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Diversos libertários pelo movimento expressam

posicionamentos e defendem ações inconsistentes aos


princípios libertários, quando apontados estes
recorrem ao seu velho Slogan: “Mas eu faço algo na
pratica, você só fica nas ideias”. Tentam colocar o
ativismo pervertido e a convicção sobre suas ações
acima de um argumento valido e dos princípios
libertários.

Por mais que você esteja correto, estes


“Libertários pragmáticos” insistem que você não está
fazendo a sua parte para o todo, que se você agisse da
forma que eles agem estaríamos em uma situação
muito melhor, como se fosse possível ter o
conhecimento do futuro e saber quais ações trariam o
melhor resultado dentro de um sistema complexo, um
clássico caso de arrogância fatal, e se você tivesse a
capacidade de colocar de lado os princípios libertários
haveria um grande avanço nas ideias libertárias, ou
como eles preferem chamar “as ideias da liberdade”.

Besteira! Não há como defender esta posição de


que ao abandonar os princípios libertários estamos
fortalecendo as ideias libertárias, há na verdade uma
complacência da ideia, os princípios libertários são
tratados como regras gerais e são relativos a ser
seguidos caso a caso, ao invés de serem tratados como
um guia universal para as suas ações, todo o dito
libertário que tem este posicionamento está agindo de
forma a sabotar, propositalmente ou não, estas ideias e
não deveria ser reconhecido como um par por outros
libertários.

Agora, vamos para a questão que realmente


desejo abordar neste tópico, qual o sentido de os
libertários ficarem fazendo ativismo contra o aumento
de salário do STF?

Muitos irão estabelecer o ponto de que: o Brasil


está endividado e não tem uma saída senão
controlarmos a dívida. Esse aumento nos salários
acarreta X bilhões em gastos que vem a ser financiados
com aumento de impostos, emissão de moeda e
empréstimos. Hoje o Estado brasileiro faz rolagem da
dívida (contrai dívida pra pagar dívida) e não tem
previsão de sair do brejo. Qualquer uma dessas 3
opções o indivíduo sai prejudicado e um aumento da
dívida fará com que uma crise ocorra, prejudicando
ainda mais o cidadão que é uma vítima do estado.

É um ponto que pode vir a incentivar os mais


desavisados a abraçarem o ativismo, porem este não
realmente descreve a situação que nos encontramos
para esta pauta, esta tentativa não irá derrubar o
incentivo para gerar mais dividas que o governo tem,
esta é uma batalha contra um sistema complexo com
incentivos para aumentar a dívida pela sua capacidade
de repassar custos, como Hans-Hermman Hoppe já
elucidou no livro Democracy the God that Failed.

No geral, dentro da ética o que o estado resolve


gastar acaba sendo irrelevante pois o roubo já foi feito,
só é algo relevante se for uma maximização deste
roubo, por exemplo: investir na receita federal, usar
para prender sonegadores, aumento da fiscalização no
transito, fazer uma guerra ou legalizar alguma
agressão como aborto e pedofilia.

Não há muito o que se discutir sobre isso, todos


os argumentos dos ativistas se baseiam na utilidade do
estado não aumentar seus gastos. Que não é o caso
para este ativismo contra o aumento de salários, não é
uma questão que o estado não aumentará outros
gastos ou nunca gastará esses “X Bilhões” que estão
estipulados, a unica coisa que esta ação gera, se bem
sucedida, é que o estado não irá gastar nisso, não que
ele não irá gastar de qualquer outra forma.
Não deveria ser uma surpresa para nenhum
libertário que o establishment utiliza de dialética para
expandir seu poder, dando um uma cenoura para que o
público se distraia e mantenha uma oposição
controlada para que outras pautas mais “sutis” de
comum acordo entre ambos os lados possam ser
passadas sem muita cobertura e atenção da população,
a velha estratégias das tesouras se manifestam e estes
ativistas iluminados ainda não conseguem depreende-
la.

A princípio ao demonstrar que a visão dos


ativistas sobre o que estão fazendo é indefensável e
dissonante da realidade pois cai em diversas
contradições, estes vêm a soltar o bordão: “você está
sendo idealista demais”. Mas quem está sendo
idealista? Nós que analisamos a situação por meio de
parâmetros universais para notar que este fim é
impossível de ser realizado ou eles que acham que a
própria ação cumprirá o fim ideal prescrito e ignoram
qualquer aspecto da realidade que venha a impedir a
manifestação deste, agindo de forma sem presença de
mente para notar que suas ações vão ser frustradas e
no fim este está sendo um idiota útil, um mero peão no
joguete dos demagogos que tem interesses em guiar
esta massa para alcançar seus fins políticos.

Mas como se não bastasse que estes não notam


sua própria inconsistência há ainda a clássica frase de
efeito para expressar a sua demagogia: “Mas entre ir
contra o aumento ou ser a favor, qual é a melhor?”
Notem a falsa dicotomia e a polarização que ocorre no
discurso, onde a mentalidade democrática destes
“ativistas “libertários”” se manifesta, ser contra o
ativismo para não ter o aumento não é o mesmo que
ser a favor do aumento, há diversas outras opções a
serem consideradas, eu posso preferir defender outra
pauta, uma pauta alinhada aos princípios libertários
que possa gerar um ativismo útil.

Mas não obstante, a realização deste ativismo


inútil é como num curso de um
empreendimento(Conceituando função empresarial e
assimetria informacional Por Vinícius Botti) você
estivesse alocando recursos, e por consequência os
desgastando, para apenas para recompensar os custos
que você teve no investimento dos mesmos, fazendo
com que você apenas teve tempo perdido no processo,
pois virtualmente foi a mesma coisa que você ter feito
nada, mas ainda com a adição do gasto de tempo e
energia.

Dependendo da forma que o ativista trate esta


pauta de maneira erronia, pode ser que ele não apenas
perca tempo e energia como ele direcione os “vetores”
do que deve ser feito para algo que retroceda o
processo antiestatismo, ao invés de passar a mensagem
que não deveria existir um STF este passa a ideia que
existe um salário ideal dos juízes do STF.

Eu não vejo que eles não possam reclamar do


aumento e usar isso pra gerar uma certa revolta e
desconforto em outros indivíduos que não conhecem
as ideias libertárias, o desconforto com a própria
ignorância de como o estado acaba atrapalhando a sua
vida é o que incentiva o indivíduo a buscar este
conhecimento, o que os libertários focam em fazer é
disponibilizar estas informações de forma de fácil
acesso por meio de institutos, canais no YouTube e até
mesmo esta plataforma que o leitor se encontra.

Como ser contra A não implica em defender B,


diferente da “logica do ativista”, é possível considerar
outras pautas para o ativismo, pautas que não sejam
contra-producentes as ideias libertárias e mais
relevantes que como uma gangue de criminosos deve
repartir seus espólios. Sendo o bem da população a
preocupação de muitos destes ativistas, estas poderiam
defender ideias como o uso de criptomoedas e práticas
contra-econômicas para se defender das crises geradas
pelo estado e quanto a pautas ligadas ao sistema
judiciário brasileiro seria uma pauta relevante
demonstrar que um sistema de justiça monopolístico
sempre irá utilizar o próprio aparato de justiça para
justificar suas violações, ou até tentar algo ainda mais
“pratico” como criar uma militância contra o estado
intimando o casal Cipriano e Homeschooling(Casal de SC
está sendo processado por praticar homeschooling Por
Chris Bastiat).

Essa pauta da questão salarial faz mais sentido


pra quem quer diminuir o estado e torna-lo mais
enxuto e eficiente, e isso não ajuda em nada para gerar
uma intolerância cultural ao estado, só reforça que
deva existir um estado num tamanho ideal, sendo
assim, ativismo libertário esta pauta do salário do STF
não faz sentido pra quem quer acabar com o estado,
pois está já pressupões a existência do estado como
válida para ser negada.

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