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Amados irmãos
Há muito que nossa denominação vem adotando o rumo da Teologia
Liberal a partir de Seminários e Editoras (principalmente a editora
oficial da CBB). Venho denunciando isso há mais de 20 anos.
Aparentemente é um processo irreversível pois incrédulos, pessoas
que não crêem em Deus, em Jesus Cristo como o Filho de Deus, que
não crêem na morte e ressurreição, que não crêem na salvação pela
expiação dos nossos pecados através do sacrifício de Jesus, que não
crêem na Bíblia como a Palavra de Deus, que não conhecem a
mensagem do evangelho da salvação (não conhecem porque nunca
experimentaram), que entraram pelo caminho da filosofia religiosa
pensando que é o caminho da Teologia (tenho dito que sem
conversão não há Teologia autêntica porque só se pode conhecer
Deus e tudo o que se refere a Ele através da revelação pessoal que
deixou registrada nas Escrituras) foram para nossos Seminários,
utilizaram todo o suporte Teológico da denominação, desfrutaram do
prestígio de suas igrejas batistas e saíram de lá para assumir
posições de liderança na própria denominação para destruí -la como
uma denominação formada pela associação de igrejas formadas por
crentes em Jesus Cristo. São pessoas que estão plantando veneno
em nossas raízes, que estão destruindo nossas folhas mais tenras
que são a nossa juventude (digo os que são crentes em Cristo
mesmo).
A visão que apresentam não é nova e na Europa e Estados Unidos já
tomava conta das igrejas evangélicas desde o século XVIII. Tudo
começou com a influência que filósofos iluministas exerceram sobre
teólogos alemães. O Dr. Bernard Ramm, catedrático de Teologia
Cristã no Seminário Batista Americano do Oeste, em seu estudo "A
Teologia de Schleiermacher a Barth e Bultmanm" publicado por
Stanley Gundry na obra "Teologia Contemporânea", São Paulo,
Editora Mundo Cristão, 1976, diz:
"Segundo a definição mais ampla possível, o liberalismo religioso foi o esforço
no sentido de reformular a fé cristã em harmonia com o iluminismo, e a partir
das perspectivas do iluminismo... A suposição básica a partir da qual a maioria
dos teólogos do liberalismo religioso operavam foi que alguma forma de
idealismo filosófico era melhor base para reconstruir a fé cristã para a
mentalidade do iluminismo. O pioneiro para a reconstrução da teologia
mediante o uso de uma base filosófica articulada era Scheleiermacher.
Trabalhou com diferentes aspectos do idealismo filosófic o alemão ˜  
 
  
       " (pág. 17)
Ora, a Teologia Liberal tem como origem o pensamento, a razão e o
ideal do homem e não o próprio Deus. Por isso, ainda conforme
registra Bernard Ramm, "a localização da fé já não se acha naquilo
que Deus diz (a revelação divina) nem naquilo que Deus faz (a
redenção na história) mas primariamente naquilo que o homem
experimenta." E ainda, "a centralidade de Cristo e a importância de
uma profunda experiência cristã, conforme o s ensinos de
Scheleiermacher, eram conquistas positivas."
A Teologia Liberal avançou sob a liderança de Hegel e, ainda segundo
Bernard Ramm, "a influência de Hegel estendia -se à crítica bíblica e à
teologia." Na realidade seguidores de Hegel, como Wellhaus en e
Baur, procuraram de todas as formas destruir o Antigo e o Novo
Testamentos, procurando reconstruir a história bíblica à partir da
filosofia de Hegel.
Mas tudo isto ainda estava na Alemanha, até que Samuel Taylor
Coleridge estudou na Alemanha e levou o idealismo filosófico com sua
interpretação liberal do cristianismo para a Inglaterra e Estados
Unidos, através do seu livro Aids to Reflection que influenciou
grandemente Horace Bushnell (1802-76), conhecido como "pai da
educação religiosa", que fazia "fo rtes objeções às conversões
estilizadas dos evangelistas dos seus tempos", e que ensinava que
"as crianças devem ser educadas para o cristianismo ao invés de
serem evangelizadas para ele." (pág 22).
Ramm aponta para o fato de a Teologia Liberal ter tomado a forma
do "assim chamado Evangelho Social" nos EUA. Walter
Rauschenbusch é considerado o teólogo mais famoso do Evangelho
Social e, "ao invés de pensar na salvação que traz a reconciliação
entre os indivíduos e Deus, e que leva a efeito a vida eterna no c éu,
os partidários do Evangelho Social tendiam a ˜     

     numa tentativa de aliviar os males
sociais dos tempos." Para seus adeptos, redimir o homem sem
redimir a sua sociedade é uma abstração.
Como não poderia deixar de ser, a Teologia Liberal, ou Evangelho
Social, logo assumiu a teoria da evolução como fato e adpatou a
teoria à Teologia. "Os teólogos liberais empregavam a teoria da
evolução não somente para a explicação dos fenômenos biológicos,
mas também como parte da sua cosmovisão. Entendiam que a
religião, bem como as Sagradas Escrituras, passaram por um
desenvolvimento do simples para o complexo, em analogia direta
com a teoria da evolução biológica. Esta atitude foi refeltida nas suas
teorias da alta crítica e nas suas reconstruções da história bíblica.
(...) A teologia liberal rejeitou as doutrinas históricas de uma queda
em Adão, do pecado original, da depravação total. Dizia -se que a
doutrina do pecado original significava realmente que a própria
sociedade tinha nela mesma corrupção suficiente para que os filhos
nascidos numa sociedade corrupta ficassem sendo pessoas corruptas.
Se pudéssemos chegar a ter uma sociedade perfeita, desapareceriam
o assim chamado pecado original e a depravação total."
No pensamento da Teologia Liberal, a Bíblia ficou sujeita ao
pensamento humano, à razão humana. O que não passasse pelo
crivo da razão humana não poderia fazer parte da Bíblia. Assim o
Pentateuco foi solapado, os profetas desacreditados, os Evangelhos
questionados na sua integridade. De um modo geral os Teólogos
Liberais passaram a descrer da divindade de Cristo, apontando para
um Jesus histórico somente homem. Para eles, Cristo é somente um
grande exemplo de integridade moral que precisa ser copiado por
aqueles que desejam alcançar o mesmo padrão humano. Para eles,
Cristo não é o Filho de Deus unigênito. A ressurreição de Cristo é
olhada com incredulidade e apontada somente como um símbolo.
Quanto à Escatologia, pensam que se o homem alcançar um padrão
de vida moral tão elevada quanto a de Jesus, então quando ele voltar
não haverá necessidade de julgamento final e Ele ficará reinando no
mundo com os homens.
Hoje vivemos muito influenciados por toda essa "Teologia" que
redundou no Evangelho Social e na Teologia Secular. A Teologia
Liberal desembocou na Teologia da Morte de Deus. J.J. Altizer e
William Hamilton, autores do livro "A Morte de Deus" partiram do
princípio de que tudo se renova. Tudo nasce, cresce, declina e morre.
Sendo assim, Deus teria se esvaziado completam ente da sua
eternidade ao "entrar" em Jesus e morreu com ele na cruz,
aniquilando a sua própria totalidade original, renascendo de alguma
forma na própria humanidade e crescendo com ela. Ou seja, a
humanidade se tornou o próprio Deus. Altizer rejeita a existência de
um futuro além deste mundo.
Por que escrevi tudo isso? Para mostrar aos irmãos que estamos no
centro de uma máquina filosófica, que traveste de teológica, que se
destina à destruição do plano de Deus para a salvação do homem.
Esta máquina se alimenta da descrença na Palavra de Deus escrita,
na razão humana, no sentimento de que o homem é capaz de
resolver seus próprios problemas sem nenhum socorro divino. E se
movimenta em direção a uma renovação da sociedade sem a
intervenção espiritual de Deus, sem o plano de salvação realizado em
Cristo Jesus, sem a visão de pecado, sem o reconheciimento do
perigo do juízo final. Movimentando -se em direção à renovação da
sociedade, sem a ação divina, só resta a ação humana, que é tão
utópica quanto a razão humana.
Deixo para os irmãos uma palavra de Deus a Moisés: "Por que clamas
a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem." (Êxodo 14:15)
É ora de marcharmos pregando o evangelho da Salvação.
Abraços
Pr Dinelcir


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