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Material Teórico
Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a
atual Legislação
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Aspectos relevantes no Direito Ambiental
Brasileiro e a atual Legislação
• Introdução
• Recursos Ambientais
• Alguns conceitos
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
Contextualização
Veja o vídeo disponível no Youtube, no link a seguir, que trata um pouco sobre
a fauna e a flora brasileiras:
https://www.youtube.com/watch?v=fUnEBYnkKkw
Bom estudo!
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Introdução
Não nos resta dúvida de que pela extensão territorial do nosso país, somos um campo
repleto e rico de riquezas naturais. Aliado a esta característica, nosso patrimônio cultural
também é vasto, necessitando ambos de proteção especial.
Nesta Unidade, iremos conhecer alguns conceitos importantes para estudarmos o nosso
Direito Ambiental.
Aliado a este conhecimento, veremos medidas protetivas ao Meio ambiente pátrio,
constantes de nossa legislação.
Por fim, veremos como o Direito Internacional, por intermédio de acordos, tratados e
convenções influencia a nossa proteção e preservação ambiental, estabelecendo conceitos e
metas protetivas, assumidas por cada signatário.
Recursos Ambientais
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
Alguns Conceitos
Vale, antes de tudo, fazer um adendo ao falamos em Meio ambiente e recursos ambientais.
Não estamos apenas nos referindo ao Meio Ambiente exclusivamente natural, mas ao Meio
Ambiente em todas as suas formas.
Enfatizando, assim, que o Meio Ambiente merece proteção ampla e em todos os seus
segmentos.
Nos próximos tópicos, iremos analisar os recursos ambientais nas suas mais variadas formas,
bem como alguns mecanismos de proteção e utilização desses recursos.
Da Fauna
O Glossário de Ecologia define fauna1 como: “[...] toda a vida animal de uma área, um habitat
ou um estrato geológico num determinado tempo com limites espacial e temporal arbitrários”.
O Professor Paulo Afonso Leme Machado2 , de modo simples e direto, procurou definir fauna
do seguinte modo: fauna é conjunto de espécies animais de determinado país ou região.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – IBAMA estabelece que
existem três espécies de fauna: a silvestre brasileira, a silvestre exótica e a doméstica.
Cabe acrescentar que a legislação de proteção à fauna não faz qualquer distinção entre o que
vem a ser fauna silvestre brasileira ou fauna exótica, o que nos leva a deduzir que, sendo animal
silvestre, estará amparado pela lei.
Diante deste posicionamento, podemos deduzir que integram a fauna silvestre os animais,
nativos de uma determinada região, sejam eles originais de nosso país ou do estrangeiro.
Cumpre mencionar sobre o que trata a Lei 9605/98, que dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
1 ACADEMIA de Ciências do Estado de São Paulo. Glossário de Ecologia. São Paulo: ACIESP, 1997, p.113.
2 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2007, p.766.
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No § 3º de seu Artigo 29, assim previu:
Art. 29. ...
(...)
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies
nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território
brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
• Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência (art. 1°);
• O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os
outros animais (art. 2°-B);
• Nenhum animal será submetido a maus tratos e a atos cruéis (art. 3°-A);
• Se a morte de algum animal for necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia
(art. 3°-B).
Desde então, outras convenções e acordos foram firmados internacionalmente para tutelar
a fauna, entre os quais se destacam:
3 BECHARA, Erika. A proteção da fauna sob a ótica constitucional. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2003, p.27.
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
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Da flora
Antes de detalharmos o conceito que pretendemos tratar, vale à pena fazer uma distinção
já que se confunde muito pela proximidade que transmite a ideia e os significados entre o que
vem a ser flora e floresta.
Flora trata do reino vegetal, ou seja, o conjunto da vegetação de um país ou de uma região.
O professor Édis Milaré4 assim a conceituou:
Flora é a totalidade de espécies que compreende a vegetação de uma
determinada região, sem qualquer expressão de importância individual dos
elementos que a compõem. Elas podem pertencer a grupos botânicos os mais
diversos, desde que estes tenham exigências semelhantes quanto aos fatores
ambientais, entre eles os biológicos, os do solo e do clima.
4 MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: Doutrina – prática – jurisprudência – glossário. São Paulo: RT, 2000, p. 162.
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
Um tema que não poderia deixar de ser tratado, no que tange à defesa da flora, é a forma
pela qual a legislação nacional cuida do direito de propriedade, mais precisamente no tocante
à função social da propriedade, como dispõe a Constituição Federal, em seu Artigo 186:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos:
(...)
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
meio ambiente;
De acordo com o Código Florestal Brasileiro, tanto a flora nativa quanto as espécies exóticas
receberão proteção e constituirão a flora brasileira como um todo, pois o texto legal não fez
distinção entre a vegetação nativa e as demais formas de vegetação.
Código Florestal
A Lei nº 12.651/2012 instituiu o novo Código Florestal Brasileiro, que entrou em vigor
depois de muita discussão, polêmicas e edição de medidas provisórias. O Código Florestal
anterior era de 1965, e já não atingia os objetivos propostos pela nova Política Nacional de
Meio Ambiente.
O objetivo principal do Código Florestal é a proteção das florestas e matas de vegetação
nativa, além de extensas áreas verdes com características especiais.
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O Artigo 1º do mencionado Código nos diz como as APPs poderão ser constituídas:
• Por força de lei, por exemplo: florestas e demais formas de vegetação natural situadas,
ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa
marginal cuja largura mínima seja de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos
de 10 (dez) metros de largura;
• Por ato declaratório, por exemplo: as florestas e demais formas de vegetação natural
destinadas a atenuar a erosão das terras ou fixar dunas;
• Por equiparação são as florestas que integram o denominado patrimônio indígena, as
quais se submetem a um regime de preservação permanente, como indispensáveis à
manutenção do ambiente necessário à vida das populações silvícolas.
Reserva Florestal
A Reserva Florestal Legal, mais conhecida por Reserva Legal, trata-se de uma fração do
imóvel rural que deve ser protegida objetivando-se assegurar a manutenção de uma fração da
cobertura vegetal natural impedida de ser suprimida.
Esse percentual é definido em razão do bioma (conjunto dos seres vivos de uma área),
além da região onde se situa o imóvel rural. Ou seja, trata-se de uma verdadeira conduta de
proteção da biodiversidade.
O Código Florestal estabeleceu, em seu Artigo 16, os percentuais que devem ser mantidos
nas propriedades, a título de reserva legal:
Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as
situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas
ao regime e utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis
de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo:
I – Oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada
na Amazônia Legal;
II – Trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado
localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade
e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja
localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7º deste artigo;
III – Vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras
formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País;e
IV – Vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada
em qualquer região do País.
Um ponto a se destacar é que o Código Florestal estabelece que a Reserva Legal deve
ser averbada na matrícula do imóvel junto ao competente Cartório de Registro de Imóveis
(“escritura”).
Trata a Lei ainda, que o proprietário poderá indicar na sua propriedade o local de destinação
da reserva legal, entretanto, cabe ao órgão ambiental aprovar essa localização.
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
Unidades de Conservação
As unidades de conservação constituem espaços territoriais especialmente protegidos e,
por isso, dotados de um regime especial de fruição e modificação.
Art. 225.
(...)
§ 1º para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
III – Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
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Cada um desses grupos desdobra-se nas categorias seguintes:
• Unidades de Proteção Integral:
a) Estação Ecológica;
b) Reserva Biológica;
c) Parque Nacional;
d) Monumento Natural;
e) Refúgio de Vida Silvestre.
• Unidades de Uso Sustentável:
a) Área de Proteção Ambiental;
b) Área de Relevante Interesse Ecológico;
c) Floresta Nacional;
d) Reserva Extrativista;
e) Reserva de Fauna;
f) Reserva de Desenvolvimento Sustentável, e
g) Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Apesar da importância da Conferência de Estocolmo, em 1972, foi com a RIO/92, também
conhecida como ECO/92, que começaram as mudanças mais significativas e juridicidade
ambiental no Brasil.
A RIO/92 foi um grande evento internacional, que envolveu mais de 100 chefes de Estado,
dispostos ao diálogo sobre as questões ambientais, concretizando-se como o marco da primeira
grande reunião internacional de relevância após o fim da Guerra Fria.
O evento também envolveu a sociedade civil, com cerca de 20 mil pessoas de todo o mundo.
As discussões ficaram centradas na necessidade de se firmarem regras mais claras e
objetivas para o enfrentamento da problemática ambiental internacional e de se desenvolverem
estratégias para um novo modelo de desenvolvimento.
Os documentos assinados na RIO/92 passaram, então, a representar um papel significativo
no crescimento e evolução da normatividade global.
Tanto a Convenção sobre Diversidade Biológica quanto a Convenção do Clima se tornaram
instrumentos internacionais de grande relevância na questão ambiental global, não apenas
pela extensão dos países signatários, mas principalmente pela atualidade e prioridade dos
temas objeto dos acordos e pela conquista de um difícil consenso democrático.
Por outro lado, os documentos firmados na RIO/92 consagram, definitivamente, o
compromisso com o desenvolvimento sustentável, ou seja, a necessidade de mudança do
paradigma de desenvolvimento econômico, passando a considerar o meio ambiente como
uma vertente indissociável da conquista de uma vida digna.
A principal função da Declaração do Rio foi influenciar a criação de um novo regramento
jurídico por meio do direito positivo dos países, voltado a tornar efetiva a defesa do meio
ambiente. E, apesar de sua força meramente indicativa, a Declaração do Rio tem exercido,
desde sua assinatura, uma influência decisiva no crescimento e afirmação do Direito Ambiental
nacional e internacional.
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
O Protocolo de Kyoto
A Convenção-Quadro do Clima, ao estabelecer as normas de caráter geral para a estabilização
da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, previu também a necessidade de
produção de outros instrumentos jurídicos a serem adotados pela Conferência das partes, com
o objetivo de possibilitar a sua regulamentação.
A Convenção do Clima é uma lei branda que não impõe sanções aos que a descumprirem
e, por isso, necessita de outros mecanismos para continuidade do processo de negociação
pelas Partes, mesmo após a sua entrada em vigor.
Por essa razão, posteriormente, em dezembro de 1997 foi adotado o Protocolo de Kyoto, cuja
entrada em vigor se deu em 16 de fevereiro de 2005, ratificado por 141 países, inclusive o Brasil.
No Protocolo, há um cronograma constando que os países estão obrigados a reduzir em
5,2%, a emissão de gases poluentes, entre os anos de 2008 e 2012 (primeira fase do acordo).
Os gases citados no acordo são: dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso,
hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. Estes
últimos três são eliminados principalmente por indústrias.
A emissão desses poluentes ocorre em vários setores econômicos e ambientais. Os países
devem colaborar entre si para atingirem as metas.
O protocolo sugere ações comuns, como, por exemplo:
• Aumento no uso de fontes de energias limpas (biocombustíveis, energia eólica,
biomassa e solar);
• Proteção de florestas e outras áreas verdes;
• Otimização de sistemas de energia e transporte, visando ao consumo racional;
• Diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de lixo orgânico;
• Definição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certificados emitidos quando
há a redução da emissão de gases poluentes).
Os especialistas em clima e meio ambiente esperam que o sucesso do Protocolo de Kyoto
possa diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8ºC até o final do século XXI.
Dessa forma, o ser humano poderia evitar as catástrofes climáticas de alta intensidade que
estão previstas para o futuro.
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Material Complementar
Sites:
O Licenciamento Ambiental como instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente
http://jus.com.br/artigos/23503/o-licenciamento-ambiental-como-instrumento-da-politica-nacional-do-meio-ambiente
Acesso em: 3 ago 2015.
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Unidade: Aspectos relevantes no Direito Ambiental Brasileiro e a atual Legislação
Referências
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Anotações
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