Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMARIO
Prefácio, II
Ç Resumo, 60
Questões para discussão, 61
3 Previsão d a Demanda, 63
'( 3.1 Introdução, 63
3.2 Etapas de um modelo de previsão, 65
3.3 Técnicas de previsão, 67
< 3.4 Previsões baseadas em séries temporais, 69
( 3.4.1 Técnicas para previsão da média, 70
3.4.1.1 Média móvel, 70
3 .4 .1 .2 Média exponencial m óvel, 71
3.4.2 Técnicas para previsão da tendência, 73
3.4.2.1 Equação linear para a tendência, 74
3.4.2.2 Ajustamento exponencial para a tendência, 76
3.4.3 Técnicas para previsão da sazonalidade, 78
3.5 Previsões baseadas em correlações, 80
3.6 Manutenção e monitorização do modelo, 83
Resumo, 86
Questões para discussão, 86
i*
<u.
SUMÁRIO
Bibliografia, 219
PREFACIO
Nas duas últimas décadas ocorreram profundas mudanças nos sistemas produtivos.
A globalização da economia, acirrando a concorrência, e a inovação tecnológica,
propondo novas formas de fabricação e comunicação, forçaram as empresas a repensar
sua estrutura dé produção. Acompanhando esta tendência, muitos livros foram escritos
para descrever esses novos paradigmas, com ênfase, porém, na organização da
produção. Pouco se escreveu na área de Planejamento e Controle da Produção (PCP).
Para quem atuava nessa área, seja em termos acadêmicos, seja industriais, restava
empregar referências bibliográficas obsoletas, em que, por exemplo, o potencial de
utilização de sistemas informatizados se restringia a grandes empresas (atualmente, h
cada 18 meses, para um mesmo custo, dobra-se a capacidade de processamento de um
computador), ou empregar bibliografias generalistas sobre sistemas de produção,
normalmente de autores estrangeiros, em que o PCP era apenas um entre os vários
assuntos tratados.
Dessa forma, senti-me estimulado a escrever um livro onde o PCP fosse o tema
básico, buscando incluí-lo no contexto das modernas técnicas de organização da
produção, voltado para dois tipos de público alvo: o acadêmico dos cursos de Engenharia
de Produção e Administração e o profissional da indústria que trabalha nessa área.
Ao acadêmico, que está em fase de formação, este livro,pretendé fornecer 03
subsídiosbásicos para que entenda as diferentes funções exercidas pelo PCP e as técnicas
que poderão ser empregadas em cada situação específica. Um conjunto de exemplos
numéricos e exercícios são propostos com esta finalidade.
Ao profissional da indústria, que está trabalhando com um modelo preconcebido,
na maioria das vezes baseado em um sistema de informações gerenciais fornecido poi
terceiros, este livro pretende descrever a teoria das decisões tomadas no PCP, para que
possa, por um lado, entender melhor as decisões que está tomando em seu dia-a-dia e,
por outro, ser capaz de analisar formas alternativas para executar essas funções.
Assim, procurei estruturar este livro segundo a própria dinâmica das atividades
do PCP. No Capítulo 1, apresento alguns conceitos básicos, necessários ao posiciona-
VISÃO GERAL DÓS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
Parece que finaimente o futuro chegou ao Brasil. Houve uma geração inteira de
brasileiros esperando o milagre econômico prometido pelos líderes políticos, o qual
nunca chegava. Com a entrada da década de 90, ao que tudo indica, caminhamos para
tal. Mais por força de uma conjuntura econômica mundial globalizada, do que por
vontade poiítica de nossos líderes. O capitalismo vem-se moldando ao longo do tempo,
sofrendo profundas transformações conjunturais e definindo novos paradigmas produ
tivos. Onde antes havia o confronto entre capital e trabalho, hoje desponta a adminis
tração participativa, a necessidade de envolvimento da mão-de-obra na implantação de
novas técnicas produtivas. Onde antes havia a pressão por altas barreiras alfandegárias,
limitando a concorrência e, consequentemente, administrando os preços em função das
margens de lucro desejadas, hoje há a necessidade de se atingir maior número de
mercados, tanto na busca dos insumos como na colocação de seus produtos, de sc
diluírem custos fixos com aumento da produção e venda, rompendo as fronteiras físicas
dos países, indo buscar o consumidor onde ele estiver, forçando a concorrência entre
empresas e gerando um preço de mercado para os produtos ou serviços, ao qual as
16 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
empresas devem adaptar suas estruturas de custos (Ju sair do mercado. Onde antes havia
decisões localizadas, específicas para cada mercado, hoje há intercâmbio de informações
c globalização de produtos e consumidores, fazendo com que um mesmo produto seja
desejado e consumido nos EUA, na índia e no Brasil. E assim caminha a humanidade.
Darwin já havia equacionado o problema em 1859: ou as espécimes evoluem ou são
extintas pela concorrência. Os empresários acordaram para essa realidade!
Dentro deste contexto, as empresas de bens ou serviços que não adaptarem seus
sistemas produtivos para a melhora contínua da produtividade não terão espaço nesse
processo de globalização. A velha estratégia da produção em massa, derivada da noção
de economia de escala, já não é rnais válida. Hoje as empresas devem possuir um sistema
flexível de produção, com rapidez no projeto e implantação de novos produtos, com
baixos lead times e estoques no atendimento das necessidades dos clientes. A forma
como se planeja, programam e controlam esses sistemas produtivos tem função
primordial nesse contexto.
Este livro pretende tratar especificamente da problemática do planejamento,
programação e controle dos sistemas produtivos. M uitas pessoas ao ouvirem a expressão
sistemas produtivos, pensarão era fábricas, tomos e linhas de montagern. Originalmente,
a maioria dos conceitos e técnicas de planejamento, programação e controle da produção
veio de aplicações em fábricas, porém recentemente essas técnicas e esses conceitos
migraram paia a área de serviços, a área que mais cresce no mundo. Grande parte das
I empresas prestadoras de serviços, como bancos, escolas, lanchonetes, locadoras de
carros, seguradoras etc., pode e deve ser tratada como "fabricantes de serviços". Na
realidade, dentro de uma cadeia produtiva, como per exemplo a automobilística, existem
etapas do sistema produtivo que fabricam bens (o motor, os pneus, a montagem do carro
etc.), e outras que fabricam serviços (a venda do carro pela concessionária, a
manutenção e revisões periódicas do produto etc.). Logo, a conceituação de sistemas
produtivos abrange tanto a produção de bens, como a de serviços.
Como exemplo de um sistema produtivo voltado para serviços, considere as
atividades de um restaurante do tipo fastfood. Pode-se afirmar que o objetivo principal
do restaurante é atender de forma rápida e padronizada às necessidades alimentares dos
clientes. Para atingir esse objetivo, além de produzir os alimentos, uma série de
atividades básicas deve ser executada. Deve-se prever a demanda por alimentação,
elaborar uma seqüência viável de fabricação, planejar e acompanhar os estoques de
alimentos e materiais complementares, dimensionar a necessidade: de máquinas e
mão-de-obra para determinados níveis de demanda, bem como motivar, padronizar e
treinar a mão-de-obra. Não se pode esquecer da manutenção dos equipamentos e
instalações, do planejamento e inspeção da qualidade, da organização e limpeza do
ambiente, da segurança física dos bens e instalações, etc. Há uma série de outras
atividades que envolvem a administração de um fastfood, porém as atividades listadas
dão uma idéia da natureza e complexidade dos problemas enfrentados na administração
desse negócio.
Agora considere um sistema produtivo típico de bens, como uma fábrica de
eletrodomésticos. O objetivo principal desse sistema é montar equipamentos eletrodo
mésticos com, base na compra ou fabricação de peças componentes e colocá-los à
VISÃO GERAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO II
Para atingir seus objetivos, os sistemas produtivos devem exercer uma série de
funçtics operacionais, desempenhadas por pessoas, que vão desde o projeto dos
produtos, até o controle dos estoques, recrutamento e treinamento de funcionários,
aplicação dos recursos financeiros, distribuição dos produtos etc. De forma geral, essas
funções podem ser agrupadas em três funções básicas: Finanças, Produção e Marketing.
O sucesso de um sistema produtivo depende da forma como essas três funções se
relacionam. Por exemplo, Marketing não pode promover a venda dc bens ou serviços
que a Produção não consiga executar. Ou ainda, a Produção não pode ampliar sua
capacidade produtiva sem o aval de Finanças para comprar equipamentos.
Convencional mente, as funções desempenhadas dentro de um sistema produtivo
limitam-se à esfera imediata de sua autoridade. Ao se desenhar um quadro ftin.cional,
como o da Figura 1.1, ele tende a ser bilateral e fechado, com as funções exercendo
suas atividades até o limite de sua delegação; os pontos de contato transformam-se em
barreiras intransponíveis, que fazem com t|ue as ftinções falhem sempre que as decisões
extrapolem sua esfera de ação. Por exemplo, nos sistemas tradicionais, Marketing
exerce suas funções sem se preocupar se o plano de vendas estabelecido poderá ser
eficientemente produzido, e mudanças de curto prazo, normalmenle com incrementos
de vendas, são bem vindas e estimuladas.
Atualmente, as empresas sabem que estas barreiras funcionais devem ser quebra
das, o compartilhamento de informações nas tomadas de decisões é fundamental para
o eficiente desempenho de todo o sistema. A estrutura funcional deve ceder espaço a
uma estrutura operacional multilateral e aberta, como mostrada na Figura 1.2, onde a
responsabilidade pelas ações vai até o ponto em que o efeito dessa ação se Fizer sentir.
Por exemplo, ao se projetarem novos produtos, Marketing, Produção e Finanças, junto
com fornecedores e clientes, devem trabalhar em conjunto na definição, projeto e
produção dos novos produtos que atendam as necessidades dos clientes.
As fimções básicas, por sua vez, à medida que os sistemas produtivos crescem,
vão sendo desmembradas em suas atividades, gerando funções de suporte desempenha
das por especialistas, como, por exemplo, manutenção, controladoria, engenharia,
distribuição etc. Atualmente, uma questão importante com relação às funções de suporte
diz respeito ao excessivo crescimento das empresas e a sua burocratização pela
subdivisão das tarefas. Veja, por exemplo, a questão da qualidade. Normalmente, ao
se tirar do operador de um posto de trabalho a responsabilidade pela verificação da
qualidade de seu produto ou serviço, e passá-la para um departamento especializado de
Controle da Qualidade, ocorre um conflito com relação a quem é responsável por esta
qualidade: o operador que produz ou o inspetor que verifica? Atualmente, as empresas
estão revendo suas funções de apoio e revertendo a excessiva especialização das
atividades, com objetivo de atribuir mais responsabilidade a quem de fato executa
determinada função.
Vejamos com mais detalhe as três funções básicas dos sistemas de produção, bem
como as funções de suporte que estão mais relacionadas com os sistemas de planejamento
e controle da produção, objeto de estudo deste livro.
1.2.1 Produção
voltadas para a ária de serviços. A Tabela 1.1 apresenta alguns exemplos de operações
produtivas e em quais sistemas produtivos elas ocorrem.
1.2.2 M arketing
«- (
A função de Marketing está encarregada de vender e promover os bens e serviços
produzidos por uma empresa, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e
20 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
In su m os C o n v ersã o Saídas
F á b r ic a d e eletrod om ésticos
T r a n sp o r ta d o r a de b en s e v a lo r e s
H o sp ita l
1.2.3 Finanças
não exijam grande conhecimento técnico. O PCP tem interesse imediato no bom
andamento das atividades de manutenção. A programação da produção exige o (
conhecimento das condições físicas dos equipamentos e instalações, e o replanejainento
exige rapidez na troca de informações sobre a mudança de estado dos mesmos.
Recursos Humanos: é de sua responsabilidade recrutai* e treinar os funcionários,
estabelecer as relações trabalhistas, a negociação de contratos, a política salarial e fazer
com que os mesmos se sintam prestigiados e envolvidos com a eficiência do sistema
produtivo. O treinamento dos funcionários em mais de uma atividade (polivalência) é
atualmente um ponto crucial na flexibilização da produção sob responsabilidade dos f
Recursos Humanos, assim como o é a política de participação dos funcionários nos
lucros. O PCP relaciona-se com Recursos Humanos a longo prazo, definindo o patamar
de produção necessário para atender à previsão de demanda, base para uma política de
recrutamento e treinamento, e curto prazo programando os recursos produtivos onde
os funcionários serão alocados.
i
»
' I
VISÃO GERAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO IA
-----------. ^
Planejamento estratégico I
S ' I
da produção
/ '--
j Departamento Plano de produção
de marketing r ' x
/ / 0
___fr. vendas 1 U
Planejamento-mestre 3
MàMáil-Mã' ■’' L -.
n ■! 2a7- ■"
Pedidos em çorte.ra
da produção -r 1
Plano-mestre de produção
J
I 1
Programação da produção §
• Administração dos estoques
2
• íieqüenciamento S
• Emissão e liberação de ordens }
Ordens ; Ordens Ordens
Departamento de de j de 5
de compras !
' 11
compras fabricação \ montagem
_ r
A seguir, será feita uma treve descrição das atividades desenvolvidas pelo PCP,
que no decorrer dos capítulos futuros serão pormenorizadas.
Planejamento E stratégico da Produção: consiste em estabelecer um Plano de
Produção para determinado periodo (longo prazo) segunde as estimativas de vendas e
a disponibilidade de recursos financeiros e produtivos. A estimativa de vendas serve
para prever os tipos e quantidades de produtos que se espera vender no horizonte de
planejamento estabelecido. A capacidade de produção é o fator físico lim tante do
processo produtivo, e pode ser incrementada ou reduzida, desde que planejada a tempo,
pelti adição de recursos financeiros. No Planejamento Estratégico da Produção o Plino
26 MANUAL D Z PLANEJAMENTO E ( OKTROLE DA PRODU ;ÃO
de Produção gerado é pouco detalhado, normali nente trabalha com famílias de produt >s,
tendo como finalidade possibilitar a adequaçio dos recursos p; odutivos à demaida
esperada los mesmos.
Piar ejumento-mestre da Produção-, consiste em estabelecer um Plano-mestre de
i Produção (PMP) de produtos finais, detalhado a médio prazo, ]*ríodo a período a
partir do Plano de Produção, com base nas pre /isões de vendas dt médio prazo ou ros
pedidos em carteira já confirmados. Onde o p ano de produção considera famílias le
produtos, o PM P especifica itens finais que fazem parte dessas fa iúlias. Com base 10
estabelecimento do PMP, o sistema produto o passa a assumir compromissos le
fabricação e montagem dos bens ou serviços. \ o executar o Plai ejaroento-mestre da
Produção i gerar um PMP inicial, o PCP dev: analisá-lo quantc às necessidades de
recursos produtivos com a finalidade de identificar possíveis gargalos que possan
inviabilizai- esse.plano quando de sua execução t curto prazo. Ident ficado os potência s
problemas, e tomadas as medidas preventivas necessárias, o pia íejamento deve se r
refeito até chegar-se a um PMP. viável.
Programação da Produção: com base nt PMP e nos registros de controle de
estoques, a Programação da Produção estabelece a curto prazo quanto e quand)
comprar, fabricar ou montar de cada item necesi ário à composição ios produtos finaií.
Para tanto, são dimensionadas e emitidas O rden; de Compra para <>s itens comprados,
Ordens de Fabricação para os itens fabricados ntemamente, e O rlens de Montagen
para as submontagens intermediárias e montagen i final dos produtos definidos no PMP
Em função da disponibilidade dos recursos produtivos, a Progranação da Produção
encarrega-se de fazer o seqütmciamenlo das or lens emitidas, de orm a a otimizar a
utilização dos íecursos. Se o Plano de Produção providenciou os recursos necessários
e o PMP equacionou os gargalos, não deverá ocorrer problemís na execução dt
programa de produção seqüenciado. Dependend) do sistema de produção empregade
pela empresa (puxado ou empurrado), a Programação da Produção enviará as ordem
a todos os setores responsáveis (empurrando) ou apenas à montagei í final (puxando).
Acom panham ento e Controle da Produção : o Acompanhamt nto e Controle da
Produção, por meio da coleta e análise dos dade s, busca garantir c ue o programa de
produção en itido seja executado a contento. Qu; nto mais rápido os problemas forem
identificados, mais efetivas seião as medidas co retivas visando at cumprimento do
programa de produção. Já estão disponíveis, tecnológica e economicamente falando,
coletores de dados automatizados, que aceleram as comunicações en re a Produção e o
PCP. Por ou rro lado, os sistemas puxados de pro iuoão, baseados na filosofia Just-in-
Time, simplificam em muito a necessidade de acoi ipanhamento da pr xhição pelo PCP,
visto que os mesmos são auto reguláveis e projetados para apontar <!e forma imediata
quaisquer problemas que ocornim. Além das infe rmações de produt ão úteis ao PCP,
o Acompanhe m ento e Controle ia Produção norn almente está encarregado de coletar
dados (índices de defeitos, hon s/máquinas e hor; s/homens consum das, consumo de
materiais, índices de quebras de máquinas etc.) par; outros setores do s istema produtivo.
4
i
VISÃO C ERAL DOS SISTEMA! DE PRODUÇÃO 17
Os sisteu as de produção pedem ser classificados, segundo seu t i » d< <i|x i .k, i<.
em dois grandes grupos: processos contínuos e pro< esíws discretos. 1; sn cl.iv.Hi. u, ...
está associada ao grau de padiomzação dos produtos e ao volune de- pn din,
demandada. O: processos contínuos envolvem a produção de bens ftu s :iviç<w qur ici.,
podem ser iden ificados individual mente, e os processos discretos envol /cm n piuiliii, t..
28 MANUAL OE PLANEJAMENTO E C<>NTROLE DA PRODU' JÃO
de bens ou serviços que pode n ser isolados, em lotes ou unidades, cada lote ou prodt to
podendo ia identificado imlividualmente em relação aos dem; is. Por sua vez, )s
processos discretos podem ser subdivididos em processos rejietitivos em massa,
processos repetitivos em lote», e processos por projeto. Vamos etemplificar cada um
destes tipc s de operação.
Os pi acessos contínuos s to empregados qua; tdo existe alta unifc rmidade na produç; io
e demand; de. bens ou serviços; os produtos e os processos produtivos são totalmerte^
interdependentes, favorecendo a automatização; não há flexibilid ide no sistema, SUo
necessárioí altos investimentos em equipamentos e instalações, a mão de-obra é empregai ta
apenas par i a condução e mar utenção das instalações, sendo seu cisio insignificante e n
relação aos outros fatores prod itivos. Estão classíl içadas dentro deste grupo a produção <le
bens de bas 2, como energia elé rica, petróleo e der vados, produtos qi únicos de uma fom ia
geral etc. A Iguns serviços tamb ém podem ser prod ízidos dentro desta ótica com o emprej o
de máquinas, como serviços ie aquecimento e nr condicionado, <le limpeza contínui,
sistemas de monitoramento por radar etc.
O sp r ocessos repetitivos em massa são emp regados na produç ão em grande esca a
de produtcs altamente padrolizados. Norm alnente, a demanda petos produtos são
estáveis fa; endo com que s e u , projetos tenham j >ouca alteração a curto prazo, possib -
litando a m mtagem de uma est rutura produtiva al anuente especializ ida e pouco flexíve ,
t em que os iltos investimentos possam ser amort zados durante um longo prazo. N este
sistema prcdutivo a variação íntre os produtos acabados dá-se ge alrnente apenas em
termos de montagem final, se ido seus compone ites padronizados de forma a permit r
a produção em grande escala Convencionalmente, a "produção cm massa" emprega
mão-de-obia jkhico qualificada e pouco poliv;lente, porém com a implantação de
sistemas baseados na filosofia JIT/TQC, este qu; dro vem se modificando, devolvend j
ao empregado funções de gerenciamento do processo, como por exemplo a garantia d l
qualidade e a programação da produção, que lhe; foram retiradas e m a especializaçã i
decorrente ia Revolução Industrial. São classificadas dentro deste grupo a fabricaçã i
de bens pai ronizados como a itomóveis, eletrodimésticos, produtos têxteis, produto»
cerâmicos, ibate e beneficiam :nto de aves, suínos, gado etc., e a pi estação de serviços
em grande escala como transp irte aéreo, editora ;ão de jornais e revistas etc.
Os pn>cessos repetitivos em lote caracterh am-se pela produção de um volum i
médio de be is ou serviços padr inizados em lotes; .ada lote segue um 1série de operaçõe;
que necessi a ser programada i medida que as o lerações anteriores forem realizadas
O sistema produtivo deve ser íelativamente flexr el, empregando e quipamentos pouco
especializados e mão-de-obra polivalente, visando atender a diferentes pedidos do;
clientes e fl ituações da demanda Os processos repetitivos em lote situam-se entre os
dois extrem is, a produção em massa e a produção sob projeto, e n que a quantidade
solicitada d( bens ou serviços 5 insuficiente para justificar a massif cação da produçãi >
e especializ ição das instalaçõ í s , porém justific; a produção de 1lies no sentido dt *
absorver os :ustos de preparaç; o do processo. Co no exemplo dos pi ocessos repetitivo:
em lote pod< -se citar a fabricaç 5o de produtos têxt eis em pequena es< ala, como sapatos
VISÃO G «AL DOS SISTEMAS I >E PRODUÇÃO 29
R e p e itiv o R epetitiví
Contínuo P ro jeto
e m IV(assa em L otes
V o lu m e de p u d u ç ã o A lto A lto M édio B aixo
V a r ied a d e d< p ro d u tos Petiuena M é lia Grande Pequena
F lex ib ilid a d e Baixa M é lia Alta A lta
Q u a lifica çã o da M O D Baixa M é lia Alta Alta
L ayout P w produto Por pt oduto Por proces; 0 P or processo
C a p a cid a d e 1cio sa Baixa Ba; xa Média Alta
L e a d tim es Baixo Bai xo M édio A lto
F lu x o d e inft rm ações Baixo M é lio Alto A lto
P ro d u to s ( iontínuos E m 1otes Em lotes U nitário
de um sistema de produção. Aml >as devem projetai seus produtos, pre ver sua demanda,
balancear seu sistema produtivo, treinar sua mão-d í-obra, vender seu: produtos, alocar
seus recursos s planejai e contri lar suas operações.
Existem porém, grandes liferenças em c o n o essas atividade: são executadas.
, Uma diferenç;; básica reside no f, ito de a m anufatun de bens ser orient; da para o produto
enquanto apr< stação de serviços é orientada para a ação. Nesse sentido, podemos listar
a seguir algui nas; características que se diferenci; ra conforme a a b irdagem dada ao
sistema de produção.
Orientação do produto: o> serviços são intingíveis, ou seja, são'experiências
vivenciadas pt los. clientes, enqua nto os bens são tan >íveis, ou seja, são coisas que podem
ser possuídas telos clientes. Em conseqüência, os serviços não podem ser previamente
executados e e stocados como os 1ens; há necessidat e da presença do cl ente para ocorrer
a ação, pois a produção e o consumo ocorrem simultaneamente.
Contato :om o cliente: os s trvíços envolvem nator contato do cl iente, ou um bem
de sua propriedade, com o sistema produtivo, enquanto a manufatuia de bens separa
claramente a j irodução do const mo, ocorrendo a ábricação dos b en , longe dos olhos
dos clientes. Nesse sentido, o planejamento da prestação dos serviç rs deve levar em
conta o tempo que os clientes estão dispostos a esperar nesta operação, te m como a
qualificação da mão-de-obra pn stadora do serviço, jxris é ela que t< rá contato direto
com o cliente sendo por ele av; liada.
Uniform dade dos fatores ( rodutivos: os serviços estão sujeitos i maior variabili
dade de entraiía do que a manufi tuia, em que as rratérias-primas e pt ças componentes
são padronizadas. Por exemplo um carro quebrado que chega a u n a oficina ou um
paciente que t atendido em uma consulta médica j iodem ter uma g an a muito variável
de problemas a serem tratados enquanto as peç is de um eletrodo néstico que será
montado são p idronizadas. N ess: sentido, o proces o produtivo na pre .tação de serviços
também é variável e pouco propenso a automação, tornando sua gestã i mais complexa,
enquanto a m m ufatura de bens devido a sua uniformidade de tratamento, apresenta
facilidade na mecanização e no controle dos trai alhos. Em conseq iiência, as saídas
resultantes da manufatura são-nuis estáveis e padtonizadas do que o resultado de uma
prestação de serviços.
Avaliaçô o do sistema: em d icorrência dos itens anteriores, na pre ;tação de serviços
é mais compli xo avaliar o desempenho do sistem í, pois as entradas, o processamento
e as saídas si o variáveis, enqumto na m anufatura de bens esses fatores podem ser
predeterminai os e avaliados, com base nos padre es. uma vez cone uída a operação.
Devido à dificuldade em avaliar o resultado dos serviços, tem como senti-los antes da
compra, os co rsumidores tender 1 a ser mais instáv ;is e a basear-se en t opiniões (outros
clientes ou a reputação da empresa) do que em dados reais para sua escolha.
Não obs ante haja diferenças claras entre prestação de serviços e manufatura de
tens, na práica a maioria da; empresas está situada entre esse:, dois extremos,
produzindo simultaneamente btns e serviços. Por exemplo, um restaurante que é
considerado u n prestador de set 'tços, ao "produzi *" a refeição atua c imo se fosse uma
manufatura, assim como a manttenção e o reparo ios equipamentos ' endidos por uma
VISÃO GERA!. DOS SISTEMAS DE F RODUÇÀO 31
RESUMO
1. Seguido seu ponto de v sta, comente quais os principais prol lemas gerados pel >
excesso de protecionismo alfandegário à eficiência produtiva das empresas?
12. Esco)ha um sistema proí utivo de bens e oui ro de serviços. Descreva suas funçõe;
de pr ídução, marketing e f inanças.
3. Discuta o crescimento ex essiv o das funções de apoio aos sis emas produtivos, :
sua rt fação com a buroc atização e morosidade de resposta aos problemas.
4. Apresente três sistemas de produção, definindo quais são teus horizontes do
planej amento de longo, i nédio e curto praz ►
.
,5. Q ual; relação entre o pia ío de produção, o p lano-mestre de pro lução e o program;
de pre dução?
6. Descr :va um sistema de produção de bens e outro de serviço 5 que caracterizem
um;
6.1 1'rocesso contínuo.
6.2 Processo repetitivo era massa.
6.3 Processo repetitivo em lotes.
6.4 I rocesso por projet' i.
7. Exemplifique as principa s diferenças entre a e a ip restaçao d f
_sendçus^
8. Comet te os principais fa ores que tomam n ais complexos os sistemas de plane-
jam ent} e controle da pre dução.
1
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
DA PRODUÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
O planejamento estratégico busca maximizar os resultados das operações e
minimizar os riscos nas tomadas de decisões das em rresas. O impacto le suas decisões
são de longo pi azo e afetam a na ureza e as caractei ísticas das empres ts no sentido <fe
garantir o atendimento de sua missão. Para efetu;r um planejamenti estratégico, a
empresa deve entender os limites de suas forças e habilidades no relationamento com
o meto ambientí, de maneira a criar vantagens competitivas em relação à concorrência,
aproveitando-si de todas as situa ;ões que lhe troux1;rem ganhos. Em mtras palavras*
planejar estrategicamente consisti em gerar condiçíes para que as empresas possam
decidir rapidamente perante oportunidades e ameaças, otimizando suas vantagens
competitivas em relação ao ambit nte concorrencial onde atuam, garani indo sua perpe
tuação no temp}.
34 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
( M issã o )
( Estratégia corporativa
Jj,
■e* J'.; .. 1• * - ' —T— r*>s
( Estratégia competitiva )
-ü»
Estratégia funcional
( Táticas )
atua dentro desses três níveis de decisões (estratégico, tático e operacional). No nível
estratégico, colabora com a formulação de um Plano de Produção consolidado com o
Plano Financeiro e o de Marketing. No nível tático, desmembra o Plano de Produção
em um Plano-mestre de Produção, detalhando os bens ou serviços que serão executados.
E no nível operacional, programa e acompanha cada implementação desse plano-mestre.
Nesse sentido, este capítulo busca apresentar o Plano de Produção e as principais
questões relacionadas a sua formalização em nível estratégico. Para tanto, inicialmente,
faremos breve descrição sobre a missão corporativa, a estratégia corporativa, a
estratégia competitiva, e o conteúdo e a elaboração de estratégias funcionais. Em
seguida, apresentaremos alguns conceitos e filosofias que direcionam estrategicamente
as empresas, para só então entrarmos nas questões específicas do Plano de Produção.
2 .1 / MISSÃO CORPORATIVA
Como a missão corporativa é uma meta a ser alcançada, ela deve ser operaciona-
lizada por meio da definição e implementação das estratégias corporativa, competitiva
e funcional.
36 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
x- r Margem de lucro V
aftH Volume de vendas A’
V
k
k
k
x
;c
((
t
A seguir, vamos apresentar os principais critérios de desempenho empregados na
(ç
produção, e, posteriormente, as áreas de decisão em que a estratégia de produção deverá
posicionar-se. X
X
X
<(
<(
X
X
X
X
k
Figura 2.5 Definição de uma estratégia produtiva.
!<
((
2.5.1 Critérios estratégicos da produção ■K
C
O objetivo da estratégia de produção é fornecer à empresa um conjunto de
Características produtivas que dêem suporte à obtenção de vantagens competitivas a
<c
longo prazo. O ponto de partida para isto consiste em estabelecer quais critérios, ou K
Íí
U
40 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
C ritérios D e sc r iç ã o
Figura 2.6
Filosofia JIT/TQC
• Satisfazer às necessidades dos clientes
• Eliminar desperdícios
• Melhorar continuamente
• Envolver totalmente as pessoas
• Organização e visibilidade
JIT TQC
Produção focalizada Produção orientada pelo cliente
Produção puxada Lucro pelo domínio da qualidade
Nivelamento da produção Priorizar as ações
Redução de lead times Agir com base em fatos
Fabricação de pequenos lotes Controle do processo
Redução de setups Responsabilidade na fonte
Manutenção preventiva Controle a montante segundo o fluxo de produção
Polivalência Operações a prova de falha
Integração interna e externa Padronização
etc. etc.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO 43
• desperdício de superprodução;
• desperdício de espera;
• desperdício de movimentação e transporte;
• desperdício da função processamento;
• desperdício de estoques;
• desperdícios de movimentos improdutivos;
• desperdícios dc produtos defeituosos.
• zero de defeito;
• zero de estoque;
• zero de movimentação;
• zero de lead time;
46 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
y
1 l Estimativas de I r *
a 1 custo H c 1
n 1 o V
e ^lano mestre í de
J Je produç3o j ® J Projeto 1 CAD
O
a
m L d
GerenciamentoS o
c
CJ
e de materiais 1 s
n £
I [ Planejamento
0 Planejamento ¥11'
do processo j CAPP ‘5?
de capacidade 1 1 a
a
c
0H
Ajuste da 1
c i capacidade 1
0 Programação
n 1 Liberação das 1 CNC
t ordens ]I
r
0 Controle das
1 Controle da máquinas
produção
,.J< : ; Controle do O
da transporte
o-
Coleta de dados CAM 03
P Controle dos >■»
operacionais G
r estoques CJ
d • Controle da £
Controle de <u
u montagem
quantidades p*
ç Controle da
a tempos e custos £
manutenção
Controle da
Garantia da
expedição *•
qualidade
O sistema CIM, conforme apresentado na Figura 2.8, envolve o uso de uma série
de tecnologias que produzem ferramentas de auxílio às atividades de planejamento e
implementação do sistema de produção. O lado esquerdo do modelo, atividades de
planejamento e controle da produção, é o objeto de estudo deste livro, e será detalhado
nos próximos capítulos. O lado direito do modelo, que compreende as ferramentas
técnicas de auxílio ao planejamento e implementação da produção, é definido a seguir.
CAE - Engenharia A uxiliada p o r C om putador como o próprio nome indica,
consiste em empregar um sistema computacional para desenvolver e avaliar as especi
ficações funcionais de produtos, peças componentes e processos de fabricação.
CAD - Projeto A uxiliado por Computador é um sistema computacional
empregado para a elaboração de desenhos, lista de materiais e outros conjuntos de
instruções para as atividades de produção, como uma base de dados gráfica de peças,
desenhos, simulação gráfica interativa, armazenamento e acesso a documentos, edição
de documentos técnicos etc.
CAPP - Planejamento de Processo Auxiliado por Computador este sistema
computacional está encarregado de gerar o fluxo produtivo das peças e componentes
dentro do sistema de produção, conhecido como roteiro de produção. Normalmente, as
peças são catalogadas em famílias, agrupadas por suas características similares de
fabricação, permitindo o desenvolvimento de planos padrões de processo para cada
família.
CAM - Manufatura A uxiliada por C om putador desenvolve as atividades de
geração, transmissão e controle de execução de programas de comando numéricos
aplicados a máquinas-ferramenta e robôs, sistemas de manipulação de materiais,
inspeção e teste da produção. Na realidade, o CAM engloba uma série de atividades
que, de certa forma, podem ser desmembradas em suas próprias tecnologias, como:
Cabe ressaltar que um dos grandes problemas de implementação dos sistemas CIM
consiste na falta de padronização entre os fabricantes dos sistemas computacionais,
dificultando a interação entre os vários módulos. Logicamente, a proposta dos sistemas
CIM, em termos de engenharia e fabricação, consiste em que as informações contidas
nos projetos do CAE sejam entendidas pelo CAD, que deve repassar prontamente os
desenhos para o CAPP, que, por sua vez, deve comunicar seus planos com o sistema
CAM, para serem executados. Além disso, do outro lado, o planejamento e controle
da produção deve estar integrado a estes dados.
Uma segunda questão importante associada aos sistemas CIM diz respeito a quando
a empresa deve executar sua implementação. A experiência tem mostrado que a tentativa
de transpor os sistemas convencionais de produção diretamente para a'proposta do
sistema CIM não tem trazido bons resultados, pois estaremos apenas informatizando
<r
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO 49
. Plano Plano de
fmanceiro_. A jmarkcting
J Plano de
V produção J
Planejamento-mestre .I
^ daprodução
In form ações D e sc r iç ã o
Recursos Equipam entos, in stalações, força de trabalho, taxa d e produ ção
Previsão da dem anda D em anda prevista para as fa m ílias de itens
Políticas alternativas Subcontratações, turno extras, postergação da prod u ção, estoq u es etc.
D ad os de custos Produção norm al, arm azen agem , subcontratações, turno extra etc.
Com relação a ações que atuam sobre a taxa de demanda, pode-se considerar no
plano de produção (obviamente suportado pelos planos de marketing e financeiro)
reduções de preços, promoções ou outras alternativas para estimular a demanda nos
períodos de baixa. A inclusão de produtos novos como forma de aproveitar ociosidades
das instalações, ou, no sentido contrário, quando houver falta de capacidade, planejar
pedidos pendentes para entrega futura. O aumento de preços que visa conter a demanda
dentro dos níveis de produção não é iftna alternativa viável, pois em uma economia
aberta sempre existirão outras empresas dispostas a atender os clientes pelo preço do
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO 51
30
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Sei. Out. Nov. Dez.
Períodos
i -----------------------------------------1
i —♦— P rodução —• — Veadas
Jan. Fev. M ar. Abc. M aio Jun. Jul. Ago. Sei. O *. No*. Dez.
Períodos
—ü— Produção —■ — Vendas j
30
25
20
15
10
5
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
_________ Períodos
• ♦" Produção —■— Vendas
D . . 1* 2* 3* 4* 5* 6* 7* 8* „ . ,
Período ., . . .. , . .. .. .. Total
trim. trim. tnm. trim. trirn. trim. (rim. tnm .
Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2.000
Estoque inicial = 50
Custos:
Produtivos:
Turno normal = $ 4 por unidade
Turno extra — $ 6 por unidade
Subcontratação = $ 10 por unidade
De estocagcm: $ 2 por unidade por trimestre sobre o estoque médio
De atraso na entrega: $ 20 por unidade pior trimestre
Na primeira alternativa a ser analisada (Tabela 2.5), vamos supor que a estratégia
adotada seja de manter a capacidade produtiva constante de 250 unidades (2.000/8 =
250) por trimestre, e utilizar os estoques para absorver as variações da demanda. Nesta
primeira alternativa de plano, vamos admitir atrasos e transferências de entregas para
os períodos seguintes.
Conforme podemos verificar na Tabela 2.5, a alternativa 1 do plano de produção
apresenta um custo total de $ 10.300, sendo $ 8.000 referentes à produção em regime
normal das 2.000 unidades, $ 1.300 de custos de armazenagem do estoque médio de
650 unidades, e $ 1.000 devidos ao atraso de entregas, no sexto trimestre, de 50 unidades
por um trimestre.
Na segunda alternativa (Tabela 2.6), vamos admitir a introdução de turnos extras
de até 40 unidades por trimestre, um ritmo de produção normal de 230 unidades e a
possibilidade de atrasar e entregar pedidos nos períodos seguintes.
Conforme podemos verificar pela Tabela 2.6, a alternativa 2 do plano de produção
com a inclusão de turnos extras apresenta um custo total de $ 9.840, inferior ao da
alternativa 1. Desse total, $ 7.360 são referentes à produção em regime normal das
1.840 unidades, $ 840 de custos de turnos extras para produzir as 140 unidades, $ 1.040
de custos de armazenagem do estoque médio de 520 unidades, e $ 600 devidos ao atraso
de entrega, no sexto trimestre, de 30 imidades por um trimestre.
Para uma terceira alternativa (Tabela 2.7), vamos supor que o ritmo de produção
normal seja de 200 unidades por trimestre, e que até 40 unidades por trimestre possam
ser obtidas com turnos extras e o restante subcontratado de terceiros em lotes de 25
unidades. Não se aceitam atrasos na entrega.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO SS
Ia V 3* 4a 5a 6a 7a 8a
P eríod o T otal
tr im . trim . trim . tr im . trim . trim . trim .' tr im .
200 200 200 300 400 300 200 200 2.000
D em and a
Produção:
Normal 230 230 230 230 230 230 230 - 230 1.840
Turno extra 20 40 40 40 140
Subcontratação
Produção -
Demanda 30 30 50 (30) (130) (30) 30 30 (20)
Estoques:
Inicial 50 80 110 160 130 0 0 0
Final 80 110 160 130 0 0 0 -30
Médio 65 95 135 145 65 0 0 15 520
Atrasos 0 0 0 0 0 __3Q_ 0 0 30
Custos $
Produção:
Normal 920 920 920 920 920 920 920 920 7.360
Turno extra 0 0 120 240 240 240 0 0 840
Subcontratação
Estoques 130 190 270 290 130 0 0 30 1.040
0 0 0 0 0 600 0 0 600
Atrasos
1.050 1.110 1.310 1.450 1.290 1.760 920 950 9.840
Total $
5é MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
\
Tabela 2.7 Alternativa 3 do exem plo 2.1.
1! 2* 39 4» 5" 6» 7 ® 8S
P e río d o T o ta l
tr im . t r im . trim . tr im . trim . trim . t r im . t r im .
J) D em anda 200 200 200 300 400 300 200 200 2.000
P rodução:
\ N orm al 200 200 200 200 200 200 200 200 1.600
\ T u rn o ex tra 0 0 0 40 40 40 0 0 120
) S u b co n tratação 0 0 0 25 150 75 0 0 250
P ro d u ção -
J D em anda 0 0 0 (35) (10) 15 0 0 (30)
\ E stoques:
J Inicial 50 50 50 50 15 5 20 20
F inal 50 50 50 15 5 20 20 20
M édio 50 50 50 32,5 10 12,5 20 20 245
1
A A trasos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
J C u sto s $
Produção:
N orm al 800 800 800 800 800 800 800 800 6.400
> T iirn o extra 0 0 0 240 240 240 0 0 720
■f S u b co n tratação 0 0 0 250 1.500 750 0 0 2 .5 0 0
E stoques 100 100 100 65 20 25 40 40 490
j/ A traso s 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 T p la L i 900 900 900 1.355 2.560 1.815 840 840 10.110
I" 2a 3a 4* 5* 6a T 8a
Trim. Trim. Trim. Trim. Trim. Trim. Trim. . Trim.
Estas são apenas três das várias alternativas passíveis de serem desenvolvidas.
Poderiamos analisar a ampliação da fábrica a partir do quarto trimestre, ou obrigar o
plano a manter um estoque mínimo de segurança de 50 unidades etc. Como o método
de análise é de tentativa e erro, quanto mais alternativas forem pesquisadas, mais
provavelmente uma alternativa boa aparecerá.
Além disso, como o plano de produção é elaborado em conjunto com o plano
financeiro e o de marketing, poderiamos verificar a possibilidade de alterar a demanda
visando distribuí-la de forma mais homogênea pelos trimestres. Por estarmos tratando
de longo prazo, este é o momento certo para analisar o reflexo financeiro e comercial
das várias alternativas, e chegar a uma solução satisfatória.
No exemplo 2.1, apesar da segunda alternativa apresentar custos totais mais
baixos, por questões estratégicas, poderiamos optar pela terceira alternativa, que não
gera atrasos de entrega.
58 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Exemplo 2.2: Vamos admitir que uma unidade de negócios (ou uma fábrica
focalizada) trabalhe com quatro famílias de produtos e possua uma linha de montagem
e cinco células de fabricação em sua estrutura produtiva. Os dados padrões de consumo,
em horas por unidade, para cada família em cada grupo de recursos, são apresentados
na Tabela 2.8, e o plano de produção das quatro famílias é apresentado na Tabela 2.9.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO 59
1* 2® 3® 4* 5* 6® 7® 8®
Total
trim . trim . trim. trim . trim . trim. trim. trim .
Família 1 230 230 250 270 270 '270 230 230 1980
Família 2 450 450 450 450 450 450 450 450 3600
Família 3 400 400 400 420 420 400 400 400 3240
Família 4 200 200 200 200 200 200 200 200 1600
Total 1.280 1.280 1.300 1.340 1.340 1.320 1.280 1.280 10.420
Com o cruzamento dos dados das Tabelas 2.8 e 2.9 podemos obter o consumo em
horas de cada família para cada trimestre, e totalizar as cargas de trabalho por grupo
de recursos. A Tabela 2.10 apresenta estes cálculos. Para o primeiro trimestre os valores
foram obtidos da seguinte forma:
1® 2® 3® 4® 5® 6* 7» 8®
Total
trim . trim. trim. trim . trim . trim. trim. trim.
Montagem 549 549 555 571 571 561 549 549 4.454
Célula 1 540 540 550 566 566 560 540 540 4.402
Célula 2 272 272 280 292 292 288 272 272 2.240
Célula 3 465 465 465 477 477 465 465 465 3.744
Célula 4 476 476 480 492 492 484 476 476 3.852
Célula 5 530 530 540 560 560 550 530 530 4.330
Total 2.832 2.832 2.870 2.958 2.958 2.908 2.832 2.832 23.022
«0 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
600
500
400
I 300
200
100
0
PTrím. 2“ Trim. 3" Tiirn 4uTrim, 5*Trim. 6vTrim. 7*Tnm. 8“ Trini.
Logo, devemos planejar e agir com tempo suficiente para buscar esta capacidade
produtiva adicional, por meio da criação de um tumo extra, de subcontratações, de
alteração dos ritmos de trabalho na linha, de compra de novos equipamentos etc. O
importarão do planejamento estratégico da produção e da elaboração de um plano de
produção para o longo prazo reside no fato de visualizarmos o futuro e prepararmos a
empresa para o mesmo.
para sua elaboração, como preparar um plano de produção e como analisar a necessidade
de capacidade produtiva. Um exemplo numérico ilustrativo da metodologia proposta
foi desenvolvido durante este último tópico.
3.1 INTRODUÇÃO
caso, previsões de longo prazo são usadas para elaborar estrategicamente o plano de
produção (Capítulo 2) definindo que produtos e serviços oferecer ao mercado, de que
instalações e equipamentos dispor, em que nível de atividade trabalhar, que qualificação
y da mão-de-obra buscar etc. No segundo caso, previsões de médio e curto prazo são
empregadas para o planejamento-mestre e programação da produção no sentido de
utilizar os recursos disponíveis, envolvendo a definição de planos de produção e
armazenagem, planos de compras e reposição dos estoques, planos de cargas de
mão-de-obra e seqüenciamento da produção.
A responsabilidade pela preparação da previsão da demanda normalmente é do
) setor de Marketing ou Vendas. Porém , existem dois bons motivos para que o pessoal
X< do PCP entenda como esta atividade é realizada. Primeiro, a previsão da demanda é a
V principal informação empregada pelo PCP na elaboração de suas atividades, e afeta de
forma direta o desempenho esperado de suas funções de planejamento e controle do
) sistema produtivo. É essencial o entendimento de como estes dados foram obtidos, em
que bases as técnicas de previsões empregadas estão assentadas, e quais suas limitações,
\
de forma a facilitar as comunicações entre PCP e Marketing. Além disso, em empresas
) de pequeno e médio porte, não existe ainda uma especialização muito grande das
atividades, cabendo ao pessoal do PCP (geralmente o mesmo de Vendas) elaborar estas
X previsões.
) Apesar da evolução dos recursos computacionais e da sofisticação matemática das
técnicas de projeção, a previsão da demanda dos produtos não é uma ciência exata;
) envolve uma boa dose de experiência e julgamento pessoal do planejador. A única coisa
) que podemos garantir é que o valor previsto será sempre uma aproximação do valor
real. Porém, quanto mais apurada for a técnica empregada, melhor a base sobre a qual
) o planejador decidirá. A avaliação do erro de previsão servirá de base para o
> estabelecimento dos estoques de segurança do sistema, assim como para a atualização
dos parâmetros do modelo de previsão.
>
Antes de passarmos às técnicas de previsão, cabe ressaltar que atualmente as
) empresas estão buscando um relacionamento mais eficiente dentro de sua cadeia
) produtiva, repercutindo de forma direta na variação das informações que circulam entre
elas. Conforme colocado no capítulo anterior, a filosofia JIT/TQC busca a formação
)- de parcerias estratégicas entre clientes e fornecedores, eliminando, em grande parte, as
) incertezas antes inerentes a este relacionamento.
Por exemplo, convencionalmente, na cadeia automobilística, a montadora traba
X
S lhava com uma previsão para montar seus automóveis, e seus fornecedores, devido ao
baixo nível de relacionamento entre as empresas, faziam suas próprias previsões e
trabalhavam com base nelas. Não é difícil imaginar, e os dados passados estão aí para
>
conferir, que o desempenho dessa cadeia era sofrível. Atualmente, dentro da ótica do
) relacionamento JiT externo, a montadora ao gerar sua previsão de demanda, repassa
essa informação a seus fornecedores, e estes, por sua vez, aos fornecedores de segundo
> nível, e assim por diante. As incertezas ficam circunscritas apenas ao nível mais alto
i
i do produto, onde, realmente, o gosto do cliente possui certa variabilidade. Porém, até
< neste ponto algumas ações podem ser tomadas, no sentido de diminuir a dependência
)
)
(
)
PREVISÃO DA DEMANDA h5
O bjetivo do modelo í
'^taeS
M onitoração do mddelo |
1.000
Jan. Fev. Mar Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Sei. Out. Nov. Dez.
SA MB
À medida que as previsões forem sendo alcançadas pela demanda real, deve-se í
monitorar a extensão do erro entre a demanda real e a prevista, para verificar se a
(
técnica e os parâmetros empregados ainda são válidos. Em situações normais, um ajuste
nos parâmetros do modelo, para que reflita as tendências mais recentes, é suficiente.
Em situações críticas, um reestudo desde o primeiro passo (o objetivo do modelo) pode
<
incluir um novo exame dos dados e a escolha de uma nova técnica de previsão. Este
assunto também será detalhado no tópico 3.6. <
(
Sazonalidade Tendência
—-A
3
i 30
i
á 20
Variação irregular
10 Variação randômica
0 °1Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
M m „- (3.1)
Exemplo 3.1: Para ilustrar a aplicação da média móvel, vamos admitir que nos
últimos seis meses a demanda de determinado produto foi a seguinte:
50 + 45 + 70
' Mm$ — 55,00
3
PREVISÃO DA DEMANDA 71
Admitindo que em julho a demanda real foi de 60 unidades, a nova previsão para
agosto seria:
45 + 70 + 60 ____
Mm$ = ------- ---------= 58,33
1
Dessa forma, sempre que dispomos de um dado novo, abandonamos o mais antigo
e introduzimos 0 mais recente na previsão. O número de períodos incluídos no cálculo
da média móvel determina sua sensibilidade com relação aos dados mais recentes.
Pequenos períodos permitem uma reação maior a mudanças da demanda, enquanto
grandes períodos tratam a média de forma mais homogênea. Por exemplo, com os dados
anteriores do exemplo 3 .1 , se alterarmos o núm ero de períodos para 5, a previsão de
julho seria de 52 unidades, pois o último dado de junho (70 unidades) teria sua
importância reduzida de 1/3 para 1/5.
5 0 + 4 5 + 50 + 45 + 70
M to5 = ------------------------------ = 52,00
Período 1 2 31 4 5 6 7 8 9 10
Demanda 90 95 98| 90 92 95 90 100 92 95
a = 0,10 « = 0,50
Período Demanda
Previsão Erro Previsão Erro
1 90 — __ - - -
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 . 10 li
Períodos
Existem duas técnicas mais importantes que podem ser empregadas para tratar
previsões de demanda com componentes de tendência. Uma delas está baseada na
equação linear como forma de previsão, e a outra está baseada no emprego do $
ajustamento exponencial para se obter o componente de tendência.
f
3.4.2.1 Equação linear para a tendência •V
'I
Y= a+ bX (3.3)
75 ---------------------- ,-----------------------------------------------,---------------------------------------------
0 1 2 3 4 5
Tempo (X)
«(XxrWXxYlr
(3.4)
PREVISÃO DA DEMANDA 7S
(3.5)
n
3 .8 3 0 -1 2 ,7 3 -3 6
421,46
8
8 - 1 7 .7 7 0 - 3 6 - 3 .8 3 0 4.280
12,73
8 ■204 - 36 ■36 336
Semanas
Figura 3.6 Gráficos do exemplo 3.3.
(3.6)
Sendo que:
M ,= P ,+ « ,( £ ,- /> ,) (3.7)
P e r ío d o D em anda
M , = P , + a , ( O - P,) T i * T»-i + ct2 ((Pi - P i-1) - 77-1) P „ , = * í, + r ,
t D
1 200 E s tim a tiv a inicial da tendência — (240-200)72 = 2 0
2 250 E s tim a tiv a inicial da dem anda = 2 4 0 + 2 0 = 2 6 0
3 240 2 6 0 = 240 + 20
4 300 268 « 2 6 0 + 0 .2 (3 0 0 -2 6 0 ) 2 0 =* 2 0 + 0 ,3 ((2 6 0 -2 4 0 ) 20) 28 8 * 268 + 2 0
5 340 2 9 8 ,4 = 2 8 8 + 0 .2 (3 4 0 -2 8 8 ) 2 2 .4 « 20 + 0 .3 ((288-2601-20) 320 .8 *= 298.4 + 22.4
6 390 3 3 4 ,6 « 3 2 0 .8 + 0,2(39(K 320.8) 25,5 = 2 2 ,4 + 0 .3 360.1 » 33 4 ,6 + 25,5
((3 2 0 .8 -2 8 8 ) 2 2 .4 )
7 350 3 5 8 ,0 = 3 6 0 ,1 + 0 .2 (3 5 0 360,1) 2 9 ,6 *= 2 5 ,5 + 0 ,3 3 8 7 ,6 * 358.0 + 29,6
((360.1 - 3 2 0 .8 )-2 5 ,5)
8 40 0 390,1 = 3 8 7 ,6 + 0 ,2 (4 0 0 -3 8 7 .2 ) 2 9 .0 » 2 9 ,6 + 0 .3 419,1 « 390.1 + 29.0
((387 .6 -3 6 0 .1 > 2 9 .6 )
D ia D em anda M é d ia M ó v e l C e n t r a d a ín d ic e
Segunda 55 443/7 = 63.28 55/63.28 = «.86
Terça 50 448/7 = 64 50/64 = 0.78
Ouarta 58 443/7 = 63,28 58/63,28 = 0.91
Ouinta 50 438/7 = 62.57 < 50/62,57 = 0.79
Sexta 70 435/7 = 62,14 70/62,14 = 1 . 1 2
Sábado 75 435/7 = 62,14 75/62,14 = 1,20
Domingo 80 431/7 = 61,57 80/61,57 = 1,29
Segunda 52 441/7 = 63 52/63 = 0,82
Terça 50 436/7 = 62,28 50/62,28 = 0,80
Ouarta 54 446/7 = 63,71 54/63,71 = 0,84
Ouinta 60 • 456/7 = 65,14 60/65,14 = 0,92
Sexta 65 454/7 = 64,85 65/64,85 = 1,00
Sábado 85 457/7 = 65,28 85/65,28 = 1,30
Domingo 90 458/7 = 65,42 90/65,42 = 1,37
Segunda 50
Terça 53
Ouarta 55
to
©
/segunda = ( 0 ,8 6 + = 0 ,8 4
/terça = ( 0 , 7 8 + 0 ,8 0 ) / 2 = 0 , 7 9
/quarta = ( 0 ,9 1 + 0 ,8 4 ) / 2 = 0 ,8 7
/quinta = ( 0 , 8 8 + 0 , 7 9 + 0 ,9 2 ) / 3 = 0 , 8 6
/sexta = ( 1 ,0 1 + 1 ,1 2 + l ,0 0 ) / 3 = 1 ,0 4
/sábado = ( 1 ,2 6 + 1 ,2 0 + l , 3 0 ) / 3 = 1 ,2 5
/domingo = ( 1 , 3 2 + 1 ,2 9 + l ,3 7 ) / 3 = ' 1 , 3 2
Quando o ciclo da sazonalidade for um número par, por exemplo, 12 meses, com
o centro dos dados caindo no meio de um período, primeiro calculamos a média móvel
centrada como visto acima, que irá gerar valores centrados no meio dos períodos (por
exemplo no meio de junho e julho). A seguir, corrigimos estes valores para que
coincidam com os períodos analisados, fazendo a média de dois valores descentrados
corresponder a um valor centrado (por exemplo, o valor médio de julho será a média
do valor entre junho e julho com a do valor entre julho e agosto). Os demais passos na
obtenção do índice de sazonalidade são iguais aos do exemplo da Tabela 3.4.
No caso de a demanda do produto apresentar sazonalidade e tendência, há
necessidade de se incorporar essas duas características ao modelo de previsão. Para se
fazer isso, deve-se empregar os seguinte passos:
MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Y=a+bX (3.3)
(3.4)
( 3 .5 )
I* fOtol
onde: n = número de pares XY observados
Exem plo 3.6: Uma cadeia defa stfo o d verificou que as vendas mensais de refeições
em suas casas estão relacionadas ao núm ero de alunos matriculados em escolas situadas
num raio de 2 km em tomo da casa. Os dados referentes às vendas mensais e ao número
de alunos matriculados num raio de 2 km das 13 casas da cadeia estão apresentados na
Tabela 3.5. A empresa pretende instalar uma nova casa numa região onde o número de
alunos é de 13.750. Qual a previsão da demanda para essa nova casa?
82 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
I xy) L * Y I y)
t£ 13 5 .2 2 4 ,8 6 -1 4 3 ,1 0 450,71
= 2,99
13 -1 .6 6 3 ,3 7 -(1 4 3 ,10)2
1» ( 2 > )
4 5 0 ,7 1 -2 ,9 9 - 143,10
a— 1,757
13
50.000
40.000 -j
30.000 '
•8 20.000 | É
Reta de Previsão
| 10.000 J
i 0 ------
6.000 7.000 8 000 9.000 10.000 11.000 12.000 13.000 14.000 15.000
Número de alunos
»p L x - y).
-PM • P ' 1
v" x ■
(3.9)
Vn | '•v.p H
i
m
13 • (5.224,86)-(143,10) • (450,71)
= + 0.99
>/l3 (1.663,37)-(143,10)* • Vl 3 ■(16.416,82)-(450,71)*
Nem sempre a correlação entre as variáveis ocorre no mesmo período. Em alguns
casos, as variações na variável de previsão antecedem as variações na demanda a ser
prevista, permitindo que a previsão da demanda seja feita com base nos dados reais da
variável de previsão. Em outros casos, as variações na variável de previsão são
retardadas em relação às variações na demanda a ser prevista, o que gera a necessidade
de se prever inicialmente o valor da variável de previsão, para só então empregar esse
valor na previsão da demanda.
a diferença entre o valor real da demanda e o valor previsto pelo modelo para dado
período. A manutenção e monitorização de um modelo de previsão confiável busca:
a = 0,10 a = 0,50
Período Z)atual
7A>revtsta Erro J^orevista Erro
1 90 — _ -
20 Limite Superior
15
10
5 - 1- X
i: 0 NT
w
-5
-1 0
-15
-20 Limite Inferior
De uma forma geral, uma série de fatores pode afetar o desempenho de um modelo
de previsão, sendo que os mais comuns são:
I ' .
RESUMO
a. prever a demanda para o 10® mês, empregando ã média móvel com quatro
períodos e a média exponencial móvel com a = 0,20;
b. admitindo que a demanda do 10a mês foi de 40 unidades, fazer a previsão para
o 119 mês com as duas técnicas;
c. verificar qual das duas técnicas de previsão gera o/menor erro acumulado.
Os dados históricos da demanda dos últimos 10 anos de um produto foram os
seguintes:
Ano 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96
Dernanda 250 230 270 285 290 287 310 325 320 340
Trimestre 1® 2* 3a 4a Ia 2a 3a 4e
Demanda 65 58 50 60 85 • 75 62 74
a. Retirar a sazonalidade dos dados e gerar uma equação linear para previsão da
tendência da demanda.
b. Prever a demanda para os trimestres'do próximo ano.
A demanda por cimento está correlacionada com o nível de atividade da construção
civil em determinada região. Dados dos últimos sete anos mostram os seguintes
desempenhos:
Ano 1 2 3 4 5 6 7
Demanda por cimento jjn3) 735 600 770 670 690 780 640
Taxa de construção (nr) 100 80 105 92 95 107 87
4.1 INTRODUÇÃO
sua execução. Caso ele seja viável, autoriza-se o plano, porém, se forem encontrados
problemas, deve-se refazer o PMP, podendo-se inclusive chegar ao ponto de ter que
retomar ao nível do plano de produção e reconsiderar as questões estratégicas.
Julho Agosto
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60
Demanda confirmada 55 40 10 5 0 0 0 0
Recebimentos Programados 100
Estoques Projetados 5 50 100 50 100 40 80 20 60
PMP 1Q0 100 100 100
PLANEJAMENTO-MESTRE DA PRODUÇÃO 91
produção planejados para agosto tcriam que ser adiantados em uma semana, de forma
a não deixar que o nível de estoques projetado caia abaixo destas 50 unidades. A Tabela
4.3 a seguir exemplifica este caso.
Julho Agosto
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 50 50 50 50 60 60 60 60
Demanda confirmada 55 40 10 5 0 0 0 0
Recebimentos Programados '100
Estoques Projetados 5 50 100 50 100 140 80 120 60
PMP 100 100 100 100
Julho Agosto
1 2 3 4 1 2 3 4
Demanda prevista 10 10 10 10 10 10 10 10
Demanda confirmada 9 5 3 1 0 0 0 0
Recebimentos Programados 0 0 0 0 0 0 0 0
Estoques Projetados 2 2 / 2 2 2 2 2 2 2
PMP 10 10 10 10 10 10 10 10
Disponibilidade de entrega 3 5 7 9 10 10 10 10
unidades) menos nove unidades que já foram confirmadas, gerando uma disponibilidade
de três unidades. Significando que podemos ainda nos comprometer em entregar três
unidades na primeira semana de julho. Na segunda semana a disponibilidade de entrega
é de dez unidades do PMP menos cinco unidades comprometidas, ou seja, de cinco
unidades a comprometer. E assim por diante, sendo que a partir de agosto, como não
existe demanda confirmada, todas as dez unidades semanais do PMP podem ser
comprometidas com novos clientes.
Resumindo, com relação aos itens que farão parte do PMP, se não tivermos uma
quantidade excessiva de produtos acabados que venha a inviabilizar os cálculos,
incluímos todos no planejamento. Agora, se a quantidade de produtos acabados for
grande, devemos controlá-los através de um programa de montagem final, e deixar para
planejar via PMP os componentes do nível abaixo.
empregam-se dias, mesmo que os produtos sejam fabricados em ritmos rápidos, pois a
velocidade de coleta e análise dos dados inviabiliza a operacionalização diária do PMP.
Com processos que tenham lead tim es altos, por exemplo, um estaleiro, pode-se
empregar intervalos de meses e até trimestres.
Além disso, não há necessidade de usar-se o mesmo inteçvalo de tempo para todo
o plano. Pode-se começar com semanas e, à medida que se afastar da parte firme do
plano, passar a usar meses e depois trimestres, em que são geradas informações apenas
para planejamento. ^
A segunda questão relacionada ao tempo refere-se ao horizonte de planejamento
que este plano deve incluir. O planejamento-mestre da produção desmembra o PMP em
dois níveis de horizontes de tempo, com objetivos diferenciados: um nível firme de
horizonte curto e um nível sujeito a alterações com horizonte longo. No nível firme, o
PMP serve de base para a programação da produção e a ocupação dos recursos
produtivos, direcionando as prioridades. N o nível sujeito a alterações, o PMP serve
para o planejamento da capacidade de produção e as negociações com os diversos setores
envolvidos na elaboração do plano.
Mudanças no nível firme são caras e indesejáveis, à medida que avançamos no
tempo elas são permitidas. A Figura 4.3 ilustra estas duas funções do PMP e sua
dinâmica com o tempo. A parte firme do PM P está associada as certezas da demanda
e ao lead time do produto, enquanto que ao entrarmos na faixa de previsões, mantemos
um PMP flexível. Com o passar do tempo, e uma definição melhor da demanda, a
dinâmica do planejamento-mestre da produção faz com que o PMP flexível vá assumindo I
compromissos e se transformando em PM P firme.
Este caminho nos dá ura tempo total de 19,5 dias, ou de aproximadamente quatro
semanas. Isto significa qug a decisão de produzir um lote deste produto tem que ser
tomada com uma antecedência mínima de quatro semanas para que as providências
necessárias sejam realizadas. Logo, o prazo da parte fixa do PM P, onde não gostaríamos
de promover mudanças, deve ser m aior ou igual a estas quatro semanas.
. . - — *19 0 ** *?*•
PLANE)AMENTO-MESTRE DA PRODUÇÃO 97
1. 5 - Montagem
3L, {
1
X
0,5
nJ.
Períodos
Figura 4.5 Perfil de carga unitário da montagem.
PLANEJAMENTO-MESTRE DA PRODUÇÃO 99
Conforme podemos ver, para que uma unidade de produto fique pronta no quarto
período, são necessárias duas horas do setor de montagem nos períodos 3 e 4, uma hora
do setor de usinagem no período 3 e meia hora no período 2, três horas do setor de
estamparia no período 2, e 0,01 m3 de espaço físico no período 2 e 0,02 m3 no período
l para as matérias-primas no almoxarifado. t
1 2 3 4
Períodos
Figura 4.7 Perfil de carga unitário da estamparia.
0,1
0,08 Almoxarifado
0,06 de
0,04 0,02m 3 matérias-primas
0,01m3
0,02 -
0
3'
Períodos
Figura 4.8 Perfil de carga unitário do almoxarifado de matérias-primas.
Períodos
Figura 4.9 Ocupação do setor de usinagem.
De forma similar, fazendo o cálculo de ocupação para cada recurso que nos
interessa analisar, e confrontando-a com a disponibilidade do recurso, podemos concluir
se o PMP que estamos planejando é viável, ou se devemos alterar os planos de alguns
produtos para tomá-lo viável.
O uso dos perfis de carga unitários dos produtos para calcular as necessidades de
capacidade de produção é uma forma rápida e simples de validação do PMP. Porém,
ela não leva em consideração duas questões importantes: o tamanho dos lotes e os
estoques disponíveis das partes componentes. Se tivermos tamanhos de lotes dos
componentes diferentes do programado para o produto acabado no PMP isto não será
levado em consideração. O processo de análise consiste em simplesmente multiplicar
os perfis de carga pelo PMP. Da mesma forma, a disponibilidade de estoques
intermediários altos pode alterar a necessidade de carregamento dos recursos, e o
emprego dos perfis não considera esta situação. Porém, estas limitações são suplantadas
pela facilidade e rapidez de cálculo que o uso dos perfis de carga proporciona, além do
que a análise de capacidade ao nível do planejamento-mestre da produção procura
identificar problemas de porte médio para o cumprimento do PMP que, mesmo com
esta análise superficial, aparecerão.
RESUMO
o.
1 i 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
D e m a n d a p re v ista 30 30 35 35 40 40 50 50 45 45 40 40
D e m a n d a c o n fo rm ad a 33 33 20 10 0 0 0 0 0 0 0 0
E s to q u e s P ro jetad o s | 10
PM P
102 MANUAL DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE PRODUÇÃO
Janeiro Fevereiro
1 2 3 4 1 2 3 4
D e m a n d a p rev ista 15 15 15 12 12 12 10 10
D em a n d a c o n fir m a d a 14 10 8 5 2 1 0 0
R e c e b im e n to s P r o g r a m a d o s 0 0 0 0 0 0 0 0
E sto q u e s P ro je ta d o s 3
PMP
D isp o n ib ilid a d e d e e n t r e g a
1 2 3 4
Períodos