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ECONOMIA
Instituto Superior de Línguas e Administração
CADERNO 1 - MICROECONOMIA
F IC H A T ÉC N IC A
Versão 01
ISBN 000-00-0000-0
Conteúdo
1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA ....................................................................................................... 4
1.2. A ESCASSEZ E A ESCOLHA ....................................................................................................... 6
1.3. QUESTÕES NORMATIVAS E QUESTÕES POSITIVAS NA ANÁLISE ECONÓMICA ...................... 7
1.4. A RACIONALIDADE ECONÓMICA ............................................................................................... 7
1.5. O CRITERIO DO CUSTO/BENEFÍCIO NO PROCESSO DE DECISÃO .......................................... 7
1.5.1. OS ERROS MAIS COMUNS NA TOMADA DE DECISÃO ......................................................... 8
1.6. O MERCADO .................................................................................................................................. 11
1.6.1. AFINAL QUEM DIRIGE O MERCADO? ................................................................................. 13
1.6.2. A MÃO INVISÍVEL NO CONTEXTO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA ..................................... 14
1.7. O PAPEL ECONÓMICO DO ESTADO ........................................................................................ 15
2. Procura e Oferta ............................................................................................................................... 18
2.1 A procura de mercado ................................................................................................................... 19
2.2.. A oferta de mercado .................................................................................................................... 21
3. ELASTICIDADES ................................................................................................................................ 24
3.1. A ELASTICIDADE-PREÇO DA PROCURA (Ed) ........................................................................... 24
3.2. A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo) ............................................................................... 28
3.3. OUTRAS ELASTICIDADES DE PROCURA ................................................................................. 28
4. A ESCOLHA DO CONSUMIDOR e A PROCURA DE MERCADO ......................................................... 30
4.1. O CONJUNTO DE OPORTUNIDADES OU A RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL .................................. 30
4.2. ORDENAÇÃO DAS PREFERÊNCIAS ......................................................................................... 34
4.3. A UTILIDADE ............................................................................................................................ 38
4.4. A PROCURA INDIVIDUAL E DO MERCADO .............................................................................. 40
5. TEORIA DA EMPRESA: PRODUÇÃO e CUSTOS DE PRODUÇÃO ....................................................... 47
5.1. TEORIA DA PRODUÇÃO ........................................................................................................... 48
5.1.1 Introdução ........................................................................................................................... 48
5.1.2. Análise da Produção com um factor Variável ................................................................... 51
5.1.3. Análise da Produção com dois factores variáveis ............................................................ 56
5.2. TEORIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO .................................................................................... 64
5.2.1. CUSTOS DE OPORTUNIDADE VRS CUSTOS CONTABILISTICOS ........................................ 64
5.2.2. CUSTOS A CURTO PRAZO ................................................................................................... 65
5.2.3. CUSTOS A LONGO PRAZO ................................................................................................... 68
6. ESTRUTURAS DE MERCADO ............................................................................................................ 72
6.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 72
6.2. O MERCADO DA CONCORRÊNCIA PERFEITA.......................................................................... 73
6.3. MONOPÓLIO ............................................................................................................................ 84
6.4. OLIGOPÓLIO............................................................................................................................. 90
1. INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a sociedade
faz a afectação dos seus recursos escassos.
Como disciplina académica, a economia tem dois séculos. Adam Smith publicou o seu livro pioneiro
A riqueza das Nações em 1776 (ano da declaração de independência dos E.U.A1), dando um
elevado contributo na análise do modo como os mercados organizavam a vida económica e
geravam um rápido crescimento económico. Demonstrou que um sistema de preços e de mercado é
capaz de coordenar os indivíduos e as empresas sem necessidade de qualquer direcção central.
Começava a era do capitalismo, marcada pela proliferação das empresas do sector ferroviário, têxtil
e outros, que estenderam a sua influência a todas as partes do mundo. Com o início da Revolução
Industrial na Grã-Bretanha, desenvolveu-se paralelamente a ideologia do liberalismo clássico e do
capitalismo. Estas ideias liberais eram baseadas nos fundamentos da doutrina do lassaiz-faire,
segundo a qual caberia aos governos assumirem exclusivamente as funções que apoiassem e
estimulassem as actividades lucrativas, e a interferência governamental era proibida nos demais
assuntos económicos. O liberalismo proporcionou as bases filosóficas do sistema capitalista e criou
na Inglaterra uma atmosfera favorável ao desenvolvimento do sistema fabril.
Adam Smith mostrou uma preocupação com a análise das empresas, no contexto da sua situação
perante o mercado, desenvolvendo as ideias do laissez-faire e mão invisível, procurando explicar a
formação dos preços com base em duas teorias de organização do mercado, a saber, a
concorrência perfeita e o monopólio. A primeira foi adoptada na Teoria Económica tradicional por
mais de 150 anos sem contestação. Nesse sistema, a empresa tem os seus preços determinados
pelo mercado, através da inter-relação entre a oferta e a procura. A flutuação dos preços determina
a produção, os custos e o lucro. Para Adam Smith, o sistema de preços era infalível, pois levaria
sempre ao equilíbrio de firma e da economia.
Posteriormente, com os neoclássicos, a Teoria dos Preços foi formulada em termos de uma nova
teoria do valor baseada nos conceitos de “utilidade” (já desenvolvidos pelos clássicos) passou a
constituir a essência do pensamento microeconómico, ou seja, da tomada de decisões. A teoria da
empresa, desenvolvida sobre este prisma, passa a descrever o equilíbrio da empresa como sendo
1 Não é uma coincidência o aparecimento destes dois documentos. O movimento pela libertação política da tirania das
monarquias europeias surgiu quase simultaneamente com as tentativas de emancipação dos preços e salários da pesada
regulamentação estatal.
Um século depois, surge Karl Marx (1867, 1885, 1894) que com o seu trabalho “O Capital”, veio
tecer uma enorme crítica ao capitalismo, condenando-o pelos seus ciclos económicos, e pelas
profundas depressões que os caracterizavam. Marx defendia que estas depressões iriam criar
movimentos revolucionários, conduzindo ao socialismo. A sua corrente de pensamento era oposta à
neoclássica, surgindo como resposta aos elevados custos sociais e decréscimo do bem-estar,
decorrentes do capitalismo e revolução industrial2.
Em 1936, na sequência da grande depressão, John Maynard Keynes publicou “A Teoria Geral sobre
o Emprego, o Juro e o Dinheiro”. Esta obra fundamental descrevia uma nova abordagem da
economia que ajudaria as políticas governamentais, fiscais e monetárias a suavizar os maiores
estragos dos ciclos económicos.
Nos anos oitenta, as perspectivas fundamentais de Adam Smith foram redescobertas, marcadas
pela capacidade do mercado para gerar rápidas mudanças tecnológicas e elevados padrões de vida.
No ocidente os governos reduziram a seu papel regulamentador e liberalizaram os preços. Na
Europa de leste (1989) os países socialistas abandonaram o seu aparelho de planeamento central e
permitiram que as forças de mercado se desenvolvessem novamente.
Definição de economia: é o estudo da forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para
produzir bens com valor e como os distribuem entre os seus diferentes membros.
No início tínhamos apenas o conceito de economia. Apesar da existência simultânea dos dois
“braços” económicos ao longo dos séculos, a sua divisão só começou a ser mais transparente a
partir da 1ª grande depressão de 1930, em que Ragnar Frish3 (1985-1973), um economista
norueguês, criou as palavras micro-dinâmica e macro-dinâmica (1933) para denotar aquilo a que
hoje chamamos micro e macroeconomia.
A microeconomia lida com as escolhas individuais enquanto a macro lida com agregados
económicos (consumos totais, produção total, etc.). A distinção é contudo sujeita algumas
qualificações pois mesmo em microeconomia lidamos com agregados como procura total, procura
de mercado para o trabalho, oferta da indústria. Contudo a diferença reside no facto de que estes
agregados são derivados das escolhas individuais (para além de na micro estudarmos agregados de
produtos homogéneos; não estudamos a procura combinada entre maças e laranjas). Na
macroeconomia falamos por exemplo de PNB (produto nacional bruto), que é o agregado de muitos
tipos diferentes de produtos.
2 A revolução industrial elevou a produtividade do trabalho a níveis inusitados para a época, com a multiplicação das fábricas
e a ampliação da utilização da máquina, que se fez à custa do bem-estar social.
3 Conjuntamente com o economista Alemão Jan Tinbergen ganhou o Prémio Nobel da Economia.
Na microeconomia, os preços relativos tem um papel fundamental na análise económica. Aqui nós
estudamos a resposta dos consumidores e produtores a alterações relativas dos preços, tratando
sempre a questão de uma forma homogénea. Na macroeconomia os preços têm uma importância
relativa.
A microeconomia é o estudo de como as pessoas fazem opções sob condições de escassez. Não
devemos dar uma interpretação restritiva à escassez porque mesmo quando os recursos materiais
são abundantes outros recursos importantes não o serão.
Ex. O dinheiro é um recurso escasso, mas para um magnata que contraia uma doença mortal a
escassez não reside no dinheiro, mas sim no tempo, na energia e na mobilidade física necessária ao
desempenho das suas actividades normais.
O tempo e o dinheiro não são os únicos recursos escassos. Toda a escolha envolve
considerações importantes de escassez. Conviver com a escassez é a essência da condição
humana. Na verdade, se não fosse o problema da escassez, a vida ficava desprovida de muito do
seu sentido e dificilmente qualquer decisão teria importância para alguém com um tempo de vida
infinito e recursos materiais inesgotáveis.
- Recursos organizacionais: uma categoria especial que deriva da combinação e potenciação dos
recursos da instituição. Consiste na combinação dos três recursos anteriores para produção de um
output. Esta acção envolve riscos, cabendo ao empresário a responsabilidade organizativa.
No futuro falaremos de recursos produtivos com factores de produção e estudaremos a forma como
as empresas combinarão os recursos escassos na produção de bens e serviços. Bens e serviços que
também serão escassos para o consumidor, sendo as suas alocações feita (em sistema capitalista)
através dos mercados. Aqui os consumidores terão que decidir, tendo em atenção que o seu poder
de compra é limitado (escasso) e deve ser alocado pelos diferentes tipos de bens e serviços, que
constituem o seu cabaz de compras.
O nosso objecto de estudo centrar-se-á nas decisões individuais feitas pelos consumidores,
empresas e governo (que de uma forma menos extensa afecta a última alocação dos recursos
escassos da sociedade).
Num sentido mais lato saber se as áreas de floresta virgem devem ser ou não protegidas, ou se o
governo deveria ou não garantir o rendimento mínimo nacional são afinal questões normativas -
questões que envolvem os nossos valores. Uma questão normativa é urna questão sobre o que tem
de ser ou deveria ser. Por si só a análise económica não consegue responder a estas questões.
A análise económica pisa terrenos mais firmes quando se trata de responder a questões positivas -
questões acerca das consequências políticas e mecanismos institucionais específicos. Se
proibirmos o abate de árvores nas florestas virgens, o que pode acontecer ao preço da madeira?
Que outros materiais poderiam ser desenvolvidos e a que preço? Qual a influência do rendimento
mínimo nacional no desemprego? Estas são questões económicas positivas, e as respostas são
nitidamente importantes para o nosso pensamento sobre as questões normativas subjacentes. Aqui
as afirmações económicas começam com pressupostos a partir dos quais se derivam conclusões
(comprovadas empiricamente). A análise económica positiva não envolve valores ou opiniões, tendo
as suas respostas relevância importante para a formação do nosso pensamento sobre as questões
normativas subjacentes.
Ser racional quer dizer tomar decisões de acordo com o critério custo-benefício, isto é, actuar se e
só se os benefícios excederem os custos.
Baseada no egoísmo - critério segundo a qual o indivíduo racional considera somente os custos e
benefícios que se referem directamente a eles. Este padrão, explicitamente, anula motivações como
tentar fazer os outros felizes, tentar fazer o que esta correcto, etc.
Baseado no objectivo imediato - teoria segundo a qual as pessoas racionais agem eficientemente na
procura de qualquer objectivo que tenham no momento da tomada da decisão. O atractivo deste
critério mais geral é o de que ele envolve motivações (dever, gostar, caridade, etc.).
Por exemplo, se o desejo irresistível de um fumador é o de saborear um charuto esta conduta seria
racional segundo o critério do objectivo imediato, sempre que a pessoa não pagasse mais pelo
charuto do que o necessário. O facto de se arrepender posteriormente a ter fumado um cigarro, ou,
inclusive isso ser causa de morte prematura, não é simplesmente relevante segundo este critério.
Segundo o critério do egoísmo, pelo contrário, esta conduta seria irracional.
Ambos os critérios encontram amplas aplicações na análise económica. Qualquer um dos padrões
que empreguemos implica uma solução de compromisso.
“The true cost of any decision includes the cost of the best forgone opportunity”
Muitas das opções que os economistas estudam podem ser resumidas na seguinte questão.
B(x) os beneficios
Então;
Para se aplicar esta regra, necessitamos de definir e medir os custos e benefícios. Os valores
monetários são um útil denominador para este propósito, mesmo quando a actividade não tem
nada a ver com o dinheiro.
Imagine que costuma ir a discoteca todas os sábados, e que para si vale 5.000u.m.. O consumo
mínimo é de 3 000u.m.. contudo este não é o único custo para ir à discoteca. Deve ter também em
consideração o valor da alternativa mais atractiva a que renunciará no caso de ir a discoteca.
Suponha agora que se não for, ficará a trabalhar como assistente para um dos seus professores.
Este trabalho rende-lhe 4.000u.m. por dia, e gosta tanto de o fazer que o faria mesmo sem ser
pago. Assim, a questão que se coloca é “Devo ir à discoteca ou ficar a trabalhar como assistente?"
Neste caso, o custo não é somente o custo explícito de ir á discoteca (3 000u.m.) mas também o
custo de oportunidade de perder o seu salário (4.000u.m.), O total dos custos são de 7.000u.m., o
que ultrapassa o benefício que é e 5.000u.m..
As despesas relativas a frequência num curso universitário não se limitam ao custo das propinas,
alimentação, alojamento, livros e outros materiais escolares. Incluem também o custo de
oportunidade dos salários perdidos enquanto se estuda. Este custo é tanto maior quanto maior for a
experiência profissional, ou seja, é menor quando se começa a trabalhar depois de terminar o
ensino secundário.
Considerando o lado dos benefícios, uma das vantagens de um curso universitário é proporcionar
salários mais elevados, e quanto mais cedo se entrar para a Universidade mais tempo poderá
beneficiar desta vantagem. Um outro factor importante é o facto de que normalmente o tipo de
emprego que se arranja é menos desagradável, quanto mais instrução e experiência se tiver.
Iniciando de imediato um curso universitário é possível evitar os trabalhos menos agradáveis. Por
isso para a maioria das pessoas, faz mais sentido tirar primeiro um corso universitário e só depois
começar a trabalhar. É certamente mais sensato frequentar um curso universitário com 20 anos do
que com 50. Este exemplo é uma ilustração perfeita do argumento de Friedman relativamente ao
modo de avaliar uma teoria. Ninguém pensa que os estudantes que terminam o ensino secundário
decidem quando devem iniciar o seu curso universitário com base em cálculos que envolvem custos
de oportunidade Pelo contrário, a maior parte dos estudantes vai para uma universidade assim que
termina o ensino secundário porque é o que fazem todos os seus colegas. Socialmente é o que se
deve fazer. Este hábito não surgiu do nada, e tem subsistido porque é talvez o mais eficiente.
Suponha que é banqueiro e que alguém lhe deposita 1 000 u.m. no dia 1 de Janeiro sem que você
tenha que lhe pagar juros. Você pode pegar no dinheiro e comprar um bem produtivo, como por
exemplo um pinhal. Suponha que todos os anos as árvores crescem em média 6% e que o preço de
uma árvore é proporcional à quantidade de madeira que contém Nesta óptica poderia ao fim do ano
vender o pinhal por 1060 u.m. e ganhar 60.
Mas esta opção também é valida para a pessoa que depositou o dinheiro no seu banco. Esta pessoa
estará disposta a deixá-lo utilizar o seu dinheiro, mas apenas se você o compensar pelo custo de
oportunidade de não o ter utilizado ele próprio. Se lhe pagar 5% de juros, ele provavelmente aceitará
já que não terá o trabalho de cuidar das árvores, ficando você com os restantes 1% ( 10 u.m.) por
ter tratado desse assunto.
Você está a planear uma viagem de cerca de 400 km. À excepção do custo, é-lhe completamente
indiferente entre ir no seu próprio carro ou de avião. O bilhete de avião custa 13 000u.m., e você
não sabe qual será o custo de levar o seu carro. Assim, telefona para a Hertz para ter um valor
estimativo. A pessoa com quem fala diz-lhe que para fazer essa estimativa deve começar por
considerar os custos de um carro típico, onde se fazem, por exemplo, 17 000 Km. Assim:
Dividindo este valor total por 17000 Km, conclui que o preço por Km é 38u.m.20. Se usa este
número para calcular a custo da viagem de carro, conclui que lhe iria custar 15 280u.m.. Dado que
este valor é mais elevado do que os 13 000u.m. do bilhete do avião, decide ir de avião. Se decidir
desta maneira, você comete um erro não considerar os custos irrecuperáveis. O valor do seguro e
dos juros não varia conforme o número de quilómetros que efectua num ano. Ambos são custos
irrecuperáveis e serão sempre os mesmos quer viaje ou não com o cano. Dos custos mencionados,
o óleo, o combustível e a manutenção são os únicos que variam consoante o número de quilómetros
que efectuar. Isto dá-lhe um custo de 260 000u.m. por 17 000km, ou seja, 15u.m.30/Km. Ao preço
de 15u.m.30/km, a viagem só lhe custará 6120u.m.; e dado que este valor é muito mais baixo que
o bilhete de avião, deve ir de automóvel.
No Exemplo anterior, note o papel desempenhado pela suposição de que, exceptuando os custos,
lhe era indiferente o meio de transporte utilizado. Isto permite-nos afirmar que o único factor que se
devia considerar era o custo actual dos dois modos de transporte. Se preferisse um meio ao outro,
tinha também de ter em consideração o peso dessa preferência. Assim, por exemplo, se estivesse
disposto a pagar 7800u.m. para evitar a maçada de guiar, o custo real de guiar passaria a ser de 13
920u.m., e não 6120u.m., e neste caso deveria ir de avião.
Uma pessoa que ao tomar uma decisão seja vítima da falácia do custo irrecuperável, tem em
atenção um custo que deveria ter ignorado. A falácia do custo de oportunidade é exactamente o
oposto: ignorar custos que deveriam ter sido considerados. Mas o exemplo que se segue tornará
claro que os custos de oportunidade não são os únicos custos que as pessoas tendem a ignorar.
Mas quem é que pode adivinhar se é isso que vai acontecer? Se as taxas de aluguer dos dois
automóveis estiverem estabelecidas no mercado e cada um escolher geralmente o carro que vai
minimizar as suas despesas totais com as deslocações, podemos dizer isto: o facto de eu escolher
10 K × 168€
C ( g ) = 340.000€ +
100
um Diesel vai reduzir o consumo de energia da sociedade se, e apenas se, o TD for menos
dispendioso, para mim, do que o 1.4Gasolina. Para perceber porquê, repare primeiro que, se a
gasolina custar 168u.m. o litro, o custo anual do Corsa a gasolina é dado pelo cálculo
em que K é o número de quilómetros que eu faço por ano e 340.000u.m. a aluguer anual do veiculo
em 5 anos. O custo correspondente para o Diesel será:
6 K × 115$
C (d ) = 700.000$ +
100
Estes custos serão absolutamente iguais se eu fizer exactamente 36.363 Kms por ano (para obter
este número iguale as equações e resolva em ordem a K). Se eu andar mais de 36.363
quilómetros, o Diesel ficará mais barato; se eu andar menos, será o gasolina o mais barato. Assim,
por exemplo, se andar 6000 quilómetros por ano, deverei escolher o a gasolina, mesmo que a
poupança de energia seja a minha única preocupação.
Mas como é que vou saber se a pessoa que vai ficar com o Diesel que eu poderia ter alugado ou
comprado não vai fazer ainda menos quilómetros do que eu? Se todos seguirem a regra "conduzir o
carro menos dispendioso" tal não acontecerá com as taxas de aluguer indicadas. (Se a gasolina ficar
mais barata para mim, também será mais barato para alguém que faça menos quilómetros por ano
do que eu). é o que acontece se metade dos condutores, incluindo eu, andarem 6000 quilómetros
por ano enquanto todos os outros fazem 4000? Se fosse esse o Caso, então todos considerariam o
gasolina mais barato com estas taxas de aluguer e ninguém ia querer alugar um a Diesel. As
companhias de aluguer de automóveis iriam descobrir que podiam aumentar substancialmente os
preços dos gasolina e, mesmo assim, alugá-los todos. Pela mesma ordem de ideias, teriam um forte
incentivo para baixar as taxas de aluguer dos Diesel, caso não os quisessem ver ficar a ganhar pó
nos parques de estacionamento. Por fim, as taxas de aluguer dos dois automóveis seriam ajustadas
de modo a que os Diesel ficassem menos dispendiosos para os condutores que fazem muitos
quilómetros, e os a gasolina ficassem menos dispendiosos para os que fazem poucos quilómetros.
O custo externo de uma actividade é o custo que incide sobre pessoas que não estão directamente
envolvidas nessa actividade. Suponha que tem um jardim em sua casa. Levar as folhas à lixeira
próxima custa-lhe 2.000u.m. e queimá-las fica em apenas 100u.m.. Se você está apenas
interessado nos custos, vai certamente decidir queimar as folhas. O problema é que queimar as
folhas acarreta um importante custo externo, o que significa um custo que recai sobre pessoas que
não estão directamente envolvidas na decisão. Este custo externo é o prejuízo provocado pelo fumo.
Esse custo não vai incidir directamente sobre o agente que toma a decisão (queimar as folhas), mas
sobre as pessoas que moram na direcção do vento. Suponha que as prejuízos provocados pelo
fumo montam a 2500 u.m.. O bem da comunidade exige que as folhas sejam levadas, e não
queimadas. Contudo, do seu ponto de vista, será melhor queimá-las.
A Teoria Económica tem como objectivo resolver o problema da escassez, ou seja, afectar os
recursos escassos à utilizações alternativas da forma mais eficiente.
Há sempre custos associados a qualquer escolha e a escolha existe sempre, quer no consumidor,
produtor ou governo. A escolha resulta de um processo de decisão, que deve ser sempre óptimo e
eficiente.
A Teoria Económica pretende representar a realidade da forma mais aproximada possível, daí que
seja uma ciência social dedutiva, com elevado grau de abstracção.
1.6. O MERCADO
Num sistema de mercado tudo tem preço. O preço representa o valor de um bem em termos
monetários, ou seja, representam as condições em que os indivíduos e as empresas trocam os
diferentes bens. Quando concordo em comprar um telemóvel a um vendedor por 50.000u.m., isto
significa que ele vale mais de 50.000u.m. para mim e menos de 50.000u.m. para o vendedor.
As empresas, por seu lado, são movidas pelo desejo de maximizar os seus lucros - lucros que
correspondem a diferença entre as receitas líquidas (lucro total), ou a diferença entre as vendas e
os custos totais (as empresas são atraídas pelos lucros elevados da produção de bens com elevada
procura.
Os custos relativos também afectam a produção e o comércio entre países. O Japão produz e
exporta electrónica de consumo e importa alimentos, enquanto os EUA importam electrónica de
consumo e exportam alimentos. Quem toma estas decisões? É o governo ou o congresso japonês?
De facto não é nenhum deles. É o sistema de preços quem toma as decisões. Dado que existe em
abundância nos EUA, a terra é relativamente barata e os custos dos alimentos são relativamente
baixos. Porque a terra é escassa e cara no Japão, enquanto o talento tecnológico é relativamente
abundante, os custos dos alimentos são relativamente elevados enquanto os da electrónica de
consumo são baixos. Analisando os sinais dos preços da terra e do trabalho, as empresas, os
agricultores e os consumidores podem escolher o bem que será mais apropriado produzir, negociar
e consumir.
2. A concorrência entre os diferentes produtores é que determina como as coisas são produzidas. A
melhor forma de os produtores alcançarem um preço de concorrência e maximizarem o lucro é
manterem os custos no mínimo, através da adopção dos métodos de produção mais eficientes.
3 - Para quem são as coisas produzidas é determinado pela oferta e procura nos mercados dos
factores de produção - Os mercados determinam os salários, as rendas da terra, as taxas de juro e
os lucros - passaremos a designá-los por preços dos factores de produção. Através do somatório dos
rendimentos dos factores de produção, podemos calcular o rendimento da população. A repartição
do rendimento entre a população é portanto determinada pelo montante possuído de factores
(horas-homem, hectares de terreno, etc.) e pelos preços dos factores (níveis salariais, rendas da
terra, etc.).
Os consumidores não podem, por si só, ditar quais os bens que devem ser produzidos. A procura
dos consumidores tem de se encaixar com a oferta de bens e serviços pelas empresas.
Os mercados funcionam como um link, que reconcilia os gostos dos consumidores com as
limitações tecnológicas das empresas.
A figura abaixo representada dá-nos uma visão global de como os consumidores e produtores
actuam em conjunto para determinar os preços e as quantidades, tanto de factores de produção
como das produções.
Em cima estão os mercados dos produtos, em baixo os mercados dos factores de produção.
A procura e a oferta formam uma teia de relações interdependentes que se conjugam através do
mecanismo de mercado para resolver os problemas económicos.
PROCURA OFERTA
Vestuário Vestuário
PREÇO nos
Habitação Mercados de Habitação
Bens/serviço
Alimentaçã Alimentaçã
Trabalho Trabalho
PREÇO nos
Terra Mercados de Terra
Factores
Capital Capital
OFERTA PROCURA
MERCADO DE FACTORES
Foi Adam Smith quem proclamou o princípio da Mão Invisível. Decorrente do princípio da
racionalidade egoísta, todo o indivíduo é levado por uma “mão invisível” a atingir o melhor bem
possível. Num contexto de concorrência perfeita (mercado em que nenhuma empresa ou
consumidor é suficientemente forte para afectar o preço de mercado) a interferência governamental
seria prejudicial, pois estaria a condicionar a utilização dos recursos da forma mais eficiente. Num
mercado concorrencial a afectação dos recursos é sempre eficiente, encontrando-se a economia na
sua fronteira de possibilidades de produção (conceito estudado na Introdução à Economia). Contudo
quando se verifica uma situação de concorrência imperfeita (por ex. Se a EDP elevar o preço da
energia eléctrica para ganhar lucros extraordinários e assim criar maiores dividendos para os seus
accionistas – não esquecer que foi recentemente parcialmente privatizada – estará a produzir esse
bem abaixo do nível de maior eficiência, logo a afectar a economia. Neste caso os preços não são
Em concorrência perfeita e sem falhas de mercado, os mercados conseguirão extrair tantos bens e
serviços quantos os recursos disponíveis o permitam.
Como sabemos, uma economia de mercado perfeitamente concorrencial não existe. As economias
de mercado estão prejudicadas pelo:
• Monopólio;
• Poluição;
• Desemprego e inflação;
• Injustiça na repartição do rendimento.
• Regulamentado;
• Incentivando o Investimento, Investigação e Educação;
• Cobrando impostos – redistribuindo rendimento
Os Bens públicos são actividades económicas que proporcionam grandes ou pequenos benefícios
para a comunidade. Estas actividades não podem ser entregues à iniciativa privada, porque não a
gere da forma mais eficiente possível (ex. construção de auto-estradas, apoio a ciência e saúde).
4 Existem críticos e defensores da regulamentação dos mercados e externalidades. Tudo se prende à forma como ela é
efectuada.
preço dos factores, acasos tecnológicos5. Como forma de repartição do rendimento existem os
impostos e/ou sistemas de transferência de rendimento (Seg. Social, subsídios, etc.)
5 Um acaso tecnológico, como por exemplo a invenção de um robot, poderá reduzir a mão de obra em determinada
actividade, transferindo o rendimento para os proprietários da tecnologia.
2. PROCURA E OFERTA
A temática da economia encontra-se associada, a maior parte das vezes, a procura e oferta. A
análise da procura e oferta é considerada como uma importante ferramenta exploratória e
preditiva.
A análise baseada na oferta e procura é do tipo “what if” (e se..), representando o relacionamento
entre quantidades oferecidas e procuradas a determinado nível de preço do mercado.
Poderemos considerar uma curva da procura do Ferrari Enzo Dino que procurará responder a
quantas unidades seriam compradas se o seu preço de venda fosse de 10.000€. Com certeza a
resposta seria: muitas! Esta resposta traduziria um desejo e não as quantidades reais de ferraris
que seriam adquiridas no mercado, uma vez que a quantidade oferecida a este preço seria
próxima ou mesmo igual a 0 (zero). O estudo da procura e da oferta permitem-nos retirar algumas
conclusões sobre as alterações do comportamento dos agentes face a alterações de variáveis do
meio envolvente ao mercado, à organização ou ao consumidor. Este estudo deverá ser feito antes
da ocorrência das alterações, tornando-se um importante instrumento na predição das
consequências de fenómenos económicos (e.g. o que acontecerá se o imposto sobre um bem
aumentar 10%?).
Outro conceito importante a reter é o de preço de mercado. Na nossa análise iremos tratá-lo de
forma indistinta relativamente a factores como a localização, espaço de venda, qualidade do
produto… Sabemos que o preço é uma variável importante para o consumidor e que o mesmo é
diferenciado por loja, região e outros factores que potenciam a descriminação. Contudo vamos
encara-lo como uma espécie de preço médio de mercado.
De notar que nossa análise iremos relacionar duas variáveis: preço e quantidade. Do ponto de
vista formal o preço poderá explicar a quantidade procurada ou oferecida, ou a quantidade
procurada e/ou oferecida poderão explicar o preço a fixar no mercado.
2.1 A procura
a de merccado
ocura Mensal de
Pro
Pizza
P
Preço Quantidade
B 10 1
C 8 4
D 6 7
E 4 1
10
F 2 1
13
Podem
mos constata
ar que na pro
ocura a relaçã
ão entre o pre
eço e a quan
ntidade procurada é negattiva ou
inverssa, dizendo-n
nos que à medida
m nui aumentara a quantid
que o preço dimin dade procura
ada de
nte uma curvva da procura (linear) é traduzida por um
pizzass. Normalmen ma equação.
a relação entre o preço e quantidade
A neggatividade da e procurada é traduzida pela Lei Ge
eral da
Procu
ura é explicad
da pelos segu
uintes factores:
- quanto menor o preço de um produto maior
m será a probabilidad
de de aquisiçção do mesm
mo. Se
repararmos no exxemplo anterior quando o preço cai de
d 10 para 4 u.m. a qua
antidade proccurada
aume
enta de 1 para
a 10 unidade
es;
- à medida
m que o preço de um
m bem dimin
nui ele torna--se mais “barato” relativa
amente a pro
odutos
simila
ares. Baseand
do-nos no exe
emplo das pizzzas, à medid
da que o seu preço vai dim
minuindo o prroduto
vai se
e tornando mais competitiivo relativame
ente a produttos similares como hambu
urgers. Falam
mos de
um effeito de troca
a provocado por
p produtos substitutos.
s
rend
dimento médio os indivídu
uos tendem a comprar
maiss de quase tu
udo, mesmo que
q os preçoss não se
alterem
2. Dimensão do mercado: medida m pela população
inffluência de fo
orma nítida a curva da pro
ocura. Mais
inddivíduos condduzem a um maior consum mo
5. Inffluências esp
pecíficas: A procura
p de de
eterminados bens
b é influe
enciada por fa
actores específicos
co
omo seja a ve enda de guard da-chuvas em
m dias chuvossos
A pro
ocura aumenta (ou dimin
nui) quando a quantidade procurada para cada p
preço de me
ercado
aumeenta (ou dimin
nui).
2.2.. A oferta
a de merccado
Pre
eço (u.m.) Quantidad
de de pizzas por
p mês
4 100
6 200
8 300
10
0 400
12
2 500
Facto
ores que inflluenciam a curvam
c da oferta:
o
1. Te
ecnologia: o progresso tecnológico consiste nas alterações
a qu
ue diminuem a quantidad
de dos
factores necessários para a mesma quantidade de prroduto
5. Inffluências esp
pecíficas: a oferta
o de detterminados bens
b é influen actores específicos
nciada por fa
co
omo seja o clima na agricu ultura
2.3 O equilíbrio de
d mercado
o
O equ
uilíbrio do me
ercado é uma
a situação em
m que
a qua
antidade proccurada é igual à oferecid
da não
se altterando o pre
eço (que passsamos a designar
por preço de equilíbrio de merrcado).
Graficcamente o eq
quilíbrio ocorrre quando a curva
da prrocura interce P a curva da oferta. No
epta o caso
abaixxo apresentad
do o equilíbrio do mercad
do dá-
se quando o pre
eço é de 8 e a quanttidade
transa
accionada igual a 30. O preço
p é visto como
o pên
ndulo que eq
quilibra as fo
orças da proccura e
oferta
a.
Dese
equilíbrios de
e mercado
O efe
eito da deslo
ocação da cu
urva da proccura
Centrrando-nos na relação disponibilizado entre a
procu
ura D2 e a Offerta: o equilííbrio dá-se qu
uando
P=8 e Q=30.
O efe
eito da deslo
ocação das curvas
c da procura
e ofe
erta
Centrrando-nos na relação disp
ponibilizado entre
e a
procu
ura D2 e a Oferta S2: o equilíbrio o dá-se
quand do P=8 e Q=3
30.
3. ELASTICIDADES
No estudo da procura e oferta de mercado é muito importante a medição da resposta dos
consumidores às alterações dos preços dos produtos e do seu rendimento. Sabemos já que a
procura é inversamente relacionado ao preço, ou seja, quanto maior o preço menor será a
quantidade procurada. Sabemos ainda que, regra geral, quanto maior o rendimento maior será a
quantidade procurada de determinado bem.
Por outro lado o estudo das diferentes elasticidades permitem-nos caracterizar algumas tipologias
de bens como os bens normais, inferior, complementares ou substitutos.
A elasticidade preço da procura (Ed) mede a reacção dos consumidores às mudanças no preço.
Essa reacção é calculada pela razão entre duas variações percentuais. A variação percentual na
quantidade procurada dividida pela variação percentual no preço. Ou seja,
çã ∆%
Ed
çã ç ∆%
Exemplo: o preço do leite muda de 2,00 u.m. para 2,20 u.m.. Qual será a elasticidade preço da
procura do leite se a quantidade procurada de leite é de 85 mil de litros por ano quando o preço é
2,20 e é de 100 mil de litros por ano quando o preço é 2,00 u.m.. A resposta é simples:
A variação absoluta na quantidade foi de 15 mil de litros (100 – 85) e traduz uma diminuição. Em
termos percentuais isso equivale a 15% pois, a quantidade era de 100 mil litros a 2,00 u.m. que era
o preço inicial. Quando o preço aumentou para 2,20 u.m. houve uma queda na quantidade
procurada de 15% [100(85 – 100)%/100].
A variação absoluta no preço foi de 0,20 u.m. (2,20 – 2,00) traduzindo um incremento no preço. Em
termos percentuais isso equivale a 10% pois, o preço inicial era 2,00 e aumentou para 2,20 houve
,
um aumento de 10% 100 10% .
∆% %
A elasticidade desta mudança será: d 1,5
∆% %
Nota: dada a relação inversa entre a procura e a oferta é necessária a utilização de um módulo para
obtermos um resultado positivo. Não esquecer que se a variação do preço foi negativa a variação da
quantidade procurada será positivo e vice-versa.
Se a elasticidade preço do bem for maior que 1,00 diz-se que a procura desse bem é elástica. A
variação percentual na quantidade excede a variação percentual do preço. Ou seja, os
consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.
2. INELÁSTICOS
Se a elasticidade preço do bem for menor que 1,00 diz-se que a procura por esse bem é inelástica.
A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço. Ou seja, os
consumidores são relativamente pouco sensíveis a variações no preço.
3. ELASTICIDADE UNITÁRIA
Se a elasticidade preço do bem for igual a 1,00 diz-se que a procura por esse bem é de elasticidade
neutra. A variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no preço.
então as reacções serão maiores. Exemplo: O preço do automóvel subiu 10%. Aumentou de
15.000,00 u.m. para 16,500,00 u.m.. A intensidade da reacção será maior para esta
mudança. A procura será mais elástica.
4. Bens necessários versos bens supérfluos: para bens essenciais como pão, arroz, feijão, etc. a
procura é mais inelástica. Para bens de luxo a procura é mais elástica.
Exemplos de Elasticidades
Produto Ed
Sal 0,1
Água 0,2
Café 0,3
Cigarros 0,3
Calçados 0,7
Habitação 1,0
Automóveis 1,2
Refeições em restaurantes 2,3
Viagens de Avião 2,4
Cinema 3,7
120
100
r
80
76 s
Preço
60
t
50 u
46
40
v
20
16 w
0
0 5 1012 15 20 2527 30 35 4042 45 50 55
Quantidade Procurada
Em cada ponto as mudanças absolutas no preço é igual a 4 unidades (80-76=4; 50-46=4; 20-16
=4) os percentuais de mudança nos preços são de: do ponto r para o s queda de 4 unidades ou 5%
(4*100/80); do ponto t para o u queda de 4 unidades ou 8% (4*100/50); do ponto v para o w
queda de 4 unidades ou 20% (4*100/20). Essas são as mudanças nos preços.
As elasticidades em cada mudança são de: Ed = 4,0 (de r para s); Ed = 1,0 (de t para u); Ed = 0,25
(de v para w). Teoricamente a elasticidade de uma recta vai de zero ao infinito.
ex.: Vamos supor que a elasticidade preço da procura de filmes num cinema é igual a 2.
Imaginemos que o director do cinema decide aumentar o preço do ingresso em 10%. Se o preço
inicial era igual a 5,00 u.m. e a quantidade vendida igual a 100 bilhetes por sessão ele agora deverá
ter em atenção que a quantidade procurada sofrerá uma diminuição igual a 20 bilhetes por sessão,
já que o preço será fixado em 5,50 u.m. Vamos verificar a implicar desta decisão nas receitas do
cinema por sessão
Em geral o aumento de preço do bilhete de cinema tem dois efeitos, do ponto de vista do
empresário:
Neste caso a decisão de aumentar o preço ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro.
Verifica-se uma diminuição da receita total, contudo ainda não poderemos concluir nada sem
conhecer as implicações na estrutura de custos da empresa e no resultado económico final da
empresa.
A elasticidade preço da oferta (Eo) mede a reacção dos vendedores às mudanças no preço.
Essa reacção também é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na
quantidade ofertada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,
çã ∆%
çã ç ∆%
Dos determinantes o tempo tem grande importância, pois a elasticidade de curto prazo será em
geral diferente da de longo prazo. Assim, ao longo do tempo, quando as firmas têm possibilidade de
reagir mais intensamente às variações de preço, a curva de oferta irá se tornando cada vez mais
elástica.
∆%
∆ çã ç ; isto para o preço de equilíbrio.
∆%
∆ çã ç
∆% çã
∆% çã
Para bens normais há uma relação positiva entre rendimento e quantidade procurada, logo a
elasticidade rendimento é positiva.
Para bens inferiores há uma relação negativa entre rendimento e quantidade procurada, logo a
elasticidade rendimento é negativa.
Diz-se que a elasticidade rendimento da procura é elástica se a elasticidade rendimento é maior que
um e inelástica se menor que um.
∆% çã
,
∆% çã ç
Para bens substitutos há uma relação positiva entre quantidade procurada do bem e variação de
preço do substituto, logo a elasticidade cruzada de bens substitutos é positiva.
Para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade procurada do bem e preço
do bem complementar, logo a elasticidade cruzada é negativa.
4. A ESCOLHA DO CONSUMIDOR E A
PROCURA DE MERCADO
Neste capítulo vamos tentar analisar a forma como a economia procura explicar o processo de
decisão referente às escolhas do consumidor. Será a base teórica para a derivação das curvas de
procura de mercado.
Quando pensamos nas nossas escolhas diárias e decisões de compra, somos capazes de enumerar
um conjunto extenso de factores que podem afectar a nossa decisão: preço, gosto pessoal,
qualidade dos produtos, (in)existência de produtos substitutos ….. . Efectivamente são vários os
factores que pesam na nossa decisão.
A análise explanada nas próximas páginas é muito abstracta e deverá ser entendida no contexto da
sua modelização.
Para simplificar, comecemos por considerar um mundo somente com dois bens, alimentação e
habitação. Um cabaz de bens é o termo usado para descrever uma combinação particular de
alimentação, medida em quilos por semana, e habitação, medida em metros quadrados por
semana. Assim, na Figura 2, um cabaz (cabaz A) pode consistir em 5 m2/semana de habitação e 7
kg/semana de alimentação. Para abreviar, podemos usar a notação (5; 7) que representa o cabaz A
e a notação (3, 8) que caracteriza o cabaz B. De forma geral, (H0,, A0) representa o cabaz de H0
metros quadrados/semana de habitação e A0 kg/semana de alimentação. Convencionou-se que o
primeiro número do par de qualquer cabaz se refere ao bem representado ao longo do eixo
horizontal.
PH = 650 u.m./m2
Suponha, em alternativa, que o consumidor gasta todo o seu rendimento em alimentação. Obteria,
assim, o cabaz será traduzido por:
Recorde-se da regra de álgebra que aprendeu no liceu, segundo a qual o declive de uma linha recta
é a sua "altura" sobre a sua "base" (a variação da sua posição vertical dividida pela variação,
correspondente, da sua posição horizontal). Note que, aqui, o declive da restrição orçamental é a
sua ordenada na origem (a altura) dividida pela sua abcissa na origem (a base correspondente): -
(10 kg/semana)/(20m2 /semana) = - (1/2 ou 0,5) kg/m2 . O sinal negativo significa que a restrição
orçamental é decrescente, ou seja, tem um declive negativo. Em termos gerais, se R representa o
rendimento semanal do consumidor, e PH e PA representam os preços de habitação e alimentação,
respectivamente, a ordenada e a abcissa na origem serão dadas por (R/PH) e (R/PA), respectivamen-
te. Assim, a fórmula geral para o declive da restrição orçamental e dada por - (R/PÁ)/ /(R/PH), que é,
simplesmente, a negativa do quociente dos preços dos dois bens.
Em adição à possibilidade de comprar qualquer outro cabaz que se encontre ao longo da sua
restrição orçamental, o consumidor pode também adquirir qualquer cabaz que esteja incluído no
triângulo orçamental formado por ele e pelos dois eixos (área colorida do triangulo). Na Figura 4.2.,
D é um desses cabazes. 0 cabaz D custa 8.450 u.m./semana:
Se H e A represen
ntavam as quuantidades de habitação e alimentaçã
ão, respectiva
amente, a resstrição
orçam s satisfeita pela seguinte
mental deve ser e equação:
(1)
R PH
QA = − × QH . (2)
PA PA
A equ
uação 2 é umma outra man neira de verm
mos que a orddenada na orrigem da resttrição orçameental é
dada por R/PA e o seu declive por
p - (PH/PA). A equação pa
ara a restriçã
ão orçamental na Figura 4.2 é:
Varia
ação nos pre
eços.
Figura
a 4.3. – O efe
eito da variaçção do preço de
d um bem
A Figu
ura 3 mostra que o efeito de um aume
ento do preço de habitação
o de PH1 = 65
50u.m./m2 paara PS2
=13000u.m. (note-sse que o rendimento sem
manal e o preço dos alime
entos perman necem inalterrados),
Note que, na Figura 4.3. embora o preço dos alimentos não se tenha alterado, a nova restrição
orçamental B2 reduz, não somente a quantidade de habitação que o consumidor pode comprar, mas
também a quantidade de alimentação (este problema prende-se com uma diminuição real do poder
de compra do consumidor; o seu rendimento real baixou).
Exercício prático: Verifique o efeito de uma redução do preço da habitação, de 650u.m./m2 para
520u.m./m2, sobre a restrição do orçamental 1 B1 na Figura 3.
Poderá constatar se representar a nova restrição orçamental que uma redução no preço da
habitação deixa, mais uma vez, inalterada a ordenada na origem da restrição orçamental. Desta vez,
a restrição orçamental efectua uma rotação para fora. Repare, também, como no caso 1, que
embora o preço da alimentação não se altere, a nova restrição orçamental permite ao consumidor
comprar um cabaz que englobe não só mais habitação, mas também mais alimentação.
Repare que aqui, o efeito da duplicação dos preços da alimentação e da habitação é deslocar a
restrição orçamental para dentro e paralelamente à restrição original. A lição importante a tirar
deste exercício é que o declive da restrição orçamental retracta apenas preços relativos, não
podendo ser referência para os níveis de preços em termos absolutos. Quando os preços da
alimentação e da habitação se alteram na mesma proporção, o custo de oportunidade da habitação
em termos de alimentação mantém-se como anteriormente.
Alterações do rendimento.
O efeito de uma alteração do rendimento é muito semelhante ao efeito de uma alteração de todos
os preços em proporções iguais. Suponha, por exemplo, que o rendimento do nosso hipotético
consumidor é reduzido a metade, de 13 000u.m./semana para 6500S/semana. A abcissa na
origem da restrição orçamental do consumidor vai diminuir de 20 m2/semana para 10 m2/semana,
e a ordenada na origem de 10 kg/semana para 5 kg/semana, como se mostra na Figura 4. Assim, o
novo orçamento, B2, é paralelo ao antigo, B1, ambos com um declive de ½. Em termos de efeito
sobree aquilo que o consumid dor pode comprar, a red dução do rendimento pa ara metade não é
ente da dupliccação dos preços. Resulta
difere a precisamen
nte a mesma restrição orççamental de ambas
a
as altterações.
O exe
ercício anterio
or mostra que um aumento dos rendim
mentos deslo
oca a restriçã
ão orçamenta al para
fora e de forma paralela. Tal como no caaso da redução do renddimento, o de eclive da resstrição
orçam
mental manté ém-se inaltera
ado.
Figura
a 4.4.
4.2. ORDENA
AÇÃO DAS
S PREFER
RÊNCIAS
preferir A tem mais habitação, mas menos alimentação, do que B. Quem passar muito tempo em
casa vai provavelmente escolher o A, enquanto uma pessoa com um metabolismo muito rápido es-
colherá provavelmente o B.
De uma forma geral, podemos dizer que, para dois cabazes como estes, o consumidor pode fazer
três escolhas: 1)A é preferido a B; 2) B é preferido a A; 3)A e B são igualmente preferidos. A
ordenação da preferência permite ao consumidor ordenar os diferentes conjuntos, mas não lhe
permite fazer afirmações quantitativas mais precisas sobre a sua preferência relativa. Assim, por
exemplo, o consumidor poderá dizer que prefere A a B, mas não pode afirmar que A lhe dá o dobro
da satisfação de B.
Nem todas as relações comparativas são transitivas. Uma relação não transitiva é demonstrada na
relação de "derrotas do futebol". Nalgumas épocas o Porto derrota o Sporting, e o Sporting vence o
Benfica, o que não quer, necessariamente, dizer que o Porto vá vencer o Benfica, “embora seja o
mais provável!”.
3. Quanto mais, melhor. A propriedade de quanto mais, melhor, quer dizer que, sendo tudo o resto
constante, maior quantidade de um bem é preferível a menos quantidade desse mesmo bem.
Naturalmente, podemos pensar em exemplos onde mais de "qualquer coisa" faz-nos sentir pior que
melhor (como por exemplo alguém que comeu de mais). Mas, nestes casos, há normalmente algum
tipo de dificuldades práticas, como um problema de autocontrolo ou uma incapacidade de
armazenar um bem para utilização futura. Desde que as pessoas possam dispor livremente dos
bens que não querem, ter mais de algo não lhes pode fazer mal.
Como exemplo da aplicação da suposição de quanto mais, melhor, considere dois conjuntos, A, que
têm 12 m2/ semana de habitação e 10 kg/semana de comida, e B, que tem 12m2 /semana de
habita
ação e 11 kg/
g/semana de comida. Este
e princípio dizz-nos que B é preferido a A
A, porque tem
m mais
alime
entos e não te
em menos ha
abitação.
Seja B o cabaz queq é igualmente preferid do a A, e suponhamos que contém 1 17 m2/sema ana de
habitaação e 8 Kg/g/semana de alimentação o. (As quantia d cada bem em B dependem,
as exactas de
claro,, dos gostos do consumid dor, de cujass preferências estamos a falar). A sup posição de quanto
q
mais, melhor diz-nnos que só exxistirá um único cabaz dessses na linha recta que ligga Z a W. Os pontos
p
dessa deste a B são todos melho
a linha a nord ores que B, e os pontos a sudoeste
s de B são todos piores.
p
Precissamente da mesma
m maneeira, podemo
os encontrar outro
o ponto - chamado C - que é igualmente
preferido a B. C representa
r o cabaz (20, 7)
7 onde as quantidades
q e
específicas d
de C uma vezz mais
depen ndem das prreferências do consumido or que considderarmos. Pe
ela suposiçãoo de transitivvidade,
sabemmos que C é também igua almente prefe
erido a A (um
ma vez que C é igualmentee preferido a B,
B que
é igua
almente prefe
erido a A).
As curvas de indiferença também nos permitem comparar a satisfação que está implícita nos
cabazes dispostos ao longo delas com os que estão acima ou abaixo. Permite-nos, por exemplo,
comparar o cabaz C (20, 7) ao cabaz K (23, 4) que tem menos alimentação e mais habitação que o
C. Sabemos que C é igualmente preferido a A (25, 6) porque ambos os cabazes estão dispostos ao
longo da mesma curva de indiferença. D, por sua vez, é preferido a K por causa da suposição do
quanto mais, melhor: tem a mais 2 m2 habitação/semana e 2kg alimentação/semana que K.
A Transitividade, diz-nos finalmente que, uma vez que C é igualmente preferido a D e D é preferido
a K, C deve ser preferido a K..
Por um raciocínio análogo, podemos dizer que o cabaz L é preferido a A. Em geral os cabazes que se
situam acima de uma curva de indiferença, são todos preferidos aos cabazes que se situam sobre
ela. Da mesma maneira que todos os que se situam sobre uma curva de indiferença são preferidos
àqueles que estão dispostos abaixo
A propriedade da exaustividade implica que exista uma curva de indiferença que passa através de
todos os cabazes possíveis. Assim sendo, podemos representar as preferências dos consumidores
com um mapa de curvas de indiferença.
4.3. A UTILIDADE
Como temos visto neste capítulo o consumidor compara diferentes bens ou serviços, como é o caso
da habitação e alimentação, e escolha sempre a combinação que maior utilidade lhe poderá trazer.
Teoria da utilidade ordinal: a utilidade não é medida como os preços e quantidades, contudo é-nos
possível ordenar a utilidade dos diferentes bens, ou seja, eu posso dizer que a utilidade de um Kg
de alimentação é maior, igual ou menor que de um m2 de habitação.
Teoria da utilidade cardinal: que afirma que a utilidade total e marginal são mensuráveis
Como podemos Identificar pelo quadro acima representado a Utilidade Total é máxima quando a
Utilidade Marginal é nula. Podemos também verificar que a utilidade marginal é decrescente, ou
seja, a utilidade marginal decresce à medida que vamos consumindo mais Kg de alimentação –
U=U(x1, x2)
A representação gráfica da função utilidade para determinado nível de utilidade não é mais do que a
curva de indiferença. Uma função utilidade representa um mapa de curvas de indiferenças –
diferentes curvas para diferentes níveis de utilidade.
Não se esqueça:
Quanto mais à direita (da origem) uma curva de indiferença estiver maior é o seu nível de utilidade.
U3
B U2
U1
Y’ Bem Y
- Rendimento do consumidor;
Já vimos até agora como as alterações nos preços e no orçamento podem alterar as nossas
decisões de compra. Toda a análise e derivação das curvas de procura individual partem da
maximização da utilidade do consumidor face a variações do preço de determinado produto. Nos
pontos anteriores foi referenciado que existiam 3 dimensões na escolha do consumidor (análise
entre dois bens, ou um bem e um cabaz):
Restrição orçamental
Curva de indiferença
A Figura 1 mostra quatro restrições orçamentais que correspondem a quatro preços diferentes de
habitação, nomeadamente 3120$/m2, 1560$/m2, 780$/m2 e 520$ m2. Os melhores cabazes
possíveis têm respectivamente 2,5 – 7 – 15 - e 20 m2 /semana de habitação. Se repetíssemos
indefinidamente este procedimento com muitos preços, os pontos de tangencia resultantes
formariam a linha identificada por CPC na Figura 1. Esta linha é designada por curva preço-consumo
ou CPC.
Para o consumidor individual, cujo mapa de curvas de indiferença é mostrado na Figura 1, note que,
cada vez que o preço da habitação desce, a restrição orçamental roda para fora, permitindo ao
consumidor, não só conseguir comprar mais habitação, como também mais bens compostos. Cada
vez que o preço da habitação desce, este consumidor escolhe um cabaz que contém mais habitação
que o cabaz escolhido anteriormente. Note, no entanto, que a quantidade de dinheiro gasto nos
bens compostos pode subir ou descer enquanto o preço da habitação desce. Assim, por exemplo, a
quantia gasta em outro bem desce quando o preço da habitação desce de 3120$/m2 para
1560$/m2, mas sobe quando o preço de habitação desce de 780$/m2 para 520$/m . Mais à frente
iremos ver por que é que este padrão de compra é relativamente comum.
Uma curva de procura individual é, como a curva de procura do mercado, uma relação que nos
indica as quantidades que o consumidor comprará a vários preços. Toda a informação que
necessitamos para construir a curva de procura individual está contida na curva preço-consumo. O
primeiro passo para passar da CPC para a curva de procura individual é o de anotar as combinações
relevantes de preço-quantidade da CPC da Figura 1.
Repare que, ao mudar da CPC para a curva de procura individual, está mudar de um gráfico
cujos dois eixos medem quantidades para outro, em que um eixo mede o preço e o outro a
quantidade.
Neste capítulo outro conceito importante a reter é o de excedente do consumidor, que retracta o
benefício (quantificado) ao comprar determinado produto a determinado preço.
Excedente do consumidor
Quando uma troca se faz voluntariamente, os economistas geralmente assumem que ela beneficia
os intervenientes. De outro modo, não estariam dispostos a faze-la. Esse tipo de medida é
designado por excedente do consumidor.
Este benefício pode ser traduzido pelas variações do preço de um bem ou serviço, que por sua vez
são afectados por uma série de factores que já estudamos.
Se o preço do mercado para a habitação for de 390$/m2 a quantidade procurada de habitação será
de 12 m2.
Na compra do 1º m2 o preço a pagar será de 1820$, logo o excedente do consumidor pela compra
do 1º metro quadrado será de 1820$ - 390$ = 1490$.
Na compra do 2º m2 o preço a pagar será de 1690$, logo o excedente do consumidor pela compra
do 2º m2 de habitação será 1690$ - 390$ = 1300.
Note-se que a altura da curva de procura correspondente a qualquer quantidade mede o máximo
que o consumidor está disposta a pagar por uma unidade adicional de habitação. Essa quantia
menos o preço de mercado é o excedente que obtém ao consumir a última unidade.
Como medida do benefício podemos afirmar que sempre que existe uma perda de excedente do
consumidor o preço de equilíbrio de mercado tornou-se mais elevado.
n
Dmercado = ∑ d i
i =1
Variando o i de 1 a n consumidores.
Assim a cada preço a procura de mercado será igual ao somatório das procuras individuais dos
consumidores.
Qd de Qd de Qd de
Procura de
m2/habitação m2/habitação m2/habitação
Preço mercado de
pelo consumidor pelo consumidor pelo consumidor
habitação / m2
A B C
1560$ 14 10 22 46
1200$ 24 15 32 71
980$ 34 20 42 96
750$ 44 25 52 121
Podemos assim representar a curva de procura de mercado, já que temos a relação do mercado
entre as quantidades procuradas a diferentes preços.
Preço / m2
2100
1800
1500
1200
900
600
300
A Procura de Mercado
Como vimos a procura de mercado resulta da procura individual dos seus consumidores, assim
podemos definir a procura como a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores
desejam adquirir num dado período de tempo. A procura como “fruto do desejo individual”
representa o máximo que os consumidores podem adquirir, dado o seu rendimento e os preços no
mercado.
Existem inúmeras variáveis que podem afectar directamente a procura (analisadas no capítulo
II). Tradicionalmente a função procura é traduzida pela seguinte forma:
qid = f ( pi , p s , p c , R, G )
Onde:
R = Rendimento do consumidor/t
sendo que :
Δqid
<0
Δpi
,traduzindo a lei geral da procura, que nos diz que a quantidade procurada de um bem ou serviço
varia na relação inversa do seu preço6.
Como já vimos a curva da procura é usualmente negativamente inclinada, podendo assumir várias
formas:
6
Não esquecer o efeito da substituição e rendimento.
Existe uma excepção a esta regra – paradoxo de Giffen – em que por exemplo a diminuição do preço de um bem
provoca também uma quebra na sua procura.
Δqid
>0
Δp s
Ou seja, há uma relação directa entre, por exemplo, o consumo da Coca-cola e uma variação no
preço da água mineral.
Neste caso estamos normalmente perante deslocações da curva da procura. Se por exemplo o
preço da água mineral aumenta-se haveria uma deslocação da curva da procura da coca-cola para a
direita.
Δqid
<0
Δp c
qid =f(pc) com pi, ps, R e G constantes
Por exemplo, um aumento no preço dos automóveis deverá diminuir a procura de gasolina.
se
∆
0, é
∆
se
∆
0, é
∆
Para bens de primeira necessidade (bens básicos como alguns bens de alimentação, água,
electricidade) a alteração do rendimento não irá afectar a sua procura.
Os hábitos ou gostos dos consumidores podem ser manipulados pela publicidade e campanhas
promocionais. Podemos ter campanhas para aumentar ou diminuir o consumo de bens, como nos
exemplos a seguir:
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
Variações na quantidade procura são movimentos ao longo da própria curva, devido a variações no
preço do próprio bem ou serviço (pi).
Os sinais dos coeficientes da função procura indicam a relação entre a quantidade procurada e a
variável em questão (directa ou inversamente proporcional). Por essa razão se o coeficiente de pi é
negativo, o coeficiente de ps é positivo, o coeficiente de pc é negativo e o rendimento positivo.
Vamos iniciar a temática do estudo da empresa. A partir deste ponto vamos nos debruçar sobre o
estudo da forma como as empresas tomam as suas decisões, nomeadamente ao nível da decisão
quanto ao que produzir (quantidade) e ao preço de troca no mercado.
• Isoquantas
• Rendimentos de Escala
5.1.1 Introdução
Esta temática é voltada para a oferta de mercado. A teoria da produção procura resolver as
seguintes questões:
• O modo como uma firma toma decisões de produção (de forma a minimizarem o seu custo);
Tecnologia da Produção
• O Processo Produtivo
– Trabalho
– Terra
– Matérias-primas
– Capital
– Organizacional
• Função de Produção:
– Indica o maior nível de produção que uma firma pode atingir para cada combinação
possível de factores, dado o estado da tecnologia (eficiência técnica ou tecnológica);
– Mostra o que é tecnicamente viável quando a firma opera de forma eficiente (eficiência
económica).
– Q = F(K,L)
Isoquantas
A representação gráfica da função produção de uma empresa é traduzida sob a forma de uma
isoquanta. A isoquanta traduz a combinação de recursos de forma a produzir determinado nível de
produção.
– Um produtor utiliza dois factores para a produção de determinado bem, por exemplo:
alimentação: Trabalho (L) & Capital (K)
– Observações:
– Podemos desta forma afirma que são curvas que representam todas as possíveis
combinações de factores que geram a mesma quantidade de produto
- (K=3; L=
=1); (K=1; L=3
3)
- A vermelho encon
ntramos com
mbinações que
e resultam nu
um output de
e 75 unidadess:
- (K=5; L=
=1); (K=3: L=2
2); (K=2; L=3); (K=1; L=5)
- A Ve
erde temos ass combinaçõe
es que resulta
am num outp
put de 90 unid
dades, a sabe
er:
- (K=5; L=
=2); (K=3; L=3
3); (K=2;L=5)).
No gráfico abaixo
o apresentad
do, representtam-se as re
espectivas iso
oquantas qu
ue representa
am as
comb
binações de capital e trabalho que potenciam de
eterminado nível de produção. Note-sse que
quantto mais à dire
eita se localizzar uma isoqu
uanta maior será
s o nível de
e produção d
da empresa.
– Curto prazo:
– Longo prazo
• Observações:
O
Produto Q
PM = =
Trabalhoo L
3) O produtto marginal do
d trabalho (P
PMg), ou prod
duto de um trabalhador
t adicional, aumenta
a
rapidamente no início, depois dimin
nui e se torna
a negativo.
ΔProduto ΔQ
PMgL = =
ΔTrabalho ΔL
O con
nceito de pro
oduto margin
nal, ou neste caso, produ balho é facilmente
utividade marrginal do trab
obtido
o através da subtracção do valor do produto total à medida que
q vamos acrescentando
o uma
unida
ade adicional de factore tra
abalho.
• Observaçõ
ões:
– Q
Quando PMg = 0, PT encon
ntra-se no seu
u nível máxim
mo
– Q
Quando PMg > PM, PM é crescente
c
– Q
Quando PMg < PM, PM é decrescente
d
– Q
Quando PMg = PM, PM enccontra-se no seu nível máxximo
• À medida
a que o uso de determin
nado factor aumenta,
a che
ega-se a um ponto em que
q as
quantidad
des adicionaiss de produto obtidas torna
am-se menores (ou seja, o PMg diminu
ui).
• Quando a quantidade
e utilizada do
d factor trabalho é peq
quena, o PM
Mg é grande como
consequê
ência da maio
or especialização.
• Malthus previu
p o alasttramento da fome em larrga escala, que
q decorreria
a dos rendim
mentos
decrescen
ntes da produ
ução agrícola aliados ao crescimento populacional
p ccontínuo.
Ín
ndice do
o Consu
umo Alimentar Mundia
al
Pe
er Capitta
Ano Índice
1948-1952 100
1960 115
1970 123
1980 128
1990 137
1995 135
1998 140
• O que se
e verificou fo
oi o facto de
e Malthus nã
ão ter levado
o em consid
deração os efeitos
e
potenciaiss dos avanço
os tecnológico
os, que perm
mitiram o aum erta de alimentos a
mento da ofe
taxas superiores ao cre
escimento da
a procura.
5.1.3
3. Análise da Produçção com do
ois factore
es variáveiss
• Interpreta
ação das Isoq
quantas
• O administra
Os adores de um
ma firma dese
ejam determin
nar a combin
nação de factores a
s utilizada.
ser
• D
Deve-se ter em
m atenção ass possibilidades de substittuição entre o
os factores.
• A inclinação de
d cada isoq a a possibilidade de subsstituição entre dois
quanta indica
fa
actores, dado
o um nível constante de prrodução.
• Observaçõ
ões:
1) A TMSTT cai de 2 pa
ara 1/3 à med
dida que a quantidade de
e trabalho aumenta de 1 para
p 5
unidades..
2) Uma TMST
T decresscente decorrre de rendim
mentos decre
escentes e implica isoqu
uantas
convexas..
3) TMST e Produtividad
de Marginal
(PMgL)( ΔL)
Capital
por mês A
C
Q1 Q2 Q3
Trabalho
por mês
Substitutos Perfeitos
2) O mesmo nível de produção pode ser obtido através de qualquer combinação de factores
(A, B, ou C)
Capital
por mês
Q3
C
Q2
B
K1 Q1
A
Trabalho
L1 por mês
• Observações válidas no caso de factores que devem ser combinados em proporções fixas:
1) Não é possível a substituição entre os factores. Cada nível de produção requer uma
quantidade específica de cada factor (p.ex. trabalho e martelos pneumáticos).
40
Trabalho
250 500 760 1000 (horas por ano)
• Observações:
1) Operando no ponto A:
2) Operando no ponto B
3) TMST < 1, portanto, o custo do trabalho deve ser menor do que o custo do capital para
que o agricultor substitua capital por trabalho.
4) Se o trabalho for um recurso caro, o agricultor usará mais capital (ex. USA).
5) Se o trabalho não for caro, o agricultor usará mais trabalho (ex. Índia).
Rendimentos de Escala
Rendimentos de Escala
Rendimentos crescentes:
Capital
As isoquantas situam-se cada vez mais próximas
(horas de
máquina) A
30
2 20
10
Trabalho (horas)
0 5 10
Rendimentos de Escala
Rendimentos constantes:
Capital as isoquantas são
(horas de espaçadas igualmente
máquina) A
6
30
20
2
10
Trabalho (horas)
0 5 10 15
Rendimentos de Escala
Capital
(horas de
máquina) A
Rendimentos decrescentes:
as isoquantas situam-se
4 cada vez mais afastadas
30
2
20
10
Trabalho (horas)
0 5 10
• Pergunta
• Há economias de escala?
• Capital - 77%
• Trabalho - 23%
• Capital - 65%
• Trabalho - 35%
• Os Grandes Fabricantes
• Os Pequenos Fabricantes
- Dimensão da empresa;
INTRODUÇÃO
A teoria da produção, vista anteriormente, prende-se exclusivamente com questões tecnológicas,
físicas, entre inputs e produtos. Vejamos agora o lado dos custos de produção, que determinarão a
oferta da empresa.
Custos de oportunidade: são custos implícitos, que não envolvem desembolso monetário. Os custos
de oportunidade privados são os valores dos inputs que pertencem à empresa e são usados no
processo produtivo. Esses valores são estimados a partir do que poderia ser ganho, no melhor uso
alternativo (por isso também são chamados de custos alternativos).
Exemplos:
c) Quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um custo de oportunidade,
correspondente ao que ela pagaria se tivesse que alugar instalações.
Para o economista, as curvas de custos das empresas deveriam considerar, além dos custos
contabilísticos, os custos de oportunidade, pois assim reflectiria a verdadeira escassez relativa do
recurso utilizado.
As empresas públicas, mais que as privadas, costumam utilizar a visão do economista para o
cálculo das tarifas e preços públicos.
Avaliação social: custos (e benefícios) para a sociedade como um todo, derivado da produção das
empresas.
Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos custos dessa indústria,
devemos considerar também o aumento dos custos sociais, derivados do aumento da poluição
sonora e ambiental (emissão de gases, ruído, etc.), além do desgaste das ruas e estradas. Quando
aumenta a produção da indústria extractiva de madeira, há perdas ecológicas derivadas do
desbravamento.
A diferença entre a óptica privada e a social também pode ser chamada de externalidades (ou
economias externas), que podem ser definidas como as alterações de custos e benefícios para a
sociedade. Derivadas da produção das empresas, ou então como as alterações de custos e receitas
da empresa, devidas a factores externos à empresa. Nessa linha, por exemplo, os comerciantes de
lustres têm externalidades positivas por se localizarem próximos um do outro; uma indústria
química poluidora dos rios impõe externalidades negativas à indústria pesqueira etc.
Como vimos anteriormente, a curto prazo, alguns factores são fixos, qualquer que seja o nível de
produção. Normalmente, consideramos como factor fixo a planta da empresa, ou equipamentos de
capital.
Custo Variável Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produção varia (por exemplo,
salários e matérias-primas). E a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade
produzida.
CVT = f (q)
Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantém fixa, quando a produção varia (por exemplo,
rendas das instalações). Ou seja, são os gastos com factores fixos de produção.
Graficcamente:
Custo
o Fixo Médio (CFMe)
( = CFTT/q
CTme
e = Cvme + CF
Fme
Conce
eito de custo marginal
Custo
o marginal (C ariação em q = ΔCT/ Δq
Cmg) = variaçção do CT/va Δ = dCT/dq . É o custo de se
produ
uzir uma unidade a mais do
d produto
Como
o dCFT = O, segue
s que CM u seja, os cusstos marginais não
Mg = (dCVT + dCFT)/dq = dCVT/dq , ou
são in
nfluenciados pelos custos fixos.
5.2.3
3. CUSTOS
S A LONGO PRAZO
Um aggente económ
mico opera a curto prazo e planeia a lo
ongo prazo.
CURV
VA DE CUSTO MÉDIO DE LO
ONGO PRAZO
O (CmeL)
• Se planeja produzir q2 ou
o q4, existem
m duas alterrnativas. Esse
es pontos ficcam justamen
nte na
in
ntersecção das
d plantas. Mas, em um
m planeamen
nto de longo prazo, prevendo-se aum
mentos
fu
uturos da pro
ocura, o empresário deve escolher a planta de insta
alação maiorr (em q2, esco
olheria
C
CMeC 2; em q4, CmeC3).
Como vimos, as curvas de CMe de curto prazo têm a forma de U devido à lei dos rendimentos
decrescentes, resultante da existência de inputs fixos a curto prazo. A longo prazo, não existem
inputs fixos e a forma da curva de CMe de longo prazo (CMeL) é determinada pelas economias ou
deseconomias de escala. No início, à medida que a produção se expande, a partir de níveis muito
baixos, os rendimentos crescentes (economias) de escala causam o declínio da curva CMeL.
Mas, à medida que a produção se torna maior, as deseconomias de escala passam a prevalecer,
provocando o crescimento da curva.
No curto prazo normalmente apenas um dos factores é variável, logo a variação do custo total
estará intimamente ligada a variação deste factor. Contudo no longo prazo todos os factores de
produção, por definição, variam livremente, temos a oportunidade de escolher qualquer combinação
de inputs que a minha função produção permita.
A escolha dos inputs depende dos preços relativos dos factores produtivos (normalmente e na
nossa análise - capital e trabalho).
6. ESTRUTURAS DE MERCADO
6.1. INTRODUÇÃO
O OBJECTIVO DA EMPRESA
O que significa que se a empresa aumenta a produção, e a receita adicional (RMg) for maior
que o custo adicional (CMg), o lucro estará aumentando, no caso contrário o lucro estará
diminuindo. O equilíbrio dar-se-á quando a RMg igualar o CMg.
A teoria neoclássica ainda preserva a vantagem de ser a teoria mais geral, com razoável
poder preditivo e formalmente consistente, sendo bastante adequado para estruturas de mercado
concorrenciais. Nota-se, contudo, um grande avanço nas teorias alternativas, que são bem mais
recentes, não estando ainda perfeitamente consolidadas.
Hipóteses do modelo:
- Mobilidade das empresas. O mercado não tem quaisquer tipos de barreiras de entrada ou
saída, tanto para compradores, como para vendedores.
Todas as hipóteses anteriores, também são válidas para o mercado de factores de produção.
Como podemos observar, são hipóteses "ideais", reflectindo um mercado sem barreiras, sem
interferências; enfim, pouco realistas. Mas essas hipóteses representam uma base, um referencial,
para a construção de modelos mais próximos da realidade. Como observa a economista inglesa
Joan Robinson, é mais útil construir inicialmente modelos simples e depois preencher os detalhes,
do que construir directamente modelos com todos os detalhes da realidade.
Curvas de procura
p de me
ercado e da firma
f individu
ual
P
Procura
Dada a hipótese da de, uma empresa isolada não consegue alterar o prreço de mercado (a
d atomicidad
sua saída,
s por exe
emplo, traria uma alteraçã
ão apenas inffinitesimal na
a curva de oferta de merccado Si
não afectando
a o preço Po).
Como
o P0 é preço de
d venda para a empresa
a, então a cu
urva de procu para a empresa; ou
ura é dada p
seja, é horizontal. A empresa só
ó pode vende
er a esse preçço, pois:
• se quiser vender a um
m preço ma
ais alto, não
o venderá nada
n (como os produtos são
ho
omogéneos, os
o consumido
ores comprarã
ão mais bara
ato das outrass empresas);
• não venderá
á a um preço
o mais baixo. Seria irracion
nal, pois, se ao
a preço p0 vvende quanto
o quer,
or que venderr mais barato
po o?
Assim
m, ao preço p0, a empresa vende quanto puder, depe
endendo do seu
s tamanho e da sua esttrutura
de cu
ustos.
Dessa
a forma, a curva
c de proccura de merrcado de mercado (com a qual se de
efrontam tod
das as
empresas) é nega nclinada, mass a curva de procura para
ativamente in a a firma indiividual é horiizontal
(corre
esponde a dizer que a cu
urva de procu
ura para a empresa é inffinitamente e
elástica: se ocorrer
o
variaçção de preço de mercado, a procura pa
ara a firma é indeterminad
da).
Curvas de receita
r da em
mpresa
RT = preço
o unitário de venda
v x quan
ntidade vendida
RT= p.q
Rme = RT/q
q
(afina
al, a RMe mosstra o que o consumidor
c c
compra, a dad
dos preços, ou seja, a próp
pria procura)..
Em concorrrência perfeita
a, a RMe é fixxa, pois P0 é constante.
c
Portanto:
ΔRT
R dp.q
RMg = = =p
Δq dq
Em concorrência perfeita, a re
eceita margin
nal é o preço
o recebido pela
p unidade adicional vendida.
Então
o, a RMg é igu
ual ao preço, e é fixa (poiss o que se gan
nha de receita
a adicional é dado).
Curva
as de custos
As curvas de custo
os são as messmas já vista
as anteriorme a dos custos de produção..
ente, na teoria
Sabem
mos que o empresário
e ra
acional semp
pre aumentará a produçã
ão, quando issso significa maior
lucro.. Então, se:
• re
eceita adicio o adicional, o lucro marrginal aumen
onal > custo nta e a qua
antidade devve ser
aume
entada, pois o lucro aumen
ntará;
• re
eceita adicion
nal < custo ad
dicional, a qu
uantidade q não
n será aumentada, pois o lucro cairá.
Portanto, no equilííbrio:
Entretanto, existem
m dois pontoss onde RMg = CMg (X e Y, no gráfico):
Em q1 RMg = 60
0 ês pontos, com
Nestes trê m o custo ma
arginal decresscente é
CMg = 80
0 vantajoso para ele aum
mentar a prod
dução, pois a RMg é
constante, mas os custtos são decre
escentes (enttão os
Em q2 RMg = 60
0 lucros marginais são crrescentes).
CMg = 60
0 Por isso, o ponto q2, em
mbora a RMg = CMg, ainda
a não
é o máxim
mo lucro.
Em q3 RMg = 60
0
RMg = 30
Em q6 RMg = 60
CMg = 10
00
.
Áreas de luccro total (LT),, receita total (RT) e custo total (CT)
Como a firm
ma maximiza lucros apena
as no ramo crrescente do CMg,
C então a curva de ofe
erta da
firma em concorrê
ência perfeita é o ramo cre
escente da cu
urva de CMg, dado que as reacções da firma,
em re
elação a varia
ações de preçços, dão-se ne
esse trecho da
d curva.
p = CVMe mínimo
m
p.q=CVMe .q
.
RT = CVT
a) p >CTMe (RT>
>CT)
É a situação
o normal, com
m lucros extra
aordinários.
b) p < CTMe
e, mas p > CV
VMe (RT< CT, mas RT> CVTT)
Nesta
a situação, a firma aprese
enta um preju
uízo, mas ela não deve fecchar as porta
as, pois assim
m teria
que pagar
p todos os custos fixxos (renda instalações, parcelas
p de compra do e
equipamento
o etc.).
Assim
m, se fecha, paga
p todo CF
FT. Se continuar, ela pode
e pagar todo
os os custos variáveis (sa
alários,
c) p = CVMe
e mínimo (RT = CT)
d) p < CVMe
e mínimo (RTT < CVT)
Assim, uma
a firma em co
oncorrência perfeita só ope
era quando o preço de me
ercado superra pelo
meno
os os custoss variáveis (principalmen
( nte salários).. Então, a curva
c de ofe
erta da firm
ma em
conco
orrência perfe
eita é o ramo crescente da
a curva de CM
Mg, após o CV
VMe mínimo.
Equilíbrio de
e longo prazo
o de uma firm
ma em concorrrência perfeitta
(mais firmas entrando, a curva de ofe ado aumenta, deslocando-se para a dirreita).
erta de merca
Quando pre
eço chega a P2 cessam os lucros extrao
ordinários, po
ois:
LT = RT - CTT
no ponto (P
P2, q2), RT = CT (RMe = CTMe)
C e LT = 0. Esse ponto correspo
onde ao mínim
mo da
curva
a de custo mé
édio de longo prazo (escala
a ou tamanho
o óptimo da empresa).
e
6
6.3. MON
NOPÓLIO
Hipótteses do mo
odelo
a Uma única
a) a empresa prroduz um produto sem sub
bstitutos próxximos.
b Existência
b) a de barreirass à entrada de
e firmas conccorrentes.
Essass barreiras po
odem ocorrer de várias forrmas:
• Protecção
o de patentess (direito único
o de produzirr)
• Controlo sobre
s o forneccimento de matérias-prim
m as chave;
• Monopólio
o natural, no
ormalmente devido
d à eficiiência da em
mpresa. A empresa já exisste em
g
grandes dimensões, opera
a com baixos custos. Seria
a difícil algué
ém oferecer o mesmo prod
duto a
u preço equivalente à em
um mpresa monopolista
• Monopólio
o estatal, prottegido por leggislação.
FUNC
CIONAMENTTO DO MODE
ELO DE MON
NOPÓLIO
Curva
a de procura
a do monopolista
Como
o se trata de uma única empresa, terremos que co
onsiderar que a procura para a indússtria =
procu
ura para a em
mpresa.
Portanto:
Assim
m, se o mon
nopolista ressolver ofereccer mais, o
preço
o diminuirá, se produ
uzir menos, o preço
aume
entará. Nessse sentido, o monopolissta tem o
olo do preço de mercado, que depende
contro e de quanto
ele re
esolve produzzir (traduzindo
o a sua capaccidade para
discriminar preçoss). No gráfico podemos co
onstatar que
ar um preço de
se fixa d 1,45 u.m. irá vender 10
0 unidades,
se baixar o pre
eço para 1,2
275 u.m. venderá
v 11
unida
ades.
Curva
as da Receitta Média e Marginal
M
A rece n mercado: é o que o consumidor paga em
eita média do monopolistta é o preço do produto no
cada unidade do produto.
p É a própria
p procura de mercad
do.
RT
Rme
Q
Rme
Em co
oncorrência perfeita,
p vimo
os que RMg = Rme = p.
Em monopólio,
m a RMg
R nte da Rme. Isso porque a quantidade adicional é vvendida a um preço
é diferen
mais baixo que as quantidadess anteriores.
∆RT
Rmg
∆Q
Rme = p = a - bq
Saben
ndo que, no diagrama
d antterior, no eixo
o das abcissass, o preço é iggual a zero, temos que:
• Intercepçã
ão da Rme no
o eixo das ab
bcissas
0 = a – bq1
a = bq
q1
q1 = a/b
a
Interccepção da RM
Mg no eixo das abcissas
0 = a – 2bq2
a = 2bq2
q2 = a/2b
a
Assim
m: q1 = q2/2 ou 0A = 0B/2
2
A rela
ação entre as
a curvas Rm
me, RMg, e RT em mon
nopólio
Tínha
amos visto an
nteriormente, quando disscutimos a elasticidade-p
e preço da procura, que há
á uma
ão ente a receita total (RT) e a elasticid
relaçã dade-preço da
a procura (Ep
pp):
Procu
ura elástica: se p↑ ↓
q↓ RT↓
se p↓ ↑
q↑ RT↑
ura inelástica:
Procu se p↑ ↓
q↓ RT↑
se p↓ ↑
q↑ RT↓
Custo
os de produção do
monoopolista
Podem
mos considerar que a
estruttura de custos do
mono
opolista nã
ão difere em
essên
ncia daquela
a observada
a no
mode
elo de concorrência perfeitta.
Como
o chegar ao equilíbrio?
e Primeiro determ
minamos o ponto onde a RMg = CMg,, que é a pro
odução
que maximiza
m o lu
ucro (q0). Depois, vemos qual o custo
o de produção
o para produ
uzir q0 na currva de
Cme e qual a rece
eita quando se
s vende q0, na
n curva Rme
e (procura de
e mercado)em
m termos de curvas
c
totaiss, o diagrama fica:
Como
o podemos observar,
o nun
nca a posição
o de máximo
o lucro do monopolista pode estar na
a faixa
inelásstica da procu
ura. Isso porq d máximo lucro ocorre qu
que o ponto de uando a RMg = CMg. Como CMg
é sem
mpre positivo, a RMg que iguala o CMgg também é positiva.
p E a RMg é positivva apenas na
a faixa
elástica da procura
a.
Curva
a de oferta de
d uma emp
presa monop
polista
No grráfico anterio
or (em termos de curvas médias e ma
arginais) nota
amos que nã
ão há uma re
elação
biunívvoca entre quantidade
q produzida e preço
p de ven
nda do produ
uto. Para um
ma dada prod
dução,
podem
mos ter diferrentes preçoss, dependend
do da curva da procura. Ou seja, parra determinado q0,
temoss apenas um a da procura correspondente ao preço de venda p0. Se a
m ponto em cima da curva
procu
ura fosse maior o preço se
eria maior parra o mesmo q0.
Então
o, a empresa
a monopolistta não tem curva
c de ofe
erta. Não tem
m uma curva
a que mostre
e uma
relaçã
ão estável en
ntre os preçoss de venda e a quantidade
e produzida. A oferta é um
m ponto único sobre
a curvva da procura
a.
O CM a a RMg no mesmo pontto A. Assim, temos uma quantidade q0 igual nass duas
Mg intercepta
situaçções, mas dois preços (p0 e p1). Então, não é possível
p esta
abelecermos uma relação
o bem
definiida entre preçços e quantid
dade oferecid
das pelo mono
opolista
O equ
uilíbrio de longo prazo de uma
u empresa
a monopolista
a.
Como
o existem ba
arreiras à enttrada de novvas empresas, o monopó á quebrado, o que
ólio não será
6.4. OLIGOPÓLIO
• Devido à situação esboçada no ponto anterior, actualmente não existe uma teoria
geral do oligopólio. Tudo o que temos são casos ou modelos específicos, alguns dos quais são
aqui discutidos. Estes poucos modelos, porém, conseguem três coisas:
6.4.1
1. O MODE
ELO DE COURNOT E BERTRAND
B D
No modelo
m de Co
ournot come
eçamos por presumir que
e existem du
uas empresa
as vendendo
o água
minerral em condiçções de custto de produçã
ão zero. Porttanto o nível de maximiza
ação de lucro
os das
venda
as de cada empresa
e oco
orre no ponto
o médio da sua
s curva de ear com inclinação
e procura line
negattiva, em que e = 1 e RT é máxima.
m
EXEM
MPLOS. Na Figg. acima reprresentada, D é a curva de
e procura do mercado de á
água mineral. Se a
empresa A for a ún
nica vendedo
ora do mercad
do, então D = dA e a emprresa A maxim
miza sua RT e lucros
totaiss no ponto A, em que ela vende
v 600 un ão de monopólio.
nidades ao prreço de 6$. Essta é a soluçã
Em se
eguida, vamo
os supor que a empresa E entre no me
ercado e que a empresa A continue a vender
v
600 unidades. En
ntão, a curva
a de demand
da da empre
esa 11 é dad
da pela curvva de deman
nda do
merca
ado total D menos
m 600 unidades
u e é representada por dB na Fig..
F Desse m
modo, a emprresa B
maxim
miza sua RT e lucros totais no ponto B (sobre dB) em que ela ve
ende 300 uniidades ao pre
eço de
3$. A empresa A agora reage e, presumin
ndo que a em
mpresa B con
ntinue a vend
der 300 unid
dades,
encon o 300 unidades da curva de demanda do
ntra sua novva curva de demanda, d''A, subtraindo
merca
ado total, D. A empresa A agora maxim
miza seus lucrros totais no ponto
p A´ sobre dA'. A empresa B
agora
a reage novam
mente e vend
de em B' sobrre sua nova curva
c de demanda, d'B.
assim, maximiza seus lucros totais vendendo 400 unidades ao preço de 4$ ( ponto E´). A outra
empresa, então, também estará diante de dE, sua curva de procura (obtida, subtraindo 400
unidades da curva de procura do mercado total) e também estará no ponto E. Desse modo, cada
empresa continuará a vender 400 unidades ao preço de 4$ e terá RT e lucros totais de l 600$. A
produção de 400 unidades por parte de cada empresa representa 1/3 da produção perfeitamente
competitiva de 1 200 (dada pela condição P = CMg = 0).
Se, na determinação de seu nível óptimo de produção, cada empresa presumir que a outra mantém
seu preço (e não sua produção) constante, teremos o modelo de Bertrand (ver exemplo à frente).
(1) cada empresa enfrenta uma curva de procura linear, idêntica para seu produto;
(2) cada empresa tem capacidade de produção limitada e não pode abastecer todo o
mercado sozinha;
(3) cada empresa, na tentativa de maximizar sua RT ou lucro total, presume que a outra
empresa mantenha seu preço constante.
O resultado desses pressupostos é que haverá uma oscilação contínua do preço do produto entre o
preço de monopólio e o preço de produção máxima de cada empresa Às vezes, observam-se
oscilações de preço nos mercados oligopolístícos.
A teoria de jogos é uma ferramenta essencial para analisar os comportamentos estratégicos dos
jogos oligopolisticos.
Tal como nas outras estruturas de mercado o pressuposto das empresas continua a ser a
maximização dos seus benefícios.
• Payoff: beneficio da empresa a escolher uma estratégia, dada a estratégia escolhida pelo(s)
outros(s) intervenientes no jogo.
• Estratégia: acção que a empresa ou jogador pode optar como uma das possíveis no jogo.
Jogador 2
S1 S2
Jogador 1
S1 10,20
S2
O jogador 1 pode optar pelas estratégias S1 ou S2, o Jogador 2 também tem as mesmas opções.
Neste caso as estratégias de ambos jogadores são idênticas, contudo os jogadores podem optar por
estratégias diferentes.
REGRAS DO JOGO
• Normalmente as jogadas são simultâneas e únicas. Caso os jogadores possam fazer mais do
que uma jogada temos um jogo de repetição.
• Os nosso modelos são de duopolio, jogos com apenas duas empresas. A introdução desta
condicionante permite uma análise mais simplista e real dos comportamentos num mercado
oligopolista.
O JOGO DA ÁRVORE
Aplica-se no caso da decisão estratégica não ser tomada em simultâneo. Num jogo entre duas
empresas, a empresa 1 pode tomar a sua decisão em 1º lugar, e só então a empresa 2 reage a
jogada do seu adversário.
Neste jogo a empresa 1 pode optar por fazer publicidade ou não fazer publicidade (o nódulo mais
escuro é referente ao posicionamento estratégica da empresa 1). Após e só após da decisão da
empresa 1 a empresa 2 escolhe a sua estratégia. Se por exemplo a empresa 1 optar por fazer
publicidade, a empresa 2 optará por faze-la também visto, obter um payoff melhor nesta situação
(4).
JOGO 1.
Matriz de payoff, com 2
Empresa 2
jogadores e com duas
Baixar o
Aum.Preço estratégias possíveis e
Preço
Empresa 1
• Aumentar o preço
Baixar Preço 12,6
7,7 • Baixar o preço
Sabemos que o motiva cada um dos jogadores é a obtenção do melhor payoff possível. O resultado
obtido depende da opção de cada um. Vejamos:
• Se a E2 (empresa 2) optar por aumentar o seu preço, a melhor escolha possível para E1 será
baixar o seu preço, pois obtém um payoff de 12 > 10.
• Se E2 optar por baixar o seu preço, a E1 optará também por baixar o seu preço, uma vez que
7>6.
Não obstante a escolha da empresa 2, a empresa 1 escolherá sempre baixar o seu preço, pois o
beneficio obtido com esta escolha estratégica é sempre superior. BAIXAR O PREÇO É A ESTRATÉGIA
DOMINANTE DA EMPRESA 1.
• Se E1 opta por aumentar o seu preço, E2 optará por baixar o seu preço uma vez que assim
conseguirá um payoff de 12, superior ao que conseguiria se opta-se por aumentar o seu preço –
10.
• Se E1 opta por baixar o seu preço (estratégia dominante da empresa 1) a empresa 2 optará
também por baixar o seu preço, pois assim fixará o seu payoff com 7, superior a 6. A EMPRESA
2 POSSUÍ TAMBÉM UMA ESTRATÉGIA DOMINANTE. NESTE CASO IDENTICA À DA EMPRESA 1 –
BAIXAR O PREÇO.
Uma vez que ambas as empresas tem uma estratégia dominante, o comportamento de ambas seria
provavelmente o de optarem por baixar o preço, obtendo um payoff de 7 para cada uma.
Podemos constar que existem uma alternativa melhor para ambas as empresas: ambas
aumentaram o seu preço (10,10). Contudo sabemos que este é um jogo de decisão única, não
existindo nenhum incentivo para cada empresa optar pela referida estratégia, como veremos mais
adiante.
JOGO 2.
Empresa 2
Aum.Preço Baixar o
Preço
Empresa 1
A matriz acima, representa um novo jogo, similar ao visto anteriormente, mas com payoff diferentes.
Num jogo de decisão simultânea e única a empresa 1 iria optar pela sua estratégia dominante:
Baixar o preço. A empresa 2, que conhece esta decisão (a informação é completa) iria fazer a sua
opção baseada na estratégia dominante da empresa 1, ou seja, sabendo que E1 iria baixar o seu
preço, escolheria aumentar o seu, fixando o seu payoff em 11.
DILEMAS.
Dilemas são jogos em que ambos os jogadores ficariam em melhor situação se abandonassem a
sua estratégia dominante e optassem por uma estratégia mais cooperativa.
Dilema do prisioneiro:
JOGO 3.
Maria
Não
Confessar
Confessar
Manuel
Esta matriz é resultado de um problema clássico: O dilema do prisioneiro. Imaginemos que a Dra.
Maria e o Dr. Manuel, altos responsáveis da EXPO 98 foram detidos por suspeita de falsificação de
notas de 10.000 esc. O Chefe Arnaldo, responsável da Judiciária, sabia que tinham sido estes os
responsáveis pela falsificação, contudo apenas tinha provas para uma sentença de 6 meses. Tendo
consciência do estado da investigação decide chamar os dois suspeitos, coloca-os em salas
separadas e a ambos faz-lhes a seguinte proposta:
Detective: Senhor(a) faço-lhe a seguinte proposta: Dado que se aproxima o vigésimo quinto
aniversário do 25 de Abril se confessar o crime e o seu colega não, terá a pena suspensa e o seu
colega apanhará 25 anos de prisão. Se confessar o crime e o seu colega também apanharão
apenas 1 ano de pena. Se nenhum de vocês confessarem, e em virtude do reduzido n.º de provas
que tenho contra vocês apanharão uma pena de 6 meses de cadeia.
Vamos tentar analisar a decisão a tomar pela Dra. Maria e pelo Dr. Manuel:
Confessar é estratégia dominante para ambos os suspeitos, logo o resultado provável seria ambos
confessarem o crime e obterem uma pena de um ano de prisão. Contudo eles sabem que se não
confessarem podem apanhar apenas 6 meses de cadeia, sendo este o melhor alternativa possível
para ambos os jogadores. Sabemos que a informação é completa, e que ambos os jogadores tem
perfeito conhecimento do resultado das suas decisões. Supondo mesmo que lhes é dada
autorização para discutirem o caso conjuntamente é de esperar que a sua decisão se mantenha e
ambos confessem. Eles sabem que a sua decisão tem que ser simultânea e única, facto pelo qual
não deverão chegar ao acordo para ambos não confessarem. Existe uma tendência para se
desviarem ao acordo, por exemplo o Dr.Manuel pode perfeitamente chegar ao momento da sua
decisão e confessar, ficando assim em liberdade e impondo uma pena de 25 anos à sua colega Dra.
Maria. Está por sua vez tem perfeito conhecimento que isto pode acontecer, assumindo portanto a
decisão menos penalizadora para ela dada as circunstancias. AMBOS CONFESSARIAM.
Este exemplo é utilizado porque retracta na perfeição a noção do dilema, bem como as alternativas
e comportamentos possíveis.
O JOGO 1, retracta também uma situação de dilema, situação que passaremos a denominar de
“Dilema Oligopolistico”. A empresa 1 e 2 sabem que se ambas optarem por um comportamento
cooperativo e escolherem o aumento dos seus preços como estratégia dominante estarão a obter
payoff superiores (10,10), e como tal a melhorarem consideravelmente a sua situação. Num jogo
único como o que estamos a retractar é quase impossível que ambas optem por coludirem a sua
decisão, uma vez que uma fuga ao acordado poderia provocar uma considerável perda de payoff.
JOGO 1.
Empresa 2
Em caso de acordo de ambas
Baixar o
Aum.Preço optarem por aumentar os seus
Preço
Empresa 1
ESTRATÉGIAS DOMINADAS
Nem sempre existe uma estratégia dominante para um ou ambos os jogadores. Se tal acontecer,
pelo menos podemos verificar se os jogadores tem estratégias dominadas. A estratégia dominada é
precisamente o oposto da dominante, ou seja, existe sempre uma estratégia melhor como opção.
Normalmente este conceito é utilizado quando os jogadores podem optar entre três ou mais
estratégias, não existindo uma estratégia dominante que evidencie um comportamento claro a
tomar.
JOGO 4.
Empresa 2
Manter Baixar
Aum.Preço
Preço Preço
Manter
Preço 4,7 12,6 4,5
Podemos verificar que nenhuma das empresas possuí uma estratégia dominante:
A empresa 1 não tem estratégia dominante, mas como podemos verificar existe uma estratégia que
nunca é considerada como alternativa para a sua decisão; está estratégia é a de aumentar o preço,
sendo portanto uma estratégia DOMINADA para a empresa 1.
A empresa 2 não também não possuí uma estratégia dominante, mas possuí uma estratégia
DOMINADA – Manter o preço.
Empresa 2
Aum.Preço Manter Baixar Preço
Preço
3,4 5,5
Aum. Preço 6,3
Empresa 1
Manter
Preço 4,7 12,6 4,5
Passaremos a ter uma nova matriz de payoff, em que cada empresa apenas terá duas opções
estratégicas, já que eliminamos aquela que nunca seria utilizada.
Empresa 2
Aum.Preço Baixar o
Preço
Empresa 1
Manter
Preço 4,7 4,5
Podemos agora verificar que dadas as “novas alternativas” estratégicas de ambas empresas,
existem estratégias dominantes:
Num jogo simultâneo e de jogada única o resultado seria a escolha das empresas pela sua
estratégia dominante, resultando num payoff de 9 para E1 e 8 para E2.
EQUILIBRIO DE NASH.
Em variadas situações podemos nos deparar com a inexistência de estratégias dominantes ou
dominadas. A solução deste problema é-nos dada pelo equilíbrio de Nash. O equilíbrio7 de Nash
existe sempre que um jogador toma a melhor decisão que pode, dada a acção empreendida pelo
7Notem que equilíbrio significa que ninguém quer alterar o seu comportamento, desde que nada se altere. Por exemplo, no
equilíbrio entre a oferta e a procura, os consumidores e vendedores estão a adquirir e a vender quantidades desejadas a um
certo nível de preços. Ninguém deseja ver esta situação alterada, desde que os restantes factores que a afectam
permaneçam constantes. É claro que se o a procura de mercado for afectada por exemplo por um aumento do rendimento,
este equilíbrio terá que se deslocar e ajustar.
outro jogador. O resultado do equilíbrio será uma situação de payoff em que nenhum dos jogadores
desejará alterar a sua posição, correndo o risco de perder benefício.
JOGO 5.
Empresa 2
Aum.Preço Baixar o
Preço As setas de deslocação
podem ser uma ajuda na
Aum. Preço 4,4 6,8 identificação do(s)
Empresa 1
equilíbrio(s) de Nash
Contudo temos também outra solução que aponta para um equilíbrio de NASH – a empresa 1 baixar
o seu preço a empresa 2 aumentar o seu. Está escolha resulta num payoff de 7,6. È bastante
frequente a existência de mais do que um equilíbrio de nash no mesmo jogo. Uma vez que não
aprofundaremos mais está área de estudo, iremos pressupor que o melhor equilíbrio é aquele cujo
somatório dos payoffs seja mais elevado.
JOGO 6.
Empresa 2
Aum.Preço Baixar o
Preço
O comportamento cooperativo implica a colusão, ou seja, um acordo explicito entre duas ou mais
partes, com vista a fixarem as estratégias a serem seguidas por cada empresa. Este tipo de acordo
é ilegal, contudo ocorrem com mais frequência do que a imaginada.
JOGO 7.
Empresa 2
Aum.Preço Baixar o
Preço
Empresa 1
Neste jogo podemos verificar que se ambas as empresas optam-se pela sua estratégia dominante, a
E1 receberia um payoff de 7 e a E2 de 9. Optando por uma estratégia de colusão, o resultado
possível jogo seria ambas aumentarem o preço, elevando os seus payoff para 14 e 16,
respectivamente. Mais uma vez é de frisar que ambas correm o risco de uma das partes fugir ao
acordo e obter ganhos consideravelmente mais elevados. Contudo num sistema de jogadas
repetidas o incentivo a fazer batota é diminuto uma vez que o jogador “rival” automaticamente
responderia à nova decisão do jogador batoteiro. Por exemplo:
1. As empresas têm conhecimento que se optarem pela sua estratégia dominante (baixar o preço
para ambas) os seus payoffs seria de 7 para E1 e 9 para E2. Decidem assim optar pela colusão
e assumem a decisão conjunta de subida dos preços, passando para um nível de payoff
superior. A E1 ganharia 14 (mais 5) e a E2 16 (mais 7).
2. A empresa 2, tentada pelo payoff que irá obter se baixar o preço decide quebrar o acordo e
assim conseguir um lucro de 30, deixando a E1 com uma redução de 10 no seu payoff.
Notem: Outra possibilidade de colusão seria a empresa 2 propor a empresa 1 que esta opta-se por
aumentar o seu preço, enquanto ela (E2) aumentava o seu. O somatório dos payoffs para esta
decisão seria igual a 34, valor que seria repartido pelas duas empresas 17.
1. Poucas empresas: quanto mais baixo for o número de partes envolvidas mais fácil é chegar a
um consenso, e mais fácil é mante-lo.
2. Aspectos legais e leis Anti-trust: desvios a acordos “ilegais” implicam maior atenção por parte
das entidades fiscalizados e reguladoras.
3. Custos de produção similares: sempre que existam não haverá tendência a desvios. É claro que
se os custos de produção de uma das empresas forem muito baixos ela facilmente pode baixar
o preço e assim ganhar quota de mercado.
5. Estabilidade económica: recessões atingem directamente os lucros das empresas via RT. Existe
uma tendência para a redução dos preços. Espera conseguir um aumento das receitas via
aumento do volume de vendas.
6. Facilidade de observar as “batotas”: é claro que este factor depende do tipo de industria e do
caminho que os produtos/serviços levam até chegar ao consumidor final.