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Assedio Moral no ambiente de trabalho

Assédio Moral é toda e qualquer situação humilhante, constrangedora, repetitiva e


prolongada durante a jornada de trabalho, que possam ferir a integridade física e
mental vindo a por em risco o emprego ou degradando o ambiente de trabalho da
vitima.
O Assédio Moral não é um ato isolado de humilhação ele pressupõe de:
1. Repetição sistemática
2. Intencionalidade
3. Direcionalidade
4. Temporalidade
5. Degradação deliberada das condições de trabalho

Condutas que caracterizam o Assédio Moral:

 Dar instruções imprecisas e confusas ao trabalhador;


 Vetar a produtividade do trabalho alheio;
 Atribuir erros imaginários ao trabalhador;
 Sobrecarrega-ló com tarefas sem necessidade;
 Menosprezar a vitima na frente dos outros trabalhadores;
 Ridicularizar, inferiorizar, fazer críticas não construtivas em público;
 Impor horários injustificados;
 Forçar a vitima através de condutas para que a própria peça demissão ou seja
demitido;
 Retirar seus instrumentos de trabalho como: computador, internet, telefone,
fax etc;
 Agredir a vitima somente quando estão a sós;
 Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade;

Frases discriminatórias ultizadas pelo agressor:

É melhor você desistir! É muito difícil e isso é pra quem tem garra!
A empresa não é lugar de gente doente. Lugar de gente doente é no hospital.
Pessoas como você... Está cheio lá fora!
A empresa precisa de produtividade! E você só atrapalha!
Não existe lugar aqui pra quem não quer trabalhar!
Como você pode ter um currículo tão extenso e não consegue fazer coisas tão simples?
Escolha: Ou o trabalho ou toma conta de filho?
E etc...

Perfil da vítima do Assédio Moral:

• Trabalhadores com mais de 35 anos;


• Saudáveis, honestos, perfeccionistas, gostam do que fazem, não hesitam
trabalhar feriado, final de semana e não faltam quando estão doentes;
• Pessoas que têm o senso de culpa muito desenvolvido;
• Portadores de algum tipo de deficiência ou problema de saúde;
• Aqueles quem têm crença religiosa ou orientação sexual diferente daquele que
o assedia;
• Aqueles que são limitados de oportunidade por serem especialistas;
• Homens em grupo de mulheres e mulheres em grupo de homens;
• Com relação ás mulheres ainda acrescentam: ás grávidas, casadas e com filhos
pequenos;

Perfil do Agressor

Quem agride normalmente é superior a vitima ou um colega de trabalho.


Quando um superior é agredido por um subordinado a ele. Exemplo: O superior vem
de fora da empresa, tem maneira de exercer a chefia de forma diferente o grupo não
aceita, também pode ser um colega antigo, que foi promovido a chefe, sem o grupo ser
consultado e ninguém aceita.
Martha Halfeld Furtado de Medonça Schmidt, em sua obra “O assédio moral
no Direito do trabalho” apresenta o perfil do assediador(baseado em observações de
trabalhadores)
• Profeta – para ele demitir é “grande realização”. Gosta de humilhar com
cautela, reserva e elegância.
• Pit-bull – Humilha os subordinados por prazer. É agressivo, violento e ate
perverso no que fala e em suas ações.
• Troglodita – É aquele que sempre tem razão.
• Tigrão – Quer ser temido para esconder sua incapacidade e necessita de
público para sentir-se respeitado.
• Mala-babão – É um “Capataz moderno” que controla e persegue os
subordinados com mão de ferro.
• Grande irmão – Finge ser amigo e irmão, mas depois que conhece todos os
problemas e particularidades da vitima manipula – a .
• Garganta – Vive contando vantagem e não admite que seus subordinados
saibam mais que ele.
• Tassea (Ta se achando) - É confuso e inseguro dá ordens contraditórias. Se são
feitos elogios no trabalho, está a pronto a recebe, mas se tem critica culpa toda
a equipe menos ele.

Conseqüência do Assédio Moral

Para a Empresa:

• Queda da produtividade e menor eficiência do grupo;


• A imagem da empresa fica negativa perante a consumidores e o mercado de
trabalho;
• Alteração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade;
• Doenças profissionais, acidente de trabalho e danos aos equipamentos;
• Troca constante de empregados;
• Aumento de ações trabalhistas, incluvise com pedidos de reparação por danos
morais;

Para a vitima:

O trabalhador humilhado, constrangido passa a vivenciar depressão, angustia,


distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos confusos como de fracasso e
inutilidade.
A manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação e
constrangimentos são diferenciadas segundo o sexo: enquanto as mulheres são mais
humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas,
estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens sentem-se
revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se.
Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de
inutilidade, fracasso e baixa auto-estima. Isolam-se da família, evitam contar o
acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio,
revolta e fracasso. Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios
do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da libido e
pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano sofrido. É este
sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o adoecer, pois o que adoece
as pessoas é viver uma vida que não desejam, não escolheram e não suportam.

Como a vitima deve proceder?

• Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano,
hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo
da conversa e o que mais você achar necessário).
• Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que
testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
• Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
• Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de
trabalho ou representante sindical.
• Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da
carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível
mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
• Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias
como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público,
Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de
Medicina.
• Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a
humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
• Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade
são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e
cidadania.
Como o empregador deve se posicionar?

Se o empregado for vitima de assédio moral no trabalho, a empresa será


responsabilizada. Poderá a vitima requerer a rescisão indireta do seu contrato de
trabalho, indenização por danos morais e materiais. Cabe ao empregador diante da
notícia, tomar as seguintes providências:

Diagnosticar o assédio, identificando o agressor, investigando seu objetivo e ouvindo


testemunhas;

Avaliar a situação, através de ação integrada dos recursos humanos, da CIPA e de


SESMT.

Buscar, através do dialogo modificar a situação, reeducando o agressor.

Oferecer apoio médico e psicológico á vitima e, caso já tenha sido demitida, a sua
readmissão.

Exige-se que a empresa, em caso de abalos á saúde física e/ou psicológica do


empregado, decorrentes do assédio, a emissão do CAT( comunicação de acidente do
trabalho).

Em empresas de pequeno porte, que o agressor é o próprio empregador, somente a


conscientização e a prevenção podem ser eficazes contra o assédio moral.

Para prevenir:

É importante estabelecer o dialogo sobre métodos de organização de trabalho,


como fator de prevenção e reflexão. Para conscientizar os trabalhadores é importante
a realização de seminários, palestras e outras atividades voltadas á discussão do
problema.

A empresa deve criar um código de ética que proíba toda e qualquer forma de
assédio, que promova a dignidade e cidadania do trabalhador. E para tornar o código
efetivo criar representantes como ouvidores para receber e encaminhar as queixas de
assédio.

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