Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSOFIA


CAMPUS DE BACABAL
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ROSA CRISTINA OLIVEIRA MATOS

BACABAL-MA
2021
1.EVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO

A palavra “empreender” vem do latim que significa tomar a decisão de realizar


uma tarefa difícil e laboriosa ou, ainda, colocar um plano em execução. O conceito
"Empreendedorismo" foi popularizado em 1945, Joseph A. Schumpeter, que
escreveu em 1942, um livro chamado Capitalismo, Socialismo e Democracia, no
qual destacou a função dos empreendedores na formação da riqueza das nações
tendo como base uma teoria da destruição criativa, no qual se referia ao
empreendedor como alguém versátil, que possui habilidades técnicas para saber
produzir, e capitalista, que consegue reunir recursos financeiros, organizar as
operações internas e realizar as vendas da sua empresa.
Outro conceito de Empreendedorismo, pode ser a  capacidade que uma
pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e
investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade.
Segundo o teórico Joseph Schumpeter, empreendedorismo está diretamente
associado à inovação. Para Schumpeter, o empreendedor é o responsável pela
realização de novas combinações, ou seja, a introdução de um novo bem,
introdução no mercado de novos produtos/serviços, pela criação de novas formas de
gestão ou pela exploração de novos recursos, materiais e tecnologia.
Empreendedor é aquele que resolve assumir o risco de iniciar uma
organização, é o indivíduo que imagina, desenvolve e realiza o que imaginou
(JULIANO, 2011, p. 2). Empreender é a ação de tomar a decisão de realizar uma
tarefa difícil e laboriosa ou, ainda, colocar um plano em execução.
Outro ponto importante, diz respeito a elaborar um plano de negócios antes
de construir o seu empreendimento, pois detalha projetos de execução, facilitando
diretamente no alcance dos objetivos para evitar os riscos e alcançar os objetivos.
Outros importantes precursores do estudo sobre o empreendedorismo foram:
Richard Cantillon, Jean-Baptiste Say e Louis Jacques Filion. No Brasil, vale ressaltar
os trabalhos de Fernando Dolabela e José Dornelas, profissionais estes que
dedicam-se seus trabalhos para promover o empreendedorismo no país.
Para Frank (1967) e Peter Drucker (1970), o empreendedorismo refere-se a
assumir riscos.
Os empreendedores não são simplesmente provedores de
mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem
riscos em uma economia em constante transformação e
crescimento." (CHIAVENATO, 2007, p.18).

O Brasil apresenta constante evolução para o empreendedorismo. De acordo


com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a taxa de Empreendedorismo é de
38,7% (2019), segundo melhor patamar total de empreendedores, desde 2002. São
mais de 53,4 milhões de brasileiros se dedicando ao negócio próprio.
A pesquisa também mostra que em 2019, o país atingiu 23,3% de taxa de
empreendedorismo inicial, quando uma empresa possui menos de 3,5 anos de
existência, a maior já alcançada.
Os resultados fizeram com que o Brasil chegasse à marca de quarta maior
Taxa de Empreendedorismo Inicial em 2019. O estudo foi realizado com 55 países –
na ocasião, a marca foi superior às registradas nos países do BRICS (EUA,
Colômbia, México e Alemanha).
A porcentagem de empreendedores no Brasil é relevante devido um elevado
índice de formalização de empresas que trabalhavam de forma clandestina, isto
porque ocorreu a modernização da Lei Geral das Microempresas, criando a figura do
empreendedor individual e facilitando a vida do micro e pequeno empresário
Ao relacioná-los às tendências que comparam a estratégia de sobrevivência
empresarial com a teoria da seleção natural de Charles Darwin, em que, quanto
mais variação uma espécie apresentar, maior será a chance de sua perpetuação,
transpõe-se ao empreendedorismo o fato de que variar (inovar) é uma necessidade
constante para reduzir as chances de se igualar aos seus competidores que dividem
o mesmo mercado, aumentando as chances de se obter sucesso.
Segundo Juliano (2011, p. 3), existem vários fatores que promovem o
empreendedorismo e, entre os motivos mais comuns que estimulam a vontade de
empreender, está a vontade de ganhar muito dinheiro.

2 PERFIL DO EMPREENDEDOR

O perfil do empreendedor está impregnado na busca por inovações e


estratégias advindas de estudos que favorecem o desenvolvimento e influências no
meio social. Alguns perfis e peculiaridades encontradas nos diversos perfis de
empreendedores:
 Otimismo: não confunda otimista com sonhador. O otimista sempre espera o
melhor e acredita que tudo vai dar certo no final, mas faz de tudo para chegar
aos seus objetivos. Isso inclui, claro, mudanças em seu negócio. Já o
sonhador não enxerga riscos e, mesmo que seu negócio esteja falindo,
continua fazendo a mesma coisa por acreditar cegamente que basta sonhar
para realizar.
 Autoconfiança: acreditar em si mesmo é fundamental para valorizar seus
próprios talentos e defender suas opiniões. Assim, esse tipo de
empreendedor costuma arriscar mais.
 Coragem: sem temer fracasso e rejeição, um empreendedor faz tudo o que
for necessário para ser bem sucedido. Essa característica não impede que
sejam cautelosos e precavidos contra o risco, mas os faz entender a
possibilidade de falhar.
 Persistência e resiliência: motivado, convicto e entusiasmado, um bom
empreendedor pode resistir a todos os obstáculos até que as coisas
finalmente entrem nos eixos. Ele não desiste facilmente, supera desafios e
segue até o fim, sempre perseverante.

O empreendedor que tiver essas características, está em vantagem quando o


assunto é empreendedorismo, mas vale salientar que o mesmo para ter sucesso
como empreendedor, precisa ter um bom projeto, investir no planejamento e no
plano de negócios.
Importante ressaltar que os perfis foram agrupados em três conjuntos:
conjunto de comportamentos de planejamento, conjunto de comportamentos de
realização e conjunto de comportamentos de poder. Também foram identificadas
três características empreendedoras para cada comportamento, as chamadas
Características de Comportamentos Empreendedores (CCE). Conjunto Realização,
Conjunto Planejamento e Conjunto Poder. Cada comportamento será acompanhado
das três respectivas CCEs.
Conjunto Realização

a) Comportamento: busca de oportunidades e iniciativa.

 CCE 1: Faz as atividades antes de ser solicitado ou antes de ser


forçado pelas circunstâncias.
 CCE 2: Age para expandir o negócio para novas áreas, produtos
ou serviços.
 CCE 3: Aproveita oportunidades fora do comum para começar
um negócio, obter financiamentos e equipamentos e encontrar
terrenos, local de trabalho ou assistência.

b) Comportamento: correr riscos calculados.

 CCE 1: Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.


 CCE 2: Age para reduzir os riscos deliberadamente.
 CCE 3: Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos
moderados.
c) Comportamento: exigência de qualidade e eficiência.

 CCE 1: Encontra maneiras de efetuar práticas melhores, mais


 rápidas ou mais baratas.
 CCE 2: Age de maneira a fazer as coisas que satisfazem ou
excedem padrões de excelência.
 CCE 3: Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que
o trabalho seja terminado a tempo ou que atenda a padrões
qualidade previamente combinados.

d) Comportamento: persistência.

 CCE 1: Age diante de um obstáculo significativo.


 CCE 2: Age repetidamente ou muda de estratégia, a fim de
enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.
 CCE 3: Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho
necessário à consecução de metas e objetivos.
e) Comportamento: comprometimento.

 CCE 1: Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço


extraordinário para completar uma tarefa.
 CCE 2: Colabora com os empregados ou coloca-se no lugar
deles, se necessário, para terminar um trabalho.
 CCE 3: Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca
em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima do lucro a
curto prazo.
Conjunto Planejamento

a) Comportamento: busca de informações.

 CCE 1: Dedica-se pessoalmente a obter informações de


clientes, fornecedores ou concorrentes.
 CCE 2: Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou
fornecer um serviço.
 CCE 3: Consulta especialistas para obter assessoria técnica
comercial.

b) Comportamento: estabelecimento de metas.

 CCE 1: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que


têm significado pessoal.
 CCE 2: Tem visão de longo prazo, clara e específica.
 CCE 3: Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.
Conjunto Poder

a) Comportamento: persuasão e rede de contatos.

 CCE 1: Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou


persuadir
 os outros.
 CCE 2: Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus
 próprios objetivos.
 CCE 3: Age para desenvolver e manter relações comerciais.

3 INTREEMPEEDEDORISMO

O intraempreendedorismo, também conhecido como empreendedorismo


corporativo diz respeito à ação empreendedora dentro das organizações praticada
por funcionários, criando um ambiente de inovação e criatividade que proporcionará
a criação de novas ideias e aumentando de maneira significativa as chances de
sucesso dessas organizações.
Para tanto, o plano de negócios é indispensável, deve se considerar as forças
externas, as possibilidades de investimento, a mensuração dos riscos envolvidos e
evitar ao máximo as indefinições.
O capital humano é fundamental, como uma empresa pode ser
empreendedora se não contratar colaboradores com comportamentos
empreendedores.
Segundo Dornelas (2015), intraempreendedorismo é o processo pelo qual um
indivíduo, ou um grupo de indivíduos associados a uma organização existente, cria
uma nova organização ou instiga a renovação ou inovação dentro da organização
existente.
Em 1967, com Kenneth E. Knight, e, em 1970, com Peter Drucker, foi
introduzida ao empreendedorismo a ideia da necessidade de arriscar em algum
negócio para montar uma organização. Já em 1985, com Gifford Pinchot III, foi
introduzido o conceito de intra-empreendedor, ou seja, uma pessoa empreendedora,
mas que trabalha dentro de uma organização. São funcionários que apresentam
competências diferenciadas para analisar cenários, criar ou adaptar ideias, promover
inovações e, ainda, encontrar novas oportunidades para a sua empresa.
O processo intraempreendedor pode ocorrer em qualquer organização,
independentemente do seu tamanho ou vocação, podendo direcionar a empresa
para novos negócios, assim como para outras atividades e orientações inovadoras,
como a criação de novos produtos ou serviços, novas tecnologias, técnicas ou
sistemas administrativos mais eficientes, caracterizando, deste modo, uma postura
organizacional muito mais competitiva em relação à concorrência.
O processo intraempreendedor exige o desenvolvimento das competências
de liderança, criatividade e comunicação.
REFERENCIAS

DORNELAS, José. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do


empreendedor de sucesso. LTC: São Paulo, 2015.

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa. Sextante: São Paulo, 2008.

DORNELAS, José. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do


empreendedor de sucesso. LTC: São Paulo, 2015.

JULIANO, Marcio de Cassio. Relato de uma experiência metodológica para a


disciplina “Empreendedorismo” em um curso de Administração. Disponível em:
<http://www.admpg.com.br/ revista2011/artigos/2.pdf>. Acesso em: 12 out. 2021

SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/>.Acesso


em: 12 out. 2021.

ENDEAVOR. Disponível em: <https://endeavor.org.br/>. Acesso em: 12out. 2021.

OROFINO, Maria Augusta et al. O intraempreendedor e seu papel nagestão do


conhecimento: Um estudo de caso. Anais do sexto encontro
nacional de empreendedorismo ENEMPRE. Lages, 2009.

Você também pode gostar