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SUMÁRIO

NOTA............................................................................................................................... 5
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ........................................................................................ 6
LEI Nº 5.970/1973 ....................................................................................................................6
CTB ...........................................................................................................................................7
DOS CRIMES DE TRÂNSITO ..................................................................................................7
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CTB ............................................................................14
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO .............................................................................14
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA....................................................18
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS.............................21
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS .....................22
DO CIDADÃO .........................................................................................................................22
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO ...................................................................................23
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO ........................................................................................23
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO E DO
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO .....................................................................24
DOS VEÍCULOS .....................................................................................................................24
DA HABILITAÇÃO ..................................................................................................................30
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO (PRINCIPAIS) ..........................................................................31
DAS PENALIDADES ..............................................................................................................45
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS .............................................................................................49
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO .....................................................................................52
RESOLUÇÕES DO CONTRAN ESSENCIAIS PARA A PROVA ...........................................52
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................ 73
NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ...............................................................73
ATO ADMINISTRATIVO .........................................................................................................74
AGENTES PÚBLICOS ............................................................................................................76
PODERES ADMINISTRATIVOS ............................................................................................82
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................83
LICITAÇÕES...........................................................................................................................83
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .....................................................................84
PRINCÍPIOS ...........................................................................................................................84
DIREITO CONSTITUCIONAL....................................................................................... 85

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PODER CONSTITUINTE ........................................................................................................85
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................................88
DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE, CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS ...............93
PODER EXECUTIVO ..............................................................................................................94
UNIÃO – BENS E COMPETÊNCIAS .....................................................................................96
FORÇAS ARMADAS ..............................................................................................................99
SEGURANÇA PÚBLICA ........................................................................................................99
SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................................................100
FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, JOVEM E IDOSO..................................................101
MEIO AMBIENTE .................................................................................................................101
DOS ÍNDIOS .........................................................................................................................102
DIREITO PENAL ......................................................................................................... 103
PRINCÍPIOS BÁSICOS ........................................................................................................103
APLICAÇÃO DA LEI PENAL................................................................................................105
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS ..............................................................................106
ILICITUDE ............................................................................................................................109
CULPABILIDADE .................................................................................................................113
PUNIBILIDADE E CAUSAS DE EXTINÇÃO ........................................................................115
CRIMES CONTRA A PESSOA.............................................................................................116
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO....................................................................................117
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE PESSOAL (O MAIS RELEVANTE) ...............................118
CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA ..............................................................120
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ......................................................................................121
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................123
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................... 126
AÇÃO PENAL .......................................................................................................................126
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (LEI Nº 9.099/1995) ............................128
DAS PROVAS .......................................................................................................................130
PRISÃO .................................................................................................................................133
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL ...............................................................................................135
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS......................................................................................136
LEGISLAÇÃO ESPECIAL ........................................................................................... 137
LEI Nº 5.553/1968 (APRESENTAÇÃO E USO DE DOCUMENTOS E LEI Nº 12.037/2009
(IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO) .....................................137
LEI Nº 8.069/1990 (ECA – PRINCIPAIS ASPECTOS PARA A PRF) ..................................138
LEI Nº 8.072/1990 (CRIMES HEDIONDOS - ASPECTOS ESSENCIAIS)...........................139
DECRETO N. 1.655/1995 E DECRETO 8.662/2019 (COMPETÊNCIA DA PRF) ...............140

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LEI 9.099 (JUÍZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS) – ASPECTOS RELEVANTES.143
LEI 9.455/98 (CRIMES DE TORTURA)................................................................................144
LEI Nº 9.605/1998 E SUAS ALTERAÇÕES: CAPÍTULOS III E V........................................145
LEI Nº 10.826/2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO) .................................................146
LEI Nº 11.343/2006 (DROGAS) ............................................................................................149
LEI Nº 12.850/2013 (ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA) ..........................................................153
LEI 13.675/2018 (ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DA SEGURANÇA PÚBLICA) .............155
LEI Nº 13.869/2019 (ABUSO DE AUTORIDADE – PRINCIPAIS DISPOSITIVOS COM
PERTINÊNCIA PARA A PRF) ..............................................................................................156
DIREITOS HUMANOS ................................................................................................ 160
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .....................................................160
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS
HUMANOS ...........................................................................................................................161
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................................162
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS.............................................163
LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................................. 167
INFORMÁTICA ........................................................................................................... 169
ÉTICA E CIDADANIA ................................................................................................. 179
ÉTICA X MORAL ..................................................................................................................179
POLÍTICA DE GOVERNANÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº
9.203/2017) – PRINCIPAIS ASPECTOS ..............................................................................179
PROMOÇÃO DA ÉTICA E DE REGRAS DE CONDUTA PARA SERVIDORES. CÓDIGO DE
ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
FEDERAL (DECRETO Nº 1.171/1994).................................................................................181
SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL E COMISSÕES DE
ÉTICA (DECRETO Nº 6.029/2007).......................................................................................182
CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL (EXPOSIÇÃO DE
MOTIVOS Nº 37/2000) – PRINCIPAIS PONTOS.................................................................184
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA. PROMOÇÃO DA
TRANSPARÊNCIA ATIVA E DO ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº 12.527/2011 E
DECRETO Nº 7.724/2012). ..................................................................................................186
DECRETO Nº 7.724/2012 ....................................................................................................188
TRATAMENTO DE CONFLITOS DE INTERESSES E NEPOTISMO (LEI Nº 12.813/2013 E
DECRETO Nº 7.203/2010) – PRINCIPAIS REGRAMENTOS..............................................189
DECRETO Nº 7.203/2010 (PRINCIPAIS REGRAMENTOS) ...............................................191
GEOPOLÍTICA ............................................................................................................ 192
LÍNGUA ESTRANGEIRA ............................................................................................ 197
INGLÊS .................................................................................................................................197
ESPANHOL...........................................................................................................................198

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NOTA
1. O Resumão é um material desenvolvido para elevar sua nota em até 30 pontos
líquidos na prova da PRF, focando em um texto objetivo e enxuto, que deve ser
memorizado pelo candidato. Na última prova da PRF, acertamos dezenas de
questões da prova como Resumão.
2. Nesta edição, colocamos apenas os tópicos mais relevantes das matérias mais
relevantes. O objetivo não é abordar tudo, mas sim o que for relevante para a prova.
3. O material foi elaborado focando, principalmente, na pertinência temática do cargo
da PRF e naquilo que tem maior chance de ser cobrado em prova.
4. Trata-se de um material que tem por objetivo fazer com que você estude
rapidamente os tópicos com maior probabilidade para a prova da PRF, sobretudo
quando restam poucos dias para a prova.
5. Leia, releia e faça anotações. Preocupe-se em memorizar os conceitos, mesmo que
não façam sentido para você.

Feitas essas considerações, vamos aos estudos.

Possui alguma observação a fazer sobre o material? Deixe aqui seu comentário:
https://forms.gle/z9ZrDdmn3VNBnnGY8

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Observação: a aplicação desse regramento é bastante rotineira no trabalho
do PRF. Muitas vezes, a permanência do veículo na via pode acarretar
outros acidentes.
Trata-se de um tópico com bastante potencial de aparecer na prova.

CTB
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Disposições Gerais

§ Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste


Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo
Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995 (lei dos Juizados Especiais Criminais – para crimes de menor
potencial ofensivo), no que couber.

§ Quando o agente cometer crime de lesão corporal culposa e estiver nas situações
abaixo, não se aplica a composição civil dos danos e não se aplica a propositura da
aplicação imediata da pena restritiva de direitos (da Lei 9.099/05). Nos casos abaixo,
também independe de representação da vítima (são crimes de ação penal pública
incondicionada).
ü sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência;
ü participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;
ü transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50
km/h (cinquenta quilômetros por hora).

§ Nos casos acima, não cabe TCO (termo circunstanciado de ocorrência


criminal), devendo ser instaurado inquérito policial! Memorize a lista acima.

(CESPE/2019/PRF) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa


automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem
que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o
que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte. Considerando
a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro, julgue
o item a seguir.
Por se tratar de lesão corporal de natureza culposa, é vedada a instauração de inquérito
policial para apurar as condutas de Godofredo e Antônio, bastando a realização dos

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exames médicos da vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os
atos necessários junto às autoridades policial e judiciária.
Gabarito: Errado.

§ A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras
penalidades.
§ A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco
anos.
§ A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de
condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
§ Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a
garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.
§ Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor,
sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.
§ Multa reparatória: consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da
vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no CP, sempre que
houver prejuízo material resultante do crime. A multa reparatória não poderá ser
superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
§ Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Circunstâncias agravantes das penalidades dos crimes (sempre agravam)

§ Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave
dano patrimonial a terceiros;
§ Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
§ Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
§ Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
§ Ter o condutor do veículo cometido infração quando sua profissão ou atividade
exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
§ Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
§ Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

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(CESPE/2019/PRF) Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou
um pedestre. Alessandro, dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira
de habilitação permitia, causou lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo.
Nessas situações, as penas impostas a Alfredo e a Alessandro serão agravadas,
devendo o juiz aplicar as penas-base com especial atenção à culpabilidade e às
circunstâncias e consequências do crime.
Gabarito: Certo.

§ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima,


não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e
integral socorro àquela.

Dos Crimes em Espécie

Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

§ Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a


permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ A pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
ü não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
ü praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
ü deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
vítima do acidente;
ü no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros.

(CESPE/2019/PRF) Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e


matou, culposamente, uma pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio
com a família, atropelou culposamente, na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu
no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu veículo, atropelou culposamente uma
transeunte que estava na calçada; ela morreu em seguida. Nessas situações, Lucas,
Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas poderão, pelas
circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e suas habilitações para dirigir
deverão ser suspensas.
Gabarito: Certo.

§ Se, ao praticar o homicídio culposo, o agente conduz veículo automotor sob a


influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência:
ü Penas – reclusão (reclusão é mais grave que detenção), de cinco a oito anos,
e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.

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Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

§ Detenção, de seis meses a dois anos (cabe TCO – crime de menor potencial
ofensivo) e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.
§ Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
ü não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
ü praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
ü deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
vítima do acidente;
ü no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros.
§ A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos (não cabe TCO),
sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo
com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.

Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro


à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar
auxílio da autoridade pública:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano (cabe TCO), ou multa, se o fato não
constituir elemento de crime mais grave.
§ Se ele praticar lesão corporal ou homicídio culposo e não prestar socorro, não será
enquadrado neste delito, pois há tratamento específico, como vimos acima (em que
a pena é aumentada de 1/3 à metade).
§ Ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima
com morte instantânea ou com ferimentos leves, ele responderá criminalmente.
§ Atenção: se houver um acidente e uma pessoa não envolvida deixar de prestar
socorro, aplica-se a omissão do Código Penal:

Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

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(CESPE/2019/PRF) Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte,
causando-lhe ferimentos leves. Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou
auxílio da autoridade pública. Nessa situação, a conduta de Luciano será considerada
atípica caso um terceiro tenha prestado apoio à vítima em seu lugar.
Gabarito: Errado.

Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano (cabe TCO), ou multa.


§ Afastar-se para receber atendimento médico ou por temor de ser agredido pela
vítima não configura o crime em questão. É necessário que esteja presente a
intenção de fugir da responsabilidade.

Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da


influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

§ Penas - detenção, de seis meses a três anos (não cabe TCO), multa e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ Quando o crime estará configurado:
ü concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue
ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
§ Obs.: essa é a previsão do CTB, que não considera a margem de erro
do aparelho. Na parte das resoluções retornaremos a esse tema.
ü sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora.
§ A verificação poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame
clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova.
§ É crime de perigo abstrato (não precisa demonstrar perigo de dano).

Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para


dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa (cabe TCO), com nova
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
§ Entende-se que o crime só se caracteriza com suspensão judicial do direito de dirigir
ou proibição.
§ Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo
estabelecido no CTB, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou


competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em

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manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente,
gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:

§ Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos (não cabe TCO), multa e
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.
§ Se da prática do crime em questão resultar lesão corporal de natureza grave, e as
circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o
risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão (mais grave), de 3
(três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas.
§ Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos,
sem prejuízo das outras penas previstas.

(CESPE/2019/PRF) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa


automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem
que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o
que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte. Considerando
a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro, julgue
o item a seguir. Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do
resultado danoso da conduta delitiva narrada.
Gabarito: Certo.

Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa.


§ Atenção: para o crime se configurar, não basta não ser habilitado, deve gerar perigo
de dano. Isso deverá ser comprovado (exemplo: causou um acidente).

(CESPE/2019/PRF) Wellington, maior e capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir


veículo automotor, tomou emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu veículo,
para visitar a namorada em um bairro próximo àquele onde ambos residiam. Sandro,
mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz
do Código de Trânsito Brasileiro.
Wellington responderá por crime de trânsito, independentemente de gerar perigo de
dano ao conduzir o veículo.
Gabarito: Errado. Wellington, sendo o condutor, deve gerar perigo de dano na conduta
para responder criminalmente.

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Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda,
a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja
em condições de conduzi-lo com segurança:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa.


§ Para o crime acontecer, independe de perigo de dano. O mero “permitir”, “confiar”
ou “entregar” já caracteriza o crime, pois se trata de crime de perigo abstrato.
§ Frise-se: é desnecessária a ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto.

(CESPE/2019/PRF) Wellington, maior e capaz, sem habilitação ou permissão para


dirigir veículo automotor, tomou emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu
veículo, para visitar a namorada em um bairro próximo àquele onde ambos residiam.
Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz
do Código de Trânsito Brasileiro.
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar
perigo de dano.
Gabarito: Errado. Para aquele que permite, confia ou entrega, independe de perigo de
dano.

Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de


escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de
pessoas, gerando perigo de dano:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa.


§ Aqui, exige-se perigo de dano.

Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na


pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro
o agente policial, o perito, ou juiz:

§ Penas - detenção, de seis meses a um ano, (cabe TCO) ou multa.


§ O indivíduo responde criminalmente, ainda que não iniciados, quando da inovação,
o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo. Exemplo: indivíduo causa
um acidente, lesionando levemente uma pessoa, e paga um terceiro para assumir a
culpa. Trata-se de tópico com bastante pertinência para a PRF.
§ Necessária estar presente a finalidade: induzir a erro o agente policial, perito ou juiz.
Não havendo essa finalidade, o crime não se caracteriza.

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Para os crimes acima previstos, nas situações em que o juiz aplicar a substituição
de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das
seguintes atividades:

§ I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e


em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de
trânsito;
§ II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que
recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
§ III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito;
§ IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas
de acidentes de trânsito.

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CTB

§ Definição de trânsito: considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas,


veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

§ Responsabilidade objetiva para os órgãos componentes do SNT: Os órgãos e


entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das
respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em
virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos
e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

§ São submetidas também ao CTB: as praias abertas à circulação pública, as vias


internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as
§ vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.

DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO


Disposições Gerais:
O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das
atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e
licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores,
educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização,
julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.

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JARI:

§ Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário funcionarão


Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados
responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades por eles
impostas.
§ Compete às JARI:
ü julgar os recursos interpostos pelos infratores;
ü solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivando
uma melhor análise da situação recorrida;
ü encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações e
apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.

Competência do órgão Máximo Executivo de Trânsito da União - DENATRAN


(principais):

§ Proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delegados, ao


controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito e do Programa
Nacional de Trânsito;
§ Apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a fé pública, o
patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à segurança do
trânsito;
§ Expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação, os Certificados
de Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos executivos
dos Estados e do Distrito Federal;
§ Organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação - RENACH;
§ Organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM;
§ Organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo os dados a
serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação;
§ Estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as ocorrências de
acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
§ Prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao CONTRAN.
§ Organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf).
§ Organizar, manter e atualizar o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC).

Atribuições da PRF, nas rodovias (via rural pavimentada) e estradas federais (via
rural não pavimentada):

§ Cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas


atribuições;

17
§ Realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a
segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas,
o patrimônio da União e o de terceiros;
§ Executar a fiscalização de trânsito, aplicar as penalidades de advertência por escrito
e multa e as medidas administrativas cabíveis, com a notificação dos infratores e a
arrecadação das multas aplicadas e dos valores provenientes de estadia e remoção
de veículos, objetos e animais e de escolta de veículos de cargas
superdimensionadas ou perigosas;
§ Efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de
atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
§ Credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas
aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
§ Assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão
rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas
legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e
instalações não autorizadas;
§ Coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas
causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-
os ao órgão rodoviário federal;
§ Implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito;
§ Promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo
com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
§ Integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins
de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência,
com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das
transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra
unidade da Federação;
§ Fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.
§ Aplicar a penalidade de suspensão do direito de dirigir, quando prevista de forma
específica para a infração cometida, e comunicar a aplicação da penalidade ao órgão
máximo executivo de trânsito da União.

DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA


§ O trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de
estacionamento.
§ Os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem, respeitadas as
demais normas de circulação.

18
§ Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de
fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito,
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de
urgência, de policiamento ostensivo ou de preservação da ordem pública,
observadas as seguintes disposições.
o a) quando os dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
intermitente estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos,
todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda,
indo para a direita da via e parando, se necessário;
o b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou avistarem a luz intermitente,
deverão aguardar no passeio e somente atravessar a via quando o veículo já
tiver passado pelo local;
o c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha
intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de
urgência;
o d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas
as demais normas deste Código;
o e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão aplicadas somente
quando os veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares
de alarme sonoro e iluminação intermitente;
o f) a prerrogativa de livre estacionamento será aplicada somente quando os
veículos estiverem identificados por dispositivos regulamentares de
iluminação intermitente.
§ Os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento
na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço,
desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma
estabelecida pelo CONTRAN.
§ A ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda,
obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito
de entrar à esquerda.
§ O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, por meio da utilização da
luz baixa:
§ a) à noite;
§ b) mesmo durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração;
II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar
com outro veículo ou ao segui-lo;
III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período de
tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utilizada
para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou para

19
indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam no
sentido contrário;
§ O condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o veículo estiver
parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga
de mercadorias.
§ Os veículos de transporte coletivo de passageiros, quando circularem em faixas ou
pistas a eles destinadas, e as motocicletas, motonetas e ciclomotores deverão
utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e à noite.
§ Os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diurna deverão manter acesos
os faróis nas rodovias de pista simples situadas fora dos perímetros urbanos, mesmo
durante o dia.
§ É livre o movimento de conversão à direita diante de sinal vermelho do semáforo
onde houver sinalização indicativa que permita essa conversão, observadas as
demais regras do CTB.
§ Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas
vias:
o utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
o segurando o guidom com as duas mãos;
o usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
§ Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão ser
transportados:
o utilizando capacete de segurança;
o em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar atrás do
condutor;
o usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
§ A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação
de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que
dotado o trecho com ciclofaixa.
§ Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:
o nas vias urbanas (pouco relevante para a PRF):
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

o nas vias rurais (bastante relevante para a PRF):

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RODOVIA DE RODOVIA DE ESTRADAS
PISTA DUPLA PISTA SIMPLES
Automóveis, 110 km/h 100 km/h 60 km/h
camionetas e
motocicletas
Demais veículos 90 km/h 90 km/h 60 km/h

(CESPE/PRF/2019) Nas rodovias de pista dupla localizadas em vias rurais, a


velocidade máxima permitida para automóveis, camionetas e motocicletas será a
mesma.
Gabarito: Certo.

§ O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição sobre a via poderá


regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superiores ou inferiores às
previstas no CTB.
§ A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima
estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.
§ As crianças com idade inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um
metro e quarenta e cinco centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos
traseiros, em dispositivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura, salvo
exceções relacionadas a tipos específicos de veículos regulamentadas pelo Contran.
§ As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta à
circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão da autoridade de
trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
ü autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de entidades
estaduais a ela filiadas;
ü caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
ü contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;
ü prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais em que
o órgão ou entidade permissionária incorrerá.

DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS


PROFISSIONAIS
§ É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia
ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de
transporte rodoviário de cargas.
§ Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas
na condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu
fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas
e meia contínuas no exercício da condução.

21
§ Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas na
condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu
fracionamento e o do tempo de direção.
§ Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de direção,
devidamente registradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo período
necessário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça
a segurança e o atendimento demandados, desde que não haja comprometimento
da segurança rodoviária.
§ Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período em que o
condutor estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino.
§ Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no retorno, com ou
sem carga, considerando-se como sua continuação as partidas nos dias
subsequentes até o destino.
§ O tempo de direção será controlado mediante registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou
ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme
norma do Contran.
§ O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma independente
de qualquer interferência do condutor, quanto aos dados registrados.
§ A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de
responsabilidade do condutor.

DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO


MOTORIZADOS
§ Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse
fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica,
onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código.
§ Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será
dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em
caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos.

DO CIDADÃO
§ Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos ou
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implantação
de equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação
e outros assuntos pertinentes a este Código.

22
§ Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito têm o dever
de analisar as solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos mínimos, sobre
a possibilidade ou não de atendimento, esclarecendo ou justificando a análise
efetuada, e, se pertinente, informando ao solicitante quando tal evento ocorrerá.

DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO


§ A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os
componentes do Sistema Nacional de Trânsito. É obrigatória a existência de
coordenação educacional em cada órgão ou entidade componente do Sistema
Nacional de Trânsito.

DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO
§ Os sinais de trânsito classificam-se em:
ü verticais;
ü horizontais;
ü dispositivos de sinalização auxiliar;
ü luminosos;
ü sonoros;
ü gestos do agente de trânsito e do condutor.

§ A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:


ü as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;
ü as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
ü as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

(CESPE/PRF/2019) A sinalização de trânsito segue uma ordem de prevalência: as


ordens do agente de trânsito prevalecem sobre as normas de circulação e outros sinais;
as indicações do semáforo sobre os demais sinais; e as indicações dos sinais sobre as
demais normas de trânsito.
Gabarito: Certo.

§ Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à


sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta. Ou seja, o PRF não poderá
autuar alguém que cometa uma infração se a sinalização não estiver ok.

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§ Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos reprovados na
inspeção de segurança e na de emissão de gases beneficiário poluentes e ruído.

EQUIPAMENTOS OBRIGATÓRIOS PREVISTOS NO CTB (OUTROS PODEM SER


PREVISTOS PELO CONTRAN) - PRINCIPAIS:

§ Cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN, com


exceção dos veículos destinados ao transporte de passageiros em percursos em
que seja permitido viajar em pé;
§ Para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de
passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a
quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador
instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
§ Encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, segundo normas
estabelecidas pelo CONTRAN;
§ Dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído,
segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
§ Equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o condutor e o
passageiro do banco dianteiro.
§ Luzes de rodagem diurna.
§ O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos veículos e
determinará suas especificações técnicas.
§ Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proibido, sendo o
infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas previstas neste Código.

FABRICAÇÃO ARTESANAL X MODIFICAÇÃO X SUBSTITUIÇÃO:

§ No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo ou, ainda, quando


ocorrer substituição de equipamento de segurança especificado pelo fabricante,
será exigido, para licenciamento e registro, certificado de segurança expedido por
instituição técnica credenciada por órgão ou entidade de metrologia legal, conforme
norma elaborada pelo CONTRAN.
§ Quando se tratar de blindagem de veículo, não será exigido qualquer outro
documento ou autorização para o registro ou o licenciamento.

VEÍCULO DE ALUGUEL PARA TRANSPORTE:

§ Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de


passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às
condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene e conforto estabelecidos
pelo poder competente para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa
atividade.

25
§ Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre a via
poderá autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga
ou misto, desde que obedecidas as condições de segurança estabelecidas neste
Código e pelo CONTRAN. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze
meses, prazo a partir do qual a autoridade pública responsável deverá implantar o
serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em conformidade com a
legislação pertinente e com os dispositivos deste Código.

VEÍCULO DE COMPETIÇÃO:

§ O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou


finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da
autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.

ÁREAS ENVIDRAÇADAS DO VEÍCULO:

§ É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:


ü o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento,
salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.
ü aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou
pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma de
regulamentação do CONTRAN.
§ É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou qualquer outra que possa
desviar a atenção dos condutores em toda a extensão do para-brisa e da traseira
dos veículos, salvo se não colocar em risco a segurança do trânsito.

DA IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO

§ O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados no chassi ou


no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.
§ Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade executiva de
trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identificação de seu veículo.
§ Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de qualquer
natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos ao
registro na repartição competente, se transitarem em via pública, dispensados o
licenciamento e o emplacamento.
§ Veículo de uso bélico não precisa obedecer a essas regras.

26
PLACAS ESPECIAIS PARA JUDICIÁRIO E MP COM ATUAÇÃO CRIMINAL:

§ Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamentada das


respectivas corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos de trânsito
competentes, os veículos utilizados por membros do Poder Judiciário e do Ministério
Público que exerçam competência ou atribuição criminal poderão temporariamente
ter placas especiais, de forma a impedir a identificação de seus usuários específicos,
na forma de regulamento a ser emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP e pelo
Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.

VEÍCULOS DO SETOR DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA

§ Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito Federal,


devidamente registrados e licenciados, somente quando estritamente usados em
serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas particulares,
obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o
uso de veículo oficial.

VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE CARGA E OS COLETIVOS DE PASSAGEIROS

§ Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverão conter,


em local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total
(PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração
(CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo com sua classificação.

DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

§ Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem o


prévio pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores
correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos
que tiverem causado ao patrimônio público ou de particulares, independentemente
da fase do processo administrativo ou judicial envolvendo a questão.

(CESPE/PRF/2019) Se um policial rodoviário federal autuar, por infração de trânsito, um


condutor de veículo em circulação no Brasil, mas licenciado no exterior, o infrator deverá
pagar a multa no país de origem do licenciamento do automóvel, na forma estabelecida
pelo CONTRAN.
Gabarito: Errado.

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§ Os veículos que saírem do território nacional sem o pagamento e que posteriormente
forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação no território nacional serão
retidos até a regularização da situação.

DO REGISTRO DE VEÍCULOS

§ Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, deve ser


registrado perante o órgão executivo de trânsito, à exceção do veículo de uso bélico.
§ Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de Veículo (CRV), em
meio físico e/ou digital, à escolha do proprietário, de acordo com os modelos e com
as especificações estabelecidos pelo Contran, com as características e as
condições de invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.
§ Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando:
ü for transferida a propriedade;
ü o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
ü for alterada qualquer característica do veículo;
ü houver mudança de categoria.
§ No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as
providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro
de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as providências deverão
ser imediatas.
§ Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo enquanto houver débitos
fiscais e de multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo,
independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.

DO LICENCIAMENTO

§ Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semirreboque, para transitar


na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito, à exceção
do veículo de uso bélico.
§ No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante o exercício, o
licenciamento de origem.
§ O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado
ao Certificado de Registro de Veículo, em meio físico e/ou digital, à escolha do
proprietário, de acordo com o modelo e com as especificações estabelecidos pelo
Contran.
§ O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos
relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao
veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas.
§ Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão sua circulação
regulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino.

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O mesmo acontece com os veículos importados, durante o trajeto entre a alfândega
ou entreposto alfandegário e o Município de destino.

PORTE DO CERTIFICADO DE LICENCIAMENTO ANUAL

§ O porte continua sendo obrigatório, mas será dispensado quando, no momento da


fiscalização, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar
se o veículo está licenciado.

DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

§ Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente


poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto (dentre outros):
ü pintura de faixa horizontal na cor amarela com o dístico ESCOLAR, em preto,
sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores
aqui indicadas devem ser invertidas;
ü equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
ü cintos de segurança em número igual à lotação;
§ O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve satisfazer os
seguintes requisitos:
ü ter idade superior a vinte e um anos;
ü ser habilitado na categoria D;
ü IV - não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos 12 (doze) últimos
meses;
ü ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do
CONTRAN.
ü Outras exigências poderão ser previstas.

DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE

§ As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias


– moto-frete – somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão
ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se,
para tanto:
ü registro como veículo da categoria de aluguel;
ü instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo,
destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento,
nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito –
Contran;

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ü instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de
regulamentação do Contran;
ü inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de
segurança.

§ É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões


nos veículos de que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões
contendo água mineral, desde que com o auxílio de side-car, nos termos de
regulamentação do Contran.
§ Outras exigências poderão ser previstas.

DA HABILITAÇÃO
§ Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem
carro lateral;
§ Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo
peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não
exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
ü São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo automotor da
espécie motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso não
exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito)
lugares, excluído o do motorista.
§ Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo
peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
§ Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros,
cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
§ Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se
enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de
peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares.
ü Aplica-se a regra acima ao condutor da combinação de veículos com mais de
uma unidade tracionada, independentemente da capacidade de tração ou do
peso bruto total.
§ O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor
destinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de
terraplenagem, de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via
pública por condutor habilitado nas categorias C, D ou E. O trator de roda e os
equipamentos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas poderão ser
conduzidos em via pública também por condutor habilitado na categoria B.
§ É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação
quando o condutor estiver à direção do veículo.

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§ O porte do documento de habilitação será dispensado quando, no momento da
fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado para verificar se o
condutor está habilitado.
§ O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos
exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo
CONTRAN, independentemente do reconhecimento da prescrição, em face da
pena concretizada na sentença.
§ Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aos
exames mencionados acima, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito,
assegurada ampla defesa ao condutor.

EXAME TOXICOLÓGICO

§ Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos


para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação.
§ O exame buscará aferir o consumo de substâncias psicoativas que,
comprovadamente, comprometam a capacidade de direção e deverá ter janela de
detecção mínima de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.
§ A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência a suspensão
do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento
da suspensão ao resultado negativo em novo exame, e vedada a aplicação de
outras penalidades, ainda que acessórias.

INFRAÇÕES DE TRÂNSITO (PRINCIPAIS)

Alerta: não é comum o CEBRASPE cobrar detalhes como a gravidade da infração.


Contudo, é interessante que você fique atento às situações que envolvem medidas
administrativa e às penalidades, como suspensão.

Infração: dirigir veículo sem estar habilitado

§ É gravíssimo e punido com multa.


§ Medida administrativa: retenção do veículo até a apresentação de condutor
habilitado.
§ Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o
veículo sofre as mesmas consequências.

Infração: dirigir veículo com CNH/permissão/autorização cassada ou com


suspensão do direito de dirigir

§ É gravíssimo e punido com multa.

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§ Medida administrativa: recolhimento do documento de habilitação e retenção do
veículo até a apresentação de condutor habilitado.
§ Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o
veículo sofre as mesmas consequências.

Infração: dirigir veículo de categoria diferente para o qual está habilitado

§ É gravíssimo e punida com multa.


§ Medida administrativa: retenção do veículo até a apresentação de condutor
habilitado.
§ Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o
veículo sofre as mesmas consequências.

Infração: CNH vencida há maios de 30 dias

§ É gravíssimo e punido com multa.


§ Medida administrativa: recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção
do veículo até a apresentação de condutor habilitado.
§ Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o
veículo sofre as mesmas consequências.

(CESPE/2019/PRF) Dirigindo seu veículo automotor, Caio foi abordado por policial
rodoviário federal, que constatou que a validade de sua carteira nacional de habilitação
estava vencida havia mais de trinta dias. Nessa situação, Caio será multado, sua carteira
de habilitação será recolhida e seu veículo será removido.
Gabarito: Errado.

Infração: sem usar lentes, aparelho de audição, prótese ou adaptação no veículo


necessária

§ É gravíssimo e punido com multa.


§ Medida administrativa: retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou
apresentação de condutor habilitado.
§ Quem entregar a direção ou permitir que uma pessoa nessas condições conduza o
veículo sofre as mesmas consequências.

Infração: dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância


psicoativa que determine dependência

§ É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

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(CESPE/PRF/2019) Um policial rodoviário federal abordou o condutor de um veículo
por dirigir sem usar o cinto de segurança. Nessa situação, depois de aplicar multa, o
policial poderá reter o veículo somente até a colocação do cinto pelo motorista, se não
constatar outra infração de trânsito.
Gabarito Preliminar: certo.
A questão acabou sendo anulada em razão do erro em afirmar que o policial aplicou a
multa. Quem aplica a multa é a PRF. O policial lavra o auto de infração (autua), mas
não aplica a multa.

Infração: transportar crianças em veículo automotor sem observância das


normas de segurança especiais estabelecidas neste Código (exemplo – bebê
transportado no colo da mãe)

§ É gravíssimo e punido com multa.


§ Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

Infração: dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública,


ou os demais veículos

§ É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir.


§ Medida administrativa: retenção do veículo e recolhimento do documento de
habilitação.

Infração: disputar corrida

§ É infração gravíssima punida com multa + suspensão do direito de dirigir.


§ Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do
veículo.
§ No texto do CTB, consta como medida a “apreensão”. Contudo, desde 2016 ela não
existe mais.
§ Aplica-se em dobro a multa prevista no caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses da infração anterior.

34
Infração: promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e
demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via

§ É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir.


§ Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir.
§ Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do
veículo.
§ As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.
§ Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses da infração anterior.

Infração: utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa,


mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou
arrastamento de pneus

§ É gravíssimo e punido com multa + suspensão do direito de dirigir.


§ Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do
veículo.
§ Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses da infração anterior.

Infração: deixar o condutor envolvido em acidente com vítima

§ de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;


§ de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito
no local;
§ de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;
§ de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por
policial ou agente da autoridade de trânsito;
§ de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do
boletim de ocorrência:
ü São infrações gravíssimas punidas com multa + suspensão do direito de dirigir.
ü Medida administrativa: recolhimento da habilitação.

Infração: deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito


quando solicitado pela autoridade e seus agentes

§ É infração grave punida com multa.


§ Atente-se que, nesse caso, o condutor não está envolvido no acidente.

35
Infração: deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar
providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida para
assegurar a segurança e a fluidez do trânsito

§ É infração média munida com multa.

Infração: fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, salvo nos
casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja
devidamente sinalizado

§ I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:


ü É infração grave punida com multa.
ü Medida administrativa: remoção do veículo.
§ II - nas demais vias:
ü É infração leve punida com multa.
ü Não há medida administrativa prevista.

Infração: veículo imobilizado na via por falta de combustível

§ Infração média punida com multa.


§ Medida administrativa - remoção do veículo.

Infração: estacionar o veículo

§ Nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:


ü É infração média punida com multa.
ü Medida administrativa - remoção do veículo;
§ Afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquenta centímetros a um metro:
ü É infração leve punida com multa.
ü Medida administrativa - remoção do veículo.
ü Se for afastado a mais de um metro, a infração é grave.
§ Na pista de rolamento das estradas e das rodovias:
ü É infração gravíssima punida com multa.
ü Medida administrativa: remoção do veículo.
§ Nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
ü É infração leve punida com multa.
ü Medida administrativa: remoção do veículo.
ü É o caso de quem para no acostamento para retocar a maquiagem, por exemplo.
§ Em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço de segurança,
quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a três mil e quinhentos
quilogramas:

36
ü É infração grave punido com multa.
ü Medida administrativa: remoção do veículo.

(CESPE/PRF/2019) O condutor estacionou o seu veículo sem observar a distância


máxima permitida de afastamento da guia da calçada. Nessa situação, o condutor
poderá ser multado e seu veículo, removido.
Gabarito: Certo.
**Note que o CESPE não cobrou a medida da distância. Esse tipo de detalhe não
costuma ser cobrado.

** O CTB prevê também infrações para o caso de parar o veículo (parar é diferente de
estacionar) em locais/modos não permitido. Para tais casos, tendo em vista que o
condutor está presente, não é prevista medida administrativa de remoção.

Infração: deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de


socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de
trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes

§ É infração gravíssima punida com multa.

Infração: forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos,


estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação de
ultrapassagem

§ É infração gravíssima punida com a suspensão do direito de dirigir.


§ Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses da infração anterior.

Infração: desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de


trânsito ou de seus agentes

§ É infração grave punida com multa.

Infração: ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver


colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda

§ É infração média punida com multa.

37
§ Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreensão das
placas irregulares.
§ Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, distribui ou coloca, em veículo
próprio ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela
regulamentação.

Infração: deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o


sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro
de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que
parados

§ É infração média punida com multa.

Infração: transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a
perturbar a visão de outro condutor

§ É infração grave punida com multa.


§ Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
§ Atenção à pegadinha: a banca poderá substituir retenção por remoção.

Infração: usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que


não sejam autorizados pelo CONTRAN

§ É infração grave punida com multa.


§ Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Infração: conduzir o veículo:

§ com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento de


identificação do veículo violado ou falsificado;
§ transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por motivo de força
maior, com permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo
CONTRAN;
§ com dispositivo anti-radar;
§ sem qualquer uma das placas de identificação;
§ que não esteja registrado e devidamente licenciado;
§ com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e
visibilidade:

40
§ É infração gravíssima punida com multa.
§ Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

Infração: transitar com veículo produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis


superiores aos fixados pelo CONTRA.

§ É infração grave punida com multa.


§ Medida administrativa retenção do veículo para regularização.

(CESPE/PRF/2019) Márcio conduzia seu veículo automotor produzindo fumaça em


níveis superiores aos legalmente permitidos. Nessa situação, conforme o nível de
fumaça exalada, a conduta de Márcio pode configurar tanto infração administrativa
como crime de trânsito.
Gabarito: Errado.

Infração: transitar com o veículo com excesso de peso, admitido percentual de


tolerância quando aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo
CONTRAN

§ É infração média.
§ Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga excedente.
§ O excesso de peso pode ser aferido por equipamento (balança) ou direto pela nota
fiscal:
o Equipamento: há tolerância. Veja o que diz a Resolução 803/2020:

Art. 6º Na fiscalização de peso dos veículos por balança rodoviária serão


admitidas as seguintes tolerâncias:
I - 5% (cinco por cento) sobre os limites de pesos regulamentares para o peso
bruto total (PBT) e peso bruto total combinado (PBTC); e
II - 10% (dez por cento) sobre os limites de peso regulamentares por eixo de
veículos transmitidos à superfície das vias públicas.

o Nota fiscal: em regra, não há tolerância. Exceção (Resolução 803/2020): “Art.


17. Para fins de fiscalização de peso de veículos que transportem produtos
classificados como Biodiesel (B-100) e Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP),
por meio de balança rodoviária ou de Nota Fiscal, fica permitida a tolerância
de 7,5% (sete e meio por cento) no PBT ou PBTC até 30 de novembro de
2021”.

42
Infração: transitar com o veículo em desacordo com a autorização especial,
expedida pela autoridade competente para transitar com dimensões excedentes,
ou quando a mesma estiver vencida

§ É infração grave punida com multa.


§ Medida administrativa – remoção do veículo.

Infração: transitar com o veículo efetuando transporte remunerado de pessoas


ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou
com permissão da autoridade competente

§ É infração gravíssima punida com multa.


§ Medida administrativa – remoção do veículo;

Infração: transitar com o veículo excedendo a capacidade máxima de tração

§ É Infração gravíssima punida com multa, variando de média a gravíssima, a depender


da relação entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a
ser regulamentada pelo CONTRAN.
§ Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga excedente.
§ Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X, o veículo que transitar com
excesso de peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não computado o
percentual tolerado na forma do disposto na legislação, somente poderá continuar
viagem após descarregar o que exceder, segundo critérios estabelecidos na referida
legislação complementar.

Infração: falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identificação do


veículo

§ É infração gravíssima punida com multa.


§ Medida administrativa - remoção do veículo.

Infração: recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agentes,


mediante recibo, os documentos de habilitação, de registro, de licenciamento de
veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua autenticidade:

§ É infração gravíssima punida com multa.


§ Medida administrativa - remoção do veículo.

43
§ A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide (ou seja, não afasta)
as punições originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme
disposições de lei.
§ As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do veículo, ao
embarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimento de obrigações
e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente mencionados no
CTB.
§ Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as
penalidades de que trata este Código toda vez que houver responsabilidade solidária
em infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per
si pela falta em comum que lhes for atribuída.
§ Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia
regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o
trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas
características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus
condutores, quando esta for exigida, e outras disposições que deva observar.
§ Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos
praticados na direção do veículo.
§ O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com
excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o
único remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for
inferior àquele aferido.
§ O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com
excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um
embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração
relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou
manifesto for superior ao limite legal.
§ Pontuação pelas infrações (pouco relevante):

Gravíssima 07 pontos
Grave 05 pontos
Média 04 pontos
Leve 03 pontos

§ Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior, em trânsito no


território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do País,
respeitado o princípio de reciprocidade.

Suspensão do Direito de Dirigir

A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:

46
§ A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem,
vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,
alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em
direito admitidas.

Evasão da pesagem

§ Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo veículo à pesagem


obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade
prevista no art. 209 (infração grave + multa), além da obrigação de retornar ao
ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

Utilização do veículo para crime

§ O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime de receptação,


descaminho, contrabando, condenado por um desses crimes em decisão judicial
transitada em julgado, terá cassado seu documento de habilitação ou será
proibido de obter a habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5
(cinco) anos.
§ No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes mencionados,
poderá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal, se houver
necessidade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou
a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da
autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão
ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Resumo:
1) Após a sentença transitada em julgado: a CNH será cassada por 05 anos.
2) Durante o processo, o direito de dirigir poderá ser suspenso.

Acidente x Tacógrafo

§ Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registrador


instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial encarregado do
levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.

51
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
§ Deve constar no auto de infração:
ü tipificação da infração;
ü local, data e hora do cometimento da infração;
ü caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros
elementos julgados necessários à sua identificação;
ü o prontuário do condutor, sempre que possível;
ü identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou
equipamento que comprovar a infração;
ü assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como
notificação do cometimento da infração.
§ A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da
autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível,
previamente regulamentado pelo CONTRAN.

RESOLUÇÕES DO CONTRAN ESSENCIAIS PARA A PROVA


Trataremos aqui somente das principais resoluções e, dentro delas, vamos abordar o
que tem mais chance de aparecer na prova.

Antes, um alerta: você verá por aqui muitos termos que não compreenderá. Se você
“empacar” em cada um desses termos, não irá vencer o conteúdo a tempo. Seu
objetivo é MEMORIZAR.

Vamos lá...

04/1998: TRÂNSITO DE VEÍCULOS NOVOS

§ Antes do registro e licenciamento, o veículo novo ou usado incompleto, nacional ou


importado, que portar a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegário
poderá transitar:
ü do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora ou concessionária e do Posto
Alfandegário, ao órgão de trânsito do município de destino, nos quinze dias
consecutivos à data do carimbo de saída do veículo, constante da nota fiscal
ou documento alfandegário correspondente;
ü do pátio da fábrica, da indústria encarroçadora ou concessionária, ao local
onde vai ser embarcado como carga, por qualquer meio de transporte;
ü do local de descarga às concessionárias ou indústrias encarroçadora;
ü de um a outro estabelecimento da mesma montadora, encarroçadora ou
concessionária ou pessoa jurídica interligada.

52
§ O desrespeito a esse regramento tem como medida administrativa a remoção do
veículo.

14/1998: EQUIPAMENTOS OBRIGATÓRIOS


Esta resolução trata dos equipamentos obrigatórios para transitar em vias públicas.

CICLOMOTORES MOTONETAS, MOTOCICLETAS E


TRICICLOS
Espelhos retrovisores, de ambos os lados. Espelhos retrovisores, de ambos os lados.
Farol dianteiro, de cor branca ou amarela. Farol dianteiro, de cor branca ou amarela.
Lanterna, de cor vermelha, na parte traseira. Lanterna, de cor vermelha, na parte traseira.
Velocímetro. Velocímetro.
Buzina. Buzina.
Pneus que ofereçam condições mínimas de Pneus que ofereçam condições mínimas de
segurança. segurança.

Dispositivo destinado ao controle de ruído do Dispositivo destinado ao controle de ruído do


motor. motor, complementado por redutores de
temperatura nos pontos críticos de calor, a
critério do fabricante.
Lanterna de freio, de cor vermelha.
Iluminação da placa traseira.
Indicadores luminosos de mudança de direção,
dianteiro e traseiro.

§ Para veículos produzidos a partir de 1º de janeiro de 1999 será exigido:

ü Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo, para os veículos de


carga, com peso bruto total superior a 4536 kg.
ü Encosto de cabeça, em todos os assentos dos automóveis, exceto nos assentos
centrais.
ü É obrigatório o uso de extintor de incêndio para caminhão, caminhão-trator,
micro-ônibus, ônibus, veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis,
líquidos, gasosos e para todo veículo utilizado no transporte coletivo de
passageiros.
ü É facultativo o uso de extintor de incêndio para os: automóveis, utilitários,
camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada.
ü É obrigatório registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo
(tacógrafo), nos veículos de transporte e condução de escolares; transporte de
passageiros com mais de 10 lugares; carga com capacidade máxima de tração
superior a 19t; carga com peso brutal superior a 4.536 quilogramas; e nos tratores
de rodas de esteiras e mistos: que desenvolvam velocidade acima de 60km/h.

53
ü Não se exige registrador instantâneo de velocidade para os veículos de
transporte de passageiros ou de uso misto, registrados na categoria particular e
que não realizem transporte remunerado de pessoas.
ü Não é obrigatório o uso de cinto de segurança para os veículos destinados ao
transporte de passageiros, em percurso que seja permitido viajar em pé.

24/1998: IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS

§ Os veículos produzidos a partir de 1º de janeiro de 1999, para obterem registro e


licenciamento, deverão estar identificados conforme esta resolução.
ü Não precisam obedecer a esta resolução: os tratores, os veículos
protótipos utilizados exclusivamente para competições esportivas e as
viaturas militares operacionais das Forças Armadas.
§ A gravação do número de identificação veicular (VIN) no chassi ou monobloco,
deverá ser feita, no mínimo, em um ponto de localização, de acordo com as
especificações vigentes e formatos estabelecidos pela NBR 3 no 6066 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em profundidade mínima de 0,2
mm.
§ Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados, no
mínimo, com os caracteres VIS (número sequencial de produção) previsto na NBR 3
no 6066, podendo ser, a critério do fabricante, por gravação, na profundidade
mínima de 0,2 mm, quando em chapas ou plaqueta colada, soldada ou rebitada,
destrutível quando de sua remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também
destrutível no caso de tentativa de sua remoção, nos seguintes compartimentos e
componentes:
ü na coluna da porta dianteira lateral direita;
ü no compartimento do motor;
ü em um dos para-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes
(de forma indelével);
ü em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes,
excetuados os quebra-ventos (de forma indelével).
§ O décimo dígito do VIN será, obrigatoriamente, o da identificação do modelo
do veículo.
§ Será obrigatória a gravação do ano de fabricação do veículo no chassi ou
monobloco ou em plaqueta destrutível quando de sua remoção.
§ Nos veículos reboques e semirreboques, as gravações serão feitas, no mínimo, em
dois pontos do chassi.
§ Para fins de controle reservado e apoio das vistorias periciais procedidas pelos
órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito e por órgãos policiais, por
ocasião do pedido de código do RENAVAM, os fabricantes depositarão junto

54
ao órgão máximo executivo de trânsito da União as identificações e localização
das gravações, segundo os modelos básicos.

36/1998: VEÍCULO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA


§ O condutor, em situação de emergência, deverá acionar de imediato as luzes de
advertência (pisca-alerta) providenciando a colocação do triângulo de sinalização ou
equipamento similar à distância mínima de 30 metros da parte traseira do veículo.

92/1998: TACÓGRAFO
§ O registrador instantâneo deverá apresentar e disponibilizar a qualquer momento,
pelo menos, as seguintes informações das ultimas vinte e quatro horas de operação
do veículo:
ü I. velocidades desenvolvidas;
ü II. distância percorrida pelo veículo;
ü III. tempo de movimentação do veículo e suas interrupções;
ü IV. data e hora de início da operação;
ü V. identificação do veículo;
ü VI. identificação dos condutores;
ü VII. identificação de abertura do compartimento que contém o disco ou de
emissão da fita diagrama.

§ Na ação de fiscalização de que trata este artigo o agente deverá verificar e


inspecionar:
ü se o registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo encontra-se
em perfeitas condições de uso;
ü se as ligações necessárias ao seu correto funcionamento estão devidamente
conectadas e lacradas e seus componentes sem qualquer alteração;
ü se o condutor dispõe de disco ou fita diagrama reserva para manter o
funcionamento do registrador instantâneo e inalterável de velocidade e
tempo até o final da operação do veículo.
ü se o registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo está
aprovado na verificação metrológica realizada pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO ou entidade credenciada.
§ Nas operações de fiscalização do registrador instantâneo e inalterável de velocidade
e tempo, o agente fiscalizador deverá identificar-se e assinar o verso do disco
ou fita diagrama, bem como mencionar o local, a data e horário em que ocorreu
a fiscalização.
§ Em caso de acidente, as informações referentes às últimas vinte e quatro horas de
operação do veículo ficarão à disposição das autoridades competentes pelo prazo
de um ano.

55
§ Ao final de cada período de vinte quatro horas, as informações previstas no artigo
segundo ficarão à disposição da autoridade policial ou da autoridade administrativa
com jurisdição sobre a via, pelo prazo de noventa dias.

210/2006(LIMITE DE PESOS E DIMENSÕES)


§ As dimensões autorizadas para veículos, com ou sem carga, são as seguintes:
ü Largura máxima: 2,60m.
ü Altura máxima: 4,40m.
ü Comprimento total:
§ Veículos não-articulados: máximo de 14,00 m.
§ Veículos não-articulados de transporte coletivo urbano de
passageiros que possuam 3º eixo de apoio direcional: máximo de
15m.
§ Veículos não articulados de característica rodoviária para o
transporte coletivo de passageiros, na configuração de chassi 8X2:
máximo de 15 metros;
§ Veículos articulados de transporte coletivo de passageiros: máximo
18,60 metros;
§ Veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e
semirreboque: máximo de 18,60 metros;
§ veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão ou
ônibus e reboque: máximo de 19,80;
§ veículos articulados com mais de duas unidades: máximo de 19,80
metros.

§ Os limites máximos de peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de veículo,
nas superfícies das vias públicas, são os seguintes (principais):
ü peso bruto total ou peso bruto total combinado, respeitando os limites da
capacidade máxima de tração - CMT da unidade tratora determinada pelo
fabricante:
ü peso bruto total para veículo não articulado: 29 t;
ü veículos com reboque ou semirreboque, exceto caminhões: 39,5 t;
ü peso bruto total combinado para combinações de veículos articulados com
duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque, e comprimento
total inferior a 16 m: 45 t;
ü peso bruto total combinado para combinações de veículos articulados com
duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com eixos em
tandem triplo e comprimento total superior a 16 m: 48,5 t.
§ O disposto nesta Resolução não se aplica aos veículos especialmente projetados
para o transporte de carga indivisível, conforme disposto no Art. 101 do Código de
Trânsito Brasileiro – CTB.

56
ü Art. 101 do CTB (atualizado): Ao veículo ou à combinação de veículos
utilizados no transporte de carga que não se enquadre nos limites de peso e
dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida, pela
autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito,
com prazo certo, válida para cada viagem ou por período, atendidas as
medidas de segurança consideradas necessárias, conforme regulamentação
do Contran.

211/2006: COMBINAÇÃO DE VEÍCULOS DE CARGA


§ As Combinações de Veículos de Carga - CVC, com mais de duas unidades, incluída
a unidade tratora, com peso bruto total acima de 57 t ou com comprimento total
acima de 19,80 m, só poderão circular portando Autorização Especial de Trânsito –
AET.
§ A Autorização Especial de Trânsito - AET pode ser concedida pelo Órgão Executivo
Rodoviário da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, mediante
atendimento aos seguintes requisitos:
ü Para a CVC (principais):
§ a) Peso Bruto Total Combinado – PBTC igual ou inferior a 74
toneladas;
§ b) Comprimento superior a 19,80 me máximo de 30 metros,
quando o PBTC for inferior ou igual a 57t.
§ c) Comprimento mínimo de 25 m e máximo de 30 metros, quando
o PBTC for superior a 57t.
§ O trânsito de Combinações de Veículos de Carga de que trata esta Resolução será
do amanhecer ao pôr do sol e sua velocidade máxima de 80 km/h.
§ Nas vias com pista dupla e duplo sentido de circulação, dotadas de separadores
físicos e que possuam duas ou mais faixas de circulação no mesmo sentido, será
autorizado o trânsito diuturno (prolongado – atente-se que diuturno é diferente de
diurno).
§ Em casos especiais, devidamente justificados, poderá ser autorizado o trânsito
noturno de Combinações de Veículos de Carga, nas vias de pista simples com duplo
sentido de circulação, observados os seguintes requisitos:
ü I - volume horário de tráfego no período noturno correspondente, no máximo,
ao nível de serviço “C”, conforme conceito da Engenharia de Tráfego;
ü II - traçado adequado de vias e suas condições de segurança, especialmente
no que se refere à ultrapassagem dos demais veículos;
ü III - colocação de placas de sinalização em todo o trecho da via, advertindo
os usuários sobre a presença de veículos longos.”
§ Para os veículos boiadeiros articulados (Romeu e Julieta) com até 25m (vinte e cinco
metros) o trânsito será em qualquer hora do dia.

57
§ Especificações da Sinalização Especial para Combinação de Veículos de Carga –
CVC com mais de 19,80m:
ü A sinalização especial para combinação de veículos de carga – CVC deve ser
constituída por película autoadesiva aplicada diretamente na traseira do
veículo ou sobre placa metálica fixada na traseira do mesmo.
ü A sinalização especial para combinação de veículos de carga – CVC deve ser
composta de quadro na cor branca retrorrefletiva medindo 1,50m X 0,50m
contendo os dizeres “VEICULO LONGO” e “COMPRIMENTO METROS” na
cor preta não retrorrefletiva, superposto e centralizado a um quadro medindo
2,30m X 0,80m com faixas inclinadas em 45o da direita para a esquerda de
cima para baixo nas cores laranja retrorrefletiva e preta não retrorrefletiva com
largura de 0,15m.
ü Para atender às necessidades especiais de fixação no veículo, a sinalização
especial para Combinação de Veículos de Carga – CVC poderá ser bipartida
em seu sentido transversal, contudo, as partes não poderão ter uma
separação maior que 5cm (cinco centímetros.

667/2007: SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

§ As lanternas especiais de emergência que emitem luz de cor azul, conforme Anexo
XVI, poderão ser utilizadas exclusivamente em veículos destinados a socorro de
incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as
ambulâncias, quando em efetiva prestação do serviço de urgência e devidamente
identificados.
§ Ficam limitados a instalação e o funcionamento simultâneo de no máximo 8 faróis,
independentemente de suas finalidades.
§ A identificação, localização e forma correta de utilização dos dispositivos luminosos
deverão constar no manual do veículo.
§ É proibida a coloção adesivos, pinturas, películas ou qualquer outro material que não
seja original do fabricante nos dispositivos dos sistemas de iluminação ou
sinalização de veículos.
§ É proibida a substituição de lâmpadas dos sistemas de iluminação ou sinalização de
veículos por outras de potência ou tecnologia que não seja original do fabricante.
§ É vedada a instalação de dispositivo ou equipamento adicional luminoso não
previsto no sistema de sinalização e iluminação veicular estabelecido nesta
resolução.

253/2007: TRANSMITÂNCIA LUMINOSA


§ Medidor de transmitância luminosa é o instrumento de medição destinado a medir,
em valores percentuais, a transmitância luminosa de vidros, películas, filmes e outros
materiais simples ou compostos.

58
254/2007: VIDROS DE SEGURANÇA

§ Para circulação nas vias públicas do território nacional é obrigatório o uso de vidro
de segurança laminado no pára-brisa de todos os veículos a serem admitidos e de
vidro de segurança temperado, uniformemente protendido, ou laminado, nas
demais partes envidraçadas.
§ A transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% para os vidros incolores
dos pára-brisas e 70% para os pára-brisas coloridos e demais vidros
indispensáveis à dirigibilidade do veículo.
ü Ficam excluídos dos limites fixados os vidros que não interferem nas áreas
envidraçadas indispensáveis à dirigibilidade do veículo. Para estes vidros, a
transparência não poderá ser inferior a 28%. O mesmo vale para o vidro
traseiro, desde que o veículo esteja dotado de espelho retrovisor externo
direito, conforme legislação vigente.
§ Consideram-se áreas envidraçadas indispensáveis à dirigibilidade do veículo,
conforme ilustrado no anexo desta resolução:
ü I - a área do pára-brisa, excluindo a faixa periférica de serigrafia destinada a
dar acabamento ao vidro e à área ocupada pela banda degrade, caso
existente, conforme estabelece a NBR 9491;
ü II – as áreas envidraçadas situadas nas laterais dianteiras do veículo,
respeitando o campo de visão do condutor.

§ Fica proibida a aplicação de películas refletivas nas áreas envidraçadas do veículo.


§ Fora das áreas envidraçadas indispensáveis à dirigibilidade do veículo, a aplicação
de inscrições, pictogramas ou painéis decorativos de qualquer espécie será
permitida, desde que o veículo possua espelhos retrovisores externos direito e
esquerdo e que sejam atendidas a condição mínima de transparência para o
conjunto vidro- pictograma/inscrição de 28%.
§ É vedado o uso de painéis luminosos que reproduzam mensagens dinâmicas ou
estáticas, excetuando-se as utilizadas em transporte coletivo de passageiro com
finalidade de informar o serviço ao usuário da linha.

290/2008: INSCRIÇÃO DE PESOS


§ TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento,
do combustível – pelo menos 90% da capacidade do(s) tanque(s), das ferramentas
e dos acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de
arrefecimento, expresso em quilogramas.
§ LOTAÇÃO - carga útil máxima, expressa em quilogramas, incluindo o condutor e os
passageiros que o veículo pode transportar, para os veículos de carga e tração ou
número de pessoas para os veículos de transporte coletivo de passageiros.
§ PESO BRUTO TOTAL (PBT): o peso máximo (autorizado) que o veículo pode
transmitir ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação.

59
§ PESO BRUTO TOTAL COMBINADO (PBTC): peso máximo que pode ser
transmitido ao pavimento pela combinação de um veículo de tração ou de carga,
mais seu(s) semi-reboque(s), reboque(s), respeitada a relação potência/peso,
estabelecida pelo INMETRO – Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial, a Capacidade Máxima de Tração da unidade de tração, conforme definida
no item 2.7 do anexo dessa Resoluçãoe o limite máximo estabelecido na Resolução
CONTRAN no 211/06, e suas sucedâneas.
§ CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO (CMT): máximo peso que a unidade de tração
é capaz de tracionar, incluído o PBT da unidade de tração, limitado pelas suas
condições de geração e multiplicação do momento de força, resistência dos
elementos que compõem a transmissão.

349/2010: TRANSPORTE EVENTUAL DE CARGOS OU BICICLETAS

§ Nos casos em que o transporte eventual de carga ou de bicicleta resultar no


encobrimento, total ou parcial, quer seja da sinalização traseira do veículo, quer seja
de sua placa traseira, será obrigatório o uso de régua de sinalização e,
respectivamente, de segunda placa traseira de identificação fixada àquela régua ou
à estrutura do veículo, conforme figura constante do anexo II desta Resolução.
§ Permite-se o transporte de cargas acondicionadas em bagageiros ou presas a
suportes apropriados devidamente afixados na parte superior externa da carroçaria.
§ O fabricante do bagageiro ou do suporte deve informar as condições de fixação da
carga na parte superior externa da carroçaria e sua fixação deve respeitar as
condições e restrições estabelecidas pelo fabricante do veículo
§ As cargas, já considerada a altura do bagageiro ou do suporte, deverá ter altura
máxima de cinqüenta centímetros e suas dimensões, não devem ultrapassar o
comprimento da carroçaria e a largura da parte superior da carroçaria. (figura 1)

Y≤ 50 cm, onde Y = altura máxima;


X ≤ Z, onde Z = comprimento da carroçaria e X = comprimento da carga.

60
§ Nos veículos de que trata esta Resolução, será admitido o transporte eventual de
carga indivisível, respeitados os seguintes preceitos:
ü I- As cargas que sobressaiam ou se projetem além do veículo para trás,
deverão estar bem visíveis e sinalizadas. No período noturno, esta
sinalização deverá ser feita por meio de uma luz vermelha e um dispositivo
refletor de cor vermelha.
ü II- O balanço traseiro não deve exceder 60% do valor da distância entre os
dois eixos do veículo. (figura 2)

B ≤ 0,6 x A, onde B = Balanço traseiro e A = distância entre os dois eixos.

§ Será admitida a circulação do veículo com compartimento de carga aberto apenas


durante o transporte de carga indivisível que ultrapasse o comprimento da caçamba
ou do compartimento de carga.

360/2010: CONDUTOR ESTRANGEIRO


§ O condutor de veículo automotor, oriundo de país estrangeiro e nele habilitado,
desde que penalmente imputável no Brasil, poderá dirigir no Território Nacional
quando amparado por convenções ou acordos internacionais, ratificados e
aprovados pela República Federativa do Brasil e, igualmente, pela adoção do
Princípio da Reciprocidade, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
respeitada a validade da habilitação de origem.
ü O prazo acima deste artigo iniciar-se-á a partir da data de entrada no âmbito
territorial brasileiro.
ü O condutor deverá portar a carteira de habilitação estrangeira, dentro do
prazo de validade, acompanhada do seu documento de identificação.
§ O condutor com Habilitação Internacional para Dirigir, expedida no Brasil, que
cometer infração de trânsito cuja penalidade implique na suspensão ou cassação do
direito de dirigir, terá o recolhimento e apreensão desta, juntamente com o
documento de habilitação nacional, ou pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado ou do Distrito Federal.

61
432/2013: ALCOOLEMIA

§ A confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influência de


álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência dar-se-á por
meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados no
condutor de veículo automotor:
ü exame de sangue;
ü exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou
entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de
consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;
ü teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar
(etilômetro);
ü verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora
do condutor.
§ Também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro
meio de prova em direito admitido.
§ Nos procedimentos de fiscalização, deve-se priorizar a utilização do teste com
etilômetro.
§ Se o condutor apresentar sinais de alteração da capacidade psicomotora ou haja
comprovação dessa situação por meio do teste de etilômetro e houver
encaminhamento do condutor para a realização do exame de sangue ou exame
clínico, não será necessário aguardar o resultado desses exames para fins de
autuação administrativa.
§ Do resultado do etilômetro (medição realizada) deverá ser descontada margem de
tolerância, que será o erro máximo admissível, conforme legislação metrológica, de
acordo com a “Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro” constante no Anexo
I.
§ Os sinais de alteração da capacidade psicomotora poderão ser verificados por:
ü I – exame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico perito; ou
ü II – constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, dos sinais de
alteração da capacidade psicomotora nos termos do Anexo II.
§ Os sinais de alteração da capacidade psicomotora deverão ser
descritos no auto de infração ou em termo específico que contenha as
informações mínimas indicadas no Anexo II, o qual deverá acompanhar
o auto de infração.
ü Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo agente da
Autoridade de Trânsito, deverá ser considerado não somente um sinal,
mas um conjunto de sinais que comprovem a situação do condutor.

§ A infração prevista no art. 165 do CTB (Dirigir sob a influência de álcool ou de


qualquer outra substância...) será caracterizada por:
ü I – exame de sangue que apresente qualquer concentração de álcool por litro
de sangue;

62
ü II – teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,05
miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado
o erro máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores Referenciais para
Etilômetro” constante no Anexo I;
ü III – sinais de alteração da capacidade psicomotora.
§ Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas previstas no art. 165 do
CTB ao condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos procedimentos
previstos sem prejuízo da incidência do crime previsto no art. 306 do CTB (conduzir
embriagado ou drogado) caso o condutor apresente os sinais de alteração da
capacidade psicomotora.

§ O crime previsto no art. 306 do CTB será́ caracterizado por qualquer um dos
procedimentos abaixo:
ü I – exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis)
decigramas de álcool por litro de sangue (6 dg/L);
ü II - teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,34
miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado
o erro máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores Referenciais para
Etilômetro” constante no Anexo I;
ü III Exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão
ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de
consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;
ü IV – sinais de alteração da capacidade psicomotora.

Consequências para resultado de teste de Etilômetro


(descontado o erro máximo admissível)
Menor do que 0,05 Não há infração
Igual ou superior a 0,05 Há infração
Igual ou superior a 0,34 Há infração e crime

§ Configurado o crime, o condutor e testemunhas, se houver, serão encaminhados à


Polícia Judiciária, devendo ser acompanhados dos elementos probatórios.
§ O veículo será retido até a apresentação de condutor habilitado, que também será
submetido à fiscalização.
§ Caso não se apresente condutor habilitado ou o agente verifique que ele não está
em condições de dirigir, o veículo será recolhido ao depósito do órgão ou entidade
responsável pela fiscalização, mediante recibo.

§ É obrigatória a realização do exame de alcoolemia para as vítimas fatais de acidentes


de trânsito.

63
§ Sinais observados pelo agente fiscalizador:

a) Quanto à aparência, se o condutor apresenta: c) Quanto à orientação, se o condutor:

i. Sonolência; i. sabe onde está;

ii. Olhos vermelhos; ii. sabe a data e a hora.

iii. Vômito; d) Quanto à memória, se o condutor:

iv. Soluços; i. sabe seu endereço;

v. Desordem nas vestes; ii. lembra dos atos cometidos;

vi. Odor de álcool no hálito. e) Quanto à capacidade motora e verbal, se o


condutor apresenta:
b) Quanto à atitude, se o condutor apresenta:
i. Dificuldade no equilíbrio;
i. Agressividade;
ii. Fala alterada;
ii. Arrogância;

iii. Exaltação;

iv. Ironia;

v. Falante;

vi. Dispersão.

441/2013: TRANSPORTE DE CARGA DE SÓLIDOS A GRANEL

§ O transporte de qualquer tipo de sólido a granel em vias abertas à circulação pública,


não realizado em carroceria inteiramente fechada, somente será permitido nos
seguintes casos:
ü I - veículos com carroçarias de guardas laterais fechadas;
ü II - veículos com carroçarias de guardas laterais dotadas de telas metálicas
com malhas de dimensões que impeçam o derramamento de fragmentos do
material transportado.
§ As cargas transportadas deverão estar totalmente cobertas por lonas ou dispositivos
similares, que deverão cumprir os seguintes requisitos:
ü I - possibilidade de acionamento manual, mecânico ou automático;
ü II - estar devidamente ancorados à carroçaria do veículo;
ü III- cobrir totalmente a carga transportada de forma eficaz e segura;
ü IV- estar em bom estado de conservação, de forma a evitar o derramamento
da carga transportada.
§ Para fins desta Resolução entende-se como “sólido a granel” qualquer carga sólida
fracionada, fragmentada ou em grãos, transformada ou in natura, transportada
diretamente na carroceria do veículo sem estar acondicionada em embalagem.
§ A carga transportada não poderá exceder os limites da carroceria do veículo.

64
508/2014: TRANSPORTE DE PASSAGEIROS NO COMPARTIMENTO DE CARGA

§ A autoridade com circunscrição sobre a via poderá autorizar, eventualmente e a título


precário, a circulação de veículo de carga ou misto transportando passageiros no
compartimento de cargas, desde que sejam cumpridos os requisitos estabelecidos
nesta Resolução.
§ A autorização será expedida pelo órgão com circunscrição sobre a via não podendo
ultrapassar 12 meses.
§ Em trajeto que utilize mais de uma via com autoridades de trânsito com circunscrição
diversa, a autorização deve ser concedida por cada uma das autoridades para o
respectivo trecho a ser utilizado.
§ A circulação só poderá ser autorizada entre localidades de origem e destino que
estiverem situadas em um mesmo município ou entre municípios limítrofes, quando
não houver linha regular de ônibus.

525/2015: TEMPO DE DIREÇÃO DE MOTORISTA PROFISSIONAL


§ Transporte Rodoviário de cargas:
ü Máximo de 5h e meia ininterruptas dirigindo.
ü 30 minutos de descanso dentro de cada 06 horas.
ü Mínimo de 11 horas de descanso, podendo ser fracionadas, observadas 08h
ininterruptas de descanso;
ü Jornada máxima de trabalho de 12h: 8horas + 2 horas extraordinárias ou
acordo coletivo de 04 horas extraordinárias;
ü O tempo de direção poderá ser elevado para chegar a um lugar que ofereça
a segurança, desde que não haja comprometimento da segurança rodoviária.

§ Transporte rodoviário coletivo de passageiros:


ü Máximo de 04h ininterruptas dirigindo;
ü 30 minutos de descanso a cada 04h.
ü Mínimo de 11horas de descanso, podendo ser fracionadas, observadas
8horas ininterruptas de descanso.
ü Jornada máxima de trabalho de 12h: 08h + 02 horas extraordinárias ou acordo
coletivo de 04 horas extraordinárias.

552/2015: AMARRAÇÃO DE CARGAS


Ø Devem ser utilizados dispositivos de amarração, como cintas têxteis, correntes ou
cabos de aço, com resistência total à ruptura por tração de, no mínimo, 2 (duas)
vezes o peso da carga, bem como dispositivos adicionais como: barras de
contenção, trilhos, malhas, redes, calços, mantas de atrito, separadores,
bloqueadores, protetores, etc., além de pontos de amarração adequados e em
número suficiente.

65
Ø Os dispositivos de amarração devem estar em bom estado e serem dotados de
mecanismo de tensionamento, quando aplicável, que possa ser verificado e
reapertado manual ou automaticamente durante o trajeto.
Ø É responsabilidade do condutor verificar periodicamente durante o percurso o
tensionamento dos dispositivos de fixação, e reapertá-los quando necessário.
Ø Fica proibida a utilização de cordas como dispositivo de amarração de carga, sendo
permitido o seu uso exclusivamente para fixação da lona de cobertura, quando
exigível.
Ø Nos veículos do tipo carroceria aberta, com guardas laterais rebatíveis, no caso de
haver espaço entre a carga e as guardas laterais, os dispositivos de amarração
devem ser tensionados pelo lado interno das guardas laterais (Figura 1).
ü Fica proibida a passagem dos dispositivos pelo lado externo das guardas
laterais.
ü Excetuam-se os casos em que
a carga ocupa todo o espaço
interno da carroceria, estando
apoiada ou próxima das
guardas laterais ou dos seus
fueiros, impedindo a passagem
dos dispositivos de amarração
por dentro das guardas. Neste
caso, os dispositivos de
amarração podem passar pelo
lado externo das guardas.
ü Os pontos de amarração não
podem estar fixados
exclusivamente no piso de
madeira, e sim fixados na parte
metálica da carroceria ou no
próprio chassi.

§ Para as cargas que não ocuparem toda a carroceria no sentido longitudinal, restando
espaços vazios nos painéis traseiro e frontal, devem ser previstos pelo transportador,
além dos dispositivos de amarração, outros dispositivos diagonais que impeçam os
movimentos para frente e para trás da carga (Figura 2).

66
561/2015: MANUAL BRASILEIRA DE FISCALIZAÇÃO

§ As infrações podem ser concorrentes ou concomitantes:


ü São concorrentes aquelas em que o cometimento de uma infração tem
como pressuposto o cometimento de outra. Por exemplo: veículo sem as
placas (art. 230, IV), por falta de registro (art. 230, V). Nesses casos, o
agente deverá lavrar um único AIT, com base no art. 230, V.
ü São concomitantes aquelas em que o cometimento de uma infração não
implica o cometimento de outra, na forma do art. 266 do CTB. Por exemplo:
dirigir veículo com a CNH vencida há mais de trinta dias (art. 162, V) e de
categoria diferente para a qual é habilitado (art. 162, III). Nesses casos, o
agente deverá lavrar os dois AIT.
§ O agente de trânsito, sempre que possível, deverá abordar o condutor do veículo
para constatar a infração, ressalvados os casos nos quais a infração poderá ser
comprovada sem a abordagem.
§ Medidas Administrativas:
ü Medidas administrativas são providências de caráter complementar, exigidas
para a regularização de situações infracionais, sendo, em grande parte, de
aplicação momentânea, e têm como objetivo prioritário impedir a
continuidade da prática infracional, garantindo a proteção à vida e à
incolumidade física das pessoas, e não se confundem com penalidades.
ü Compete à autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e seus
agentes aplicar as medidas administrativas, considerando a necessidade de
segurança e fluidez do trânsito.
ü A impossibilidade de aplicação de medida administrativa prevista para
infração não invalidará a autuação pela infração de trânsito, nem a imposição
das penalidades previstas.
§ Retenção:
ü Consiste na sua imobilização no local da abordagem, para a solução de
determinada irregularidade.
ü A retenção se dará nas infrações em que esteja prevista esta medida
administrativa.
§ Remoção:
ü Consiste em deslocar o veículo para o depósito fixado pela autoridade de
trânsito com circunscrição sobre a via.
ü Tem por finalidade restabelecer as condições de segurança, fluidez da via,
garantir a boa ordem administrativa, dentre outras hipóteses estabelecidas
pela legislação.
ü A medida administrativa de remoção é independente da penalidade de
apreensão e não se caracteriza como medida antecipatória desta.
ü A remoção deve ser feita por meio de veículo destinado para esse fim ou, na
falta deste, valendo- se da própria capacidade de movimentação do veículo
a ser removido, desde que haja condições de segurança para o trânsito.

68
manual, usado ostensivamente como controlador em via ou em seu ponto
específico, que apresente limite de velocidade igual ou superior a 60 km/h.
ü O uso de medidores do tipo portátil para a fiscalização do excesso de
velocidade é restrito às seguintes situações:
§ I - nas vias urbanas e rurais com características urbanas, quando a
velocidade máxima permitida for igual ou superior a 60 km/h (sessenta
quilômetros por hora); e
§ II - nas vias rurais, quando a velocidade máxima permitida for igual ou
superior a:
• a) 80 km/h (oitenta quilômetros por hora), em rodovia; e
• b) 60 km/h (sessenta quilômetros por hora), em estrada.
ü Para utilização do equipamento portátil, deve ser realizado planejamento
operacional prévio em trechos ou locais:
§ I - com potencial ocorrência de acidentes de trânsito;
§ II - que tenham histórico de acidentes de trânsito que geraram mortes
ou lesões; ou
§ III - em que haja recorrente inobservância dos limites de velocidade
previstos para a referida via ou trecho.
§ O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deve mapear e publicar em seu
site na rede mundial de computadores relação de trechos ou locais em que está apto
a ser fiscalizado o excesso de velocidade por meio de equipamento portátil.
§ Nos locais em que houver instalado medidor de velocidade do tipo fixo, os
medidores de velocidade portáteis somente podem ser utilizados a uma
distância mínima de:
ü I - 500 m (quinhentos metros), em vias urbanas e em trechos de vias rurais
com características de via urbana; e
ü II - 2.000 m (dois mil metros), para os demais trechos de vias rurais.
§ Os medidores de velocidade do tipo portátil somente devem ser utilizados por
autoridade de trânsito ou seu agente, no exercício regular de suas funções,
devidamente uniformizados, em ações de fiscalização, não podendo haver
obstrução da visibilidade, do equipamento e de seu operador, por placas,
árvores, postes, passarelas, pontes, viadutos, marquises, ou qualquer outra
forma que impeça a sua ostensividade.

803/2020: EXCESSO DE PESO OU DE CAPACIDADE DE TRAÇÃO

§ Na fiscalização de peso dos veículos por balança rodoviária serão admitidas as


seguintes tolerâncias:
ü I - 5% (cinco por cento) sobre os limites de pesos regulamentares para o
peso bruto total (PBT) e peso bruto total combinado (PBTC); e
ü II - 10% (dez por cento) sobre os limites de peso regulamentares por eixo de
veículos transmitidos à superfície das vias públicas.

70
§ Quando o peso verificado for igual ou inferior ao PBT ou PBTC estabelecido para o
veículo, acrescido da tolerância de 5% (cinco por cento), mas ocorrer excesso de
peso em algum dos eixos ou conjunto de eixos, aplicar-se-á multa somente sobre a
parcela que exceder essa tolerância.
§ Quando o peso verificado estiver acima do PBT ou PBTC estabelecido para o
veículo, acrescido da tolerância de 5% (cinco por cento), aplicar-se-á a multa
somente sobre a parcela que exceder essa tolerância.
§ A critério do agente, observadas as condições de segurança, poderá ser dispensado
o remanejamento ou transbordo de produtos perigosos, produtos perecíveis, cargas
vivas e passageiros.
§ Na fiscalização de peso por eixo ou conjunto de eixos, independentemente da
natureza da carga, o veículo poderá prosseguir viagem sem remanejamento ou
transbordo, desde que os excessos aferidos em cada eixo ou conjunto de eixos
sejam simultaneamente inferiores a 12,5% (doze e meio por cento) do menor valor
entre os pesos e capacidades máximos estabelecidos pelo CONTRAN e os pesos e
capacidades indicados pelo fabricante ou importador.

810/2020: CLASSIFICAÇÃO DOS DANOS

§ BAT: boletim de acidente de trânsito.


§ O veículo envolvido em acidente deve ser avaliado pela autoridade de trânsito ou
seu agente, na esfera das suas competências estabelecidas pelo CTB, e ter seu dano
classificado conforme estabelecido nesta Resolução.
§ Em caso de danos de média monta ou grande monta, o órgão ou entidade
fiscalizadora de trânsito responsável pelo BAT deve, em até 60 (sessenta) dias da
data do acidente, expedir ofício acompanhado dos registros que possibilitaram a
classificação do dano ao órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
Federal responsável pelo registro do veículo, conforme modelo constante do Anexo
V desta Resolução.

789/2020: HABILITAÇÃO X CATEGORIAS

DOCUMENTO DE CATEGORIA ESPECIFICAÇÃO


HABILITAÇÃO
ACC - - Ciclomotores;
- Bicicletas dotadas originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquelas
que tiverem o dispositivo motriz agregado posteriormente à sua estrutura, em
que se verifique, ao menos, uma das seguintes situações:
I - com potência nominal superior a 350 W;
II - velocidade máxima superior a 25 km/h;
III - funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor pedalar; e
IV - dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual
de potência.

71
PPD/CNH A - Veículos automotores e elétricos, de duas ou três rodas, com ou sem carro
lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste
veículo;
- Todos os veículos abrangidos pela ACC.
Obs.: Não se aplica a quadriciclos, cuja categoria é a B.

PPD/CNH B - Veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A, cujo Peso
Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a oito
lugares, excluído o do motorista;
- Combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora
se enquadre na categoria B, com unidade acoplada, reboque, semirreboque,
trailer ou articulada, desde que a soma das duas unidades não exceda o peso
bruto total de 3.500 kg e cuja lotação total não exceda a oito lugares, excluído
o do motorista;
- Veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000
kg e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
- Tratores de roda e equipamentos automotores destinados a executar
trabalhos agrícolas;

- Quadriciclos de cabine aberta ou fechada.

CNH C - Veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga, cujo PBT


exceda a 3.500 kg;
- Tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos automotores destinados
à movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção ou de
pavimentação;
- Veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse 6.000 kg,
e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
- Combinações de veículos automotores e elétricos não abrangidas pela
categoria B, em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B ou C, e
desde que o PBT da unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou
articulada seja menor que 6.000 kg;
- Todos os veículos abrangidos pela categoria B.

CNH D - Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja


lotação exceda a oito lugares, excluído o do condutor;
- Veículos destinados ao transporte de escolares independentemente da
lotação;
- Veículos automotores da espécie motor-casa, cuja lotação exceda a oito
lugares, excluído o do motorista;
- Ônibus articulado;
- Todos os veículos abrangidos nas categorias B e C.

CNH E - Combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora


se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de PBT, ou cuja
lotação exceda a oito lugares;
- Combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração ou PBTC;
- Todos os veículos abrangidos nas categorias B, C e D.

72
DIREITO ADMINISTRATIVO

NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


§ OBSERVAÇÃO: temos aqui muitos conceitos abstratos, que demandariam muitas
páginas para traduzir isso de uma forma didática, o que não coaduna com o
propósito do Resumão. Assim sendo, a dica é: memorize, mesmo sem entender.
§ Na Administração Pública Direta, temos a atividade administrativa centralizada
em seus próprios órgãos. A PRF está dentro da Administração direta. Já na
Administração Pública Indireta, os serviços são descentralizados, sendo
exercidos pelas Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista,
Fundações Públicas, etc.
o No ano de 2018, em prova da PC-ES, o CESPE considerou correta a
afirmação a seguir: “A centralização consiste na execução de tarefas
administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos e integrantes
da administração pública direta”.
o Em 2017, o CESPE considerou correta a seguinte afirmação: “Administração
direta remete à ideia de administração centralizada, ao passo que
administração indireta se relaciona à noção de administração
descentralizada”.
o Já em 2016, considerou correta a seguinte assertiva: “A centralização
consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por
meio de órgãos internos integrantes da administração direta”.
§ Descentralização: a descentralização administrativa é efetivada por meio de
outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado
serviço público.
§ Concentração e centralização: estão relacionadas à ideia geral de distribuição de
atribuições de tarefas da periferia para o centro.
§ Desconcentração e descentralização: estão relacionadas à ideia geral de
distribuição de atribuições do centro para a periferia. A desconcentração
administrativa ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa
jurídica, para distribuição interna de competências, entre seus próprios órgãos ou
departamentos, que podem ser criados.
§ Autarquias: têm por característica a necessidade de serem criadas por lei, terem
personalidade jurídica de direito público, terem patrimônio próprio, terem
capacidade de autoadministração, submeterem-se a controle do poder público e
desempenharem funções tipicamente públicas. Fazem parte da Administração
Pública Indireta, sendo o INSS e o IBAMA exemplos. Não há relação de
subordinação entre as autarquias e a Administração Direta. O controle é finalístico.

73
ATO ADMINISTRATIVO
§ São os requisitos ou elementos do ato administrativo (COFIFO-M-O):
ü Competência
ü Finalidade
ü Forma
ü Motivo
ü Objeto
§ Competência: é o poder atribuído ao agente administrativo para que o mesmo
desempenhe suas funções, advindo da lei ou do decreto autônomo (emitido pelo
Presidente da República). A competência é o conjunto de atribuições conferidas aos
ocupantes de um cargo, emprego ou função pública. Trata-se de elemento vinculado
do ato administrativo, mesmo que esse ato seja discricionário. A competência é
intransferível e irrenunciável, mas a execução do ato pode ser delegada, para
agentes ou órgãos de mesma ou de inferior hierarquia, ou mesmo avocada, de
agentes ou órgãos subordinados.
§ Finalidade: a finalidade do ato administrativo é satisfazer o interesse público e
atender ao escopo previsto na lei. Trata-se de elemento vinculado. Trata-se de
elemento vinculado do ato administrativo.
§ Forma: é o modo de exteriorização do ato, tal como o edital de um concurso público.
Trata-se de elemento vinculado do ato administrativo.
§ Motivo: segundo Di Pietro, motivo é definido como pressuposto de fato e de direito
que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o
dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, como o próprio nome
indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações
que levam a Administração a praticar o ato. Na última prova da PRF, sobre motivo,
a seguinte afirmativa foi considerada correta: “Tanto a inexistência da matéria de fato
quanto a sua inadequação jurídica pode configurar o vício de motivo de um ato
administrativo”.
§ Objeto: É o fim imediato do ato, representando o resultado prático do ato
administrativo. Pode ser vinculado ou discricionário.
§ Convalidação e ratificação do ato administrativo: o ato praticado por agente
incompetente pode ser convalidado por aquele que tem a competência, “sanando a
incompetência”. Nesse caso, a convalidação é chamada de ratificação. Quando
estivermos diante de um caso de competência exclusiva (indelegável), não será
possível a ratificação. A ratificação é ato administrativo discricionário da autoridade
competente.

§ São atributos do Ato Administrativo: PAI


ü Presunção de legitimidade e veracidade;
ü Autoexecutoriedade;
ü Imperatividade.

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** Para alguns autores, a tipicidade e a exigibilidade também seriam atributos.
Em prova de 2019, o CEBRASPE considerou correta a seguinte questão: “De
acordo com a doutrina administrativista clássica e majoritária, são
atributos dos atos administrativos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade”.

§ Presunção de legitimidade e veracidade: é o atributo ou característica do ato


administrativo que assegura que o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou
defeitos, até que se prove o contrário. A pessoa que alega que o ato tem vício é que
deve comprovar.
§ Autoexecutoriedade: como característica ou atributo do ato administrativo, tem
como elementos a exigibilidade e a executoriedade, as quais garantem o
cumprimento das decisões administrativas sem que seja necessária a intervenção
do Poder Judiciário.
§ Imperatividade: os atos administrativos podem ser impostos a terceiros
independentemente da concordância destes. Todavia, não são todos os atos que
gozam desse atributo.
§ Tipicidade: é o atributo conforme o qual o ato administrativo deve corresponder a
uma figura definida previamente pela lei como apta a produzir determinados
resultados.
§ Ato administrativo discricionário/vinculado: sendo o ato administrativo
discricionário, órgão público ou agente público tem liberdade para praticá-lo,
respeitados os limites da lei e dos princípios administrativos; sendo o ato vinculado,
o administrador vincula-se às determinações da lei (temos menos liberdade de
escolha.
ü Licença, admissão, homologação são exemplos de atos vinculados.
ü Permissão, autorização, aprovação e renúncia são exemplos de atos
discricionários (quando tem “R”, normalmente é discricionário).

§ Espécies de ato administrativo:


ü Trata-se de circular o ato administrativo pelo qual as autoridades superiores
transmitem ordens uniformes a funcionários subordinados. Veicula regras de
caráter concreto.
ü Trata-se de portaria o ato administrativo pelo qual as autoridades de nível inferior
ao Chefe do Poder Executivo expedem orientações gerais ou especiais aos
respectivos subordinados ou designam servidores para o desempenho de certas
funções ou determinam a abertura de sindicância e processo administrativo.
ü Licença é o ato pelo qual a administração pública faculta, de forma unilateral e
vinculada, a um cidadão exercer determinada atividade para a qual preencha os
requisitos legais.
ü Autorização é o ato segundo o qual o Poder Pública aprecia,
discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público.

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Como exemplo, podemos citar a concessão de autorização para porte de arma,
que consiste em ato discricionário e precário, podendo ser revogada a qualquer
momento.
ü A homologação é ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a
posteriori, pelo qual a administração pública reconhece a legalidade de um ato
jurídico, tal como ocorre na homologação de procedimento licitatório.
ü Permissão é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, através do
qual a Administração Pública faculta ao particular interessado a utilização de bem
público ou a prestação de serviço público.

AGENTES PÚBLICOS
Aspectos gerais:
§ Independe de aprovação em concurso público a investidura nos cargos em
comissão, sendo de livre nomeação e exoneração.
** Para os demais cargos públicos, a investidura acontece por meio de prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos.
**Obs.: exoneração não é punição. Se uma pessoa for exonerada do cargo em comissão a pretexto de ser punida, pela teoria
dos motivos determinantes, a exoneração será anulada. O modo correto de punir, retirando a pessoa do cargo, é
pela destituição de cargo em comissão, devendo ser aberto procedimento administrativo disciplinar.

Lei 8.112:
§ As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
§ A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
§ Principais penas previstas na lei 8.112:
ü A pena para abandono de cargo é de demissão. Configura abandono de cargo
a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias
consecutivos.
ü A pena para inassiduidade habitual é de demissão. Entende-se por
inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias,
interpoladamente, durante o período de 12 meses.
ü A pena para crime contra a administração pública, corrupção e improbidade
administrativa é de demissão.
ü A pena para conduta escandalosa, na repartição, é a de demissão.
ü A pena para insubordinação grave em serviço é a de demissão.
ü A pena para ofensa física, em serviço, a servidor ou particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem, é a demissão.
ü A pena para aquele que revelar segredo do qual se apropriou em razão do cargo
é demissão.
ü A pena para aquele que lesar os cofres públicos é demissão.

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ü A pena para quem acumular, ilegalmente, cargos empregos ou funções públicas,
é a de demissão.
ü Será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente,
recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.
ü As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Disposições constitucionais aplicáveis e doutrinárias:


§ Independe de aprovação em concurso público a investidura nos cargos em
comissão, sendo de livre nomeação e exoneração.
** Para os demais cargos públicos, a investidura acontece por meio de prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos.
**Obs.: exoneração não é punição. Se uma pessoa for exonerada do cargo em comissão a pretexto de ser punida, pela teoria
dos motivos determinantes, a exoneração será anulada. O modo correto de punir, retirando a pessoa do cargo, é
pela destituição de cargo em comissão, devendo ser aberto procedimento administrativo disciplinar.

Carreira de Policial Rodoviário Federal:


Lei n. 9.654/98 (cria a carreira do PRF)

No quadro acima, temos a situação antiga da estrutura de carreira da PRF e a situação nova (atual).

§ Para fins de enquadramento na Terceira Classe, será observado o tempo de


exercício do servidor, de acordo com os seguintes critérios:
o menos de 1 (um) ano de exercício na classe de Agente: Padrão I;
o de 1 (um) ano completo até menos de 2 (dois) anos de exercício na classe de
Agente: Padrão II; e
o 2 (dois) anos completos ou mais de exercício na classe de Agente: Padrão III.
o O tempo que exceder o período mínimo de 1 (um) ano para enquadramento
nos padrões acima será computado para fins da progressão ou promoção
subsequente.

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§ O ingresso nos cargos da carreira de que trata esta Lei dar-se-á mediante aprovação
em concurso público, constituído de duas fases, ambas eliminatórias e
classificatórias, sendo a primeira de exame psicotécnico e de provas e títulos e a
segunda constituída de curso de formação.
§ A investidura no cargo de Policial Rodoviário Federal dar-se-á no padrão único da
classe de Agente, onde o titular permanecerá por pelo menos 3 (três) anos ou até
obter o direito à promoção à classe subsequente. A partir de 1o de janeiro de 2013,
a investidura no cargo de Policial Rodoviário Federal dar-se-á no padrão inicial
da Terceira Classe (é o seu caso, após aprovado no concurso da PRF).
§ O ocupante do cargo de Policial Rodoviário Federal permanecerá
preferencialmente no local de sua primeira lotação por um período mínimo de
3 (três) anos exercendo atividades de natureza operacional voltadas ao
patrulhamento ostensivo e à fiscalização de trânsito, sendo sua remoção
condicionada a concurso de remoção, permuta ou ao interesse da administração.
o Atenção: preferencialmente é diferente de obrigatoriamente! Vários
nomeados da turma de 2020 já foram removidos.
§ Os ocupantes de cargos da carreira de Policial Rodoviário Federal ficam sujeitos a
integral e exclusiva dedicação às atividades do cargo.
§ Os cargos em comissão e as funções de confiança do Departamento de Polícia
Rodoviária Federal serão preenchidos, preferencialmente, por servidores
integrantes da carreira que tenham comportamento exemplar e que estejam
posicionados nas classes finais, ressalvados os casos de interesse da
administração, conforme normas a serem estabelecidas pelo Ministro de Estado da
Justiça.
§ É de quarenta horas semanais a jornada de trabalho dos integrantes da carreira de
que trata esta Lei.
§ Sobre as funções, temos: o seguinte:

CLASSE atividades de ...controle e avaliação, ... bem como a articulação e o intercâmbio com
ESPECIAL natureza administrativa e operacional, outras organizações e corporações policiais,
policial e coordenação e direção das em âmbito nacional e internacional, além das
administrativa, atividades de corregedoria, atribuições da Primeira Classe.
envolvendo inteligência e ensino, ...
direção,
planejamento,
coordenação,
supervisão,...
PRIMEIRA atividades de ... controle e execução ... bem como articulação e intercâmbio com
CLASSE natureza administrativa e outras organizações policiais, em âmbito
policial, operacional, ... nacional, além das atribuições da Segunda
envolvendo Classe.
planejamento,
coordenação,
capacitação,..
SEGUNDA atividades de ... a execução e controle
CLASSE natureza administrativo e operacional
das atividades inerentes ao

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policial cargo, além das atribuições
envolvendo... da Terceira Classe.
TERCEIRA atividades de ... a fiscalização,
CLASSE natureza patrulhamento e policiamento
policial ostensivo, atendimento e
envolvendo... socorro às vítimas de
acidentes rodoviários e
demais atribuições
relacionadas com a área
operacional do Departamento
de Polícia Rodoviária Federal.

§ É importante que você fique atento ao que é “exclusivo” de uma classe:


ü A direção e supervisão é exclusiva da CLASSE ESPECIAL, assim como
a articulação e o intercâmbio internacional.
ü O intercâmbio nacional pode ser feito tanto pela CLASSE ESPECIAL,
quanto pela PRIMEIRA CLASSE.
ü A avaliação administrativa e operacional é atribuição da CLASSE ESPECIAL.
ü A execução administrativa e operacional é atribuição da PRIMEIRA CLASSE
e também da CLASSE ESPECIAL.
§ Segundo esta lei, as atribuições específicas de cada uma das classes referidas serão
estabelecidas em ato dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e
Gestão e da Justiça.
§ As funções das classes abaixo são englobadas pelas classes acima.

Lei n. 12.855/98 (institui a indenização para servidores lotados em locais


estratégicos)

§ Esta lei institui a indenização devida para servidores (PRF, PF, Receita, dentre outros)
que atuam em localidades estratégicas vinculadas à prevenção, controle,
fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços.
§ A indenização será devida por dia de trabalho.
§ Os locais estratégicos são definidos levando em consideração os seguintes critérios:
ü Municípios localizados em região de fronteira;
ü Dificuldade de fixação de efetivo.
§ Sobre a indenização:
ü Não poderá ser paga cumulativamente com diárias, indenização de campo ou
qualquer outra parcela indenizatória decorrente do trabalho na localidade.
ü Na hipótese de ocorrência da cumulatividade, será paga ao servidor a verba
indenizatória de maior valor.

Lei n. 13.712 (institui indenização ao PRF)

§ Fica instituída indenização, de caráter temporário e emergencial, a ser concedida


ao integrante da carreira de Policial Rodoviário Federal.

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§ A indenização será devida por turno ou escala de trabalho ao Policial Rodoviário
Federal que se dispuser, voluntariamente, a trabalhar durante parte do período de
repouso remunerado de seu regime de turno ou escala e participar de eventuais
ações relevantes, complexas ou emergenciais que exijam significativa mobilização
da Polícia Rodoviária Federal.
§ Ato do Ministro de Estado da Segurança Pública estabelecerá:

ü as condições e os critérios necessários ao recebimento da indenização de


que trata esta Lei, os quais observarão os princípios da voluntariedade, da
excepcionalidade, da impessoalidade, da transitoriedade, da eficiência e
da supremacia do interesse público; e
ü a necessidade quantitativa e qualitativa de servidores que a Polícia
Rodoviária Federal deverá disponibilizar para o atendimento da demanda das
atividades de policiamento e de fiscalização em consonância com os
calendários nacional e regional de operações e as atividades emergenciais e
excepcionais. Essa competência poderá ser Delegada ao Diretor Geral da
PRF.
§ A indenização não poderá ser paga cumulativamente com diárias ou com
indenização de campo. Na hipótese de ocorrência da cumulatividade, será paga ao
servidor a verba indenizatória de maior valor.
§ Regras sobre a indenização:
ü não será sujeita à incidência de imposto sobre a renda de pessoa física e de
contribuição previdenciária;
ü não será incorporada ao subsídio do servidor; e
ü não poderá ser utilizada como base de cálculo para outras vantagens, sequer
para fins de cálculo dos proventos de aposentadoria ou de pensão por morte.
ü Períodos de serviço previstos:
o Jornada de 06 horas – R$ 420
o Jornada de 12 horas – R$ 900.

Decreto n. 8282 (critérios de promoção na carreira da PRF)


§ Progressão: é a passagem do servidor de um padrão para o padrão de vencimento
imediatamente superior dentro da mesma classe. Exemplo: você entra na PRF e no
padrão I da Terceira Classe. Após, você progride para o padrão II da TERCEIRA
CLASSE.
§ Promoção: é a passagem do servidor do último padrão de uma classe para o padrão
inicial da classe imediatamente superior. Exemplo: você é promovido da TERCEIRA
CLASSE, padrão III, para a SEGUNDA CLASSE, padrão I.
§ Requisitos para a progressão:
o a) cumprimento do interstício de doze meses de efetivo exercício em cada
padrão; e
o b) resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício
considerado para a progressão.

80
§ Requisitos para fins de promoção:
o Cumprimento do interstício de doze meses de efetivo exercício no último
padrão de cada classe;
o Resultado satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado
para a promoção;
o Participação em eventos de capacitação, observada a carga horária mínima
estabelecida.
o Da promoção da terceira classe para a segunda classe, além dos requisitos
acima, o policial deverá ter o estágio probatório homologado.
§ Entende-se como resultado satisfatório o alcance de 70% das metas estipuladas em
ato do dirigente máximo do órgão, no caso de progressão, e de 80% das metas, no
caso de promoção.
O interstício necessário para a progressão e promoção será computado em dias,
contado da data de entrada em exercício do servidor no cargo e descontadas as
ausências e afastamentos do servidor que não forem considerados pela Lei nº 8.112,
de 11 de dezembro de 1990, como de efetivo exercício.
§ A 8.112 considera como de efetivo exercício (principais):
ü Férias.
ü Exercício de cargo em comissão ou equivalente em outro órgão ou entidade.
ü Participação de programa de treinamento regularmente instituído ou
programa de pós-graduação stricto sensu no País.
ü Desempenho de mandato eletivo (político).
ü Júri e outros serviços obrigatórios.
ü Missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento.
ü Licença à gestante, à adotante e à paternidade.
ü Licença para tratamento da própria saúde, até o limite de 24 meses.
ü Por motivo de acidente em serviço ou doença profissional.
ü Para capacitação.
ü Para deslocamento para a nova sede.
ü Para participar de competição desportiva nacional ou integrar
representação desportiva nacional.
ü Afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil faça parte
ou coopere.
ü Afastamento por 1 dia, para doação de sangue.
ü 8 dias consecutivos em razão de casamento.
ü 8 dias consecutivos em razão de falecimento de cônjuge, companheiro, pais,
filhos, etc.
ü As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior
poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim
consideradas como efetivo exercício.

81
PODERES ADMINISTRATIVOS
§ Poder regulamentar: é a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar
atos gerais para complementar as leis e possibilitar sua efetiva aplicação. Ao passo
que as leis constituem atos de natureza originária, o poder regulamentar é de
natureza derivada (ou secundária).
**CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmativa: “No exercício do poder regulamentar, a administração
pública não poderá contrariar a lei.” De outro lado, essa afirmativa foi considerada incorreta: “Configura abuso do
poder regulamentar a edição de regulamento por chefe do Poder Executivo dispondo obrigações diversas das
contidas em lei regulamentada, ainda que sejam obrigações derivadas.” Quando falamos em obrigações
principais, somente a lei pode instituir. Quando falamos em obrigações derivadas, o poder regulamentar da
Administração Pública pode instituir. Não configura abuso do poder regulamentar editar regulamento criando
obrigação derivada.
§ Poder hierárquico: consiste nas atribuições de comando, chefia e direção dentro
da estrutura administrativa. Trata-se de poder vinculado, com vistas à auto
organização da Administração Pública.
**Veja questão do CEBRASPE considerada correta: “No exercício do poder hierárquico, os agentes públicos têm
competência para dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar competência e fiscalizar”.
ü As hipóteses de transferência do exercício de competência são geralmente
chamadas de delegação e avocação. A avocação transfere o exercício da
competência do órgão inferior para o órgão superior na cadeia hierárquica,
enquanto a delegação transfere o exercício de competência do órgão
superior para o inferior.
ü Não pode ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo, a
decisão de recursos administrativos, as matérias de competência exclusiva
do órgão ou autoridade.
**Em complemento, a seguinte questão foi considerada correta pelo CEBRASPE: “O ato de delegação
de competência, revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante, decorre do poder
administrativo hierárquico”.
§ Poder disciplinar: é aquele que confere à Administração a capacidade de apurar
infrações administrativas de servidores públicos e das demais pessoas que estejam
sob o regime jurídico da Administração Pública. Exemplo disso são os
procedimentos administrativo disciplinares.
**A seguinte assertiva foi considerada incorreta pelo CEBRASPE: “A aplicação de multa ao estabelecimento
comercial decorre do poder disciplinar da administração pública”. Não se trata de poder disciplinar, pois o poder
disciplinar está relacionado ao controle interno da própria administração. A questão fez confusão com o poder
de polícia. Em complemento, em prova para agente da PF, a seguinte afirmativa foi considerada correta: “A
aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço público decorre do exercício do poder
disciplinar”.
**Cuidado com a pegadinha: “A administração aplica penalidades a seus servidores com base no Poder
Hierárquico”. Errado, a punição dos servidores decorre imediatamente do disciplinar e apenas indiretamente do
Poder Hierárquico.
§ Poder de polícia: em face do poder de polícia, poderá a Administração Pública
condicionar ou restringir os direitos de terceiros, em prol do interesse da
coletividade. Constitui exemplo do poder de polícia a interdição de restaurante pela
autoridade de vigilância sanitária e aplicação de multas.
§ Em 2020, por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é
constitucional a delegação da atividade de policiamento de trânsito, inclusive

82
quanto à aplicação de multas, para empresas públicas e sociedades de economia
mista.
**O relator da decisão do STF destacou que, no julgamento do RE 658570, o STF decidiu que o poder de polícia
não se confunde com segurança pública. Assim, seu exercício não é prerrogativa exclusiva das entidades
policiais. Segundo ele, a fiscalização do trânsito com aplicação de sanções administrativas constitui mero
exercício de poder de polícia. "Verifica-se que, em relação às estatais prestadoras de serviço público de atuação
própria do Estado e em regime de monopólio, não há razão para o afastamento do atributo da coercibilidade
inerente ao exercício do poder de polícia, sob pena de esvaziamento da finalidade para a qual aquelas entidades
foram criadas", concluiu.

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
§ Quando alguém é responsável por fazer determinado serviço, ela é responsável pelo
serviço e pelas consequências dele advindas. Se um dano for causado, aquele que
prestou o serviço poderá ser responsabilizado. Falamos que a responsabilidade será
objetiva quando não for necessária a demonstração de que houve dolo ou culpa.
Falamos em responsabilização subjetiva quando for necessária a demonstração de
dolo ou culpa.
§ A responsabilidade em relação à Administração Pública é, como regra, objetiva,
independe de comprovação de dolo ou culpa. Já em relação ao servidor público
causador do dano, a responsabilidade é subjetiva, devendo ele ter causado o dano
por dolo ou culpa.
§ Quando a administração atua gerando um dano (ato comissivo), não há dúvidas de
que a responsabilidade é objetiva. E quando há omissão? A responsabilidade da
administração pública decorrente de omissão resulta de seu dever de agir e da
capacidade de essa ação evitar o dano – sem isso, não há falar em
responsabilização. Excetuados os casos de dever específico de proteção, a
responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser
comprovados a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade.

LICITAÇÕES
§ Princípio da adjudicação compulsória: se a Administração atribuir o objeto licitado a
alguém, deverá fazê-lo ao vencedor da licitação.
§ Principais modalidades cobradas em prova:
ü Na modalidade concurso, a administração poderá contratar o projeto ou
serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos.
**CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmação: “Concurso é a modalidade de licitação para
escolha de trabalho técnico, artístico ou científico. Em se tratando de seleção de projeto de cunho
intelectual, deverá o autor ceder à administração os direitos patrimoniais a ele reativos para pagamento
do prêmio ou remuneração”.
ü O convite é a única modalidade de licitação em que a lei não exige a
publicação de edital.
ü A modalidade de licitação utilizada para a venda de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados é denominada leilão.

83
§ Licitação inexigível x dispensável x dispensada:
ü Quando inexiste competitividade, estamos diante de uma hipótese de
licitação inexigível. Quando houver competitividade, ou seja, há adversários,
mas licitar é facultável, estamos diante de uma licitação dispensável. Por
outro lado, é vedada a licitação, mesmo existindo competitividade, no caso
de licitação dispensada.
ü Em prova do CEBRASPE de 2020, as seguintes afirmativas foram
consideradas corretas: “É hipótese de inexigibilidade de licitação a
contratação de profissional ou empresa de notória especialização para
fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras, de natureza singular,
quando houver inviabilidade de competição”.
ü A existência de fornecedor exclusivo de determinado produto é hipótese
de inexigibilidade de licitação.
**Dica para memorizar os casos de inexigibilidade:
- Fornecedor exclusivo;
- Profissional artístico;
- Profissional de notória especialização, vedado para publicidade.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


§ O controle judicial dos atos administrativos é restrito a aspectos de legalidade,
sendo vedada a análise do mérito administrativo pelo Poder Judiciário.
*** O CEBRASPE considerou correta a seguinte afirmativa: “Embora exerça controle de atos administrativos ao
avaliar os limites da discricionariedade sob os aspectos da legalidade, é vedado ao Poder Judiciário exercer o
controle de mérito de atos administrativos, pois este é privativo da administração pública”. A seguinte afirmativa
também foi considerada correta: “O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos administrativos
por ele mesmo produzidos”.

§ A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial (Súmula 473 do STF).
§ Cabe ao Poder Legislativo o poder-dever de controle financeiro das atividades do
Poder Executivo, o que implica a competência daquele para apreciar o mérito do ato
administrativo sob o aspecto da economicidade.

PRINCÍPIOS
§ Os princípios da Administração Pública que estão expressos na CF são o LIMPE:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ Como princípio implícito, temos a supremacia do interesse público sobre o
privado: Tal princípio fundamenta a requisição administrativa, a qual está assim
definida na CF/88: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano.

84
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER CONSTITUINTE
O Poder Constituinte está relacionado à ideia de Constituição. No Brasil, temos a CF/88,
onde estão as regras mandamentais de nosso ordenamento jurídico, as quais são
superiores a todas as demais normas. Essa ideia está relacionada ao princípio da
supremacia constitucional, que significa colocar a Constituição no topo do sistema
normativo (sistema de regras do País). A CF é o fundamento de validade de todas as
demais normas, pois estabelece em seu corpo a forma pela qual a normatividade
infraconstitucional será produzida.
§ Fundamentos:
ü Proclamação de independência, quando se cria um Estado Soberano (também
conhecido por fundamento histórico);
ü Ruptura revolucionária, quando uma revolução instaura uma nova ordem
jurídica, criando nova Constituição Federal, e desconstituindo o poder anterior;
ü Ruptura plena com a sociedade anterior.
§ Poder Constituinte Originário e Derivado:
ü Segundo o CEBRASPE: “Diferentemente do poder constituinte derivado, que tem
natureza jurídica, o poder constituinte originário constitui-se como um poder, de
fato, inicial, que instaura uma nova ordem jurídica, mas que, apesar de ser
ilimitado juridicamente, encontra limites nos valores que informam a sociedade”.
ü Memorize o esquema abaixo:

PODER CONSTITUINTE

ORIGINÁRIO DERIVADO

DECORRENTE
(Constituições REFORMADOR
Estaduais)

CRIAÇÃO DE
EMENDAS
COONSTITUCIONAIS

REVISÃO
(não é mais possível)

85
§ Poder Constituinte Originário:
ü O poder constituinte originário instaura o Estado constitucional, rompendo com
a ordem jurídica anterior, organizando os poderes do Estado. Basta lembrar da
CF/88, que rompeu com a ordem jurídica anterior (Regime Militar), criando um
“novo Brasil” a partir de então, com nova ordem jurídica.
ü Características do poder Constituinte Originário: é inicial, autônomo,
incondicionado e ilimitado.
ü Segundo o CEBRASPE: “O titular do poder constituinte é o povo, que, no Brasil,
engloba tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados”.
§ Poder Constituinte Derivado:
ü Chama-se “derivado” porque deriva do Poder Originário, não podendo a ele
contrariar, embora possa inovar.
ü Possibilita a alteração da Constituição e a estruturação das Constituições dos
Estados membros (Constituição Estadual de SP, RJ, etc).
ü Tem como características: é limitado, subordinado e condicionado.
ü Poder Constituinte Decorrente:
§ É o poder que possuem os Estados-Membros (e DF) de elaborar suas
próprias Constituições.
§ É um poder limitado, devendo obedecer à CF. Além disso, não goza
da soberania, que pertence somente ao Poder Constituinte Originário.
§ Atenção: Município não é titular do Poder Constituinte Decorrente.
ü Poder Constituinte Reformador:
§ É o poder de modificar e atualizar a Constituição, por meio das
Emendas Constitucionais, ou por meio da Revisão (que não é
aplicável mais).
ü Emendas à constituição:
§ A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
• De 1/3, no mínimo, dos membros da Câmera de Deputados ou
do Senado Federal;
• Do Presidente da República;
• De mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

Pegadinha do CESBRASPE: “Comissão do Senado Federal poderá propor emenda à


Constituição, mas tal emenda, mesmo após discussão e votação em dois turnos em
cada casa do Congresso Nacional, não poderá ser promulgada na vigência de
intervenção federal.”
A questão está errada, pois não é Comissão do Senado que pode propor EC, mas 1/3
dos membros do Senado.

86
§ Requisito de aprovação da PEC (Proposta de Emenda à
Constituição):
• A PEC será discutida e votada em Cada Casa do Congresso
Nacional (ou seja: Câmara e Senado), em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos
de votos dos respectivos membros.
• A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de sítio ou de estado de defesa.
• A EC não pode contrariar o texto originário, pois do contrário
será inconstitucional.
• A constituição prevê matérias que não podem ser modificadas.
São as chamadas “cláusulas pétreas” – Não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (memorize
palavra por palavra das cláusulas abaixo):
o A forma federativa do Estado;
§ Atenção à pegadinha, substituindo “Estado” por
“Governo”.
o O voto direto, secreto, universal e periódico;
§ Atenção à pegadinha: o voto obrigatório não é
cláusula pétrea.
o A separação dos Poderes (Judiciário, Legislativo,
Executivo);
o Os direitos e garantais individuais: permite-se EC
tratando sobre os direitos e garantias fundamentais,
contudo, não podem abolir, no todo ou em parte,
qualquer direito. Pode ampliar.
§ O texto constitucional possui o que se chama de supremacia, ou seja,
a norma constitucional está no topo da hierarquia das normas de nosso
ordenamento jurídico.
§ Contudo, o que garante que a CF esteja no topo da hierarquia no
Brasil é a supremacia formal, como decorrência da rigidez
constitucional. Essa rigidez reflete um processo mais trabalhoso e
complexo para que uma norma seja elevada à categoria de norma
constitucional, por meio das Emendas Constitucionais.
• Veja assertiva considerada ERRADA pelo CEBRASPE: A
supremacia material da norma constitucional decorre da rigidez
constitucional, isto é, da existência de um processo legislativo
distinto, mais laborioso.

ü REVISÃO CONSTITUCIONAL:
§ A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição (1988), pelo voto da maioria absoluta
dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

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§ Como já ocorreu a revisão, trata-se de norma de eficácia exaurida,
não podendo mais ser feita revisão.
§ Uma emenda constitucional que pretenda estabelecer novo
procedimento de revisão será inconstitucional (sendo inválida).
ü Mutação constitucional (tópico da doutrina): é forma de alteração do sentido
da Constituição, mantendo o mesmo texto. É simplesmente dar uma nova
interpretação. É alteração informal.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


§ As normas definidoras dos direitos fundamentais têm aplicação imediata.
§ Segundo o caput do art. 5º da CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes (...)”.
§ A República Federativa do Brasil tem como Fundamentos (SOBE CIDA e DIGa VA-
PLU):
ü Soberania;
ü Cidadania;
ü Dignidade da Pessoa Humana
ü Os valores sociais do Trabalho e da livre Iniciativa;
ü O pluralismo político.
§ Todo poder emana do povo.

Direito à vida:
§ Nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo a vida. Em caso de guerra
declarada, admite-se pena de morte (portanto, até o direito à vida é relativo).
Veja questão considerada correta pelo CEBRASPE em prova de 2014: “O direito à
vida, assim como todos os demais direitos fundamentais, é protegido pela CF de
forma não absoluta”.
§ Aspecto biológico do direito à vida: direito à integridade física e psíquica (direito de
continuar vivo).
§ Aspecto amplo do direito à vida: direito a condições materiais e espirituais mínimas
necessárias a uma vida digna (entendimento do CEBRASPE).
** Atenção: assunto cobrado no concurso de Agente de Segurança Penitenciária de
Pernambuco e também no INSS, em provas do CESPE.

Inviolabilidade domiciliar:
§ A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, como regra.
§ A inviolabilidade poderá ser quebrada no caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, seja de dia ou de noite.

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§ A inviolabilidade também poderá ser quebrada para cumprimento por determinação
judicial, durante o dia.
§ Segundo o STF, entende-se que em veículos automotores é possível realizar buscas
livremente, quando houver fundada suspeita (art. 240, § 2º, do CPP), o que dispensa
a exigência de mandado de busca e apreensão, salvo quando se tratar de veículo
destinado à habitação do indivíduo, como trailers, cabines de caminhão, barcos,
dentre outros.
§ Na prova de 2019 da PRF, o tema foi abordado. Contudo, a questão foi anulada com
a seguinte justificativa: “Não é assente o entendimento da matéria abordada na
assertiva”. Veja a questão:

A boleia de um caminhão, utilizada pelo motorista, ainda que provisoriamente, como dormitório e local
de guarda de seus objetos pessoais em longas viagens, não poderá ser objeto de busca e apreensão
sem a competente ordem judicial na hipótese de fiscalização policial com a finalidade de revista
específica àquele veículo.

§ O STJ tem entendimento de que arma localizada no interior da boleia do caminhão


configura porte de arma e não posse, o que sugere que não considera a boleia como
casa, para estes efeitos.

Anonimato:

§ A CF veda o anonimato, embora nossa jurisprudência aceite a denúncia anônima, a


qual não poderá dar origem a um inquérito policial, mas poderá ensejar diligências
preliminares.
§ Diz a CF: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.

Inviolabilidade das comunicações:


§ É inviolável o sigilo:
ü Correspondência (nem ordem judicial pode violar);
ü Das comunicações telegráficas (nem ordem judicial podem violar);
ü De dados e das comunicações telefônicas, exceto por determinação judicial
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Atenção:
Durante o Estado de Sítio e de Defesa, haverá restrição de direito ao sigilo da
correspondência, das comunicações telegráficas e das comunicações telefônicas.

§ E o sigilo bancário? Também é inviolável. Contudo, entende o STF que a


Administração Tributária pode requisitar às instituições financeiras acesso às
movimentações bancárias mesmo sem autorização judicial, desde que exista um
processo administrativo instaurado ou um procedimento fiscal em curso e essas
informações sejam indispensáveis. Para o STF, não implica violação do sigilo, pois

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o sigilo teria sido apenas “transferido” da instituição financeira para o fisco,
permanecendo os dados ao abrigo do sigilo.
§ Acesso ao WhatsApp de aparelho celular coletado em busca e apreensão: não há
óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho,
inclusive as conversas do WhatsApp (STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix
Fischer, julgado em 03/10/2017). Fora dos casos de autorização judicial, acessar o
celular poderá configurar abuso de autoridade.
§ Há entendimento do STJ no sentido de que o celular poderá ser acessado sem
autorização judicial, desde que haja autorização do acusado.

Direito à liberdade:
§ Segundo o STF, a marcha da maconha, em defesa da legalização das drogas, está
dentro da liberdade de expressão, não configurando o crime de apologia (incitar o
uso de drogas).

Extradição de estrangeiro:

§ Não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.


**O assunto foi cobrado pela PRF em prova de 2013.

Direito de reunião:

§ Não há necessidade de autorização do Poder Público.


§ Exige-se apenas aviso prévio.
§ Deve ser para fins pacíficos e não pode frustrar reunião anteriormente agendada para
o mesmo local.

**Há entendimento recente do STF afirmando que: “A exigência constitucional de aviso


prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou
para que não frustre outra reunião no mesmo local”.

Sobre o preso:

§ A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
§ O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei.
§ Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança.

90
§ Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Atenção:
A CF prevê a prisão civil do depositário infiel e do devedor de pensão alimentícia.
Contudo, for força do Pacto de São José da Costa Rica, o ordenamento jurídico
brasileiro permite apenas a prisão civil por dívida de pensão alimentícia.

Direito à igualdade:
§ Igualdade formal: é a igualdade jurídica, na qual todos devem ser tratados de
maneira igual, sem quaisquer distinções.
§ Igualdade material: é a igualdade real. Para ser alcançada, pode implicar em
tratamento desigual. Exemplo: cotas raciais para acesso às universidades públicas.
§ O STF firmou entendimento no sentido de que não viola o princípio da isonomia a
utilização de critérios diferenciados para a promoção de militares do sexo feminino
e masculino da Aeronáutica. (AI 443.315-AgR/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira
Turma).
§ Este assunto foi cobrado em 2014 pelo CESPE, o qual considerou errada a seguinte
afirmação: “A utilização de critérios distintos para a promoção de integrantes do
sexo feminino e do masculino de corpo militar viola o princípio constitucional da
isonomia.”

Tortura, tráfico ilícito, terrorismo e hediondos:

§ A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática


da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem.
§ Para memorizar os crimes mencionados no dispositivo acima, lembre-se de 3TH:
Tortura, Tráfico, Terrorismo e Hediondos.

Racismo:

§ A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei.
ü Atenção: reclusão é diferente de detenção! Reclusão é
§ Reclusão é mais agrave que detenção. Cuidado com eventual pegadinha trocando
os termos.

Ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático:

§ Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

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Prisão em flagrante x apresentação espontânea:
§ Não poderá ser preso aquele que se apresenta espontaneamente à autoridade
policial, depois de ter cometido um delito (ou seja, já não está mais em flagrante
delito). Nesse sentido, assim afirma a CF:

“Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar”.

§ Fora dos casos de transgressão militar e crime propriamente militar, uma pessoa só
pode ser presa em flagrante ou por ordem do juiz.
§

Propriedade:
§ Em caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano.
**O Assunto acima foi cobrado em prova da PRF, em 2013.

§ A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição.

Atenção:
Iminente perigo: autoridade usa a propriedade e indeniza depois se houver dano.
Desapropriação: primeiro indeniza, depois desapropria.

Direito de Petição x Certidão:


§ São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
ü o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
ü a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
**Assunto já cobrado pela PRF, em prova de 2013.

Tratados Internacionais:
§ Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
§ Se o tratado não versar sobre direitos humanos, terá força de lei.

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Tribunal Penal Internacional:
§ O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

Garantias e remédios constitucionais:


§ Garantia são instrumentos que asseguram o exercício dos direitos.
§ Remédios são espécies de garantias.
§ Direito de petição:
§ HC: conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.
§ HD: conceder-se-á habeas data:
ü para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
ü para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.
§ MS: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.
§ Ação popular: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
§ Mandado de injunção: conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE, CIDADANIA E


DIREITOS POLÍTICOS

Direitos sociais:
§ São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

§ Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

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Nacionalidade:
§ O brasileiro nato não poderá perder a nacionalidade, salvo se adquirir outra
nacionalidade fora dos casos abaixo:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para
o exercício de direitos civis;
§ O naturalizado poderá ter sua naturalização cancelada não só por esse motivo
(adquirir outra nacionalidade), como também por conta de atividade nociva ao
interesse nacional.
§ Perda de nacionalidade e reaquisição: se perde a nacionalidade como nato,
readquire como nato; se perde como naturalizado, readquire como naturalizado.
** Assunto cobrado pela PRF, em 2013.

Direitos políticos:
§ É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
ü cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
ü incapacidade civil absoluta;
ü condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
ü recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
ü improbidade administrativa.

PODER EXECUTIVO
§ Sobre o Brasil
ü Forma de governo adotada: República.
ü Sistema de governo adotado: Presidencialismo.
ü O Presidente da República acumula as funções de chefe de Estado e de chefe
de Governo, talkei?

§ Cabe ao Presidente, mediante decreto, dispor sobre:


ü Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
ü Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
ü Essas atribuições poderão ser delegadas aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

94
§ São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentem contra a CF e,
especialmente, contra:
ü a existência da União;
ü o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
ü o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
ü a segurança interna do País;
ü a probidade na administração;
ü a lei orçamentária;
ü o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

§ Acusação contra o presidente: admitida a acusação contra o Presidente da


República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. O presidente possui
imunidade formal (não possui imunidade material).
§ CESPE considerou correta a seguinte assertiva, cobrada em prova para Auditor da
Receita Estadual de AL, em 2020: “Tanto em caso de infrações penais comuns
quanto de crimes de responsabilidade, compete à Câmara dos Deputados o juízo de
admissibilidade da acusação apresentada contra o presidente da República”.

§ O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
§ Compete privativamente ao Presidente da República (principais competências):
ü exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
ü sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;
ü vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
ü celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;
ü decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
ü decretar e executar a intervenção federal;
ü remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião
da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as
providências que julgar necessárias;
ü conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
• O Presidente poderá delegar a função acima aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
• Esse tópico foi cobrado em 2013 na prova da PRF.

95
ü exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e
nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
ü nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios,
o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central
e outros servidores, quando determinado em lei;
ü nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII, da
CF;
ü convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional;
ü declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo
das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
ü celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
ü conferir condecorações e distinções honoríficas;
ü permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
ü prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
ü prover (prover é função delegável) e extinguir os cargos públicos federais,
na forma da lei;
ü editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62 da CF.

UNIÃO – BENS E COMPETÊNCIAS

Bens da União (principais):


§ As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei.
§ Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as
praias fluviais.
§ Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva.
§ Os recursos minerais, inclusive os do subsolo.
ü PRF auxilia no combate à extração ilegal de riquezas mirais, estando
constantemente fazendo apreensões e prisões.
§ As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

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§ A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Competência exclusiva da União (principais):


§ Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais.
§ Declarar a guerra e celebrar a paz.
§ Assegurar a defesa nacional.
§ Conceder anistia.
§ Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente.
§ Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: os
serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
§ Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos.
§ Executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.
§ São competências INDELEGÁVEIS.

Compete privativamente à União legislar sobre (principais):


§ Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho.
§ Requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra.
§ Diretrizes da política nacional de transportes.
§ Trânsito e transporte.
§ Nacionalidade, cidadania e naturalização.
§ Populações indígenas.
§ Emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros.
§ Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação,
mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de
bombeiros militares.
§ Competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais.
§ Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III.
§ Atenção: lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
ü Portanto, embora seja competência privativa da União legislar sobre o
trânsito, LC poderá autorizar os Estados a tratar de questões específicas
sobre trânsito. Aos Municípios não foi dada essa autorização.

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ü São competências DELEGÁVEIS, mediante LC, para questões
específicas.

Competência comum da União, Estados, DF e Municípios:


§ Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público.
§ Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.
§ Preservar as florestas, a fauna e a flora.
§ Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
§ Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
§ Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
do bem-estar em âmbito nacional.

Competência concorrente para legislar entre União, Estados e DF:


À União está limitada estabelecer normas gerais das competências abaixo. Os Estados
possuem competência suplementar.

§ Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.


§ Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.
§ Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
§ Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento
e inovação.
§ Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas.
§ Procedimentos em matéria processual.
ü Atenção: Direito Processual é de competência privativa da União.
Procedimentos em matéria processual é concorrente.
§ Previdência social, proteção e defesa da saúde.
§ Proteção à infância e à juventude.
§ Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ Atenção:
ü Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
ü A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.

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FORÇAS ARMADAS
§ As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se:
ü à defesa da Pátria,
ü à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
da lei e da ordem.
§ Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo
de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

SEGURANÇA PÚBLICA
§ Componentes da segurança pública: PF, PRF, PFF (ferroviária), Polícias Civis,
Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares e Polícias Penais (federais,
estaduais e distritais).
*Atenção às policiais penais, pois se trata de novidade.
§ Compete à PRF, na forma da lei, o patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. *Note que a CF não atribuiu à PRF a função do combater ao tráfico de drogas. Contudo, tratando-
se de flagrante, qualquer polícia deverá atuar.
ü Fique ligado numa pegadinha cobrada pelo CEBRASPE NO CFP DA PRF:
“compete à PRF o patrulhamento ostensivo das rodovias brasileiras”. Está
errado. Rodovia Federal é diferente de rodovia brasileira.
§ A PRF é órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira.
§ Compete à PF:
ü apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
ü prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
ü exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
ü exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.

99
§ Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.
§ As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias
penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
§ Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ Direito de greve e carreiras de segurança pública: o exercício do direito de greve,
sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública
(entendimento do STF).
§ Segurança viária – a segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:

ü compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de


outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente;
ü compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei.

SEGURIDADE SOCIAL

Seguridade social:

§ A seguridade social busca assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à


assistência social.
§ São objetivos da seguridade social:
ü universalidade da cobertura e do atendimento;
§ Por isso, até mesmo estrangeiros que não residem no País têm acesso
à saúde, independentemente de pagamento. Ser estrangeiro não
impede nem mesmo a concessão de benefício previdenciário.
ü uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas
e rurais;
ü seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
ü irredutibilidade do valor dos benefícios;
ü equidade na forma de participação no custeio;
ü diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas
contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter
contributivo da previdência social;

100
ü caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, JOVEM E IDOSO

§ São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas


da legislação especial.
§ Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
§ Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas
(tópico já cobrado em prova da PF).
§ A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus
lares (assunto já cobrado em prova da PF).
§ Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos.

MEIO AMBIENTE
§ Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
§ O meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida.
§ Incumbe ao Poder Público:
ü preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
ü preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
ü definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

101
Foi cobrado assim pelo CEBRASPE: “Compete ao poder público definir
espaços territoriais ambientalmente protegidos, sendo a sua supressão
permitida somente através de lei”. Assertiva correta.
ü exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
ü controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
ü promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
ü proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade.
§ As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente,
na forma da lei.

DOS ÍNDIOS
§ São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes.
§ As terras aqui mencionadas são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre
elas, imprescritíveis.
§ É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum"
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco
sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do
Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que
cesse o risco.

102
DIREITO PENAL
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Princípio da retroatividade penal benéfica:


§ Em regra, aplicam-se ao fato as leis vigentes na época do fato.
§ Contudo, lei posterior benéfica poderá retroagir para beneficiar o réu.
§ Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.
Veja a questão abaixo:
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e
fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que
agravou a pena do crime por ele cometido.
Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica em atenção
ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente, devendo ser aplicada a lei mais
grave, conforme S. 711 do STF.

Princípio da insignificância:
§ Se a conduta do agente lesar ou expuser a perigo de lesão de forma insignificante
os bens jurídicos, cabe a aplicação do princípio da insignificância.
§ O princípio da insignificância atua como causa de exclusão da tipicidade penal
(tipicidade material).
§ Para o STF, temos os seguintes requisitos para aplicação do princípio da
insignificância (MARI):
ü Mínima ofensividade da conduta;
ü Ausência de periculosidade social da ação;
ü Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
ü Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
§ Insignificância no descaminho – tanto para o STF como o STJ: 20 mil reais o valor
limite para que o fato seja considerado insignificante.
§ O princípio da insignificância é também conhecido como o princípio da bagatela
própria.
§ Diferença entre bagatela própria x imprópria:
A bagatela imprópria não afasta o crime, mas sim a aplicação da pena. Já a
bagatela própria afasta o próprio crime (é como se o crime não tivesse existido),
ao excluir a tipicidade material do fato.

103
Princípio da continuidade típico normativa:
§ Ocorre apenas um redirecionamento de um tipo para outro, não havendo sua
descriminalização.
§ Difere da abolicio criminis, a qual trata da hipótese em que uma lei nova destipifica,
em parte ou totalmente, um fato que era anteriormente definido como crime.
§ Exemplo: de continuidade típico-normativa – atentado violento ao pudor (art. 214 do
antigo Código Penal), que foi revogado pela lei 12.015/09. Podemos dizer que tal
conduta não deixou de ser considerada crime, mas sim que ela apenas “migrou”
para o tipo penal do crime de estupro, disciplinado pelo artigo 213 do atual Código
Penal.

Princípio da Intervenção mínima:


§ O princípio da intervenção mínima é aquele segundo o qual o direito penal só deve
atuar quando os demais ramos do direito forem insuficientes para proteção do bem
jurídico tutelado.
§ O CEBRASPE considerou correto que: “O direito penal só deve se preocupar com a
proteção dos bens jurídicos mais essenciais à vida em sociedade, constituindo a sua
intervenção a ultima ratio, ou seja, tal intervenção somente será exigida quando não
se fizer suficiente a proteção proporcionada pelos demais ramos do direito. Tal
conceito tem relação com o princípio da intervenção mínima”.

Princípio da fragmentariedade:
§ Princípio segundo o qual o Direito Penal deve tipificar apenas um pequeno número
de condutas, especialmente aquelas que forem mais graves e praticadas contra
bens jurídicos mais relevantes. Esse princípio atua conjuntamente com o da
intervenção mínima.

Princípio da legalidade:
§ Não há crime sem lei anterior que o defina. Portanto, medida provisória ou decreto
não podem criar crime, apenas lei emanada do Congresso Nacional.
§ É o princípio segundo o qual as leis devem obedecer às formas e aos
procedimentos exigidos na criação da lei penal, bem como na elaboração de
seu conteúdo normativo.
**Medida provisória não pode criar crime, pois viola o princípio da reserva legal. Apenas a lei pode criar crime.
Contudo, admite-se que medida provisória seja criada para beneficiar o infrator em matéria penal.

Princípio da taxatividade:
§ O princípio da taxatividade é um dos corolários do princípio da legalidade, pregando
que a lei penal deve ser clara, precisa e determinada, não cabendo
incriminações vagas ou genéricas.

104
Princípio da adequação social:
§ O princípio da adequação social preconiza que não se pode reputar criminosa
uma conduta tolerada pela sociedade, ainda que se enquadre em uma
descrição típica (ou seja, em um crime previsto em lei). Trata-se de condutas que,
embora formalmente típicas, porquanto descritas num tipo penal, são materialmente
atípicas porque socialmente adequadas, isto é, estão em consonância com a ordem
social.
§ Em outras palavras, o princípio da adequação social busca afastar a tipificação de
condutas consideradas socialmente adequadas. Por meio da interpretação, ele limita
a aplicação do tipo penal. O princípio em questão também se dirige para o legislador,
servindo como norte na criação de leis.
**Exemplo: mãe que fura orelha da filha para colocação de brinco – pelo princípio da adequação social, não irá
responder criminalmente pelo crime de lesão:
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
A conduta da mãe é formalmente típica, foi de fato ofendeu a integridade corporal de outrem. Contudo, pelo
princípio da adequação social, não é materialmente típica, ou seja.
Para existir o crime, a conduta deve ser formalmente típica e materialmente típica.

Princípio da alteridade:
§ Segundo o princípio da alteridade, para haver crime, a conduta humana deve
colocar em risco ou lesar bens de terceiros. É proibida a incriminação de atitudes
que não excedam o âmbito do próprio autor. Você não pode ser vítima de si próprio.
Exemplo: não é crime se matar.
**Indo além: a criminalização do uso da droga não viola o princípio da alteridade? Afinal, o usuário estaria
causando mal a si próprio. Conforme doutrina, o uso de drogas, além de causar mal para o próprio usuário, causa
mal à saúde pública como um todo.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Aplicação da lei penal (LUTA):


§ Lugar: teoria da Ubiquidade
Considera-se como lugar do crime tanto o da ação ou omissão quanto o daquele
em que se verificar o resultado.

§ Tempo: teoria da Atividade


Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.

§ Leis excepcionais temporárias: no que diz respeito à eficácia temporal da lei penal,
o término da vigência das leis denominadas temporárias e excepcionais não
depende de revogação por lei posterior. Consumado o lapso da lei temporária ou

105
cessadas as circunstâncias determinadoras das excepcionais, cessa, então, a
vigência dessas leis.
Atenção:
Ultratividade diz-se de uma lei quando ela é aplicada posteriormente ao fim de sua
vigência (revogação). É o caso das leis excepcionais e temporárias, pois estas são
ultrativas.
As leis excepcionais e temporárias também são intermitentes (são revogadas em curto
período, de forma “automática”).

Súmula 711 do STF:

§ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a


sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
§ Exemplo de aplicação da Súmula 711 do STF: imagine que João sequestre Maria no
dia hoje e que o sequestro perdure por 30 dias. Se antes do fim do sequestro vier
uma nova lei, agravando a pena para o crime de sequestro, deverá ela ser aplicada?
O sequestro se encaixa no chamado “crime permanente”. Crime permanente é
aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo de acordo com a vontade
do criminoso, de modo que o agente tem o domínio sobre o momento de
consumação do crime, tal como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo
148 do Código Penal, que se consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o
delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do agente.
Desse modo, de acordo com a S. 711 do STF, a pena mais grave será aplicada a
João, pois ela começou a vigorar antes do fim da consumação do crime de
sequestro.
§ Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro
de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve
alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido.
ü Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais
benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
Isso está correto ou errado?
• Resposta: ERRADO, pois trata-se de crime permanente,
devendo ser aplicada a lei mais grave, conforme S. 711 do STF.

O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS


Erro de tipo:
§ O erro sobre o elemento do tipo exclui o dolo, mas admite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
§ Exemplo: você sai para caçar e dispara contra um suposto animal. Mais tarde,
verifica que não era um animal, mas uma pessoa fantasiada de urso. Nesse caso,

106
não houve o dolo no sentido de matar uma pessoa. Trata-se de erro de tipo, o qual
exclui o dolo.

Atos preparatórios x crime tentado:


§ Nos atos preparatórios, a execução do crime não foi iniciada ainda, pois o indivíduo
não está praticando ainda os atos de execução (exemplo: indivíduo compra corda
para realizar um sequestro). Na tentativa, a execução do crime foi iniciada. O crime
será tentado quando, iniciada a execução, não se consuma o crime por
circunstâncias alheias à vontade do agente (exemplo: polícia chega e impede que o
bandido fuga com o bem furtado).
§ Ato preparatório: em regra, não é punível. Esses atos somente são puníveis quando
constituírem, por si só, infração penal. Um exemplo de ato preparatório punível é o
delito de petrechos para falsificação de moeda (art. 291 do Código Penal), que seria
um ato preparatório do crime de moeda falsa.
§ Crime tentado: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Tipos de tentativa:
§ Branca/Incruenta: O agente não conseguiu nem mesmo atingir o objeto pretendido.
Ex.: Ao atirar, os projéteis desviaram da vítima.
§ Vermelha/Cruenta: O agente conseguiu atingir o objeto, mas não conseguiu
consumar o delito. Ex.: O projétil somente perfurou o braço da vítima.
§ Perfeita/Acabada: O agente utilizou todos os meios que estavam ao seu alcance, e
mesmo assim não consumou o crime. Ex.: O agente lesionou a vítima com socos e
disparou 4 tiros na mesma, mas foi preso em flagrante antes que a vítima pudesse
vir a falecer.
§ Imperfeita/Inacabada: O agente não consegue utilizar todos os seus meios de
execução para a prática delituosa. Ex.: O agente tem a possibilidade objetiva desferir
cinco disparos, mas só consegue efetuar um disparo, pois é preso em flagrante
antes.

Crimes que não admitem a forma tentada:


§ CCHOUPA:
Contravenções;
Culposos;
Habituais;
Omissivos próprios,
Unissubsitentes,
Preterdolosos; e
Atentado (crimes de atentada).
§ Teoricamente, seria possível existir a tentativa de uma contravenção penal.
Contudo, por disposição legal, estabeleceu-se que:

107
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção (Lei das Contravenções).
Assim sendo, teoricamente, a tentativa existe nas contravenções, ela apenas não é
considerada (não sendo punível).

O conceito analítico de crime:


§ Para o nosso ordenamento jurídico, crime é o fato
típico, ilícito e culpável.
§ Só podemos falar que ocorreu o crime se o tripé
todo estiver completo. Faltando um desses
elementos, não há crime.

§ Conduta: sem a conduta, não há falar em crime. A conduta pode ser dolosa (quando
há intenção de cometer o crime) ou culposa (não há intenção). Quando falamos que
alguém agiu sem dolo ou sem culpa, não há conduta. Não havendo conduta, não há
crime.
§ Resultado: todo crime tem resultado jurídico (ou normativo), pois sempre há lesão
ao bem jurídico tutelado ou perigo de lesão, quando um crime é cometido. Todavia,
nem todo crime resultado naturalístico (modificação física do mundo exterior), como
acontece no crime de homicídio (alguém morre). Quando estudamos resultado do
crime, é importante saber sobre os crimes formais, materiais e de mera conduta.
ü Crimes materiais: o resultado naturalístico descrito no tipo é indispensável
para a consumação. Exemplo: homicídio – “Art. 121 - Matar alguém”.
ü Crimes formais: o resultado naturalístico descrito no tipo é dispensável. A
consumação acontece com a prática da conduta em si (por isso, também se
chama de delito de consumação antecipada). Ex.: “Extorsão – Art. 158 -
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”. O mero “constranger” com o
intuito de obter vantagem já faz o crime se consumar, ainda que nenhuma
vantagem venha a ser obtida com o crime.
ü Crimes de mera conduta: não há resultado naturalístico no tipo (crime de
mera atividade). Exemplo: porte ilegal de armas, pois o mero ato de portar a
arma em si não gera nenhuma consequência no mundo, mas já consuma o
crime.
§ Nexo causal: é o elo que une a conduta praticado pelo autor ao resultado. É o elo
causal que possibilita a atribuição de responsabilidade penal.

108
§ Tipicidade (formal ou material).
ü Tipicidade formal: é a conformidade do fato ao tipo penal, ou seja, a
adequação do ato praticado pelo agente àquilo que está previsto
abstratamente na norma. Exemplo: homicídio – “fulano matou ciclano”. Nesse
caso, a tipicidade formal se encaixa no delito de homicídio.
ü Tipicidade material: é a valoração da conduta e do resultado. O bem jurídico
deve ser efetivamente lesado. Aqui entra o princípio da insignificância, pois o
delito foi praticado, mas não houve lesão ao bem jurídico de forma
significativa.

ILICITUDE

§ A melhor forma de estudar a ilicitude, é estudando o que a afasta, pois é isso que irá
cair na prova da PRF. Existindo qualquer uma das causas que excluem a ilicitude,
não há crime.
§ Além das causas previstas acima, há uma supralegal (ou seja, não está nas leis):
seria o consentimento do ofendido. Para que o consentimento da vítima exclua o
crime, alguns requisitos devem estar presentes:
ü a disponibilidade do bem jurídico tutelado pela norma,
ü a validade do consentimento,
ü a necessidade de este último ser manifestado de forma livre e por pessoa
capaz,
ü a anterioridade ou simultaneidade entre o crime e o consentimento.
§ ESTADO DE NECESSIDADE É: “Considera-se em Estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem
podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se”.
ü Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo.
ü Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.
ü O Código Penal adotou a teoria unitária, não reconhecendo o estado de
necessidade exculpante (que excluiria a culpa), mas apenas o estado ne
necessidade justificante (que exclui a ilicitude).
ü Se o bem jurídico sacrificado for de maior valor que o bem jurídico protegido
há uma redução da pena apenas.

109
ü A teoria diferenciadora foi adotada apenas no Código Penal Militar (o que não
importa para a PRF).
ü Exemplo de caso envolvendo estado de necessidade:
§ Para salvar sua filha que está prestes a ser atacada por um pitbull, o
pai mata o animal.
§ Marido, para salvar a esposa, dirige em alta velocidade, gerando perigo
de dano, sem ser habilitado, para levá-la ao hospital. Ou seja, comete
um crime de trânsito para salvar a vida de sua esposa.
§ LEGÍTIMA DEFESA É: “Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente,
a direito seu ou de outrem” (é também conhecida como legítima defesa real).
ü Muito importante: observados os requisitos acima, também se considera em
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco
de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crime. Lembre-se do
caso do “sniper”, no RJ.
ü Atenção: a justificativa para um PRF que mata uma pessoa em serviço,
obedecendo aos requisitos legais, é legítima defesa (não há estrito
cumprimento do dever legal de matar ou exercício regular de direito).
§ Legítima defesa putativa:
ü Trata-se de uma hipótese que imaginária. É aquela que o agente, por erro,
acredita existir uma agressão injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
ü Ex: A foi jurado de morte por B. Em determinada noite, em uma rua escura,
encontram-se. B coloca a mão no bolso, e A, acreditando que ele iria pegar
uma arma, mata-o. Posteriormente, descobre-se que B iria lhe oferecer uma
Bíblia, pois havia se convertido.
ü A legítima defesa putativa não exclui a ilicitude da conduta, mas pode isentar
de pena, se o erro for inevitável. Se for evitável, pode responder por crime
culposo.
§ Legítima defesa sucessiva: havendo excesso, permite-se a defesa legítima do
agressor inicial. O agressor inicial, contra o qual se realiza a legítima defesa, tem o
direito de defender-se do excesso, uma vez que o agredido, pelo excesso,
transforma-se em agressor injusto. Ocorre uma troca de papel entre agressor e
agredido, em razão do excesso de defesa da vítima inicial.
ü CEBRASPE considerou correta a seguinte assertiva: “Nos termos do Código
Penal e na descrição da excludente de ilicitude, haverá legítima defesa
sucessiva na hipótese de excesso, que permite a defesa legítima do agressor
inicial”.
§ Estrito cumprimento de dever legal: toda obrigação que for extraída direta ou
indiretamente de LEI. Podem agir em estrito cumprimento de dever legal os PRF’s,
por exemplo, ao efetuarem uma prisão de alguém com mandado de prisão expedido
pelo juiz competente. Outro exemplo de estrito cumprimento do dever legal: em
abordagem de elevada suspeita criminal, o PRF pede ao condutor que desça do

110
veículo. Caso o PRF retire o condutor de dentro do veículo usando a força, estará
ele amparado pelo estrito cumprimento do dever legal.
§ Exercício regular do direito: são aquelas situações relacionadas à pessoa comum,
em que essas exercem todos os seus direitos que a lei franqueia.

Excesso punível:
§ No caso de excesso nas excludentes de ilicitude, o sujeito responderá pelo excesso
doloso ou culposo.
§ O CEBRASPE cobrou esse tópico da seguinte forma:
ü “A responsabilidade penal do agente nas hipóteses de excesso doloso ou
culposo aplica-se a todas as seguintes causas de excludentes de ilicitude
previstas no CP: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento
de dever legal ou exercício regular de direito”. Questão correta.
ü Segundo o Código Penal, o agente que tenha cometido excesso quando da
análise das excludentes de ilicitudes será punido apenas se o tiver cometido
dolosamente. Questão incorreta.
§ O excesso pode ser:
ü Intensivo: a defesa acontece enquanto ainda está sofrendo agressão. O meio
utilizado é desproporcional: uma pessoa franzina agride com tapas um lutador
faixa preta de 2m de altura, e, enquanto os tapas estão sendo dados, o lutador
se defende com uma bazuca, explodindo a vítima (exemplo ridículo ajuda a
memorizar).
ü Extensivo: acontece quando a agressão já acabou. Aqui, a duração da defesa
é desproporcional, perdurando após a agressão já ter acabado (lembre-se
do(a) que acabou com você).
§ O CEBRASPE cobrou o tópico da seguinte forma em prova da PF: “Considere que
João, maior e capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido, também
maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um
guarda-chuva e continue desferindo nele vários golpes, mesmo estando o
desconhecido desacordado. Nessa situação hipotética, João incorre em excesso
intensivo”. Questão errada, pois a agressão já havia terminado. Logo, é excesso
extensivo.
§ Comentário do CEBRASPE sobre a questão acima: “Conforme preleciona a doutrina,
a referida situação hipotética configura “excesso extensivo, o qual ocorre quando o
agente, tendo atuado nos limites impostos pela legítima defesa, depois de ter feito
cessar a agressão, dá continuidade à repulsa praticando, assim, neste segundo
momento, uma conduta ilícita. O excesso extensivo é, pois, um excesso na duração
da defesa, enquanto o excesso intensivo é um excesso em sua virtualidade lesiva”.

111
Culpa consciente x culpa inconsciente x dolo eventual:
§ Na culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas acredita que ele não irá ocorrer
(lembre-se do atirador de facas).
§ Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado, mas ele ocorre por
imprudência, negligência ou imperícia.
§ No dolo eventual, o agente prevê a possibilidade de ocorrência do resultado, mas
pouco se importa se vai ocorrer ou não.

Crime consumado x crime tentado:


§ Consumado: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
§ Tentado: quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do agente.
ü O nosso Código adotou, como regra, a teoria OBJETIVA, punindo-se a
tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3.
§ Desistência voluntária e arrependimento eficaz: o agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução (desistência voluntária) ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados (arrependimento eficaz).
ü Nesses casos, não responde pela tentativa, mas pelo que praticou.
§ Arrependimento posterior: nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça
à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível:
§ O crime é dito impossível quando não há, em razão da ineficácia do meio
empregado, violação, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tutelado pelo
tipo penal (entendimento do CESPE).
§ O que diz o CP: “Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”.
§ Exemplo de ineficácia absoluta do meio: tentar matar por meio de disparo de arma
de fogo utilizando uma arma de brinquedo (por desconhecimento).
§ Exemplo de absoluta impropriedade do objeto: tentar matar uma pessoa que já está
morta.

Omissão:

§ Omissão própria: a omissão vem descrita na própria lei. Não admite tentativa.
Exemplo: omissão de socorro (art. 135 do CP).
§ Omissão imprópria: o agente tem o dever de agir para evitar o resultado. Não o
fazendo, responderá pela sua omissão (art. 13, parágrafo segundo, do CP). O dever
de agir advém das seguintes situações:
ü Quando tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

112
ü Quando, de outras formas, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado
(garantidor – exemplo: enfermeira);
ü Quando, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado.

CULPABILIDADE
CULPABILIDADE

POTENCIAL
EXIGIBILIDADE DE
IMPUTABILIDADE CONSCIÊNCIA DA
CONDUTA DIVERSA
ILICITUDE

EXCLUDENTE:
ABAIXO, AS ABAIXO, AS
EXCLUDENTES EXCLUDENTES ERRO DE PROIBIÇÃO
INEVITÁVEL

OBEDIÊNCIA
MENORIDADE
HIERÁRQUICA

DOENÇÅ MENTAL OU
COAÇÃO MORAL
DESENVOLVIMENTO
IRRESISTÍVEL
MENTAL RETARDADO

EMBRIAGUEZ
COMPLETA POR CASO
FORTUITO OU FORÇA
MAIOR

Causas de Exclusão da Culpabilidade

Excludentes da imputabilidade:
§ Imputabilidade é aptidão para recebimento da pena.
§ São excludentes legais da imputabilidade:
ü Ser menor de idade: os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis.
Trata-se de critério biológico.
§ Menor de idade não pratica crime, mas ato infracional (ECA).
§ A emancipação civil não tem relevância.
ü Embriaguez acidental completa: é isento de pena o agente que, por
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

113
§ Exemplo de caso fortuito: o agente ignora a natureza inebriante daquilo
que ingere.
§ Exemplo de força maior: o agente é forçado a beber.
ü É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. Trata-se de critério biopsicológivo.
§ A inimputabilidade deverá ser analisada de acordo com o caso
concreto através do incidente de insanidade.

Não excluem a imputabilidade:


§ Semi-imputabilidade: apena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ Emoção e paixão: podem funcionar como circunstâncias atenuantes apenas ou
como causa de diminuição da pena (a exemplo do homicídio).
§ Embriaguez não acidental:
o Dolosa: o agente ingere substância inebriante de forma voluntária com o
objetivo de embriagar-se. O CP adotou a teoria da actio libera in causa (ação
livre na causa), não afastando a culpabilidade.
o Culposa: ingere sem o intuito de embriagar-se. Não afasta a culpabilidade.
o Se a embriaguez for patológica, poderá se comparar à doença mental.
§ Embriaguez acidental incompleta: o agente mantém sua capacidade de
entendimento e de autodeterminação. Não afasta a culpabilidade. A sanção aplicada
poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3.

Embriaguez preordenada:
§ O agente se embriaga de forma voluntária para praticar um crime. Configura situação
agravante.

Excludentes da exigibilidade de conduta diversa:


§ Só há culpabilidade (e, portanto, crime) se fosse exigível do sujeito que praticasse
conduta diversa daquela realizada. Há situações em que o sujeito é “forçado” a
praticar o crime.
§ Coação moral irresistível (vis compulsiva):
ü Mediante emprego de grave ameaça, o agente é pressionado a realizar o
crime. É afastada a culpabilidade do agente. Exemplo: gerente do banco
passa a senha do cofre sob a ameaça de ter a família refém.
ü Não confunda com a coação física irresistível (vis absoluta), a qual afasta a
conduta humana, tornando o fato atípico.

114
§ Na coação física, não há dolo. Exemplo: alguém força o dedo de uma
pessoa a puxar o gatilho e matar outra pessoa. Conduta atípica para
aquele que sofreu coação física.
§ Na coação moral irresistível, há dolo.
ü Se a coação moral for resistível, haverá apenas atenuação da pena.
§ Obediência hierárquica:
ü Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
ü Se a ordem for manifestamente ilegal, responderão o superior e o
subordinado pelo crime.
Excludentes da potencial consciência da ilicitude:
§ Uma pessoa só pode ser culpabilizada se o autor do crime tiver ou puder conhecer
as circunstâncias que conferem caráter de ilicitude ao fato.
§ Vamos a um exemplo: Ciclano, pessoa muito pobre, que vive isolado nas montanhas,
com a esposa doente, corta uma lasca de um tronco de uma árvore medicinal para
um chá, cometendo crime ambiental. Ciclano não tinha aptidão nenhuma para
adquirir a consciência da ilicitude da conduta. Nesse caso, resta caracterizado o que
se chama de erro de proibição invencível (inevitável), ficando isento de pena.

§ Erro de proibição:

INEVITÁVEL EVITÁVEL
O agente não era capaz de conhecer o O agente era capaz de conhecer o
caráter ilícito da conduta caráter ilícito da conduta.
Exclui a potencial consciência da Não exclui a potencial consciência da
ilicitude. ilicitude.
O agente é isento de pena. O agente é punível, com pena reduzida
de 1/6 a 1/3.

§ Não confunda erro de tipo com erro de proibição: no erro de tipo, o agente não
sabe o que faz, tendo falsa percepção da realidade. Ele não tem dolo. Afeta a
tipicidade da conduta. Exemplo: depois de um jantar com colegas da empresa, ao ir
embora, pega o celular de outra pessoa, pensando ser o seu. Em tese, cometeu
crime de furto. Contudo, o crime é afastado pelo erro de tipo.

PUNIBILIDADE E CAUSAS DE EXTINÇÃO


§ A extinção da punibilidade é a perda do direito do Estado de punir o agente autor de
fato típico e ilícito, ou seja, é a perda do direito de impor sanção penal.
§ O art. 107 do CP trata das seguintes causas de punibilidade:
ü pela morte do agente;
ü pela anistia, graça ou indulto;
§ Anistia: concedida por lei, apagando os efeitos penais (efeitos civis
permanecem).

115
§ Graça: concedida por decreto do Presidente da República (é
individual).
§ Indulto: concedido por decreto do Presidente da República (é coletivo,
não tendo destinatário certo).
ü pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso
(abolitio criminis);
ü pela prescrição, decadência ou perempção;
ü pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada;
ü pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
§ Extinção da punibilidade no crime de peculato culposo: a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.
§ A Lei 9.099 também trata da extinção da punibilidade, por meio dos institutos da
transação penal e da suspensão condicional do processo.

CRIMES CONTRA A PESSOA


Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122):

§ Tipo penal: induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou


prestar-lhe auxílio material para que o faça.
§ A pena é duplicada nos seguintes casos:
ü se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
ü se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de
resistência.
§ A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
§ Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de
rede virtual.

§ Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e
resulta lesão corporal de natureza gravíssima, o agente irá responder domo se
tivesse praticado lesão corporal gravíssima.
§ Se o crime for cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, e
resulta morte, o agente irá responder como se tivesse praticado homicídio.

116
Feminicídio (qualificadora do homicídio – maior gravidade da pena):

§ É crime a prática de homicídio contra mulher por razões de sua condição de sexo
feminino.

§ É necessário que envolva: violência doméstica e familiar ou fato motivado por


menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Homicídio contra autoridades (qualificadora do homicídio – maior gravidade da


pena):

§ É crime a prática de homicídio contra autoridade ou agente das forças armadas, das
polícias, dos bombeiros militares, dos do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Roubo (art. 157):

§ Tipo penal: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência.
§ Importante saber: se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo, a pena aumenta-se de dois terços. Segundo a jurisprudência, não é necessário
que a arma seja apreendida e periciada, desde que o seu uso no roubo seja provado
por outros meios de prova, tais como a palavra da vítima e testemunhas.
§ Para o STJ, é desnecessário o exame pericial para que possa ser aplicada a
majorante do emprego de arma no crime de roubo.

Extorsão (art. 158):

§ Tipo penal: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o


intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa.
§ No crime de roubo e no crime de extorsão, o agente pode-se utilizar dos mesmos
modos de execução, consistentes na violência ou grave ameaça. A diferença
fundamental existente entre os dois delitos consiste em que, no crime de extorsão,

117
pretende-se um comportamento da vítima, restando um mínimo de liberdade de
escolha, enquanto, no crime de roubo, o comportamento não é essencial.
§ Exemplo: o agente, empregando uma arma de fogo, constrangendo a vítima a
efetuar uma transferência de dinheiro para a sua conta digitando a senha no caixa
eletrônico.
§

Estelionato (art. 171):

§ Tipo penal: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento.
§ O crime não depende de representação nos casos em que a vítima for:
ü Administração Pública, direta ou indireta;
ü Criança ou adolescente;
ü Pessoa com deficiência mental;
ü Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
§ Aplica-se a pena em dobro se o crime é cometido contra idoso.

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE PESSOAL (O MAIS


RELEVANTE)

Nos crimes contra a dignidade pessoal:


ü A pena é aumentada de metade a 2/3 se do crime resulta gravidez.
ü A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se o agente transmite doença sexualmente
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
ü A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se a vítima é idosa ou pessoa com
deficiência.
ü Os processos correm em segredo de justiça.
Corrupção de menores:
Ação penal pública incondicionada.

CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL:


Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação da
vítima).

Importunação sexual: praticar contra alguém e sem a sua anuência


ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de
terceiro (crime bastante comum em transportes rodoviários de
passageiros – imagem ao lado extraída do site do TJDF).

118
Assédio Sexual: constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. A pena é aumentada
em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL:


Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação da
vítima).

Registro não autorizado da intimidade sexual: produzir, fotografar, filmar ou registrar,


por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo e privado sem autorização dos participantes.
Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso
de caráter íntimo.

DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEIS (A PRF TEM COMO FOCO O


COMBATE A ESSE TIPO DE CRIME):
Em tais crimes a ação penal é pública incondicionada (independe de representação
da vítima).

Estupro de vulnerável: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor
de 14 (catorze) anos.
Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
Aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter
mantido relações sexuais anteriormente ao crime.

Corrupção de menores: induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a


lascívia de outrem.
§ Veja crime previsto no ECA: Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como
tais definidos no caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além (...).

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança


ou adolescente ou de vulnerável: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra
forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.
§ Incorre nas mesmas penas:
ü I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de
18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita neste crime;

119
ü II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem
as práticas referidas neste crime. constitui efeito obrigatório da condenação
a cassação da licença de localização e de funcionamento do
estabelecimento.

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de


sexo ou de pornografia: oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento
da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia. Não há crime quando o agente
pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que
impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso
seja maior de 18 (dezoito) anos.

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Difusão de doença ou praga: difundir doença ou praga que possa causar dano a
floresta, plantação ou animais de utilidade econômica.

§ Modalidade culposa: no caso de culpa, a pena é de detenção.

Arremesso de projétil: arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado


ao transporte público por terra, por água ou pelo ar. Se do fato resulta lesão corporal,
a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art.
121 (homicídio), § 3º, aumentada de um terço.

Epidemia: causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos. Se do


fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. No caso de culpa, a pena é de
detenção.

Infração de medida sanitária preventiva: infringir determinação do poder público,


destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. A pena é
aumentada de 1/3, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de
médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

§ Quem não utilizou máscara durante o auge da pandemia, pode ser classificado neste
crime.

120
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos
alimentícios: corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto
alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo.

§ Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em
depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a
substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins


terapêuticos ou medicinais: falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais:

§ Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
§ Incluem-se entre os produtos a que se refere este crime os medicamentos, as
matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de
uso em diagnóstico.

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA


Não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a fé pública.
Moeda falsa (principais aspectos):
§ Responde pelo crime (pena de reclusão) de moeda falsa quem falsificar, fabricando-
a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
estrangeiro.
§ Nas mesmas penas incorre quem: por conta própria ou alheia, importa ou exporta,
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda
falsa.
§ IMPORTANTE: quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção.

Falsidades (principais aspectos):


§ Caracteriza o crime da falsidade ideológica omitir que está empregado ao
preencher cadastro público para obtenção de benefício social. O crime de omitir
declaração em documento (público ou particular) que dele devia constar,
configura o crime de falsidade ideológica se com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
ü As condutas da falsidade ideológica são: omitir, inserir e fazer inserir.

121
ü Utilizar a CNH do irmão para dirigir não comete o crime de falsidade
ideológica, mas de falsa identidade.
§ Trocar a foto do documento de identificação por outra, própria, mais recente:
não é crime, mas fato atípico.
§ Na CNH, alterar por conta própria o nome que lá consta: é crime de falsificação
de documento público.
§ Falsificação de documento público: “falsificar, no todo ou em parte, documento
público, ou alterar documento público verdadeiro”. Nas mesmas penas incorre quem
insere ou faz inserir:
ü I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;
ü II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
ü III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado.
** Esse assunto foi abordado em prova do CEBRASPE para agente da PCDF, em prova de
2013. A afirmativa a seguir foi considerada ERRADA: “O empresário que inserir na carteira de
trabalho e previdência social de seu empregado declaração diversa da que deveria ter escrito
cometerá o crime de falsidade ideológica”.

Adulteração de sinal identificador do veículo automotor:


§ Trata-se de crime combatido pela PRF (você terá aulas específicas contra fraude
veicular no curso de formação).
§ O crime consiste em adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal
identificador do veículo automotor, de seu componente ou equipamento.
§ A pena é aumentada em 1/3 se o crime for cometido por servidor no exercício da
função pública ou em razão.
§ Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento
ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material
ou informação oficial.
§ Segundo o STJ, colocar fita adesiva para alterar a placa do veículo, é crime
enquadrado neste delito.
§ Ainda para o STF, é conduta atípica a alteração de placa de semirreboque, pois não
é veículo automotor.

122
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Peculato (art. 312):

§ Tipo penal: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro


bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio.
§ Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
§ Peculato culposo: ocorre quando funcionário concorre culposamente para o crime
de outrem.
§ No peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Concussão (art. 316):


§ Tipo penal: exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

Advocacia administrativa (art. 321):


§ Tipo Penal: patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
§ Se o interesse é ilegítimo, a pena é maior.
§ Ainda que o interesse seja legítimo, há crime; ainda que use uma pessoa interposta
para realizar a advocacia, há crime.
§ Veja como o CESPE já cobrou (assertiva correta): Funcionário público que utilizar o
cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e alheio perante a administração
pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá o crime de advocacia
administrativa.

Corrupção (art. 333 e 317):


§ A corrupção ativa é crime comum (particular contra a administração), podendo
qualquer pessoa praticar.
§ Corrupção passiva é crime próprio, praticado por funcionário público (em sentido
amplo), contra a administração.
§ Corrupção passiva:
ü Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a
12 (doze) anos, e multa.

123
ü A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou
o pratica infringindo dever funcional.
ü Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena
- detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ Corrupção ativa:
ü Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2
(dois) a 12 (doze) anos, e multa.
ü A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.

Prevaricação (art. 319):


§ Fato típico: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

Condescendência criminosa (art. 320):


§ Fato típico: deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.

Contrabando (art. 334-A):

§ Fato típico: Importar ou exportar mercadoria proibida.


§ A pena é aplicada em dobro se o contrabando é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.
§ Sofre a pena do contrabando quem:
ü Importa ou exporta clandestinamente mercadoria que depende de
registro/análise (é mercadoria permitida, mas sem registro).
ü Reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação.
§ A jurisprudência do STF afasta a aplicação do princípio da insignificância aos crimes
de contrabando, independentemente do valor do bem.

Descaminho (art. 334):


§ Fato típico: Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
§ Significa não pagar os tributos devidos.

124
§ A pena é aplicada em dobro se o descaminho é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.
§ Sofre a pena do descaminho quem pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
permitidos em lei.
§ No descaminho, pode ser aplicado o princípio da insignificância.

125
crime de menor potencial ofensivo, poderá ser oferecida a transação penal e
não iniciar a ação penal (conforme Lei 9.099/95). Existe também o acordo de
não persecução penal.

§ Ação penal pública condicionada (à representação):


ü Depende de representação do ofendido ou de Requisição do Ministro da
Justiça.
§ Exemplo de requisição do Ministro da Justiça: crime contra a honra do
Presidente da República (não há prazo decadencial na requisição do
Ministro).
ü Sem a representação, o MP não pode dar início à ação.
ü Sobre a representação da vítima:
§ Deverá representar no prazo de 06 meses contados da data em que a
vítima tomou conhecimento do autor do delito.
§ Passado o prazo, há a decadência do direito (gerando extinção da
punibilidade).
§ Em caso de morte da vítima, o direito passa a (memorize essa ordem):
cônjuge, ascendente, descendente e irmão.
§ Retratação (desistir da representação): é possível até o oferecimento
da denúncia (é comum a pegadinha de substituir oferecimento por
recebimento – cuidado!).
§ A retratação da retração é aceita? Sim, desde que respeitado o prazo
de 6 meses.
§ Se a vítima/ofendido for menor ou incapaz: a representação é feita pelo
representante legal ou curador nomeado pelo juiz (se o interesse do
representante colidir com o do menor ou se não tiver representante).

§ Ação penal privada:


ü Há casos em que o interesse público é baixo, sendo a ação penal movida pela
própria vítima (exemplo: calúnia).
ü O prazo para ajuizamento da ação penal privada (chamada de queixa) é de 6
meses (prazo decadencial), contado da ciência de quem foi o autor do delito.
ü O ofendido não é obrigado a ajuizar a ação.
ü Caso o ofendido morra, poderão ajuizar a ação: cônjuge, ascendente,
descendente e irmão.
ü Se o ofendido renunciar ao exercício do direito de queixa em relação a um
dos autores do crime, a renúncia se estenderá a todos.
§ Renúncia tácita: praticar um ato que demonstre “perdão”, como
convidar o ofensor para ser padrinho de seu filho.
§ Renúncia expressa: informa formalmente que não deseja processar.
§ Também existe o perdão, que pode ocorrer dentro e fora do processo
– o perdão, para ser válido, deve ser aceito pela outra parte. Oferecido
o perdão a um dos réus, ele se estende a todos.

127
§ Ação penal privada subsidiária da pública:
ü É o caso que apresentamos acima, da Rita.
ü Se o MP não oferecer a denúncia no prazo de 15 dias, em regra, (indiciado
solto) ou de 05 dias (indiciado preso), o ofendido tem direito de ajuizar a
queixa-crime.
§ Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.
§ O ofendido tem 6 meses a partir do dia em que se esgota o prazo do
MP.

TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (LEI Nº


9.099/1995)

§ A Lei 9.099 tem aplicação às infrações de menor potencial ofensivo. São elas:
ü Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
ü Entenda: contravenção é diferente de crime. Infração penal é gênero do qual
são espécies a contravenção e o crime.

§ O que é TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência Criminal?


ü Para entender, vamos a um exemplo bem corriqueira da atividade da PRF: ao
abordar um veículo, em consulta aos sistemas policiais, verificou-se que o
condutor estava com direito de dirigir suspenso por condenação criminal.
Assim sendo, praticou o crime previsto no art. 307 do CTB (violar a
suspensão). Por tratar-se de um crime de menor potencial ofensivo (pena de
6 meses a 1 ano), o PRF não necessita encaminhar o indivíduo para a polícia
judiciária, podendo, ali no mesmo local, lavrar o TCO que, posteriormente,
será encaminhado ao judiciário.
ü Segundo a Lei 9.099: “A autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao
Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários”.
ü Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não
se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência

128
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

§ Fluxo do TCO:
ü Alguém comete uma infração criminal de menor potencial ofensivo.
ü É lavrado o TCO e encaminha-se imediatamente ao juizado o autor do
fato e a vítima ou o autor assume o compromisso de comparecer em
juízo.

§ O que é relevante sobre atos processuais para a PRF:


ü A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal.
ü Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno
e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de
organização judiciária.
ü Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades
para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62
desta Lei: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos
pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
ü Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
ü A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por
qualquer meio hábil de comunicação.
ü Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento
poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
ü A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou
por mandado. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará
as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto
em lei.
ü A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento
pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente
identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer
meio idôneo de comunicação.

129
DAS PROVAS

O que é prova:
§ O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
ü Inquérito policial colhe elementos informativos (não é prova, como regra).
ü Prova é aquela produzido sob contraditório judicial.
ü O Brasil NÃO adotou o sistema taxativo da prova (como regra) no CPP.
§ O CPP traz uma lista de provas. Porém, a doutrina admite outras
provas, como vídeos (provas inominadas), desde que respeitem as
regras constitucionais.
§ Há determinados fatos que não precisam ser provados:
ü Fatos evidentes: decorrem do raciocínio lógico.
ü Fatos notórios: todos sabem.
ü Presunção legal: a lei presume que tenha sido de tal forma.

Requisitos da prova e ônus da prova:


§ A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:
ü ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
§ Há quem diga que esta medida está tacitamente revogada, pois o juiz
não poderia mais agir de ofício (sem quem alguém peça a ele) desde o
pacote anticrime.
ü determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização
de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

Provas ilícitas:
§ São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
ü Exemplo: busca e apreensão sem ordem judicial.
§ São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (teoria dos frutos da
árvore envenenada), salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.
§ Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir
ao fato objeto da prova.
§ Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.

130
§ O CEBRASPE considerou correta as seguintes assertivas:
ü CPP não admite as provas ilícitas, determinando que devem ser
desentranhadas do processo as obtidas com violação a normas
constitucionais ou legais, inclusive as derivadas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente.
ü Provas obtidas por meios ilícitos podem excepcionalmente ser admitidas se
beneficiarem o réu.
ü A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores pode ser
usada como prova, mesmo que tenha sido feita sem qualquer autorização ou
sem o conhecimento de quem estava na outra ponta da linha.
ü A teoria dos frutos da árvore envenenada, de origem norte-americana e
consagrada na CF, proclama a mácula de provas supostamente lícitas e
admissíveis, obtidas, todavia, a partir de provas declaradas nulas pela forma
ilícita de sua colheita.

Meios de Prova (os mais relevantes):

Cadeia de custódia
§ Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados
para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou
em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.
§ A cadeia de custódia tem início:
ü Com a preservação do local do crime;
ü Ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio.
§ O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a
produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.
ü É o caso do PRF que se depara com uma cena de crime. Ele deverá isolar o
local para preservar o ambiente.
§ Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido,
que se relaciona à infração penal.
§ A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial,
que dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando
for necessária a realização de exames complementares
ü É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer
vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização.

131
Exame de corpo de delito e perícias
§ Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
§ Não sendo possível o exame de corpo de delito, por terem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
ü Para a jurisprudência, não só a prova testemunhal, mas qualquer prova pode
suprir o exame, quando desaparecidos os vestígios.
§ Nos crimes de menor potencial ofensivo, o exame de corpo de delito está
dispensado quando a inicial acusatória vier acompanhada de boletim médico (ou
prova equivalente) atestando o fato.
§ Será dada prioridade ao exame de corpo de delito quando se tratar de crime
que envolva:
ü Violência doméstica e familiar contra a mulher;
ü Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
§ Exige-se no exame de corpo e delito:
ü Um perito oficial ou
ü Dois peritos não oficiais.
§ O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em
parte (sistema liberatório de apreciação da prova pericial).

Confissão
§ A confissão não pode ser feita por procurador.
§ Não se admite confissão tácita.
§ Pode ser extrajudicial, mas terá menor valor probatório.
§ A confissão será divisível (pode valer só para uma parte da conduta) e retratável, sem
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

Prova documental
§ A fotografaria do documento, devidamente autenticada, tem o mesmo valor do
original.

Indícios:
§ Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.

Busca e apreensão
§ A busca e apreensão é utilizada por se obter uma prova.
§ Pode ocorrer na fase judicial ou na investigação policial.

132
§ Pode ser determinada de ofício (pelo juiz) ou a requerimento de qualquer das
partes.
§ A carta aberta pode ser objeto de busca e apreensão (segundo doutrina
majoritária).
§ As buscas domiciliares serão executadas de dia (do nascer ao por do sol), salvo se
o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-
o, em seguida a abrir a porta. Vale a mesma ideia quando se tiver de proceder a
busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva
ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou
atividade (exemplo: consultório particular, quarto de hotel, etc).
o Boleia de caminhão: segundo o STJ, arma apreendida no interior da boleia do
caminhão tipifica o crime de porte ilegal de arma de fogo, não considerando
o veículo como casa (se considerasse como casa, o crime seria de posse).
§ Quando ausentes os moradores, qualquer vizinho, se houver presente, será intimado
para assistir a diligência.

Busca pessoal (muito importante para PRF, pois faz parte do dia a dia)
§ É realizada quando há fundada suspeita para encontrar arma proibida ou
determinados objetos.
§ Não se exige ordem judicial. Exemplo: equipe da PRF em ronda visualiza uma pessoa
suspeita, com um volume na cintura com contornos de uma pistola, em um local de
alto índice de criminalidade. Será feita a busca pessoal no indivíduo e em seus
pertences, e inclusive no veículo de eventual suspeito (havendo fundada suspeita).
§ A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou
prejuízo da diligência.

PRISÃO
Temos dois tipos de prisão: a prisão pena (punição após sentença condenatória) e a
prisão de natureza cautelar (que não é pena). Para PRF, a única prisão com relevância
é a prisão em flagrante, já que se trata de uma polícia ostensiva.

§ Prisão em flagrante:
ü Quando alguém pratica um crime, será ele preso se a polícia o pegar em
flagrante.
ü O que é flagrante?
§ Flagrante próprio (ou real ou verdadeiro ou propriamente dito): o
indivíduo está cometendo a infração ou acaba de cometer o fato.
§ Flagrante impróprio: o indivíduo não é encontrado no local do fato,
mas se inicia uma busca imediata ao indivíduo (perseguição),
acabando ao final por ser preso.

133
§ Flagrante Presumido: o indivíduo é encontrado com objetos do crime
que fazem presumir que foi o autor do delito. Não necessita ter ocorrido
perseguição.
§ Flagrante Provocado: é um flagrante inválido, tratando-se de crime
impossível.
§ Flagrante Forjado: é um flagrante inválido que se refere a um fato que
não ocorreu, mas criado para incriminar o indivíduo.
ü Quem deve efetuar a prisão em flagrante?
§ Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo) e as autoridades
policiais e seus agentes deverão prender (flagrante obrigatório) quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.
ü Não podem ser presos em flagrante:
§ Menores de 18 anos (entre 12 e 18 podem ser apreendidos, mas não
presos – ECA).
§ Presidente da República.
§ Deputados Federais e Senadores: só podem ser presos em flagrante
de crime inafiançável.
§ Juiz e membro do MP: só podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável.
§ Diplomatas estrangeiros.
§ Aquele que, após cometer o delito, apresenta-se espontaneamente à
autoridade policial.
§ O autor de crime de menor potencial ofensivo só será preso se recusar
comparecer ao juizado ou se negar a assumir o compromisso de
comparecer em juízo.
ü Disposições legais:
§ Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor
(aquele que efetuou a prisão) e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e
ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
§ A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo
menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do
preso à autoridade.
§ Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
§ A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

134
ü Uso de algemas, conforme STF (P-R-F): Perigo – Resistência – Fuga
§ Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

Prevê a CF:
§ O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei

Prevê a legislação:
§ Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação
criminal quando:
ü o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
ü o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o
indiciado;
ü o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações
conflitantes entre si;
ü a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo
despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da
defesa;
ü constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
ü o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
§ As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para
identificar o indiciado.

135
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
§ Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá (principais):
ü apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais;
ü colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
ü ouvir o ofendido;

136
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
LEI Nº 5.553/1968 (APRESENTAÇÃO E USO DE
DOCUMENTOS E LEI Nº 12.037/2009 (IDENTIFICAÇÃO
CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO)

APRESENTAÇÃO E USO DE DOCUMENTOS


§ A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público
ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal,
ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive
comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional,
certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro.
ü Conforme o CTB, a CNH poderá ser recolhida (medida administrativa),
mediante recibo.
§ Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser retido
qualquer documento de identificação pessoal.

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO (ASPECTOS MAIS


RELEVANTES
§ Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação
criminal quando: (...) a identificação criminal for essencial às investigações policiais,
segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou
mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa.
§ No caso acima, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico
para a obtenção do perfil genético.
§ Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em
banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia
criminal.
§ Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso,
respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua
utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial.
§ A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá:
ü no caso de absolvição do acusado;
ü no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após decorridos
20 (vinte) anos do cumprimento da pena.
§ Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Banco
Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais.

137
§ Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e
voz dos presos provisórios ou definitivos quando não tiverem sido extraídos por
ocasião da identificação criminal.

LEI Nº 8.069/1990 (ECA – PRINCIPAIS ASPECTOS PARA A


PRF)

Autorização para viajar

§ Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para


fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis
sem expressa autorização judicial.
§ A autorização não será exigida quando:
ü a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
ü b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver
acompanhado:
§ 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
§ 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.
§ A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.
§ Viagem ao exterior: quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é
dispensável, se a criança ou adolescente:
ü I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
ü II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo
outro através de documento com firma reconhecida.
§ Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

Conselho tutelar
§ O conselho tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional.
§ É encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e
do adolescente.
§ Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública

138
local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para
mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
escolha.
§ O CT poderá requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, serviço social,
previdência, trabalho e segurança.

Crimes mais relevantes

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança


ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,


com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo
da internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso
de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990. (ou seja, se for crime hediondo)

LEI Nº 8.072/1990 (CRIMES HEDIONDOS - ASPECTOS


ESSENCIAIS)
§ Os crimes hediondos e os equiparados a hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia (conforme a CF) e insuscetíveis a indulto (conforme a lei).
§ Não são crimes hediondos, mas equiparados a hediondos: tráfico de drogas, tortura
e terrorismo.
§ O caso de homicídio contra o PRF é hediondo:
ü Homicídio ou lesão corporal dolosa de natureza gravíssima contra autoridade
ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício
da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

139
§ Segundo a Lei: a pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente
em regime fechado. Contudo, o STF declarou inconstitucional essa norma,
cabendo ao juiz fixar o regime inicial.
§ Homicídio simples não é crime hediondo.
§ Homicídio privilegiado não é crime hediondo.
§ Para o STF, tráfico privilegiado de drogas não é crime hediondo.
§ Outros exemplos de crimes hediondos:
ü Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido.
ü Tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição.
ü Furto qualificado pelo emprego de explosivo.
ü Organização criminosa, quando direcionada à prática de crime hediondo.
ü Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável.
ü Estupro.
ü Extorsão.
ü Roubo nas hipóteses: com uso de arma de fogo; restrição de liberdade da
vítima; lesão corporal grave ou morte.
ü Epidemia.

§ Delação premiada na associação criminosa: o participante e o associado que


denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento,
terá́ a pena reduzida de um a dois terços.

DECRETO N. 1.655/1995 E DECRETO 8.662/2019


(COMPETÊNCIA DA PRF)

DECRETO 1.655

§ À Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, integrante da estrutura regimental


do Ministério da Justiça, no âmbito das rodovias federais, compete:
ü I - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações
relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a
ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de
terceiros;
ü II - exercer os poderes de autoridade de polícia de trânsito, cumprindo e
fazendo cumprir a legislação e demais normas pertinentes, inspecionar e
fiscalizar o trânsito, assim como efetuar convênios específicos com outras
organizações similares;

140
ü III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito e os
valores decorrentes da prestação de serviços de estadia e remoção de
veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas excepcionais;
ü IV - executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamento
de vítimas nas rodovias federais;
ü V - realizar perícias, levantamentos de locais boletins de ocorrências,
investigações, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos
estabelecidos em leis e regulamentos, imprescindíveis à elucidação dos
acidentes de trânsito;
ü VI - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de
segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte
de cargas indivisíveis;
ü VII - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, bem como zelar
pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança,
promovendo a interdição de construções, obras e instalações não
autorizadas;
ü VIII - executar medidas de segurança, planejamento e escoltas nos
deslocamentos do Presidente da República, Ministros de Estado, Chefes de
Estados e diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessário,
e sob a coordenação do órgão competente;
ü IX - efetuar a fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias
federais, adotando as providências cabíveis contidas na Lei n° 8.069 de
13 junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
ü X - colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida,
os costumes, o patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e
roubos de veículos e bens, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis.
§ O documento de identidade funcional dos servidores policiais da Polícia Rodoviária
Federal confere ao seu portador livre porte de arma e franco acesso aos locais
sob fiscalização do órgão, nos termos da legislação em vigor, assegurando - lhes,
quando em serviço, prioridade em todos os tipos de transporte e comunicação.

141
DECRETO 9.662

§ À Polícia Rodoviária Federal cabe exercer as competências estabelecidas no § 2º do


art. 144 da Constituição, no art. 20 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 -
Código de Trânsito Brasileiro, no Decreto nº 1.655, de 3 de outubro de 1995, e,
especificamente: (Redação dada pelo Decreto nº 10.073, de 2019)
ü I - planejar, coordenar e executar o policiamento, a prevenção e a
repressão de crimes nas rodovias federais e nas áreas de interesse da
União;
ü II - exercer os poderes de autoridade de trânsito nas rodovias e nas estradas
federais;
ü III - executar o policiamento, a fiscalização e a inspeção do trânsito e do
transporte de pessoas, cargas e bens;
ü IV - planejar, coordenar e executar os serviços de prevenção de
acidentes e salvamento de vítimas nas rodovias e estradas federais;
ü V - realizar levantamentos de locais, boletins de ocorrências, perícias de
trânsito, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos, além de
investigações imprescindíveis à elucidação dos acidentes de trânsito;
ü VI - assegurar a livre circulação nas rodovias e estradas federais,
especialmente em casos de acidentes de trânsito, manifestações sociais
e calamidades públicas;
ü VII - manter articulação com os órgãos de trânsito, transporte, segurança
pública, inteligência e defesa civil, para promover o intercâmbio de
informações;
ü VIII - executar, promover e participar das atividades de orientação e
educação para a segurança no trânsito, além de desenvolver trabalho
contínuo e permanente de prevenção de acidentes de trânsito;
ü IX - informar ao órgão de infraestrutura sobre as condições da via, da
sinalização e do tráfego que possam comprometer a segurança do trânsito,
além de solicitar e adotar medidas emergenciais à sua proteção;
ü X - credenciar, contratar, conveniar, fiscalizar e adotar medidas de
segurança relativas aos serviços de recolhimento, remoção e guarda de
veículos e animais e escolta de transporte de produtos perigosos, cargas
superdimensionadas e indivisíveis;
ü XI - planejar e executar medidas de segurança para a escolta dos
deslocamentos do Presidente da República, do Vice-Presidente da
República, dos Ministros de Estado, dos Chefes de Estado, dos
diplomatas estrangeiros e de outras autoridades, nas rodovias e nas
estradas federais, e em outras áreas, quando solicitado pela autoridade
competente; e
ü XII - lavrar o termo circunstanciado de que trata o art. 69 da Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995.

142
LEI 9.099 (JUÍZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS) –
ASPECTOS RELEVANTES
§ O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou
a transação.
§ Juizados Especiais Criminais:
ü O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos,
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e
continência.
ü Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
ü O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima
e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
ü Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
ü A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por
qualquer meio hábil de comunicação.
ü Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por
seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos
danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa
de liberdade.
ü A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo
Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
juízo civil competente.
ü Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa ou representação.
ü Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao
ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que
será reduzida a termo.
ü O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
ü Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas, a ser especificada na proposta. Não se admitirá a proposta se ficar
comprovado:

143
§ I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
§ II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco
anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste
artigo;
§ III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e
suficiente a adoção da medida.
ü Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à
apreciação do Juiz. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou
multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

LEI 9.455/98 (CRIMES DE TORTURA)


§ Segundo a CF, a lei considerará inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a
prática da tortura.
§ O crime de tortura é prescritível.
§ Constitui crime de tortura:
ü I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental:
§ a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
ou de terceira pessoa;
§ b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
§ c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
ü II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
ü Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, também sofrerá pena.
§ Tortura qualificada: se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima a pena é mais grave.
ü Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
§ I - se o crime é cometido por agente público (caso do PRF);
• A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
emprego público e a interdição para seu exercício pelo

144
dobro do prazo da pena aplicada (é efeito automático da
condenação).
§ II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
§ III - se o crime é cometido mediante sequestro.
ü O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido
cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
se o agente em local sob jurisdição brasileira.
ü A lei prevê regime inicial fechado (salvo no caso daquele que se omite).
Contudo, há duvidas sobre a constitucionalidade dessa regra (portanto,
dificilmente será cobrada).
.

LEI Nº 9.605/1998 E SUAS ALTERAÇÕES: CAPÍTULOS III E V.

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO

§ Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se


os respectivos autos.
§ Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal
medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob
a responsabilidade de técnicos habilitados.
§ Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1o deste
artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições
adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar
físico.
§ Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a
instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.

PRINCIPAIS CRIMES:
§ Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou
nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão
competente: Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
ü Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata
pessoal do agente ou de sua família.
§ Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados
por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas
as penas cumulativamente.
§ Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:

145
ü I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
ü II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
ü III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Atenção ao verbo “transportar” – pertinência temática com a PRF.

§ Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:


ü em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;
ü para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
ü por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.
§ Quando o crime é culposo, a pena pode ser reduzida pela metade.

LEI Nº 10.826/2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO)

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de
uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que
seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela (visa evitar acidente)

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de


empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

146
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (manipula a arma)

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de
. O parágrafo único foi declarado
inconstitucional pelo STF.

ü Para o STJ, o crime se consuma independentemente de a arma estar municiada.


ü Se o laudo pericial reconhecer total ineficácia da arma e das munições, a conduta
é atípica (não é crime).

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha
como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. O parágrafo único foi
declarado inconstitucional pelo STF.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de


fogo ou artefato;

147
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente
a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer
modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem


autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração,


marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório,


munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer


forma, munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de


fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos (crime
hediondo).

• Migul de Justiça, fixou entendimento de que a


A jurisprudência do Superior Tribunal
arma irregular encontrada dentro da boleia configura o crime de porte ilegal
de arma de fogo. A boleia de um caminhão não pode ser considerada casa, nem
local de trabalho, para fins de configuração do delito de posse irregular de arma
de fogo, por não caracterizar residência ou local de trabalho, mas sim o
transporte de arma de fogo pelas vias públicas, sem autorização legal ou
regulamentar.

Comércio ilegal de arma de fogo (crime hediondo)

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.

A pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem


de uso proibido ou restrito.

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer


forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.

148
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente.

Tráfico internacional de arma de fogo (crime hediondo)

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade
competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade
competente, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.

A pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem


de uso proibido ou restrito.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória. (foi declarado inconstitucional pelo STF)

LEI Nº 11.343/2006 (DROGAS)

PARA USO PESSOAL


Ø Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para CONSUMO PESSOAL drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas (não
há prisão para o usuário):
o advertência sobre os efeitos das drogas;
o prestação de serviços à comunidade (prazo máximo de 5 meses ou 10, na
reincidência);
o medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
(prazo máximo de 5 meses ou 10, na reincidência).
Ø Se o usuário se recusar a cumprir as medidas educativas acima, de forma
injustificada, o juiz poderá submetê-lo sucessivamente a:

149
o a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
§ admoestação verbal;
§ multa.
Ø Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de
substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
Ø Critério de aferição do “uso pessoal”:
o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à NATUREZA e à QUANTIDADE da substância apreendida, ao
LOCAL e às CONDIÇÕES em que se desenvolveu a ação, às
CIRCUNSTÂNCIAS sociais e pessoais, bem como à CONDUTA e aos
ANTECEDENTES do agente.
Ø Atenção: o crime para o usuário ainda existe, embora não implique em prisão.

REPRESSÃO
Ø As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia
na forma, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo
lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação
do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.
Ø As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o
disposto no art. 243 da Constituição Federal.
o Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração
de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à
reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em
lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
o Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da
exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo
especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

CRIMES (principais)
Ø Em caso de prisão por tráfico de drogas ilícitas, o juiz poderá substituir a pena
privativa de liberdade por restritiva de direito.
o A vedação da conversão da pena do tráfico privilegiado em penas
restritivas de direitos foi declarada inconstitucional pelo STF em sede de

150
controle difuso. Sua eficácia foi suspensa pela Resolução nº 5/2012 do
Senado Federal.
Ø Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
ü § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
§ I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe
à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz
consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas;
§ II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas
que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
§ III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou
consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com
a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.
ü § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI nº 4.274) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ Marcha da maconha – o que entende o STF: “O Supremo Tribunal
Federal (STF) reforçou, nesta quarta-feira (23/11/11), a legalidade
dos eventos chamados “marcha da maconha”, que reúnem
manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Por
unanimidade, os ministros decidiram que esse tipo de manifestação
não pode ser considerado crime previsto no artigo 33, parágrafo 2º,
da Lei de Tóxicos (Lei nº 11.343/2006), o que configuraria afronta
aos direitos de reunião e de livre expressão do pensamento,
previstos na Constituição Federal”.
ü § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de
seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6
(seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento (..) , sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.

151
ü (tráfico privilegiado – não é hediondo) § 4o Nos delitos definidos no
caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto
a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde
que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização criminosa.
§ O STF tem aplicado esta minorante também às mulas do tráfico
(ex.: pessoa que não tem ligação com a organização criminosa, mas
que apenas recebe dinheiro para o transporte.
§ No mesmo sentido, o STJ: É possível o reconhecimento do tráfico
privilegiado ao agente transportador de drogas, na qualidade de
"mula", uma vez que a simples atuação nessa condição não induz,
automaticamente, à conclusão de que ele seja integrante de
organização criminosa.
Ø Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação,
preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três)
a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-
multa.
Ø Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um
sexto a dois terços, se:
ü I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e
as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito
(importante);
§ Súmula 607/STJ: "A majorante do tráfico transnacional de drogas
(art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova da
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a
transposição de fronteiras”.
§ CESPE/2018: Em um aeroporto no Rio de Janeiro, enquanto estava
na fila para check-in de um voo com destino a um país sul-
americano, Fábio, maior e capaz, foi preso em flagrante delito por
estar levando consigo três quilos de crack. Nessa situação, ainda
que não esteja consumada a transposição de fronteiras, Fábio
responderá por tráfico transnacional de drogas e a comprovação da
destinação internacional da droga levará a um aumento da pena de
um sexto a dois terços.
• Correto.
ü II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou
no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou
vigilância;
ü III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de

152
entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento
de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares
ou policiais ou em transportes públicos;
ü IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de
arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
ü V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes
e o Distrito Federal;
ü VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a
quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade
de entendimento e determinação;
ü VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Ø Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores
ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no
caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

DESTRUIÇÃO DAS DROGAS


§ Com prisão em flagrante (Art. 50 §4º):
ü O delegado faz a destruição somente após o juiz determinar;
ü O prazo máximo é de 15 dias contados da determinação do juiz;
ü Na presença do MP e da Autoridade Sanitária;
§ Sem prisão em flagrante (Art. 50-A):
ü A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em
flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à
realização do laudo definitivo.

LEI Nº 12.850/2013 (ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA)

§ A lei em questão tem pouca pertinência para a PRF. Contudo, sofreu modificação
recente, podendo vir a ser cobrada na prova.
§ Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

153
CRIME
§ Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta
pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa
dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao
exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações
criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público
a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o
exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes
ao cumprimento da pena.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei,
a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério
Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas
à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos
penais de segurança máxima.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa
ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de
regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional ou outros
benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção
do vínculo associativo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de
obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
§ Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial,
reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente
com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração
advenha um ou mais dos seguintes resultados:
ü I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização
criminosa e das infrações penais por eles praticadas;

154
ü II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da
organização criminosa;
ü III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da
organização criminosa;
ü IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
ü V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física
preservada.
§ § 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a personalidade
do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do
fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ § 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a
qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a
manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz
pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não
tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
§ São direitos do colaborador (dentre outros): - cumprir pena ou prisão cautelar em
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
§ Sentença, medida cautelar, ou recebimento de denúncia não podem ser
proferidas com fundamento exclusivo nas declarações do colaborador.
§ O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa sobre os
fatos objeto da colaboração.
§ Ação controlada:
ü Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou
administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para
que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de
provas e obtenção de informações.
ü § 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso,
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público (flagrante
retardado/postergado).
§ Infiltração de agentes: não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.

LEI 13.675/2018 (ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DA


SEGURANÇA PÚBLICA)
§ Compete à União estabelecer a Política Nacional de Segurança Pública e
Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer suas respectivas políticas, observadas as diretrizes da política nacional,

155
especialmente para análise e enfrentamento dos riscos à harmonia da convivência
social, com destaque às situações de emergência e aos crimes interestaduais
e transnacionais.
§ É instituído o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que tem como órgão
central o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e é integrado pelos
órgãos de que trata o art. 144 da Constituição Federal , pelos agentes
penitenciários, pelas guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e
operacionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma cooperativa,
sistêmica e harmônica.
§ São integrantes estratégicos do Susp:
ü I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio
dos respectivos Poderes Executivos;
ü II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três entes
federados.
§ São integrantes operacionais do Susp: a PRF, dentre os outros (PF, PC, etc).
§ A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, quando não
dispuserem de condições técnicas e operacionais necessárias à implementação do
Susp.
§ Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias urbanas, rodovias, terminais
rodoviários, ferrovias e hidrovias federais, estaduais, distrital ou municipais, portos e
aeroportos, no âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o
órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado o sigilo das
investigações policiais.

LEI Nº 13.869/2019 (ABUSO DE AUTORIDADE – PRINCIPAIS


DISPOSITIVOS COM PERTINÊNCIA PARA A PRF)

§ Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente
público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando
praticadas pelo agente com a finalidade específica de:
ü prejudicar outrem
ü ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro,
ü ou por mero capricho ou satisfação pessoal.
§ A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não
configura abuso de autoridade.
ü Portanto, não comete abuso de autoridade o PRF que se confunde na
interpretação da lei, removendo um veículo quando deveria apenas reter.
§ Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

156
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
pelo caput deste artigo.
§ Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.
§ São efeitos da condenação a quem comete abuso de autoridade:
ü I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime,
devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando
os prejuízos por ele sofridos;
ü II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos (requer reincidência e
não é automático, devendo ser declarado na sentença);
ü III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública (requer
reincidência e não é automático, devendo ser declarado na sentença).
ü As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade
previstas nesta Lei são:
§ I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
§ II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo
prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e
das vantagens;
ü As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
ü Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-
disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de
dever legal ou no exercício regular de direito.

CRIMES (os mais pertinentes à atividade da PRF)

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade


judiciária no prazo legal.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva


à autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se


encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

157
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão


preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou


redução de sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada
à violência.

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião


de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório
em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso


noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido,
consentir em prestar declarações:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da


vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer
nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições
estabelecidas em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

158
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a
imóvel ou suas dependências;

II - (VETADO);

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma
horas) ou antes das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver
fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação
de flagrante delito ou de desastre.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado


de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo
óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime,
prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à


violência.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou


fiscalização, por meio manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer


ou de não fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou
invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.

159
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
§ Dentre outras características, os direitos humanos são imprescritíveis, inalienáveis,
indisponíveis, universais e indivisíveis.
§ Os direitos fundamentais são os direitos humanos reconhecidos por um Estado e
positivados em uma Constituição (ordem interna de um Estado).
§ A dignidade da pessoa humana constitui fundamento da República Federativa do
Brasil.
§ O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.
§ A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para, dentre outras
hipóteses, assegurar a observância do princípio constitucional dos direitos da
pessoa humana.
§ Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes
de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá́
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
§ Direitos fundamentais de primeira dimensão (ideia de LIBERDADE):
ü Foco na liberdade do indivíduo em relação ao Estado (direitos de resistência
frente ao Estado). São os direitos civis, políticos e liberdades. Exemplo: direito
de ir e vir.
§ Direitos fundamentais de segunda dimensão (ideia de IGUALDADE):
ü Foco nos direitos sociais, culturais e econômicos. Exige-se um “fazer” do
Estado, uma prestação. Exemplo: direito à educação e à saúde.
§ Direitos fundamentais de terceira dimensão (ideia de FRATERNIDADE):
ü São direitos transindividuais destinados à proteção do gênero humano. Ideias
de: fraternidade, direito ao ambiente, progresso, paz, autodeterminação dos
povos e demais direitos difusos.
§ Principais direitos previstos na CF:
ü ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
ü nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido (é o princípio da intranscendência da pena);
ü é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
ü às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
ü a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

160
ü não haverá penas:
§ a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;
§ b) de caráter perpétuo;
§ c) de trabalhos forçados;
§ d) de banimento;
§ e) cruéis;
ü ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
ü o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
ü o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
ü o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
ü não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel (o
Pacto de São José da Costa Rica veda a prisão do depositário infiel).
§ A Constituição Federal traz um rol não-exaustivo de direitos fundamentais, ou seja,
há outros direitos nela não previstos decorrentes dos princípios e tratados.
§ Vedação ao retrocesso: os direitos fundamentais devem ser ampliados, mas não
reduzidos (“efeito cliquet”).

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E OS TRATADOS


INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
§ Segundo a CF: “Art. 5º, §3º. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais.” Você deve memorizar esse artigo.
§ Tratados e convenções sobre DH aprovados conforme o art. 5º, §3º, da CF, não
equivalem a normas constitucionais originárias, mas a emendas constitucionais, ou
seja, normas constitucionais derivadas.
§ Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, se o tratado ou convenção
internacional sobre direitos humanos tiver sido aprovado antes de 2004, ou
seja, antes da regra do art. 5º, §3º, da CF, terá́ ele valor supralegal, ou seja,
abaixo da Constituição Federal, mas acima de todas as leis. Este tema é bastante
cobrado em concurso público!
o É o caso da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (Pacto de São
José da Costa Rica).
§ Por outro lado, se o tratado ou convenção internacional não for sobre direitos
humanos, ele terá força de lei ordinária.

161
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
§ Segundo entendimento do CEBRASPE: “Consensualmente considerada um
prolongamento natural da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU, 1945), a
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada pela Assembleia-
geral da ONU em 1948 (Resolução 217–A). O documento reflete o desejo de paz,
justiça, desenvolvimento e cooperação internacional que tomou conta de quase todo
o mundo após duas grandes guerras no espaço de apenas duas décadas.”
§ Características da DUDH:
ü Faz parte do Sistema Global de Proteção aos Direitos Humanos.
ü A declaração não apresenta um rol fechado de direitos, podendo ser
ampliado.
ü Fundamenta-se na ideia de que todos nascem iguais em dignidade e direitos.
ü Orienta-se pelos princípios da universalidade, igualdade e não-discriminação.
ü Não trata da pena de morte.
ü Os exercícios de direitos não podem justificar a violação dos direitos de
outrem. A DUDH de 1948 marca a internacionalização dos direitos humanos,
sendo o primeiro documento de dimensão mundial a tratar de tal forma o tema
dos direitos humanos.
ü A Declaração Universal dos Direitos Humanos não prevê̂ expressamente
instrumentos ou órgãos próprios para sua aplicação compulsória.
ü A DUDH não é um tratado, mas resolução.

Aspectos mais relevantes do texto da DUDH cobrados em provas anteriores do


CEBRASPE:

§ Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.


§ Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
§ Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
§ Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
§ Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
§ Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
§ Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será
imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao
ato delituoso.

162
§ Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
em outros países.
§ Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das
Nações Unidas.
§ Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
§ Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
§ A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto
ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
§ Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
§ Todo ser humano tem direito à educação. A educação será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A educação elementar será obrigatória. A
educação técnico-profissional será acessível a todos, bem como a educação
superior, esta baseada no mérito.
§ No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas
às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as
justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
democrática.
§ Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS


Possui status infraconstitucional e supralegal.

Abaixo, as principais regras cobradas em provas pelo CEBRASPE:

§ Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.


§ Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser
protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente.
§ Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
§ Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
§ Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos
ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito
devido à dignidade inerente ao ser humano.
§ A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
§ Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias
excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de
pessoas não condenadas.

163
§ Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos
e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu
tratamento.
§ As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a
readaptação social dos condenados.
§ Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos
países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade
acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no
sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta por um juiz ou tribunal
competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade, nem a capacidade
física e intelectual do recluso.
§ Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios:
o a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em
cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade
judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob
a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os
executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias
ou pessoas jurídicas de caráter privado;
o b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de
consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
o c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a
existência ou o bem-estar da comunidade;
o d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
§ Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e
notificada, sem demora, da acusação ou das acusações formuladas contra ela.
§ Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença
de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o
direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo
de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que
assegurem o seu comparecimento em juízo.
§ Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de
obrigação alimentar.
§ Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um
prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial,
estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal
formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter
civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
§ Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência,
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda
pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
o a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou
intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;

164
o b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
o d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por
um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular,
com seu defensor;
o e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo
Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não
se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido
pela lei;
o f) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se
culpada.
§ A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.
§ O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido
a novo processo pelos mesmos fatos.
§ O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
§ Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que
foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável.
§ Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da
ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição
de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.
§ Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido
condenada em sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
§ Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito
inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer
natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma
impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha.
§ O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito à censura
prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente previstas
em lei e que se façam necessárias para assegurar:
o a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
o b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da
moral públicas.
§ A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo
exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da
adolescência.
§ A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao
ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à
hostilidade, ao crime ou à violência.
§ Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seus
prejuízos por meios de difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao
público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação
ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.

165
§ Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirá das outras responsabilidades
legais em que se houver incorrido.
§ Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição de menor
requer, por parte da sua família, da sociedade e do Estado.
§ Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional e nem ser
privado do direito de nele entrar.
§ O estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado-parte na
presente Convenção só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada
em conformidade com a lei.
§ Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em
caso de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos,
de acordo com a legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais.
§ Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro país, seja ou
não de origem, onde seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de
violação em virtude de sua raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas
opiniões políticas.
§ É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
§ Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a
independência ou segurança do Estado-parte, este poderá adotar as disposições
que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da situação,
suspendam as obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o
Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma fundada em motivos de
raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social.
§ A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados nos
seguintes artigos: 3 (direito ao reconhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito
à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão), 9
(princípio da legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião),
17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à
nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a
proteção de tais direitos.
§ Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar
danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo,
poderá tomar as medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de
assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar
a pedido da Comissão.

166
LÍNGUA PORTUGUESA
§ Emprego facultativo de vírgula:
o Quando a expressão adverbial for de curta extensão e vier no início da frase,
pode-se ou não a isolar com a vírgula: “Na PRF, trabalhamos de forma
intensa”.
o Com orações adverbiais: “irei a praia amanhã, se não chover”. Com vírgula ou
sem a oração estaria certa. Contudo, o uso da vírgula dá mais ênfase.
o Depois de algumas conjunções: “Ele estudou muito para a prova da PRF
durante a madrugada. Conjunções: entretanto, portanto, todavia, por isso.
§ Emprego facultativo de crase:
o Diante de nomes próprios femininos: entreguei a chave da viatura a Paula.
o Diante de pronome possessivo feminino: cedi o fuzil a minha colega.
o Depois da preposição até: fui até a sede da PRF.
§ Haver:
o Haver com o sentido de existir ou ocorrer: verbo fica no singular. Ex.: Havia
dez candidatos.
o Quando “haver” admitir sujeito: eles haverão de entender isso em algum dia

§ Onde: Indica lugar em que algo ou alguém está (localização), deve ser utilizado
somente para substituir vocábulo que expressa a ideia de lugar. Ex.: Não sei onde
fica a sede da PRF.
§ Aonde: Expressa a ideia de destino, movimento, conforme exemplos a seguir: Aonde
você irá depois da formatura do curso de formação da PRF?
§ Esse: use “esse” e suas variações (nesse, nessa, essa) para retomar um tempo que
já foi mencionado. Exemplo: Turquinho foi o primeiro policial rodoviário federal. Esse
policial...

§ Conjunções coordenativas (extraídas do site: soportugues.com.br):


o Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de adição. São elas:
e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como,
não só... mas ainda. Por exemplo: A sua pesquisa é clara e objetiva. Ela não
só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.
o Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de
contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto, não obstante. Por exemplo: Tentei chegar mais cedo,
porém não consegui.
o Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou
escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou...
ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Por exemplo: Ou
escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

167
o Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de
conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto,
por conseguinte, por isso, assim. Por exemplo: Marta estava bem preparada
para o teste, portanto não ficou nervosa.
o Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica
a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Por exemplo: Não demore, que o filme já vai começar.

o ATENÇÃO – CESPE gosta de cobrar em suas provas:


§ “e” pode ter sentido adversativo: Carlos fala, e não faz.
§ Senão é conjunção adversativa quando equivale a “mas assim”:
“Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade”.
§ Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no
início da oração: as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no
início ou no meio. Por exemplo:
• Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a
resposta.
• Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a
resposta.
§ A palavra "pois", quando é conjunção conclusiva, vem geralmente
após um ou mais termos da oração a que pertence. Por exemplo: Você
o provocou com essas palavras; não se queixe, pois, de seus ataques.
o Quando é conjunção explicativa, "pois" vem, geralmente, após um verbo no
imperativo e sempre no início da oração a que pertence. Por exemplo: Não
tenha receio, pois eu a protegerei.

§ Uso do travessão:
o Pode ser usado para indicar a fala de um personagem.
o Separar expressões ou frases explicativas.
o Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos.

§ De encontro a X ao encontro de:


o De encontro a: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-
se com”. Ideia de discordância.
o Ao encontro de: é uma expressão usada para indicar concordância.

§ O “porque” junto é uma conjunção que indica causa, motivo, justificativa ou


explicação. Um exemplo: "Eu não fui porque estava estudando para a PRF".
§ Por quê: deve ser empregado somente no fim da oração, tendo o mesmo significado
de “por que”.

168
INFORMÁTICA
Internet das coisas:

§ Rede de objetos físicos capaz de se reunir e de transmitir dados.


§ Busca-se conectar os itens (celulares, sensores, etc) usados à internet, colhendo
benefícios a partir disso. Hoje, temos geladeiras, carros, celulares, relógios e uma
série de objetos conectados à internet.

Big data:

§ Conceito relacionado à capacidade de lidar com grande volume de dados, em alta


velocidade, a fim de se atingir uma finalidade.
§ Os 5 V’s relacionados ao conceito de Big Data:
ü Volume: capacidade de lidar com u
infinidade de volume de informações/dado
ü Velocidade:
criados em grande velocidade, obje
que os dados sejam tratados em tempo re
ü Variedade:
e toda forma de organização de dados
relações entre uns e outros (imagens, tw
movimentos das estrelas,etc).
ü Veracidade: ao lidar com os dados,
necessário que se verifique quais são os dados verdadeiros e e quais são
falsos.
ü Valor: está relacionado ao uso que a organização fará com a ferramenta. O
Big Data tem utilidade na busca de determinado objetivo. Uma infinidade de
dados, por si só, não possui valor, mas quando processados, com o objetivo
de atingir uma determinada finalidade, o valor é alcançado. Exemplo:
determinada organização governamental pode ter uma infinidade de dados
envolvendo transações bancárias. A partir do Big Data, tais informações
poderão ser processadas buscando-se operações financeiras irregulares,
envolvendo lavagem de dinheiro obtido a partir de atividade criminosa. Os
dados, então, passam a ganhar valor.

§ Assertivas importantes para a prova:


ü Com o Big Data, os dados são gerados/colhidos e processados.
ü É o processo utilizado para analisar grandes volumes de dados.
ü Quanto maior a quantidade de dados, maior é o esforço para extrair
informações úteis.

169
ü A PRF pode, por exemplo, coletar uma infinidade de dados de veículos que
trafegam nas rodovias e cruzar com bancos de dados do governo, extraindo
informações relevantes sobre os veículos. Com isso, o trabalho policial se
torna mais eficiente e direcionado, utilizando-se do Big Data.
ü Segundo o CESBRASPE: A Big Data pode ser utilizada na EAD (ensino à
distância) para se entender as preferências e necessidades de aprendizagem
dos alunos e, assim, contribuir para soluções mais eficientes de educação
mediada por tecnologia.
ü As informações extraídas podem ser de todos os tipos, incluindo fotos, redes
sociais, comportamentos, tráfego aéreo, georreferenciamento e todo o tipo
de dado.
ü A corporação que utiliza o big datal, através da colheita e processamento dos
dados, terá subsídios para tomar melhores decisões.
ü Big data permite uma grande capacidade de captura de dados, com alta
velocidade de captura, descoberta e análise.

§ Os tipos de dados:
ü Dados não estruturados: não possuem organização definida. Não estão
organizados seguindo qualquer padrão. A maior parte dos dados gerados no
mundo é desse tipo.
ü Dados estruturados: há um padrão definido de estruturação dos dados.
Estrutura rígida. Dados de um mesmo registro possuem relação entre eles.
Exemplo: Banco de Dados.
ü Dados semiestruturados: há uma estrutura em cada campo de dados,
porém sem um formato específico.

Computação na nuvem:
§ O conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) refere-se à
utilização da memória e da capacidade de armazenamento e cálculo de
computadores e servidores Hospedados em Datacenter e interligados por meio da
Internet, seguindo o princípio da computação em grade.
§ No cloud computing, quem realiza as tarefas de armazenamento, atualização e
backup é o servidor (ou DATACENTER) e não o usuário.
§ Com a cloud computing, não há mais necessidade de instalar ou armazenar
aplicativos, arquivos e outros dados afins no computador ou em um servidor
próximo, dada a disponibilidade desse conteúdo na Internet.
§ Segundo o CEBRASPE, a computação na nuvem envolve: entrega sob demanda de
poder computacional, armazenamento de banco de dados, aplicações e outros
recursos de tecnologia da informação por meio de uma plataforma de serviços via
Internet.

170
§ Segundo o CEBRASPE, o uso do backup (cópia de segurança) em nuvem para
sistemas de armazenamento de imagens tem como vantagem a salvaguarda das
cópias em ambientes fisicamente seguros e geograficamente distantes.
§ Tipos de nuvem:
ü Pública: acessível a todos.
ü Privada: acesso restrito aos usuários de determinada corporação.
ü Comunitária: acesso compartilhado por organizações com interesse em
comum.
ü Híbrida: o conceito não está relacionado ao tipo de acesso, mas ao modelo
do serviço prestado. No modelo híbrido, há uma combinação entre diferentes
estruturas, podendo ter um ambiente privado e outro público, por exemplo.
Através da nuvem híbrida, é possível manter sistemas que tratam informações
sensíveis, como informações policiais, na nuvem privada, deixando as
informações não sensíveis de modo acessível ao cidadão, no ambiente
público.

§ Principais tipos de serviços de nuvem cobrados em prova:


IaaS Infraestrutura como Skydrive, Onedrive, Google Drive e outros serviços
serviço (ou Hardware envolvendo servidores, roteadores ou outros tipos de
(ou HaaS)
como Serviço) sistemas.

BdaaS Big data como serviço Permite que as empresas manuseiem e aproveitem um
volume explosivo de dados. Integra mecanismo de consulta
SQL, ferramentas de exploração de dados, bibliotecas
analíticas, estruturas de processamento, ferramentas de
monitoramento.

SaaS Software como serviço Aplicações completas e complexas disponibilizadas na


nuvem, como o Google Docs e Google Forms. Possibilita que
o usuário acesse aplicativos e serviços de qualquer local
usando um computador conectado à Internet.

PaaS Plataforma como serviço Plataforma utilizada para criação de aplicativos/softwares.


Bastante utilizada por desenvolvedores de aplicativos ou
sistemas, a exemplo do Google App Engine.

DaaS Device como serviço Oferece desktops virtuais aos usuários. Máquinas virtuais
executam os sistemas operacionais hospedados na nuvem
do provedor do serviço contratado que, por sua vez, realiza a
transmissão aos dispositivos dos usuários.

Inteligência artificial:

§ A inteligência artificial busca simular a capacidade humana de pensar, tal como


acontece com os veículos autônomos.

171
§ A inteligência artificial pode ser utilizada conjuntamente com o “big data” e com itens
relacionados a ideia de “internet das coisas”.
§ Possibilita às aprender com experiências (machine learnig), perfomando de forma
semelhante ao ser humano. O mecanismo de aprendizagem das máquinas envolve
o conceito de deeplearning, utilizando algoritmos complexos para imitar a
aprendizagem humana, tal como se fosse uma rede neural.

Internet e intranet:

§ As intranets utilizam tecnologias da Internet para viabilizar a comunicação entre os


empregados de uma empresa, permitindo-lhes compartilhar informações e trabalhar
de forma colaborativa.
§ Uma intranet é uma aplicação do conjunto de transportes e de aplicação do
protocolo TCP/IP em uma rede privada.
§ A intranet utiliza os mesmos mecanismos da Internet, mas com acesso restrito a uma
organização.
§ Embora a Internet seja amplamente utilizada por milhões de usuários, ela não é
constituída, unicamente, por redes públicas.

§ Intranet: transmitido em rede privativa - pode ser por LANS e WANS.

§ Wan: Alcance mundial - porque um computador ligado a internet pode acessar a


intranet de qualquer lugar.

§ Lan: as chamadas Local Area Networks, ou Redes Locais, interligam


computadores presentes dentro de um mesmo espaço físico (que pode ser
pequeno ou grande).

§ TELNET: o protocolo Telnet é um protocolo standard de In-ternet que permite a


interface de terminais e de aplicações através da Internet. Este protocolo fornece as
regras básicas para permitir ligar um cliente (sistema composto de uma afixação e
um teclado) a um intérprete de comando (do lado do servidor).O protocolo baseia-
se numa conexão TCP para enviar dados em for-mato ASCII codificado em 8 bits
entre os quais se intercalam sequências de controle para o Telnet. Fornece assim
um sistema orientado para a comunicação, bidireccional (half-duplex), codificado em
8 bits fácil de aplicar. Com essa conexão é possível o acesso remoto para qualquer
máquina ou equipamento que esteja sendo executado em modo servidor. O
protocolo Telnet é um protocolo de transferência de dados não seguro, o que quer
dizer que os dados que veicula circulam às claras na rede (de maneira não
codificada).

172
§ SSH: em informática o SSH (Secure Shell) é, ao mesmo tempo, um programa de
computador e um protocolo de rede que permitem a conexão com outro computador
na rede de forma a permitir execução de comandos de uma unidade remota. Ele
possui as mesmas funcionalidades do TELNET, com a vantagem da criptografada
na conexão entre o cliente e o servidor.

§ Extranet: é a parte de uma intranet que pode ser acessada pela Internet, ou seja, a
extranet fica disponível na Internet para interação com clientes e fornecedores de
uma organização, mas com acesso autorizado, controlado e restrito. Uma extranet
pode sim ser acessada por meio de smartphones.

§ Proxy:
o Um servidor proxy é um "computador" que atua como intermediário entre uma
rede local e a Internet.
o Exemplo de uso: uma empresa que tenha um link internet em apenas um
computador, pode instalar um servidor proxy neste computador, e todos os
outros podem acessar a Internet através do proxy.
o É o termo utilizado para definir os intermediários entre o usuário e seu
servidor. E por isso desempenha a função de conexão do computador (local)
à rede externa (Internet).
o Os servidores proxy ajudam a melhorar o desempenho na Web armazenando
uma cópia das páginas da Web utilizadas com mais frequência. Quando um
navegador solicita uma página que está armazenada na coleção do servidor
proxy (o cache), ela é disponibilizada pelo servidor proxy, o que é mais rápido
do que acessar a Web.
o Os servidores proxy também ajudam a melhorar a segurança porque filtram
alguns tipos de conteúdo da Web e softwares mal-intencionados, mas não é
antivírus!

VPN:
§ VPN - É uma rede privada construída dentro da infraestrutura de uma rede pública,
como a internet, utilizando recursos de criptografia para garantir a integridade e a
confidencialidade dos dados trafegados.
§ Os principais objetivos na implantação de um VPN são:
ü Disponibilizar acesso por meio de redes públicas, internet, a baixo custo;
ü Isolar uma rede distribuída contra interferência externa;
ü Proteger a privacidade e a integridade de mensagens atravessando redes não
confiáveis (públicas);
ü Manipular toda faixa de protocolos da internet correntemente em uso de
forma transparente.
§ As principais aplicações de VPNs são:
ü Acesso remoto a rede corporativa via internet;
ü Conexão de LANs via internet;

173
ü Criação de VPNs e dentro de uma intranet.

HTTP e HTTPS:
§ HTTP é a sigla em língua inglesa de HyperText Transfer Protocol (Protocolo de
Transferência de Hipertexto), um protocolo de Aplicação do Modelo OSI utilizado
para transferência de dados na rede mundial de computadores, a World Wide Web.
Também transfere dados de hiper-mídia (imagens, sons e textos).
§ HTTPS (HyperText Transfer Protocol Secure), é uma implementação do protocolo
HTTP sobre uma camada SSL ou do TLS, essa camada adicional permite que os
dados sejam transmitidos através de uma conexão criptografada e que se verifique
a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados digitais.
§ HTTPS – associar à Segurança

Segurança:
§ Rootkit:
ü É um tipo de cavalo de troia.
ü Rootkit é um software malicioso que permite o acesso a um computador
enquanto oculta a sua atividade. Originalmente o rootkit era uma coleção de
ferramentas que habilitavam acesso a nível de administrador para um
computador ou uma rede.
ü Caso o antivírus detecte um rootkit, o malware pode tentar desativar a
proteção e deletar alguns componentes delicados da solução.
ü A habilidade de se esconder permite que este tipo de malware permaneça no
sistema da vítima por meses ou até anos, possibilitando que hackers usem o
sistema para o que bem entender.

§ Ransomware (sequestrador):
ü Diversos órgãos governamentais sofreram ataques de ransomware
recentemente, o que aumenta a importância desse tipo de vírus para a
prova.
ü É um tipo de malware que bloqueia o acesso do usuário aos seus
arquivos ou ao dispositivo, exigindo um pagamento online anônimo para
que o acesso seja restaurado.
ü Uma forma bastante comum de ataque é por meio de um e-mail malicioso (ou
malspam), incluindo armadilhas em anexo, como arquivos em pdf ou
similares, pela prática de phishing.
ü Pode utilizar engenharia social, para enganar as pessoas e fazê-las executar
o arquivo.
ü Uma das formas de prevenção aos danos do ataque é o backup, pois se os
dados foram sequestrados, eles estarão a salvo, replicados.
ü Conforme o CEBRASPE:

174
§ o tipo de ataque mais comumente utilizado como precursor para
viabilizar ataques de ransomware contra estações de trabalho de
usuários é o ataque de phishing.
§ Ransomware é um tipo de malware que cifra os arquivos armazenados
no computador da vítima e solicita um resgate para decifrá-los.
§ Formatos comuns de arquivos, como, por exemplo, .docx ou .xlsx, são
utilizados como vetor de infecção por ransomware, um tipo
de software malicioso que encripta os dados do usuário e solicita
resgate.
§ Scareware:
ü Scareware é um software malicioso que faz com que os usuários de
computadores acessem sites infestados por malware. Também conhecido
como software de engano, software de verificação desonesto ou fraudware,
o scareware pode vir na forma de caixas suspensas.

§ Spyware:
ü É um tipo de malware. Consiste em um programa automático de computador
que recolhe informações sobre o usuário, sobre os seus costumes na internet
e transmite essa informação a uma entidade externa na Internet, sem o
conhecimento e consentimento do usuário.

§ Koobface:
ü O Koobface pode entrar no computador disfarçado de algo chamativo em que
o usuário deseja clicar. Por exemplo, ele pode publicar uma mensagem oculta
no mural do Facebook, como "Você foi visto na nossa câmera secreta", para
incentivar você a clicar em um link que baixa e instala o worm no computador.
ü Outra tática do Koobface é usar anúncios do tipo pay-per-click (pague por
clique) para gerar receita enquanto redireciona o tráfego para sites
falsificados, incluindo alguns que oferecem proteção antivírus falsa. Algumas
variações levam você ao YouTube ou a um site semelhante e dizem que, para
continuar, você precisa instalar uma nova versão do Adobe Flash ou de um
plug-in.
ü Uma vez instalado no computador, o worm Koobface percorre o sistema
coletando informações pessoais, como dados de login ou bancários,
garimpando sua lista de contatos para conseguir mais alvos e criando
publicações falsas em seu nome. Depois disso, o worm transmite os dados
para um centro de comando e controle (C&C). À medida que mais
computadores são infectados, eles formam uma rede robô, conhecida como
botnet, que se reconecta ao mestre para obter atualizações de malware que
ajudam o vírus a contaminar outros sistemas.

175
§ Worm Warhol:
ü É um worm de computador capaz de se replicar rapidamente e infectar um
grande número de computadores na Internet em apenas 15 minutos.

§ Adware:
ü Adware é o nome que se dá a programas criados para exibir anúncios no
computador, redirecionar suas pesquisas para sites de anunciantes e coletar
seus dados para fins de marketing. Por exemplo, eles rastreiam o tipo de sites
que você costuma acessar para exibir anúncios personalizados.

§ Cavalo de troia:
ü Cavalo de Troia é um tipo de malware que, frequentemente, está disfarçado
de software legítimo. Eles podem ser empregados por criminosos virtuais e
hackers para tentar obter acesso aos sistemas dos usuários. Em geral, os
usuários são enganados por alguma forma de engenharia social para carregar
e executar cavalos de Troia em seus sistemas. Uma vez ativados, os cavalos
de Troia permitem que os criminosos o espionem, roubem seus dados
confidenciais e obtenham acesso ao seu sistema pela porta de fundo. Essas
ações podem incluir:
§ Excluir dados
§ Bloquear dados
§ Modificar dados
§ Copiar dados
§ Atrapalhar o desempenho de computadores e redes de computadores
ü Diferentemente dos vírus e worms, os cavalos de Troia não conseguem se
autorreplicar.
ü Cavalo de troia backdoor: com um cavalo de Troia backdoor, usuários
maliciosos controlam remotamente o computador infectado. Com ele, o autor
consegue fazer o que quiser no computador infectado, como enviar, receber,
iniciar e excluir arquivos, exibir dados e reiniciar o computador. Os cavalos de
Troia backdoor costumam ser usados para reunir um conjunto de
computadores e formar uma botnet ou rede zumbi, que pode ser usada para
fins criminosos.

§ Phishing:
ü Phishing é uma maneira desonesta que cibercriminosos usam para enganar
você a revelar informações pessoais, como senhas ou cartão de crédito, CPF
e número de contas bancárias. Eles fazem isso enviando e-mails falsos ou
direcionando você a websites falsos.
ü Normalmente, o phishing ocorre por meio de spam (e-mails indesejados).

176
§ Antivírus – gerações:
ü Primeira Geração: escaneadores simples;
§ Os antivirus de primeira geração utilizam os recursos de verificação
com base em assinatura, ou seja, é como se fosse uma marca ou
impressão digital. Caso o código malicioso ou programa possuísse a
marca, o antivirus então barra o código. Entretanto, isso depende de
atualização constante e veloz dos antivirus para serem capazes de
capturarem os diversos códigos que surgem diariamente.
ü Segunda Geração (vem sendo cobrado pelo CESPE): escaneadores
heurísticos;
§ Os antivírus modernos têm o princípio da heurística. A detecção
heurística permite ao antivírus identificar vírus que não constem do seu
banco de dados, através da análise do comportamento de um arquivo
ou programa (aplicativos que fazem uma varredura na memória RAM,
por exemplo, podem ser considerados suspeitos).
§ O banco de dados de proteção do seu antivírus é atualizado com novas
“assinaturas” ou código de vírus toda vez que você se conecta a
Internet. Porém, quando o antivírus “não conhece o vírus” (não possui
sua “assinatura”) ele parte para a análise do comportamento do arquivo
ou programa suspeito (verificação heurística) o que aumenta a geração
de Falsos Positivos.
ü Terceira Geração: armadilhas de atividade;
ü Quarta Geração: proteção total.

§ Firewall
ü O firewall é um filtro de conexões que bloqueia ou libera o acesso pelas portas
TCP do computador. Os worms se propagam pelas conexões de rede usando
portas desativadas ou abandonadas. Assim, o firewall impede a sua
propagação, sendo uma ferramenta preventiva.
ü O firewall não é antispyware. Portanto, apesar de bloquear a propagação, ele
não elimina o worm. Para eliminar, deve-se usar um antispyware, como o
Windows Defender.

Sistemas de buscas:
§ O Google é um metabuscador que utiliza palavras-chave para encontrar resultados
em todas as bases de dados disponíveis na Internet.

§ Refinar as pesquisas:
ü A Pesquisa Google geralmente ignora pontuações que não façam parte de
um operador de pesquisa.
ü Não coloque espaços entre o termo de pesquisa e o símbolo ou palavra. Uma
pesquisa por site:globo.com funcionará, mas por site: globo.com não.

177
ü Pesquisar em redes sociais @: Coloque antes de uma palavra para pesquisar
em redes sociais. Exemplo: @instagram.
ü Pesquisar um preço $: Coloque o símbolo antes de um número. Exemplo:
celular $1200.
ü Se quiser fazer a pesquisa dentro de um intervalo, utilize dois pontos (um ao
lado do outro ..). Exemplo: câmera $50..$200.
ü Excluir palavras da pesquisa – : coloque o símbolo de menos antes da palavra
que deve ser excluída da pesquisa. Exemplo: velocidade do jaguar -carro.
ü Pesquisar uma correspondência exata “ “: o que tiver dentro das aspas será
pesquisado junto. Exemplo: “planeta terra” – o sistema irá procurar a
expressão toda. O resultado da busca sem as aspas é diferente. Faça o teste
para entender.
ü Combinar Pesquisa or: combina as pesquisas de dois termos. Exemplo: prf or
pf.
ü Com este sinal * você procura palavras em uma mesma busca, porém não
necessariamente juntas (uma do lado da outra). Exemplo: planeta*terra.
ü Para pesquisar em site específico: coloque “site” antes de um site ou domínio.
Exemplo: site:.gov.
ü Se quiser pesquisar por sites relacionados, use o termo “related:” antes do
endereço modelo. Exemplo: realated:quebrandoasbancas.com.
ü Para ver a versão em cache do Google de um site, coloque “cache:” antes do
site.
ü Para ver detalhes de um site, use “info:” antes do endereço do site.

178
ÉTICA E CIDADANIA
ÉTICA X MORAL
§ Ética é a ciência que estuda a moral. Portanto, a ética é teórica, ao passo que a
moral é prática.
§ A ética é imutável, permanente, atemporal. Já a moral é temporal, variando de cultura
para cultura.
§ Moral, vocábulo herdado do latim, e ética, do grego, identificam conceitos que
exprimem um conjunto de regras de conduta que se espera que sejam adotadas
(CEBRASPE).
§ A probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que recebeu
da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio.
§ A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
§ Em consonância com os princípios constitucionais da impessoalidade e da
moralidade, o STF, por meio da Súmula Vinculante n.º 13, considerou proibida a
prática de nepotismo na administração pública, inclusive a efetuada mediante
designações recíprocas — nepotismo cruzado.
§ Moralidade: extraído da junção de Legalidade com Finalidade. A legalidade e
finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o
alcance da moralidade.
§ A moralidade administrativa é objetiva, não importando a intenção do agente
(subjetiva)
§ Os atos da administração pública devem obedecer não somente à lei jurídica, mas
também a padrões éticos. Tal característica se refere ao princípio da moralidade,
sendo esta pressuposto de validade de todo ato da administração pública.
§ Segundo o CEBRASPE: agente público que se utiliza de publicidade governamental
com a finalidade exclusiva de se promover viola o princípio da moralidade.
§ Art. 116 da L. 8.112: São deveres do servidor: (...) IX - manter conduta compatível
com a moralidade administrativa;

POLÍTICA DE GOVERNANÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


FEDERAL (DECRETO Nº 9.203/2017) – PRINCIPAIS
ASPECTOS

§ Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se:


ü I - governança pública - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e
controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com

179
vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse
da sociedade;
ü II - valor público - produtos e resultados gerados, preservados ou entregues
pelas atividades de uma organização que representem respostas efetivas e
úteis às necessidades ou às demandas de interesse público e modifiquem
aspectos do conjunto da sociedade ou de alguns grupos específicos
reconhecidos como destinatários legítimos de bens e serviços públicos;
ü III - alta administração - Ministros de Estado, ocupantes de cargos de
natureza especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS e presidentes e diretores de autarquias,
inclusive as especiais, e de fundações públicas ou autoridades de hierarquia
equivalente; e
ü IV - gestão de riscos - processo de natureza permanente, estabelecido,
direcionado e monitorado pela alta administração, que contempla as
atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam
afetar a organização, destinado a fornecer segurança razoável quanto à
realização de seus objetivos.
§ São princípios da governança pública:
ü I - capacidade de resposta;
ü II - integridade;
ü III - confiabilidade;
ü IV - melhoria regulatória;
ü V - prestação de contas e responsabilidade; e
ü VI - transparência.
§ São diretrizes da governança pública (principais):
ü direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando
soluções tempestivas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e
com as mudanças de prioridades;
ü fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração
para orientar o comportamento dos agentes públicos, em consonância
com as funções e as atribuições de seus órgãos e de suas entidades;
ü implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que
privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de processos
sancionadores;
ü manter processo decisório orientado pelas evidências, pela
conformidade legal, pela qualidade regulatória, pela desburocratização
e pelo apoio à participação da sociedade;
ü promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das
atividades e dos resultados da organização, de maneira a fortalecer o
acesso público à informação.
§ Condições mínimas para o exercício da boa governança:
ü a) integridade; b) competência; c) responsabilidade; e d) motivação;

180
PROMOÇÃO DA ÉTICA E DE REGRAS DE CONDUTA PARA
SERVIDORES. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
FEDERAL (DECRETO Nº 1.171/1994)

§ Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior


do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
§ Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda
que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a
dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
§ Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor
em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer
outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude
contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos
usuários dos serviços públicos.
§ Deveres fundamentais (principais):
o Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum.
o Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis.
o Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções.
o Abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as
formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei.
§ Vedações (principais):
o O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e
influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem.
o Ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão.
o Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu
conhecimento para atendimento do seu mister.
o Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer

181
espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua
missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim.
o Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público.
o Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros.
o Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente.
§ Comissão de ética:
o Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,
indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma
Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio
público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura.
o A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura
e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os
seus integrantes, com ciência do faltoso.
o Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO


FEDERAL E COMISSÕES DE ÉTICA (DECRETO Nº
6.029/2007)

§ Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal:


ü I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de
maio de 1999;
ü II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho
de 1994; e
ü III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos
do Poder Executivo Federal.
§ A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos de idoneidade
moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados

182
pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes,
permitida uma única recondução.
ü A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus
membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação
de relevante serviço público.
§ À CEP compete (principais competências):
ü atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de
Estado em matéria de ética pública;
ü administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração
Federal, devendo:
§ a) submeter ao Presidente da República medidas para
seu aprimoramento;
§ b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando
sobre casos omissos;
§ c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo
com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a
ele submetidas;
ü dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que
trata o Decreto no 1.171, de 1994;
ü coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública
do Poder Executivo Federal.
§ Comissão de ética: cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994,
será integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e
empregados do seu quadro permanente, e designados pelo dirigente máximo da
respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coincidentes de três anos.
§ Compete às Comissões de Ética:
ü I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de
seu respectivo órgão ou entidade;
ü II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo:
§ a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu
aperfeiçoamento;
§ b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar
sobre casos omissos;
§ c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com
as normas éticas pertinentes; e
§ d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade
a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a
disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e
disciplina;
ü III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder
Executivo Federal;

183
ü V - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam
configurar descumprimento de suas normas.
§ Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos
com celeridade e observância dos seguintes princípios:
ü I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;
ü II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob
reserva, se este assim o desejar; e
ü III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos
fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto.
§ Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou
entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética,
visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor
específico de ente estatal.
ü Entende-se por agente público, para os fins deste Decreto, todo aquele
que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de
natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem
retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública
federal, direta e indireta.
§ Ao se apurar uma falta ética, se a conclusão for pela existência de falta ética, além das
providências previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as
Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:
ü I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de
confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão
de origem, conforme o caso;
ü II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da
União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo
Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para
exame de eventuais transgressões disciplinares; e
ü III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a
gravidade da conduta assim o exigir.

CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO


FEDERAL (EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 37/2000) –
PRINCIPAIS PONTOS
**Esse regramento não trata do PRF comum, mas dos dirigentes maiores. Aqui fala-se em “exoneração,
referindo-se a cargo em comissão ou função de confiança. Importante lembrar que, quando falamos em
Lei 8.112, a exoneração não é punição. Punição é demissão ou destituição de cargo em comissão, que
deve ser precedida de um procedimento administrativo disciplinar.

184
A insatisfação social com a conduta ética do governo – Executivo, Legislativo e
Judiciário – não é um fenômeno exclusivamente brasileiro e circunstancial. De modo
geral, todos os países democráticos desenvolvidos, conforme demonstrado em recente
estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE,
enfrentam o crescente ceticismo da opinião pública a respeito do comportamento dos
administradores públicos e da classe política. Essa tendência parece estar ligada
principalmente a mudanças estruturais do papel do Estado como regulador da atividade
econômica e como poder concedente da exploração, por particulares, de serviços
públicos antes sob regime de monopólio estatal.

Em consequência, o setor público passou a depender cada vez mais do


recrutamento de profissionais oriundos do setor privado, o que exacerbou a
possibilidade de conflito de interesses e a necessidade de maior controle sobre as
atividades privadas do administrador público.

O Código de Conduta constitua fator de segurança do administrador público,


norteando o seu comportamento enquanto no cargo e protegendo-o de acusações
infundadas. Na ausência de regras claras e práticas de conduta, corre-se o risco de
inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público de relevo.

Além disso, buscou-se criar mecanismo ágil de formulação dessas regras e de sua
difusão e fiscalização, além de uma instância à qual os administradores possam recorrer
em caso de dúvida e de apuração de transgressões – no caso, a Comissão de Ética
Pública.

Na verdade, o Código trata de um conjunto de normas às quais se sujeitam as


pessoas nomeadas pelo Presidente da República para ocupar qualquer dos cargos
nele previstos, sendo certo que a transgressão dessas normas não implicará,
necessariamente, violação de lei, mas, principalmente, descumprimento de um
compromisso moral e dos padrões qualitativos estabelecidos para a conduta da
Alta Administração. Em consequência, a punição prevista é de caráter político:
advertência e "censura ética". Além disso, é prevista a sugestão de exoneração,
dependendo da gravidade da transgressão.

Não basta ser ético. É necessário também parecer ético, em sinal de respeito à
sociedade.

185
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA.
PROMOÇÃO DA TRANSPARÊNCIA ATIVA E DO ACESSO À
INFORMAÇÃO (LEI Nº 12.527/2011 E DECRETO Nº
7.724/2012).

LEI Nº 12.527ACESSO À INFORMAÇÃO


§ Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou
cópia com ocultação da parte sob sigilo.
§ Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos
órgãos mencionados na lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter
a identificação do requerente e a especificação da informação requerida.
§ São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da
solicitação de informações de interesse público.

§ Não sendo possível conceder o acesso imediato, o órgão ou entidade que receber
o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
ü I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a
reprodução ou obter a certidão;
ü II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
acesso pretendido; ou
ü III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
remessa de seu pedido de informação.
ü O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias,
mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

§ O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos
de obter:
ü I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem
como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação
almejada;
ü II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou
acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
públicos;
ü III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade
privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades,
mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
ü IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

186
ü V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades,
inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
ü VI - informação pertinente à administração do patrimônio público,
utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e
ü VII - informação relativa:
§ a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas,
projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e
indicadores propostos;
§ b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de
contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo
prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
§ § 1º O acesso à informação previsto não compreende as informações
referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado.
§ § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser
ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa
por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob
sigilo.
§ O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados
como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado
com a edição do ato decisório respectivo.
§ A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e
entidades referidas no art. 1º , quando não fundamentada, sujeitará o responsável
a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.
§ Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à
autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o
desaparecimento da respectiva documentação.

§ São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e,


portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso
irrestrito possam:
ü I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do
território nacional;
ü II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações
internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter
sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
ü III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
ü IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou
monetária do País;

187
ü V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das
Forças Armadas;
ü VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou
áreas de interesse estratégico nacional;
ü VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades
nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
ü VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a
prevenção ou repressão de infrações.
§ A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor
e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado,
poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.
§ Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação
prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:
ü I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
ü II - secreta: 15 (quinze) anos; e
ü III - reservada: 5 (cinco) anos.
§ As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-
Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como
reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último
mandato, em caso de reeleição.

DECRETO Nº 7.724/2012
Você, como PRF, irá se deparar bastante com os termos abaixo. Por isso, é
importante ter uma noção:
§ informação sigilosa - informação submetida temporariamente à restrição de acesso
público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do
Estado, e aquelas abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo;
§ informação pessoal - informação relacionada à pessoa natural identificada ou
identificável, relativa à intimidade, vida privada, honra e imagem;
§ documento preparatório - documento formal utilizado como fundamento da tomada
de decisão ou de ato administrativo, a exemplo de pareceres e notas técnicas.
§ tratamento da informação - conjunto de ações referentes à produção, recepção,
classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da
informação;
§ informação - dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e
transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
§ autenticidade - qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida,
recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;

188
§ integridade - qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem,
trânsito e destino;
§ primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de
detalhamento possível, sem modificações;

O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se aplica:

§ I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancário, de operações


e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, industrial e segredo de
justiça; e
§ II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

TRATAMENTO DE CONFLITOS DE INTERESSES E


NEPOTISMO (LEI Nº 12.813/2013 E DECRETO Nº 7.203/2010)
– PRINCIPAIS REGRAMENTOS

LEI Nº 12.813/2013
§ Art. 4º O ocupante de cargo ou emprego no Poder Executivo federal deve agir de
modo a prevenir ou a impedir possível conflito de interesses e a resguardar
informação privilegiada.
§ § 1º No caso de dúvida sobre como prevenir ou impedir situações que configurem
conflito de interesses, o agente público deverá consultar a Comissão de Ética
Pública, criada no âmbito do Poder Executivo federal, ou a Controladoria-Geral da
União, conforme o disposto no parágrafo único do art. 8º desta Lei.
§ § 2º A ocorrência de conflito de interesses independe da existência de lesão ao
patrimônio público, bem como do recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo
agente público ou por terceiro.

DAS SITUAÇÕES QUE CONFIGURAM CONFLITO DE INTERESSES NO EXERCÍCIO DO


CARGO OU EMPREGO

§ Art. 5º Configura conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego no âmbito


do Poder Executivo federal (vale para todos servidores do Poder Executivo federal):

§ I - divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de


terceiro, obtida em razão das atividades exercidas;

§ II - exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de


relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão do
agente público ou de colegiado do qual este participe;

189
§ III - exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza seja
incompatível com as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se como tal,
inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;

§ IV - atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou


intermediário de interesses privados nos órgãos ou entidades da administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;

§ V - praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o


agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou
influir em seus atos de gestão;

§ VI - receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público ou de


colegiado do qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos em
regulamento; e

§ VII - prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja controlada,
fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o agente público está vinculado.

§ Parágrafo único. As situações que configuram conflito de interesses estabelecidas


neste artigo aplicam-se aos ocupantes dos cargos ou empregos mencionados no
art. 2º ainda que em gozo de licença ou em período de afastamento.

§ Art. 6º Configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no


âmbito do Poder Executivo federal (vale para todos servidores do Poder Executivo
federal):

§ I - a qualquer tempo, divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em


razão das atividades exercidas. (...)

§ Art. 12. O agente público que praticar os atos previstos nos arts. 5º e 6º desta Lei
incorre em improbidade administrativa, na forma do art. 11 da Lei nº 8.429, de 2
de junho de 1992, quando não caracterizada qualquer das condutas descritas nos
arts. 9º e 10 daquela Lei.

§ Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput e da aplicação das demais


sanções cabíveis, fica o agente público que se encontrar em situação de conflito
de interesses sujeito à aplicação da penalidade disciplinar de demissão,
prevista no inciso III do art. 127 e no art. 132 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990, ou medida equivalente.

190
DECRETO Nº 7.203/2010 (PRINCIPAIS REGRAMENTOS)
§ Art. 4º Não se incluem nas vedações deste Decreto as nomeações, designações ou
contratações:
§ I - de servidores federais ocupantes de cargo de provimento efetivo, bem como de
empregados federais permanentes, inclusive aposentados, observada a
compatibilidade do grau de escolaridade do cargo ou emprego de origem, ou a
compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e a complexidade inerente ao cargo
em comissão ou função comissionada a ocupar, além da qualificação profissional
do servidor ou empregado;
§ II - de pessoa, ainda que sem vinculação funcional com a administração pública,
para a ocupação de cargo em comissão de nível hierárquico mais alto que o do
agente público referido no art. 3º;
§ III - realizadas anteriormente ao início do vínculo familiar entre o agente público e o
nomeado, designado ou contratado, desde que não se caracterize ajuste prévio para
burlar a vedação do nepotismo; ou
§ IV - de pessoa já em exercício no mesmo órgão ou entidade antes do início do
vínculo familiar com o agente público, para cargo, função ou emprego de nível
hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado.
§ Parágrafo único. Em qualquer caso, é vedada a manutenção de familiar ocupante
de cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação direta do agente
público.

191
GEOPOLÍTICA
Geopolítica é uma matéria bastante longa. Contudo, traremos para cá os tópicos mais
essenciais que servirão de base para raciocinar na hora da prova.

Nação x Território

§ Nação: é constituída por um grupo, um coletivo, de pessoas com características


comuns (idioma, tradições, religião, costumes, etc.). O povo é ligado por laços
culturais, históricos e étnicos.
§ Território: é a base física na qual um Estado exerce sua autoridade, delimitado por
fronteiras políticas. O território de um país é formado por: solo continental e insular
(cercado de águas, como uma ilha), o subsolo, o espaço aéreo e o território marítimo.
§ Texto extraído da última prova da PRF: “Como salienta Milton Santos (1994), a
noção de território, na atualidade, transcende a ideia apenas geográfica de espaços
contíguos vizinhos que caracterizam uma região, estendendo-se para a noção de
rede, formada por pontos distantes uns dos outros, ligados por todas as formas e
processos sociais; o espaço econômico, nesse sentido, é organizado
hierarquicamente, como resultado da tendência à racionalização das atividades, e
se faz sob um comando que tende a ser concentrado em cidades mundiais, em que
a tecnologia da informação desempenha papel relevante; esse comando então
passa a ser feito pelas empresas por meio de suas bases em territórios globais
diversos.”

A divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil


O Brasil é dividido em regiões (divisões de um grande espaço territorial), segundo certos
critérios. Cada região terá características próprias.

Vamos ver aqui os principais critérios de divisão inter-regional relacionadas ao trabalho


e à produção.

PIB:

§ Sudeste e Sul concentram a maior parcela da economia nacional (PIB – mede o


tamanho da economia).
§ Apenas SP, corresponde a mais de 30% do PIB brasileiro.
§ Norte e Nordeste representam a menor parcela do PIB.
§ O setor de serviços compõe a maior parte do PIB, seguido do setor industrial e
do setor agropecuário.
§ Na última prova da PRF, a seguinte assertiva foi considerada correta: “No Brasil,
o setor de serviços ampliou a sua participação no PIB; o setor agropecuário,
estratégico na economia brasileira, se tornou mais complexo, o que permitiu a

192
ampliação de diversos serviços relacionados aos diferentes momentos do
processo de produção/consumo, como os setores de tecnologia, transporte e
finanças”.

Características da região Centro-Sul:

§ Concentração da produção industrial do país.


§ Principal região agropecuária.
§ Grande mobilidade interna.
§ Concentração de renda.
§ Forte gestão econômica e política.
§ MS, TO, GO: desenvolvimento da agricultura de exportação, incluindo soja, milho e
algodão.

Características da região Nordeste:

§ Declínio da agropecuária no cenário nacional.


§ Perda demográfica.
§ Baixo nível de renda.
§ Urbanização concentrada principalmente na região
litorânea.

Características da região Norte:

§ Recursos naturais abundantes.


§ Região integrada ao centro-sul.
§ Extrativismo vegetal na região amazônica é a principal
atividade.
§ Industrialização na zona franca de Manaus.

Características da região concentrada (uma parte da região


centro-sul):

§ Melhor infraestrutura do país: serviços, transporte,


comunicação.
§ Polo industrial brasileiro.

Brasil e globalização:

§ No período técnico-científico-informacional, houve um processo de modernização


do território brasileiro. Contudo, essa foi concentrada e excludente, uma vez que
nem todos os espaços e sujeitos foram beneficiados, pois, a região concentrada (
Sul e Sudeste) foi a beneficiada por esse processo em detrimento dos demais
territórios (Milton Santos).

193
Zona franca de Manaus (fonte - suframa.gov.br):

§ A Zona Franca de Manaus (ZFM) é um modelo de desenvolvimento econômico


implantado pelo governo brasileiro objetivando viabilizar uma base econômica na
Amazônia Ocidental, promover a melhor integração produtiva e social dessa região
ao país, garantindo a soberania nacional sobre suas fronteiras.
§ A mais bem-sucedida estratégia de desenvolvimento regional, o modelo leva à
região de sua abrangência (estados da Amazônia Ocidental: Acre, Amazonas,
Rondônia e Roraima e as cidades de Macapá e Santana, no Amapá)
desenvolvimento econômico aliado à proteção ambiental, proporcionando melhor
qualidade de vida às suas populações.
§ A ZFM compreende três pólos econômicos: comercial, industrial e agropecuário. O
primeiro teve maior ascensão até o final da década de 80, quando o Brasil adotava
o regime de economia fechada. O industrial é considerado a base de sustentação da
ZFM. O pólo Industrial de Manaus possui aproximadamente 600 indústrias de alta
tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos,
principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico. Entre os
produtos fabricados destacam-se: aparelhos celulares e de áudio e vídeo,
televisores, motocicletas, concentrados para refrigerantes, entre outros. O pólo
Agropecuário abriga projetos voltados à atividades de produção de alimentos,
agroindústria, piscicultura, turismo, beneficiamento de madeira, entre outras.
§ Como o CESPE já cobrou: “Ccom referência à divisão inter-regional do trabalho e
da produção no Brasil, julgue o item a seguir. A Zona Franca de Manaus é uma
concentração industrial que, apesar de distar dos grandes centros urbanos e
consumidores do centro-sul do país, se articula a praticamente todo o território
nacional, ilustrando o processo de privatização do território por meio do uso privado
de recursos públicos”. Afirmativa: correta.

Tópicos gerais:

§ O espaço agrário brasileiro é amplamente desigual.


§ Agronegócio: voltado ao mercado agroexportador (soja, carnes, milho, entre outros).
§ Pequeno camponês: produz os bens destinados diretamente ao consumo interno
como feijão, frutas e hortaliças.
§ Como o CESPE cobrou: “A divisão territorial do trabalho existente em regiões
produtivas do agronegócio é organizada em dois circuitos da economia local: o
circuito superior, comandado pelas empresas e produtores hegemônicos do
agronegócio, e o circuito inferior, formado a partir da agricultura camponesa não
integrada diretamente à agricultura tecnificada”. Afirmativa correta.

194
Estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles:
§ Metrópoles:
ü Conceito: cidade ou aglomeração caracterizada por apresentar um elevado
grau de urbanização em seus espaços, centralizando em torno de si capital,
trabalho, serviços e outros elementos, além de polarizar outras regiões, seja
em um raio próximo, ou até de forma internacional.
ü As metrópoles estabelecem em torno de si uma rede de transportes e
comunicações geralmente muito articulada.
ü Conurbação: junção do espaço urbano de uma ou mais cidades.
ü No Brasil: a quantidade de metrópoles aumentou a partir da década de 1960,
quando o país deixou de ser rural para tornar-se majoritariamente urbano.
Atualmente, com mais de 80% da população residindo em centros urbanos e
capitais.

Movimento migratório:
§ Há um predomínio migratório dentro do próprio estado de origem, existindo ainda
forte movimento migratório interestadual do Nordeste para o Sudeste.
§ Com a expansão agrícola, as regiões Norte e Centro-Oeste, que já captavam alguma
parcela desse movimento, tornaram-se destinos da migração interna do Brasil.

Transporte:
Segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT), 61,1% de toda a carga
transportada no Brasil usou o sistema modal rodoviário; 21,0% passaram por ferrovias,
14% pelas hidrovias e terminais portuários fluviais e marítimos e apenas 0,4% por via
aérea.
§ Rodoviário:
ü É o sistema mais oneroso de transporte (consome 90% do diesel utilizado em
transportes no país).
ü Mais de 60% da carga transportada no Brasil circula pelo transporte rodoviário.
ü Concentram-se principalmente no Centro-Sul do país, com destaque para SP.

§ Ferrovias:
ü Transportam minério de ferro e granéis, principalmente, sobretudo da região
norte para os portos, com destino à exportação.
ü É utilizada principalmente para o transporte de commodities.

195
§ Transporte aquaviário:
ü Muito subutilizado no Brasil.
ü A região Norte é a que mais utiliza hidrovias.

§ Infraestrutura de SP de transportes:
ü SP é o único Estado que conecta o interior à capital por uma vasta rede,
incluindo rodovias (duplicadas), ferrovias e a hidrovia Tietê.
ü Comporta o maior aeroporto e o porto com maior movimentação de carga do
País.
ü SP concentra quase metade dos portos secos do país.

§ Portos:
ü Exportação de soja, petróleo (e derivados) e minério de ferro.
§ Rodovias estruturantes do território (observe, em marrom escuro, os locais com
maior densidade da rede de transportes, conforme o IBGE):

196
LÍNGUA ESTRANGEIRA
A proposta do Resumão é trazer temas essenciais, de fácil aprendizagem. Para
idiomas, não temos essa correlação. Contudo, achamos por bem trazer aqui alguns
tópicos que podem ajudar você na interpretação dos textos. Como dica adicional, utilize
o aplicativo duolingo (ou similares).

INGLÊS

FALSOS COGNATOS TERMOS RELEVANTES


Pretend: fingir Where – onde
Prejudice: preconceito Wherever – onde quer que, em qualquer lugar,
College: faculdade But: ideia de oposição (más)
Library: biblioteca Or: ideia escolha (ou)
Support: apoiar Although: apesar de, ainda que
Intend: pretender Even Though: apesar de
Lunch: almoço Rather than: ao invés de
Cops: policiais. Though: embora, no entanto
Devolve: transferir Whether: se
Mayor: prefeito While: enquanto
Anthem: hino Because: porque, pela razão de
Costume: fantasia Because of: devido a, por causa de
Fabric: tecido Due to: devido a, por causa de
Lecture: palestra In order that: afim de, para que
Novel: romance Since: uma vez que, já que, desde que
Application: inscrição So that: de modo que, afim de que, para que
Attend: assistir, As long as – contanto que, desde que (as long
comparecer as aqui exprime condição)
Sensible: sensato Even if – mesmo se
Realize: perceper If – se
Shoot: atirar In case – no caso, em case de
Actually: na verdade. Only if – somente se
Baton: cassetete. Provided that – contanto que, desde que
Convict: condenado. Providing that – contanto que, desde que
Valorous: corajoso. Unless – a menos que, a não ser que
After – depois
As soon as – assim que
Before – antes
Once – uma vez
Since – desde
When – quando
While – enquanto
Until – até

197
ESPANHOL

FALSOS COGNATOS TERMOS RELEVANTES


Apellido: sobrenome Pero: mas
Borracha: bebâda Sino: senão
Botiquín: maleta de primeiros socorros Sin embargo: contudo
Experto: perito Puesto que: sendo que
Faro: farol Aunque: embora, ainda que
Jubilado: aposentado Pese a que: apesar de
Oficina: escritório Conque: então, portanto
Presunto: suposto, alegado Em cambio: ao contrário
Taller: oficina Luego: logo
Vaso: copo Por consiguiente: portanto, por
Rato: curto tempo consequência
Sitio: lugar
Firma: assinatura
Engrasado: lubrificado
Alejado: afastado
Esposas: algemas
Prender: ligar

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