêmios ou a menções honrosas, desde que
sejam devidamente comprovadas as suas concessões na solicitação de registro e mediante


inclusão na rotulagem de texto informativo ao consumidor para esclarecimento sobre os


critérios, o responsável pela concessão e o período (Art.444);
• fica facultada a aposição no rótulo de informações que remetam a características específi-
cas no âmbito da produção primária observadas as regras estabelecidas pelo órgão compe-


tente ou mediante aposição de texto explicativo na rotulagem (Art.446-A) e expressões de


qualidade na rotulagem mediante previsão no regulamento técnico de identidade e quali-
dade específico ou aposição de texto explicativo na rotulagem para esclarecimento sobre
os critérios utilizados para sua definição (Art.446-B);
um mesmo rótulo poderá ser utilizado para produtos idênticos, mas fabricados em diferen-
tes unidades da mesma empresa (Art.447). Assim, todas as unidades devem ter o rótulo
registrado e a unidade fabricante deve ser claramente identificada no rótulo com texto in-
formativo, código ou outra forma que assegure a informação correta, ou um único carimbo
de inspeção.
®

Título VIII: da análise laboratorial ®

Podemos observar que no §3° do Art. 470, o RIISPOA traz as condições em que não devem
ser coletadas as amostras fiscais em triplicata. Nesse parágrafo temos a inclusão do inciso V,
com o acréscimo de uma condição:

V - se tratar de ensaios para detecção de analitos que não se mantenham estáveis ao longo
do tempo.


Ainda nesse artigo, incluiu-se também o §4°, definindo o “prazo de validade exíguo”, con-


ceito esse que não constava no texto do decreto:


§ 4º Para os fins do inciso II do § 3º, considera-se que o produto apresenta prazo de validade
exíguo quando possuir prazo de validade remanescente igual ou inferior a quarenta e cinco


dias, contado da data da coleta.


Os Art. 474-A e 474-B foram incluídos. O primeiro estabelece a necessidade do solicitante,
quando indicar assistente técnico ou substituto para acompanhar análises periciais, compro-


var que os indicados possuem formação e competência técnica para acompanhar a análise
pericial. Já o 474-B refere-se a possibilidade de manifestação adicional quanto ao resulta-
do da análise pericial da amostra de contraprova no processo de apuração de infrações no
prazo de dez dias, contado da data de assinatura da ata de análise pericial de contraprova.

Título IX: da reinspeção industrial e sanitária


A alteração do Art. 482 trouxe os requisitos para aproveitamento condicional ou destinação
industrial de matérias-primas e de produtos de origem animal em outros estabelecimentos
sob registro federal, estadual ou municipal, vamos a eles:
®

I - haja autorização prévia do serviço oficial do estabelecimento de destino;


®

II - haja controle efetivo de sua rastreabilidade, contemplando a comprovação de recebi-


mento no destino; e
III - seja observado o disposto no inciso XVI do caput do art. 73.

Mas os produtos nacionais que foram exportados e retornem ao país por processo regular
de importação será realizada obrigatoriamente em estabelecimento sob SIF (Art. 482-B).
Em caso de emergência sanitária ou de desabastecimento, por tempo determinado, a reins-
peção poderá ser realizada em estabelecimentos registrados ou relacionados (Art. 482-C).


Aqui podemos citar o novo inciso II do Art.487, em que a competência de reinspeção pela
Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), exclui as duas hipóteses acima.


Título X: do trânsito e da certificação sanitária


de produtos de origem animal


Da certificação de produtos de origem animal


Aqui o RIISPOA estipula os locais de emissão dos Certificados Nacionais ou Internacionais e


as Guias de Trânsito (Art. 490):

I - pelos serviços de inspeção de produtos de origem animal;


II - pelas unidades do sistema de vigilância agropecuária internacional; e
III - pelas centrais de certificação definidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento.

No § 2º do Art. 491 fica previsto, na solicitação da emissão de certificado sanitário para


comércio internacional, que o estabelecimento deve apresentar também a documentação
comprobatória de respaldo da certificação além da declaração de conformidade de que
o produto atende aos requisitos do país importador:
®

O Art. 493 inclui a obrigação de emissão de documentação de destinação® industrial ou


de condenação determinadas pelo estabelecimento além da certificação sanitária para
trânsito de matérias-primas ou de produtos de origem animal destinados ao aproveitamen-
to condicional ou à condenação determinados pelo SIF. Ainda nesse artigo alterou-se o § 1º:

§ 1º Nas hipóteses do caput, é obrigatória a comprovação do recebimento das matérias-


-primas e dos produtos pelo estabelecimento de destino junto ao emitente, no prazo de
quarenta e oito horas, contado do recebimento da carga.


O § 4º incluído nesse artigo estabelece o seguinte: quando não for possível separar o ma-
terial condenado oriundo do DIF e das linhas de inspeção do post mortem do material con-


denado pelo estabelecimento nas demais operações industriais, a certificação sanitária fica
dispensada e o trânsito desses produtos será respaldado pela declaração de condenação


emitida pelo estabelecimento.


Título XI: das responsabilidades, das medidas


cautelares, das infrações, das penalidades e do
processo administrativo.

Das medidas cautelares

Agora vamos para uma série de mudanças importantes que ocorreram em relação às medi-
das cautelares. No inciso I do Art. 495 fica determinado que não somente teremos a apre-
ensão do produto em casos de evidência ou suspeita de que um produto represente risco
à saúde ou que seja adulterado. Agora temos a apreensão do produto, dos rótulos ou das
embalagens.

Ainda nesse artigo temos a inclusão de mais um inciso:


®

IV - determinar a realização, pela empresa, de coleta de amostras para


® análises labo-
ratoriais, a serem realizadas em laboratório próprio ou credenciado, observado o dis-
posto no art. 475.

Outros parágrafos alterados e adicionados ao artigo também dispõem sobre as medidas


cautelares, de forma resumida (Art. 495 e 495-A):

• devem ser proporcionais e tecnicamente relacionadas aos fatos que as motivaram;


• quando motivada por deficiências de controle do processo de produção, poderão ser es-


tendidas a outros lotes de produtos fabricados sob as mesmas condições;
• após a identificação da causa da irregularidade a adoção das medidas cabíveis, a retomada


do processo de fabricação será autorizada;
• o SIF poderá determinar que o estabelecimento desenvolva e aplique um plano de amos-


tragem delineado com base em critérios científicos para a realização de análises laborato-


riais para respaldar a retomada do processo.


Das infrações e das penalidades


O Art. 496 traz novos enquadramentos para infrações e as gradações são estabelecidas no
Art. 509. de acordo com o novo texto, vamos aos incisos alterados e aos incluídos no en-
quadramento das infrações:

I - construir, ampliar, remodelar ou reformar instalações sem a prévia aprovação do projeto,


para os estabelecimentos de que trata o § 1º do art. 28, ou sem prévia atualização da do-
cumentação depositada, para os estabelecimentos de que trata o § 2º do referido artigo,
quando houver aumento de capacidade de produção ou alteração do fluxo de matérias-pri-
mas, dos produtos ou dos funcionários;
(...)
VII - expedir produtos sem rótulos ou produtos que não tenham sido registrados no Depar-
tamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária
®

do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; ®

(...)
XIII - não cumprir os prazos previstos nos documentos expedidos em resposta ao SIF relati-
vos a planos de ação, fiscalizações, autuações, intimações ou notificações;
(...)
XIV - adquirir, manipular, expedir ou distribuir produtos de origem animal fabricados em
estabelecimento não registrado no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Ani-
mal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento ou que não conste no cadastro geral do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos


de Origem Animal;
XV - fabricar, expedir ou distribuir produtos de origem animal com rotulagem falsificada;
(...)


XVII - utilizar produtos com prazo de validade vencida, em desacordo com os critérios esta-


belecidos neste Decreto ou em normas complementares;
XVIII - sonegar informação que, direta ou indiretamente, interesse ao Departamento de Ins-


peção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao consumidor;
(...)



XXI - adulterar matéria-prima, ingrediente ou produto de origem animal;
(...)
XXIII - expedir para o comércio internacional produtos elaborados sem atenção ao disposto
nas normas complementares relativas à exportação de produtos de origem animal;
(...)
XXVIII - utilizar matérias-primas e produtos condenados, não inspecionados ou sem proce-
dência conhecida no preparo de produtos usados na alimentação humana;
(...)
XXXI - não realizar o recolhimento de produtos que possam incorrer em risco à saúde ou
que tenham sido adulterados;
XXXII - deixar de fornecer os dados estatísticos de interesse do SIF nos prazos regulamenta-
res;
XXXIII - prestar ou apresentar informações incorretas ou inexatas referentes à quantidade, à
®

qualidade e à procedência das matérias-primas, dos ingredientes e dos®produtos ao Minis-


tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
XXXIV - apor aos produtos novos prazos depois de expirada a sua validade;
XXXV - importar matérias-primas ou produtos de origem animal adulterados;
XXXVI - iniciar atividade sem atender exigências ou pendências estabelecidas por ocasião
da concessão do título de registro;
XXXVII - não apresentar produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória no
local de reinspeção autorizado;
XXXVIII - utilizar de forma irregular ou inserir informações ou documentação falsas, en-


ganosas ou inexatas nos sistemas informatizados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento;


XXXIX - prestar ou apresentar informações, declarações ou documentos falsos ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;


XL - não apresentar para reinspeção os produtos de origem animal sujeitos à reinspeção
obrigatória;


XLI - expedir ou comercializar produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória
anteriormente à realização da reinspeção;


XLII - receber, manipular, beneficiar, industrializar, fracionar, conservar, armazenar, acondi-


cionar, embalar, rotular ou expedir produtos de origem animal sem possuir registro no ór-
gão de fiscalização competente;
XLIII - descumprir determinações sanitárias de interdição total ou parcial de instalações ou
equipamentos, de suspensão de atividades ou outras impostas em decorrência de fiscaliza-
ções ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas cautelares; e
XLIV - não realizar os tratamentos de destinação industrial ou de aproveitamento condicio-
nal estabelecidos neste Decreto ou em normas complementares ou não dar a destinação
adequada aos produtos condenados.

O decreto passa a prever a interdição ou suspensão de atividades por medida cautelar (atra-
vés da inclusão do § 4º do Art. 508). Houve também o reajuste dos valores das multas das
infrações leves e moderadas e outras não especificadas (Art. 508 e 509):
®

• Para infrações leves a multa passa de 1 a 15% do valor máximo para 10 a 20% do valor
máximo; ®

• Para infrações moderadas a multa passa de 15 a 40% para 20 a 40% do valor máximo;
• As multas para infrações graves e gravíssimas não sofreram alterações;
• Infrações não especificadas no decreto ou às normas complementares, terão multa apli-
cada no valor compreendido entre 10-100% do valor máximo da multa, de acordo com a
gravidade da falta e seu impacto na saúde pública ou na saúde animal, observadas as cir-
cunstâncias atenuantes e agravantes previstas.

Há também os ajustes nos fatores atenuantes e agravantes (Art. 510), inclusive para o tra-


tamento favorecido de empresas de pequeno porte. Pelo novo texto, foram alteradas as


circunstâncias atenuantes descritas abaixo, em negrito:

I - o infrator ser primário na mesma infração;


(...)



VIII - o infrator comprovar que corrigiu a irregularidade que motivou a infração, até o
prazo de apresentação da defesa;


IX - o infrator ser estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de produtos agro-
pecuários que se enquadra nas definições da Lei complementar n°123/2006.


Nas circunstâncias agravantes temos apenas um inciso alterado, com o acréscimo da pa-
lavra em negrito:

I - o infrator ser reincidente específico.

Agora, voltaremos no tópico em que citamos o Art.504, quando o decreto define produtos
alterados e adulterados. Para fins de aplicação das sanções de apreensão ou condenação,
será considerado que as matérias-primas e os produtos de origem animal não apresentam
condições higiênico-sanitárias adequadas ao fim a que se destinam ou que se encontram
alterados ou adulterados nos casos definidos no art. 504.
®

A sanção de suspensão de atividade será aplicada, entre outros, também


® nos casos incluí-
dos no Art. 514:

XIX - não realização de recolhimento de produtos que possam incorrer em risco à saúde ou
que tenham sido adulterados;
XX - início de atividade sem atendimentos às exigências ou às pendências estabelecidas por
ocasião da concessão do título de registro;
XXI - expedição ou comercialização de produtos de origem animal sujeitos à reinspeção
obrigatória anteriormente à sua realização;


XXII - recebimento, manipulação, beneficiamento, industrialização, fracionamento, conser-
vação, armazenamento, acondicionamento, embalagem, rotulagem ou expedição de pro-


dutos de origem animal que não possuam registro no órgão de fiscalização competente;
XXIII - descumprimento de determinações sanitárias de interdição total ou parcial de insta-


lações ou equipamentos, de suspensão de atividades ou de outras impostas em decorrência
de fiscalizações ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas cautelares; e


XXIV - não realização de tratamentos de destinação industrial ou de aproveitamento con-
dicional estabelecidos neste Decreto ou em normas complementares ou não destinação


adequada a produtos condenados.


Também ocorreram ajustes na aplicação das sanções de interdição total e parcial conforme
alterações no Art.515:
• revogação dos incisos V, VII, X, XI;
• alteração do inciso XII - descumprir determinações sanitárias de interdição total ou par-
cial de instalações ou equipamentos, de suspensão de atividades ou de outras impostas
em decorrência de fiscalizações ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas
cautelares;
• inclusão dos incisos e parágrafo único, listados no quadro abaixo:
®

XIII - prestar ou apresentar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


® informa-
ções, declarações ou documentos falsos;
XIV - não apresentar para reinspeção produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obri-
gatória; e
XV - expedir ou comercializar produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória
anteriormente à realização da reinspeção.
Parágrafo único. A penalidade de que trata o inciso IV do caput do art. 508 será aplicada
também, nos termos do disposto no art. 517, sem prejuízo de outras previsões deste Decre-
to, nos seguintes casos, quando caracterizado o embaraço à ação fiscalizadora:


I- não cumprimento dos prazos estabelecidos nos documentos expedidos ao SIF, em aten-
dimento a planos de ação, fiscalizações, autuações, intimações ou notificações de forma


deliberada ou de forma recorrente;
II - expedição para o comércio internacional de produtos elaborados sem atenção ao dis-


posto nas normas complementares relativas à exportação de produtos de origem animal;
III - prestação ou apresentação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento in-


formações incorretas ou inexatas referentes à quantidade, à qualidade e à procedência das
matérias-primas, dos ingredientes e dos produtos;


IV - não apresentação dos produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória no


local de reinspeção autorizado;
V - utilização de forma irregular ou inserção de informações ou documentação falsas, en-
ganosas ou inexatas nos sistemas informatizados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento; e
VI - prestação ou apresentação de informações, declarações ou documentos falsos ou ine-
xatos perante o órgão fiscalizador, referente à quantidade, à qualidade e à procedência das
matérias-primas, dos ingredientes e dos produtos, ou sonegação de informação que, direta
ou indiretamente, interesse ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao
consumidor.

No Art. 517, as sanções de interdição total ou parcial em decorrência de adulteração ou


falsificação habitual do produto ou de suspensão de atividades oriundas de embaraço à
ação fiscalizadora serão aplicadas:
®

• no prazo de: 07, 15, 30 ou 60 dias corridos (leves ou moderados com o mínimo de 3 dias);
®

• o início dos efeitos será 30 dias da data da cientificação;


• independe da correção das irregularidades que as motivaram;
• a suspensão das atividades abrange as atividades produtivas e a certificação sanitária;
• a interdição parcial será aplicada quando for possível delimitar o local da ocorrência, caso
não seja possível a interdição será total mediante especificação no termo de julgamento;
• caso as sanções de que trata o caput tenham sido aplicadas por medida cautelar, o perío-
do de duração das ações cautelares, quando superior a um dia, será deduzido do prazo de
aplicação das sanções ao término da apuração administrativa.


No Art. 517-A, as sanções de interdição total ou parcial em decorrência de de inexistência


de condições higiênico-sanitárias adequadas ou suspensão por risco ou ameaça higiêni-
co-sanitária será aplicada de forma:


• sem prazo mínimo, devendo ser levantadas quando corrigido o problema;


• o início dos efeitos é imediato, no momento da fiscalização;
• interdição parcial aos setores ou equipamentos sem condições higiênico-sanitárias ade-


quadas de funcionamento ou total quando há condições inadequadas em todo o estabele-


cimento ou quando não for possível a delimitação do setor;
• a suspensão poderá abranger o setor, ao equipamento ou à operação que ocasione o risco
ou a ameaça de natureza higiênico-sanitária;

A caracterização de “habitualidade na adulteração ou na falsificação” foi detalhada na


inclusão de dois parágrafos no Art. 518:

§ 1º Para os fins de deste artigo, considera-se idêntica infração aquela que tenha por objeto
o mesmo fato motivador, independentemente do enquadramento legal, que tenha sido
constatada pela fiscalização.
§ 2º Para contagem do número de infrações para caracterização da habitualidade, serão consi-
deradas a primeira infração e duas outras que venham a ser constatadas, após a adoção, pelo
estabelecimento, de medidas corretivas e preventivas para sanar a primeira irregularidade.
®

Do processo administrativo ®

A inclusão do parágrafo único e seus dois incisos no Art. 521, estabelece a definição da data
do fato gerador da infração: a data que se iniciou a ação fiscalizatória que permitiu detectar
a irregularidade (data da fiscalização ou a data da coleta de amostra para produtos subme-
tidos a análises laboratoriais).

No Art. 525 temos a padronização dos prazos de defesa ou recurso, contemplando a forma
de contagem (de modo contínuo), a data de início (dia útil subsequente à cientificação ofi-
cial) e prorrogação do prazo até o primeiro dia útil subsequente caso o vencimento ocorra


em dia não útil.


O Art. 525-A foi incluído em sua totalidade:


Art. 525-A. Não serão conhecidos a defesa ou recurso interpostos:
I - fora do prazo;


II - perante órgão incompetente;
III - por pessoa não legitimada;


IV - após exaurida a esfera administrativa.


§ 1º Na hipótese do inciso II do caput, a autoridade competente será indicada ao autuado e
o prazo para defesa ou recurso será devolvido.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a administração pública de rever de ofício
o ato ilegal, desde que não tenha ocorrido a preclusão administrativa.”

No decreto ficam definidas as situações de não aplicação dos critérios de fiscalização orien-
tativa e dupla vista para lavratura de autos de infração contra pequenas empresas (Lei com-
plementar nº 123, de 2006), conforme o Art. 531-A, incluído na íntegra:
®

Art. 531-A. Para fins do disposto no art. 55 da Lei Complementar, consideram-se


® atividades
e situações de alto risco as infrações classificadas como grave ou gravíssima, nos termos es-
tabelecidos neste Decreto ou em normas complementares, praticadas por microempresas
ou empresas de pequeno porte de produtos agropecuários.

Título XII: disposições finais e transitórias


Para encerrar essa longa e importante revisão, vamos ler o Art. 532-A e 532-B, ambos acres-


centados na íntegra:


Art. 532-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve atuar em conjunto
com o órgão competente da saúde para o desenvolvimento de:


I - ações e programas de saúde animal e saúde humana para a mitigação ou a redução de


doenças infectocontagiosas ou parasitárias que possam ser transmitidas entre os homens e
os animais; e
II - ações de educação sanitária.” (NR)



Art. 532-B. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá procedimen-
tos simplificados para migração ou regularização do registro junto ao órgão competente,
quando cabível, dos estabelecimentos fabricantes dos produtos não abrangidos por este
Decreto que tenham sido registrados no Departamento de Inspeção de Produtos de Ori-
gem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, assegurada a continuidade do exercício da atividade econômica.

E por fim, esperamos que o material elaborado venha auxiliar e agregar conhecimentos du-
rante a revisão do RIISPOA. Sempre que surgir dúvidas ou houver necessidade de reforços e
atualizações para seu desenvolvimento profissional, conte com a equipe do IFOPE.
@ifopevet

O IFOPE é uma empresa que tem foco na transformação da


carreira de veterinários através da concretização do sonho de
aprovação em concurso público.

Com um corpo docente com excelente didática e experiên-


cia profissional, o Ifope usa ferramentas como videoaulas
+ PDF complementar de disciplinas específicas e básicas, cur-
so de técnicas de estudo e memorização, e resolução de exercí-
cios comentados após cada tópico de aula, para preparar, com
segurança, veterinários para os principais concursos do país.

Já desenvolvemos mais de 5.000 profissionais de forma segu-


ra, simples e objetiva com nossa metodologia, que é reconhe-
cida no mercado como campeã em aprovações em concursos
veterinários.

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no último concurso do MAPA: prepare-se com segurança e
conquiste mais rápido sua aprovação no certame dos seus
sonhos.

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