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O governo federal publicou no dia 19, no Diário Oficial da União, o Decreto 10.468 de 18 de
agosto de 2020, que trouxe uma série de alterações do RIISPOA motivadas pela necessidade
de racionalização dos procedimentos de inspeção e fiscalização pelos órgãos oficiais.
Há muitas alterações, algumas sutis outras de maior impacto. Mas é essencial o estudo do
novo decreto, principalmente para quem é profissional da área. O IFOPE, mais uma vez,
vem auxiliar com um material completo e de qualidade para você.
Vamos descrever os pontos alterados pelo atual decreto separando-os pelos Títulos, boa
leitura!
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bito de atuação.
Nesse primeiro título temos a modificação do Art. 1° com a inclusão da Lei nº 8.078, de 11
de setembro de 1990; na Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019; e na Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
No Art. 2° temos apenas a alteração da legislação citada, substituída pela Lei nº 1.283, de
1950, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização de produtos de origem animal nas casas
atacadistas e nos estabelecimentos varejistas, entre outros.
As próximas alterações constam no Art
gulamento. Vamos a eles:
10, no qual são incluídos novos conceitos no re-
XXII - aproveitamento condicional - destinação dada pelo serviço oficial à ma-
téria-prima e ao produto que se apresentar em desconformidade com a legislação para
elaboração de produtos comestíveis, mediante submissão a tratamentos específicos para
assegurar sua inocuidade;
XXIII - auditoria - procedimento técnico-administrativo conduzido por Auditor Fiscal
Federal Agropecuário com formação em Medicina Veterinária, com o objetivo de:
apurar o desempenho do serviço de inspeção federal local junto aos estabelecimentos sob
inspeção em caráter permanente; e
avaliar as condições técnicas e higiênico-sanitárias dos estabelecimentos registrados;
XXVI - condenação - destinação dada pela empresa ou pelo serviço oficial às ma-
térias-primas e aos produtos que se apresentarem em desconformidade com a legislação
para elaboração de produtos não comestíveis, assegurada a inocuidade do produto final,
quando couber;
XXVII - descaracterização - aplicação de procedimento ou processo ao produto
ou à matéria-prima de origem animal com o objetivo de torná-lo visualmente impróprio ao
consumo humano;
matéria-prima de origem animal, com o uso de substância química, com o objetivo de tor-
ná-lo visualmente impróprio ao consumo humano;
XXX - inutilização - destinação para a destruição, dada pela empresa ou pelo serviço
oficial às matérias-primas e aos produtos que se apresentam em desacordo com a legisla-
ção;
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De acordo com a publicação atualizada do MAPA – perguntas e respostas sobre o RIISPOA
(versão 2 de 19/08/2020) – a diferença entre os conceitos de aproveitamento condicional
e destinação industrial é o seguinte: o primeiro é referente à destinação dada pelo serviço
oficial e o segundo refere-se à destinação dada pelo estabelecimento.
Vamos ao Art. 11 com outra importante alteração. O artigo traz breves conceitos de
inspeção permanente e periódica e inclui todos os estabelecimentos de abate (de espé-
cies de açougue, de caça, de anfíbios e répteis) na inspeção permanente.
• No § 1º a definição de inspeção em caráter permanente consiste na presença do servi-
ço oficial de inspeção para a realização dos procedimentos de inspeção e fiscalização ante
mortem e post mortem, durante as operações de abate das diferentes espécies de açougue,
de caça, de anfíbios e répteis;
Título II: da classificação geral
Vamos entrar no Título II e suas alterações. A primeira delas é no Art.16 com a revogação do
inciso VII. Isso significa que os estabelecimentos de produtos de origem animal não serão
mais classificados em estabelecimentos “de produtos não comestíveis”, visto que a obtenção
de produtos não comestíveis é considerado indissociável do processo fabril, permanecendo
apenas registrados os estabelecimentos que manipulam e processam os alimentos de
origem animal. Mas permanece autorizada, nos estabelecimentos, a expedição dos “pro-
dutos não comestíveis”.
Portanto, no decorrer do decreto, são corrigidos os dispositivos que tratam do termo “pro-
dutos não comestíveis” resultando em uma série de alterações.
Agora vamos verificar as alterações referentes aos estabelecimentos de pescados e seus
derivados.
De acordo com o Manual de perguntas e respostas do MAPA, a classificação Abatedouro
Frigorífico de Pescado limita-se ao abate de anfíbios e répteis, pois apenas estes animais
requerem procedimentos de inspeção ante e post mortem pelo serviço oficial.
As demais espécies de pescado, inclusive aquelas oriundas da aquicultura e eventualmen-
te recebidas vivas, são processados em estabelecimentos classificados como Unidades de
Beneficiamento de Pescado e Produtos do Pescado, submetidos à inspeção em caráter
periódico.
De acordo com o Manual de perguntas e respostas do MAPA, a quebra dos ovos na granja
viabiliza o aproveitamento dos ovos que apresentam defeitos que impedem a sua comer-
cialização como ovo inteiro (ovo com casca trincada, por exemplo), mas que ainda são pró-
prios para o consumo.
Nos estabelecimentos de Leite e Derivados temos mudanças no Art. 21: fica alterada a
classificação “usina de beneficiamento”, para “unidade de beneficiamento de leite e deri-
vados” assim como a revogação da classificação “fábrica de laticínios”.
Outra alteração nesse artigo está no parágrafo 5°, em que a definição de “queijaria” sofre
algumas modificações:
“§ 5º Para os fins deste Decreto, entende-se por queijaria o estabelecimento destinado à
fabricação de queijos, que envolva as etapas de fabricação, maturação, acondicionamento,
rotulagem, armazenagem e expedição, e que, caso não realize o processamento completo
do queijo, encaminhe o produto a uma unidade de beneficiamento de leite e derivados.”
Observe que, antes do Decreto 10.468/2020, a queijaria era “localizada em propriedade rural
destinada à fabricação de queijos tradicionais com características especificas além de ser
elaborado exclusivamente com leite de sua própria produção”, vemos então que houve uma
grande alteração na classificação do estabelecimento.
§ 2º Para os fins deste Decreto, entende-se por casa atacadista o estabelecimento registra-
do no órgão regulador da saúde que receba e armazene produtos de origem animal proce-
dentes do comércio internacional prontos para comercialização, acondicionados e rotula-
dos, para fins de reinspeção, dotado de instalações específicas para a realização dessa
atividade.
Portanto, para os fins desse novo decreto, as casas atacadistas não mais envolvem produtos
procedentes do comércio interestadual, apenas do comércio internacional, além da inser-
ção dos termos referentes à obrigatoriedade de possuírem instalações específicas para a
reinspeção.
Ainda nos estabelecimentos classificados como casas atacadistas e entrepostos de produ-
tos de origem animal, torna-se permitido a substituição da embalagem secundária que
se apresentar danificada e, com a inclusão do parágrafo 5°, somente nos entrepostos de
produtos de origem animal é permitida a agregação de produtos rotulados para ela-
boração de Kits ou conjuntos não sujeitos a registro (lembre-se que continua vigente a
proibição de manipulação, fracionamento ou substituição de embalagem primária nesses
estabelecimentos).
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Vamos para o Art. 28, que dispõe sobre a obtenção de registro ou de relacionamento pelo
estabelecimento produtor. A lista de documentos antes solicitada foi substituída pelas eta-
pas de obtenção do registro ou do relacionamento, sendo as seguintes:
III – vistoria in loco do estabelecimento edificado, com emissão de parecer conclusivo em
laudo elaborado por Auditor Fiscal Federal Agropecuário com formação em Medicina Vete-
rinária; e
IV - concessão do registro ou do relacionamento do estabelecimento.
Essas etapas são obrigatórias a estabelecimentos classificados como:
I- abatedouro frigorífico;
II - unidade de beneficiamento de carne e produtos cárneos;
III - barco-fábrica;
IV - abatedouro frigorífico de pescado;
V - unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pescado;
VI - estação depuradora de moluscos bivalves;
VII - unidade de beneficiamento de ovos e derivados;
VIII - granja leiteira; e
IX - unidade de beneficiamento de leite e derivados.
O prazo para o MAPA se adequar aos procedimentos acima será de 01 ano, conforme inclu-
ído no Art. 538-A.
Outra alteração no Art. 30 inclui a possibilidade de emissão do título de registro em formato
digital. Também incluiu o parágrafo único:
Parágrafo único. O número de registro do estabelecimento é único e identifica a unidade
fabril no território nacional.
No Art. 31 temos algumas alterações sobre o início das atividades pelo estabelecimento.
A emissão do título de registro torna-se o documento hábil para autorizar o funciona-
mento, mas se for estabelecimento sob inspeção em caráter permanente, além do título
de registro, o início das atividades industriais está condicionado à designação de equipe de
servidores responsável pelas atividades de inspeção e fiscalização, pelo chefe do serviço de
inspeção de produtos de origem animal da jurisdição na qual o estabelecimento está loca-
lizado.
trução nas dependências e nas instalações dos estabelecimentos. Portanto, a autorização
depende de mais esse item, além da aprovação prévia do projeto.
No Art. 34, os estabelecimentos que realizam atividades em instalações independentes,
situados na mesma área industrial, poderão compartilhar dependências sociais, de água
de abastecimento, tratamento de efluentes, laboratório e almoxarifado.
No Art. 35 temos a inclusão da palavra “voluntariamente”, isto é, aqueles estabelecimentos
que interromperem seu funcionamento voluntariamente no período de um ano, terão seu
registro cancelado.
O Art. 38 traz os temas que serão abordados em normas complementares: sobre os pro-
cedimentos e as exigências documentais para:
I - a aprovação prévia de projeto de construção, reforma e ampliação de estabelecimentos;
II - registro e relacionamento de estabelecimentos; e
III - cancelamento de registro ou relacionamento de estabelecimentos.”
Título IV: das condições gerais
dos estabelecimentos
O Art. 42 dispõe sobre as condições básicas e comuns dos estabelecimentos. Nesse artigo
foi alterado o inciso XXII e o XXVIII com a inclusão das palavras em negrito no texto abaixo:
XXVIII - sede para o SIF, compreendidos a área administrativa, os vestiários e as instalações
sanitárias, nos estabelecimentos sob inspeção em caráter permanente;
Ainda nesse artigo temos mais alterações nas obrigatoriedades dos estabelecimentos. As
palavras ou termos alterados, ou incluídos pelo novo decreto estão em negrito:
car com 72 horas de antecedência a realização de atividades de abate e o horário de início
e de provável conclusão (inciso VI);
• Fornecer o material, os utensílios e as substâncias específicos para os trabalhos de coleta,
acondicionamento e inviolabilidade e remeter as amostras fiscais aos laboratórios (inciso
VII)
• Fornecer as substâncias para a desnaturação ou realizar a descaracterização visual per-
manente de produtos condenados, quando não houver instalações para sua transformação
imediata (inciso X);
• Dispor de programa de recolhimento dos produtos por ele elaborados e eventualmente
expedidos, nos casos de (inciso XV):
a) constatação de não conformidade que possa incorrer em risco à saúde; e
b) adulteração
• Realizar os tratamentos de aproveitamento condicional de destinação industrial ou a
inutilização de produtos de origem animal, em observância aos critérios de destinação es-
tabelecidos neste Decreto ou em normas complementares editadas pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e manter registros auditáveis de sua realiza-
ção (inciso XVI).
• Manter as instalações, os equipamentos e os utensílios em condições de manutenção
adequadas para a finalidade a que se destinam (inciso XVII);
Disponibilizar, nos estabelecimentos sob caráter de inspeção periódica, local reserva-
do para uso do SIF durante as fiscalizações (inciso XVIII);
• Comunicar ao SIF (inciso XIX):
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a) com antecedência de, no mínimo, cinco dias úteis, a pretensão de realizar ativida-
des de abate em dias adicionais à sua regularidade operacional, com® vistas à avaliação
da autorização, quando se tratar de estabelecimento sob caráter de inspeção perma-
nente;
b) sempre que requisitado, a escala de trabalho do estabelecimento, que conterá a
natureza das atividades a serem realizadas e os horários de início e de provável con-
clusão, quando se tratar de estabelecimento sob inspeção em caráter periódico ou,
quando se tratar de estabelecimento sob inspeção em caráter permanente, para as
demais atividades, exceto de abate; e
c) a paralisação ou o reinício, parcial ou total, das atividades industriais; e
• Comunicar à unidade competente, com antecedência de, no mínimo, setenta e duas
horas, a previsão de chegada de produtos de origem animal importados que requei-
ram reinspeção (inciso XX).
Para finalizar o Art 73, temos a alteração do parágrafo 3°:
§ 3º A disponibilização de pessoal de que trata o inciso II do caput poderá ser atendida por
pessoa jurídica credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos
termos do disposto nas normas complementares, para atendimento às exigências es-
pecíficas de mercados importadores.
Vimos que os produtos não comestíveis foram retirados do escopo de obrigações previstas
no RIISPOA, portanto está excluída a necessidade de registro de curtumes que forne-
cem peles e aparas aos estabelecimentos fabricantes de gelatina e produtos colagênicos. O
Art. 78 dispõe sobre esse assunto, no qual:
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• É permitido receber pele e aparas de estabelecimentos sob inspeção dos Estados, do DF,
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Para finalizar esse título, vamos às alterações do Art. 81: o recolhimento de produtos deverá
ser realizado somente em casos de lotes de produtos que apresentem risco à saúde pública
e daqueles que tenham sido adulterados (parágrafo único). Temos então que os produtos
adulterados passam a englobar aqueles fraudados e falsificados.
Para melhor entendimento, precisamos saltar para o Art. 504 que sofreu substanciais alte-
rações. Agora temos a diferenciação das definições de matérias-primas e produtos altera-
dos e adulterados. Fizemos um quadro para ficar mais elucidativo:
Alterados
Que não apresentem condições higiênico-sanitárias adequadas ao fim a que se destinam e
incorrem em risco a saúde pública.
Adulterados
I – fraudados:
Privados parcial ou totalmente de seus componentes característicos em razão da substitui-
ção por outros inertes ou estranhos e não atendem ao disposto na legislação específica;
Com adição de ingredientes, de aditivos, de coadjuvantes de tecnologia ou de substâncias
com o objetivo de dissimular ou de ocultar alterações, deficiências de qualidade da matéria-
-prima ou defeitos na elaboração do produto;
Elaborados com adição de ingredientes, de aditivos, de coadjuvantes de tecnologia ou de
substâncias com o objetivo de aumentar o volume ou o peso do produto;
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Elaborados ou comercializados em desacordo com a tecnologia ou o processo de fabricação
estabelecido em normas complementares ou em desacordo com o processo ® de fabricação
registrado, mediante supressão, abreviação ou substituição de etapas essenciais para quali-
dade ou identidade do produto.
II- falsificados:
Que tenham sido utilizadas denominações diferentes das previstas neste Decreto, em nor-
mas complementares ou no registro de produtos;
Que tenham sido elaborados, fracionados ou reembalados, expostos ou não ao consumo,
com a aparência e as características gerais de outro produto registrado e que se denomi-
nem como este, sem que o seja;
Que tenham sido elaborados de espécie diferente da declarada no rótulo ou divergente da
indicada no registro do produto;
Que não tenham sofrido o processamento especificado em seu registro, expostos ou não ao
consumo, e que estejam indicados como um produto processado;
Que sofram alterações no prazo de validade;
Que não atendam às especificações referentes à natureza ou à origem indicadas na rotula-
gem.
Mais adiante, voltaremos a citar o Art.504 quando analisarmos as alterações nas infrações
previstas no decreto.
destruição do agente.
No Art. 113. houve a inclusão de método equivalente ao banho de aspersão para pro-
mover a limpeza e remoção das sujidades dos animais, antes de chegar à dependência de
abate.
A hipertrofia de baço foi revogada da listagem de afecções em que a carcaça deve ser con-
denada (Art.137) e foi retirada a obrigação de que os animais reagentes positivos a testes
diagnósticos para Brucelose tenham suas carcaças e órgãos encaminhados para o Depar-
tamento de Inspeção Final (DIF) conforme o Art. 138. Porém, continua a obrigatoriedade de
serem abatidos separadamente.
Outra alteração é relacionada à mastite. No Art. 162, as carcaças e os órgãos de animais que
apresentem mastite devem ser condenadas, sempre que houver comprometimento sistê-
mico. Antes essas carcaças eram destinadas à esterilização pelo calor. Observe como ficou:
Em relação às neoplasias também temos novidades. Agora as carcaças de animais com ne-
oplasias extensas, com ou sem metástase e com ou sem comprometimento do estado
geral, devem ser condenadas. Continua a liberação da carcaça em casos de lesões neoplási-
cas discretas e localizadas, após remoção e condenação das partes e órgãos comprometidos
(Art.165).
ou tecnológica, as carcaças de aves devem ser segregadas pelo estabelecimento para des-
tinação industrial. Não se aplica essa destinação em contusões extensas ou generalizadas
e os casos de áreas sanguinolentas ou hemorrágicas difusas, hipóteses em que a destinação
será realizada pelo SIF nas linhas de inspeção.
Da inspeção post mortem de bovinos e búfalos:
Aqui temos alteração da forma de avaliação das carcaças com infecção intensa por Cysti-
cercus bovis (Art.185):
• Fica estabelecida a possibilidade de envio para tratamento pelo frio das carcaças de ani-
mais em qualquer caso que não caracterize a infecção intensa.
• Nas infecções leves ou moderadas as carcaças poderão ser destinadas ao tratamento pelo
frio ou pelo calor, após a remoção e condenação da área atingida.
Foi incluída a definição de casos de infecção moderada por Sarcocystis spp em carcaças de
ovinos e modificada a destinação nos casos de infecção leve (Art. 190-A).
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Voltando um pouco na nossa sequência, temos que o Art.104 revogado, portanto fica au-
torizado o abate de suídeos não castrados. Já o Art. 198, estabelece que as carcaças que
apresentem odor sexual devem ser segregadas pelo estabelecimento para destinação in-
dustrial.
Tivemos muitas inclusões nessa subseção, vamos pontuar as mais importantes do Art.204:
•
a necessidade do atendimento ao disposto pela legislação ambiental sobre o abate de
anfíbios e répteis;
• as partes e órgãos de anfíbios e répteis que apresentem lesões ou anormalidades que pos-
sam torná-los impróprios para consumo devem ser identificados e conduzidos a um local
específico para inspeção;
• o artigo prevê os casos de aproveitamento condicional do pescado podendo ser subme-
tido a: congelamento, salga ou tratamento pelo calor. A inclusão do parágrafo 1° no Art.216
estabelece que os pescados com infestação por endoparasitas da família Anisakidae, deve-
rão ser destinados ao consumo cru somente após submetidos ao congelamento a -20°C por
sete dias ou a -35°C durante 15 horas (pode ser utilizado outro método desde que aprovado
pelo DIPOA).
No Art. 205 temos a inclusão da definição de pescados: “os peixes, os crustáceos, os molus-
cos, os anfíbios, os répteis, os equinodermos e outros animais aquáticos usados na alimen-
tação humana”. O parágrafo único desse artigo também foi adicionado:
Parágrafo único. O pescado proveniente da fonte produtora não pode ser destinado a ven-
da direta ao consumidor sem que haja previa fiscalização, sob o ponto de vista industrial e
sanitário.
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II - que as operações realizadas no local intermediário de que trata o caput:
a) não gerem prejuízos à qualidade do pescado; e
b) não sejam de caráter industrial, facultados a lavagem superficial do pescado com água
potável, sua classificação, seu acondicionamento em caixas de transporte e adição de gelo,
desde que haja condições apropriadas para estas finalidades.
O Art. 213 autoriza a sangria, evisceração e o descabeçamento a bordo de pescado,
desde que previsto em seus programas de autocontrole e o estabelecimento realize os
controles de qualidade na recepção (envolve análises sensoriais e a avaliação de perigos
químicos, físicos e biológicos). Nesse artigo também ficou definido quais Programas de
Auto Controle (PAC) o estabelecimento deve dispor:
• o tipo de pesca;
• o tempo de captura;
• o método de conservação;
• a espécie de pescado;
• os requisitos das embarcações que podem realizar as atividades.
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Outra inclusão foi o Art. 214 que permite a destinação industrial do pescado
® que se apre-
sentar injuriado, mutilado, deformado, com alterações de cor, com presença de parasitas
localizados ou com outras anormalidades que não o tornem impróprio para o consumo hu-
mano na forma em que se apresenta, nos termos do disposto em normas complementares
ou, na sua ausência, em recomendações internacionais.
qualquer estabelecimento industrial. As demais proibições continuam sem alterações
Mais significativo, foi a alteração para 5°C da temperatura de conservação do leite no posto
de refrigeração, na unidade de beneficiamento do leite e derivados e na câmara frigorífica
do leite pasteurizado, podendo a referida temperatura atingir até 7°C quando o leite esto-
cado apresentar contagem microbiológica máxima de 300.000 UFC/ml anteriormente
ao beneficiamento (Art. 255 e Art. 258).
Fica dispensada a obrigatoriedade de higienizar o tanque antes e após cada transporte (§4°,
Art. 245).
Art. 267-A. A extração da matéria-prima por produtor rural deve ser realizada em local pró-
prio, inclusive em unidades móveis, que possibilite os trabalhos de manipulação e acondi-
cionamento da matéria-prima em condições de higiene.
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A primeira alteração desse título ocorre no Art. 292, com a inclusão do parágrafo único
estipulando os parâmetros do processo de esterilização comercial que deve assegurar um
valor de F0 igual ou maior que três minutos ou a redução de doze ciclos logarítmicos
(12 log10) de Clostridium botulinum.
Também passa a ser permitido a moldagem do hambúrguer em outro formato além do dis-
co ou oval, mediante especificação no registro e na rotulagem do produto (parágrafo único
do Art. 295).
Com a inclusão dos Art. 308-A e 308-B surgem as definições de pururuca e de torresmo:
Pururuca ingredientes, submetido ao processamento térmico adequado,
e que pode ser fabricado com gordura ou carne aderidas.
Torresmo de ingredientes, submetido ao processamento térmico adequa-
do, e que pode ser fabricado com pele ou carne aderidas.
Voltando no Art. 322, temos a definição de produtos não comestíveis: são resíduos da pro-
dução industrial e os demais produtos não aptos ao consumo humano, incluídos aqueles:
A lista de produtos, aos quais o decreto não se aplica, fica acrescida®com os seguintes:
produtos para saúde; os produtos gordurosos; os fertilizantes; os biocombustíveis;
os sanitizantes; os produtos de higiene e limpeza; a cola animal; o couro e produtos
derivados e os produtos químicos.
lecimentos sem autorização prévia do SIF (Art.481).
A revogação do Art.330 e sua alteração torna proibida a manipulação de produtos de
não comestíveis em seções de elaboração de produtos comestíveis.
Dos padrões de identidade e qualidade de
pescados e seus derivados.
Pescado fresco passa a ser aquele não submetido a qualquer processo de conservação, a
não ser pela ação do gelo, mantido em temperaturas próximas à do gelo fundente, com ex-
ceção daqueles comercializados vivos. A alteração aqui foi a retirada do termo “métodos de
conservação de efeito similar”, permanecendo apenas a ação do gelo (Art. 333).
Dos padrões de identidade e qualidade de leite e derivados lácteos
Vamos à inclusão do Art. 385-A:
Art. 385-A. O uso e a comercialização, exclusivamente para fins industriais, da gordura lác-
tea extraída da água utilizada na operação de filagem durante a elaboração de queijos são
permitidos, asseguradas a identidade e a qualidade do produto final no qual será utilizada.
Título VII: do registro de produtos,
da embalagem, da rotulagem e dos
carimbos de inspeção
Nesse título veremos que há substanciais mudanças. Vamos a elas:
ferrão) são isentos de registro (Art. 427-B), mas devem ser rotulados atendendo
® à legislação
pertinente;
• no processo de solicitação do registro do produto não há mais a necessidade da descrição
dos métodos de controle realizados pelo estabelecimento para assegurar a identidade do
produto nem a relação dos PAC implantados no estabelecimento. Porém, passa a ser neces-
sário o croqui do rótulo a ser utilizado entre outros anteriormente estabelecidos (Art. 428);
• o acréscimo do §4° no Art. 439 dispensa a aposição de rótulos em produtos não comes-
tíveis comercializados a granel, quando forem transportados em veículos cuja lacração não
seja viável ou nos quais o procedimento não confira garantia adicional à inviolabilidade dos
produtos;
• fica excluída a obrigatoriedade de informar a data de fabricação no rótulo (Art.443);
• nos rótulos podem constar referências a prêmios ou a menções honrosas, desde que
sejam devidamente comprovadas as suas concessões na solicitação de registro e mediante
inclusão na rotulagem de texto informativo ao consumidor para esclarecimento sobre os
critérios, o responsável pela concessão e o período (Art.444);
• fica facultada a aposição no rótulo de informações que remetam a características específi-
cas no âmbito da produção primária observadas as regras estabelecidas pelo órgão compe-
tente ou mediante aposição de texto explicativo na rotulagem (Art.446-A) e expressões de
qualidade na rotulagem mediante previsão no regulamento técnico de identidade e quali-
dade específico ou aposição de texto explicativo na rotulagem para esclarecimento sobre
os critérios utilizados para sua definição (Art.446-B);
um mesmo rótulo poderá ser utilizado para produtos idênticos, mas fabricados em diferen-
tes unidades da mesma empresa (Art.447). Assim, todas as unidades devem ter o rótulo
registrado e a unidade fabricante deve ser claramente identificada no rótulo com texto in-
formativo, código ou outra forma que assegure a informação correta, ou um único carimbo
de inspeção.
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Podemos observar que no §3° do Art. 470, o RIISPOA traz as condições em que não devem
ser coletadas as amostras fiscais em triplicata. Nesse parágrafo temos a inclusão do inciso V,
com o acréscimo de uma condição:
V - se tratar de ensaios para detecção de analitos que não se mantenham estáveis ao longo
do tempo.
Ainda nesse artigo, incluiu-se também o §4°, definindo o “prazo de validade exíguo”, con-
ceito esse que não constava no texto do decreto:
§ 4º Para os fins do inciso II do § 3º, considera-se que o produto apresenta prazo de validade
exíguo quando possuir prazo de validade remanescente igual ou inferior a quarenta e cinco
dias, contado da data da coleta.
Os Art. 474-A e 474-B foram incluídos. O primeiro estabelece a necessidade do solicitante,
quando indicar assistente técnico ou substituto para acompanhar análises periciais, compro-
var que os indicados possuem formação e competência técnica para acompanhar a análise
pericial. Já o 474-B refere-se a possibilidade de manifestação adicional quanto ao resulta-
do da análise pericial da amostra de contraprova no processo de apuração de infrações no
prazo de dez dias, contado da data de assinatura da ata de análise pericial de contraprova.
Mas os produtos nacionais que foram exportados e retornem ao país por processo regular
de importação será realizada obrigatoriamente em estabelecimento sob SIF (Art. 482-B).
Em caso de emergência sanitária ou de desabastecimento, por tempo determinado, a reins-
peção poderá ser realizada em estabelecimentos registrados ou relacionados (Art. 482-C).
Aqui podemos citar o novo inciso II do Art.487, em que a competência de reinspeção pela
Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), exclui as duas hipóteses acima.
Título X: do trânsito e da certificação sanitária
de produtos de origem animal
Da certificação de produtos de origem animal
Aqui o RIISPOA estipula os locais de emissão dos Certificados Nacionais ou Internacionais e
as Guias de Trânsito (Art. 490):
O § 4º incluído nesse artigo estabelece o seguinte: quando não for possível separar o ma-
terial condenado oriundo do DIF e das linhas de inspeção do post mortem do material con-
denado pelo estabelecimento nas demais operações industriais, a certificação sanitária fica
dispensada e o trânsito desses produtos será respaldado pela declaração de condenação
emitida pelo estabelecimento.
Título XI: das responsabilidades, das medidas
cautelares, das infrações, das penalidades e do
processo administrativo.
Das medidas cautelares
Agora vamos para uma série de mudanças importantes que ocorreram em relação às medi-
das cautelares. No inciso I do Art. 495 fica determinado que não somente teremos a apre-
ensão do produto em casos de evidência ou suspeita de que um produto represente risco
à saúde ou que seja adulterado. Agora temos a apreensão do produto, dos rótulos ou das
embalagens.
tendidas a outros lotes de produtos fabricados sob as mesmas condições;
• após a identificação da causa da irregularidade a adoção das medidas cabíveis, a retomada
do processo de fabricação será autorizada;
• o SIF poderá determinar que o estabelecimento desenvolva e aplique um plano de amos-
tragem delineado com base em critérios científicos para a realização de análises laborato-
riais para respaldar a retomada do processo.
Das infrações e das penalidades
O Art. 496 traz novos enquadramentos para infrações e as gradações são estabelecidas no
Art. 509. de acordo com o novo texto, vamos aos incisos alterados e aos incluídos no en-
quadramento das infrações:
(...)
XIII - não cumprir os prazos previstos nos documentos expedidos em resposta ao SIF relati-
vos a planos de ação, fiscalizações, autuações, intimações ou notificações;
(...)
XIV - adquirir, manipular, expedir ou distribuir produtos de origem animal fabricados em
estabelecimento não registrado no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Ani-
mal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento ou que não conste no cadastro geral do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos
de Origem Animal;
XV - fabricar, expedir ou distribuir produtos de origem animal com rotulagem falsificada;
(...)
XVII - utilizar produtos com prazo de validade vencida, em desacordo com os critérios esta-
belecidos neste Decreto ou em normas complementares;
XVIII - sonegar informação que, direta ou indiretamente, interesse ao Departamento de Ins-
peção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao consumidor;
(...)
XXI - adulterar matéria-prima, ingrediente ou produto de origem animal;
(...)
XXIII - expedir para o comércio internacional produtos elaborados sem atenção ao disposto
nas normas complementares relativas à exportação de produtos de origem animal;
(...)
XXVIII - utilizar matérias-primas e produtos condenados, não inspecionados ou sem proce-
dência conhecida no preparo de produtos usados na alimentação humana;
(...)
XXXI - não realizar o recolhimento de produtos que possam incorrer em risco à saúde ou
que tenham sido adulterados;
XXXII - deixar de fornecer os dados estatísticos de interesse do SIF nos prazos regulamenta-
res;
XXXIII - prestar ou apresentar informações incorretas ou inexatas referentes à quantidade, à
®
ganosas ou inexatas nos sistemas informatizados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento;
XXXIX - prestar ou apresentar informações, declarações ou documentos falsos ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
XL - não apresentar para reinspeção os produtos de origem animal sujeitos à reinspeção
obrigatória;
XLI - expedir ou comercializar produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória
anteriormente à realização da reinspeção;
XLII - receber, manipular, beneficiar, industrializar, fracionar, conservar, armazenar, acondi-
cionar, embalar, rotular ou expedir produtos de origem animal sem possuir registro no ór-
gão de fiscalização competente;
XLIII - descumprir determinações sanitárias de interdição total ou parcial de instalações ou
equipamentos, de suspensão de atividades ou outras impostas em decorrência de fiscaliza-
ções ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas cautelares; e
XLIV - não realizar os tratamentos de destinação industrial ou de aproveitamento condicio-
nal estabelecidos neste Decreto ou em normas complementares ou não dar a destinação
adequada aos produtos condenados.
O decreto passa a prever a interdição ou suspensão de atividades por medida cautelar (atra-
vés da inclusão do § 4º do Art. 508). Houve também o reajuste dos valores das multas das
infrações leves e moderadas e outras não especificadas (Art. 508 e 509):
®
• Para infrações leves a multa passa de 1 a 15% do valor máximo para 10 a 20% do valor
máximo; ®
• Para infrações moderadas a multa passa de 15 a 40% para 20 a 40% do valor máximo;
• As multas para infrações graves e gravíssimas não sofreram alterações;
• Infrações não especificadas no decreto ou às normas complementares, terão multa apli-
cada no valor compreendido entre 10-100% do valor máximo da multa, de acordo com a
gravidade da falta e seu impacto na saúde pública ou na saúde animal, observadas as cir-
cunstâncias atenuantes e agravantes previstas.
Há também os ajustes nos fatores atenuantes e agravantes (Art. 510), inclusive para o tra-
tamento favorecido de empresas de pequeno porte. Pelo novo texto, foram alteradas as
circunstâncias atenuantes descritas abaixo, em negrito:
VIII - o infrator comprovar que corrigiu a irregularidade que motivou a infração, até o
prazo de apresentação da defesa;
IX - o infrator ser estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de produtos agro-
pecuários que se enquadra nas definições da Lei complementar n°123/2006.
Nas circunstâncias agravantes temos apenas um inciso alterado, com o acréscimo da pa-
lavra em negrito:
Agora, voltaremos no tópico em que citamos o Art.504, quando o decreto define produtos
alterados e adulterados. Para fins de aplicação das sanções de apreensão ou condenação,
será considerado que as matérias-primas e os produtos de origem animal não apresentam
condições higiênico-sanitárias adequadas ao fim a que se destinam ou que se encontram
alterados ou adulterados nos casos definidos no art. 504.
®
XIX - não realização de recolhimento de produtos que possam incorrer em risco à saúde ou
que tenham sido adulterados;
XX - início de atividade sem atendimentos às exigências ou às pendências estabelecidas por
ocasião da concessão do título de registro;
XXI - expedição ou comercialização de produtos de origem animal sujeitos à reinspeção
obrigatória anteriormente à sua realização;
XXII - recebimento, manipulação, beneficiamento, industrialização, fracionamento, conser-
vação, armazenamento, acondicionamento, embalagem, rotulagem ou expedição de pro-
dutos de origem animal que não possuam registro no órgão de fiscalização competente;
XXIII - descumprimento de determinações sanitárias de interdição total ou parcial de insta-
lações ou equipamentos, de suspensão de atividades ou de outras impostas em decorrência
de fiscalizações ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas cautelares; e
XXIV - não realização de tratamentos de destinação industrial ou de aproveitamento con-
dicional estabelecidos neste Decreto ou em normas complementares ou não destinação
adequada a produtos condenados.
Também ocorreram ajustes na aplicação das sanções de interdição total e parcial conforme
alterações no Art.515:
• revogação dos incisos V, VII, X, XI;
• alteração do inciso XII - descumprir determinações sanitárias de interdição total ou par-
cial de instalações ou equipamentos, de suspensão de atividades ou de outras impostas
em decorrência de fiscalizações ou autuações, incluídas aquelas determinadas por medidas
cautelares;
• inclusão dos incisos e parágrafo único, listados no quadro abaixo:
®
I- não cumprimento dos prazos estabelecidos nos documentos expedidos ao SIF, em aten-
dimento a planos de ação, fiscalizações, autuações, intimações ou notificações de forma
deliberada ou de forma recorrente;
II - expedição para o comércio internacional de produtos elaborados sem atenção ao dis-
posto nas normas complementares relativas à exportação de produtos de origem animal;
III - prestação ou apresentação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento in-
formações incorretas ou inexatas referentes à quantidade, à qualidade e à procedência das
matérias-primas, dos ingredientes e dos produtos;
IV - não apresentação dos produtos de origem animal sujeitos à reinspeção obrigatória no
local de reinspeção autorizado;
V - utilização de forma irregular ou inserção de informações ou documentação falsas, en-
ganosas ou inexatas nos sistemas informatizados do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento; e
VI - prestação ou apresentação de informações, declarações ou documentos falsos ou ine-
xatos perante o órgão fiscalizador, referente à quantidade, à qualidade e à procedência das
matérias-primas, dos ingredientes e dos produtos, ou sonegação de informação que, direta
ou indiretamente, interesse ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ao
consumidor.
• no prazo de: 07, 15, 30 ou 60 dias corridos (leves ou moderados com o mínimo de 3 dias);
®
No Art. 517-A, as sanções de interdição total ou parcial em decorrência de de inexistência
de condições higiênico-sanitárias adequadas ou suspensão por risco ou ameaça higiêni-
co-sanitária será aplicada de forma:
• sem prazo mínimo, devendo ser levantadas quando corrigido o problema;
• o início dos efeitos é imediato, no momento da fiscalização;
• interdição parcial aos setores ou equipamentos sem condições higiênico-sanitárias ade-
quadas de funcionamento ou total quando há condições inadequadas em todo o estabele-
cimento ou quando não for possível a delimitação do setor;
• a suspensão poderá abranger o setor, ao equipamento ou à operação que ocasione o risco
ou a ameaça de natureza higiênico-sanitária;
§ 1º Para os fins de deste artigo, considera-se idêntica infração aquela que tenha por objeto
o mesmo fato motivador, independentemente do enquadramento legal, que tenha sido
constatada pela fiscalização.
§ 2º Para contagem do número de infrações para caracterização da habitualidade, serão consi-
deradas a primeira infração e duas outras que venham a ser constatadas, após a adoção, pelo
estabelecimento, de medidas corretivas e preventivas para sanar a primeira irregularidade.
®
Do processo administrativo ®
A inclusão do parágrafo único e seus dois incisos no Art. 521, estabelece a definição da data
do fato gerador da infração: a data que se iniciou a ação fiscalizatória que permitiu detectar
a irregularidade (data da fiscalização ou a data da coleta de amostra para produtos subme-
tidos a análises laboratoriais).
No Art. 525 temos a padronização dos prazos de defesa ou recurso, contemplando a forma
de contagem (de modo contínuo), a data de início (dia útil subsequente à cientificação ofi-
cial) e prorrogação do prazo até o primeiro dia útil subsequente caso o vencimento ocorra
em dia não útil.
O Art. 525-A foi incluído em sua totalidade:
Art. 525-A. Não serão conhecidos a defesa ou recurso interpostos:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por pessoa não legitimada;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II do caput, a autoridade competente será indicada ao autuado e
o prazo para defesa ou recurso será devolvido.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a administração pública de rever de ofício
o ato ilegal, desde que não tenha ocorrido a preclusão administrativa.”
No decreto ficam definidas as situações de não aplicação dos critérios de fiscalização orien-
tativa e dupla vista para lavratura de autos de infração contra pequenas empresas (Lei com-
plementar nº 123, de 2006), conforme o Art. 531-A, incluído na íntegra:
®
centados na íntegra:
Art. 532-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve atuar em conjunto
com o órgão competente da saúde para o desenvolvimento de:
I - ações e programas de saúde animal e saúde humana para a mitigação ou a redução de
doenças infectocontagiosas ou parasitárias que possam ser transmitidas entre os homens e
os animais; e
II - ações de educação sanitária.” (NR)
Art. 532-B. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá procedimen-
tos simplificados para migração ou regularização do registro junto ao órgão competente,
quando cabível, dos estabelecimentos fabricantes dos produtos não abrangidos por este
Decreto que tenham sido registrados no Departamento de Inspeção de Produtos de Ori-
gem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, assegurada a continuidade do exercício da atividade econômica.
E por fim, esperamos que o material elaborado venha auxiliar e agregar conhecimentos du-
rante a revisão do RIISPOA. Sempre que surgir dúvidas ou houver necessidade de reforços e
atualizações para seu desenvolvimento profissional, conte com a equipe do IFOPE.
@ifopevet