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Série:

A função da igreja na terra

Pedro Dong
© 2022 Editora Árvore da Vida

E será pregado este evangelho do reino – Livro 5

Título deste volume:


A função da igreja na terra

1ª edição - janeiro/2022 - 77.000 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
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Fone: (11) 3723-6000
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Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
TB - Tradução Brasileira

Capa: Willian Miguel


Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim / Editora Árvore da Vida
PREFÁCIO
Esta série do Alimento Diário traz uma novidade
para você: o QR Code Posso orar por você?, na capa
e contracapa. Aponte a câmera de seu celular para esse
código e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de
oração. Você será encaminhado(a) para uma central de
cuidado e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e
cuidar espiritualmente de você e de sua família.

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Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque:
“Ó Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo
o dia.
BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orarem juntos por necessidades
ou problemas pessoais.
7. Sempre que possível traga convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1
EMANUEL: DEUS CONOSCO – (MT 1:22-23)
Jesus é a semente da mulher.................................................................................. 7
A mulher virtuosa – Parte 1................................................................................... 9
A mulher virtuosa – Parte 2................................................................................. 11
O filho varão há de reger todas as nações............................................................ 14
Jesus é o cumprimento de profecias do Antigo Testamento................................ 17
O Rei se levantou!................................................................................................ 19
Deus conosco enxugará nossas lágrimas............................................................. 22

SEMANA 2
A NATUREZA CELESTIAL DA IGREJA – (MT 5:1-12)
A igreja como mulher virtuosa............................................................................. 25
Ser bem-aventurado............................................................................................. 27
A origem celestial da igreja.................................................................................. 29
A aparência do reino dos céus.............................................................................. 31
As bem-aventuranças (1)..................................................................................... 33
As bem-aventuranças (2)..................................................................................... 35
As bem-aventuranças (3)..................................................................................... 37

SEMANA 3
A FUNÇÃO DA IGREJA NA TERRA – (MT 5:13-16)
Nós somos lá do alto............................................................................................ 39
A mulher virtuosa................................................................................................. 41
Nós somos o sal da terra...................................................................................... 43
A condição das pessoas nos tempos do fim......................................................... 45
Buscar as coisas do alto....................................................................................... 47
Cristo é nossa paz e alegria.................................................................................. 50
Temperar a terra com sal é fazer a vontade de Deus............................................ 52

SEMANA 4
CORAÇÃO NOVO, ESPÍRITO NOVO
E NOVA CONSTITUIÇÃO – (MT 5:17-48)
A igreja nos tempos finais.................................................................................... 55
Um viver que gera alegria, equilíbrio e resplendor.............................................. 58
A igreja deve governar sobre as trevas................................................................ 61
O que faz sua luz se apagar?................................................................................ 63
Coração e espírito novos para cumprir a lei de Deus........................................... 65
O amor genuíno procede de um novo coração..................................................... 67
Usados para resgatar os que estão abatidos e contritos........................................ 70
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:6; Mt 1:16, 18; Rm 5:12; Ap 12:9
Ler com oração:
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (Gn 3:15).

JESUS É A SEMENTE DA MULHER


Chegamos à mensagem que tem como título “Emanuel: Deus
conosco”. Nesta semana veremos como a semente da mulher trouxe
a redenção para a humanidade. Que mulher é essa que coopera com
Deus para o cumprimento de Sua vontade nesta terra? Ela possui os
atributos da mulher virtuosa descritos em Provérbios 31, evidenciando
o que Deus espera de Sua igreja como Sua auxiliadora idônea. Além
disso, entenderemos por que Jesus é o cumprimento de profecias do
Antigo Testamento e como recebemos a promessa do Espírito, o qual
nos une ao Emanuel, Deus conosco, para sempre.
O que Deus fez por nós? Em meio à rebelião de Satanás no universo,
quando a corrupção, o caos e a confusão se instalaram em toda a
criação, o homem também foi corrompido, tornou-se pecador, e seu
pecado passou para toda a humanidade. Portanto não há um justo
sequer. Mas Deus não abandonou o homem que criara! Eis o maior
milagre de Deus: Ele enviou Seu Filho para salvar os pecadores. De
que modo? Deus, em Sua infinita misericórdia e sabedoria, enviou Seu
Filho para nascer de uma mulher virgem, chamada Maria, a fim de que
Ele tivesse a forma humana da carne pecaminosa, mas sem pecado.
Deus já havia anunciado esse evangelho em Gênesis 3, após a serpente
enganar Eva e o pecado entrar no ser humano.
O apóstolo Paulo nos revela um pouco mais: “Mas receio que, assim
como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também
Emanuel: Deus conosco

seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza


devidas a Cristo” (2 Co 11:3). A serpente que enganou Eva é o mais
sagaz dentre todos os animais; ela é o símbolo, a personificação de
Satanás, o sedutor de todo o mundo (Ap 12:9), que tem a capacidade
de enganar o mundo inteiro. Ele enganou Eva, atraindo-a a comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal, da qual Deus lhe proibira
comer, pois quem comesse, morreria. Seduzida pela mentira do
inimigo, a mulher, acreditando que a árvore era boa e desejável para
dar conhecimento, comeu o tal fruto e o deu ao marido (Gn 3:6). 7
E assim, pela desobediência do homem à palavra de Deus, o pecado
entrou no mundo (Rm 5:12).
Não raras vezes, com base em conceitos machistas, ouvimos que
a mulher foi a responsável pela queda da humanidade. No entanto,
mesmo que a queda tenha vindo por meio de uma mulher, a salvação
também veio por meio de uma mulher. Ao amaldiçoar a serpente,
Deus fez uma promessa à mulher (repare que o homem não tem
participação nisso): “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). É interessante observar que Deus
prometeu à mulher enganada pela serpente que dela sairia a semente,
ou seja, o descendente que esmagaria a cabeça da serpente.
A semente da mulher é o descendente da mulher. A semente é da
mulher, pois, se houvesse a participação do homem, Jesus não teria
nascido sem pecado. Mas Jesus veio de uma mulher virgem e nasceu
sem pecado. A mulher, a virgem, achou-se grávida pelo Espírito Santo
(Mt 1:16, 18). Ela não ficou grávida de José, mas sim do Espírito Santo.
Esse fato fica bem evidente neste versículo: “Porquanto o que fora
impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus
enviando o Seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa,
e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o
pecado” (Rm 8:3). A carne é tão terrível, que a lei fica doente e sem
capacidade para lidar com ela. Mas, para lidar com nossa carne, Deus
proveu Jesus. De que maneira? Ele enviou Seu próprio Filho para
tomar a semelhança da carne pecaminosa. E, pela semelhança, Deus
condenou o pecado. Que maravilha! Jesus participou da carne, da
semelhança da carne do pecado, mas não participou do pecado, por
isso Ele pode salvar Seu povo dos pecados deles.
A função da igreja na terra

Pergunta: Por que é possível dizer que Deus já havia anunciado o evangelho
em Gênesis 3?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Evangelho de Mateus - venha o Teu reino” – cap. 6 – Dong Yu Lan.
8 “A igreja é de Deus” – caps. 3-4 – Pedro Dong.
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 31:10-20; Is 58:6-10
Ler com oração:
Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea (Gn 2:18).

A MULHER VIRTUOSA – PARTE 1


Querido leitor, gostaria de fazer-lhe uma pergunta: por que a
serpente conversou somente com a mulher no jardim do Éden? Onde
estava o homem?
Para entendermos aonde quero chegar, precisamos observar a criação
da mulher: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja
só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2:18). O homem
precisa de ajuda, por isso Deus lhe fez uma auxiliadora. Vivendo e
prestando atenção, vamos concordar: um marido não consegue se
virar muito bem sozinho; ele precisa da ajuda de sua esposa. O homem
geralmente é objetivo, focado, mas é desajeitado em muitas coisas e
precisa de ajuda. A mulher auxiliadora preocupa-se com tudo para que
o homem possa servir a Deus; ela é mulher-esposa, mulher-secretária,
mulher-dona-de-casa, mulher-ajudante, mulher-mãe, enfim, ela faz
quase tudo! É enfermeira e até mulher-que-faz-as-malas.
Tenho um amigo que às vezes viaja comigo, e descobri que ele não
sabe fazer a mala; sua esposa é quem faz. Um dia ele reclamou: “Minha
esposa esqueceu isso, esqueceu aquilo”. Eu, então, lhe perguntei: “E
por que você não faz sua mala?”. Ele respondeu: “Ah! eu não sei
fazer”. Há marido cuja esposa toda manhã precisa deixar a roupa
dele pronta em cima da cama, pois ele não sabe pegar a roupa, não
sabe escolher uma camisa. Por isso é provável que Eva estivesse no
jardim procurando ajudar Adão, e ele, quem sabe, estivesse sossegado,
Emanuel: Deus conosco

meditando sozinho em como servir a Deus. Quando estudante, eu tive


a experiência de morar em república e posso afirmar que, sem uma
mulher, o lugar vira um caos. Se você é casado, agradeça a Deus por
sua mulher. Portanto não culpem as mulheres pela queda. Onde estava
Adão naquele momento?
Na verdade Deus criou a mulher para ser virtuosa como aquela
descrita em Provérbios. Vejamos o capítulo 31 na versão King James
Atualizada: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor em muito
ultrapassa o das mais finas joias! O seu marido tem plena confiança 9
nela, e a miséria jamais chegará à sua casa” (Pv 31:10-11). Quando o
marido tem uma boa mulher em casa, ele tem plena confiança nela, e
a miséria nunca chega a sua casa: “Essa esposa exemplar faz ao seu
marido sempre o bem e nunca o mal” (v. 12). Se você considerar toda
a descrição feita, perceberá que essa mulher faz de tudo e está atenta
a tudo: “Escolhe a lã e o linho e com alegria trabalha com as próprias
mãos” (v. 13). Naquele tempo não havia lojas onde comprar roupas
prontas, e a mulher precisava fiar algodão ou pelos de animais e depois
tecer: “Como os navios mercantes, ela traz de longe as provisões para
seu lar” (v. 14). Naquele tempo não existia supermercado, então a
mulher ia longe buscar coisas para o lar: “Antes do romper da aurora,
ela se levanta a fim de preparar a comida para todos os de casa e dar
ordens às suas colaboradoras” (v. 15). Olhe só que mulher! Não deixa
nenhum membro de sua casa sem mantimento, sem refeições.
Por um lado, estou elogiando as mulheres; por outro, quero dizer
que assim deve ser a igreja. Essa é a tarefa da igreja. A igreja, como
auxiliadora idônea do Senhor, precisa cuidar das pessoas da casa,
cuidar da lã, do linho, do que vestir e do que comer: “Ela sabe avaliar a
conveniência de um campo agricultável e o compra com o seu salário;
planta nessas terras sua própria vinha” (Pv 31:16 KJA). A igreja precisa
ser ativa. Não permaneça na igreja apenas se reunindo, se reunindo,
mas sem produzir nada. E assim se passam vinte, trinta anos com as
mesmas vinte, trinta pessoas, sem alteração. Ó Senhor Jesus! Vejamos
ainda: “Mesmo tarde da noite sua lâmpada não se apaga. Com talento
e delicadeza prepara os fios de lã e de linho para tecer as roupas da
família. Coopera com os pobres e necessitados” (vs. 18-20). A função
da igreja é cuidar das pessoas dentro da casa e também buscar os pobres
e necessitados que estão nas ruas debaixo do jugo de Satanás e libertá-
los! Isso é o verdadeiro jejum! (Is 58:6-10).
A função da igreja na terra

Pergunta: Quais os atributos desejados para a igreja, inspirados na descrição


da mulher virtuosa de Provérbios 31?

Meu ponto-chave:

10
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 31:22-31
Ler com oração:
O anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de
Deus (Lc 1:30).

A MULHER VIRTUOSA – PARTE 2


Aleluia! Ainda há mais atributos para tornar a igreja virtuosa:
“Tece cobertas para sua cama e tem condições para se vestir de
linho e púrpura. Nas assembleias à porta da cidade, onde seu marido
toma assento entre as autoridades de sua terra, ele é respeitado”
(Pv 31:22-23 KJA). O marido dessa mulher virtuosa se assenta
para julgar as causas porque é um juiz. Então a mulher prepara
tudo na casa para que o marido julgue as causas com tranquilidade.
Quem é esse marido? É Cristo! Cristo já morreu e ressuscitou e
está assentado à direita de Deus, enquanto aguarda o momento
do julgamento: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou
todo julgamento” (Jo 5:22). Quem é o juiz? É Cristo, o Filho! Hoje
cabe à igreja preparar tudo: “Ela produz roupas de linho e as vende,
fornece também cintos de couro aos comerciantes. Sua melhor roupa
consiste de força e dignidade” (Pv 31:24-25 KJA). Nossa melhor
roupa não é cheia de adornos, e sim de força e dignidade: “Contudo,
a mulher que teme a Yahweh, o Senhor, essa será honrada! Seja essa
mulher virtuosa recompensada por seus merecimentos, e suas boas
obras, proclamadas à porta da cidade!” (vs. 30-31 KJA).
O Senhor valoriza muito a igreja, porque é ela quem vai cooperar
com Ele para fechar esta era, principalmente os dias da última
geração, os da era final, da era do Apocalipse. Hoje o Senhor está
conseguindo levantar um exército. O salmo 110 revela que “como
Emanuel: Deus conosco

o orvalho emergindo da aurora, serão os teus jovens” (v. 3b). Esse


milagre da aurora está acontecendo na igreja, em nosso meio. Aleluia!
Não só o povo de Deus generosamente atenderá à convocação, mas
jovens, adolescentes e crianças estão “caindo do céu” como presentes
do Pai para o Filho, como “gotas de orvalho”. Isso é impressionante!
Fico realmente emocionado vendo a inclusão de nossos jovens,
adolescentes e crianças. Quero que meu neto mais velho, de 13 anos,
vá para o CEAPE e seja bem monitorado pelos adultos; meu desejo
é que ele experimente sair para pregar o evangelho e orar com as 11
pessoas nas ruas. Desejo que meus netos e minhas outras gerações
sejam pessoas úteis nas mãos do Senhor. Amém!
Ficamos muito alegres porque a promessa sobre o descendente da
mulher, feita pelo Senhor em Gênesis 3:15, cumpriu-se! Isso fica
claro em Gálatas: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (4:4). Na genealogia
de Cristo, no capítulo primeiro de Mateus, há quatro mulheres que
indicam que somos pecadores, porém uma quinta mulher achou graça
diante de Deus: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem
chamarás pelo nome de Jesus” (Lc 1:31).
Quando lemos essa passagem no Evangelho de Lucas, nem
imaginamos a dificuldade de Maria nessa situação. Suponha que
você é uma mulher sem marido e que nunca coabitou com ninguém,
e um anjo lhe aparece à noite dizendo que um ente santo nascerá de
você. Certamente você pensará: “Como é que minha família, minhas
amigas entenderão isso? Isso vai acabar com minha reputação! Quem
vai acreditar nessa história? Ninguém acreditará em mim”. Mas Maria
disse: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme
a tua palavra” (Lc 1:38a). Maria era simples. Por isso, se você quiser
ser abençoado no caminho de Deus, seja simples também! Quando
Deus fala, disponha-se a Ele. Se você for uma pessoa complicada,
quando o Espírito falar, você questionará, não aceitará e acabará
perdendo o caminho da bênção.
Amado leitor, precisamos aprender a ser puros e simples. Quando o
Espírito falar conosco, devemos responder: “Eis aqui Teu servo” ou
“eis aqui Tua serva”. Sejamos simples! Quanto mais simples formos,
mais receberemos a palavra profética que o Espírito tem falado às
igrejas, e responderemos “Sim e amém!”. Vamos receber, praticar e
sair às ruas, pregando o evangelho e cuidando das pessoas. Você só
A função da igreja na terra

receberá bênçãos! Já vi muitas pessoas complicadas se perderem pelo


caminho. Sejamos simples como Maria!
Continuando a leitura: “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas;
porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás
à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1:30-32a). Ela
deve ter pensado: “Como? Eu conceber? Mas eu sou virgem!”.
Vejamos: “Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não
tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo: Descerá
12 sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com
a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será
chamado Filho de Deus” (Lc 1:34-35). Todos os que creram se
tornaram filhos de Deus, mas o ente santo que nasceria dela seria o
próprio Filho de Deus! Que maravilha!

Pergunta: O que a simplicidade de Maria nos ensina?

Meu ponto-chave:

Emanuel: Deus conosco

13
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 110:3; Rm 14:17; Cl 3:1-4
Ler com oração:
Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da
terra por tua possessão (Sl 2:8).

O FILHO VARÃO HÁ DE REGER TODAS AS NAÇÕES


A promessa feita no primeiro livro da Bíblia, Gênesis, viaja através
do tempo até se cumprir cabalmente em Apocalipse, o último livro.
No Evangelho de Mateus, está registrado: “Ora, tudo isto aconteceu
para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do
profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será
chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”
(1:22-23). O homem pecou, caiu, e, a fim de resgatá-lo novamente para
Si, Deus escolheu vir à terra e nascer de uma virgem e foi reconhecido
como Emanuel. Ele é Deus conosco, porque Deus quer estar com os
homens. Desde o momento em que Maria concebeu, nunca mais Jesus
deixou de estar conosco. Ele está aqui! Deus se preocupa conosco e
está comigo e com você! Que bênção grandiosa!
Essa mulher, a virgem, deu à luz um filho, Jesus Cristo, o descendente
da mulher que pisará a cabeça da serpente. Esse descendente da mulher
salvará Seu povo dos pecados deles; além disso, Ele novamente trará
o reino de Deus à terra, porque Seu reinado não terá fim. De novo Ele
vai tomar posse deste mundo que Satanás usurpou. De novo Deus fará
Seu Filho reinar aqui na terra. Então Cristo é esse filho descendente
da mulher e também é o cumprimento da profecia de Apocalipse 12,
que nos alcançou.
O que diz a profecia de Apocalipse 12? Leiamos: “Viu-se grande
A função da igreja na terra

sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo
dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se
grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à
luz” (vs. 1-2). Essa mulher simboliza a totalidade do povo de Deus e
precisa dar à luz, porque seu filho vencerá Satanás. O povo de Deus
em sua totalidade está “grávido”. Essa mulher está grávida de um
filho varão, e é ele quem vai concluir esta era para Deus: “Nasceu-
lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro
de ferro. E o filho dela foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A
14 mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado
lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias”
(Ap 12:5-6). Isso equivale aos três anos e meio da grande tribulação.
Mas o filho varão nascerá antes da grande tribulação.
Estamos no processo do nascimento do filho varão. O filho varão
vencerá aquele que engana e seduz o mundo inteiro, aquela serpente
que enganou Eva e que hoje ainda continua a enganar-nos. Mas
vamos derrotá-lo! Como? Em Mateus o Senhor nos mostra que a
única maneira de vencer Satanás e seu reino das trevas é sair do plano
terreno; a única maneira de vencê-lo é ser transportados para a esfera
celestial. No plano terreno, vivemos por nossos pensamentos, por
nossa mente, que ainda é influenciada por Satanás, porque o elemento
da queda, o veneno da serpente, contaminou nossa alma; beemote
e leviatã estão em nossa alma. Precisamos sair deste plano terreno!
Graças a Deus, o Senhor Jesus morreu na cruz e condenou na carne o
pecado; além disso, Ele crucificou nosso velho homem.
Hoje é possível, sim, buscar as coisas lá do alto e pensar nas coisas lá
do alto, porque morremos com Cristo e não pertencemos mais à terra,
não pertencemos mais às coisas deste plano terreno. Já morremos
com Cristo, e nossa vida está oculta juntamente com Ele em Deus.
E, quando um dia, em Sua vinda, Cristo se manifestar, nós seremos
manifestados com Ele em glória (Cl 3:1-4). Esse “nós” refere-se
principalmente ao filho varão, aos vencedores. Por isso, se quisermos
fazer parte do filho varão, do exército de Deus nesta era final, para
derrotar o inimigo, precisamos mudar de plano. Não confiemos em
nosso velho homem, não confiemos na capacidade que temos usado
até o dia de hoje. Vamos dar um basta e dizer ao Senhor: “Senhor, a
partir de hoje não confio em nada deste plano terreno; eu quero viver
no espírito!”. Que o Senhor todos os dias nos alce em ressurreição
para viver no plano celestial, no plano espiritual.
Então, por um lado, o filho é o Senhor Jesus; por outro, é o filho
Emanuel: Deus conosco

varão. Isso pode ser visto no capítulo segundo de Salmos, que


retrata o Pai falando ao Filho: “Pede-me, e eu te darei as nações por
herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de
ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro” (vs. 8-9).
Por intermédio do filho varão, nosso Senhor Jesus Cristo voltará a
reinar sobre as nações. “Reger”, nesse versículo, é apascentar; não
é castigar. Os únicos a quem Cristo castigará com força são Satanás
e seus seguidores, pois Deus não tem piedade deles; porém, com
relação às nações, depois que forem resgatadas para o domínio do 15
reino de Deus, Ele vai regê-las, apascentá-las e cuidar delas. O reino
de Deus produz paz entre nós, porque a base de Seu reino é a justiça,
que produz paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17).
Como visto em Salmos 110, Deus está formando esse exército (v. 3).
Quem se prontificar se alistará para formar o filho varão. É o filho varão
quem derrotará Satanás! Se você quiser viver uma vida cristã morna e
alheia à vontade de Deus, mesmo diante de tudo o que está acontecendo,
você é livre para fazê-lo. E, quando o Senhor voltar, se você estiver
vivo, terá de passar pela grande tribulação e perder a vida no meio da
grande tribulação, quando poderá ser um vencedor tardio.
Entretanto, se você quiser salvar a vida hoje, aliste-se já; há várias
ações na igreja, como “Posso orar por você?”, cuidar das pessoas,
dos contatos que vêm para a igreja. Se não pode ir para a rua, você
pode cuidar de alguém. Mesmo que não sejamos tão corajosos como
os colportores dinâmicos, há tarefas para nós! Podemos orar, cuidar,
ofertar, sustentar com oração. Enfim, de um jeito ou de outro, todos
podemos participar, pois há vaga para todos! Aleluia!

Pergunta: Como podemos cooperar com o Senhor na formação do filho varão?

Meu ponto-chave:
A função da igreja na terra

16
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 7:1-20; Mt 4:13-16
Ler com oração:
Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque
está próximo o reino dos céus (Mt 4:17).

JESUS É O CUMPRIMENTO DE PROFECIAS


DO ANTIGO TESTAMENTO
Hoje consideraremos outras profecias a respeito do Senhor Jesus,
como esta de Isaías: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis
que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.
Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher
o bem. Na verdade, antes que este menino saiba desprezar o mal e
escolher o bem, será desamparada a terra ante cujos dois reis tu tremes
de medo” (7:14-16). Que significa isso? Na verdade essa profecia
tem dois cumprimentos: um relacionado ao filho de Isaías, e outro, ao
nascimento de Jesus.
Para entender essa profecia com relação ao filho de Isaías, é preciso
conhecer um pouco o contexto histórico descrito nessa passagem
(Is 7:1-14). Naquela época o rei da Síria uniu-se ao rei de Israel
(reino do Norte), para juntos lutarem contra Judá. Acaz, rei de Judá,
ficou desesperado, e o povo também se desesperou. Então o Senhor
ordenou que o rei pedisse um sinal; Acaz, porém, disse que não o
pediria nem tentaria o Senhor. Isso mostra que o coração de Acaz era
rebelde e ele não queria que o Senhor mostrasse um sinal. O profeta
o advertiu, dizendo que ele estava fatigando tanto os homens quanto
a Deus. Então o Senhor mesmo lhe deu o sinal.
Esse sinal cumpriu-se primeiramente com o filho de Isaías: “Fui
ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me
Emanuel: Deus conosco

disse o Senhor: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura”


(Is 8:3). Esse menino foi o primeiro cumprimento dessa profecia.
Ele mal cresceu e o que aconteceu? Deus enviou o rei da Assíria,
que veio e subjugou os dois reis que queriam fazer mal a Judá. O
rei da Assíria subjugou o rei da Síria e o reino de Israel, e levou
Israel cativo para a Assíria. Mas, como o rei de Judá também não
obedeceu a Deus, o Senhor o fez passar por uma navalha (7:17-20).
Assim, o reino de Judá também foi punido; Deus fez o rei da Assíria
passar a navalha no reino de Judá, raspando os cabelos da cabeça, 17
que representam a glória, e os cabelos das vergonhas, que indicam a
força e a dignidade do povo.
Entretanto o cumprimento principal da profecia seria o nascimento
de Jesus, referindo-se ao fato de que Jesus nasceria da virgem Maria e
teria duas naturezas: a divina e a humana. Após nascer, o Rei do reino
dos céus veio para salvar Seu povo dos pecados deles, porém Ele não
participou do pecado. Em Mateus 4:13-16, vemos o papel do Rei do
reino dos céus. Esse também é o papel da igreja. Estamos aqui para
pregar o evangelho, levar luz para quem vive na região da sombra da
morte: “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-
vos, porque está próximo o reino dos céus” (v. 17).
Arrepender-se não é voltar-se e dizer: “Eu vivia uma vida de
pecado, uma vida de só buscar prazeres mundanos, mas um dia ouvi o
evangelho e fiz uma conversão de 180°. Hoje vou para outra direção,
sou um cristão, participo do viver da igreja, prego o evangelho, cuido
das pessoas”. Não basta apenas essa virada, porque, se fizer só isso,
você continuará vulnerável aos ataques de Satanás, porque você ainda
não saiu do plano dele. No plano terreno, você ainda tem dois animais
para domar, beemote e leviatã. Esses dois animais agem de forma
muito sutil; muitas vezes você pensa que está servindo a Deus, mas, se
não lidar com seu coração, será vítima deles. Vamos mudar de plano!
O Senhor quer reinar lá dos céus, levar-nos para os céus:
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4:17b).
Vamos “subir até os céus” e deixar que o Rei do reino dos céus nos
governe. Declaremos este versículo com autoridade: “Mas para a terra
que estava aflita não continuará a obscuridade” (Is 9:1). A terra que
estava aflita não vai continuar em obscuridade, porque nós estamos
aqui! O Rei do reino dos céus comanda um exército. Embora ainda
vivamos em carne, Jesus está aqui em Espírito! Ele pode contar com
A função da igreja na terra

Seu exército. A terra que está aflita não continuará na escuridão.

Pergunta: Muitas vezes servimos a Deus e, ainda assim, somos enganados por
Satanás. Por que isso acontece?

Meu ponto-chave:

18
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Sl 68:1; Is 9:3-7
Ler com oração:
E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida
está no seu Filho (1 Jo 5:11).

O REI SE LEVANTOU!
O evangelho do reino tem sido pregado a todas as nações. Apesar
de sermos um país desprezado aos olhos estrangeiros, nos últimos
tempos, o Senhor tem transformado isso. Ele nos tem usado para atear
o fogo do evangelho do reino em outros continentes. A Europa está
pegando fogo, e a América do Norte também. Tlaxcala, no centro do
México, está preparando colportores dinâmicos. Deus está formando
um exército em todos os continentes, porque Ele tem pressa em salvar
o povo que vive nas trevas. Apressemo-nos também para levar essa
grande luz e libertar as pessoas.
Sempre que saímos a pregar o evangelho e a orar pelas pessoas,
trazemos muitos contatos daqueles que querem receber cuidado;
ao encaminhá-los para a rede de cuidados, temos experiência disto:
“Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se
eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando
repartem os despojos” (Is 9:3). Nós também temos repartido os
“despojos”. O Senhor conta com nossa cooperação. Vamos arregaçar
as mangas! Posso não saber ser um colportor na rua, mas posso cuidar
das pessoas e apascentá-las.
Mais uma profecia nos alcança: “Porque tu quebraste o jugo que
pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu
opressor, como no dia dos midianitas; porque toda bota com que anda
o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue
serão queimadas, servirão de pasto ao fogo” (Is 9:4-5). Quando o
Emanuel: Deus conosco

Senhor vier e o sol da justiça surgir, vamos pisar o lagar da ira de Deus
e, depois de tê-lo pisado, vamos tirar as botas e as roupas de sangue
para festejar com o Senhor e entrar no reino milenar, na manifestação
do reino dos céus. Se hoje vivemos a realidade do reino dos céus na
igreja, lutando para salvar e resgatar das trevas as pessoas, naquele
dia vamos pisar o lagar da ira de Deus pela última vez; portanto não
mais precisaremos de botas nem de roupas sujas de sangue. Vencida a
batalha, começaremos a reinar com Cristo durante mil anos e no reino
regeremos as nações, o que significa apascentá-las. 19
O Senhor é forte e poderoso o suficiente para carregar toda pressão
sobre Seus ombros. O governo está sobre Seus ombros, como
profetizado: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o
governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que
se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi
e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a
justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos
fará isto” (Is 9:6-7). Por isso devemos alegrar-nos, porque essa profecia
está-se cumprindo em nossos dias. O Filho que nasceu, veio para reinar.
Desta vez é definitivo, pois o Senhor nos tem usado para essa luta, e nós
não temos medo dos ataques do inimigo. Passamos dias difíceis, com
muita luta, muita pressão e opressão do império das trevas, das forças
espirituais do mal, mas, graças ao Senhor, respondemos a esses ataques
das portas do Hades com a pregação do evangelho.
Temos um Rei que se levantou! No início do salmo 68, lemos:
“Levanta-se Deus; dispersam-se os seus inimigos; de sua presença
fogem os que o aborrecem” (v. 1). Quando o Senhor se levanta, Seus
inimigos se dispersam. Não temos medo, porque quem está conosco
é maior do que aquilo que está no mundo. Ele é o Pai Eterno, o
Conselheiro Maravilhoso, o Príncipe da Paz. O governo está sobre
Seus ombros. Se você deseja estar debaixo desse governo, sua vida
entrará em ordem. O evangelho do reino, que pregamos nas ruas e com
o qual passamos a cuidar das pessoas, coloca em ordem a vida delas.
Quando o reino dos céus alcança as pessoas, a vida delas começa a
entrar nos eixos. Isso é maravilhoso! Imagine que sua vida esteja em
total desordem e um dia o Senhor coloca tudo em ordem! Se você
vendesse todos os seus tesouros, nem assim conseguiria pagar-Lhe!
Graças a Deus, porque o Rei do reino dos céus chegou!
A função da igreja na terra

O Filho chegou: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo


algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o
Guia que há de apascentar a meu povo, Israel” (Mt 2:6). Jesus veio
resolver todos os problemas de desordem na terra! Eis o Filho que
Deus nos deu! Aleluia! Quando cremos no Filho, ganhamos a vida
eterna: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” (Jo 3:16). Isso é tremendo!
Deus nos deu Seu Filho, e Nele está a vida eterna. Ele é o único
20 caminho, o único acesso para o ser humano obter a vida eterna! Se
Deus não nos tivesse dado Seu Filho, jamais teríamos acesso à vida
eterna. Como precisamos amar tais palavras! Deus nos deu Seu Filho,
Deus nos deu a vida eterna: “E o testemunho é este: que Deus nos deu
a vida eterna; e esta vida está no seu Filho” (1 Jo 5:11). Recebemos
Seu Filho, recebemos a vida eterna!

Pergunta: Que efeito tem em sua vida o evangelho do reino que pregamos?

Meu ponto-chave:

Emanuel: Deus conosco

21
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
2 Co 3:17
Ler com oração:
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá,
já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas
passaram (Ap 21:4).

DEUS CONOSCO ENXUGARÁ NOSSAS LÁGRIMAS


A promessa de Deus a Abraão de que nele seriam benditas todas as
famílias da terra chegou até nós, que não éramos da comunidade de
Israel nem sequer tínhamos participação nas alianças e nas promessas,
como lemos: “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em
Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido”
(Gl 3:14). A bênção de Abraão trouxe-nos o Espírito prometido, que
é o próprio Deus conosco, Emanuel, e, a partir de então, Deus passou
a viver conosco.
É como se Deus nos dissesse: “Não aguento ficar sem vocês, não
aguento ficar longe de vocês, porque Eu sou Emanuel, sou Deus
convosco”. Jesus disse: “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei
e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós
também” (Jo 14:3). Ele prometeu que iria, mas voltaria. Ele estava no
Pai e ainda não tinha condições de levar-nos para o Pai. Mas, quando
foi à cruz, Ele passou pela morte, pela ressurreição e voltou como o
Espírito, o qual entrou em nós, conseguindo, assim, nos levar para
onde Ele está junto ao Pai, conforme comprovado pelo versículo a
seguir: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (v. 6). Aleluia! Deus nos
deu um caminho. Esse caminho é Cristo: “E eu rogarei ao Pai, e ele
vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”
A função da igreja na terra

(v. 16). Eis aqui o Emanuel! Portanto o Espírito é a maneira de Deus


estar conosco o tempo todo! Ele nunca mais sairá daquele que Nele
crê. Ele estará para sempre conosco. Isso é maravilhoso!
Recebemos mais luz com a leitura deste versículo: “Pois assim
está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O
último Adão, porém, é espírito vivificante” (1 Co 15:45). A palavra
“Espírito” em grego é a mesma palavra que “ar”; não é ar físico, mas
ar espiritual. O Espírito é a realidade do ar material. Isso quer dizer que
22 nosso Senhor Jesus está aqui; você não O vê, mas Ele está aqui. Agora
o Senhor é o Espírito (2 Co 3:17). Hoje o Deus conosco não está mais
em carne com os discípulos. Hoje o Deus conosco está no Espírito e
está conosco todo o tempo porque vive dentro de nós. Aleluia!
Por isso mudemos de plano! Não vivamos mais no plano terreno, na
esfera da carne. Não nos esforcemos na carne. Não nos enganemos. O
próprio Deus está em nós, o Espírito de Deus está em nós, o Espírito
de Cristo está em nós, mas é um só Espírito! Aleluia! O Espírito hoje
habita em nós! Emanuel está conosco em nosso espírito!
Portanto não somos mais guiados por nossa carne, nem por nossa
lógica, nem por nossos pensamentos carnais. Somos guiados pelo
Espírito de Deus, porque somos filhos huiós (maduros) de Deus!
Se somos filhos de Deus, não devemos andar no plano terreno, não
devemos andar na carne, devemos andar onde Deus está, na esfera de
Deus, na esfera espiritual. Assim é o genuíno viver da igreja, que é o
reino de Deus: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).
Vamos pregar o evangelho! Nosso Rei já recebeu toda a autoridade
no céu e também na terra. O Senhor foi assentar-se à destra de Deus
no terceiro céu, e, quando a igreja sai para pregar o evangelho, Ele
vem e coopera com a igreja. Ele não aguenta ficar longe de nós. Ele
está conosco o tempo todo; em nosso viver da igreja, em nossa luta
espiritual ou nas ruas, Ele está conosco. Em Apocalipse lemos: “Eis
o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles
serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (21:3). Na versão
da Bíblia de Jerusalém, a última parte desse versículo foi traduzida
assim: “e Deus-com-eles” será o seu Deus. Nosso Deus, Emanuel,
é tão conosco que Ele está trabalhando para nos inserir Nele. Nosso
Deus não será só Emanuel, mas será Deus-com-os-homens.
Para nos alegrarmos ainda mais, leiamos: “E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem
Emanuel: Deus conosco

pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que


está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E
acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio
e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
O vencedor herdará essas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será
filho” (Ap 21:4-7). Deus conosco, Emanuel, para sempre!
Deus abençoe a igreja para que ela seja a auxiliadora idônea, a mulher
que ajuda seu marido. O Marido será juiz, e nós estamos aqui cuidando 23
de Sua casa, cuidando do nascimento dos novos filhos, cuidando das
refeições, dos negócios, da agricultura, da vinha. Estamos cuidando de
tudo para Deus, para que o Senhor possa reinar um dia. Um dia tudo
terá valido a pena. E nossas lágrimas serão enxugadas pelo próprio
Deus conosco! Amém!

Pergunta: Por que podemos relacionar Emanuel, Deus conosco, com a bênção
de Abraão?

Meu ponto-chave:
A função da igreja na terra

24
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:18; Pv 31:10-31; Ap 5:6
Ler com oração:
Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder; com
santos ornamentos, como o orvalho emergindo da aurora, serão os
teus jovens (Sl 110:3).

A IGREJA COMO MULHER VIRTUOSA


O título da mensagem desta semana é “A natureza celestial da igreja”.
Deus criou o homem para este fazer Sua vontade na terra. E, para fazer
a vontade de Deus, o homem precisa ter comunhão com Ele. Quando
lemos atentamente as bem-aventuranças, percebemos que Deus deseja
mudar-nos da esfera terrenal para a celestial. Ele não quer que vivamos
uma vida apenas com uma aparência espiritual, mas, para ter um viver de
realidade, precisamos enfrentar uma batalha espiritual contra as forças
que nos obrigam a viver presos às coisas terrenas. E a melhor forma de
lutar contra isso é pregar o evangelho. Antes de entrar no assunto desta
semana, abordaremos mais um pouco o tema da semana passada, sobre
a auxiliadora que o Senhor deu a Adão.
Já vimos alguns pontos a respeito do valor das mulheres. O homem
é focado no objetivo, no cumprimento de seu propósito; a mulher,
entretanto, tem uma visão mais periférica e detalhada das coisas, e
consegue tornar tudo mais agradável e bonito. Dessa maneira, tudo
funciona melhor. Deus criou o homem a Sua imagem e semelhança
para este fazer Sua vontade e lhe deu uma missão: dominar sobre a
terra, sujeitá-la e trazer Seu reino à terra. Contudo, para cumpri-la,
o homem precisa de uma auxiliadora (Gn 2:18). Assim sendo, Deus
retirou uma costela de Adão e com ela fez uma mulher. A partir de
A natureza celestial da igreja

então, o homem não estava mais só, mas tinha um complemento e


alguém para ajudá-lo a cumprir a vontade, o propósito de Deus.
O capítulo 31 do livro de Provérbios descreve com detalhes uma
mulher virtuosa. Muitos têm procurado uma mulher com esse padrão
citado na Palavra, mas parece que ela ainda não existe na terra. Alguns
maridos, gentilmente, até chamam sua esposa de mulher virtuosa, mas,
no geral, nenhuma delas alcança esse padrão tão elevado, pois a mulher
virtuosa é perfeita demais. Deus deseja para Cristo uma esposa, que é
a igreja gloriosa. Ela tem sido preparada nos vinte séculos de história
da igreja, e tem-se manifestado na terra. 25
Deus nos deu a visão de que somos o pequenino rebanho. Somos
pequenos em número, mas aprouve a Deus nos dar Seu reino. Temos
poucos obreiros nas ruas, mas esse nosso exército está focado e
engajado. Eles estão saindo às ruas para resgatar as pessoas das
portas do Hades, isto é, do poder da morte. O Senhor também nos
mostrou que somos os trabalhadores da última hora. O Senhor ainda
nos encontrava desocupados em Seu propósito. Então, finalmente,
no dia da convocação, o Senhor fez com que Sua igreja atendesse de
forma generosa e se alistasse para esse exército (Sl 110:3). Jovens,
adolescentes e até mesmo crianças estão “caindo como gotas de
orvalho” para a formação desse exército de jovens santos.
Cremos que o Senhor, não por nosso mérito, mas por ter pressa,
está trabalhando em nós, Seus filhos, de maneira intensificada, com
Seus sete Espíritos (Ap 5:6). O Espírito em Sua completude fará surgir
uma igreja que reúna as condições básicas para Deus concluir esta era.
Como igreja em Filadélfia, temos pouca força, mas o Senhor é Aquele
que tem a chave de Davi, Aquele que abre e ninguém fecha.
Além de pequenino rebanho, trabalhadores da última hora e igreja
em Filadélfia, agora Deus nos tem mostrado que somos essa mulher
virtuosa em formação. Finalmente está surgindo essa mulher virtuosa
que prepara tudo para o Senhor, para Seu marido. Ele tem autoridade
para julgar, é um juiz (Pv 31:23). E também: “E o Pai a ninguém
julga, mas ao Filho confiou todo julgamento” (Jo 5:22). Deus confiou
o julgamento ao Filho. É Ele quem julga. Hoje Ele está ao lado de
Deus, à destra da Majestade. Ele somente aguarda aquele dia em que
virá para julgar todas as coisas.
É muito encorajador saber que o Senhor deixou a igreja, Sua noiva,
aqui na terra para auxiliá-Lo. Como a mulher virtuosa, nós também
precisamos preparar tudo para a vinda de nosso amado Senhor.
A função da igreja na terra

Pergunta: Qual é a função da igreja como mulher virtuosa?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Os grandes diamantes da Bíblia” – caps. 20 e 46 – Dong Yu Lan.
26 “Evangelho de Mateus - venha o Teu reino” – cap. 13 – Dong Yu Lan.
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 8:30; 1 Pe 1:7
Ler com oração:
Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de
alegria, na tua destra, delícias perpetuamente (Sl 16:11).

SER BEM-AVENTURADO
O que significa ser bem-aventurado? O Senhor Jesus disse: “Bem-
aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”
(Mt 5:3 NAA). “Bem-aventurado” quer dizer feliz! Todo ser humano
busca a felicidade e corre atrás dela. Os filósofos discutem sobre a
felicidade e estão começando a descobrir alguma coisa. Já descobriram
que ela não está em ganhar na loteria, ganhar uma promoção, ganhar
um presente, um elogio, ganhar, ganhar e ganhar. Muitos já começaram
a perceber que a felicidade não é ganhar, mas é dar. Deus é o mais
feliz de todos, porque Ele é o doador universal. Ele nos dá tudo o que
necessitamos: o ar que respiramos, a água que bebemos, o alimento.
Ele nos dá ainda mais, nos dá Seu maior amor, Seu próprio Filho.
Deus é feliz, e podemos dizer até que Deus é a própria felicidade. Você
quer felicidade? Vá até Deus.
Por essa razão, a igreja, como a realidade do reino dos céus, é feliz.
Se ela permanecer no plano da terra, não encontrará a felicidade. A
felicidade está onde Deus está! A felicidade está no céu, e a igreja
é celestial. Embora vivamos na terra, já temos em nós a natureza
celestial. Portanto as nove bem-aventuranças registradas no capítulo
quinto do Evangelho de Mateus são para nos transportar da terra para
o céu. Vivendo sempre unidos com o Senhor, cooperando com Ele
e fazendo Sua vontade, nós nos sentiremos tão felizes como o Pai
A natureza celestial da igreja

e o Filho: “Então, Eu estava com Ele e cooperei em tudo como seu


arquiteto. Dia após dia tenho sido o seu prazer, sempre me sentindo
muito feliz a seu lado” (Pv 8:30 KJA). Aleluia!
Por vezes passamos por provas difíceis que nos causam dor e não
conseguimos entender a razão desse sofrimento, mas ainda assim
precisamos sempre buscar a presença do Senhor, porque Dele vêm
a luz e o consolo. O apóstolo Pedro nos explica sobre a necessidade
das provações para a salvação de nossa alma, e mostra que ainda
precisamos passar por elas para que o Senhor aumente o valor de nossa
fé (1 Pe 1:7). Quanto mais se trabalha em um mineral bruto, mais puro 27
ele se torna e mais valioso será. De igual modo, todos nós também
precisamos ser trabalhados, ou seja, passar por provações para nos
tornar valiosos, e, quando o Senhor voltar, nos dará louvor, glória e
honra! Logo após falar sobre a importância da provação, Pedro passa
a falar sobre a alegria: “A quem, não havendo visto, amais; no qual,
não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia
de glória” (1 Pe 1:8). Essa alegria é inexplicável, pois é a alegria
que só Deus nos pode dar. Por isso o Senhor Jesus esclareceu a Seus
discípulos: “Tenho lhes dito estas coisas para que a minha alegria
esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa” (Jo 15:11 NAA).
O Rei do reino dos céus veio ao mundo e aqui viveu por mais de trinta
anos para cumprir a vontade de Deus, mas Ele não era deste mundo.
Como Ele mesmo afirmou aos judeus: “Vós sois cá de baixo, eu sou
lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou” (Jo 8:23).
A igreja, a realidade do reino dos céus, também não é deste mundo
porque o Rei do reino dos céus também não é. Novamente, falando ao
Pai, o próprio Senhor afirma: “Eles não são do mundo, como também
eu não sou” (17:16). Nós não somos do mundo, como nosso Senhor
Jesus também não é. Mas nós estamos no mundo, vivemos no mundo.
Por esse motivo, o Senhor disse ao Pai: “Não peço que os tires do
mundo, e sim que os guardes do mal” (v. 15).
O Senhor precisa de nós no mundo. Para quê? Para fazer a vontade
do Pai como Ele fez, pregando o evangelho e edificando a igreja.
Para isso o Senhor nos deu um corpo. Vivemos no mundo por meio
do corpo, mas é tolice achar que devemos viver para satisfazer suas
vontades; em outras palavras, é tolice viver para ganhar muito dinheiro
a fim de conseguir o máximo de conforto ou de segurança financeira
para nossa família. Que o Senhor nos mostre claramente que fazer a
vontade do Pai é o principal motivo de vivermos na terra!
A função da igreja na terra

Pergunta: Por que a igreja não é deste mundo?

Meu ponto-chave:

28
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 20:27; Ec 3:11
Ler com oração:
Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com
que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com
ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus (Ef 2:4-6).

A ORIGEM CELESTIAL DA IGREJA


Como o homem foi criado? Vejamos: “Então, formou o Senhor
Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de
vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2:7). Com o pó da
terra, Deus fez nosso corpo. Nesse primeiro momento, o corpo não
estava vivo, ainda não tinha vida. Por que Deus fez o corpo do homem
do pó da terra? Porque sem o corpo não teríamos como viver aqui. O
desejo de Deus é que o homem viva na terra para fazer Sua vontade.
Deus, então, soprou nas narinas do homem o fôlego de vida, e ele
passou a ser alma vivente.
A expressão “sopro de Deus”, que vem da palavra hebraica
neshamah, é traduzida para “fôlego de vida” em Genesis 2:7. A
mesma palavra é traduzida em Provérbios 20:27 para “espírito do
homem”. Quando Deus soprou o fôlego de vida para dentro daquele
boneco de barro, o espírito humano foi formado. Aleluia, temos um
espírito dentro de nós. O espírito humano foi formado pelo sopro do
Deus Todo-Poderoso e eterno. Portanto meu espírito humano veio
de Deus, que é Espírito. Nosso espírito humano foi feito para fazer
contato com Deus e para receber Seu Espírito. Nesse momento da
A natureza celestial da igreja

criação, o homem passou a ser alma vivente. Isso significa que, assim
como as pessoas são diferentes quanto ao corpo, elas também diferem
na alma. Cada um de nós tem uma personalidade, uma identidade
pessoal. Não somos robôs, não fomos feitos em série. Somos seres
únicos, diferentes um do outro. Todos nós temos três partes: um corpo,
uma alma dentro dele, e um espírito humano dentro dela. E foi assim
que Deus nos criou para viver na terra: corpo, alma e espírito.
Vemos que “Deus pôs a eternidade no coração do homem” (Ec 3:11).
Portanto nosso espírito e nossa alma contêm a eternidade em si. Não
somos meramente um corpo terreno. Somos essencialmente formados
29
pelo sopro de Deus. A única ligação que temos com a terra é nosso
corpo. Um dia, quando o corpo morrer, não teremos mais nenhuma
conexão com a terra. Por isso não devemos viver para as coisas da
terra: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai
as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus”
(Cl 3:1). Nossa nova origem é celestial, razão pela qual não devemos
empenhar-nos em ganhar tantas coisas na terra.
Quando cremos em Jesus, fomos regenerados por meio do novo
nascimento. Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te
digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus” (Jo 3:3). Nascer de novo não é voltar ao ventre da mãe e nascer
novamente na terra. A palavra “novo” nesse versículo se refere a nascer
do alto, do céu, de Deus, de cima. Se alguém não nascer de cima, do
alto, não pode ver o reino de Deus, porque o reino de Deus é celestial.
O reino de Deus é lá do alto. O Senhor Jesus reafirma a necessidade
de nascermos de novo, ou seja, nascermos do alto: “Não te admires de
eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (v. 7). A igreja é composta
de pessoas criadas com o primeiro sopro divino e regeneradas do alto
pelo segundo sopro: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-
lhes: Recebei o Espírito Santo” (20:22).
Após a regeneração, deveríamos viver pelo espírito, buscando
as coisas do alto e pensando nelas, e não viver por nossa mente
lógica, que busca as coisas aqui da terra. Mas muitas vezes isso
não acontece. O Senhor deseja salvar-nos dessa situação. Todas
as tribulações por que passamos visam salvar-nos de viver por
nosso homem natural. Uma vez regenerados, somos duplamente
relacionados com o céu: na criação recebemos o sopro de Deus, e
na regeneração nascemos do Espírito, nascemos do alto. Caro leitor,
as nove bem-aventuranças manifestam nossa natureza celestial. A
A função da igreja na terra

igreja não é uma organização humana religiosa e terrena. A igreja


é um organismo de natureza celestial!

Pergunta: Por que podemos dizer que, uma vez regenerados, somos duplamente
do céu?

Meu ponto-chave:
30
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Zc 8:23; Ap 20:4-6
Ler com oração:
O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria
no Espírito Santo (Rm 14:17).

A APARÊNCIA DO REINO DOS CÉUS


O reino de Deus corresponde ao domínio de Deus, que vai de
eternidade a eternidade. O reino dos céus compreende a era da igreja
(parte terrena) e o reino milenar (parte celestial). Portanto o reino dos
céus, no tempo de hoje, pode aparecer em dois aspectos: um aspecto é
sua realidade, e o outro aspecto é sua aparência.
O que é a aparência do reino dos céus? A aparência do reino dos
céus é sua configuração exterior, é o que vemos na fachada, é uma
percepção superficial. Em Mateus 13, Jesus fala sobre a aparência
do reino dos céus em sete parábolas, fazendo uso da expressão “o
reino dos céus é semelhante”. Por quê? Porque semelhança é ter a
mesma aparência, mas o conteúdo pode ser diferente: o trigo e o joio
são semelhantes; os vasos em uma grande casa são semelhantes, mas
alguns são utensílios para honra e outros para desonra. Essa aparência
do reino dos céus refere-se à cristandade de modo geral. Precisamos
dar um passo além. Não podemos viver apenas com a aparência de um
cristão. Precisamos aprender a viver na realidade do reino dos céus.
O que é a realidade do reino dos céus? A realidade corresponde
ao conteúdo peculiar de algo, sua essência. A realidade do reino dos
céus é sua natureza celestial e espiritual. É a vida normal da igreja
revelada nos capítulos quinto, sexto e sétimo de Mateus. Devemos
viver nessa realidade. De nada serve ter a aparência sem o conteúdo,
A natureza celestial da igreja

que é a realidade. Quem vive na realidade do reino dos céus faz parte
do pequenino rebanho, dos trabalhadores da última hora, da igreja em
Filadélfia e da mulher virtuosa. É a realidade do reino dos céus que
trará sua manifestação.
E o que é a manifestação do reino dos céus? A manifestação está
ligada à vinda do Rei e Seu reinado. A parte celestial do reino milenar
vindouro é chamada de “o reino de Seu Pai”: “Então, os justos
resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos
[para ouvir], ouça” (Mt 13:43). O reino de Seu Pai é o reino dos céus
manifestado em poder, no qual os vencedores reinarão com Cristo por 31
mil anos (Ap 20:4-6). Se hoje vivermos na realidade do reino dos
céus, seremos vencedores em sua manifestação. E esses vencedores
estarão com Cristo na parte celestial, reinando sobre a terra.
A parte terrena do reino milenar é chamada de reino messiânico ou
reino do Filho do Homem, em Mateus: “Mandará o Filho do Homem
os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que
praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro
e ranger de dentes” (13:41-42). Esse reino do Filho é a parte terrena do
reino dos céus, onde estarão os judeus e as nações. Esses judeus serão
os remanescentes de Israel, que, no final dos tempos, reconhecerão
que Jesus Cristo é o Messias, invocarão o Senhor pedindo socorro e
serão salvos. O nome “reino messiânico” está ligado à profecia sobre a
restauração do tabernáculo de Davi: “Cumpridas estas coisas, voltarei
e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas
ruínas, restaurá-lo-ei” (At 15:16). No milênio os judeus remanescentes
serão sacerdotes na terra e ajudarão as nações a adorar ao Senhor,
conforme Zacarias 8:23.
Na parte celestial do reino milenar, Cristo reinará juntamente com
os vencedores, os quais não mais terão um corpo físico, mas sim um
corpo de ressurreição. No final, quando chegar o novo céu e a nova
terra, os cristãos não vencedores já estarão maduros e também farão
parte da esposa do Cordeiro. E então viverão unidos ao Senhor para
todo o sempre na eternidade futura, no novo céu e nova terra. A nova
Jerusalém é uma eternidade sem fim de comunhão entre Deus e Seu
povo. Isso será maravilhoso! Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Qual é a diferença entre a aparência e a realidade do reino dos céus?


A função da igreja na terra

Meu ponto-chave:

32
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 5:3-12; Rm 3:10-12
Ler com oração:
Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse,
aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos
céus (Mt 5:1-3).

AS BEM-AVENTURANÇAS (1)
As bem-aventuranças (registradas em Mateus 5:3-12) descrevem o
caráter de quem vive na realidade do reino dos céus. A primeira bem-
aventurança é: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles
é o reino dos céus” (Mt 5:3 KJA). Essa mesma versão traz uma nota
dizendo assim: “Quando Deus deu a lei ao povo de Israel, os escribas
e fariseus ensinavam que quem cumpre toda a lei com exatidão é rico
no Altíssimo. Quem, além disso, observa literalmente as tradições
judaicas transmitidas pelos pais de geração a geração será mais rico
ainda”. Eles ainda acham que o homem é capaz de cumprir toda a
lei de Deus com exatidão. Isso é o que os escribas e os fariseus têm
ensinado até hoje. Por isso Jesus usou a palavra “pobre”, porque o
homem que pensa que pode ser rico usando sua força natural para
cumprir as exigências de Deus nunca conseguirá.
Na vida cristã, acontece a mesma coisa. Muitos cristãos pensam que
podem agradar a Deus com sua força, com seu ser natural. Mas não
é bem assim! A capacidade de guardar a lei torna a pessoa arrogante
e rica em si mesmo. Esse princípio aplica-se a todo homem que vive
na esfera terrena tentando cumprir os princípios celestiais de Deus.
Se desejamos ir para a esfera do céu, a primeira coisa que devemos
A natureza celestial da igreja

aprender é ser pobre em espírito. Não há como praticar as coisas da


esfera celestial se não mudarmos de plano. Precisamos mudar para
o plano celestial. Então ser pobres em espírito significa esvaziar-nos
de todos os nossos recursos naturais e terrenos, e permitir que o céu
governe nossas ações, nosso viver.
A expressão “pobres em espírito” refere-se ao espírito humano, que
é a parte mais profunda de nosso ser; é o órgão por meio do qual
contatamos a Deus e percebemos as coisas espirituais. Precisamos ter
espaço em nós para receber a Deus em nosso espírito. Se nos acharmos
muito cheios, abastados, arrogantes, soberbos, pensando que somos
33
capazes, não poderemos receber a Deus! Precisamos ser pobres,
esvaziados no espírito humano, para perceber e possuir o reino dos
céus. Se vivermos uma vida governada por Deus, seremos vencedores
na manifestação do reino dos céus.
Em seguida vemos: “Bem-aventurados os que choram, porque serão
consolados” (Mt 5:4). Esse chorar está relacionado primeiramente
com a situação do mundo, que está desconectado de Deus. Cristo é o
centro conector de todas as coisas criadas por Deus. A situação desse
mundo desconectado nos dá um grande motivo para chorar, pois dessa
desconexão vem pecado, morte, corrupção e desordem. Os colportores,
que têm contato diário com as pessoas nas ruas, percebem como elas
estão despedaçadas, vivendo em angústia, sem alegria e em desespero.
Muitas pessoas, ao ouvir: “Posso orar por você?”, caem em prantos;
reagem assim porque estão desconectadas de Deus. O homem, apesar
de ter sido criado de maneira extraordinária e ter recebido o sopro
divino, chegou ao ponto de não conhecer a Deus e de não O buscar,
conforme escrito em Romanos 3:10-12.
É por essa razão que o Senhor, quando veio à terra, percorreu
cidades, aldeias e povoados: “E percorria Jesus todas as cidades e
povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e
curando toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 9:35). Precisamos
aprender com Ele a ir às ruas buscar pessoas. O Rei do reino dos céus
estava tão inconformado com a situação do mundo, que se compadecia,
chorava e ia às ruas, aos povoados e às cidades para salvar os homens.
Graças ao Senhor, várias pessoas têm sido resgatadas; há algumas que
se encontravam em situações de tamanho desespero que pensavam
até em tirar a própria vida, mas foram salvas. Pessoas que estavam
com a vida destroçada e o casamento destruído foram restauradas pelo
Senhor Jesus por meio daqueles que têm saído para orar por elas. Que
A função da igreja na terra

tenhamos o mesmo encargo do Senhor Jesus de levar esse evangelho


maravilhoso a todos!

Pergunta: Por que é importante ser pobre em espírito?

Meu ponto-chave:

34
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Rm 14:17; 2 Tm 1:16-18; Tg 2:12-13
Ler com oração:
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-
aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia (Mt 5:5-7).

AS BEM-AVENTURANÇAS (2)
Hoje continuaremos a ver as bem-aventuranças registradas no
Evangelho de Mateus: “Bem-aventurados os mansos, porque
herdarão a terra” (5:5). “Manso” significa “pacífico, gentil, dócil
e humilde”. Parece que a melhor tradução ainda é “humilde”. Ser
manso é ser humilde. O Senhor Jesus disse: “Aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração” (11:29b). Ser humilde é
não confiar em si mesmo, mas confiar inteiramente no Senhor, no
Rei do reino dos céus. Se alguém comete alguma injustiça contra nós
e nos faz sofrer, não devemos ter raiva dessa pessoa. Podemos ser
mansos, humildes porque sabemos que temos um Rei que controla
tudo. Deixemos o Rei lidar conosco da melhor maneira. Ele sabe
como fazer isso. Com um coração manso e humilde, temos praticado
o “Posso orar por você?”. Dessa maneira, libertamos as pessoas
do jugo de Satanás e cuidamos delas na igreja por meio da rede de
cuidados. De forma mansa, humilde, pregando o evangelho e orando
com as pessoas, conquistamos território para o reino de Deus. É
por esse motivo que o reino das trevas está furioso conosco, pois
estamos conquistando a terra com mansidão e humildade.
Na sequência lemos: “Bem-aventurados os que têm fome e sede
A natureza celestial da igreja

de justiça, porque serão fartos” (Mt 5:6). Aleluia! O fundamento do


reino de Deus é a justiça (Rm 14:17). O fundamento do trono de
Deus é a justiça e o direito: “Justiça e direito são o fundamento do
teu trono; graça e verdade te precedem” (Sl 89:14). A justiça é sólida,
é a fundação mais sólida e firme que existe neste universo. Deus é o
padrão da justiça. Justiça é fazer o que é correto em nossa relação com
outras pessoas e com Deus. O reino dos céus tem a justiça como base.
Os que vivem no reino dos céus não podem usar de meios escusos,
inadequados ou tortuosos. Devem ser retos, corretos e adequados no
relacionamento com Deus e com os outros. Quando há justiça, há paz.
35
Quando temos paz, temos alegria. Caro leitor, você percebe que está
sendo transferido para o céu? Isso não é meramente uma doutrina.
Continuando: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia” (Mt 5:7). Ser justo é dar a alguém o que
ele merece, mas ser misericordioso é dar a alguém o que ele não
merece. No reino dos céus devemos ser não apenas justos, mas
também misericordiosos, porque a misericórdia triunfa sobre o
juízo (Tg 2:12-13). Se somos sempre justos e tratamos os outros
sem misericórdia, Deus também nos julgará só com juízo. Mas, se
aprendermos a ser misericordiosos com os outros, Deus também
usará de misericórdia para nos julgar naquele dia (2 Tm 1:16-18).
Precisamos aprender a nos compadecer das pessoas. Vendo as pessoas
nas ruas sofrendo, precisamos aprender a ter misericórdia. Não
podemos dizer: “Ah, isso não é comigo, não tenho nada a ver com
isso”. Vamos aprender a ter empatia, a sofrer com elas para entendê-
las. Isso trará muita ajuda à igreja.
Em Colossenses lemos: “Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia” (3:12a).
O termo “afetos” nesse versículo é splanchnon, e “misericórdia”
é oiktirmos. Essas palavras são quase sinônimas. Precisamos
aprender a nos relacionar uns com os outros. Vamos encher-nos
de bondade, de humildade, de mansidão e de longanimidade.
Vamos aprender a nos suportar e a nos perdoar mutuamente. Se
temos alguma mágoa de alguém, alguma raiz de amargura que está
brotando e nos matando, vamos aprender a perdoar. O perdão nos
liberta: “Perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de
queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim
também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que
é o vínculo da perfeição” (vs. 13b-14). E mais: “Seja a paz de Cristo
A função da igreja na terra

o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só


corpo; e sede agradecidos” (v. 15). Tudo isso não pode ser apenas teoria
em nosso meio. Que o Senhor nos ajude a ser praticantes dessa palavra.

Pergunta: Refletindo sobre essa mensagem, você tem sido bem-aventurado?

Meu ponto-chave:
36
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Dn 8:23; 11:21; 2 Co 11:2-3; Ef 6:11-12; 1 Jo 5:19; Ap 19:7-8, 14
Ler com oração:
E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para
testemunho a todas as nações. Então, virá o fim (Mt 24:14).

AS BEM-AVENTURANÇAS (3)
Hoje concluiremos o tema das bem-aventuranças. Leiamos: “Bem-
aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5:8).
A palavra traduzida para “limpos” também pode ser traduzida para
“puros”: “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”
(NVI). Precisamos agir de maneira pura em nosso viver cristão, buscando
manter nosso coração puro (1 Tm 1:5). Não podemos deixar a ambição,
a arrogância e a soberba contaminarem a pureza de nosso coração.
Precisamos estar atentos e manter nosso coração puro (2 Co 11:2-3).
Todos os que são puros, os que bordaram suas vestes, participarão
das bodas do Cordeiro (Ap 19:7). A veste refere-se a nossa conduta,
a nosso viver. Temos um corpo para viver na terra, mas nossa fonte
está no céu. A maneira como vivemos na terra manifesta nossa
origem celestial. Por isso nossa vida deve manifestar atos de justiça.
O linho finíssimo, resplandecente e puro representa os atos de
justiça dos santos (v. 8). E, se tivermos essa veste, participaremos
das bodas do Cordeiro. Os puros de coração também farão parte
do exército que lutará na última batalha, a batalha de Armagedom,
para derrotar o anticristo e seus seguidores (v. 14).
Lemos ainda: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão
chamados filhos de Deus” (Mt 5:9). Satanás é o que instiga a rebelião.
Ele é o que provoca inimizades e intrigas. Há duas citações no livro de
A natureza celestial da igreja

Daniel que mostram qual é a característica principal do anticristo que


virá (8:23; 11:21). Ele será o homem de intrigas, especialista nelas,
e por meio delas tomará o poder. O que mais prejudica a edificação
da igreja são as pessoas que causam inimizades, que fazem fofocas e
propagam palavras que criam inimizade entre os irmãos. Não devemos
ser assim, pois nossa natureza é celestial. Somos pacificadores. Se
queremos ver o Senhor, precisamos ser pacificadores (Hb 12:14).
Em seguida vemos: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da
justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5:10). Como já dissemos, a
justiça e o direito são os fundamentos do trono de Deus. O mundo inteiro 37
jaz no maligno (1 Jo 5:19), por isso está cheio de injustiças. Somos o
povo do reino dos céus, que vive na esfera celestial de justiça! Seremos
perseguidos neste mundo pelo fato de sermos o povo do reino dos céus.
Por fim lemos: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa,
vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal
contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão
nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de
vós” (Mt 5:11-12). A perseguição citada nessa bem-aventurança é
por causa de Cristo e do evangelho, por causa do Rei do reino dos
céus. Precisamos enxergar que existe uma luta entre dois reinos, e
que estamos lutando do lado do reino dos céus! Nossa luta é contra
o império das trevas. Nossa luta é contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes (Ef 6:11-12). Devemos lutar
essa luta permanecendo na esfera celestial. Nós não somos deste
mundo. Nós somos do céu. Devemos sair do plano terreno, da esfera
do sangue e da carne. O objetivo é fazer da vida da igreja, da igreja em
Filadélfia, o quartel-general celestial dessa guerra de reinos. É assim
que introduziremos o reino de Deus na terra.
Sião é nosso quartel-general para essa guerra. Satanás declarou
guerra contra nós, e também declaramos guerra contra ele. Nessa
batalha nossa arma é pregar o evangelho. Vamos pregar mais o
evangelho! Precisamos de mais colportores nas ruas, mais jovens
no “Avança, Jovem!”, mais mulheres recebendo cuidado nos grupos
de comunhão das irmãs conectadas, mais adolescentes e crianças
participando do orar pelas pessoas, mais pessoas sendo trazidas para a
rede de cuidado, mais irmãos indo às ruas na colportagem por hora ou
por oportunidade, pregando o evangelho e resgatando as pessoas para
Deus. É isso que nos faz vencer essa guerra! Querido leitor, que Deus
A função da igreja na terra

nos abençoe e faça de nós essa mulher virtuosa, não preguiçosa, que
realizará a tarefa para trazer o Rei e Juiz de volta para a terra. Amém!

Pergunta: Qual das bem-aventuranças você acha que Deus precisa trabalhar
mais em sua pessoa?

Meu ponto-chave:
38
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:7; Pv 31:10; Mt 20:6; Lc 12:32; 1 Ts 2:13; Ap 3:7-8, 10
Ler com oração:
Juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus (Ef 2:6).

NÓS SOMOS LÁ DO ALTO


Na mensagem desta semana, cujo título é “A função da igreja na
terra”, vamos aprofundar-nos no fato de sermos o sal da terra, de a
igreja ser celestial e também ser a mulher virtuosa que administra os
negócios de Deus com diligência e sabedoria. No tempo do fim, o
Senhor nos deu a função de salgar a terra para dar sabor à vida das
pessoas, salvar nossa alma e também manter a igreja pura e livre dos
germes da corrupção. Quando utilizamos o sal por meio do “Posso
orar por você?”, oferecemos às pessoas a alegria tão desejada, que dá
sentido a suas vidas. Por fim, para temperar a terra com sal, devemos,
assim como Jesus, viver uma vida de restrição, de negar a nós mesmos
a fim de libertar as pessoas do jugo de Satanás.
Graças ao Senhor, somos lá do alto. Somente nosso corpo foi criado do
pó da terra porque Deus precisa dele para ser instrumento de Sua vontade
aqui na terra. Por meio do sopro de Deus nas narinas do homem feito do
pó, tanto seu espírito humano foi criado, como também sua alma, tendo-se
tornado alma vivente (Gn 2:7). Portanto apenas nosso corpo é desta esfera
terrena; nosso espírito e alma vieram de Deus. Outra prova incontestável
de que não somos daqui é o fato de que, em nossa regeneração, não
nascemos “do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do
homem, mas de Deus” (Jo 1:13). Isso faz de nós seres celestiais!
Por essa razão, a natureza da igreja é celestial. Embora vivamos na
A função da igreja na terra

terra, não somos da terra, pois já morremos e ressuscitamos com Cristo,


que está sentado à direita de Deus nas alturas, e que nos transportou
para os lugares celestiais juntamente com Ele (Ef 2:6). Isso significa
que nós somos lá do alto! Somos a tão procurada mulher virtuosa
descrita em Provérbios (31:10), e entendemos que essa mulher é o
desejo do coração de Deus, pois é a noiva que Ele está preparando
para desposar Seu Filho.
Conforme vimos anteriormente, mesmo sendo um pequenino
rebanho (Lc 12:32) e sendo os trabalhadores da última hora (Mt 20:6),
fomos escolhidos para reinar, posto que fomos convocados na era do 39
Apocalipse, no tempo dos sete Espíritos (Ap 1:4). Não somos perfeitos,
contudo, pelo trabalhar de Deus em nós, finalmente reuniremos as
condições básicas para ser usados pelo Senhor nesta era final. Somos
também a igreja em Filadélfia: temos pouca força, mas o Senhor nos deu
a chave de Davi, que abre a porta e ninguém fechará. Como guardamos
Sua palavra e não negamos Seu nome (3:7-8), Ele nos guardará da hora
da provação (v. 10).
Hoje Deus espera que alcancemos a condição da mulher virtuosa
de Provérbios 31: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor em
muito ultrapassa os das mais finas joias! O seu marido tem plena
confiança nela, e a miséria jamais chegará à sua casa. Essa esposa
exemplar faz ao seu marido sempre o bem e nunca o mal. Escolhe a lã e
o linho e com alegria trabalha com as próprias mãos” (vs. 10-13 KJA).
Realmente a igreja é essa joia de inestimável valor para o Senhor,
visto que, por meio dela, Deus concluirá Seu plano eterno. De acordo
com os versículos que lemos, “seu marido tem plena confiança nela”
(v. 11). Isso denota que Deus precisa confiar em nós. Quando Ele nos
encarregar de uma tarefa, sejamos como essa mulher e não fujamos,
mas procuremos os meios de realizá-la imediatamente! Dessa forma,
Deus poderá confiar em nós, e a miséria jamais chegará a Sua casa.
Na verdade testemunhamos que, na casa de Deus, não há miséria. Para
a igreja em Filadélfia, como disse Andrew Miller, foram destrancados os
tesouros da palavra profética. Aqui há mantimentos com fartura, temos
a palavra de Deus em abundância e devemos valorizá-la, recebendo-a
como sendo de Deus, como de fato é de Deus. Os tessalonicenses
tiveram a experiência de crer na palavra dispensada por Paulo, e esta
operou eficazmente neles (1 Ts 2:13). A palavra de Deus nos tem sido
dispensada com temor e tremor, e, se a acolhermos adequadamente, ela
também operará eficazmente em nós. Graças ao Senhor!
A função da igreja na terra

Pergunta: Por que a igreja é a mulher virtuosa?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Fundamentos da fé cristã” – vol. 3 – lição 19 – Editora Árvore da Vida.
40 “A volta do Senhor está próxima” – cap. 8 – Dong Yu Lan.
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 31:12-13, 15, 27; Mt 25:16-17, 24-28; Lc 10:33-34
Ler com oração:
Administra com sabedoria, e seus negócios produzem lucros; mesmo
tarde da noite sua lâmpada não se apaga (Pv 31:18 KJA).

A MULHER VIRTUOSA
Como vimos, a igreja é a mulher virtuosa de Provérbios 31. Como
tal, é uma esposa exemplar, pois “faz ao seu marido sempre o bem e
nunca o mal” (v. 12 KJA). Pela graça de Deus, nós, que já causamos
tantos problemas ao Senhor devido a nossa imaturidade, hoje, mais
maduros devido a Seu trabalhar em nossa pessoa, somos vasos úteis
em Suas mãos. Somos a mulher virtuosa que escolhe a lã, o linho
e trabalha com as próprias mãos com alegria (v. 13) para acudir os
necessitados que foram trazidos pelo bom samaritano à hospedaria
(Lc 10:33-34), que também é a igreja. Essa mulher é diligente, pois
se levanta antes do romper da aurora a fim de preparar o alimento
para todos na casa e dar ordens a suas colaboradoras (Pv 31:15). Isso
significa que a igreja supre os irmãos com palavras saudáveis e os
reúne para orientá-los como seus cooperadores.
Prosseguindo, em Provérbios vemos que a mulher virtuosa
administra com sabedoria (31:18). Graças ao Senhor, a igreja não é
passiva. Nos últimos anos, tem saído às ruas pregando o evangelho
por meio do “Posso orar por você?”, administrando com sabedoria
os negócios de Deus e produzindo lucros para Ele por meio da
colportagem dinâmica. Milhares de pessoas são salvas nas ruas por
meio da pregação do evangelho, da oração e dos livros espirituais
saudáveis. Esses são frutos produzidos para o Senhor.
A função da igreja na terra

Nossas reuniões também foram renovadas nos últimos anos, no


entanto a liderança das igrejas precisa estar atenta para não permitir
que se caia na velha maneira de se reunir, que deixa os irmãos apáticos,
pois é dessa forma que a igreja se torna improdutiva. Se a igreja
continuar servindo ao Senhor com entusiasmo, excelência e inclusão,
“mesmo tarde da noite sua lâmpada não se apaga” (Pv 31:18b), pois
ela “acompanha seus servos e cuida dos negócios de sua casa sem dar
lugar à preguiça” (v. 27). A economia de Deus é Seu negócio, e nós
somos o canal pelo qual Ele executa Sua economia, Seu plano eterno
de produzir Sua vida nas pessoas. Por isso é importante negociar o 41
talento que o Senhor nos deu. De acordo com a parábola dos talentos,
os servos que receberam cinco e dois talentos saíram para negociá-los
sem questionar (Mt 25:16-17). Simplesmente obedeceram. É saudável
não questionar a palavra de Deus. Por isso, quando Ele o incumbir de
algo, seja simples, obediente e execute!
Contudo o servo que recebera um talento, além de não sair para
negociar, ainda ousou fazer um discurso para Deus, a fim de se
justificar (Mt 25:24-28). Que esse exemplo sirva de lição para nós
que somos ainda tão complicados. Se você não tem coragem de sair
às ruas para pregar o evangelho, não precisa ir, porém não questione:
Como será isso? Como não será aquilo? Simplesmente negocie seu
talento, deixando escapar a frase “Posso orar por você?”.
Recentemente tive esta experiência: minha esposa e eu, juntamente
com um casal de irmãos, fomos jantar em um restaurante. Fomos
atendidos por um rapaz, e eu deixei escapar “Posso orar por você?”. Ele
prontamente respondeu: “Pode!”. Ali nós oramos, e o rapaz agradeceu.
O irmão que estava conosco perguntou se ele queria deixar seu contato
para que cuidássemos dele, mas o rapaz saiu sem falar nada a respeito.
Pouco tempo depois, ele voltou e disse: “Eu quero dar meu nome, sim!”.
Em outra ocasião, em outro restaurante, uma moça nos atendeu, e esse
irmão lhe perguntou: “Posso orar por você?”. A moça quase chorou e
disse: “Eu preciso muito!”. Ela também disse que queria ser ajudada, e
foi, assim, colocada na rede de cuidado da igreja em São Paulo.
Percebemos que a mulher virtuosa é prática, não tem medo de ajudar
as pessoas. Você também não deve temer. Dentro de você há poder
para mudar o destino delas. Pense na sensação maravilhosa de ajudar
alguém! Por que, então, ser egoísta?

Pergunta: Qual deve ser a condição da igreja para, “mesmo tarde da noite”,
A função da igreja na terra

sua luz não se apagar?

Meu ponto-chave:

42
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Cl 1:13; 2 Pe 1:19
Ler com oração:
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe
restaurar o sabor? (Mt 5:13a).

NÓS SOMOS O SAL DA TERRA


Deus deu à igreja a responsabilidade de “temperar” a terra com sal
e “iluminar” o mundo. Há dez anos, apesar da abundância da palavra
profética em nosso meio, não obstante as ricas reuniões, estávamos
escondidos em nossos locais de reuniões. Éramos uma elite conhecedora
da Bíblia, mas não influenciávamos as pessoas a fazer a vontade de
Deus. Que efeito, então, causávamos no mundo? Entretanto, como
Deus é misericordioso, usou o irmão Dong e nos deu ferramentas
adequadas, e, no momento certo, o Senhor veio até nós com o poder dos
sete Espíritos, que “turbinou”, potencializou essas ferramentas. Assim,
por meio delas, o Espírito passou a atuar poderosamente. Não é mérito
nosso, mas hoje experienciamos muitos milagres!
Mesmo em pequeno número, pelo fato de obedecer ao falar
profético, temos feito diferença nas ruas. Sabe por que Satanás nos
ataca? Porque estamos resgatando as pessoas do império das trevas
para o reino do Filho do amor de Deus (Cl 1:13). Isso é resultado da
palavra da profecia (2 Pe 1:19). Por essa razão, devemos honrar ainda
mais o falar que vem do Senhor, pois tem operado milagres! Temos
cerca de trezentos irmãos nas ruas, pregando o evangelho, abordando
as pessoas por meio do “Posso orar por você?” e da distribuição de
livros espirituais, e eles estão impactando as pessoas. Não há dúvidas
de que é Deus quem está fazendo isso!
A função da igreja na terra

Eis aqui um breve testemunho: em São Luiz, uma pessoa foi abordada
com o “Posso orar por você?”; depois, em Brasília, a mesma pessoa foi
abordada com a mesma pergunta: “Posso orar por você?”. Chegando a
São Paulo, perguntaram-lhe outra vez: “Posso orar por você?”. Então
essa pessoa indagou: “Vocês brotam da terra? Vocês estão em todos os
lugares”. Contudo são apenas trezentos irmãos e irmãs! Deus é quem
faz o milagre da multiplicação, porque nos deu a função de temperar a
terra com sal, conforme lemos: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier
a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão
para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5:13). 43
Você sabe o que significa ser o “sal da terra”? É fazer diferença
onde você estiver. Lembre-se: somos a igreja, o povo do reino dos
céus, somos o sal de toda a terra. Nossa abrangência não se limita
ao local de reuniões. Nossa esfera de ação deve ser toda a terra! É
por esse motivo que temos de fazer diferença. Assim como o sal tem
a função primordial de dar sabor, temos a função de fazer diferença
no ambiente em que estamos. No sentido figurado, alguém sem sal é
alguém monótono, sem atrativos, que não faz diferença. Diante disso,
qual tem sido sua postura em seu trabalho, em sua escola, em sua
casa? Você tem feito diferença? Tem dado sabor à vida das pessoas?
A história nos mostra que tempos atrás o sal era um minério
valiosíssimo. Você sabia que o Império Romano pagava o serviço
dos soldados com sal? Naquele tempo o sal era raro. Daí a origem da
palavra “salário”. Tal era o valor do sal que os soldados o recebiam com
alegria como se tivessem recebido ouro. Certamente eles faziam parte
do grupo que degustava alimentos com mais sabor, porque tinham sal.
Além de dar sabor aos alimentos, o sal também serve para conservá-
los. Naquele tempo não havia geladeira, então uma das formas de
conservar os alimentos era com sal, que tem ação germicida.
Portanto o sal tem estas duas funções: dar sabor e conservar. Quando
o Senhor diz que somos o sal da terra, Ele quer dizer que precisamos
dar sabor à vida das pessoas que estão nas ruas. Pode ter certeza
de que a vida delas está sem sabor, sem graça, e há até quem pense
em suicídio porque não vê sentido na vida. Então, quando você diz:
“Posso orar por você?”, e ora pelas pessoas, você salva vidas! Que
tal levar sabor e salvação à vida das pessoas com uma oração, com
a pregação do evangelho do reino, e trazê-las para o viver da igreja?
Que o Senhor, quando vier, nos encontre fazendo assim!
A função da igreja na terra

Pergunta: Você tem dado sabor à vida das pessoas? De que forma?

Meu ponto-chave:

44
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 19:26; Ec 1:2; Mt 5:13
Ler com oração:
Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato
a salvará (Lc 17:33).

A CONDIÇÃO DAS PESSOAS NOS TEMPOS DO FIM


Nós somos o sal da terra (Mt 5:13) e, como tal, temos a função de
temperar a vida das pessoas e preservá-las da corrupção da presente
era. Hoje o Senhor nos adverte de que podemos usar o sal para mudar
a condição das pessoas no tempo do fim. No Evangelho de Lucas, está
profetizado que “assim como foi nos dias de Noé, será também nos
dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e
destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam,
compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló
saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim
será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17:26-30).
Os versículos acima descrevem a condição das pessoas na época de
Noé e Ló, respectivamente. Elas viviam na vaidade das vaidades, como
dizia Salomão (Ec 1:2). Buscavam um pouco de alegria para dar algum
sabor a suas vidas desprovidas de sentido, mas, quando veio o dilúvio que
destruiu a todos, estavam tão distraídos que não o perceberam. Algum
tempo depois, na época de Ló, ampliou-se o leque de distrações. Além
das mencionadas no tempo de Noé, foram acrescentadas: “Compravam,
vendiam, plantavam e edificavam”. A questão é: de que serve tudo
isso, se vivermos uma vida que desagrada a Deus e está destinada à
destruição? Pois, assim como foi nos dias de Noé e de Ló, “assim será
A função da igreja na terra

no dia em que o Filho do Homem se manifestar”.


Acredite, estamos bem próximos desse dia! As pessoas pelas quais
oramos nas ruas estão distraídas, comendo, bebendo para ter um
pouco de alegria, buscando “tempero” para a vida. Hoje em dia, casar-
se e dar-se em casamento, além de confuso, é banal. As pessoas fazem
isso com uma rapidez impressionante. Pode-se dizer que o cenário do
mundo da época de Noé e Ló está ampliado em nossos dias.
Para a propagação mais rápida da degradação humana, hoje existe a
internet, que conecta o mundo todo às mídias sociais. Ali muitas pessoas se
distraem o dia inteiro sem acrescentar nada proveitoso a sua vida. Quando 45
o Filho do Homem vier repentinamente, tudo será destruído: “Naquele
dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para
tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás.
Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lc 17:31-32). De repente, no meio dessa
descrição, Jesus lembra-nos da mulher de Ló. Por quê? Porque a mulher
de Ló vivia como a sociedade de sua época: comendo, bebendo, casando-
se e dando-se em casamento, vendendo, comprando. As mulheres, em
geral, gostam de compras, tenham cuidado! A mulher de Ló gostava
daquela vida e sabia que sentiria saudades quando ela acabasse. Quando
viu que as cidades das quais tanto gostava, seriam destruídas, ela deu uma
olhada para trás e se tornou uma estátua de sal (Gn 19:26).
Uma estátua de sal não serve para nada! Mas, se aquela mulher
tivesse usado um pouquinho de sal para salgar a própria vida na cidade
de Sodoma, ela teria sido salva e salvado muita gente. Muitas pessoas
sairiam da vida de injustiça, porque a vida teria outro sabor.
Querido leitor, podemos extrair preciosas lições do infortúnio da
mulher de Ló. Primeiro, se nunca usamos sal para temperar a vida de
alguém, temos sal acumulado. Segundo, temos a oportunidade de agir
de maneira diferente dessa mulher. Usemos sal orando pelas pessoas,
pregando o evangelho. As pessoas estão sofrendo e ficarão gratas por sua
vida adquirir sentido, e assim cumpriremos nossa função de salgar a terra.
Leiamos: “Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a
perder de fato a salvará” (Lc 17:33). Perder a vida nesse contexto é
perder a vida da alma. Se não quisermos perder a vida da alma, teremos
dificuldade de perguntar “Posso orar por você?”, porém a atitude de orar
pelas pessoas nos fará muito bem, porque perderemos nosso orgulho
forte. Vamos abandonar pensamentos do tipo: “O que os outros vão
pensar de mim? Eu, fulano de tal, vou orar pelas pessoas?”. Pensamentos
assim, além de ser ridículos, ativam a vida da alma. Usar o sal para
A função da igreja na terra

temperar a vida das pessoas é salvar nossa própria alma. Amém!

Pergunta: O que devemos fazer hoje para não cair na condição da mulher de Ló?

Meu ponto-chave:

46
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mc 9:50; Lc 17:27-28; Cl 3:2; 1 Tm 1:5
Ler com oração:
Buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de
Deus (Cl 3:1).

BUSCAR AS COISAS DO ALTO


Mediante a morte e ressurreição do Senhor, morremos e ressuscitamos
com Ele, o que nos fez assentar nos lugares celestiais. À vista disso,
qual o sentido de buscar as coisas da terra? Devemos buscar “as coisas
lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:1). Se
já morremos para o mundo, por que viver enamorados dele? Por que é
tão difícil perguntar a alguém: “Posso orar por você?”. Se estivermos
com os olhos postos nas coisas celestiais, pensando nas coisas lá do
alto (v. 2), “quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós
também sereis manifestados com ele, em glória” (v. 4). Que privilégio
ser arrebatado na vinda secreta de Cristo!
Entretanto, para que isso aconteça, precisamos estar desarraigados
das coisas da terra. Não podemos correr o risco de estar embriagados
com as coisas terrenas e nos tornar uma estátua de sal na volta
do Senhor. Por isso, irmãos, eu não me preocupo em falar belas
mensagens, pois meu desejo é transportá-los para o plano celestial,
a fim de que sejam iluminados quanto à vontade de Deus e tenham
um viver que faça a diferença na terra. Lemos, na segunda carta
de Pedro, que Deus “não poupou o mundo antigo, mas preservou
a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o
dilúvio sobre o mundo de ímpios” (2:5). Noé viveu o mesmo tipo
de situação que vivemos hoje, no entanto não se deixou influenciar;
A função da igreja na terra

pelo contrário, era um pregador da justiça e, por esse motivo, achou


graça diante do Senhor. Ló também vivia afligido pelo procedimento
libertino dos insubordinados de seu tempo, mas teve dificuldade de
se libertar. À medida que se torna mais forte a atuação do mistério da
iniquidade, aumenta a resistência do ser humano a qualquer tipo de
relacionamento com Deus. Por causa disso, a terra está um caos, e,
assim como Noé, também fomos colocados nela para fazer diferença
por meio do evangelho.
Voltemos a falar sobre o sal. Esse é um minério tão especial que
faz parte dos ingredientes do incenso sagrado, como está escrito em 47
Êxodo: “Disse mais o Senhor a Moisés: Toma [...] estes arômatas com
incenso puro, cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume
segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo”
(30:34-35). O incenso tinha a função de exalar perfume no Santo dos
Santos. Além do incensário, o sumo sacerdote tinha incenso moído,
que servia para expulsar maus odores, isto é, perfumar o ambiente.
Deus mandou que se colocasse sal puro e santo no incenso sagrado.
Sabe por quê? O sal é um ingrediente que elimina as impurezas, os
germes da corrupção. Por isso ele é tão necessário na igreja. Por ser a
realidade do reino dos céus, a igreja precisa de sal puro para se manter
pura, honesta, sincera, sem interesses escusos, manipulações humanas
ou disputas políticas. Também nosso viver cotidiano deve ser salgado
com esse tipo de sal para servirmos ao Senhor na igreja com o amor
que procede de coração puro (1 Tm 1:5).
Contudo vemos que não é fácil obter um coração puro. Precisamos
de bastante sal para purificar nosso coração corrupto e ambicioso
por natureza, porque, em nossa relação com a igreja, devemos ser
puros, honestos, sinceros uns com os outros sem usar de astúcias ou
manipulações. Tudo isso vem do maligno para garantir seu reino nas
trevas. Como é especialista em intrigas, o inimigo negocia por meio
de intrigas e divisão. Portanto, irmãos, para seu próprio bem, tenham
sal em sua vida (Mc 9:50), para ter um coração puro, uma consciência
boa e uma fé sem fingimento (1 Tm 1:5).
Há algo que gostaria de esclarecer aos irmãos. Vocês não imaginam
a pressão diária que sofro diante da responsabilidade que assumi. Com
a partida do irmão Dong, tivemos um período de transição, e eu disse
para o Senhor que não tinha condições de assumir os encargos da obra
que estavam sobre nosso irmão. Só fiquei aliviado porque o Senhor
me fez a mesma promessa que fez a Moisés: “A minha presença irá
A função da igreja na terra

contigo, e eu te darei descanso” (Êx 33:14). Eu ainda pedi a Deus:


“Se possível, passa de mim este cálice”. Estou esclarecendo isso para
que saibam que não tenho amor nenhum pelo cargo e que “em nada
considero a vida preciosa para mim mesmo” (At 20:24). Como servo
de Deus, quero apenas ser fiel ao Senhor e concluir o ministério do
qual fui incumbido por Ele.
Que usemos o sal para manter a pureza de coração e sejamos
cuidadosos, pois ainda vivemos na terra. Como o mundo não tem sal,
as pessoas vivem à procura de realizações, em busca da felicidade
48 (Lc 17:27-28), bem diferente de nós, que não precisamos de eventos
externos para nos alegrar, pois o viver da igreja nos satisfaz plenamente!
Graças ao Senhor!

Pergunta: Por que você precisa de sal em sua vida?

Meu ponto-chave:

A função da igreja na terra

49
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Lv 2:13; Jo 14:27; 17:13; Hb 10:10
Ler com oração:
Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o
vosso gozo seja completo (Jo 15:11).

CRISTO É NOSSA PAZ E ALEGRIA


Vimos que, pela falta de “sal” na terra, as pessoas buscam formas
de ser felizes, como o prazer na comida e na bebida, nas realizações
profissionais e até em ganhar na loteria. Mas, de acordo com Romanos,
“o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria
no Espírito Santo” (14:17). Isso significa que não precisamos das coisas
exteriores para ser felizes, pois quem vive o reino de Deus já é feliz por
natureza, uma vez que este nos proporciona justiça, paz e alegria.
Em 1 Pedro, lemos a seguinte porção: “A quem, não havendo visto,
amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria
indizível e cheia de glória” (1:8). Após Pedro falar da necessidade
de sermos provados para aumentar o valor de nossa fé, ele diz: “A
quem, não havendo visto, amais”. Como podemos amar Alguém que
nunca vimos e ter alegria Nele? A resposta é simples: de fato, não O
vemos fisicamente, mas, se cremos, nós O vemos pela fé e exultamos
de alegria! Graças ao Senhor, não precisamos de recursos artificiais,
como show de rock ou outro tipo de entretenimento para ser alegres.
Se você conhece o Senhor e tem experiências com Ele, o próprio
Senhor lhe proporciona uma alegria diferente, indizível, inexplicável,
cheia de glória!
No Evangelho de João, lemos: “Tenho-vos dito estas coisas para
que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (15:11).
A função da igreja na terra

Quando o Senhor Jesus veio na forma humana, Ele orou ao Pai para
que tivéssemos Seu gozo completo em nós mesmos (17:13). Isso não
é suficiente? O Senhor não precisa dar-nos cura, muito dinheiro nem
fazer todas as nossas vontades. Não! Ele nos alegra e dá paz (14:27)! A
paz e a alegria andam juntas, porque são o próprio Cristo, e, para fazer
Sua vontade, devemos apresentá-las às pessoas que estão nas ruas, por
meio do viver da igreja.
Ao ensinar os discípulos a orar, o Senhor disse: “Portanto, vós
orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu
50 nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como
no céu” (Mt 6:9-10). Por esses versículos, pode-se ver que o Senhor
reina e faz Sua vontade nos céus. Como a igreja é a realidade do reino
dos céus, trazemos o reino dos céus à terra. No entanto, para que a
vontade de Deus também seja feita na terra, devemos alegrar a vida
das pessoas, dando-lhes a oportunidade de conhecê-Lo por meio de
Sua igreja.
Para proporcionar isso às pessoas, precisamos oferecer a Deus a oferta
de holocausto e a de manjares, que é temperada com sal (Lv 2:13), isto
é, devemos consagrar nossa vida para fazer a vontade Dele. A oferta de
holocausto diz respeito ao sacrifício de Cristo (Hb 10:10), Sua vida,
obediência e morte consagradas a Deus, conforme mencionado em
Filipenses: “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz” (2:8). A oferta de manjares era feita de farinha e se
refere ao viver humano de Jesus. A flor de farinha, que é o ingrediente
principal dessa oferta, era o resultado de um grão moído sete vezes.
Após essa moagem, tinha-se uma farinha fina, perfeita, que representa
a suave e perfeita humanidade de Cristo. Nós ainda não temos tal viver,
mas Cristo pode dar-nos esse viver por meio da fé. Ele é o grão de trigo
que passou por vários processos de sofrimento, foi homem de dores,
desprezado e rejeitado entre os homens, que sabe o que é padecer.
Entretanto as moagens que sofreu foram necessárias para Ele se tornar
essa fina flor de farinha.
Por isso lemos, no Evangelho de João, que “se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito
fruto” (12:24). Deus quer frutos da mulher virtuosa, que é a igreja.
Deus quer que cada um de nós produza frutos. Mas a única maneira
que Ele tem de obter frutos de nós é quando nos permitimos morrer
como um grão de trigo. Amém!
A função da igreja na terra

Pergunta: Qual é o significado de oferecer oferta de holocausto e de manjares


ao Senhor?

Meu ponto-chave:

51
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Dt 29:23; Is 58:6-7; Lc 17:32; Jo 6:38; 7:16-17
Ler com oração:
Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz
e siga-me (Mt 16:24).

TEMPERAR A TERRA COM SAL É FAZER


A VONTADE DE DEUS
A oferta de manjares temperada com sal, por ter sido moída várias
vezes até se tornar fina flor de farinha, simboliza a humanidade
elevada de Cristo. O sal dessa oferta representa a morte de Cristo por
ter Ele vivido na terra uma vida sacrificial, negando a Si mesmo todo
o tempo, para viver em ressurreição pelo Pai, que O enviou (Jo 6:38).
Semelhantemente estamos na terra para viver uma vida temperada
com sal, a fim de fazer a vontade de Deus. Como Jesus, não devemos
ter liberdade de fazer nossas vontades, devemos agir por Ele e por
meio Dele (7:16-17). Trilhar o caminho da cruz de Cristo é a única
maneira de cumprir nossa função de salgar a terra.
Viver sob restrição, negando a nós mesmos, é não preservar nossa
vida da alma, é um viver de seguir o Senhor. Como Ele, devemos
viver uma vida crucificada, temperada com sal. Isso nos garante
a perda da vida da alma e a salvação de nossa alma, como disse
Jesus no Evangelho de Mateus: “Se alguém quer vir após mim, a
si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem
quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha
causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua
alma?” (16:24-26).
A Bíblia é clara: se você preservar sua vida da alma, como fez
A função da igreja na terra

a mulher de Ló (Lc 17:32), sua alma não terá salvação, e você se


tornará uma estátua de sal. O sal deve ser utilizado na medida certa
para temperar e abençoar a vida das pessoas, e ainda conservar nosso
coração puro e santo. Assim, onde estivermos, alimentaremos as
pessoas e daremos sabor à vida delas. Nesse estágio da vida, já não
viveremos para nós mesmos. Como disse o apóstolo Paulo: “Cristo
vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé
no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”
52 (Gl 2:20). De acordo com esse versículo, Cristo é minha vida, mas
também quer ser meu viver. Precisamos cooperar para Ele usar nosso
viver. Jesus, para se expressar na terra, depende de nosso corpo. Então,
se Ele disser: “Vá para as ruas”, temos de obedecer-Lhe.
Ainda falando do sal, vemos dois aspectos: um positivo e outro
negativo. Nesse último, caso não obedeçamos à palavra do Senhor,
Ele punirá a terra com enxofre e sal, de forma que nada será semeado
nem produzido, pois será amaldiçoada como foram Sodoma e
Gomorra (Dt 29:23). No aspecto positivo, o sal dá sabor e alegria às
pessoas e as preserva dos germes da corrupção. Por isso insistimos
que ninguém desperdice sua porção de sal, mas a utilize em favor de
si mesmo e dos outros.
Podemos aproveitar a oportunidade e usar o sal na medida certa hoje
mesmo para abençoar o próximo. Você pode fazer isso praticando a
colportagem por hora. Aonde você for, deixe escapar de sua boca:
“Posso orar por você?”. Sempre que orar por alguém, deixe uma leitura
saudável como um Jornal Árvore da Vida ou um livro, e o conduza à
rede de cuidado. Aproveite a oportunidade de ser uma bênção na vida
das pessoas tão carentes de sal. Esta é nossa função na terra: viver
uma vida crucificada, repartir o pão com o faminto, recolher em casa
os pobres desabrigados, soltar as ligaduras da impiedade, desfazer as
ataduras da servidão, dar liberdade aos oprimidos e despedaçar todo
jugo (Is 58:6-7).
Querido leitor, podemos fazer isso porque temos a palavra “sempre
agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a
cada um” (Cl 4:6), uma vez que em nós está a vida do Senhor Jesus,
que, além de equilibrada, tem a finíssima qualidade da flor de farinha.
As pessoas estão oprimidas sob a escravidão de Satanás, carregando
um jugo pesado, viciadas, vivendo uma vida completamente sem
sentido. Vamos libertá-las desse jugo! Elas estão famintas, portanto
A função da igreja na terra

vamos alimentá-las! Temos recebido tanta palavra saudável no viver


da igreja. Não podemos esconder-nos de quem precisa de nós; pelo
contrário, vamos acolher essas pessoas na rede de cuidado da igreja.
Se assim procedermos, “romperá a tua luz como a alva, a tua cura
brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor
será a tua retaguarda; então, clamarás, e o Senhor te responderá;
gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti
o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao
faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a
tua escuridão será como o meio-dia” (Is 58:8-10). 53
Quero encorajar a igreja a praticar isso como mulher virtuosa que
é! Que neguemos a vida da alma para estar dispostos a tomar a cruz e
seguir o Senhor. Louvado seja Deus!

Pergunta: De que forma podemos livrar as pessoas do jugo de Satanás?

Meu ponto-chave:
A função da igreja na terra

54
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 19:26; Pv 31:10-25; Mt 5:13; Lc 12:32
Ler com oração:
Bom é o sal; mas, se o sal vier a tornar-se insípido, como lhe restaurar
o sabor? Tende sal em vós mesmos e paz uns com os outros (Mc 9:50).

A IGREJA NOS TEMPOS FINAIS


Esta semana tem como título “Coração novo, espírito novo e nova
constituição”, baseado em Mateus 5:17-48. Nesta mensagem veremos
que a lei dada por Deus no Antigo Testamento não foi cumprida pelo
povo de Israel. E Jesus, no Novo Testamento, aumentou ainda mais
suas exigências ao estabelecer a constituição do reino dos céus. Isso
poderia torná-la ainda mais impraticável, se, por outro lado, Deus não
tivesse prometido que daria a Seu povo um novo coração e um novo
espírito. Somente assim é possível a prática das elevadas exigências
dessa nova constituição.
Antes de iniciar o encargo desta semana, vamos concluir o conteúdo
da semana anterior. A igreja precisa iluminar o mundo e ser o sal da
terra. Como isso pode ocorrer na prática? É o que veremos em seguida.
Cremos que somos alvo da mais pura misericórdia de Deus! Somos
como um pequenino rebanho que não tem muita força, mas tem plena
convicção de que o Pai se agradou em dar-nos Seu reino (Lc 12:32).
Embora pequeno em número, o Senhor tem multiplicado e transformado
em grandes ações aquilo que fazemos. Estamos nas ruas orando pelas Coração novo, espírito novo e nova constituição
pessoas. O impacto que isso tem causado na sociedade é extraordinário.
Tais ações não se restringem à sociedade brasileira, mas se espalham
por outros países da América, África e Europa. Deus tem usado as
transmissões do Instituto Vida para Todos poderosamente, de modo que
nossa influência tem chegado também à Ásia. Cremos que daqui em diante
cresceremos cada vez mais. Haverá vencedores em todos os continentes!
O Senhor finalmente conseguiu produzir a igreja em Filadélfia, que
Lhe dá condições básicas para atuar nesta era. Sua generosidade para
com aqueles que vivem a condição de Filadélfia tem sido muito grande.
Ele tem destrancado os tesouros da palavra profética, a qual nos leva
adiante, nos dá luz e direção, concedendo ao Espírito a oportunidade
de atuar com milagres e sinais por meio de Sua igreja, de modo a
ganhar muitas pessoas. Vimos também que, além de ter a condição de
Filadélfia, a igreja nos tempos finais deve ser como a mulher virtuosa 55
apresentada em Provérbios. Não encontramos na terra uma mulher
que tenha todas aquelas qualidades, mas agora, por meio da palavra
profética, ficou muito claro para todos que essa mulher é a igreja, a
mulher que Deus sempre desejou para Seu filho Jesus!
Sentimo-nos muito honrados de poder ser essa companheira e
auxiliadora de nosso Senhor Jesus Cristo, mais preciosa do que as
mais finas joias (Pv 31:10). Somos a igreja, aquela que faz somente o
bem para Seu marido, administrando com zelo Seus bens, cooperando
com o plano de Deus e levando Sua vontade adiante (vs. 11-20). A
igreja cuida dos mantimentos da casa de Deus, não deixa faltar comida
espiritual nem vestes de justiça para qualquer um que faça parte dessa
grande família espiritual (vs. 21-25). Pouco a pouco estamos vendo
surgir essa realidade nas igrejas. Por isso estamos muito contentes.
Além de ter a condição de Filadélfia e ser a mulher virtuosa, vimos
que a igreja deve ser o sal da terra (Mt 5:13). A igreja não deve ficar
fechada entre quatro paredes, limitada a ter boas reuniões e transmitir
boas mensagens. Ela precisa influenciar o mundo! O sal existe para
temperar e dar sabor. Essa é a primeira função da igreja. Por ser
temperado com sal, o viver da igreja em Filadélfia é saboroso, é feliz,
é alegre! Temos essa verdadeira alegria na casa do Senhor porque
Jesus nos tem dado alegria, ainda que haja lutas e desafios em nosso
viver. Mas não é isso que vemos entre as pessoas que estão no mundo.
Está faltando sal na terra, sabor na vida das pessoas. Foi por isso
que Deus nos colocou nas ruas para orar por elas! Em nosso dia a dia,
temos uma infinidade de oportunidades para temperar a vida delas.
Quando vamos à padaria, fazemos compras em alguma loja, comemos
em um restaurante, abastecemos nosso veículo no posto de gasolina,
ou pegamos um transporte público, devemos sempre lembrar-nos de
que podemos temperar uma vida sem sabor, sem sentido, ao perguntar
A função da igreja na terra

a alguém: “Posso orar por você?”. Todas essas são oportunidades que
temos para temperar a vida insípida e sem sentido das pessoas. Muitos
dos que temos contatado nesses lugares cultivam o pensamento de
que sua vida não faz sentido. Temos saído às ruas justamente para dar
sentido à vida dessas pessoas, colocando sal e tempero espiritual em
sua vida vazia.
Se não usarmos o que Deus nos concedeu para dar sabor a nossa
vida e à vida das pessoas, acumularemos o sal e ficaremos sem função
(Mc 9:50). Podemos chegar ao fim de nossa vida como uma grande
56 estátua de sal (Gn 19:26). Que Deus nos guarde disso! Vamos levar
esse sal para as pessoas! Tome hoje mesmo a atitude de oferecer uma
oração a alguém. Creia, sua vida e a vida da pessoa ficarão muito mais
saborosas e cheias de sentido! Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Quais devem ser as características da igreja nestes tempos finais?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Evangelho de Mateus - venha o Teu reino” – caps. 14 e 15 – Dong Yu Lan.

Coração novo, espírito novo e nova constituição

57
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 8:30-32; Mt 5:14-16; Lc 1:78-79; 17:26-27; 1 Pe 1:8
Ler com oração:
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt 5:16).

UM VIVER QUE GERA ALEGRIA,


EQUILÍBRIO E RESPLENDOR
A igreja precisa ser o sal que dá sabor e sentido à vida das pessoas.
Não precisamos seguir a correnteza do mundo para nos encher
de alegria. No tempo de Noé, as pessoas casavam-se e davam-se
em casamento, comiam e bebiam para se satisfazer (Lc 17:26-27).
A alegria do mundo está relacionada com isto: comer, beber, casar.
Muitos vivem em busca de realizações profissionais, por acreditar que
receber promoção ou aumento salarial é o que traz felicidade à vida.
Mesmo que tantos consigam promoções, tenham o que comer, beber
e se casem, ainda assim permanece a sensação de vazio e de que a
vida não faz sentido. Não é o que ocorre conosco, pois Jesus é nossa
alegria. Vimos em séries anteriores deste devocional que o Filho era
o prazer do Pai e vivia feliz em Sua presença (Pv 8:30-32). Deus é a
própria alegria. Por isso, na eternidade futura, não haverá necessidade
de indústria de entretenimento para alguém se alegrar porque Deus
nos satisfará em tudo. Essa é a alegria indizível e cheia de glória que
está disponível para nós hoje (1 Pe 1:8)!
O sal também representa a morte de Cristo. Para ser o tempero que
faz a diferença neste mundo, precisamos negar a nós mesmos, tomar a
cruz, ter um viver de restrição como foi o viver de Jesus. Essa restrição
tem como objetivo suprir vida, levar cura e salvação a outras pessoas.
É esse o sentido das palavras do apóstolo Paulo: “Em nós, opera a
A função da igreja na terra

morte, mas, em vós, a vida” (2 Co 4:12). Andamos no caminho da cruz


para que Cristo seja nossa alegria e expressão: “Já não sou eu quem
vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20a).
Outro aspecto dessa palavra é que nosso viver como sal da terra
nos faz ter uma palavra agradável, equilibrada e temperada. Nossa
fala deve edificar a vida das pessoas que nos ouvem. Aproveitamos
todas as oportunidades para praticar o “Posso orar por você?”, a fim de
encorajar as pessoas, levando-lhes vida, alegria e motivo de viver. Nos
58 relacionamentos na igreja, procedemos do mesmo modo, temperando
nossas palavras e comportamentos com sal, para que tenhamos
equilíbrio e preservemos a vida em nosso meio. Não deixemos a morte
entrar em nossos relacionamentos.
A igreja, neste tempo do fim, também precisa assumir sua função
de ser a luz do mundo (Mt 5:14-16). Não podemos ser luz somente
nas reuniões da igreja ou durante alguns ajuntamentos do Corpo de
Cristo. A missão dada à igreja foi de ser a “luz do mundo”! Somos
responsáveis por iluminar este mundo, começando pelas pessoas em
trevas que estão a nossa volta.
Você já esteve em trevas? Já teve a experiência de ser surpreendido
por uma total ausência de luz? Mencionei anteriormente a experiência
que tive em minha adolescência. Meu pai possuía uma granja
localizada na zona rural, e eu tomava um ônibus para ir à escola,
na cidade. O trajeto consistia em dez quilômetros de terra. Quando
voltava, algumas vezes já à noite, ainda precisava percorrer a pé cerca
de dois ou três quilômetros por uma estrada de terra, sem iluminação.
Algumas vezes não havia a luz do luar nem das estrelas, então eu
caminhava na escuridão total. Havia o perigo de pisar em cobras
ou de me chocar com algo. É dessa forma que as pessoas vivem
no mundo: caminhando na escuridão das trevas, prestes a pisar em
serpentes. Quando assumimos nossa função de ser luz no mundo, nós
nos tornamos uma referência positiva às pessoas que vivem perdidas
nas trevas. Assim elas saberão aonde ir e como viver. A igreja reflete

Coração novo, espírito novo e nova constituição


a luz de Cristo, assim como a lua, que não tem luz própria, reflete a
luz do sol.
Na primeira vinda de Cristo, já havia uma profecia que anunciava
Jesus como o sol que nasceria para alumiar aqueles que estavam
presos na sombra da morte (Lc 1:78-79). Também há outra profecia
que relaciona a segunda vinda de Jesus ao nascimento do sol da justiça,
pondo fim a uma longa noite: “Mas para vós outros que temeis o meu
nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis
e saltareis como bezerros soltos da estrebaria” (Ml 4:2).
Vivemos numa grande noite dominada pelas trevas, aguardando o
aparecimento do sol. Mas isso não quer dizer que não haja governo em
meio a essas trevas, pois a lua reflete a luz do sol durante a noite. Ela é
a referência para quem quer locomover-se neste período. Hoje a igreja
em Filadélfia está brilhando novamente. Por isso nós governamos a
noite! Quando paramos na rua a fim de orar pelas pessoas, Deus brilha
por meio de nós, e nossos inimigos batem em retirada, pois refletimos 59
a luz de Cristo em meio à escuridão das trevas. Não tenhamos medo!
Somos nós que governamos a terra! Por intermédio de nossa luz, as
pessoas conseguem, em meio à escuridão, ver esperança e sentido
para sua vida! Deixe Cristo brilhar por meio de você.

Pergunta: À luz do que vimos hoje, quais são as funções da igreja no mundo?

Meu ponto-chave:
A função da igreja na terra

60
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 1:3-4, 16; Jo 16:11; Rm 13:11-12; Ef 2:2; 5:11-13; Cl 1:13; 1 Jo 5:19
Ler com oração:
Nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados
e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões celestes (Ef 6:12).

A IGREJA DEVE GOVERNAR SOBRE AS TREVAS


Deus criou a luz no primeiro dia da criação. Essa luz é genérica e
cumpre o papel de fazer separação entre dia e noite (Gn 1:3-4). Mas Deus
criou o sol para governar o dia e a lua para governar a noite (v. 16). Já
vimos que Cristo é o Sol da justiça refletindo Sua luz hoje na terra por
meio da igreja. Até que Cristo venha em Sua segunda vinda, vivemos
como que em uma grande noite, com o predomínio das trevas, pois
o mundo inteiro jaz no maligno (1 Jo 5:19). A Bíblia também afirma
que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 14:30). Precisamos saber
com muita clareza contra o que estamos lutando e qual deve ser nosso
papel nas ruas ao orar pelas pessoas. A Palavra nos revela que Satanás
é uma autoridade que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:2). Assim
como Deus criou a lua para governar a noite, a igreja deve posicionar-
se como a luz do mundo e restabelecer o governo de Deus aqui na
terra. Sua função é libertar as pessoas da autoridade do império das
trevas e transportá-las para o reino do Filho de Seu amor por meio do
evangelho (Cl 1:13). Coração novo, espírito novo e nova constituição
Estamos numa grande batalha. Chegou a hora de lutarmos para
destronar o príncipe deste mundo. Nós, como a igreja, já iniciamos
esse processo de expulsão de Satanás, que teve início com a obra de
Jesus Cristo (Jo 16:11). Não fazemos isso porque temos força em nós
mesmos. Assim como a lua não tem luz própria, mas apenas reflete
a luz do sol, nós também estamos aqui na terra para refletir a luz de
Cristo. Ao contemplar a face de Cristo, ficamos cheios de Sua glória, e
assim conseguimos expressar Sua luz aos homens e dominar sobre as
trevas (2 Co 3:18). Vivamos no Santo dos Santos, invocando o nome
do Senhor, lendo e orando a Palavra, santificando nossos corações e
intercedendo pelas pessoas.
A palavra profética tem-nos trazido a revelação dos tempos finais.
Por meio dela, sabemos claramente que já estamos vivendo a era
do Apocalipse. Portanto já chegou a hora de acordar! (Rm 13:11). 61
A aurora está chegando (Rm 13:12). O dia da segunda vinda em
que Jesus despontará como o Sol da justiça se aproxima. Às vezes
podemos ficar um pouco desesperados com a intensidade das trevas
neste tempo em que vivemos, mas lembremos o seguinte: quanto mais
trevosa for a noite, mais perto estaremos do despontar do dia. Por
isso devemos tomar cuidado com nosso procedimento: “Andemos
dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em
impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes” (v. 13).
O versículo anterior menciona hábitos horríveis, tais como andar
bêbado, praticar sexo fora do casamento e outras imoralidades. Creio
que a maioria de nós não mais vive nessas práticas. Mas será que
percebemos que o texto bíblico coloca ciúmes e contendas no mesmo
nível desses pecados? São comportamentos tão deploráveis quanto orgias
e imoralidades. E às vezes temos de reconhecer que surgem contendas
e ciúmes entre nós. Mas na igreja, que quer ser a luz do mundo, não
podemos dar lugar para disputas por posição, para ciúmes que podem
brotar no coração ao vermos irmãos que são mais usados pelo Senhor
ou para contendas provocadas pelo ego. Esses comportamentos são de
alguém que vive na noite. Tenhamos disposição de nos encher de Cristo
e de não dar vazão aos desejos do velho homem (Rm 13:14).
Não sejamos cúmplices das obras das trevas, nada façamos em
oculto, pois isso nos debilitará pouco a pouco até nos tornar infrutíferos
(Ef 5:11-13). Cada vez que fizermos algo em oculto, por não querer
que outros vejam, nossa luz se apagará paulatinamente. Se alguém
costuma fazer algo em oculto e tem vergonha de ser exposto, o melhor
é parar imediatamente com isso. Se não conseguir fazer isso sozinho,
procure ter comunhão com alguém que seja maduro espiritualmente.
Faça isso logo! Não espere. Certamente você tem alguém com quem
contar na igreja. Não deixemos que essas coisas apaguem nossa luz e
A função da igreja na terra

nos levem para as trevas. Somos filhos do dia, não da noite!

Pergunta: Há algo oculto em sua vida que precisa ser confessado e abandonado?

Meu ponto-chave:

62
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 24:30; 2 Co 5:10; 1 Ts 2:13; 5:1-2, 4-10; 2 Pe 1:19; Ap 3:3; 12:11
Ler com oração:
Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai
como filhos da luz (Ef 5:8).

O QUE FAZ SUA LUZ SE APAGAR?


Somos filhos do dia. Por isso precisamos andar vigilantes para aguardar
a vinda secreta do Senhor (1 Ts 5:1-2; Ap 3:3). Naquele dia o Senhor
virá como ladrão, sem que ninguém perceba, e arrebatará unicamente os
cristãos que estiverem sóbrios e vigilantes (1 Ts 5:4-5). Isso acontecerá
antes do período conhecido como a grande tribulação. Ao final desse
período, quando haverá muito sofrimento aqui na terra, ocorrerá a vinda
pública do Senhor (Mt 24:30). E todos os cristãos, estejam eles maduros
ou não, verão o Senhor nos ares e serão arrebatados para passar pelo
tribunal de Cristo, quando cada um receberá recompensa conforme suas
obras (2 Co 5:10). O que a igreja precisa é preparar-se para o primeiro
arrebatamento, que se dará na vinda secreta do Senhor. Quem estiver
nas trevas, praticando atos em oculto, será pego de surpresa. Mas nós
somos do dia, contemplamos o Senhor para expressar Sua luz.
Quem vive de dia e na luz é sóbrio e vigilante (1 Ts 5:6)! Sobriedade
e vigilância são condições necessárias para fazer com que nossa luz
não se apague e para nos levar a mudar de estado. Mesmo que não
tenhamos atingido o estágio de maturidade, a mudança de estado Coração novo, espírito novo e nova constituição
nos tornará vencedores! Quem vigia e se mantém sóbrio, não se
embriaga nem se intoxica com as coisas deste mundo (vs. 7-10).
Independentemente de onde estivermos, aprendamos a viver em união
com nosso Senhor, para não nos embriagarmos com as coisas que o
mundo nos oferece, sejam lícitas ou não.
Além da prática de atos ocultos, da falta de vigilância e sobriedade,
da embriaguez com as coisas do mundo, as preocupações com
o trabalho e o sustento também podem fazer nossa luz se apagar.
Vejamos: “Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo
do alqueire, mas no velador” (Mt 5:15a). A palavra “velador” é o
mesmo que candelabro. O alqueire, por sua vez, era um objeto (no
Brasil chamado de “jacá” ou “balaio”) para medir grãos, o que está
relacionado com alimento, com sustento. O texto em Mateus nos
mostra que não podemos colocar nossa luz debaixo do alqueire, ou 63
seja, debaixo da preocupação com o sustento. Não podemos passar
os dias vivendo ansiosos pelo que vamos comer, beber ou vestir nem
pelo dia de amanhã, pensando em acumular tesouros que garantam
segurança financeira até para os filhos e netos. Não! Não precisamos
viver presos a essas preocupações porque não somos da terra. Somos
um povo celestial! Se fizermos a vontade do Pai celestial, Ele não
nos há de sustentar aqui na terra? Então não permitamos que todas
essas preocupações apaguem nossa luz.
Devemos honrar todos os nossos compromissos e trabalhar com
dedicação e responsabilidade, mas, sempre que houver algum
momento de folga, pregue o evangelho, ore pelas pessoas, pratique
a colportagem aproveitando as oportunidades, sirva na igreja. Esse é
o viver que precisamos ter diante de Deus: “Assim brilhe também a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:16). Não queremos
convencer ninguém por meio de eloquência, mas simplesmente
queremos falar daquilo que vivemos. Ao orar pelas pessoas, nosso
viver fará com que elas glorifiquem a Deus. Nossa boa obra não é nossa
eloquência ou pregação, mas é nossa conduta, nosso procedimento,
isto é, nosso viver. A pregação dos vencedores está intimamente
ligada a seu testemunho (Ap 12:11). Não vencemos Satanás com boas
pregações, mas com bom testemunho e boas obras.
Por fim, como último alerta, vemos que não atentar para a palavra
profética também pode fazer nossa luz se apagar (2 Pe 1:19). Quando
recebemos a palavra do profeta como palavra de Deus, ela se torna
uma candeia que brilha no meio deste mundo tenebroso. Além disso,
ao crermos, a palavra profética torna-se eficaz e gera frutos em nós,
assim como acontecia com a igreja em Tessalônica (1 Ts 2:13). Não
estamos na escuridão nem tampouco nossas famílias, pois cremos
A função da igreja na terra

nessa palavra e temos saído para orar pelas pessoas, a fim de retirá-
las da escuridão das trevas e levá-las a viver em pleno dia, o qual é
cheio de luz e esperança! Aleluia!

Pergunta: Há algo em sua vida que tem feito sua luz se apagar?

Meu ponto-chave:
64
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ez 11:22-23; 14:13; Mt 5:17-22; Lc 12:22, 28; Rm 14:17; Ef 2:20-21
Ler com oração:
Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da
sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne; para que
andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem;
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus (Ez 11:19-20).

CORAÇÃO E ESPÍRITO NOVOS


PARA CUMPRIR A LEI DE DEUS
Hoje iniciamos a mensagem que tem por título “Coração novo,
espírito novo e nova constituição”. Deus deu a lei dos mandamentos
ao povo de Israel no Antigo Testamento. Essa lei, recebida por
Moisés, revela o próprio Deus, o que Ele é em natureza e aquilo que
Ele aprova ou reprova em Seu povo. Sabemos que homem nenhum
consegue guardar tudo aquilo que foi escrito na lei, mas os religiosos
contemporâneos de Jesus, os escribas e fariseus, achavam-se capazes
de guardá-la (Mt 5:18-20). O único capaz de não somente cumprir
todos os preceitos da lei, como também elevar suas exigências, foi o
próprio Senhor Jesus (vs. 17, 21-22a).
Quando Jesus afirma “Eu, porém, vos digo”, Ele eleva ao máximo
a exigência da antiga lei, porque todo aquele que odiar seu irmão
será considerado um assassino. Quem nunca odiou? Jesus, como Rei
Coração novo, espírito novo e nova constituição
do reino dos céus, não veio abolir a lei, mas cumpri-la e elevar suas
exigências. Se já era difícil cumprir a lei dada por Moisés, agora, com
as exigências feitas por Jesus, tornou-se aparentemente impossível
cumpri-la. Digo “aparentemente” porque, se tivermos um coração
novo e um espírito novo, será possível, sim, cumpri-la.
Essa foi exatamente a promessa feita por Deus a quem quisesse andar
em Seus estatutos: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro
deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de
carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e
os executem; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez 11:19-20).
Esse capítulo de Ezequiel e os capítulos imediatamente subsequentes
abordam o julgamento de Deus sobre Israel. Por não guardar a lei nem
cumprir seus estatutos, Israel foi abandonado por Deus. Eles perderam a
boa terra, a presença do Senhor e, por fim, Jerusalém, que era o lugar de
habitação de Deus. Hoje, na igreja, o mesmo pode acontecer conosco,
65
caso não sejamos fiéis ao cumprimento dos preceitos estabelecidos pelo
Senhor. Vejamos o resultado do julgamento de Deus sobre Israel nessas
três áreas e como podemos aplicar isso em nossa experiência.
O julgamento de Deus fez com que o povo perdesse a terra (Ez 14:13).
A terra deveria produzir pão e alimento para sustentar o povo enquanto
este vivesse para fazer a vontade de Deus. Entretanto, como os homens
do reino de Israel viveram uma vida totalmente fora da palavra, Deus os
entregou, os colocou naquela situação triste e lamentável. Cremos que,
quando nos ocupamos em praticar a vontade do Senhor, Ele garante
nosso sustento. Essa é a promessa de Deus a nós (Lc 12:22, 28).
Além da terra, Israel também perdeu a presença do Senhor,
pois foi rebelde e desobedeceu aos preceitos divinos; como
consequência, Israel perdeu o reino e foi levado cativo para a
Babilônia (2 Cr 36:9-10, 17, 20-21). Essa foi a razão de a glória de
Deus ter deixado o templo (Ez 11:22-23). Em outras palavras, eles
perderam a presença do Senhor e, em seguida, também perderam o
lugar de habitação de Deus, Jerusalém.
Para nós, hoje, esse lugar representa a igreja como o reino de Deus
(Ef 2:20-21). A palavra “santuário” nessa passagem significa templo.
Deus quer restaurar esse templo que se perdeu no Antigo Testamento.
Mas lembremos que esse templo, que também pode ser uma referência
ao reino de Deus, não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria
no Espírito Santo (Rm 14:17). Portanto estejamos atentos! Não
rejeitemos os preceitos e as leis do Senhor. Não queremos cultivar
um coração rebelde como fez o povo de Israel no Antigo Testamento.
Hoje a única maneira de nós, o povo de Deus, restaurarmos a boa
terra, edificarmos a igreja e enchermos a casa de Deus com Sua glória
e Sua presença é pedir ao Senhor que nos dê um coração novo e
um espírito novo! Se vivermos no velho homem, com seu coração
A função da igreja na terra

enganoso e desejoso de fazer as vontades da carne, perderemos a


bênção. Entretanto, com o novo coração e espírito prometidos por
Deus àqueles que quiserem andar em Seus estatutos, conseguiremos!

Pergunta: De que maneira podemos cumprir a constituição do reino dos céus?

Meu ponto-chave:
66
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ez 11:19; 18:26-30; Mt 22:36-39
Ler com oração:
A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento;
e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lc 10:27).

O AMOR GENUÍNO PROCEDE DE UM NOVO CORAÇÃO


A única maneira de Deus fazer Seu povo restaurar a boa terra,
edificar a igreja, enchê-la de Sua glória e de Sua presença é dar-lhes
um novo coração (Ez 11:19). Na época de Ezequiel, era corrente
proferir o seguinte provérbio: “Os pais comeram uvas verdes, e
os dentes dos filhos é que se embotaram?” (18:2b). Com isso eles
queriam dar a entender que, ao atribuir aos filhos as consequências
das ações de seus pais, Deus era injusto. Eles se degradaram de tal
maneira que inverteram totalmente os valores. Por isso o Senhor
os questionou: “No entanto, dizeis: O caminho do Senhor não é
direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito?
Não são os vossos caminhos tortuosos?” (v. 25). Deus, então, passa
a mostrar-lhes que precisavam arrepender-se e abandonar toda a
perversidade que cometiam (vs. 26-30). Mais importante ainda,
Ele disse em seguida: “Lançai de vós todas as vossas transgressões
com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo;
pois, por que morreríeis, ó casa de Israel? Porque não tenho prazer Coração novo, espírito novo e nova constituição
na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos
e vivei” (vs. 31-32). A degradação dos que transgrediam contra os
caminhos e a lei do Senhor revela a nós, que hoje estamos na era da
igreja sob as elevadas leis da constituição do reino dos céus, o modo
de poder cumprir tais exigências: somente com um coração novo e
um espírito novo.
A restauração do povo de Israel anunciada por Deus em Ezequiel
36 deve ser aplicada a nós, em nossa experiência como igreja. Mais
uma vez Deus insistiu em falar sobre coração novo e espírito novo:
“Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países,
e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos
ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós
espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra [duro, endurecido] 67
e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e
farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os
observeis” (Ez 36:24-27). O coração novo é para amar o Senhor acima
de todas as coisas, e o espírito novo é para contatar, ter comunhão
com Deus. Com a queda, o espírito humano ficou amortecido e perdeu
sua função de contatar a Deus. Por isso, aos olhos do Senhor, é como
se estivéssemos mortos: “Ele vos deu vida, estando vós mortos em
vossos delitos e pecados” (Ef 2:1). “Mortos” aqui não significa estar
morto fisicamente, mas estar “morto” quanto à comunhão com Deus.
O espírito humano estava amortecido. E a falta de contato com Deus
gerou outro problema: nosso coração ficou endurecido. Não é isso
que acontece conosco quando passamos muito tempo sem orar nem
ter comunhão com o Senhor? Não ficamos endurecidos? As relações
entre casais, entre familiares e até os relacionamentos entre irmãos na
igreja ficam comprometidos quando não temos comunhão com Deus:
“Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da
ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração” (4:18).
A obra de Deus é feita a partir de nosso amor pelo Senhor. A
colportagem dinâmica não é feita visando a interesse financeiro. Os
colportores, que estão nas ruas orando pelas pessoas e distribuindo
livros que contêm a palavra profética, fazem isso por amor ao Senhor.
E, quando amamos o Senhor, passamos a amar os que Ele ama. Foi
isso que Jesus disse a Pedro: “Depois de terem comido, perguntou
Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que
estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele
lhe disse: Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21:15). O amor ao Senhor
é a primeira “obra” com a qual todo cristão deveria estar ocupado
todos os dias. Por isso toda a lei foi resumida em dois mandamentos.
O primeiro diz respeito a amar o Senhor de todo o coração, de toda a
A função da igreja na terra

alma e de todo o entendimento; o segundo a amar o próximo como a


si mesmo (Mt 22:36-39).
Amar o Senhor e servi-Lo com esse amor é o princípio de toda a
bênção. Uma vez que O amemos, passaremos a preocupar-nos com
aqueles com quem Ele se preocupa. É esse sentimento que deve
motivar-nos a sair às ruas e orar pelas pessoas. Vamos resgatar aqueles
que estão perdidos e sem esperança, e inseri-los na rede de cuidados.
É assim que cumpriremos o que o Senhor pediu a Pedro: alimentar e
apascentar as ovelhas (os irmãos mais velhos) e os cordeiros (os irmãos
68 mais novos)! Peçamos ao Senhor um coração de carne, um coração
novo, que seja puro ao ouvir a palavra e cheio de amor ao praticá-
la. Assim teremos acesso a bênçãos sem medida e cumpriremos os
mandamentos do Senhor. Louvado seja Deus!

Pergunta: O que sentimos quando nossa comunhão com Deus diminui?

Meu ponto-chave:

Coração novo, espírito novo e nova constituição

69
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Ez 1:13-14; Mt 22:36-40
Ler com oração:
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um
espírito inabalável (Sl 51:10).

USADOS PARA RESGATAR


OS QUE ESTÃO ABATIDOS E CONTRITOS
No Antigo Testamento, os mandamentos de Deus foram escritos em
tábuas de pedra e dadas ao povo de Israel por intermédio de Moisés.
Hoje, porém, Ele quer escrever, pelo Espírito, em tábuas de carne,
isto é, em nossos corações: “Estando já manifestos como carta de
Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas
pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em
tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Co 3:3). Vimos que o povo
de Israel não foi capaz de cumprir os mandamentos do Senhor no
Antigo Testamento, e que Jesus, em vez de eliminar a lei, elevou
suas exigências. Se já era difícil ao homem natural, agora se tornou
impossível cumprir a nova lei. Mas uma esperança foi colocada dentro
de nós! Quando cremos na palavra, Deus vivificou nosso espírito, que
estava amortecido. Esse novo espírito humano busca ter comunhão
com o Senhor e, por ter consciência de suas fraquezas e debilidades
naturais, nos impele a nos esvaziar de nós mesmos e nos encher do
Espírito de Deus. Louvado seja o Senhor!
Como resultado de usar esse novo espírito, Deus opera uma
grande mudança em nosso interior, trocando nosso coração de
pedra por um coração de carne. É assim que conseguimos amar
o Senhor acima de todas as coisas e amar o próximo como a nós
mesmos. Quem cumpre esses dois mandamentos pratica toda a
A função da igreja na terra

lei (Mt 22:36-40). Não seremos capazes de odiar nosso próximo


se estivermos cheios de amor pelo Senhor. É esse amor que nos
motiva a sair às ruas e orar pelas pessoas. Sabemos que o homem
pecador perdeu a capacidade de ter contato com Deus. Seu espírito
está amortecido, por isso ele anda pelas ruas vazio e sem esperança.
Não somos insensíveis a essa situação porque não temos mais um
coração de pedra. Deus nos deu um coração de carne, cheio de
amor. Amamos a Deus e amamos aquilo que Ele ama. Por isso
70 saímos para pregar o evangelho, reconectando as pessoas com Deus
e restaurando a função do espírito delas. Assim, elas podem encher-
se do Espírito Santo, ter um novo espírito, e Deus pode dar-lhes um
novo coração. Saímos carregados dessa energia divina dentro de
nós, ziguezagueando pelas ruas, procurando os corações que foram
preparados por Deus para receber essa infusão do Espírito Santo
(Ez 1:13-14)! Isso é muito encorajador.
Somos o povo que nasceu do alto, do lugar onde Deus habita, e
temos autoridade para orar com qualquer tipo de pessoa. Mesmo que
seja uma autoridade, podemos ser usados por Deus para vivificar seu
espírito e coração: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a
eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar,
mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar
o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).
Se alguém for fazer uma consulta médica com um profissional muito
respeitado, que não se intimide, pois essas pessoas também precisam
ser vivificadas. Ao final da consulta, basta apenas perguntar “Posso
orar por você?”. Temos presenciado celebridades de diferentes áreas
caírem aos prantos assim que ouvem essa pergunta. São as pessoas de
espírito abatido e contrito que precisam de nossa ajuda.
Portanto não atente para a “fachada” dessas pessoas. Não pense:
“Essa pessoa não precisa de coisa alguma, ela está tão bem-vestida,
deve ser tão rica, tão culta. Ela não precisa de oração”. Isso é um
grande engano. Por trás da fama, das maquiagens e das belas roupas,

Coração novo, espírito novo e nova constituição


escondem-se corações sofridos e espíritos desejosos de um encontro
com o Senhor. Em seguida, não se esqueça de perguntar à pessoa se
ela quer ser atendida pela rede de cuidados da igreja; se a resposta for
afirmativa, pegue o contato e passe para a rede de sua igreja a fim de
que a pessoa seja pastoreada e apascentada pelos irmãos.
É dessa forma que as pessoas se tornarão participantes da natureza
divina, como aconteceu conosco no dia em que o Senhor nos deu o
novo espírito: “Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e
mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes
da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no
mundo” (2 Pe 1:4). Nós, que cremos no Senhor e praticamos essas
palavras, estamos em outro plano. No plano terreno, por mais religiosos
que sejamos, nunca estaremos livres das paixões do mundo. Mas,
quando Deus nos transporta para o plano celestial, onde habita nosso
Pai celeste, somos capazes de cumprir as exigências da lei de Deus.
Por isso nosso clamor a Deus deve ser: “Cria em mim, ó Deus, um 71
coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Sl 51:10).
Recebemos um novo coração capaz de amar a Deus acima de tudo e
amar as pessoas que o Senhor ama. Recebemos um espírito novo para
fazer contato com Deus e viver em comunhão com Ele. Assim, somos
capazes de receber Sua palavra, praticá-la e trazer o reino de Deus à
terra. O governo do Rei do reino dos céus será restaurado na terra por
meio de Sua igreja. Amém!

Pergunta: Qual é a função do novo coração e do novo espírito?

Meu ponto-chave:
A função da igreja na terra

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