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Escola Secundária Águas Santas Ficha verificação de conhecimentos Nº2

Biodiversidade Biologia e Geologia 10º ano


Grupo I -Invasão de espécies piscícolas predadoras preocupa investigador da UTAD

Atualmente, em Portugal e Espanha assiste-se à chegada de uma nova espécie


exótica de peixe a cada dois anos, estando identificadas 20 espécies de peixes
exóticos no nosso país. Esta situação está a tornar-se deveras preocupante, na
medida em que a invasão de espécies exóticas nos nossos rios, quase todas
elas predadoras dos peixes nativos, está a colocar em perigo a biodiversidade
piscícola. Rui Cortes, docente e investigador da Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro (UTAD), alerta para o facto de alguns estudos realizados
em albufeiras mostrarem que “a biomassa das espécies exóticas no espaço de Figura 1- Pesca de Achigã no Rio Douro
um ano pode aumentar na ordem das centenas de vezes, dando-se a
concomitante redução das espécies nativas”, pelo que é de temer que, “ao fim de poucos anos, estas sejam
completamente marginais nos troços regularizados”. Sobre as espécies de peixes predadoras mais preocupantes, Rui
Cortes refere as que são especialmente apreciadas na pesca desportiva, que muito tem contribuído para a sua
disseminação: “É o caso do lúcio ou do achigã (Figura 1), esta última espécie foi mesmo um caso de introdução pelos
Serviços Florestais e que escapou completamente ao seu controlo, mas outras há, como a perca-sol, altamente
predadoras e muito prolíferas, além de tolerantes à contaminação, e que predam sobre as espécies nativas e até
sobre as próprias exóticas com interesse na pesca desportiva, como é o caso do achigã.” Mas há também o peixe-
gato, que tem sido muito visto no rio Douro e que chega a ultrapassar um metro e meio de tamanho, comendo mais
de dez quilos de outros peixes por dia, Rui Cortes esclarece que “temos nas nossas águas três espécies de peixe-gato,
assim denominadas pelos longos barbilhos mas que são muito diferenciadas morfologicamente: o siluro, o peixe-
gato-negro e o peixe-gato-americano.”
https://noticias.utad.pt/blog/2018/07/16/invasao-especies-piscicolas-preocupa-investigador-utad/
1. Os indivíduos de perca-sol introduzidos nos rios representam uma nova
(A)comunidade e contribuíram para a conservação deste ecossistema.
(B)população e contribuíram para a conservação deste ecossistema.
(C)comunidade e contribuíram para a diminuição da biodiversidade deste ecossistema.
(D)população e contribuíram para a diminuição da biodiversidade deste ecossistema.

2. Os peixes herbívoros ocupam o ____ nível trófico, sendo considerados na classificação de Whittaker como ____.
(A) primeiro … microconsumidores (C) segundo … microconsumidores
(B) primeiro … macroconsumidores (D) segundo … macroconsumidores

3. A relação entre a perca-sol e o achigã é


(A) interespecíficas e vantajosa para ambas.
(B) interespecíficas e desfavorável para uma e benéfica para outra.
(C) intraespecíficas e vantajosa para ambas.
(D) intraespecíficas e desfavorável para uma e benéfica para outra.

4. Nas teias alimentares, presentes no ecossistema do rio Douro, o percurso da matéria é


(A)cíclico, pois os decompositores devolvem a matéria orgânica ao meio.
(B)unidirecional, pois os decompositores devolvem a matéria orgânica ao meio.
(C)cíclico, pois os fungos são capazes de repor, no meio ambiente, parte da matéria mineral.
(D)unidirecional, pois os fungos são capazes de repor, no meio ambiente, parte da matéria mineral.

5. Tendo em conta o modo de nutrição, os peixes são seres


(A) fotoautotróficos. (C) heterotróficos por absorção,
(B) quimioautotróficos. (D) heterotróficos por ingestão.

6. Os peixes são incluídos por Whittaker no reino Animalia por, por exemplo,
(A) serem autotróficos. (C) possuírem células procarióticas.
(B) apresentarem diferenciação corporal. (D) serem decompositores.

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7. Ordene as frases seguintes de acordo com uma ordem decrescente dos níveis de organização biológica
presentes nos rios portugueses.
(A) As diferentes espécies de peixe gato presentes nos rios portugueses.
(B) Os rios portugueses.
(C) O sistema digestivo do peixe-gato-negro.
(D) Todos os peixe-gato-negro presentes no troço de um dos nossos rios.
(E) Uma célula do estômago do peixe-gato-negro.

8. A degradação da qualidade da água do rio Douro está a favorecer o estabelecimento de espécies exóticas que
antes nunca tinham sido encontradas no rio. Explique, com base no documento, a razão de não podermos
necessariamente associar o aparecimento das espécies exóticas a um aumento da biodiversidade no
ecossistema.

GRUPO II |Bico-de-lacre não representa perigo para a biodiversidade portuguesa

O bico-de-lacre (Figura 2), espécie originária da África subsariana, é uma espécie invasora, em Portugal, há quatro
décadas.
Os investigadores pensavam que o bico-de-lacre sendo uma espécie exótica, ao expandir-se e ao tornar-se
invasora, podia pôr em risco a biodiversidade, "introduzindo doenças novas nos ecossistemas, predando espécies
nativas (naturais da região em que vivem) ou competindo com as espécies nativas por recursos naturais, por
exemplo".
A equipa que realizou o estudo debruçou-se sobre se o bico-de-lacre poderia competir com as espécies nativas,
uma vez que essa é uma das principais preocupações em conservação da
natureza. Os resultados permitiram concluir que o nicho ecológico* do bico-
de-lacre parece ser muito diferente do das aves nativas pelo que é pouco
provável que venha a competir com a maioria delas.
Os bandos de bicos-de-lacre encontram-se em zonas agrícolas, como os
arrozais, ou seja, esta ave parece ter-se adaptado a um habitat parcialmente
modificado pelo homem. A sua época reprodutora é muito longa e a sua
alimentação corresponde a sementes de certas gramíneas (como, por
exemplo, arroz, trigo e centeio) que não são fonte de alimento para outras aves.
Figura 2 | O bico-de-lacre-comum (Estrilda astrild)
*Nicho ecológico- É o modo de vida de um organismo em determinada comunidade, que envolve tanto os fatores
físicos (temperatura), como os fatores biológicos (alimentação)

1. Dos organismos que vivem nos arrozais, ____ ocupam o nível trófico mais energético.
(A) as gramíneas (C) as aves nativas
(B) os bicos-de-lacre (D) as bactérias heterotróficas

2. Quando o bico-de-lacre se alimenta de sementes de gramíneas estabelece-se uma relação


(A) intraespecífica, sendo o bico-de-lacre um consumidor primário.
(B) interespecífica, sendo o bico-de-lacre um consumidor secundário.
(C) interespecífica, sendo as gramíneas responsáveis pela produção primária do ecossistema.
(D) intraespecífica, sendo as gramíneas responsáveis pela reposição da matéria mineral no ecossistema.

3. Relativamente às transferências de energia que ocorrem num ecossistema é correto afirmar que
(A) a energia química armazenada nos compostos orgânicos resultantes da fotossíntese é transferida de nível
trófico para nível trófico e permanece constante.
(B) ao longo da cadeia alimentar ocorre ganho de energia como consequência do fluxo energético unidirecional.
(C) a transferência de energia na cadeia alimentar é iniciada através da ação dos decompositores.
(D) a energia luminosa introduzida no ecossistema é transformada, passando de nível trófico para nível trófico
sob a forma de energia química.

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4. A extinção de espécies promove alterações ___ pelo que é necessária a conservação da biodiversidade, por
exemplo através ___.
(A) na regulação do ciclo da matéria (…) da criação de incentivos à caça e pesca de espécies protegidas
(B) no fluxo de energia dos ecossistemas (…) da educação ambiental das populações
(C) na paisagem (…) da introdução de espécies exóticas
(D) na energia externa do planeta (…) da criação de parques e reservas naturais

5. As afirmações que se seguem são relativas à organização biológica.


I. Os tecidos, órgãos e sistemas de órgãos são níveis de organização que não existem nos seres vivos
unicelulares.
II. É nos níveis mais complexos de organização biológica que os seres vivos são mais semelhantes.
III. O órgão é o nível de organização biológica em, que pela primeira vez, se manifestam todas as propriedades
da vida.

(A) II e III são verdadeiras; I é falsa. (C) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) II é verdadeira; I e III são falsas. (D) I é verdadeira; II e III são falsas.

6. Faça corresponder a cada uma das afirmações relativas aos diferentes níveis de organização biológica,
expressas na coluna A, o respetivo conceito, referido na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) As aves bico-de-lacre e escrevedeira-dos-caniços que interagem (1) Órgão
entre si e com o meio. (2) População
(B) É a unidade básica estrutural da vida constituinte das aves. (3) Célula
(C) Aves bico-de-lacre que, por reprodução entre si, originam (4) Espécie
descendência fértil. (5) Ecossistema

7. Existe uma ave, a escrevedeira-dos-caniços, que tem um nicho ecológico semelhante ao do bico-de-lacre, pois
também nidifica perto de água, em zonas húmidas, alimentando-se de sementes de gramíneas durante parte do
ano. Esta ave que nidifica em Portugal está classificada como "vulnerável", pois as suas populações são muito
pequenas, com épocas de reprodução curtas e ocupando áreas geográficas muito reduzidas.
Explique de que modo a presença da ave bico-de-lacre, no mesmo nicho ecológico, contribui para o aumento da
vulnerabilidade da ave escrevedeira-dos-caniço, tendo em conta a relação biótica entre estes seres vivos.

Grupo III| Interações bióticas


As interações bióticas são essenciais no equilíbrio dos ecossistemas. Algumas espécies venenosas possuem
cores vivas que fazem com que se destaquem e que avisam os potenciais predadores da sua perigosidade, evitando
ser predadas. Contudo, algumas espécies não venenosas mimetizam as cores das espécies venenosas, isto é,
apresentam cores vivas muito semelhantes.
Foi levantada a hipótese de a mimetização ser uma adaptação evolutiva que reduz a probabilidade de uma
espécie não venenosa ser predada. Em 2001, os investigadores David e Karin Pfennig testaram esta hipótese
recorrendo à cobra-coral (venenosa) e à cobra-rei (não venenosa). Ambas as espécies possuem um padrão
semelhante de cores vivas.
As duas espécies de cobra partilham o mesmo habitat numa dada região dos EUA, mas a cobra-rei habita outras
regiões em que a cobra-coral está ausente. A cobra-coral raramente é atacada pelos predadores, como, por
exemplo, os ursos-pardos, os coiotes e as raposas, uma vez que a mordedura desta cobra pode ser letal. Era
esperado que só nas regiões em que existiam as cobras venenosas os predadores evitassem atacar as cobras com
cores vivas.
Metodologia
1. A experiência foi realizada em condições de campo, usando centenas de cobras artificiais, feitas com fios e
plasticina.
2. Parte das cobras artificiais foi pintada com cores vivas (grupo experimental) e outra parte foi pintada com cores
castanhas (grupo de controlo).
3. Os investigadores colocaram o mesmo número de cobras artificiais em dois habitats naturais, um com cobras-
coral presentes e outro em que as cobras-coral estavam ausentes.
4. Após quatro semanas, os investigadores recolheram as cobras artificiais.

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Resultados Ata
Foi determinado no laboratório o número de ataques que as qu
cobras artificiais sofreram, contando as mordeduras e as marcas de es
tot
garras deixadas pelos predadores naturais. Os resultados ais
encontram-se expressos no gráfico da figura 3. nas
co
bra
s
Figura 3 arti
fici
ais
(%)

Baseado em Campbell, N.A. & Reece, J. B. Biology, 8a ed.

1. De acordo com a hipótese, era esperado que


(A) as cobras-coral não fossem atacadas.
(B) o mimetismo protegesse as cobras-rei dos predadores apenas nas regiões com cobra-coral ausente.
(C) o mimetismo protegesse as cobras-rei dos predadores apenas nas regiões com cobra-coral presente.
(D) se os predadores evitassem as cobras venenosas, então a predação das cobras-rei seria maior nos habitats
em que estariam presentes as duas espécies.

2. Na experiência analisada, a variável dependente corresponde ____ e a variável independente corresponderá


_____.
(A) às cores da cobra-rei (…) ao número de ataques de predadores
(B) às cores da cobra-coral (…) à presença ou ausência de cobras-coral
(C) à presença ou ausência de cobras-coral (…) às cores da cobra-coral
(D) ao número de ataques de predadores (…) às cores da cobra-rei

3. Considere as seguintes afirmações referentes aos resultados.


I. Os resultados indicam que, nas regiões em que estão presentes as duas cobras, os predadores evitam
atacar as cobras não venenosas com mimetismo.
II. Os resultados não permitiram validar a hipótese inicial.
III. No grupo de controlo, a predação foi mais intensa na ausência de cobras-coral.

(A) I é verdadeira; II e III são falsas. (C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(B) III é verdadeira; I e II são falsas. (D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

4. Os investigadores David e Karin Pfennig repetiram a experiência numa outra região dos EUA, com outras
espécies de cobra-coral e cobra-rei com cores vivas e mimetismo, tendo verificado o mesmo comportamento
dos predadores. Este facto é importante pois
(A) permite concluir que o mimetismo é uma estratégia com vantagens em diversos habitats.
(B) a repetição de uma dada experiência deverá resultar em conclusões semelhantes.
(C) permite verificar que os predadores possuem um comportamento igual nos diferentes habitats.
(D) permite verificar que os fatores bióticos são constantes entre diferentes habitats.

5. As cobras estudadas podem ser classificadas como seres vivos


(A) autotróficos e consumidores. (C) autotróficos e produtores.
(B) heterotróficos e consumidores. (D) heterotróficos e produtores.

6. Mencione a importância de colocar o mesmo número de cobras artificiais nos dois habitats naturais selecionados.

7. Explique em que medida os resultados contrariam a hipótese alternativa de que todos os predadores evitam as
presas com cores vivas.

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