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Roma, foi uma cidade que conquistou um império, ao longo do tempo, através da

força das suas armas. O seu objetivo era alargar o seu território para extrair as riquezas dos
povos dominados, a partir do momento que estabeleceu a Pax romana – conseguida através
da presença dos exércitos. Para isso, os romanos faziam a romanização dos povos, que era um
processo de transmissão da cultura Romana do Império através da aculturação e assimilação.
Claro que este processo foi lento e foi mais aprofundado nuns povos do que nos outros,
dependendo de como estes reagiam a aculturação.

O objetivo dos Romanos era atingir a uniformidade cultural e para isso tinham
diferentes veículos de romanização. O mais importante era o exército. Eles eram os primeiros
a contactar com os povos e eles é que estavam responsáveis por lhes ensinar, em primeiro
lugar, a língua (latim). Após o ensino da língua, que fazia com que os dois povos se
entendessem, iniciava-se um processo de assimilação cultural, ou seja de mistura do povo
dominado com o dominante. Os membros do exército casavam com as mulheres do local
dominado, depois tinham filhos enquanto o homem respeitava e tolerava os costumes do
nativo e aos mesmo tempo ia lentamente aplicando os fatores de romanização. Após
romanizados, os romanos tinham de fazer com que os nativos se sentissem parte do Império:
integravam-nos no exército, construíam cidades idênticas a Roma, divulgavam a cultura, arte,
os usos e costumes como o habito de ir às termas, as instituições e ensinavam o culto ao seu
Imperador.

Assim foram criados colónias e municípios. As colónias eram cidades povoadas por
romanos e onde se encontravam, em maior parte, antigos soldados. As colónias foram um
importante centro de desenvolvimento e de romanização dos povos. O documento 36A da
página 114, diz-nos que “…essas colónias parecem imagens em miniatura, por assim dizer
reproduções.” Isto é referido devido ao facto que eram idênticas a cidade de Roma, tinham o
mesmo tipo de urbanismo, religião, formas de arte, instituições, e tinham os mesmos direitos e
privilégios, isto é, cidades de Direito Romano e tinham cidadania plena, ou, como nos diz o
referido documento “reproduções.”

Também existiam os municípios. Os municípios eram povoações já existentes que os


romanos distinguiam com privilégio e se tornavam também ativos focos de romanização. Aos
municípios era concedido o Direito Latino, ou seja, eram cidadãos livres, com cidadania
idêntica à de Roma, mas não podiam participar no exercício de qualquer cargo político. Só se
fossem, excecionalmente, habitantes de colónias é que tinham o direito Romano. Os
municípios possuíam instituições de governo próprias, mas muito semelhantes às de Roma: a
Cúria, que correspondia ao Senado e os Duúnviros que correspondiam aos cônsules. Em 212 ,
Caracala transforma, em cidadãos, todos os homens livres, do Império.

Respetivamente, no que concerne, à Península Ibérica, a sua romanização foi lenta e


deu início em 218 a.C. Estas terras eram habitadas por povos que viviam de subsistência e
eram agropastoris, designados por celta-iberos. Viviam no cimo dos montes, formando
pequenas povoações, designadas por citânias. Estas, eram amuralhadas e constituídas por
casas, algumas, circulares, com telhados de colmo e, como por exemplo na citânia de Sanfins,
a maior da península Ibérica, uma casa retangular, estima-se para reuniões mais alargadas da
comunidade. Nesta citânia, é possível encontrar, na sua parte mais baixa, uma zona de banhos,
que demonstra os efeitos da romanização nos povos castrejos, dos castros: os guerreiros celtas
banhavam-se em águas quentes e tépidas após as lutas ou combates. Após a Romanização,
estes encontravam-se já em melhores condições de vida, tendo os romanos aplicado, entre as
vária alterações, mudanças na economia: aproveitaram os solos para agricultura, que já era
praticada pelos celtiberos, mas desta feita, virada para a exportação. Produziam cereais,
vinho, azeite e também praticavam a pecuária. Desenvolveu-se, a par da atividade
agropastoril, a indústria. Em primeiro lugar veio a exportação mineira onde podemos observar
no documento 39C na página 117, a imagem de uma mina de onde era explorado ouro, prata e
chumbo, visto que, a Península Ibérica possuía recursos tão ricos. Olarias e tecelagens também
tiveram grande implantação. A salga do peixe veio mais tarde, mas mesmo assim, foi um
importante desenvolvimento para a economia. Nesta área, destacam-se os tanques de salga
de Miróbriga ou Tróia. A moeda, de cunhagem peninsular, circulava abundantemente após a
aculturação do povo lusitano. O fator mais importante foi a construção de rede de estradas
que ligavam os diferentes povos do Império uns aos outros, dando assim uma maior facilidade
para circulação e partilhando assim o dinamismo com todo o Império. O documento A da
página 118 demostra as diferentes fases para a construção de uma estrada: por várias
camadas, de modo a resistir a desastres naturais, como também à força de cavalos ou
soldados que passassem por lá, facilitando a circulação de mercadorias e pessoas.
Curiosamente, algumas destas Vias romanas sobreviveram até aos dias de hoje.

Podemos assim concluir que a Romanização foi um grande feito histórico pelos
Romanos, que levou à unidade de vários povos criando um vasto império, forte, bem
estruturado e obediente, mantendo assim a paz.

Tal como começamos, Roma foi de facto uma grande cidade: a capital de um império
que se estendeu em redor das margens do Mediterrâneo. Pela força das armas, através de um
exército organizado, numeroso e disciplinado, submeteu os povos à Pax Romana, criando
assim condições para uma homogeneização cultural cujo objetivo era criar , no lugar mais
distante, o sentimento de pertença a Roma. O desenvolvimento permitiu que a grandeza
Romana perdurasse no tempo, podendo, até aos dias de hoje, serem encontradas marcas da
presença romana em Conímbriga, Sanfins, Bracara ou Olissipo, atual Lisboa.

Matilde Sampaio

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