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Boa noite, hoje iremos falar sobre :

FATORES ETIOLÓGICOS DA CÁRIE: DETERMINANTES E CONDICIONANTES.

Nossa equipe é composta por: Amanda Carvalho, Amanda Francielle, Ana Luísa leal,
Edmilson, Loiane e Pedro Henrique

•Primeira pessoa sorteada:

ETIOLOGIA: A cárie é uma doença com pelo menos 500.000 anos de idade, conforme
evidências em registros esqueléticos, e já foi detectada em todos os povos, em todas
as raças e em todas as épocas. Na América, a cárie atinge cerca de 95% da
população, incluindo os Estados Unidos, país de elevado padrão higiênico.

Etimologicamente a palavra cárie significa “material podre” e apresenta-se como


uma moléstia crônica que acomete grande parte da humanidade, com certo predomínio
em algumas áreas dependendo da alimentação, higienização e fatores genéticos. É um
processo patológico e localizado de origem externa que se inicia depois da erupção
dental. Determina um amolecimento de tecido duro do dente e evoluciona para uma
formação de uma cavidade.

CONCEITOS DA CÁRIE:

A cárie dentária é uma doença biopsicossocial complexa, decorrente de um


desequilíbrio na microbiota bucal nativa.

A cárie é uma doença infecciosa oportunista, fortemente influenciada pelos


carboidratos da dieta e pela ação dos componentes salivares, sendo um processo
patológico de etiologia microbiana, que resulta na destruição localizada dos tecidos
dentários. Embora a cárie seja mais comum em crianças, adultos também estão
sujeitos a ela.
A_cárie é uma doença infecto-contagiosa, crônica, multifatorial, provocada pela
ação de vários fatores que colaboram para o seu aparecimento como, fatores
comportamentais, ambientais, socioeconômicos, hábitos alimentares, carência de
serviços odontológicos, alta prevalência de defeitos de esmalte, deficiência proteica,
bem como, a hipofunção das glândulas salivares.

O processo carioso é a destruição dos tecidos dentais causada pela ação das
bactérias(micoorganismos). O processo de destruição do dente envolve dissolução da
fase mineral, que consiste principalmente em cristais de hidroxiapatita, por ácidos
orgânicos produzidos pela fermentação bacteriana. A desmineralização dos tecidos
dentais (esmalte, dentina ou cemento) é ocasionada em caráter multifatorial, chamados
pela literatura de fatores determinantes e condicionantes.

Inicialmente há uma perda ultra-estrutural de minerais que posteriormente toma-se


visível microscopicamente e num estágio progressivo toma-se visível clinicamente
como uma mancha branca. Com o passar do tempo essa mancha branca transforma-
se em cavidade pela erosão dental e se não for contida provoca a destruição total do
dente afetado. A cárie é causada pelo efeito cumulativo das sucessivas
desmineralizações sem a devida remineralização dental proporcionada pelos agentes
de proteção.

CONCEITOS SOBRE A ETIOLOGIA DA CÁRIE:

1. O conceito de Miller(1890) introduziu a teoria quimioparasitária, afirmando que


diversos microrganismos da cavidade bucal eram capazes de produzir ácido
através da fermentação do açúcar, e que estes dissolviam os cristais de
hidroxiapatita dos dentes.

2. O conceito de Keys (1960): Foram os estudos de Keyes que deram início ao


conhecimento de que a cárie é uma doença multifatorial, ou seja, não existe só
uma causa para o aparecimento da doença, porém vários fatores agindo
conjuntamente. Suas pesquisas originaram a “TRÍADE DE KEYES”, que é um
modelo de explicação das causas proximais da doença. Este modelo explica
que a cárie é uma doença provocada pela interação dos fatores hospedeiro,
agente e substrato.

O conceito de causalidade, atualmente aceito, é bem mais complexo do que os


sugeridos por KEYES e MILER, pois sabe-se que o acumulo de microrganismos
capazes de converter carboidratos em ácidos nem sempre resulta em lesões de cárie.

3 Posteriormente, Newbrun (1978), inseriu o fator tempo ao modelo de Keyes


entendendo que a existência dos três fatores: hospedeiro, agente e substrato,
não resultam em perda mineral instantânea, proporcionando assim uma visão
um pouco mais abrangente do desenvolvimento da cárie.

4 Em 1990, Ferjerskov e Manji defendem um modelo, de relação entre a placa


dentária e os múltiplos determinantes biológicos que poderão causar cárie.
Incluíram na periferia externa, fatores socioeconômicos e comportamentais que
através de sua associação com os determinantes, resultariam na sua
associação com a doença cárie e que são considerados como confundidores
porque nem sempre são iguais em todas as sociedades. Os fatores
determinantes, foram dispostos ao centro e influenciam diretamente o índice de
desenvolvimento e progressão da desmineralização.

Além dos fatores determinantes para a doença (interação entre hospedeiro, dieta,
biofilme e tempo), é sabido que fatores sociais, econômicos e comportamentais podem
influenciar no desenvolvimento da doença cárie. Diversos estudos já demonstraram
que as diferenças nos níveis de saúde podem ser explicadas pelas diferenças
socioeconômicas.
• SEGUNDA PESSOA:

Fatores Etiológicos Determinantes:

Hospedeiro: o hospedeiro compreende os dentes e a saliva. O dente é o local onde a


doença se manifesta. Algumas condições dos elementos dentários os tornam mais
suscetíveis à doença cárie, tais como a morfologia dental, que compreende anomalias
na forma (fusão, geminação) e a macromorfologia (dentes posteriores que possuem
saliências e reentrâncias que dificultam o controle do biofilme). A saliva possui
capacidade tampão pela presença de íons de bicarbonato e fosfato que neutralizam os
ácidos produzidos pelos microrganismos cariogênicos. Ela também tem a função de
autolavagem e limpeza das superfícies dentárias e possui ação antibacteriana por
conter proteínas e imunoglobulinas que atuam contra os microrganismos cariogênicos.

Microrganismos: a cavidade bucal possui inúmeras espécies de microrganismos.


Apesar da diversidade microbiana, poucas espécies estão relacionadas à doença cárie,
como Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus, pois possuem as
características específicas para participar do processo da doença. As bactérias
cariogênicas são capazes de produzir ácidos a partir da fermentação dos carboidratos
da dieta (acidogênicas) e de sobreviver em meio ácido (acídúricas). Outra
característica seria a capacidade de adesão às estruturas dentárias.

Dieta: a dieta exerce, principalmente, um efeito tópico na etiologia da doença, ou seja,


sem a sua presença, não há desenvolvimento da doença, pois os microrganismos
cariogênicos necessitam da energia proveniente da sua fermentação para sobreviver. A
frequência (constante ingestão) e a consistência dos carboidratos também interferem
no desenvolvimento da doença: o açúcar consumido entre as refeições e a sua textura
favorecem a retenção na cavidade bucal (por exemplo, balas tipo toffle versus pão de
sal: as balas possuem uma consistência pegajosa e um tipo de carboidrato mais
facilmente fermentável, ou seja, são mais cariogênicas).

Tempo: os três fatores anteriormente citados, quando associados, necessitam de um


período de tempo para favorecer a desmineralização (perda de minerais) dos dentes.

Fatores condicionantes:

A doença cárie é complexa e com um caráter comportamental, podendo ser


influenciada por fatores condicionantes. Além dos fatores determinantes para a doença
(interação entre hospedeiro, dieta, biofilme e tempo), é sabido que fatores sociais,
econômicos e comportamentais podem influenciar no desenvolvimento da doença
cárie. Diversos estudos já demonstraram que as diferenças nos níveis de saúde podem
ser explicadas pelas diferenças socioeconômicas como:

Fatores socioeconómicos

1. Baixo nível socioeconómico e educacional: reduzindo o acesso aos serviços


dentários e maior prevalência de cárie dentária. As pessoas com baixa renda
familiar tendem a consumir uma dieta com menos frutas, vegetais e alimentos
fibrosos e mais gordura e açúcares do que as pessoas com alta renda familiar.
Certas condições de vida restringem as opções de escolha de um estilo de vida
saudável. O pouco conhecimento, devido à baixa escolaridade faz com que a
procura ao dentista pelos pais tanto para si quanto para seus filhos é menor nas
classes sociais inferiores.

2. Aporte inadequado de flúor – Devido a região onde reside e falta de


saneamento básico: O flúor é um importante protetor dos dentes. É importante
manter uma ingestão diária de flúor. Atualmente a água canalizada é distribuída
já com níveis de flúor dentro dos recomendados (cerca de 1.5 mg F/L), assim
como as pastas dentífricas, tornando desnecessária a suplementação oral com
flúor, habitual há uns anos atrás.

3. Comportamento: não higienizar apropriadamente a boca. Com relação aos


cuidados dentais, a população com renda familiar mais alta escovam seus
dentes mais frequentemente expondo-os, mais vezes ao flúor

O nível socioeconômico por si só não exerce influência sobre a prevalência e


incidência da cárie dentária, porém é um poderoso catalisador da inexistência de
cuidados de saúde em geral e odontológicos, nas camadas de baixa renda.
Por isso ter uma boa higiene dentária, uma alimentação saudável e consultas
regulares com o Cirurgião Dentista são de suma importância para a prevenção
da cárie e na diminuição da sua prevalência.

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