DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
ITÁPOLIS
2012
JAQUELINE BRÓCCO PAIÃO
DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE
APRENDIZAGEM
ITÁPOLIS
2012
Dedico este trabalho a todos os meus
familiares, pelo apoio constante e paciência,
que foram de suma importância para que
pudesse ter êxito na elaboração.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus Todo Poderoso que nos deu muita determinação, sabedoria e saúde para
chegar até aqui.
A todos os nossos familiares, pela paciência no dia-a-dia, nos apoiando para que pudéssemos
desenvolver este Trabalho.
“Estratégia é a arte ou ciência de saber
identificar e empregar meios disponíveis para
atingir determinados fins, apesar de a eles se
oporem obstáculos e/ou antagonismos
conhecidos”.
Sun Tzu
RESUMO
É preciso que o aluno compreenda a relação existente entre o que esta aprendendo e a
sua vida, desta forma, a aprendizagem causa verdadeiramente uma efetiva alteração de
comportamento e maior expansão do seu potencial. O aluno deve ser levado a conseguir
reconhecer as situações em que poderá utilizar os novos conhecimentos e habilidades que
estão em aprendizado. Atualmente, a família é quem propicia as primeiras experiências
educacionais de uma criança, orientando-a e dirigindo-a. Tais experiências acontecem em um
nível consciente, mas, inúmeras vezes isso pode acontecer sem nem ao menos terem
consciência de estão influenciando o comportamento de seus filhos. O papel do professor é de
fundamental importância, assim como dos pais nos processos fundamentais do
desenvolvimento humano como educadores que são. O trabalho aqui desenvolvido tem por
objetivo mostras as principais dificuldades e distúrbios da aprendizagem no que diz respeito
ao cotidiano escolar.
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................8
1 CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM.......................................................10
2 MÉTODO DE ENSINO.........................................................................................................14
3 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM.................................................................................17
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................21
REFERÊNCIAS........................................................................................................................23
INTRODUÇÃO
Piaget afirma que a aquisição destas noções passa por três estágios progressivos. No
primeiro estágio, entre cinco e oito anos de idade, a criança consegue distinguir
direito e esquerdo nela. O segundo estágio, entre oito e onze anos de idade, estas
noções passam a ser percebidas do ponto de vista do outro, a criança consegue
distinguir qual o lado esquerdo e direito em pessoas situadas na frente dela. O
terceiro estágio, que compreende o período entre os onze e doze anos, a criança
diferencia o lado esquerdo e direito nos objetos.
A capacidade que um observador tem para perceber a posição de dois ou mais objetos
em relação a si mesmo e em relação de uns com oi outros é o que caracterizam as relações
espaciais. O conceito de posição espacial é preciso ser adquirido pela criança para que ela
possa adquirir o conceito de relação espacial.
No caso da criança que não adquiriu as noções de posição e orientação espacial ao
iniciarem o processo de alfabetização passa a confundir letras que se diferem quanto à
orientação espacial e possuem algumas dificuldades em respeitar a ordem de sucessão das
letras nas palavras e das palavras nas frases.
Já a orientação espacial está diretamente ligada às atividades visuais, a orientação
temporal tem relação com a audição.
Para Condemarín e Blomquist (1970):
2 MÉTODO DE ENSINO
Para se determinar qual seria o melhor método para o ensino da leitura e da escrita
vários foram os estudos realizados; Gray (1957) apud Morais (2006, 71), relatou que não é
possível se concluir qual seja o melhor método de ensino empregado nos dias atuais, mas, que
cada método desenvolve determinadas capacidades no aluno.
As crianças não alfabetizadas por um método global apresentam maiores resultados e
mais facilidade para identificar palavras, no entanto, essas crianças apresentam uma leitura
mais lenta e silabada sem muita preocupação a respeito do que estão decifrando.
O método integral quando apresentado na alfabetização proporciona às crianças mais
discernimento para entender a significação das palavras em interpretação de textos, porém,
essas crianças apresentam dificuldade em encontrar palavras, em especial as que não
conhecem. Tal dificuldade de compreensão e de decifração das palavras resulta na troca de
palavras do texto por outras imaginárias.
Os métodos analíticos-sintéticos têm sido os que vêm ganhando nas pesquisas, no que
diz respeito a resultados positivos, onde se desenvolve a identificação das palavras e a
compreensão do que se aprende.
São muitos os pesquisadores que defendem os métodos de orientação analítico-
sintéticos no que diz respeito à alfabetização, não só para decifração de palavras como para o
entendimento.
Os métodos analíticos vêm sofrendo diversas críticas no que diz respeito à
alfabetização, em especial quando utilizados com crianças que possuem dificuldades de
aprendizagem.
De acordo com Lampreia (1978) apud Morais (2006, p. 73), no que tange aos
distúrbios de aprendizagem e sua prevenção, é fato que o método global é capaz de causar
grandes confusões em crianças que são iniciadas no processo de leitura pelo tal método,
principalemente em que crianças que ainda não adquiriram os conceitos (alto-baixo; esquerda-
direita), os quais permitem fazer as distinções entre as diferentes palavras que lhes são
apresentadas. Pode haver por parte destas crianças uma confusão de palavras cuja
configuração geral se assemelha como no caso de “morte” e “norte”, ou “taça” e “faça”, ou
“ração” e “nação”.
A criança que é alfabetizada pelo método global, segundo Dehant e Gille (1974) apud
Morais (2006, p. 73) não obtém as automatizações que lhe possibilitam decodificar qualquer
tipo de palavra ou frase; ela somente poder “ler”, o que lhe foi apresentado na escola e este
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impedimento acaba rapidamente com o estímulo que este método causou no começo da
alfabetização.
No que se refere a este acontecimento, de que os métodos globais se relacionam com o
princípio psicológico de “Gestalt”, isso que dizer que a criança observa os objetos e as
palavras de forma global, referidos autores chegam a conclusão que a percepção global das
crianças, que estão na fase de 5 a 6 anos de idade é colocada em questão.
É fato que em alguns momentos a criança presta atenção na estrutura total de um
conjunto e, em outros nas partes que se compõem esse conjunto. Esta é uma fase em que a
criança necessita ser apresentada a uma atividade que a leve a examinar as palavras, para que
não aconteçam substituições entre palavras que se parecem na forma global.
O uso de métodos do tipo global não é aconselhado por Carraher e Rego (1981) apud
Morais (2006, p. 74), isso no que diz respeito à crianças que ainda não tenham superado
primeira fase do realismo nominal lógico.
As referidas autoras acreditam que os métodos de orientação global se apóiam bem
mais na memorização do que na compreensão da relação entre palavra falada e palavra
escrita, onde cada som é representado por uma determinada grafia.
No que tange a modificação de comportamentos utilizando-se os métodos globais, em
especial com crianças portadoras de distúrbios de aprendizagem, Dehant e Gille (1974) são
decisivos, eles confirmam que não devem ser utilizados nem com crianças regulares e, nem
tampouco com crianças disléxicas. A criança não estabelecerá relações entre os sons e as
grafias correspondentes apenas com a visão inserida das palavras.
O método fonético é o mais indicado para se trabalhar com crianças com dificuldades
em distinguir visualmente, crianças que misturam detalhes ou configurações abrangentes de
palavras e têm dificuldades de orientação espacial.
Assim, um método global é desaconselhado para este tipo de criança, pois ela mistura
palavras que possuem configurações gerais iguais e particularidades diferentes ou vice-versa.
Desta forma então, é preciso se propor uma mudança metodológica para enfatizar o
processo de aprendizagem.
De acordo com Morais (2006, p. 75), este período de desenvolvimento ideal para
iniciar a alfabetização depende de determinados fatores como:
Se para ocorrer à maturação para aprender é preciso desses fatores, não é possível se
presumir que todas as crianças cresçam ao chegarem a determinada idade cronológica. Desta
maneira, não é possível que utilize unicamente o critério cronológico para que uma criança se
incluída em uma técnica de ensino; portanto a variável idade, no caso de problemas de
aprendizagem graves, não são parâmetros para o sucesso do aluno em contato com as metas
observadas pelos programas das escolas.
O critério de idade cronológica, segundo Poppovic (1971) apud Morais (2006, p. 74),
não deve ser aceitável por si só, é preciso que se adote o critério “idade mental” ao se falar em
idade de inicio de alfabetização. A “idade mental” reune a potencialidade de cada criança; a
motivação para aprender; o grau de estimulação das habilidades básicas que são necessárias à
alfabetização; as experiências adquiridas pela criança na interação com seu meio ambiente.
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3 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
De acordo com Quirós e Della Cella (1965) apud Morais (2006, p. 92-93), quando há
distúrbios neurológicos na criança disléxica, estes se referem à Disfunção Cerebral Mínima
(DMC), a qual se caracteriza por:
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frases dificultando, assim, o processo de ler e escrever é designado como distúrbio de Escrota
e Soletração.
Os Distúrbios topográficos se caracterizam pela dificuldade da criança ler, se situar em
mapas, globos e gráficos, calcular distância etc.
Distúrbios no padrão motor: estas dificuldades motoras são correr, saltar e manter o
equilíbrio num pé só.
Johnson e Myklebust (1983, p. 41), diferenciam dois tipos de dislexia:
É indispensável uma boa visão para que haja uma excelente discriminação visual, mas
uma boa discriminação visual depende também de outros fatores, a dificuldade quanto a isto é
chamada de dificuldade de discriminação visual. São quatro os conceitos essenciais para que
seja possível se discriminar as letras, palavras e números, quando o assunto é a leitura e
escrita; os conceitos de “em cima e embaixo, esquerda e direita”.
De acordo com Gonzales e Mira (1982) apud Morais (2006, p. 111), os “miscues”
podem definir-se como equivocações, respostas inesperadas, variações que não
correspondem, de forma exata, as informações gráficas, semelhantes ou sintáticas da
linguagem escrita; isto caracteriza a Análise dos “miscues”.
A Leitura silenciosa é uma atividade pedagógica em que o sujeito, tendo a sua frente
um texto deve lê-lo, usando apenas os olhos, sem movimentar os lábios, apontar com o dedo.
É esperado que tal leitura seja uma atividade muito mais rápida do que a leitura oral, pois não
engloba a articulação das palavras.
Pode ser divida em três níveis a compreensão da leitura, a compreensão literal, que
envolve a compreensão das ideias propostas no texto; a compreensão inferencial, que
pressupõe a analise das idéias que não possuem no texto, baseia-se na experiência do leitor; e,
por fim, a compreensão critica que é o posicionamento do leitor frente ao que esta sendo lido,
dificuldades, quanto a isso, é chamada de compreensão da leitura.
Muitas são as técnicas utilizadas para poder medir a compreensão do aluno, sua
capacidade de interpretar textos dentro de seus conhecimentos o que lê, exemplo é o teste de
“cloze”, técnica em que é apresentado ao aluno um texto para ser lido, em seguida apresenta-
se o mesmo texto, mas com lacunas para preencher palavras supridas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se essa melhoria com o passar do tempo, à medida que o programa escolar vai se
tornando mais complexo não acontece, a criança passa a se sentir incapaz de superar suas
dificuldades, se sente incompetente e desastrada, assim ela passa a ser depreciada pelo meio e
pode vir a se recusar a frequentar o meio escolar.
Desta forma, nos dias de hoje é aconselhável que no primeiro sinal que a criança
apresentar de dificuldades, seja ela qual for, se realize um diagnóstico psicopedagógico para
se poder detectar a provável causa do déficit de aprendizagem, neste diagnóstico devem ser
avaliadas as habilidades cognitivas da criança, assim como, as habilidades motoras,
linguísticas e perceptivas que envolvem a leitura e a escrita.
O professor tem um papel de destaque não só no processo de diagnóstico como
também no processo reeducativo; é ele quem avalia a criança no início de sua aprendizagem e
reconhece suas limitações e deficiências, durante o processo ensino/aprendizagem, algumas
dificuldades como, por exemplo, ler, escrever, ortografia, lentidão para realizar as atividades
escolares.
A limitação do aluno deve ser respeitada pelo professor, este nunca deve realizar
comentários depreciativos a respeito das dificuldades apresentadas pelo aluno; este aluno não
deve jamais ser colocado em competição com outras crianças ou em situações que gerem
conflitos e ansiedade.
Geralmente a criança que possui algum tipo de dificuldade de aprendizagem possui
uma autoestima negativa, com o objetivo de ajudá-la pais e professores devem valorizar a área
de maior interesse desta criança, algo que ela realmente goste e se destaque, como pro
exemplo, música, pintura, etc.
Trabalhar com base nas habilidades que a criança possui desfocando de suas
dificuldades dá ao aluno o estímulo, a certeza de superação de seus obstáculos, pois se sentem
apoiados por quem confiam.
A diferença entre o sucesso e o fracasso escolar está no reconhecimento e na
identificação das dificuldades em aprender ler e escrever. Esta abordagem deve ser iniciada
pela definição da leitura e da escrita, seguida de análise das possíveis causas das dificuldades
de aprendizagem, como ausência de estimulação das habilidades básicas à alfabetização,
fatores de maturação, métodos de ensino, fatores emocionais, distúrbios específicos da leitura
e da escrita e dislexia, todos considerados como sendo casos clínicos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
FROSTIG, M.; HORNE, D.; MILLER, A. M. Figuras e formas: guia para o professor. São
Paulo: Panamericana, 1980.