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TRANSFORMADOR

OBJETIVOS
1- Observar o funcionamento do transformador;
2- Determinar a relação de espiras do transformador;
3- Verificar a dualidade do transformador.
4- Determinar a relação tensão de pico e tensão eficaz.

INTRODUÇÃO

O transformador é um dispositivo elétrico utilizado para mudar a


amplitude da tensão alternada ou da corrente alternada (CA) sem perda
apreciável na potência elétrica. Este tipo de mudança visa adequar a tensão e a
corrente ao tipo de aplicação que se faz delas. Por exemplo, a fim de transportar
potência com um mínimo de perda de calor nas linhas de transmissão, ou seja,
perda de calor por efeito joule (R.I2), é mais econômico obter a potência V.I
com alta tensão e baixa corrente. No entanto, considerando a segurança elétrica
e isolamento elétrico, parece mais conveniente utilizar a potência V.I em motores
e outros equipamentos elétricos com baixa tensão e alta corrente.

A figura abaixo ilustra um transformador simples. O transformador


simples consiste de duas espiras enroladas em um núcleo de ferro mole.
O enrolamento que recebe a potência de entrada é chamado de primário e
o outro enrolamento é chamado de secundário. Qualquer um dos enrolamentos
pode ser usado como primário ou secundário. A função do núcleo de ferro é
aumentar e guiar o fluxo magnético para uma dada corrente de modo que
praticamente todo o fluxo através de uma espira de um dos enrolamentos passe
através de cada espira do outro enrolamento. O núcleo é formado por lâminas
para diminuir a perda por correntes circulantes no núcleo (correntes eddy).

Aspectos Práticos

Considere o gerador de tensão AC (“E” na figura do transformador


simples) aplicado no primário com N1 espiras e o secundário em aberto com N2
espiras. A tensão induzida em cada enrolamento do primário é dado por:

V = - dφ/dt,
onde dφ é a variação do fluxo através de cada espira.

Assim, para um dado enrolamento, a tensão induzida é proporcional à


variação do fluxo magnético. Considerando N1 espiras, temos que a tensão
induzida no primário é:

V1 = - N1 . dφ/dt (equação 1)

Desprezando as perdas no núcleo, o fluxo φ no enrolamento do


secundário é o mesmo do primário. Assim, podemos escrever para a tensão
induzida no secundário:

V2 = - N2 . dφ/dt (equação 2)
Comparando as equações 1 e 2, podemos escrever:

V2 = N2/N1 . V1

De acordo com lei de Kirchhoff, a tensão induzida no primário é negativa


em relação a tensão induzida V1. Assim:

E - dφ/dt = 0 ⇒ E = dφ/dt = V1 ⇒ V2 = - N1/N2 . E

O transformador é chamado de transformador elevador se N2 > N1 e de


transformador atenuador se N2 < N1.

Se colocarmos uma resistência de carga no secundário aparecerá uma


corrente I2. Esta corrente irá requerer um fluxo adicional em cada espira do
secundário que é proporcional a N2.I2.

Este aumento no fluxo requer, tendo em vista que o gerador não altera sua
tensão “E”, que o primário supra esta demanda adicional de energia aumentando
I1. O aumento de fluxo em cada espira do primário é proporcional a N1. I1.
Assim, a corrente adicional I1 no primário está relacionada à corrente I2 no
secundário por:

N1 . I1 = - N2 . I2

O sinal negativo indica que as correntes I1 e I2 produzem fluxos que


atuam de maneira complementar.
Observação Importante

Neste trabalho no laboratório faremos medições de tensão alternada


senoidal (AC). Uma maneira usual de se expressar tensão em um circuito AC é
por meio da tensão eficaz ou RMS (Root-Mean-Square; raiz quadradática
média).

A tensão eficaz de uma tensão alternada senoidal é um valor de tensão


que, aplicado de maneira constante a um resistor, faz com que este dissipe a
mesma potência da onda de tensão senoidal. Matematicamente, a tensão
eficaz guarda a seguinte relação com a tensão de pico senoidal:

Vrms = Vpico /√ 2

Fisicamente podemos exemplificar a relação da tensão de pico e a tensão


eficaz da seguinte forma:

Suponha que aplicamos uma onda senoidal com uma tensão de pico de
100 V a um resistor imerso em um tanque de água e a água, recebendo a energia
do resistor, elevou sua temperatura em 1 o C em 1 minuto. A tensão eficaz, ou
seja a tensão constante que também alteraria a temperatura da água em 1 o C em 1
minuto, seria de 100/√ 2 .
PARTE PRÁTICA 1

A- Determinação da relação de espiras

* Antes de iniciar a parte prática, identifique os materiais disponíveis


sobre a bancada.
* As medições de tensão serão feitas com o multímetro no modo AC.
* Observe a figura 1 atentamente. Em caso de dúvida, chame o professor.

Figura 1. Ilustração da montagem experimental para determinar a relação de


espiras.

a- Monte o circuito da figura 1


b- Faça medições de modo a montar uma tabela com V1 e V2. Faça
medições de 0 a 50 V em passos de 5V.
c- Utilize a tabela para determinar N1/N2.
B- Verificação da variação da tensão no secundário devido a uma
carga resistiva.

a- No circuito anterior, ajuste a tensão no primário de modo a aparecer


uma tensão de 10 V no secundário.
b- Coloque a resistência de 100Ω no secundário e meça a tensão
novamente (figura 2).

Figura 2. Ilustração da montagem experimental com uma carga resistiva de


100Ω.

c- Expresse a alteração observada na saída do secundário utilizando os


valores medidos em “a” e “b”.
C- Verificação da dualidade do transformador

a- Monte o circuito da figura 3.

b- Varie o valor de V1 para obter valores de V2 de 0 a 5 V (passos de


1V) e meça V3
c- Repita “a” e “b” utilizando a outra relação de espiras disponível no
transformador.

PARTE PRÁTICA 2
A- Medição da tensão eficaz

Faça uma montagem experimental utilizando o varivolt e o transformador


de modo a poder elaborar uma tabela mostrando a tensão eficaz no primário e a
respectiva tensão no secundário.

Para isto, utilize valores de tensão eficaz no primário de 10 V até 50 V em


passos de 5 V. Utilize o voltímetro no modo AC.

B- Medição da tensão de pico

Faça medições da tensão de pico para cada valor de tensão eficaz obtido
na montagem anterior e insira na tabela. Utilize o osciloscópio nestas medições.

C- Relação tensão eficaz X tensão de pico

Procure estabelecer a relação entre os valores de tensão de pico e eficaz


obtidos nas tabela.

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