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Lógica
E tudo começa com a Razão
É a nossa capacidade de pensar e conhecer.
A Razão
Usando-a podemos representar mentalmente a realidade
(criando conceitos), com base nos conceitos formulamos
juízos (de facto ou de valor) e com base nos juízos,
estruturamos argumentos (raciocínios) que nos permitem
interpretar e explicar a realidade.
Através da razão
Razão subjectiva questionamo-nos sobre
o que não conhecemos
e procuramos respostas.
Realidade
A racionalidade é o
fundamento do sentido
O ser humano tem a
experiência do sentido
graças à sua capacidade
de compreender e
interpretar a realidade.
Mesmo o que desafia o sentido (o ‘nonsense’, o absurdo) só pode ser
compreendido enquanto tal a partir da nossa intuição acerca do que é o
sentido.
Todas as áreas da
experiência humana do
mundo são
compreensíveis através
da razão. Muitas delas
são mesmo resultantes
da atividade racional.
Temos a convicção de que “podemos ordenar e organizar
as coisas porque são organizáveis, ordenáveis,
compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto é, as próprias
coisas são racionais” (Documento 03)
Só é pensável o que pode ser
concebido sob uma forma racional
Qualquer tomada de posição sobre seja o que for,
pressupõe a racionalidade, uma ordem racional...
O domínio do:
Uma palavra do Grego antigo que significa
'Razão', 'Discurso racional', 'Ordem
Racional'.
A Revolução Socrática
Sócrates (-469/-399), Platão (-428/-348) e Aristóteles formam como que uma linhagem filosófica: Sócrates
foi mestre de Platão que, por sua vez, foi mestre de Aristóteles. pode falar-se numa continuidade entre os
três filósofos, embora Aristóteles tenha rompido com o seu mestre e essa ruptura tenha um significado
filosófico muito profundo: Platão defendeu que a verdade se fundamenta na razão e no conhecimento
puramente racional, Aristóteles afirmou o primado da experiência sensorial sobre a razão, afirmando que
“nada está no intetecto sem que antes tenha passado pelos sentidos”.
O racionalismo e o empirismo, que estudaremos mais adiante, continuam esta querela. Ao longo da
história da filosofia o platonismo e o aristotelismo surgiram como formas antagónicas de filosofar e os
filósofos tenderam a aproximar-se de uma delas, rejeitando a outra.
Contudo há algo que une estes filósofos: tanto Platão como Aristóteles se assumiram como herdeiros de
Sócrates.
Sócrates teve um impacto muito profundo na história da filosofia, a prová-lo está a designação que os
historiadores da filosofia atribuíram aos filósofos anteriores a Sócrates: pré-socráticos.
Os primeiros filósofos centraram o seu questionamento na Natureza, procuraram resposta para o
problema da origem do universo e ensaiaram explicações racionais para os fenómenos naturais,
rompendo com a visão mítica que, até ao nascimento da filosofia, permitiu à humanidade atribuir um
sentido à vida e ao mundo. O homem não foi encarado como um objecto autónomo de investigação,
tendo sido estudado pelos filósofos anteriores a Sócrates como mais um elemento do Todo, ou seja, do
Universo.
Sócrates rompeu com esta visão da filosofia: centrou o seu questionamento no ser humano e levou a
filosofia para o coração da cidade (Pólis). Para Sócrates a filosofia, mais do que um saber cultivado por
‘especialistas’ (os filósofos), era uma prática assente na interrogação e na argumentação que dizia
respeito a todos os habitantes da cidade (incluindo até os escravos) e onde todos podiam participar de
forma plena.
Sócrates não pretendia ensinar nada aos seus interlocutores, o seu objetivo era simplesmente levá-los a
porem em causa os seus preconceitos e as suas crenças acríticas (opiniões) para se envolverem numa
busca racional da verdade, encarada como um caminho a perfazer através do diálogo e da discussão,
no qual o filósofo funcionaria, ao mesmo tempo, como guia e companheiro de jornada (porque o filósofo
interroga mas não tem respostas prontas a servir aos seus interlocutores).
O método socrático tem dois momentos: a ironia e a maiêutica.
No primeiro momento o filósofo procura pôr em causa as opiniões ilusórias dos seus interlocutores. Para
isso levanta uma série de questões que conduzem ao reconhecimento da ignorância (tanto da parte do
filósofo como dos seus interlocutores): só a partir desse ponto é que ir ao encontro da verdade. Sem o
reconhecimento da ignorância ficamos sempre no domínio da opinião (doxa), não saímos da teia
emaranhada das nossas ilusões.
O segundo momento é, portanto, positivo: o filósofo vai ajudar os seus interlocutores na descoberta da
verdade. Esta descoberta é comparada com o processo de dar à luz (o parto). Sócrates toma como
exemplo a profissão da sua mãe que foi parteira (Maia, em grego - daí a designação de ‘maêutica’ para
este segundo momento do método socrático) e diz-se parteiro da verdade na alma dos seus
companheiros de indagação - a sua mãe dava à luz corpos, ele ajudava a alma dos homens a dar à luz
a verdade. A luz da razão é fundamental: é por seu intermédio que os homens podem alcançar o saber
verdadeiro, ou ciência (Episteme).
É daí que deriva o termo 'Lógica'.
Os filósofos gregos defenderam que no Universo
(Cosmos) tudo segue uma ordem racional.
Esta ideia expressa-se através do
Princípio da Razão Suficiente.
Nada existe sem
razão;
Tudo o que
acontece tem
uma causa.
Se assim é, é possível responder à
seguinte questão:
Porque existe o Ser e não o Nada?
Há, de acordo com esta perspectiva, uma
equivalência, ou harmonia, do pensamento e
da realidade
Para estar de acordo com a Realidade, o pensamento
deve estar bem estruturado...
Ao longo da história da filosofia foram descobertos
princípios de estruturação lógica do pensamento:
os Princípios Lógicos da Razão.
Princípio da Identidade
'Cada coisa é igual a si própria'.
tin
gu
e avaliar se as conclusões dos
argumentos são ou não
corretamente inferidas
as regras que
permitem afirmar se
os argumentos são
ou não validos
A lógica, ajuda-nos a aprender a construir e a
avaliar argumentos válidos, garantindo deste
modo que partindo de premissas verdadeiras
se consegue chegar a uma conclusão
verdadeira
O que é um argumento?
“Um argumento é um conjunto de proposições que
utilizamos para justificar (provar, dar razão, suportar) uma
tese (posição racional).
Exemplo 1 Exemplo 2
Todos os homens são mortais Todos os cristãos são ateus
vA verdade e a
vl
A verdade e a validade formal
Exemplo 1
Todos os homens são mortais
Sócrates é homem
Exemplo 2
Todos os cristãos são ateus
O João é cristão
vA verdade e a
Contudo, ambos os argumentos têm a mesma estrutura formal.
E são ambos válidos em termos formais: avl
sua estrutura (forma lógica)
obedece aos princípios lógicos da razão e há uma ligação das
premissas à conclusão.
O ferro é um metal
O ouro é metal
O cobre é metal
Validade indutiva:
Um argumento indutivo é válido
quando é muito pouco provável que a
conclusão seja falsa se as premissas
forem verdadeiras.
Contudo, não se pode excluir totalmente essa
possibilidade.
Argumentos dedutivos
Num argumento dedutivo (dedução) pelo menos
uma das premissas é universal e a conclusão
é particular ou, se for universal tem um grau
de generalidade inferior ao das premissas.
O cobre é um metal
Validade dedutiva:
Um argumento dedutivo é válido
quando é impossível que a
conclusão seja falsa se as
premissas forem verdadeiras.
A Lógica Formal