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LÓGICA PROPOSICIONAL

1. Variáveis proposicionais
2. Conectivas/concetores proposicionais/verofuncionais
3. Dicionário e formalização de proposições
LÓGICA PROPOSICIONAL

OU OPERADORES PROPOSICIONAIS

Estabelecem as relações de
Letras do alfabeto, por convenção: conexão entre as variáveis
P, Q, R, S, etc., que simbolizam e proposicionais. São constantes
representam as proposições do cálculo lógicas
Formalização de
proposições

Colocar as proposições na sua expressão canónica.

Isolar as proposições simples que as constituem e


atribuir variáveis proposicionais a cada uma (dicionário).

Simbolizar ou formalizar, com linguagem lógica, a


proposição complexa.
Os dicionários expressam sempre proposições
simples, na forma afirmativa e no presente do
indicativo
Operadores verofuncionais

Designação Símbolo Leitura Forma lógica Exemplo

Não-P
Negação  “não”
P
Júlia não é pintora.

PeQ Júlia é pintora e Ana é


Conjunção  “e”
PQ escritora.

P ou Q Júlia é pintora ou Ana é



Inclusiva
“ou”
PQ escritora.
Disjunção
Ou Júlia é pintora ou Ana
Ou P ou Q
Exclusiva  “ou… ou”
PQ
é escritora (mas não
ambas as coisas).

Se P, então Q Se Júlia é pintora, então


Condicional ⟶ “se... então”
P⟶Q Ana é escritora.

P se, e só se, Q Júlia é pintora se, e só


Bicondicional ⟷ “se, e só se”
P⟷Q se, Ana é escritora.
Negação Expressões:
- Não…
P Alberta é pintora. - É falso que…
Alberta não é pintora. - É errado
P
Ou: - Não se dá o caso…
Não é verdadeiro que Alberta seja pintora.

Conjunção

P Joaquina trabalha.

Q Paula descansa.

PQ Joaquina trabalha e Paula descansa.


Disjunção inclusiva
Disjunção exclusiva

P Manuel nasceu em Lisboa.


P Ricardo é futebolista.
Q Manuel nasceu no Porto.
Q António é aluno.
Ou Manuel nasceu em Lisboa ou Manuel
PQ
nasceu no Porto.
PQ Ricardo é futebolista ou António é aluno.

Condicional

P O Universo é finito. Caso o Universo seja finito, Deus existe.


Deus existir é condição necessária para o Universo ser finito.
Q Deus existe. O Universo ser finito é condição suficiente para Deus existir.
O Universo é finito apenas se Deus existir.
P⟶Q Se o Universo é finito, então Deus existe.
Bicondicional

P Albano é católico.

Q Albano vai à missa.

Albano é católico se, e só se, Albano vai à


P⟷Q
missa.

Outras expressões

Albano é católico se, e apenas se, Albano vai à missa.


Albano ser católico é uma condição suficiente e necessária para Albano ir à missa.
Se Albano é católico, então vai à missa, e vice-versa.
A conetiva principal, isto é, aquela a que todas as demais estão
subordinadas, determina o caráter da fórmula
Âmbito de um operador

Proposição ou proposições que


esse operador afeta.

Dicionário:

P: Deus existe.
Q: O mal existe.

Operador principal:
Se Deus existe, então o mal não existe. P ⟶ Q
condicional

Não é verdadeiro que se Deus existe Operador principal:


(P ⟶ Q)
então o mal não existe. negação

O operador principal é o de maior âmbito. É aquele que se aplica a toda a fórmula


proposicional.
Parênteses
São utilizados para definir o âmbito do operador

Ex.  P ꓥ Q (apenas se nega o P) – Não como e engordo


 (P ꓥ Q) (nega-se o P e o Q) – Não é verdade que
coma e engorde
EXERCÍCIOS
Ou não como bolo ou tomo café, mas também, como
croissant

Dicionário:
P= Eu como bolo
Q= Eu tomo café
R = Eu como croissant
( P ꓦ Q) ꓥ R
EXERCÍCIOS
Não é verdade que se for à praia vá constipar e se não
constipar vou-me divertir.

Dicionário:
P= Vou à praia
Q= Vou constipar
R = Vou divertir-me  ( P → Q) ꓥ ( Q → R )
É verdade que se chover o chão fica molhado, se, e somente
se, for falso que se chover o chão fica molhado.

Dicionário:
P= Chove
Q= O chão fica molhado
(P → Q)   (P → Q)
Formalize as seguintes proposições, considerando a seguinte interpretação:
P: O apartamento é espaçoso
Q: As habitações são espaços familiares.
R: a moradia é espaçosa

A. O apartamento e a moradia são espaçosos, mas as habitações não são


espaços familiares (P ꓥ R ) ꓥ  Q

B. A moradia é espaçosa ou habitações são espaços familiares R Q
C. O apartamento é espaçoso se e só se a moradia é espaçosa. P  R
D.Se é falso o apartamento e a moradia serem espaçosos, então ou as
habitações são ou não são espaços familiares  (Pꓥ R )→ (Q ꓦ  Q)
Transcreva para linguagem natural as seguintes expressões, considerando a seguinte
interpretação:
P: As escolas são locais seguros
Q: A atuação da polícia é sempre utilizada para bem da comunidade escolar.
R: os professores mantêm a segurança
S: Os alunos são pacíficos.
a) ¬ (Q ∧ R)
b) S → P
c) Q ↔ (R ∧ ¬ S)
Tabelas de verdade: avaliação
de formas proposicionais
Avaliar proposições e argumentos dedutivos

Tabelas de verdade
Exemplo de tabela:
Uma tabela de verdade é um dispositivo gráfico que
elenca, na coluna da esquerda, as combinações possíveis P Q (P  Q)
de valores de verdade das proposições simples que a V V V
compõem. V F F
F V F
F F F
Depois, à direita, apresenta o valor de verdade da
proposição complexa em cada uma dessas possibilidades
(de acordo com a regra do conector).
Negação Expressões: Tabela de verdade


da negação
- Não…
- É falso que… P P
- É errado
V F
- Não se dá o F V
caso…
Nota bem: quando o predicado inclui um prefixo como “i-”, “in-”, “im-” a proposição em causa também é
uma negação, pois diz que o predicado (sem o prefixo) não se aplica ao sujeito) EX. João é infeliz = P.; O
Conhecimento é impossível

A negação de uma proposição P é verdadeira, quando a proposição P for falsa e vice-


versa.
A negação de uma proposição P é uma proposição com a forma “Não-P”, formalizando-se
por P.
A negação de uma negação equivale a uma afirmação (dupla negação).
O operador “não” é o único operador unitário (unário, monádico), pois aplica-se a uma só
proposição (os restantes são binários – aplicam-se a duas proposições).
Expressões:
- …e…
- Tanto… como
Conjunção - Não só… como

 - … mas…
- … mas também…
- … apesar de…

Em que circunstâncias será


uma conjunção verdadeira?

Uma tabela de verdade permite responder a esta questão. P Q (P  Q)


V V V
V F F
É verdadeira se ambas as proposições simples
F V F
que a compõem forem também verdadeiras F F F
Expressões:
Disjunção inclusiva - Ou…
- … a não ser que…
 - … a menos que

Em que circunstâncias será


a disjunção inclusiva
verdadeira?

P Q (P  Q)
É verdadeira se, pelo menos, uma das V V V
proposições simples que a compõem for V F V
verdadeira; ou é falsa se ambas as proposições F V V
que a compõem forem falsas. F F F
Expressões:
Disjunção Exclusiva - Ou… ou

 - … ou…, mas não ambos

Em que circunstâncias será


a disjunção exclusiva
verdadeira?

P Q (P  Q)
V V F
É verdadeira se as proposições simples que a V F V
compõem tiverem valores de verdade diferentes. F V V
F F F
Expressões:
- Se… então.
-Caso … então.
Condicional
-…. é condição necessária para….

→ -….é condição suficiente para…


-Sempre que….
-….apenas se…
-… só se ….
Em que circunstâncias será -… desde que…
a condicional verdadeira?

P Q (P → Q)
É sempre verdadeira, exceto na circunstância em V V V
V F F
que a antecedente é verdadeira e a consequente
F V V
é falsa.
F F V
Bicondicional
Tabela de verdade
da bicondicional
Expressões:
- … se, e só se, … P Q P⟷Q
- … se, e somente se,…
- …condição necessária e V V V
V F F
suficiente…
F V F
- Se e apenas se… F F V
- Se… então, e vice-versa

é verdadeira se as proposições tiverem o mesmo valor de


verdade e falsa se essas proposições tiverem valores de
verdade distintos.
Exercícios
Indique a que conetiva correspondem as seguintes regras:
1. Se a proposição antecedente for verdadeira e a consequente falsa, o
resultado é falso. Condicional
2. O resultado é falso somente se ambas as proposições forem falsas. Disjunção inclusiva
3. É falsa, apenas quando uma das proposições simples é verdadeira e a
outra falsa, e vice-versa. Bicondicional
4. É verdadeira, apenas quando ambas as proposições têm o mesmo
valor de verdade. Bicondicional
5. Basta uma das proposições ser falsa, para o resultado ser falso. Conjunção
6. É falsa, apenas quando as proposições têm o mesmo valor de verdade Disjunção exclusiva
7. Não permite que uma proposição unitária seja simultaneamente
verdadeira ou falsa. Negação
O método das tabelas de verdade

Expressão canónica Dicionário Formalização

Não é verdadeiro que P: Paulo escreve


se Paulo escreve então (P ⟶ R)
Q: Júlia é feliz.
Júlia é feliz.

1.º P Q (P ⟶ Q) 2.º P Q (P ⟶ Q)


Desenhar a Colocar na
tabela, tabela os valores V V
colocando aí as
letras
de verdade das
proposições
V F
proposicionais e simples, F V
a proposição esgotando as
complexa. possibilidades. F F

3.º P Q (P ⟶ Q) 4.º P Q (P ⟶ Q)


Calcular os
valores de V V V Calcular os V V F V
verdade das
proposições,
V F F valores de
verdade do
V F V F
excetuando os F V V operador F V F V
do operador principal.
principal. F F V F F F V
4.º 2.º 3.º 2.º 1.º Ordem do cálculo

P Q R [(P  Q)  (R ⟷ P)]
V V V F V V V F F
V V F F V V F V F Devemos começar pelos
V F V V F F V F F operadores de menor âmbito e
F F V F V F ir avançando para os de âmbito
V F F maior. Os valores de verdade
F V V F F V V V V do operador principal são, por
F V F V F F F F V isso, determinados em último
F F V F F V V V V lugar.
F F F V F F F F V

Para duas Podemos


variáveis, são transcrever os
necessárias 4 valores de
linhas; para três, verdade de R
8; para quatro, para facilitar a
16, etc. visualização.
Considere P =verdadeiro
Q= Falso
R= Falso
Determine o valor de verdade da proposição:

¬ (¬ P ∧ Q ) → (¬Q ⊻ R)
V F F F V V V F

3º 1º 2º 6º 4º 5º

VERDADEIRA
Tautologias, contradições e contingências
Tautologias
As tautologias, ou verdades lógicas, designam as proposições complexas que
são sempre verdadeiras (são verdadeiras em todas as possíveis combinações de
valores de verdade).

Proposição Dicionário Formalização

Se o sol brilha e Pedro


P: O sol brilha.
corre, então Pedro corre (P  Q) ⟶ (Q  P)
Q: Pedro corre.
ou o sol brilha.

P Q (P  Q) ⟶ (Q  P)
V V V V V
V F F V V
F V F V V
F F F V F
Contradições

As contradições, ou falsidades lógicas, são as proposições complexas que


são sempre falsas (são falsas em todas as circunstâncias possíveis).

Proposição Dicionário Formalização

Lídia sorri e Fialho escreve P: Lídia sorri.


(P  Q) ⟷ (Q  P)
se, e só se, Fialho não Q: Fialho escreve.
escreve ou Lídia não sorri.

P Q (P  Q) ⟷ (Q  P)
V V V F F F F
V F F F V V F
F V F F F V V
F F F F V V V
Contingências

As contingências, ou proposições indeterminadas, são proposições


complexas que tanto podem ser verdadeiras como falsas.

Proposição Dicionário Formalização

Se há nuvens e chuva, então P: Há nuvens.


Q: Há chuva. (P  Q) ⟶ (Q  P)
não há chuva e há nuvens.

P Q (P  Q) ⟶ (Q  P)
V V V F F FV
V F F V V VV
F V F V F F F
F F F V V F F
Determine se as seguintes proposições são tautológicas, contraditórias ou contingentes
Procedimentos:
a. Construir o dicionários
b. Formalizar a expressão (proposição complexa)
c. Aplicar a regras das tabelas de verdade
d. Verificar qual o resultado obtido na conectiva de maior âmbito (principal)

1. Se esta figura é um pentágono, então tem cinco lados, se, e somente se, o facto de esta
figura não ter cinco lados for condição suficiente para esta figura não ser um pentágono.

2. É verdade que se chover o chão fica molhado, se, e somente se, for falso que se chover o
chão fica molhado.

3. Se cair, então magoo-me, se, e somente se, magoar-me implicar cair.


Como avaliar argumentos dedutivos?
2. LÓGICA PROPOSICIONAL

2.2. O método dos inspetores de circunstâncias

O inspetor de circunstâncias é um instrumento que nos ajuda


a detetar a validade dos argumentos.
Permite verificar se existe, ou não, algum caso em que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
Inspetores de circunstâncias:
avaliação de formas
argumentativas
Construir inspetores de circunstâncias

Se este fio é de cobre, então é condutor de eletricidade. No entanto, este


fio não conduz a eletricidade, logo concluo que este fio não é de cobre.

Formalização:

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: Este fio é de cobre. Se este fio é de cobre, então é condutor de eletricidade. (P →Q)
Q: Este fio é condutor de eletricidade. Este fio não é condutor de eletricidade. Q
Logo, este fio não é de cobre.  P
Construir inspetores de circunstâncias

Um inspetor agrega as tabelas de verdade de cada premissa e da


conclusão para poderem ser analisadas.

P Q (P → Q) Q P
V V
V F
F V
F F

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Um inspetor agrega as tabelas de verdade de cada premissa e da


conclusão para poderem ser analisadas.

P Q (P → Q) Q P
V V V
V F F
F V V
F F V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Um inspetor agrega as tabelas de verdade de cada premissa e da


conclusão para poderem ser analisadas.

P Q (P → Q) Q P
V V V F
V F F V
F V V F
F F V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Um inspetor agrega as tabelas de verdade de cada premissa e da


conclusão para poderem ser analisadas.

P Q (P → Q) Q P
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Para interpretar o inspetor, temos que recordar a definição de validade:


se as premissas forem verdadeiras, é impossível a conclusão ser falsa.

P Q (P → Q) Q P
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Reparamos que, neste argumento, existe apenas uma circunstância em


que as premissas são simultaneamente verdadeiras.

P Q (P → Q) Q P
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Reparamos também que, nessa circunstância (em que as premissas são


simultaneamente verdadeiras), a conclusão é verdadeira.

P Q (P → Q) Q P
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Concluímos que o argumento tem validade dedutiva, pois não há


possibilidade de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.

P Q (P → Q) Q P
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

1.ª premissa Conclusão


2.ª premissa
Construir inspetores de circunstâncias

Analisemos outro argumento

Se este fio é de cobre, então é condutor de eletricidade. Este


fio conduz a eletricidade, logo concluo que este fio é de cobre.

Formalização:

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: Este fio é de cobre. Se este fio é de cobre, então é condutor de eletricidade. (P →Q)
Q: Este fio é condutor de eletricidade. Este fio é condutor de eletricidade. Q
Logo, este fio é de cobre. P
Construir inspetores de circunstâncias

De seguida, construímos o inspetor para verificar se existe a possibilidade de as


premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.

P Q (P → Q) Q P
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

Reparamos que, na primeira circunstância, ambas as


premissas são verdadeiras e, olhando para a conclusão,
verificamos que ela também é verdadeira.
Construir inspetores de circunstâncias

Mas não nos apressemos a declarar já o argumento como válido. Ainda temos de
analisar as outras circunstâncias (linhas).

P Q (P → Q) Q P
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

Reparamos que, na terceira circunstância, ambas as


premissas são verdadeiras e, olhando para a conclusão,
verificamos que ela é falsa.
Construir inspetores de circunstâncias

Assim, existe a possibilidade de a conclusão ser falsa, mesmo que as premissas


sejam verdadeiras.

P Q (P → Q) Q P
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

Portanto, temos de declarar o argumento como INVÁLIDO.


Como avaliar argumentos dedutivos?
2. LÓGICA PROPOSICIONAL

2.3. Formas de inferência dedutiva válidas

Existem várias formas lógicas válidas frequentemente


utilizadas. Iremos estudar algumas delas: modus ponens,
modus tollens, silogismo hipotético, silogismo disjuntivo,
negação dupla, contraposição e leis de De Morgan.
Inferências dedutivas válidas

Afirma na segunda premissa a antecedente da condicional que está na primeira


MODUS PONENS
premissa; a sua conclusão é a afirmação da consequente dessa condicional.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo.


Preocupas-te com o ambiente, logo fazes recolha seletiva de lixo.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
P: Preocupas-te com o ambiente. (P → Q)
seletiva de lixo.
Q: Fazes recolha seletiva de lixo. Preocupas-te com o ambiente. P
Logo, fazes recolha seletiva de lixo. Q
Inferências dedutivas válidas

P Q (P → Q) P Q
MODUS PONENS Inspetor de circunstâncias
V V V V V
V F F V F
F V V F V
F F V F F

Em nenhuma circunstância ambas as premissas são


verdadeiras e a conclusão falsa. Logo, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

Nega na segunda premissa a consequente da condicional que está na primeira


MODUS TOLLENS
premissa; a sua conclusão é a negação da antecedente dessa condicional.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo.


Não fazes recolha seletiva de lixo, logo não te preocupas com o ambiente.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
P: Preocupas-te com o ambiente. (P → Q)
seletiva de lixo.
Q: Fazes recolha seletiva de lixo. Não fazes recolha seletiva de lixo. Q
Logo, não te preocupas com o ambiente.  P
Inferências dedutivas válidas

P Q (P → Q) Q P
MODUS TOLLENS Inspetor de circunstâncias
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

Em nenhuma circunstância ambas as premissas são


verdadeiras e a conclusão falsa. Logo, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

SILOGISMO Argumento composto por proposições condicionais. A consequente da


primeira premissa é a antecedente da segunda premissa. Conclui-se que a
HIPOTÉTICO antecedente da primeira premissa implica a consequente da segunda premissa.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo. Se


fazes recolha seletiva de lixo, então diminuis a tua pegada ecológica. Logo, se
te preocupas com o ambiente, então diminuis a tua pegada ecológica.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: Preocupas-te com o Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
(P → Q)
ambiente. seletiva de lixo.
Q: Fazes recolha seletiva de Se fazes recolha seletiva de lixo, então diminuis a tua
(Q → R)
lixo. pegada ecológica.
R: Diminuis a tua pegada Logo, se te preocupas com o ambiente, então
 (P → R)
ecológica. diminuis a tua pegada ecológica.
Inferências dedutivas válidas

SILOGISMO P Q R (P → Q) (Q → R)  (P → R)
Inspetor de circunstâncias
HIPOTÉTICO V V V V V V
V V F V F F
V F V F V V
V F F F V F
F V V V V V
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V

Em nenhuma circunstância ambas as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa.


Logo, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

A primeira premissa é uma disjunção. A segunda premissa é a negação de


SILOGISMO uma das proposições simples que compõem a primeira premissa; na
DISJUNTIVO conclusão afirma-se a outra proposição simples.

Suspeitava que o Pedro gostasse de cinema ou de teatro. Entretanto,


descobri que ele não gosta de cinema, logo gosta de teatro.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: O Pedro gosta de cinema. Suspeitava que o Pedro gostasse de cinema ou de teatro. (P  Q)
Q: O Pedro gosta de teatro. O Pedro não gosta de cinema. P
Logo, o Pedro gosta de teatro. Q
Inferências dedutivas válidas

SILOGISMO P Q (P  Q) P Q
Inspetor de circunstâncias
DISJUNTIVO V V V F V
V F V F F
F V V V V
F F F V F

Em nenhuma circunstância ambas as premissas são


verdadeiras e a conclusão falsa. Logo, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

DUPLA A premissa desta inferência é a dupla negação de uma proposição, e a sua


conclusão é a afirmação dessa proposição.
NEGAÇÃO
É falso que o Pedro não goste de cinema; logo, ele gosta de
cinema.
Inferências dedutivas válidas

DUPLA
Inspetor de circunstâncias
NEGAÇÃO

Em nenhuma circunstância as premissas são verdadeiras e a


conclusão falsa. Logo, se as premissas forem verdadeiras, a
conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

A premissa é uma condicional. Dela podemos concluir validamente que a


CONTRAPOSIÇÃO
negação da sua consequente implica a negação da sua antecedente.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo. Logo,


se não fazes recolha seletiva de lixo, então não te preocupas com o ambiente.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
P: Preocupas-te com o ambiente. (P → Q)
seletiva de lixo.
Logo, se não fazes recolha seletiva de lixo, então não te (Q → P)
Q: Fazes recolha seletiva de lixo.
preocupas com o ambiente
Inferências dedutivas válidas

P Q (P → Q) (Q → P)
CONTRAPOSIÇÃO Inspetor de circunstâncias
V V V F V F

V F F V F F

F V V F V V

F F V V V V

Em nenhuma circunstância as premissas são verdadeiras e a


conclusão falsa. Logo, se as premissas forem verdadeiras, a
conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

A premissa desta inferência é a negação de uma disjunção entre duas


1.a Lei de proposições, e a sua conclusão é a afirmação de uma conjunção entre a
DE MORGAN negação de cada uma dessas proposições.

É falso que o Pedro goste de cinema ou de teatro;


logo, ele não gosta de cinema nem de teatro.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: O Pedro gosta de cinema. É falso que o Pedro goste de cinema ou de teatro. (P  Q)
Q: O pedro gosta de teatro. Logo, o Pedro não gosta de cinema e não gosta de teatro.  (P  Q)
Inferências dedutivas válidas

1.a Lei de P Q  (P  Q)  (P  Q)


Inspetor de circunstâncias
DE MORGAN V V F V F F F

V F F V F F V

F V F V V F F

F F V F V V V

Em nenhuma circunstância as premissas são verdadeiras e a


conclusão falsa. Logo, se as premissas forem verdadeiras, a
conclusão será necessariamente verdadeira.
Inferências dedutivas válidas

A premissa desta inferência é a negação de uma conjunção entre duas


2.a Lei de proposições, e a sua conclusão é a afirmação de uma disjunção entre a
DE MORGAN negação de cada uma dessas proposições.

É falso que o Pedro goste de cinema e de teatro;


logo, ele não gosta de cinema ou não gosta de teatro.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


P: O Pedro gosta de cinema. É falso que o Pedro goste de cinema e de teatro. (P  Q)
Q: O pedro gosta de teatro. Logo, o Pedro não gosta de cinema ou não gosta de teatro.  (P  Q)
Inferências dedutivas válidas

2.a Lei de P Q  (P  Q)  (P  Q)


Inspetor de circunstâncias
DE MORGAN V V F V F F F

V F V F F V V

F V V F V V F

F F V F V V V

Em nenhuma circunstância as premissas são verdadeiras e a


conclusão falsa. Logo, se as premissas forem verdadeiras, a
conclusão será necessariamente verdadeira.
Como avaliar argumentos dedutivos?
2. LÓGICA PROPOSICIONAL

2.4. Falácias formais

De entre os erros de raciocínio mais comuns, destacam-se


duas falácias formais: a falácia da afirmação da consequente
e a falácia da negação da antecedente.
Inferências dedutivas inválidas

Falácia da afirmação Afirma na segunda premissa a consequente da condicional que está na


da consequente primeira premissa; a sua conclusão é a antecedente dessa condicional.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo.


Fazes recolha seletiva de lixo, logo preocupas-te com o ambiente.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
P: Preocupas-te com o ambiente. (P → Q)
seletiva de lixo.
Q: Fazes recolha seletiva de lixo. Fazes recolha seletiva de lixo. Q
Logo, preocupas-te com o ambiente. P
Inferências dedutivas inválidas

Falácia da afirmação P Q (P → Q) Q P
Inspetor de circunstâncias
da consequente V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

Existe uma circunstância em que ambas as premissas são


verdadeiras e a conclusão é falsa. Logo, se as premissas forem
verdadeiras, existe a possibilidade de a conclusão ser falsa.
Inferências dedutivas inválidas

Falácia da negação Nega na segunda premissa a antecedente da condicional que está na primeira
da antecedente premissa; a sua conclusão é a negação da consequente dessa condicional.

Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha seletiva de lixo. Não


te preocupas com o ambiente. Logo, não fazes recolha seletiva de lixo.

Dicionário Forma-padrão Forma lógica


Se te preocupas com o ambiente, então fazes recolha
P: Preocupas-te com o ambiente. (P → Q)
seletiva de lixo.
Q: Fazes recolha seletiva de lixo. Não te preocupas com o ambiente. P
Logo, não fazes recolha seletiva de lixo.  Q
Inferências dedutivas inválidas

Falácia da negação da P Q (P → Q) P  Q
Inspetor de circunstâncias
antecedente V V V F F
V F F F V
F V V V F
F F V V V

Existe uma circunstância em que ambas as premissas são


verdadeiras e a conclusão é falsa. Logo, se as premissas forem
verdadeiras, existe a possibilidade de a conclusão ser falsa.
Avaliar argumentos dedutivos
Aplica os teus conhecimentos nestes argumentos

Se a temperatura do planeta aumenta, então o nível médio da água do


mar irá subir. Se o nível médio da água do mar subir, então as zonas
costeiras estão ameaçadas. Logo, se a temperatura do planeta aumenta,
então as zonas costeiras estão ameaçadas.

Se as abelhas são ótimas polinizadoras, são essenciais para a


sobrevivência dos ecossistemas. As abelhas são ótimas polinizadoras, logo
são essenciais para a sobrevivência dos ecossistemas.
Avaliar argumentos dedutivos
Aplica os teus conhecimentos nestes argumentos

Se o Pedro for vegetariano, então não come carnes vermelhas. O Pedro


não come carnes vermelhas, logo é vegetariano.

Se o Pedro for vegetariano, então não come carnes vermelhas. O Pedro


não é vegetariano, logo come carnes vermelhas.

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