Você está na página 1de 17

FICHA FORMATIVA 2 BIOLOGIA 10º

BIODIVERSIDADE
Diversidade biológica e intervenções antrópicas
Organização Hierárquica biológica e estrutura dos ecossistemas.
As células e/ ou tecidos
Biomoléculas

BIODIVERSIDADE
A vida na Terra pode assumir várias formas, desde as mais simples bactérias, passando pelos fungos, até aos
mais complexos mamíferos ou plantas de grande porte, as diferenças são evidentes. Há, no entanto, algo comum a
todas as formas biológicas: todas, sem exceção, são constituídas por células.

A Biodiversidade pode ser analisada sob três perspetivas diferentes:


 Diversidade genética – refere-se ao facto de cada indivíduo, ainda que da mesma espécie, ser
geneticamente diferente dos outros, ou seja refere-se à variabilidade dentro da própria espécie;
 Diversidade de espécies – refere-se à riqueza de espécies de seres vivos que se podem encontram à
escala local, regional ou global;
 Diversidade ecológica – refere-se à diversidade de comunidades nos diferentes ecossistemas.

ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA
Os seres vivos estabelecem relações indissociáveis entre si (componente biótica) e com o ambiente físico em
que se encontram (componente abiótica – água, luz, temperatura, solo, etc.), interagindo mutuamente. Esta relação
entre fatores bióticos e abióticos, que ocorre num determinado meio, constitui um Ecossistema. Num ecossistema há
um perfeito equilíbrio entre os referidos fatores, com vista a um objetivo e com base numa troca de matéria e energia.
Os ecossistemas podem ser mais ou menos complexos, como por exemplo, uma floresta tropical, ou uma simples gota
de água com presença de microrganismos.

Níveis de organização:
1. Átomo – unidade fundamental de toda a matéria.
2. Molécula – estrutura de átomos.
3. Célula – unidade básica da vida.
4. Tecido – conjunto de células semelhantes, interdependentes, que realizam uma ou mais funções no organismo.
5. Órgão – conjunto de tecidos que interatuam, realizando uma ou mais funções no organismo.
6. Sistema de órgãos – grupo de órgãos que, em conjunto, realizam determinadas funções no organismo.
7. Organismo – grupo de vários sistemas de órgãos interdependentes, que funcionam como um todo.
8. População – grupo de seres vivos da mesma espécie que vivem numa determinada área, num dado período de
tempo.
9. Comunidade – grupo de seres vivos de várias espécies que interatuam numa determinada área, num determinado
período de tempo.
10. Ecossistema – conjunto de seres vivos que vivem numa determinada área do meio e das interações recíprocas que
entre eles se estabelecem.
11. Biosfera – subsistema que inclui todas as formas de vida existentes na Terra.

Interações entre os Organismos:


 Produtores – organismos que sintetizam o seu próprio alimento, usando a energia radiante. Ex.: plantas,
algas.
 Consumidores Primários – organismos que se alimentam diretamente dos produtores. Ex.: herbívoros.
 Consumidores Secundários – alimentam-se dos consumidores secundários. Ex.: carnívoros.
 Decompositores – quem decompõe toda a matéria existente num ecossistema.
 Fatores Abióticos - água, temperatura, luminosidade e solo.

Página 1 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
 Bioma – grandes comunidades de organismos que se distribuíram por vastas regiões cujos limites são,
principalmente, de natureza climática.

A CÉLULA
A célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres vivos. É a unidade mais simples em que existe vida
(no caso dos seres unicelulares).

A Teoria Celular defende que:


 A célula é a unidade básica estrutural e funcional dos seres vivos;
 Todas as células têm origem unicamente a partir de outras células pré-existentes;
 A célula é a unidade de reprodução, desenvolvimento e hereditariedade dos seres vivos.

CONSTITUINTES BÁSICOS
Do ponto de vista morfológico, existem dois grupos de células, com características distintas entre si:
 Células Procarióticas: são as células estruturalmente mais simples, desprovidas de núcleo ou com um
número muito reduzido de organelos intracelulares (apenas ribossomas). O material genético encontra-se,
portanto, disperso no citoplasma, constituindo o nucléolo. Estas células são típicas de bactérias e
cianobactérias (algas azuis).
 Células Eucarióticas: são as células estruturalmente mais complexas, caracterizadas por possuírem um
núcleo individualizado delimitado por um invólucro celular, assim como outros organelos intracelulares
delimitados por membranas. Estas células constituem os animais, as plantas, os fungos, os protozoários e
a maior parte das algas.

As células eucarióticas podem ainda dividir-se em:


 Células animais: distinguem-se das células eucarióticas vegetais por apresentarem vacúolos em grande
número, mas de pequenas dimensões, não possuírem parede celular nem cloroplastos.
 Células vegetais: distinguem-se das células eucarióticas animais por apresentaram parede celular de
natureza celulósica, vacúolos pouco numerosos, mas de grandes dimensões e cloroplastos.
 
Constituintes celulares:
 Núcleo (local delimitado pela membrana nuclear, onde se encontra o material genético – DNA, sendo o
centro de controlo da atividade celular)
 Membrana plasmática ou celular (membrana que delimita exteriormente a célula e que permite criar
uma barreira seletiva separando dois meios distintos, o meio intracelular e o meio extracelular; é uma
superfície de troca de substâncias, energia e informação entre esses dois meios)
 Citoplasma (é o fluido que se encontra entre a membrana nuclear e a membrana plasmática, no qual se
encontram dispersos os restantes organelos)
 Mitocôndrias (estruturas envolvidas nos processos de obtenção de energia (ATP) – respiração celular)
 Retículo endoplasmático (envolvido na síntese de proteínas, lípidos e hormonas)
 Ribossomas (têm como função a síntese de proteínas)
 Complexo de Golgi (conjunto de sáculos achatados associado a vesículas esféricas; intervém em
fenómenos de secreção e produção de lisossomas)
 Centríolos (formados por microtúbulos, intervêm na divisão celular)
 Lisossomas (pequenas vesículas esféricas que se destacam do complexo de Golgi e onde se acumulam
enzimas digestivas, intervêm no processo de digestão intracelular)
 Vacúolos (cavidades delimitadas por uma membrana, que contêm água com substâncias dissolvidas,
absorvidas ou elaboradas pela célula; locais onde ocorre digestão intracelular)
 Cílios e flagelos (são organelos locomotores; podem ser finos e numerosos – cílios, ou longos e em
pequeno número – flagelos)

Página 2 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
 Plastos (organelos que apenas se encontram nas células das algas e das plantas, onde ocorrem diversos
tipos de metabolismo; destacam-se os cloroplastos: organelos que contêm pigmentos fotossintéticos
– clorofila, que lhe confere a cor verde)
 Parede celular (constituinte presente células vegetais, exteriormente à membrana celular, de natureza
celulósica)
 
Do ponto de vista químico, todos os seres vivos são constituídos pelo mesmo tipo de moléculas (formadas por um
reduzido número de elementos químicos, nomeadamente Carbono, Oxigénio, Hidrogénio, Azoto e, em menor
quantidade, fósforo, cálcio, entre outros):
 Moléculas inorgânicas:
 Água: elemento mais abundante. A forma como as moléculas de água se ligam entre si,
conferem a este líquido propriedades únicas tornando-a essencial à vida. É responsável pelo
transporte/difusão de substâncias entre o meio intra e extracelular; intervém na
termorregulação dos seres vivos; intervém em reações de hidrólise e é considerada o
solvente universal, pois dissolve a maioria das substâncias celulares.
 Sais minerais: como sódio, potássio, cálcio, ferro, magnésio, iodo, zinco, entre outros.
 Moléculas orgânicas: são macromoléculas, constituídas por vários monómeros que ao unirem-se entre
si, por reações de condensação, originam polímeros. Por cada ligação de dois monómeros que se
estabelece é removida uma molécula de água. Por outro lado, através de reações de hidrólise, os
monómeros podem separar-se uns dos outros.
 Prótidos: são compostos quaternários, constituídos por C, O, H e N, podendo conter outros
elementos como S, P, Mg, Fe e Cu. De acordo com a sua complexidade, podem classificar-
se em:
 Aminoácidos: são as moléculas unitárias dos prótidos; constituídos por um
grupo amina (NH2), um grupo carboxilo (COOH), um hidrogénio e um
radical, que confere especificidade ao aminoácido, ligados ao mesmo carbono.
 Péptidos: resultam da ligação de aminoácidos, pelo estabelecimento de
ligações peptídicas (ligações entre o grupo carboxilo de um aminoácido e o
grupo amina do outro, com libertação de uma molécula de água), através de
reações de condensação.
 Proteínas: macromoléculas de elevada massa molecular, constituídas por uma
ou mais cadeias polipeptídicas. Importância biológica das proteínas: função
estrutural (fazem parte da estrutura de todos os constituintes celulares), função
enzimática (atuam como biocatalisadores de reações químicas que ocorrem
nos seres vivos), função de transporte (por ex. a hemoglobina é uma proteína
que transporta o oxigénio); função hormonal (muitas hormonas têm
constituição proteica); função imunológica (ao anticorpos são glicoproteínas);
função motora (são os componentes maioritários dos músculos); função de
reserva alimentar. Podem apresentar vários níveis de organização:
 Estrutura primária: constituída por uma única cadeia
polipeptídica em que os aminoácidos estão unidos numa
sequência linear.
 Estrutura secundária: cadeia polipeptídica que apresenta uma
estrutura em hélice devido à interação entre diversas zonas da
molécula ou ligação paralela entre duas cadeias polipeptídicas
formando uma estrutura em folha pregueada.
 Estrutura terciária: ocorre quando a cadeia em hélice se enrola e
dobra sobre si própria, tornando-se globular.
 Estrutura quaternária: ocorre quando várias cadeias
polipeptídicas globulares se organizam e estabelecem
interligações entre si.
 Ácidos nucleicos: são moléculas que armazenam a informação genética que
caracteriza a identidade de cada organismo, constituídas por polímeros de
nucleótidos, as suas subunidades estruturais. Estes são formados por três
constituintes: uma pentose (desoxirribose no caso do DNA, ou ribose no caso
do RNA), um grupo fosfato e uma base azotada (de anel simples: Timina,
Citosina e Uracilo (este apenas no RNA) ou de anel duplo: Adenina e
Guanina). Importância biológica dos ácidos nucleicos: o DNA é o suporte

Página 3 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
universal da informação hereditária (genética), controlando a atividade celular.
Quer o DNA quer o RNA intervêm na síntese proteica.

 Glícidos ou hidratos de carbono: são compostos ternários, constituídos por carbono (C),


hidrogénio (H) e oxigénio (O), na proporção 1:2:1, podendo variar das formas mais
simples, os monossacarídeos ou oses (glicose por ex.), às formas mais complexas como
os oligossacarídeos (2 a 10 moléculas de monossacarídeos) e os polissacarídeos (mais de
10 moléculas de monossacarídeos, de que são exemplo o glicogénio (reserva energética nas
células animais) e o amido (reserva energética das células vegetais)). Importância biológica
dos glícidos: função estrutural e função energética (utilizados diretamente em transferências
energéticas).

 Lípidos: são moléculas com fraca solubilidade em água e solúveis em solventes orgânicos
como o éter, o clorofórmio e o benzeno. Importância biológica dos lípidos: reserva
energética; função estrutural (constituintes das membranas celulares); função protetora (Ex:
ceras que tornam superfícies impermeáveis); função vitamínica e hormonal (há lípidos que
entram na constituição de vitaminas e fazem parte das hormonas sexuais)
 Gorduras: constituem um dos principais grupos de lípidos. Quimicamente,
são designadas por glicerídeos e são constituídas por três ácidos gordos e um
glicerol. Têm funções de reserva.
 Fosfolípidos: os fosfolípidos apresentam uma estrutura química que resulta da
ligação de uma molécula de glicerol com dois ácidos gordos a uma molécula
de ácido fosfórico com um composto azotado. São moléculas polares,
anfipáticas com uma zona hidrofílica (solúvel na água e constitui a zona
carregada eletricamente) e uma zona hidrofóbica (insolúvel na água). Têm
função estrutural, principalmente ao nível das membranas.

Página 4 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
FICHA FORMATIVA 3 BIOLOGIA 10º
OBTENÇÃO DE MATÉRIA
Ingestão /digestão/absorção em seres vivos heterotróficos
Modelos constituintes da membrana celular
Processos transmembranares (membrana celular e membrana dos organelos) /obtenção de matéria
Transporte transmembranar e a propagação do impulso nervoso
Obtenção de matéria pelos seres autotróficos

A Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos


Dependendo da forma como os seres vivos obtêm a energia química de que necessitam para sobreviver, são
classificados em duas classes distintas:
 Seres autotróficos: seres que conseguem sintetizar a sua própria matéria orgânica a partir de matéria
inorgânica, utilizando uma fonte de energia externa, pelo processo de fotossíntese. São exemplos as
plantas, as algas e algumas bactérias.
 Seres heterotróficos: seres vivos que apenas conseguem sintetizar a sua matéria orgânica a partir de
outra matéria orgânica que lhe é fornecida pelo meio ambiente. São, portanto, dependentes da matéria
orgânica produzida pelos seres autotróficos.
  
MODELOS CONSTITUINTES DA MEMBRANA CELULAR
“Modelo de Sanduíche”, de Danielli e Davson (1952)
Atendendo ao comportamento dos fosfolípidos na presença de água, este modelo defendia a existência de uma
bicamada fosfolipídica que garantia que as cadeias hidrofóbicas ficassem estabilizadas, voltadas para o interior da
bicamada, enquanto as proteínas se ligavam às extremidades hidrofílicas dos lípidos, revestindo a bicamada interne e
externamente. Ao longo da bicamada existiriam interrupções, rodeadas por proteínas, que formariam passagens nas
quais poderiam circular os iões e as substâncias polares. Por outro lado, as substâncias não polares entrariam
diretamente, atravessando a bicamada.
 
“Modelo de mosaico fluido”, de Singer e Nicholson (1972)
É o modelo atualmente aceite. Este também considera a existência de uma bicamada fosfolipídica na qual as proteínas
podem estar inseridas (proteínas intrínsecas), ou à superfície da membrana plasmática na face interna ou externa
(proteínas extrínsecas ou periféricas), lembrando um mosaico fluido. Os glícidos encontram-se à superfície da
membrana ligados a lípidos (glicolípidos) ou a proteínas (glicoproteínas).
 
As membranas não são estáticas, apresentando tanto os fosfolípidos como as proteínas movimentos. No caso dos
fosfolípidos, estes apresentam mobilidade lateral.
A membrana celular possui permeabilidade seletiva, isto é, permite a passagem facilitada de certas substâncias,
dificultando ou impedindo a passagem de outras. Os processos através dos quais as substâncias atravessam as
membranas biológicas são de dois tipos distintos.
 
Processos passivos – não implicam dispêndio de energia e incluem: 
 Difusão Simples: as partículas deslocam-se de zonas onde a sua concentração é maior para zonas onde
esta é menor (movimentação a favor do gradiente de concentração), até se atingir uma distribuição
uniforme dessas partículas. A velocidade de movimentação do soluto é diretamente proporcional à
diferença de concentração entre os meios intracelular e extracelular.
 Difusão Facilitada: as substâncias atravessam a membrana a favor do gradiente de concentração, ou
seja, da região onde se encontra a maior concentração de soluto para a região de menor concentração; A
velocidade do processo é superior se comprada à difusão simples, pois neste caso o transporte é mediado
por permeases às quais as substâncias a transportar se ligam, sendo o processo constituído por três fases:
1. Combinação da molécula ou substância a transportar com a permease, na face
externa da membrana;
2. Alteração da conformação da permease para permitir a passagem da molécula
através da membrana e separação da permease;

Página 5 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
3. Retoma da forma inicial da permease.
 Osmose: refere-se à movimentação da água através de uma membrana semipermeável (permeável ao
solvente – a água – e impermeável aos solutos), de um meio hipotónico (meio de menor concentração de
soluto e mais moléculas de água) para um meio hipertónico (meio de maior concentração de soluto e
menos moléculas de água). Este processo depende, exclusivamente, das concentrações do soluto nas duas
soluções. Quando os dois meios se tornam isotónicos, isto é, quando os dois meios atingem iguais
concentrações de soluto, o movimento da água passa a ser idêntico nos dois sentidos.
 
Devido às diferenças morfológicas entre as células animais e vegetais, estas apresentam diferentes comportamentos.
Desta forma, quando uma célula vegetal se encontra mergulhada numa solução hipotónica, vai absorvendo água – por
osmose – até atingir o estado de equilíbrio, ficando túrgida. Nesta situação o vacúolo aumenta e empurra o citoplasma
contra a parede celular O conteúdo celular exerce pressão de turgescência, mas esta é contrabalançada pela resistência
oferecida pela parede celular. Por outro lado, quando uma célula vegetal é mergulhada numa solução hipertónica
perde água, o citoplasma contrai-se parcialmente e fica preso à parede celular apenas por alguns filamentos,
denominados por filamentos de Hetch. Neste caso a célula se encontra-se plasmolisada.
No caso das células animais, uma vez que não possuem parede celular, ao serem mergulhadas numa solução
hipotónica, pode ocorrer a sua lise devido ao aumento do volume celular, ficando também plasmolisadas, ao serem
mergulhadas num meio hipertónico.
 
Processos ativos: implicam dispêndio de energia e há intervenção de proteínas transportadoras. Ocorrem em situações
biológicas em que iões ou moléculas necessitam de ser transportados, através da membrana, de regiões onde se
encontram menos concentrados para regiões onde se encontram mais concentrados, ou seja, contra o gradiente de
concentração.
 Transporte ativo, bomba de Sódio e Potássio: é um complexo enzimático membranar que se pode
encontrar em praticamente todas as células animais. Esta enzima (ATPase) requere energia, sob a forma
de ATP, e movimenta em sentidos opostos iões Sódio (Na +) e iões Potássio (K+), saem 3 iões de Sódio e
entram 2 iões de potássio,  através da membrana.
 Transporte em grande quantidade (permite o movimento de macromoléculas, partículas com maiores
dimensões, ou mesmo pequenas células entre o interior e o exterior da célula):
 Endocitose: transporte em que há inclusão de material por invaginação da membrana
plasmática, formando-se uma vesícula endocítica. Esta pode designar-se fagocitose, quando
a célula emite pseudópodes (“falsos-pés”), que envolvem partículas sólidas e as incluem em
vesículas fagocíticas, ou pinocitose que é um processo semelhante mas envolve a inclusão
de fluidos através da invaginação da membrana, seguida da formação de vesículas
pinocíticas no interior da célula.
 Exocitose: é o processo inverso da endocitose.
 
INGESTÃO, DIGESTÃO E ABSORÇÃO
Para que os alimentos ingeridos pelos seres heterotróficos possam ser utilizados a nível celular têm que,
primeiramente, passar por vários processos, como:
 Ingestão – introdução dos alimentos no organismo;
 Digestão – processo que consiste na transformação e simplificação de moléculas complexas constituintes
dos alimentos, em moléculas mais simples, através de reações de hidrólise catalisadas por enzimas
(moléculas de natureza proteica), de forma a poderem ser utilizadas e integradas no organismo;
  Absorção – consiste na passagem  das substâncias resultantes da digestão para o meio interno.
 
A digestão pode ocorrer no interior das células –  digestão intracelular  – ou fora das células –  digestão
extracelular – em cavidades ou em órgãos especializados.
 
Digestão intracelular
 Os organelos complexo de Golgi, lisossomas e retículo endoplasmático, estão diretamente envolvidos na
digestão intracelular. Esta ocorre após as partículas alimentares serem interiorizadas na célula, pelo
Página 6 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
processo de endocitose, formando-se vesículas endocíticas. A nível do retículo endoplasmático, formam-
se proteínas enzimáticas que são incorporadas em vesículas, como os lisossomas, que as transportam até
ao complexo de Golgi. Aqui, estas fundem-se com as vesículas endocíticas, formando um vacúolo
digestivo, onde ocorre a digestão intracelular. Os resíduos que se formam neste processo são expulsos da
célula por exocitose. Este tipo de digestão é típica de seres eucarióticos unicelulares, como a ameba ou a
paramécia.
 
Digestão extracelular
 Característica dos seres heterotróficos multicelulares, pode ser:
 Extracorporal: no caso dos cogumelos, estes, através das suas hifas, libertam enzimas
digestivas sobre o substrato no qual se encontram, ocorrendo a digestão extracorporal,
seguida de absorção das substâncias mais simples, também a nível das hifas.
 Intracorporal (maioria dos animais). Esta última ocorre em tubos digestivos, mais ou
menos complexos, apresentando diferentes órgãos especializados. O tubo digestivo pode
ser incompleto, se apresentar uma única abertura, ou completo, no caso de apresentar duas
aberturas: a boca e o ânus.
 
Vantagens de um tubo digestivo completo:
 Como os alimentos se deslocam num único sentido, a digestão e a absorção são sequenciais ao longo do
tubo, o que se traduz num aproveitamento muito mais eficaz.
 A digestão pode ocorrer em diferentes órgãos, permitindo aos alimentos estarem sujeitos a tratamento
mecânico e à ação de diferentes enzimas.
 A absorção é mais eficiente.
 Os resíduos não digeridos acumulam-se durante algum tempo, sendo depois expulsos através do ânus.
 
A OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES AUTOTRÓFICOS
A energia luminosa e/ou química que os seres autotróficos captam, não é utilizada diretamente pelas células, sendo
que parte dessa energia é transferida para um composto – o ATP (adenosina trifosfato) que é a fonte de energia
utilizável pela célula. Este é formado por:
 Adenina – base azotada
 Ribose – açúcar com cinco carbonos
 Três grupos fosfato – compostos inorgânicos
 
Uma vez que as células não têm armazenadas grandes quantidades de ATP, a transferência de energia depende do
ciclo ATP – ADP.
Da hidrólise de uma molécula de ATP forma-se adenosina difosfato (ADP) e liberta-se um grupo fosfato. Se a
adenosina difosfato se hidrolisar, vai formar-se a adenosina monofosfato (AMP), com libertação de outro grupo
fosfato.
A hidrólise de ATP trata-se de uma reação exoenergética, uma vez que há transferência de uma determinada
quantidade de energia que pode ser utilizada nas atividades celulares, pois a energia mobilizada para romper as
ligações químicas é menor do que a energia transferida durante a formação de novas ligações.
Por outro lado, quando ocorre síntese de ATP a partir de ADP e do ião fosfato (fosforilação do ADP), a reação é
endoenergética pois a energia mobilizada para romper as ligações é maior do que a energia que se transfere quando se
formam novas ligações.
As reacções exoenergéticas a nível celular permitem a formação de ATP, pois a energia é transferida para essa
molécula. As reacções endoenergéticas utilizam a energia transferida durante a hidrólise de ATP.
 
Fotossíntese
A fotossíntese é o processo utilizado pelos seres fotoautotróficos para a produção de matéria orgânica a partir de água
e dióxido de carbono, na presença de energia luminosa. Durante a fotossíntese a energia luminosa é convertida em
energia química, que surge sob a forma de um produto de reação – a glicose. Posteriormente, a glicose é convertida
noutras substâncias orgânicas, como por exemplo a amido. A fotossíntese ocorre, principalmente, ao nível das folhas
Página 7 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
das plantas. Por isso, nas células vegetais que constituem as folhas, encontra-se uma grande densidade de cloroplastos
e, consequentemente, uma grande quantidade de pigmentos fotossintéticos. As bactérias fotoautotróficas, uma vez que
não apresentam cloroplastos, realizam a fotossíntese ao nível de membranas internas, onde se localizam os pigmentos
fotossintéticos.
Os cloroplastos são organelos celulares, de forma variada, delimitados por uma dupla membrana lipoproteica (com
constituição idêntica à membrana plasmática). A membrana interna do cloroplasto invagina para o interior do organelo
formando várias lamelas – os tilacoides – os quais se encontram sobrepostos formando o granum. Nas membranas
dos tilacoides encontram-se os pigmentos fotossintéticos, como a clorofila, os carotenos e as ficobilinas, que têm a
capacidade de absorver energia luminosa e convertê-la em energia química. Os tilacoides estão mergulhados
no estroma, um material amorfo onde também se podem encontrar partículas de amido e gotículas de lípidos.
A clorofila a e b, os carotenos e as xantofilas são os principais pigmentos presentes nas células das plantas.
 
O espectro luminoso e a Fotossíntese
O espectro solar é constituído por radiações com diferentes comprimentos de onda, que vão desde as ondas rádio
(elevado comprimento de onda, baixa energia), até aos Raios Gama (baixo comprimento de onda, elevada energia).
Entre as várias radiações do espectro, o olho humano apenas consegue visualizar luz com comprimentos de onda
compreendidos entre os 380nm e 750nm – espectro da luz visível ou luz branca. Esta, ao atravessar um prisma ótico,
decompõe-se nas várias radiações que a constituem e que variam entre o violeta e o vermelho.
 
A experiência de Theodore Engelmann
Theodore Engelmann realizou uma experiência que consistiu na observação ao microscópio ótico, de um filamento
de Spirogyra (alga filamentosa), entre lâmina e lamela, usando como meio de montagem água com bactérias aeróbias
(que utilizam O2 na sua respiração). Ele observou que quando a luz branca incidia sobre a lâmina, as bactérias estavam
uniformemente dispersas pela preparação, no entanto, ao adaptar um prisma ao microscópio, que decompôs essa luz
branca, verificou que, ao fim de algum tempo as bactérias se encontravam aglomeradas junto às zonas vermelho –
alaranjada e azul-violeta. Esta observação permitiu concluir que estes comprimentos de onda são os mais eficazes para
a realização da fotossíntese, uma vez que as bactérias deslocaram-se para essas zonas à procura oxigénio fornecido
pela Spirogyra através da fotossíntese. Ou seja, estas radiações são as mais absorvidas pelas plantas de cor verde, uma
vez que a maiores taxas fotossintéticas correspondem as maiores taxas de absorção de radiação. Efetivamente, as
plantas de cor verde não absorvem as radiações com comprimentos de onda correspondentes à cor verde, essas são
refletidas, daí vermos a cor verde nas plantas.
 
A Fotossíntese ocorre em duas etapas:
1. Fase fotoquímica: é a fase em que a energia luminosa é captada e convertida em energia biologicamente
utilizável. Tem lugar nos tilacoides dos cloroplastos. Esta fase envolve as seguintes etapas:

 Fotólise da água: na presença de luz, as moléculas de água dissociam-se em oxigénio, que
se liberta, hidrogénio (que será utilizado noutras etapas) e eletrões (a água é o dador
primário de eletrões; estes vão repor os eletrões perdidos pela clorofila, após excitação pela
absorção luminosa).
 Oxidação da clorofila a: a clorofila a, ao absorver energia luminosa fica excitada e liberta
eletrões que são transferidos para uma cadeia transportadora de eletrões, ficando oxidada.
 Fluxo de eletrões: os eletrões ao passarem através das cadeias transportadoras, vão
baixando o seu nível energético. Essas transferências de energia que ocorrem permitem a
fosforilação da molécula de ADP, que a passa a ATP – fotofosforilação.
 Redução do NADP+: os protões provenientes da fotólise da água, juntamente com eletrões
provenientes do fluxo eletrónico da cadeia de transportadores, São fundamentais para
reduzir uma molécula transportadora de hidrogénio NADP + (nicotinamida adenina
dinucleótido fosfato), transformando-se em NADPH.
2. Fase química – ciclo de Calvin: corresponde ao conjunto de reações da fotossíntese não
dependentes da luz, ocorre no estroma dos cloroplastos e analisa o percurso do CO 2 desde a

Página 8 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
entrada no processo até à sua integração em compostos orgânicos. A síntese de compostos
orgânicos necessita da presença de CO 2, ATP e NADPH.
Nesta fase a Ribulose difosfato, um composto com 5 átomos de Carbono e dois átomos de fósforo, combina-se com o
CO2 absorvido para formar um composto com 6 átomos de Carbono, extremamente instável. Este rapidamente se
desdobra em dois compostos com três átomos de carbono cada, o ácido fosfoglicérico – PGA. As duas moléculas de
PGA formadas são fosforiladas pelo ATP e reduzidas pelo NADPH, formados na fase fotoquímica, originando cada
uma delas outro composto, o aldeído fosfoglicérico – PGAL, que continua a ter três carbonos. Estas duas moléculas
de PGAL vão seguir dois caminhos diferentes. A maior parte vai intervir na regeneração da Ribulose difosfato, outra
parte é utilizada para síntese de outras substâncias no estroma, principalmente síntese de glicose, sendo necessário que
o ciclo se repita seis vezes, para se formar uma molécula de glicose.
 
Quimiossíntese
Ao contrário das plantas, alguns seres vivos, conseguem reduzir o dióxido de carbono sem utilizar a energia luminosa
– são seres quimioautotróficos ou quimiossintéticos. Neste caso não ocorre fotossíntese mas sim quimiossíntese.
Como não há recurso à energia solar, a energia usada é proveniente da oxidação de compostos minerais. Estes são os
dadores primários de eletrões e não a água.
Tal como na fotossíntese, também aqui podemos considerar duas etapas:
1. Oxidação de substratos minerais: é desta oxidação que resulta um fluxo de eletrões e protões
provenientes do substrato considerado, formando-se um composto redutor, o NADPH e moléculas de
ATP. Parte da energia aqui mobilizada é transferida para as moléculas de ATP.
2. Etapa equivalente à fase química da fotossíntese: nesta fase ocorre a redução do CO2 o que conduz à
síntese de substâncias orgânicas.

Página 9 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
FICHA FORMATIVA 4 BIOLOGIA 10º
DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA
Mecanismo de transporte em xilema e floema
Modelos de interpretação dos movimentos de fluidos em plantas vasculares
Diferentes sistemas de transporte nos animais
Composição e função de fluidos circulantes nos animais

O transporte nas plantas


A história evolutiva das plantas terá começado nas algas verdes multicelulares, o ancestral comum a todos os
tipos de plantas. Daqui originaram-se dois grandes grupos de plantas. As mais simples, constituídas por organismos
pouco diferenciados e que não apresentavam sistemas condutores – Plantas não Vasculares. E as mais complexas,
que entre outras características, apresentam feixes condutores – Plantas Vasculares. Nestas incluem-se as plantas
vasculares sem sementes, as plantas vasculares com sementes e as plantas vasculares com sementes e com flor.
Para que esta evolução tenha ocorrido, foi fundamental a adaptação ao meio terrestre, que aconteceu através
de mudanças estruturais e de um aumento crescente de complexidade o que levou a uma grande diversidade. A
mudança estrutural mais evidente foi a criação de sistemas de transporte específicos, nomeadamente um sistema
radicular que lhes permite absorver água e sais minerais do exterior, e um sistema condutor formado por dois tipos de
vasos – o xilema, que transporta essencialmente água e sais minerais (seiva bruta) da raíz para toda a planta, e
o floema, que transporta água, compostos orgânicos e sais minerais (seiva elaborada) das folhas a todas as partes da
planta. Translocação é a designação deste movimento de água e solutos que ocorre no interior da planta.
 
Constituição do xilema
Xilema, lenho ou tecido traqueano, é o vaso especializado no transporte da água e sais minerais, constituintes
da seiva xilémica ou seiva bruta. Estes vasos são formados por uma sequência de células mortas, colocadas topo a
topo, cujas paredes transversais desaparecem total ou parcialmente (formando um tubo). Quanto às paredes laterais,
estas apresentam no seu interior espessamentos resultantes da deposição de lenhina (esta substância encontra-se
associada à celulose e confere rigidez, impermeabilidade e resistência às células vegetais) com diferentes aspetos o
que permite distinguir os vários tipos de vasos.
 
Constituição do floema
Floema, líber ou tecido crivoso é o tecido condutor especializado no transporte de água, compostos orgânicos e sais
minerais, que constituem a seiva floémica ou seiva elaborada. Estes vasos são compostos por células vivas, de
paredes celulósicas, alongadas e colocadas topo a topo (tubos crivosos) em que as paredes transversais, providas de
poros são denominadas placas crivosas. Aolado das células dos tubos crivosos encontram-se as células de companhia,
células vivas, alongadas e de paredes celulares finas.
 
A importância dos estomas
Ao nível das folhas, no sentido interno ocorre a difusão de CO2 para que possa ocorrer fotossíntese, enquanto
no sentido externo ocorre a difusão de vapor de água, pelo processo de transpiração. Estes dois fenómenos são
controladas através de estruturas que se localizam na epiderme da folha – os estomas. Estes são formados por
duas células labiais (também designadas células estomáticas, ou células guarda), no centro das quais existe um
orifício – o ostíolo que comunica com a câmara estomática. A envolver as células labiais, existem as células
companhia ou células companheiras. O modo de funcionamento, abertura ou fecho, dos estomas está associado ao
estado de turgescência ou de plasmólise das células guarda, respetivamente. As células guarda, do ponto de vista
estrutural são diferentes das restantes células epidérmicas. Possuem cloroplastos e as suas paredes celulares são mais
espessas junto ao ostíolo e menos espessas junto das células companhia, consequentemente é aqui que apresentam
maior elasticidade. Quando entra água nas células guarda, verifica-se um aumento do seu volume e da pressão de
turgescência, o que faz com que as células fiquem túrgidas. Como a parede celular é mais fina do lado que está em
contacto com as células companhia, vai distender-se nessa zona, o que leva à abertura do ostíolo. Por outro lado,
quando a água sai do interior das células guarda, verifica-se uma diminuição de volume e da pressão de turgescência,
ficando plasmolisadas. Neste caso a parede, na zona mais fina, vai retrair-se, as células guarda voltam ao seu estado
inicial, aproximando-se, e ostíolo fecha.

Página 10 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
 
Absorção de água e de solutos pelas plantas
Ao nível da raiz das plantas existem pelos radiculares (prolongamentos das células epidérmicas), que aumentam a área
da raiz que está em contacto com o solo e, consequentemente, a eficiência da captação de água.
No interior das células da raiz, a quantidade de água é, normalmente, inferior à quantidade existente no solo.
Esta diferença promove a entrada de água até aos vasos xilémicos, por osmose.
Os iões minerais (Ca+, K+, NO3–, SO4+) dissolvidos na solução do solo encontram-se, normalmente, em
concentrações mais elevadas que no interior das células, entrando nas células da raiz por difusão simples, através das
membranas celulares.
No entanto, por vezes, as raízes acumulam concentrações de iões minerais superiores às concentrações
existentes na solução do solo. Neste caso, o movimento dos iões faz-se por transporte ativo, uma vez que é contra o
gradiente de concentração, requerendo gasto de energia.
 

Transporte no xilema
Teorias para explicar o movimento ascendente de água e sais minerais, ao longo do xilema:
 Hipótese da pressão radicular
Segundo esta teoria desenvolve-se uma pressão positiva no xilema, na região das raízes, que impulsiona a seiva bruta
no sentido ascendente. Ou seja, verifica-se um aumento da pressão na raiz, causado pela entrada de iões para as
células radiculares, por transporte ativo, o que aumenta o potencial do soluto promovendo o movimento de água, por
osmose, para o interior dos vasos xilémicos, aumentando a pressão radicular, o que força a água a subir. A pressão
radicular é, portanto, o tipo de pressão que permite que a água absorvida pela raiz se desloque até à extremidade
superior da planta.
Se a pressão radicular for muito elevada, a água pode ascender e ser libertada nas folhas num fenómeno
designado gutação e/ou exsudação.
 
 Hipótese da tensão-coesão-adesão
A hipótese da pressão radicular não consegue explicar os fenómenos de ascensão ao nível do xilema em plantas de
grande porte (a pressão radicular não é suficientemente grande para que tal se verifique), e os fenómenos de
exsudação e gutação não se verificam em todas as plantas.
Surgiu então a hipótese da tensão-coesão-adesão:
 A transpiração ao nível das folhas, faz com que as células do mesófilo percam água através dos estomas,
causando um défice de água na parte superior da planta, o que cria uma pressão negativa – tensão. A
concentração de soluto nestas células aumenta e, consequentemente, a pressão osmótica também
aumenta.
 As células do mesófilo tornam-se hipertónicas em relação às células do xilema. Desta forma, a água
contida nas células do xilema vai ser transferida, para as células do mesófilo.
 Devido à polaridade das moléculas de água, criam-se forças de coesão que mantêm as moléculas de água
unidas umas às outras. As moléculas de água têm também forte afinidade com outras substâncias
existentes nas paredes dos vasos xilémicos o que vai potenciar a adesão (entre a água e o xilema) e
formar uma coluna contínua de água.
 O movimento de água do xilema para o mesófilo faz mover a coluna de água (corrente de transpiração).
Quanto mais rápida a transpiração, mais rápida a ascensão.
 Há um fluxo passivo de água de áreas de potencial de água mais elevado para áreas de potencial de água
menor.
 A ascensão de água nas zonas superiores da planta cria um défice de água no xilema da raiz, levando ao
aumento do fluxo de água do exterior para o interior da planta.
 
Transporte no floema
Como a fotossíntese não ocorre em todas as células das plantas, a matéria orgânica produzida nos órgãos
fotossintéticos tem de ser transportada a todas as restantes células da planta. Este transporte é realizado pelo floema.
 
Página 11 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
 Hipótese do fluxo de massa (Münch)
Esta hipótese defende que o transporte floémico ocorre devido a um gradiente de concentração de sacarose que se
estabelece entre uma fonte onde a sacarose é produzida e um local onde é consumida e/ou reservada.
 A glicose elaborada nos órgãos fotossintéticos, durante a fotossíntese, é convertida em sacarose que
entra, por transporte ativo, para as células do floema;
 Devido à entrada da sacarose, a concentração de soluto no floema aumenta, aumentando também a
pressão osmótica, que fica superior à das células envolventes;
 O aumento da pressão osmótica no interior do floema, faz com que a água se movimente das células que
rodeiam o vaso floémico, para os tubos crivosos, aumentando a pressão de turgescência;
 A pressão de turgescência é responsável pelo movimento da água de zonas de alta pressão osmótica, para
zonas de baixa pressão osmótica, passando através das placas crivosas;
 Quando a sacarose chega a locais de consumo ou reserva, sai do floema por transporte ativo, sendo
depois convertida em glicose;
 Quando a sacarose abandona os tubos crivosos, também a água, por osmose, sai para as células
envolventes.
 
O transporte nos animais
À semelhança das plantas, também os animais necessitam de efetuar trocas com o meio exterior. A
especialização dos sistemas de transporte dos animais está diretamente relacionada com a com o grau de
complexidade do animal. Desta forma, os animais mais simples, como hidras ou corais, não possuem um sistema de
transporte especializado. Nestes, todas as células se encontram próximas do meio externo, ocorrendo as trocas por
difusão simples.
Por outro lado, os animais mais complexos possuem um sistema de transporte especializado que é constituído por um
fluido circulante (sangue, linfa ou hemolinfa), um conjunto de vasos ou lacunas nos quais o fluido se movimenta, e um
órgão propulsor – o coração.

Funções do sistema de transporte:


 Garantir um aporte de nutrientes e oxigénio às células
 Remover produtos de excreção resultantes do metabolismo celular
 Distribuir calor metabólico no organismo
 Assegurar a defesa do organismo contra substâncias estranhas ao mesmo
 Realizar o transporte de hormonas desde as glândulas endócrinas até às células alvo
 
Sistemas de transporte
Os sistemas de transporte podem ser:
 Abertos: o sangue banha diretamente as células, abandonando os vasos e ocupando lacunas. Nestes
casos não há distinção entre o sangue e o fluido intersticial, designando-se por isso hemolinfa. É
característico de insetos.
 Existe um vaso dorsal com um coração tubular ao longo do dorso do inseto, que possui
válvulas internas e pequenos orifícios – ostíolos – e de onde partem ligações a artérias
tubulares. A hemolinfa entra para o coração tubular através dos ostíolos; estes fecham, o
coração contrai e a hemolinfa passa, através das válvulas internas, para as artérias dorsais,
fluindo destas para as lacunas. O tubo dorsal relaxa, os ostíolos abrem e a hemolinfa,
proveniente das lacunas, entra novamente para o coração tubular.
 Fechados: todo o percurso do sangue é feito dentro de vasos. Este sistema apresenta eficácia de
distribuição, de oxigénio e de nutrientes às células, muito superior ao sistema aberto.
 
Os sistemas de transporte nos vertebrados podem ser:
 circulação simples
 circulação dupla incompleta
 circulação dupla completa
 
Página 12 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
Circulação simples (Ex: peixes)
O coração é constituído apenas por duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, nos quais passa somente
sangue venoso e apenas uma vez no decorrer de cada circulação. O sangue venoso, oriundo dos diferentes órgãos,
entra na aurícula. Esta contrai-se e impele o sangue para o ventrículo. A contração do ventrículo faz o sangue
progredir até ao cone arterial e daqui até às brânquias, onde é oxigenado (passa a sangue arterial), e daqui segue para a
aorta dorsal que se ramifica para todo o corpo, onde após realizadas as trocas de substâncias, regressa ao coração.
Ao passar nos capilares branquiais, a pressão sanguínea diminui, o que faz com que o sangue flua mais
lentamente para os outros órgãos (sob baixa pressão).
 
Circulação dupla incompleta (Ex: anfíbios)
O coração apresenta três cavidades, duas aurículas e um ventrículo. O sangue passa duas vezes no coração:
uma para iniciar a circulação sistémica (sangue arterial) e outra para iniciar a circulação pulmonar (sangue venoso),
podendo ocorrer mistura parcial dos dois tipos de sangue ao nível do ventrículo. O sangue venoso, proveniente das
várias partes do corpo, entra na aurícula direita. Esta, por contração, impele o sangue para o único ventrículo. Por
contração do ventrículo, o sangue segue para a artéria pulmonar que se divide em dois ramos, um para aos pulmões
outro para a pele, onde é oxigenado. Regressa ao coração pelas veias pulmonares entrando na aurícula esquerda. Esta
contrai enviando o sangue para o ventrículo que, por sua vez, também vai contrair e bombear o sangue para a artéria
aorta, que se ramifica, fazendo chegar o sangue a todas as zonas do corpo. O sangue regressa ao coração pela aurícula
direita.
 
Circulação dupla completa (Ex: mamíferos)
O coração apresenta quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos, não existindo, em condições normais,
possibilidade de mistura de sangue arterial e sangue venoso. O sangue venoso, proveniente de todas as partes do
corpo, entra pelas veias cavas na aurícula direita. Esta contrai-se impulsionando o sangue para o ventrículo direito, que
vai também contrair impelindo o sangue para a artéria pulmonar. O sangue segue até aos pulmões onde é arterializado.
Regressa ao coração, através das veias pulmonares, entrando na aurícula esquerda. Esta vai contrair e obrigar o sangue
a seguir para o ventrículo esquerdo. Daqui, por contração do ventrículo, o sangue é impulsionado para a artéria aorta,
que se ramifica e faz chegar o sangue arterial a todas as partes do organismo. Após as trocas necessárias que ocorrem
a nível dos capilares, o sangue regressa ao coração, reiniciando-se o ciclo.
 
Particularidades da circulação dupla completa
 A oxigenação celular é mais eficiente o que permite uma maior capacidade energética;
 Os vasos sanguíneos apresentam diferentes características estruturais consoante a sua localização e
função. Desta forma, a parede dos vasos capilares é muito fina, constituída por uma só camada de células
o que permite a troca de substâncias. Por outro lado, as artérias têm uma parede espessa e elástica, uma
vez que têm que suportar grandes pressões de bombeamento de sangue. As veias têm paredes flácidas,
menos espessas que as das artérias.
 O coração, como órgão propulsor muscular, gera pressão que permite criar fluxo sanguíneo. Para além
disso, possui válvulas auriculoventriculares e arteriais (à entrada das artérias aorta e pulmonar), que
determinam o sentido do fluxo e evitam o retrocesso do sangue no sistema circulatório.
 A pressão sanguínea é máxima nas artérias, diminui ao longo das arteríolas e dos capilares, sendo
mínima nas veias cavas.
 Uma vez que a pressão nas veias é mínima, o movimento do sangue nestes vasos é possível graças a
mecanismos que permitem o regresso do sangue ao coração, nomeadamente:
 Válvulas interiores que impedem o retrocesso da corrente sanguínea;
 Músculos esqueléticos que rodeiam as veias e que ao contraírem exercem compressão sobre
estas, movimentando o sangue que nelas circula;
 Movimentos respiratórios;
Página 13 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
 Diminuição da pressão nas aurículas durante a diástole (exerce uma ação de sucção sobre as
veias).
 

Fluidos circulantes
Sangue
O sangue é constituído por uma fração líquida, o plasma, constituído por água e no qual se encontram em suspensão,
proteínas e outras substâncias transportadas, assim como a fração sólida ou elementos celulares
(hemácias/eritrócitos/glóbulos vermelhos – transporte de dióxido de carbono e oxigénio; leucócitos/glóbulos brancos –
defesa do organismo; plaquetas – coagulação).
 
Linfa intersticial
O sangue circula dentro dos vasos sanguíneos, por esse motivo, não é o sangue que está em contacto direto com as
células, no corpo humano, mas sim, a linfa intersticial. Esta é um fluido claro e transparente, constituído por
substâncias provenientes do sangue, uma vez que ao nível dos capilares, a pressão sanguínea força o plasma e
pequenas moléculas dissolvidas a passarem através da parede para os tecidos, assim como os leucócitos que
abandonam os capilares sanguíneos, por diapedese e também se juntam à linfa intersticial. A linfa intersticial difere do
plasma sanguíneo pelo facto de não possuir hemácias e ter poucas proteínas (são macromoléculas que não conseguem
atravessar a parede dos capilares).
 
Linfa Circulante
Parte da linfa intersticial regressa ao capilar sanguíneo outra parte é recolhida por outros vasos, os capilares linfáticos,
passando a designar-se linfa circulante. Estes vasos fazem parte de um sistema que constitui o sistema linfático. A
linfa é de extrema importância, pois é neste fluido que as células lançam os produtos tóxicos do seu metabolismo, e
apresenta também importantes funções de defesa, uma vez que os leucócitos são dos seus principais constituintes.

Página 14 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
FICHA FORMATIVA 5 BIOLOGIA 10º
TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOS
Fermentação
Respiração aeróbia
Fermentação
Mecanismo de abertura e fecho de estomas e de regulação de trocas gasosas.
Diversidade de estruturas respiratórias dos animais.

Fermentação
Em todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, a matéria que chega às células vai sofrer uma série de
reações químicas – metabolismo celular, que apenas se efetuam se houver disponibilidade constante energia. A fonte
imediata de energia, essencial para que ocorra metabolismo celular é o ATP. Aliás, todas as atividades vitais próprias
de um ser vivo, requerem energia.

Metabolismo celular: define-se como o conjunto de reações químicas, essenciais à vida, que ocorrem a nível celular
e que envolvem transferência de energia. Pode ser dividido em:
 Anabolismo: conjunto de reações químicas endoenergéticas (implicam consumo de energia) que levam à
formação de novos produtos, ou seja, à síntese de substâncias mais complexas a partir de substâncias
mais simples. Formação de proteínas a partir de aminoácidos.
 Catabolismo: conjunto de reações químicas exoenergéticas (há libertação de energia) que consistem na
degradação de substâncias complexas em moléculas mais simples. Degradação de glicose em CO 2 e
H20, durante a respiração celular.
A energia libertada é armazenada em moléculas de Adenosina trifosfato (ATP), uma vez que não pode haver energia
livre dentro das células. O ATP é o transportador energético das células e deve estar disponível constantemente, para
que as células cresçam, se mantenham vivas e se reproduzam.
Os processos catabólicos podem ocorrer na presença de oxigénio – em aerobiose, ou na ausência de oxigénio –
em anaerobiose. No entanto, através de várias experiências realizadas nomeadamente com leveduras, provou-se que
as reações de catabolismo em aerobiose são mais eficientes/rentáveis que as reações catabólicas que ocorrem em
anaerobiose.
 
Glicólise – etapa comum à fermentação e à respiração aeróbia
Apesar da fermentação e da respiração aeróbia serem duas vias catabólicas diferentes e que conduzem a produtos de
reação diferentes, apresentam uma primeira etapa comum – a Glicólise. Esta etapa compreende uma sequência de
reações químicas, em que uma molécula de glicose (6 carbonos), por ação de energia de ativação fornecida por duas
moléculas de ATP (ATPàADP) fica fosforilada (ganha um grupo fosfato em cada extremidade) e se desdobra em duas
moléculas. Estas possuem, cada uma, 3 carbonos e 2 fósforos inorgânicos, pois é entretanto incorporado mais um
átomo de fósforo a cada uma das moléculas. Ocorre nesta fase a libertação de dois átomos de Hidrogénio que vão
reduzir duas moléculas de NAD+, originado NADH.
Durante a glicólise é libertada energia, devido à separação dos grupos fosfato, com formação de duas moléculas de
ácido pirúvico. Essa energia será absorvida pala reação ADP mais radical fosfato levando à formação de 4 moléculas
de ATP por cada molécula de glicose degradada. Esta fase ocorre no hialoplasma da célula pois é aí que se encontram
as enzimas necessárias para catalisar as diversas reações.
A fermentação é uma via catabólica que ocorre em anaerobiose e na qual se dá a oxidação incompleta de substâncias
orgânicas, como a glicose, com diminuta produção de energia (ATP).
 
Fermentação Alcoólica
Como foi referido, a glicólise corresponde apenas à primeira etapa da fermentação. Para que esta se concretize, há
uma série de reações que têm que prosseguir. Desta forma, as duas moléculas de ácido pirúvico, formadas no final da
glicólise, sofrem uma descarboxilação libertando duas moléculas de CO2 e formando duas moléculas, cada uma com
dois carbonos. Os dois NADH, formados durante a glicólise, cedem dois átomos de Hidrogénio a cada uma destas
novas moléculas, ficando oxidados (NADHàNAD+), formando-se, como produtos finais, etanol e CO 2. Em termos de

Página 15 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
rendimento energético, a fermentação alcoólica origina 2 moléculas de ATP por cada molécula de glicose degradada.
A fermentação alcoólica ocorre, por exemplo, nas leveduras.
 
Fermentação láctica
As duas moléculas de ácido pirúvico, formadas no final da glicólise, recebem, cada uma delas, um átomo de
Hidrogénio proveniente das duas moléculas de NADH também formadas previamente. O NADH fica então oxidado
(NADHàNAD+). O ácido pirúvico, reduzido pelo NADH, dá origem a ácido láctico, que é o produto final desta
fermentação. O rendimento energético da fermentação lática, tal como da fermentação alcoólica, é de duas moléculas
de ATP sintetizadas durante a glicólise. Este tipo de fermentação é realizado, por exemplo, pelos bacilos lácteos.
 
Respiração aeróbica
A respiração aeróbia é um via catabólica que ocorre em aerobiose e na qual se dá a oxidação completa de substâncias
orgânicas, originado compostos mais simples como CO2 e H2O, com elevada produção de energia (ATP).
Neste processo, as mitocôndrias possuem um papel preponderante, pois é no seu interior que ocorrem etapas
fundamentais da respiração aeróbia. Desta forma, as moléculas de ácido pirúvico, formadas no final da glicólise,
penetram no interior da mitocôndria. Na matriz mitocondrial, as moléculas de ácido pirúvico são oxidadas, pela ação
de NAD+ que se reduz a NADH, e descarboxiladas (liberta-se CO 2), formando-se um composto intermédio com dois
átomos de carbono, que vai intervir num ciclo de reações – o ciclo de Krebs. Este consiste num numa sequência de
múltiplas descarboxilações e oxidações que fazem com que a glicose seja totalmente degradada. Os átomos de
Hidrogénio, removidos nas oxidações, vão reduzir moléculas como o NAD+, formando moléculas de alto nível
energético como o NADH. Estas transferem os eletrões captados para as cadeias transportadoras de eletrões, que se
localizam na membrana interna das mitocôndrias. Os eletrões passam por várias proteínas até serem captados pelo
oxigénio (este é o aceitador final de eletrões), ao qual também se liga um par de iões de Hidrogénio da matriz,
formando água. O fluxo de eletrões ao longo da cadeia transportadora de eletrões liberta muita energia, parte da qual é
transferida para a síntese de moléculas de ATP.
O balanço energético da respiração aeróbia varia de acordo com o tipo de células em que esta ocorre, uma vez que há
células, como as hepáticas ou as cardíacas, que necessitam de maior aporte energético comparativamente a outras
células. Desta forma, o balanço final varia entre 36 ATP e 38 ATP, por cada molécula de glicose degradada. A
maioria do ATP é formado ao longo da cadeia de transporte de eletrões, devido às fosforilações oxidativas que aí
ocorrem, sendo apenas uma pequena parte formada na glicólise e no ciclo de Krebs.
 

Trocas em seres multicelulares


Todos os seres vivos aeróbios necessitam de um fluxo constante de oxigénio para o interior das células e de uma
eliminação eficaz, para o exterior, do dióxido de carbono que se forma como produto das reações metabólicas.
 
 Nas plantas
No caso das plantas, as funções metabólicas que estas realizam, e que são indispensáveis à sua sobrevivência, como a
respiração, a fotossíntese e a transpiração estão associadas a trocas gasosas reguladas, principalmente, através dos
estomas das folhas.
 
 Nos animais
Todos os animais apresentam superfícies especializadas nas trocas gasosas entre o meio externo e o meio interno – são
as superfícies respiratórias. No entanto, os sistemas respiratórios variam de acordo com o tipo de animal, podendo as
trocas gasosas realizar-se através de:
 Difusão direta: ocorre quando existe uma troca direta de gases respiratórios entre a superfície
respiratória e as células. Ex. Insetos.
 Difusão indireta: ocorre quando as trocas gasosas são intermediadas por um fluido circulante –
normalmente o sangue, no qual os gases se dissolvem. Ou seja, os gases respiratórios passam da
superfície respiratória para o fluido circulante e deste para as células. Ex. Minhocas e vertebrados.
Na difusão indireta, a dupla troca de gases que se verifica nas superfícies respiratórias designa-se hematose.
 
Página 16 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º
Variedade de superfícies respiratórias
Apesar das características, que as superfícies respiratórias apresentam, variarem de acordo com o tipo de animal, há
particularidades comuns a todas elas, que lhes permitem uma difusão eficiente, nomeadamente:
 São superfícies húmidas, o que facilita a dissolução de oxigénio e de dióxido de carbono, pois para que
ocorra hematose estes necessitam de estar dissolvidos.
 De forma a tornarem-se permeáveis aos gases, as superfícies respiratórias são muito finas, normalmente
constituídas por uma única camada celular.
 No caso da difusão indireta, a superfície respiratória é altamente vascularizada, para uma eficiente troca
gasosa entre a superfície e o fluido circulante.
 A sua morfologia permite-lhes aumentar a área de contacto, sem aumentar consideravelmente o volume,
possuindo dessa forma uma grande superfície de trocas.
 
 O tegumento
 O tegumento corresponde à superfície corporal onde ocorrem as trocas gasosas por difusão
indireta, como é o caso das minhocas. Neste caso a superfície do corpo é fortemente
vascularizada e os gases respiratórios atravessam a pele, penetram no sistema circulatório,
dissolvem-se no fluido circulante que irriga todo o organismo, chegando desse modo a
todas as células do animal.
 As traqueias
 Estas encontram-se nos insetos e consistem numa rede de tubos – traqueias, por onde
circula o ar, que entra pelos orifícios existentes à superfície do corpo – os espiráculos. Esta
rede vai-se ramificando em canais mais finos – traquíolas, ao longo do corpo. As trocas
gasosas realizam-se por difusão direta.
 As brânquias
 As brânquias constituem os órgãos respiratórios dos animais aquáticos (os peixes,
moluscos, equinodermes, crustáceos, entre outros), sendo que a hematose branquial atinge o
seu pico de eficácia nos vertebrados aquáticos. Apresentam uma grande área, ricamente
vascularizada em que as trocas gasosas se realizam por difusão indireta. Localizam-se,
normalmente, em duas câmaras branquiais situadas nas laterais da cabeça.
 Os pulmões
 No caso dos vertebrados terrestres, estes possuem pulmões, onde as trocas gasosas ocorrem
por difusão indireta. Estes órgãos apresentam uma rede mais ou menos complexa de tubos e
sacos que varia com a espécie.
 No caso dos mamíferos, a sua complexa estrutura torna a hematose pulmonar (trocas
gasosas entre os alvéolos pulmonares e o sangue) muito eficiente, uma vez que a estrutura
dos alvéolos permite criar uma grande área da superfície, para além disso possuem uma
finíssima espessura e encontram-se envolvidos numa densa rede de capilares sanguíneos.

Página 17 de 17
CENTRO DE ESTUDOS CRÂNIUS | Biologia 10º

Você também pode gostar