NOTÍCIAS 29

EDIÇÃO Nº

LÁ DA RUA JUNHO
2021

03 SAÚDE MENTAL - HIV- AIDS: E A

CABEÇA, COMO FICA? 05 BRASILEIROS CAMPEÕES DO UFC

ARTE NO CÁRCERE: CONHEÇA 5 PROJETOS

INSPIRADORES
SAÚDE
Nova York comemora o fim da pandemia levantando as
últimas restrições em vigor
Estado atingiu nesta segunda-feira 70% da população adulta vacinada com ao menos uma dose
Na quarta-feira (16/06), Nova York abandonou
a maior parte das restrições adotadas há mais de
um ano para conter a pandemia. O estado atingiu
antes do prazo a meta de vacinar 70% dos adultos.
Nova York retoma “vida de volta ao que era an-
tes”, foi o que garantiu o governador do estado,
Andrew Cuomo. Ele anunciou a retirada da última
etapa de restrições impostas pela pandemia. Desde
março de 2020, a maior cidade dos Estados Unidos
adotou uma série de restrições. Nova York foi, no
primeiro semestre do ano passado, o epicentro da
covid-19, mas conseguiu fazer os números baixa-
rem. O vírus provocou a morte de mais de 33 mil
pessoas apenas na cidade.
Depois de longo isolamento e uma campanha
de vacinação que ganhou impulso nos últimos me-
ses, 70% dos adultos já receberam ao menos uma
dose da vacina e mais de 60% estão imunizados.
Além da campanha de conscientização, empresas
e serviços passaram a oferecer as mais variadas
FONTE: TV Cultura- UOL
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promoções, descontos e brindes, para quem provar
que está imunizado.
Fechamentos e restrições de funcionamento,
horários e capacidades foram suspensos. Protoco-
los de limpeza e distanciamento passam a ser op-
cionais.
Novaiorquinos já podem frequentar espaços in-
ternos de bares, podem ir para academia, museus,
cinema e agora para eventos de pequeno e médio
porte, como concertos e competições.
Mesmo assim, estabelecimentos ficam livres
para adotar as regras de proteção que acharem ne-
cessárias, como o uso da máscara ou exigência de
comprovante de vacinação para clientes. Medidas
de restrição para a conter a pandemia serão manti-
das em lares para idosos, prisões, abrigos, escolas,
grandes eventos.
Retomada é celebrada com fogos de artifício.
FONTE: UOL

SAÚDE MENTAL - HIV- AIDS: E A CABEÇA, COMO FICA?
HIV- AIDS: E a cabeça, como fica? A desco-
berta do diagnóstico é muitas vezes assustadora.
Algumas pessoas relatam que o estresse é tão alto
quando recebem a notícia que não conseguem pen-
sar em outra coisa. Dormem e acordam imaginan-
do como será sua vida daqui por diante e o que
o futuro lhes reserva. Geralmente se perguntam:
Por que aconteceu justo comigo? Como vou contar
isso para minha família? Onde devo buscar aju-
da? Vale a pena continuar vivendo? E isso tudo
é importante, além do próprio diagnóstico. Outra
dificuldade é o estigma que marca alguns grupos,
frequentemente, já marginalizados e discrimina-
dos, como é o caso, por exemplo, de homossexuais
e usuários de drogas. Além disso, pessoas vivendo
com HIV muitas vezes sofrem também preconcei-
tos na família e nos seus grupos sociais. Por isso,
muitos se isolam diante da dificuldade de serem
reconhecidos e aceitos. Sentem dificuldades em
namorar e fazer novos amigos, com medo de se-
rem rejeitados, não conseguindo tirar o peso que
sentem dentro do peito e falar sobre o diagnóstico.
Em razão disso, é muito comum a pessoa vivendo
com HIV apresentar depressão, ansiedade, sinto-
mas paranoides, demência, entre outros transtor-
nos – alguns falados aqui.
Estudos mostram que indivíduos com depres-
são, ansiedade generalizada e pânico apresentam
quase três vezes mais probabilidade de não ade-
rirem ao tratamento antirretroviral do que aqueles
que apresentam outros transtornos mentais. Um
estudo realizado no Brasil mostrou que, entre os
usuários com má adesão ao tratamento, 35,8%
tinham diagnóstico de ansiedade e 21,8% de de-
pressão. Em quaisquer dos casos, é imprescindível
procurar todas as assistências necessárias.
Existem muitas possibilidades para se viver
bem com o HIV, sendo fundamental o serviço
que o SUS oferece – totalmente gratuito, contan-
do com profissionais experientes e especializados
para ajudar pessoas vivendo com HIV. Terapeutas
fazem parte da rede para auxiliarem no tratamento
da saúde mental.
E sobre partilhar ou não o diagnóstico? Esta é
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SAÚDE
uma opção de cada um e dependerá da relação e da
confiança que existe, e do desejo de dividir uma
situação tão pessoal. Em geral, as pessoas mais
próximas são fundamentais para dar apoio. Lem-
brando que a divulgação do resultado sem consen-
timento é crime previsto por lei. Toda pessoa tem
direito ao sigilo. Porém, identificar com quem se
pode conversar e trocar ideias tem efeitos impor-
tantes na sua saúde mental.
Além disso, iniciar o tratamento antirretroviral
precocemente – o quanto antes! – é uma forma de
garantir qualidade de vida, de alcançar mais rapi-
damente o nível da carga viral mínima possível
ou indetectável e, dessa forma, tornar-se agente
de prevenção. Ao se tornar “indetectável”, o HIV
deixa de ser transmitido para outras pessoas. O es-
sencial é que assim que conhecido o diagnóstico,
os cuidados sejam tomados imediatamente.
Certamente é o começo de uma nova vida, com
uma nova mentalidade, de novas superações e apren-
dizados. Mas SIM, pode-se viver com HIV e ser sau-
dável. E é preciso se cuidar para ser o mais saudável
possível. SIM, é possível viver com HIV e ter uma
vida longa e produtiva, quando se diz SIM a vida!
“É difícil imaginar que até hoje muitas pes-
soas ainda sejam obrigadas a enfrentar algum
tipo de discriminação ao longo de suas vidas,
simplesmente por serem quem são. Isso precisa
acabar! E essa mudança começa pelo respeito.”
Mateus Solano - Ator e Embaixador de Boa
Vontade do UNAIDS
FONTE: UNAIDS e Guia do autocuidado para
pessoas vivendo com HIV
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NOTÍCIAS GERAIS
PESQUISA DA UFPEL E HARVARD APONTA QUE VACINAÇÃO EVITOU
MORTE DE 43 MIL IDOSOS POR COVID NO BRASIL
Segundo pesquisadores da Universidade Fede-
ral de Pelotas (UFPel), no Sul do Rio Grande do
Sul, e da Universidade Harvard, dos Estados Uni-
dos, a imunização evitou a morte de 43.082 pesso-
as pela doença em 2021 no país.
Os resultados mostram que a proporção de ido-
sos entre o total de óbitos por coronavírus caiu de
quase 28%, em janeiro, para 12% (entre quem tem
mais de 80 anos) e 16% (entre quem tem de 70
a 79 anos) em maio. As mortes por outras causas
permaneceram estáveis no período.
Eficácia
Para os pesquisadores, os resultados fornecem
evidências da efetividade das vacinas CoronaVac
e AstraZeneca/Oxford, as primeiras a serem admi-
nistradas contra a Covid no país. Os imunizantes
PESQUISADOR MOÇAMBICANO DA UFRGS DESENVOLVE NOVA TÉCNICA DE
DESINFECÇÃO DE ÁGUA COM LUZ SOLAR
Um relatório da Organização Mundial da Saúde
(OMS) e da Unicef mostra que 2,2 bilhões de pessoas,
ou um terço da população mundial, não têm acesso a
água potável. Essa preocupação motivou o pesquisa-
dor Beni Chaúque, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), a buscar uma forma barata
de facilitar o consumo, principalmente entre popula-
ções mais pobres.
Nascido em Moçambique, o cientista apresentou
a ideia em um projeto de mestrado e atualmente faz
doutorado no Programa de Pós-Graduação em Micro-
biologia Agrícola e do Ambiente da UFRGS, em Porto
Alegre.
Além do tempo, o benefício do projeto é o baixo
custo, avalia Felipe Grando Brandão, chefe do Setor
de Propriedade Intelectual da Secretaria de Desenvol-
vimento Tecnológico da UFRGS. “É bom, bonito, ba-
rato e poderoso”, observa.
Segundo Beni Chaúque, o custo do sistema depen-
de da escala. No tamanho do teste, tratando 360 litros
de água por dia, a estrutura pode custar até R$ 1,8 mil,
com uma durabilidade mínima estimada de até seis
anos de funcionamento.
Pesquisa
A técnica desenvolvida por Chaúque consiste no
tratamento da água com luz solar em fluxo contínuo.
O método mais usual limpa 1 litro de água a cada seis
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também são eficazes contra a circulação da cepa
P.1, conhecida como variante brasileira do vírus,
afirmam.
Demais grupos
O epidemiologista afirma que deve ocorrer uma
redução no número de óbitos entre menores de 60
anos, conforme a vacinação avance.
“Eu não tenho nenhuma dúvida de que vai
acontecer [a redução de mortes]. Daqui a um ou
dois meses, nós vamos atualizar o estudo e vamos
ver que não foram 43 mil vidas salvas, mas que
foram 80 mil ou 100 mil”, projeta.
Os pesquisadores ressaltam que o dado atual é
uma subestimativa, pois não considerou profissio-
nais de saúde, indígenas, pessoas de 60 a 69 anos e
demais vacinados. FONTE: G1
horas, utilizando garrafas PET transparentes colocadas
sob o sol. Na estrutura criada pelo moçambicano, com
espelhos, o tempo cai para um minuto e meio, ou seja,
240 vezes mais rápido.
Segundo os especialistas, o equipamento não ne-
cessita de eletricidade ou de elementos químicos para
a limpeza da água. A técnica se mostrou eficiente em
desativar protozoários e bactérias.
A estrutura ainda é um protótipo com escala redu-
zida. Os estudiosos esperam que, com a viabilização
da patente, apareçam interessados no financiamento do
trabalho. No futuro, a tecnologia poderá ser utilizada
massivamente em casas ou propriedades rurais.
Educação e poesia
Beni Chaúque chegou à UFRGS em 2018. Antes
disso, ele já havia se formado em Moçambique.
Filho de um motorista e de uma camponesa, o jo-
vem lembra que os ensinos médio e superior eram pri-
vilégios na vila onde morava. Ao entrar na universida-
de, foi o primeiro colocado no processo seletivo.
“Era privilégio de poucos. Tive que sair de casa, in-
clusive. Ir para outra cidade e enfrentar os desafios em
uma família cujo dinheiro era insuficiente para satis-
fazer as necessidades dos que viviam juntos”, recorda.
Além da pesquisa sobre desinfeção da água, o cien-
tista é poeta. A literatura, para Chaúque, tem o mesmo
papel transformador de sua ideia. FONTE: G1
 ESPORTE

BRASILEIROS CAMPEÕES DO UFC pelo fato de Amanda ter dois cinturões simultaneamen-
te. Portanto, assim a lista se fechou em 2020 com 17
Queridos leitores, hoje iremos apresentar mais cin- nomes.
co grandes brasileiros campeões do UFC e deixaremos 18º CHARLES DO BRONKS
para a próxima e última edição desta série uma surpre- Enfrentando o americano Michael Chandler, o pau-
sa. Fãs do UFC, aguardem... lista Charles do Bronks conseguiu o mais recente cintu-
11º CAMPEÃO: RENAN BARÃO (UFC 149) rão dos brasileiros no UFC na madrugada de domingo
Com um impressionante cartel de 25-1-1, sendo sua (16/05). Numa luta emocionante em que no 1º round
única derrota a de estreia no MMA profissional, Barão tudo aconteceu, o 2º round Charles não deu sopa para o
era uma máquina imparável. azar e tornou-se campeão! FONTE: Globoesporte
12º FABRICIO WERDUM (180)
vencendo o americano Roy Nelson e emendando
uma boa sequência de vitórias que o levaram a título
interino, vencido sobre Mark Hunt em 2014 e unifica-
do em 2015 frente a Cain Velasquez.
13º CAMPEÃO: RAFAEL DOS ANJOS (UFC 185)
Dos Anjos estreou com o pé esquerdo no UFC em
2008, perdendo duas vezes seguidas, para os america-
nos Jeremy Stephens e Tyson Griffin. Emendou três
vitórias seguidas e voltou a perder. Sinônimo de per-
sistência, foi levar seu cinturão em 2015, após bater o
americano Anthony Pettis no UFC 185.
17º CAMPEÃO: DEIVESON FIGUEIREDO
Com Deiveson “Deus da Guerra” Figueiredo o Bra-
sil voltou a ter dois campeões no UFC, no caso três, Charles do Bronks em ação

O FUTEBOL NAS OLIMPÍADAS A partir de 1996, o futebol feminino também é dis-

putado, com dominância dos Estados Unidos da Améri-
O futebol foi o segundo esporte coletivo a entrar ca, que esteve presente em todas as finais até 2012 e só
oficialmente nos Jogos Olímpicos, atrás apenas do não levou o ouro em 2000, perdendo para a Noruega.
polo aquático, em 1908. Campeões mundiais e olímpicos
O torneio masculino é a única modalidade olímpi- Dos oito países campeões do mundo, apenas a Ale-
ca a “restringir” por idade (24 anos) a participação de manha não foi campeã olímpica. Como país unificado,
atletas. Isso porque a FIFA teme que o torneio olímpico conquistou o bronze em 1964 e a prata em 2016, além
de futebol possa competir em importância com a Copa de ter obtido um bronze como Alemanha Ocidental em
do Mundo. Por outro lado, o Comitê Olímpico Inter- 1988. Como Alemanha Oriental, porém, ela foi ouro
nacional tem receio que as outras competições entrem nos Jogos de 1976. FONTE: Wikipédia e Esportelandia
em caráter secundário para a mídia, ofuscadas pelas
grandes estrelas dos gramados. Por conta dessa “res-
trição”, o torneio masculino é a competição de futebol
mais imprevisível, com medalhas conquistadas por pa-
íses como Japão (bronze em 1968), Gana (bronze em
1992), Nigéria (ouro em 1996, prata em 2008 e bronze
em 2016), Camarões (ouro em 2000), Chile (bronze em
2000), Paraguai (prata em 2004) e Coreia do Sul (bron-
ze em 2012).
Por outro lado, o Brasil, maior ganhador de Copas
do Mundo, com cinco títulos, conquistou sua primeira
medalha de ouro em 2016, tendo obtido anteriormente
as medalhas de prata em 1984, 1988 e 2012 e de bronze
em 1996 e 2008.

OFICINA DAS ATUALIDADES

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CAPA

Arte no cárcere:
Conheça 5 projetos inspiradores
Nesta edição decidimos cinco práticas envolvendo a arte no cárcere. Esta foi uma sugestão de alguns de vocês, quando
preencheram o último questionário. O que esses projetos possuem em comum – além de serem realizados em Casas Pri-
sionais – é a valorização, a evolução e a mudança de perspectiva dos reeducandos envolvidos. Além disso, colaboram para
o tratamento penal humanizado, além de ajudarem na reintegração social. Confira:
1.Projeto: “Os Entre Laços do Crochê”.
Onde: Penitenciária de Cerqueira César, no Estado de São
Paulo.
O que é: O projeto possui como objetivo arrecadar dinheiro
para a Santa Casa Misericórdia da cidade e pacientes com
câncer do Hospital Amaral Carvalho de Jaú. Isso é feito
através da produção de gorros, tapetes, toalhas e cortinas
artesanais. Depois de prontos, os materiais são doados
para a realização de bazares e todo dinheiro arrecadado é
investido no tratamento dos enfermos.
Como funciona: Após receberem o curso de crochê na uni-
dade prisional, os reclusos se dedicaram e surgiu a ideia
de estender o trabalho para fins sociais. A Santa Casa mu-
nicipal faz a doação de linhas e lãs para que os detentos
possam dar continuidade ao trabalho.
Relatos de participantes: Pedro Ramos da Silva, 38 anos,
condenado por tráfico de drogas, conta que se sente feliz por levar um pouco de conforto a quem precisa enfrentar uma
internação hospitalar. “Tenho a sensação de ser útil e de estar ajudando a sociedade”, destacou. “Pretendo terminar os
estudos, cursar uma faculdade e dar seguimento aos meus projetos de trabalho”, diz. Hebert Gudino da Silva, de 27 anos,
também descobriu o dom para o artesanato na unidade prisional. “Ver a emoção com que os pacientes do hospital de câncer
recebem os gorros que produzo me deixa muito realizado. É um combustível para continuar com as ações sociais”, destaca.
2. Projeto: Do lixo ao luxo
Onde: Centro de Ressocialização em Ourinhos/SP.
O que é? Produção de brinquedos com material reciclável. Os
materiais utilizados para a confecção dos brinquedos são gar-
rafas pet, cones de barbante, tampinhas, retalhos de tecidos,
CDs e palitos de sorvetes. Todos esses materiais, que seriam
descartados, ganham novas formas e viram jogos da velha,
quebra-cabeça, bonecas e até centopeia da matemática.
Como funciona? Através da produção de brinquedos com ma-
teriais recicláveis, reeducandos levam alegria a crianças e ido-
sos assistidos por instituições de Ourinhos. A ação ocorre por
meio do projeto “Do Lixo ao Luxo”, iniciado no Dia das Crianças
do ano passado e tem como objetivo levar mais alegria aos
assistidos por instituições filantrópicas da cidade. Os brinque-
dos foram doados para a APAE, ao abrigo para menores, para a
Associação de Assistência ao Deficiente Físico, para Igrejas
e e abrigo para idosos.
São vários os benefícios trazidos pela atividade social como por exemplo, a conscientização da necessidade de reciclar
e reaproveitar os materiais com intuito de produzir menos lixo. Segundo a responsável pela iniciativa, desta forma é pos-
sível cuidar do meio ambiente e mostrar que, mesmo presos, eles são capazes de fazer algo próximo, sensibilizando-os do
compromisso social com a comunidade.
Relato de participante: “Fiquei muito grato de poder levar um pouco de felicidade para pessoas especiais, produzindo brin-

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6
 CAPA
quedos com materiais recicláveis, pois é em pequenos gestos que
nós fazemos a nossa parte”.
3.Reeducando utiliza a arte como instrumento de ressociali-
zação e de expressão de seus sentimentos
Onde: Presídio de Igarassu (PIG), na Região Metropolitana do Re-
cife.
O que é: Pinturas e desenhos em paredes e quadros.
Como funciona: O reeducando Moises, de 39 anos, é pintor e de-
senhista. Ele usa sua habilidade para desenvolver pinturas nas
paredes do próprio presídio, quadros e desenhos. O lucro obtido
pelo trabalho de Moises é destinado a ele.
Relato do participante: “No presídio, vi a oportunidade de aprimo-
rar o meu trabalho. Quando eu sair, pretendo abrir um ateliê”, pla-
neja Moises do Nascimento Monteiro.
4. Projeto: Um Olhar Além das Grades
Onde: Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) e no Estabeleci-
Penal “Jair Ferreira de Carvalho” – presídio de segurança máxima, ambos em Campo Grande/MS. O que é? Confecção de
toalhas, caixas, pinturas em cerâmica e telas, artesanatos com pirógrafo e peças bordadas. Como funciona? Os trabalhos
são realizados junto a dois grupos. Ao todo, 28 internos participam do projeto, sendo 19 no Instituto Penal e 9 no presídio de
segurança máxima. Todo o material a ser trabalhado é selecionado pelos próprios reeducandos e as peças a serem confec-
cionadas são de demanda livre. As atividades são realizadas em reuniões terapêuticas e têm como objetivo facilitar a reso-
lução de conflitos pessoais, incentivar a busca pelo autoconhecimento e o desenvolvimento da personalidade, promovendo
um potencial criativo desses reeducandos. Como a ação não possui fins lucrativos, é sempre respeitado o ritmo individual
dos internos e toda a renda arrecadada com a comercialização das peças é revertida para o próprio projeto, na aquisição
de novos materiais. A psicóloga responsável ressalta que no decorrer dos encontros é possível notar os avanços nos com-
portamentos dos participantes, sendo que muitos relataram que a ansiedade diminuiu e que se sentem mais tranquilos por
fazerem aquilo que gostam e aprendem um novo sentido para a vida e para o futuro deles. Relato de participantes: “Encon-
trei aqui uma oportunidade de trabalhar algo que eu gosto bastante
e manter a mente ocupada; a remição vem como consequência e eu
gosto da arte por conta dessa capacidade de mostrar a beleza e fazer
pensar em algumas situações”, disse o reeducando S.W.A.M., de 33
anos, que confecciona desenhos em grafite e pinturas em tela. Já o
interno J.P.F., de 36 anos, responsável pela técnica do bordado, que
leva delicadeza e sofisticação às peças em madeira e pano, diz que
“Estar aqui é sinônimo de tranquilidade, é um privilégio estar mos-
trando o lado bom da gente, mesmo porque todos nós temos os dois
lados, aqui a gente pode estar ajudando outras pessoas, ensinando o
que sabemos”.
5. Reeducandos produzem puffs com materiais recicláveis
Onde: Presídio de Itajubá/MG
O que é: Produção de puffs com garrafas pet

Como funciona: Dez reeducandos estão aprendendo

um novo ofício e colaborando com o meio ambiente,
por meio do reaproveitamento do plástico. O trabalho
de confecção dos puffs utiliza materiais como gar-
rafas pet, papelão, fita adesiva, tecido TNT, madeira,
espuma e grampos. Além de aprenderem uma profis-
são, os detentos estão desenvolvendo o espírito de
trabalho em equipe, lidando com regras e disciplina.
Ao aproveitarem garrafas pet, eles contribuem com o
meio ambiente, sendo responsáveis pela redução do
volume de lixo nos aterros sanitários e melhoria nos
processos de decomposição de matérias orgânicas.

OFICINA DAS ATUALIDADES

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COLUNA JURÍDICA
SOBREVIVENDO NO INFERNO: A DOR É ETERNA E A JUSTIÇA
DOS HOMENS É FALHA (PARTE 3)
O perito criminal Osvaldo Negrini, após os trabal-
hos periciais realizados no interior da Casa de De-
tenção (Carandiru), liberou a remoção dos cadáveres
para o Instituto Médico Legal de São Paulo e retornou
para sua casa horrorizado com o que havia presencia-
do naquela noite. Quando saía da casa prisional abor-
do da viatura, inúmeras pessoas avançaram no veículo
à procura de informações sobre os homens vitimados
pela intervenção policial. Pelo desespero com que se
aproximavam e gritavam, Osvaldo supôs que fossem
familiares dos detentos. Dentre a multidão estava dona
Cleuza da Silva que ao avistar a viatura policial correu
diante do vidro do carona, fixou seus olhos sofridos
com os olhos do perito criminal e disse:
– Senhor, por favor, me ajude! Tô aqui faz tempo e
ainda não tive notícias do meu filho Jonathan da Silva.
Os policiais só falam para irmos para casa, porque to-
dos que morreram não eram santos. Meu filho estava
cumprindo pena pelos seus erros passados, mas com
certeza não era uma pessoa ruim. Só preciso saber se
ele está vivo ou morto, por favor, eu imploro, me ajude!
Osvaldo não podia somente arrancar o carro e
deixar aquela mãe angustiada sofrendo sem ao menos
cumprir seu papel de servidor público. Ou seja, orientá-
-la de forma digna, como qualquer outra pessoa, do que
deveria fazer a partir daquele momento. Abriu a janela
do veículo e, embora a multidão esbravejasse próxima
ao carro, dirigiu-se a dona Cleuza lhe afirmando:
– Olá, Senhora. Prazer sou Osvaldo, perito crimi-
nal. Imagino a dor que está sentindo nesse momento
sem ter notícias do seu filho. Aconselho a senhora, e
as demais pessoas que aqui estão, para irem até o IML,
porque os corpos serão deslocados para lá agora. Lá
poderão ter mais informações sobre a identidade das
vítimas.
Fazia 12 horas que a dona Cleuza e outras mães es-
tavam em frente ao Carandiru a procura de notícias de
seus filhos, sem que ninguém se sensibilizasse com o
sofrimento pelo qual estavam passando. Pessoas sim-
ples, honestas e do bem. Embora isso, ao longo desse
tempo, foram tratadas com truculência e desprezo por
parte dos policiais que guarneciam a casa prisional.
Chegando ao IML de São Paulo recebeu a notícia
de que o corpo do seu filho Jonathan havia ingressado
naquela repartição pública minutos antes dela chegar e
seria submetido ao exame de necropsia. Após isso ela
seria convidada para reconhecê-lo. No momento em
que recebeu a notícia da morte do seu filho, Cleuza
perdeu o chão. Foi como se o mundo estivesse cain-
do sobre si. Jonathan era a melhor coisa que havia
acontecido em toda sua vida. Embora todos os perc
OFICINA DAS ATUALIDADES
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vida, nunca o abandonou. Olhou para o céu claro e
estrelado, chorando muito, e questionou Deus:
– Por que a vida é tão difícil para nós, meu Deus?
Por quê?!
A secretária do IML, diante da situação triste daqu-
ela mãe, aguardou alguns minutos até chamá-la para
realizar o reconhecimento da vítima, pois sabia que no
momento em que ela avistasse o estado do seu filho,
infelizmente, seria um novo trauma. Assim sendo, após
uns 30 minutos, chamou-a para a sala onde estava parte
dos corpos. Todos enfileirados sobre mesas metálicas e
tapados com lençóis brancos.
Quando o médico legista retirou o lençol do rosto
de Jonathan e Cleuza caiu no choro ao vê-lo. As con-
dições do corpo eram horríveis. Todo perfurado a pro-
jétil de arma de fogo, inclusive na região da cabeça. O
perito, por bom senso, decidiu não a questionar sobre
a identidade da vítima. Sua reação afastava qualquer
espécie de rito procedimental.
Cleuza assinou todos os papéis necessários à reti-
rada do corpo para o velório e retornou para casa para
noticiar à família a morte do seu único filho. Após a
cerimônia de enterro de Jonathan, Cleuza ficou saben-
do através de sobreviventes do massacre que seu filho
sequer tinha relação com a rebelião. Estava no interior
de uma cela momento em que foi encontrado balea-
do com inúmeras perfurações provocadas por arma de
fogo na região da cabeça e tórax.
Hoje, passados 29 anos do massacre do Carandiru,
os 73 policiais denunciados e submetidos à júri popular
não foram devidamente responsabilizados por seus atos
criminosos. Houve 4 julgamentos pelo júri nos quais os
policiais militares foram condenados pela morte dos
111 detentos.
Acontece que o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo anulou os julgamentos sob o fundamento de
que não há provas cabais para condenar os PM’s de
modo que os jurados julgaram e condenaram de manei-
ra contrária às provas dos autos. Diante disso, ordena-
ram a realização de um novo júri popular.
No dia 02 de junho de 2021, o processo chegou ao
Superior Tribunal de Justiça que decidiu por reestabe-
lecer as condenações dos 73 policiais militares.
Faz 29 anos que a dona Cleuza e as outras mães
sofrem a perda dos filhos, sem qualquer responsabili-
dade dos executores...
porMatheus
Quartieri
Bacharel em Direito
 ARTE PELA LIBERDADE

-> ALEX TEIXEIRA DE BARROS

PEJULI

DAIR RAMOS
PEJULI >-

-> VICENTE SOARES

PEJULI

CARLOS JUNIOR ELGART

PEJULI
>-
OFICINA DAS ATUALIDADES
9
CANTINHO DO LEITOR

NOITE DOS RÉUS FOGÃO A LENHA

As estrelas cintilam Meu velho fogão a lenha
No céu de meu Deus Contigo me identifico
Estrelas flamejam… Queimando lenha de angico
Cadentes aos olhos teus Que hoje não pode mais
Sei que alguns anos atrás
Ou serão anjos caídos Tudo era diferente
Fugindo de sua prisão? Não se invocavam com a gente
Era no céu… agora no coração
Nem com nossos ancestrais
Sem asas e foragidos
Eu também estou limitado
Escondem-se como mendigos Bem parecido contigo
Sob noites estreladas Quase não vejo os amigos
Sem família, nem amigos Pois tenho essa restrição
E assim meu velho fogão
São almas penadas Já não sou mais quem eu era
Na última noite dos réus To que nem gato em tapera
Amanhã… o sol reinará nos céus. Gravetiando a solidão
Ainda recordo meu velho
da chapa ardendo em brasa
Alex Teixeira de Barros Meu coração cria asa
viajando a imaginação
meu carretero
PEQUENO JARDIM Dentro do velho galpão.

Hoje imagino as flores do jardim Ilo Paz

Todas floridas, beleza pura Pejuli
O cheiro do perfume das rosas

O beija-flor que bebe o néctar

Dos cachos do girassol
As abelhas que polinizam o ar
No horizonte azul
SALMO 37
O manto verde da mata viva
A beleza da natureza, um sonho
Hoje com alegria na alma Entrega o teu caminho ao senhor.
Caminho sem ressentimentos Confia nele, e ele tudo fará.
Ao ar livre, na natureza
Canto junto aos pássaros
Sinto saudades... Pedro Filho
E ainda pareço, flor murcha Pejuli

Quase sem pétalas

No pequeno jardim.

Vicente Soares
Pejuli

OFICINA DAS ATUALIDADES

10
 PASSATEMPO

OFICINA DAS ATUALIDADES

11
PASSATEMPO

O que é o que é? (respostas na última página)

1. O que é, o que é: subo e desço, mas nunca me mexo;
2. O que é, o que é: vai e vem, mas sem sair do lugar.
3. O que é, o que é: quanto mais se perde, mais se tem?

4. O que é, o que é: tem coroa, mas não é rei, tem raiz, mas não é planta?

5. O que é, o que é: não é gente, mas nos faz chorar?

6. O que é, o que é? de dia tem quatro pernas, e de noite tem seis?

7. O que é, o que é: tem coroa, mas não é rei. Tem espinho, mas não é peixe?
.
8. O que é, o que é: fala e ouve, mas não é gente?

9. O que é, o que é: quanto mais seca, mais molhada fica?

10. O que é, o que é: tem dentes, mas nunca come e mesmo sem ter dinheiro, dá comida a
quem tem fome?

OFICINA DAS ATUALIDADES

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 PASSATEMPO

OFICINA DAS ATUALIDADES

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 7 - o abacaxi; 8 - o telefone; 9 - a toalha; 10 - a planta.
Repostas O que é O que é: 1 - a escada; 2 - a porta; 3 - o sono; 4 - o dente; 5 - a cebola; 6 - a cama;

MENSAGEM DOS EDITORES

Queridos leitores,
Assim terminamos mais uma edição. Nessa trouxemos informações sobre o HIV, atualização
sobre vacinação e, principalmente, na capa projetos que são realizados no cárcere.
O projeto tem tido muitas transformações para que vocês sempre tenham uma leitura
confortável e com informações diferentes e confiáveis.
Esperamos que tenham gostado dessa edição!
AMANDA FLORES, CAROLINE BRONDANI, GABRIEL MORESCO, ISADORA TASCHETTO,
MARIA EDUARDA FLORES, TELMA LEAL, MATHEUS QUARTIERI

D I A G R A M A Ç Ã O

DANI E LARA
OFICINA DAS ATUALIDADES
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