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ISBN: 978-85-5722-026-3
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1.Introdução
Diante disso, o presente trabalho foi realizado em uma microempresa de produção de marmitas,
no qual foi aplicado a ferramenta de planejamento e controle MRP afim de otimizar o tempo,
planejar e controlar o processo segundo a obtenção de dados e análise da empresa.
2. Referencial Teórico
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Segundo Fernandes & Godinho Filho (2010) o PCP (planejamento e controle da produção) tem
como objetivo definir o que, quanto e quando produzir, comprar e entregar, além de quem e/ou
onde vai ser produzido e todas essas decisões seguem uma estrutura hierárquica na Figura 1.
Das principais atividades de PCP, foram retiradas as que dão ênfase ao artigo proposto:
Diante essas atividades, a previsão de demanda é a base para a ferramenta MRP, pois os itens
em estoque possuem demandas independentes que necessitam de uma previsão de acordo com
o mercado consumidor. Enquanto a programação de curto prazo MPS, alimenta/direciona o
MRP com uma programação de produtos acabados, informando quanto (quantidade) e quando
(prazo) estes devem ser produzidos e entregues ao consumidor (LUSTOSA et.al 2008).
Segundo Fernandes & Godinho Filho, (2010) para um bom funcionamento do sistema MRP
foram definidos alguns parâmetros: tamanho do lote, estoque de segurança e lead time.
O lote é definido como uma quantidade fixa de pedidos e um parâmetro vital para a ferramenta
MRP, pois em um nível determina a necessidade de demanda de um nível inferior.
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Para Fernandes & Godinho Filho (2010), a definição do tamanho do lote pode se dar em função
da análise de uma série de custos: custo de preparação; custo de estocagem; custo de variação
de carga de trabalho (lotes maiores geram cargas mais estáveis); custo verdadeiro da ociosidade
(em gargalos a ociosidade é muito custosa, portanto, os lotes podem ser maiores; já em outras
máquinas, a ociosidade não é tão custosa). Portanto o tamanho do lote é essencial para
determinação de pedidos para uma demanda constante.
O objetivo do estoque de segurança é atender a demanda prevista que excede um valor de uma
demanda fixa, reduzindo o tempo ocioso de produção. Essas medidas são obtidas a través de
uma abordagem probabilística no qual os dados se baseiam em uma revisão contínua do estoque
para melhores previsões.
Segundo Tubino, (1999) lead time é uma medida do tempo gasto pelo sistema produtivo para
transformar matérias-primas em produtos acabados, os principais componentes do lead time
que devem ser considerados são: tempo de emissão física da ordem, tempo de transporte, tempo
de fila, tempo de preparação e produção e tempo com inspeções.
Alguns autores definem lead time como o tempo do caminho crítico de manufatura MCT
(manufacturing critical-path time), é a típica quantidade de tempo desde a criação da ordem,
passando pelo caminho crítico, até que pelo menos uma peça do pedido seja entregue ao cliente,
dessa forma auxilia nas formas de se reduzir o tempo total por meio da eliminação ou redução
de componentes do lead time.
3. Estrutura do Produto
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As árvores do produto (product trees) apresentam a estrutura de composição dos outputs, os
itens são agrupados em módulos ou subconjuntos que compõe o produto e são organizados em
diferentes níveis (LUSTOSA et.al 2008).
Essa composição de produtos pode se extrair os itens “pais e filhos”, os itens “filhos” são
necessariamente produtos de matéria prima ou item comercial, enquanto os outros são
manufaturados ou montados. A Figura 2 apresenta a relação entre “pais” e “filhos”, os itens C
e B são “filhos” do item A.
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Tabela 1 Exemplo de Lista de Materiais
Para Fernandes & Godinho Filho, (2010) os procedimentos são compostos por quatro
importantes conceitos:
O estoque projetado está em função do estoque de segurança, então o resultado EPj não pode
ficar abaixo do estoque de segurança, e se caso EPj < ES, se estabelece um plano de LPO
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(liberação de ordens planejadas) para que possa atender as necessidades de produção sempre
visando o lead time de cada item.
4. Metodologia
Está pesquisa pode ser definida por um caráter exploratório, pois foi feita in loco, com o
principal objetivo de apresentar algumas formas de suprir as necessidades da produção,
aumentando assim a facilidade de controle da mesma.
A ferramenta utilizada neste trabalho, foi o MRP onde aplicou-se no estudo na microempresa
localizada no nordeste do Estado do Pará, que possibilitou uma avaliação de estocagem,
reposição dos materiais, os gastos e lucros da empresa em questão.
5. Resultados
A referida empresa em que foi realizada o estudo de caso, fica localizada no nordeste do Estado
do Pará, inaugurada em 2000, onde oferece seus serviços para comunidade em geral e possui
um restaurante integrado a produção de marmitas na região. Sua produção é caracterizada
enxuta, pelo fato de atender uma demanda e eliminar todo processo que não agregue valor ao
produto, sendo assim um grande propulsor para o mercado alimentício.
A empresa possui mais de 10 tipos de sabores de marmita, e sua produção é manual contando
apenas com 4 funcionários (1 recepcionista; 2 cozinheiras e 1 colaborador para limpeza) que
trabalham em conjunto para que a empresa permaneça e continue crescendo no mercado, e
segundo os dados fornecidos pela dona da empresa, atualmente atende mais de 1,500
consumidores mensalmente.
A lista endenta do produto carne seguiu o padrão de descrição dos materiais, a quantidade
utilizada por marmita e o tipo de item a que são classificados, observa-se que o nível do produto
acabado é 0, logo depende da quantidade dos outros materiais do nível 1 e 2 da árvore do
produto. Foram calculados quanto é utilizado para fazer apenas uma marmita, os valores
encontrados no cálculo foram postos na lista, como mostra a Tabela 2 na classificação
quantidade.
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Fonte: Elaborado pelos autores (2017)
Ao obter os dados e fazer a lista endentada de materiais, fez se a árvore da produção, a qual
apresenta a relação entre itens “pais” e itens “filhos”, matérias primas e produtos fabricados ou
produtos finais. A Figura 3 apresenta a estrutura da marmita de Frango e a Figura 4 apresenta
a estrutura da marmita de Bife.
Figura 3 Árvore do Produto da Marmita de Frango
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Figura 4 Árvore do produto da marmita de Bife
Essas estruturas apresentam cada componente que participa da produção, observa-se que na
lista endentada e na árvore do produto, várias matérias primas (alimentos não perecíveis e
condimentos) se repetem, então os registros de MRP devem ser feitos de acordo com a
quantidade desses itens.
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Tabela 10 Registro da Cebola
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Tabela 14 Registro do Charque
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Fonte: Elaborada pelos autores (2017)
Os cálculos feitos a partir da análise dos produtos serviram para programar a reposição desses
materiais e possibilitou visualizar a quantidade que é necessária para a produção de marmitas
sem que haja desperdícios no estoque ou superprodução.
6. Considerações finais
Percebeu-se que é de grande valia a aplicação de ferramentas de planejamento e controle de
produção no cotidiano da microempresa. Outro fator que deve ser levado em consideração é a
resistência dos que administram a organização em adotar hábitos que busquem padronizar as
ações para que ferramentas de controle e planejamento possam ser aplicadas no
estabelecimento.
Outro fator da microempresa estudada é que possui várias intempéries, uma delas é em relação
a gestão financeira que por falta de conhecimentos específicos não detém de um controle
administrativo adequado, como também para o controle da produção. A empresa ainda peca em
relação ao planejamento e controle do estoque por não possuir conhecimentos específicos em
relação ao mesmo. Por ter o lead time diário da maioria de seus produtos, não possui tantos
desperdícios, como propostas de melhorias, a sugestão é que seja efetuada os registros para os
demais pratos, para que tenham, um controle de reposição mais eficiente e não empírica, e que
possam ser capacitados à gestão, os que administram tanto o financeiro quanto operacional,
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para que a empresa continue assim vencendo as intempéries e ganhando espaço no mercado
competitivo.
7. Referencias
FERNANDES, Flavio C.F.; GODINHO FILHO, Moacir. Planejamento e Controle da
Produção. 1ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
LUSTOSA, Leonardo; MESQUITA, Marco A.; QUELHAS, Osvaldo; OLIVEIRA, Rodrigo.
Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; HARLAND, Christine; HARRISON, Alan;
JOHNSTON, Robert. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1999.
TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e controle da produção.2ª Edição. São
Paulo: Atlas, 2000.
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