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AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE GARANHUNS/PE

Processo n° 0000000-30.2020.8.17.0607
Fase de cumprimento de sentença

MARTA PEREIRA DOS SANTOS, menor impúbere, neste ato representada por sua
genitora, MARI JOSÉ PEREIRA, brasileira, divorciada, empregada doméstica, portadora
da Cédula de Identidade n° 1.222.333, inscrita no CPF sob o n° 666.555.333-44,
telefone (87) 9888-7777, e-mail maripereira@yahoo.com, residente e domiciliada à
Rua Maria José, n° 33, João de Deus, CEP 55666-670, Garanhuns/PE, vem
respeitosamente perante este juízo por meio dos seus advogados, infra
assinados(procuração anexa, doc. 01), com endereço eletrônico
silva.gomes@hotmail.com e endereço profissional na Rua Júlia Brasileiro Vila Nova,
n°600, Boa Vista, Garanhuns/PE, endereço que indica para os fins do art.77, V, do CPC,
com fulcro nos arts. 523, §1° e 831, do Código de Processo Civil, requer

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE ALIMENTOS PELO RITO DA PRISÃO

Em face de MATEUS DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, porteiro, portador da Cédula


de Identidade RG n° 4.303.589, inscrito no CPF sob o n° 111.222.333-44, telefone (87)
98355-7555, e-mail mateus_santos@gmail.com, residente e domiciliado à Rua Santo
Antônio, n° 333, Céu, Garanhuns/PE, CEP 55216-999, nos termos que passa a expor:

I-DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, requer a concessão dos benefícios da Gratuidade de Justiça, por


não possuir condições econômicas e financeiras de arcar com as custas processuais e
demais despesas aplicadas, sem prejuízo de seu sustento e de sua família, com base no
art. 5°, LXXIV da Constituição Federal e no art. 98 e seguintes do Código de Processo
Civil.

II-DOS FATOS
Pela sentença exarada nos autos em epígrafe, proferida aos 21 dias do mês de
marco do ano de 2017, ficou decretado o pagamento no valor de 12,80% do salário
mínimo vigente a título de pensão alimentícia por parte do requerido. No mês de
setembro de 2020, o executado realizou o pagamento no valor de R$ 120,00 (cento e
vinte reais) e desde então, não vem cumprindo com sua obrigação.
Assim, apesar de sempre ter honrado sua obrigação alimentar, o genitor está
inadimplente desde setembro de 2020. Frisa-se que já houve a tentativa de buscar o
pagamento da quantia por vias amigáveis, contudo, todas restaram infrutíferas,
demonstrando o total desinteresse do executado em cumprir com a obrigação.
Em consequência desse abandono material por parte do executado, a
exequente vem passando por privações, visto que a genitora está passando por
dificuldades para promover a subsistência da filha, razão pela qual foram obrigadas a
se socorrer do Judiciário.
Desta forma, a exequente vem executar a presente dívida pelo rito do art. 528
do Código de Processo Civil.

III-DOS DIREITOS

Hoje, o débito alimentar refere-se às 14 (quatorze) últimas prestações que não


foram pagas desde o mês de setembro de 2020, exatos 14(quatorze) meses,
abordando o valor de R$ 1.680,00 (um mil seiscentos e oitenta reais), segundo
memória de cálculo ora anexada.

No mais, esclarece a exequente, por oportuno, que as prestações alimentícias


anteriores, que sujeitam o ora executado à penhora de bens (CPC, art. 528, caput, §§
1º e 2º), estão sendo cobradas em procedimento autônomo, conforme documentos
em anexo.
Diante disso, depois de decorrido prazo para manifestação do executado, se
este não pagar as pensões alimentícia em atraso e as que se vencerem no decorrer do
processo, tampouco comprovando a sua absoluta impossibilidade em pagá-las, requer
que Vossa Excelência decrete a prisão do executado.
O executado depois de decorrido prazo para pagar a pensão alimentícia ou
não apresentando justificativa que impossibilidade em pagar a pensão, deverá ter seu
nome inserido no cadastro de inadimplentes, nos termos do Código de Processo Civil
em seu art. 782, § 3°;

Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os


atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 3° A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do
nome do executado em cadastros de inadimplentes.
A omissão do executado em pagar os alimentos, ofende a dignidade da pessoa
humana, o qual está contido na Constituição Federal no artigo 1º, inciso III. Visando a
melhor qualidade de vida da menor, percebe-se que o não pagamento da pensão
alimentícia obsta a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida ou ao menos
uma condição básica para a sua subsistência.

Decorrido prazo para pagar os três meses em atraso e os que se vencerem no


curso do processo, se o executado não pagar ou não comprovar a sua absoluta
impossibilidade em cumprir a sua obrigação, deverá este Douto Juízo expedir mando
de prisão em face do executado, nos termos o Código de Processo Civil, artigo 528, §
3º: “Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz,
além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á
a prisão pelo prazo de 1 a 3 meses.”

Igualmente, o § 7º do mesmo art. 528 do Digesto Instrumental Civil é


categórico ao dispor: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o
que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que vencerem no curso do processo.”

Diante do exposto, requer que o executado se recusando ou não justificando a


impossibilidade absoluta em pagar a pensão. Requer que seja inserido o nome do
executado nos cadastros de inadimplentes.

IV-DOS PEDIDOS

Diante do exposto, nos termos do art. 513, 528, 813, e seguintes, todos do
CPC, a exequente requer:

a) os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98, do CPC, vez que a
exequente não possui condições financeiras de custear a presente demanda, sem
prejuízo do próprio sustento, conforme declaração anexa;
b) a intimação do ilustre representante do Ministério Público, nos termos do artigo 698
do CPC, para que intervenha no feito até o final;

c) a intimação do Executado, por carta com aviso de recebimento, conforme autoriza o


artigo 513, § 2º, inciso II, do CPC, para que efetue, no prazo de 3 (três) dias, o
pagamento da quantia de R$ 1.680 (um mil seiscentos e oitenta reais), e mais as
prestações que se vencerem no transcorrer do processo, ou apresente, no mesmo
prazo, justificativa plausível, sob pena de ser protestada a dívida alimentar e de ser
decretada sua prisão civil, nos termos dos artigos 528, §§ 1º e 3º do CPC;

d) a expedição de ofício, com fulcro no artigo 529, do CPC, ao empregador do


Executado, determinando que proceda com o desconto da pensão alimentícia em
folha de pagamento, devendo o valor ser depositado na conta poupança nº 48.151-1,
agência 0101, Banco das Flores, de titularidade da genitora da Exequente; devendo,
ainda, enviar a este d. Juízo cópia dos comprovantes de rendimentos do alimentante,
com escopo de apurar-se o valor real do débito cobrado neste feito;

e) a condenação do Executado ao pagamento de custas processuais e honorários


advocatícios, no importe de 20% (vinte por cento) do valor atualizado da causa (CPC,
art. 85, § 1º).

Dá-se à causa o valor de R$ 1.680 (um mil seiscentos e oitenta reais).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Garanhuns/PE, 09 de março de 2022.

José Evandro da Silva


OAB/PE nº 550.098

Vítor Gustavo de Barros Gomes


OAB/PE nº 606.909

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