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T11 Ancoragem 2016-05-06
T11 Ancoragem 2016-05-06
06 maio 2016
ANCORAGEM
1 TIPOS DE ADERÊNCIA
Esquematicamente, a aderência pode ser decomposta em três parcelas:
adesão, atrito e aderência mecânica. Essas parcelas decorrem de diferentes
fenômenos que intervêm na ligação dos dois materiais.
11.2
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Aderência e Ancoragem
A Figura 4 (LEONHARDT, 1977) mostra que mesmo uma barra lisa pode
apresentar aderência mecânica, em função da rugosidade superficial, devida à
corrosão do aço e ao processo de fabricação da barra, gerando irregularidades
na superfície. Para efeito de comparação, são apresentadas superfícies
microscópicas de: barra enferrujada, barra recém-laminada e fio de aço obtido
por laminação a quente e posterior encruamento a frio por estiramento. Nota-se
que essas superfícies estão muito longe de serem efetivamente lisas.
Portanto, a separação da aderência nas três parcelas (adesão, atrito e
aderência mecânica) é apenas esquemática, pois não é possível quantificar
isoladamente cada uma delas.
11.3
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2 TENSÃO DE ADERÊNCIA
Para uma barra de aço imersa em uma peça de concreto, como a
indicada na Figura 5, a tensão média de aderência é dada por:
Rs
b
b
Rs é a força atuante na barra;
é o diâmetro da barra;
b é o comprimento de ancoragem.
3 SITUAÇÕES DE ADERÊNCIA
Na concretagem de uma peça, tanto no lançamento como no
adensamento, o envolvimento da barra pelo concreto é influenciado pela
inclinação dessa barra. Sua inclinação interfere, portanto, nas condições de
aderência.
11.4
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Essas duas condições fazem com que a ABNT NBR 6118:2014 considere
em boa situação quanto à aderência os trechos das barras que estejam em
posição horizontal ou com inclinação menor que 45º, desde que:
11.5
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4 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA
A resistência de aderência de cálculo entre armadura e concreto é dada
pela expressão (ABNT NBR 6118:2014, item 9.3.2.1):
f bd 1 2 3 f ctd
1,0 para 32 mm
3
(132 ) / 100 para 32 mm
O valor fctd é dado por (item 8.2.5 da ABNT NBR 6118:2014):
f ctk,inf
f ctd com f ctk, inf 0,7 f ct, m
c
f ct, m 0,3 f ck2 / 3 para concretos até C50
f ct,m 2,12 n (1 0,11 f ck ) para concretos C55 até C90
sendo fct,m e fck expressos em megapascals (MPa).
11.6
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b fbd = s fyd
2
Como As , obtém-se:
4
f yd
b , com b 25
4 fbd
11.7
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11.9
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t min be ,min c
c é o cobrimento da armadura (Figuras 8a e 8b).
11.10
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b
As ,nec As,calc
b,disp
A área das barras ancoradas no apoio não pode ser inferior a As,nec.
11.11
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VSd ,max
a d (1 cot g ) cot g d
2 (VSd ,max Vc )
onde
a d , para |VSd,máx| ≤ |Vc|
VSd ,max
0,5d a d d
2 (VSd ,max Vc )
O deslocamento a é fundamentado no comportamento previsto para a
resistência da viga à força cortante, em que se considera que a viga funcione
como uma treliça, com banzo comprimido e diagonais comprimidas (bielas)
formadas pelo concreto, e banzo tracionado e montantes tracionados
constituídos, respectivamente, pela armadura longitudinal e pelos estribos.
Nesse modelo há um acréscimo de esforço na armadura longitudinal de tração,
que é considerado através de um deslocamento a do diagrama de momentos
fletores de cálculo.
11.12
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BITOLA CA - 25 CA - 50 CA - 60
(mm)
< 20 4 5 6
20 5 8 -
11.15
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BITOLA (mm) CA - 25 CA - 50 CA - 60
t 10 3 t 3 t 3 t
10 < t < 20 4 t 5 t -
t 20 5 t 8 t -
10.1 Exemplo 1
Calcular o comprimento de ancoragem em situação de boa e má
aderência, sem e com gancho. Dados: concreto C30, aço CA-50 (nervurado),
16 mm.
a) Cálculo de fctd
Para concreto de classe até C50, fctd é dado por (item 4):
2/ 3
0,7 0,3 f ck 0,21 302 / 3
f ctd 1,448 MPa
c 1,4
b) Resistência de aderência
Para boa aderência, sem gancho, a resistência de aderência é dada por
(item 4):
f bd 1 2 3 f ctd 2,25 1,0 1,0 1,448 = 3,259 MPa
11.16
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Portanto:
lb 53 cm (boa aderência, sem gancho)
10.2 Exemplo 2
Idem exemplo anterior para concreto C70.
a) Cálculo de fctd
Para concreto de classe superior a C50, fctd é dado por:
11.17
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b) Resistência de aderência
Para boa aderência, sem gancho, a resistência de aderência é dada por
(item 4):
f bd 1 2 3 f ctd 2,25 1,0 1,0 2,293 = 5,160 MPa
11.18
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QUESTIONÁRIO
AGRADECIMENTOS
11.19
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6118 –
Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, ABNT.
FUSCO, P.B. (1975). Fundamentos da técnica de armar: estruturas de
concreto. v.3. São Paulo, Grêmio Politécnico.
LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. (1977). Construções de concreto: princípios
básicos do dimensionamento de estruturas de concreto armado. v.1. Rio de
Janeiro, Interciência.
PROMON ENGENHARIA (1976). Tabelas para dimensionamento de concreto
armado: segundo a NB-1/76. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 269p.
11.20