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Comunicação

Engelmann LMC, Rosas SC. O desenvolvimento do campo sonoro. Temas sobre Desenvolvimento 2010, 17(99):146-52.

O desenvolvimento do campo sonoro


(1) Musicoterapeuta, Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São
lilian monaro c. engelmann1 Paulo, SP.
silvia cristina rosas2 (2) Psicóloga, Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie,
SP.

CORRESPONDÊNCIA
Lilian Monaro Coelho Engelmann
Rua Angelo Aparecido Radim 12 / 21 – 09570-420 – São Caetano do Sul – SP.
lilianengelmannmt@gmail.com.

RESUMO
O DESENVOLVIMENTO DO CAMPO SONORO: Apresenta-se o conceito de campo sonoro, agregando-o aos campos motor, afetivo e
cognitivo descritos na teoria do desenvolvimento de Henry Wallon, e o seu caminho, ora em destaque ora secundariamente, pelos estágios
propostos por Wallon, aos quais se acrescenta o Estágio Sensorial (fetal). A partir de um conjunto interligado de elementos do som (vibra-
ção, presença-ausência, timbre, intensidade, ressonância, difração, espaço-volume), são discutidos conceitos como imagem e gestos so-
noros para demonstrar a participação do campo sonoro no desenvolvimento infantil. As autoras ressaltam a importância deste conhecimen-
to por parte de profissionais da Saúde e da Educação, tanto para servir de instrumento auxiliar em avaliações quanto para abrir possibili-
dades de criação de estratégias de estimulação.
Descritores: Campo sonoro, Desenvolvimento sonoro, Sonoridade humana.

ASTRACT
SONORITY DEVELOPMENT: The concept of sonority aggregated to motor, affective and cognitive fields described in Henry Wal-
lon's theory of development is presented, showing how it moves, sometimes in limelight and sometimes secondarily, through in the stages
proposed by Wallon, added to them the Sensitive Stage (fetal). From an interconnected group of sound elements (vibration, sonority, pres-
ence-absence, timbre, intensity, diffraction and volume), concepts like sound images and gestures to demonstrate the participation of the
sonority field in the infant development are discussed. The authors highlight the importance of this knowledge for Healthy and Education
professionals, both to be used as an auxiliary tool in evaluations and for opening possibilities of creating stimulation strategies.
Keywords: Sonority, Sonority development, Human sonority.

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A concepção de desenvolvimento da teoria de Henry (diferentes tipos de choros, balbucios, melismas, entonações
Wallon é o da integração das dimensões motora, afetiva e correlacionadas com expressões motoras), transforma-se em
cognitiva que, em movimento constante, interagem promo- gesto-sonoro (resultante do efeito do ato motor), e também
vendo novas configurações. E, “a cada configuração resul- chega às funções do pensamento. Às vezes, é possível per-
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tante, temos uma totalidade que se expressa na pessoa” . ceber a predominância da receptividade ou da expressivida-
Os campos afetivo, cognitivo e motor são descritos sem de; por exemplo, no período gestacional, é a receptividade
privilegiar um em detrimento dos outros, enfocando nas dife- que sustenta a dimensão sonora; mas, outras vezes, expres-
rentes etapas as relações entre eles. Porém, há, em cada sividade e receptividade se fundem, como, por exemplo, nos
etapa, o predomínio de um campo sobre os outros, tendência efeitos sonoros do ato motor da criança pequena, em que o
que Wallon denomina de predominância funcional, orientada gesto sustenta a imagem-sonora e vice-versa. Essa dinâmica
pelo princípio de alternância funcional, ou seja, as etapas se dá com os fenômenos acústicos, dos quais enfocaremos
intercalam a predominância dos campos em função dos alguns mais relevantes para a ideia de campo sonoro.
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recursos de que a criança dispõe para interagir com o meio . Os sons surgem por vibração de um corpo elástico, que
Esses campos se manifestam nas atividades da criança e gera uma variação de pressão correspondente no meio à sua
se reformulam no decorrer do desenvolvimento, o que produz volta. Qualquer “corpo elástico capaz de vibrar rapidamente
atividades motoras, afetivas e cognitivas bem diferenciadas pode produzir som, recebendo a denominação de fonte sono-
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de uma etapa à outra. Tomando como exemplo os estágios ra” . As vibrações sonoras não arrastam partículas, mas as
em que o campo afetivo predomina, a afetividade no bebê se fazem vibrar em torno de si; assim, já no período gestacional,
alimenta do olhar, do contato físico com o outro, e se expres- o embrião recebe e gera vibração sonora.
sa em posturas corporais; já aos 3 anos, a afetividade é Os movimentos das vibrações sonoras produzem gestua-
simbólica, se expressa em palavras, e também é nutrida por lidades; o som tem sempre gesto. Como as ondas sonoras
palavras; e, na adolescência, a afetividade é mais racional, se deslocam por multidirecionalidade, o som produz gestos
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“os jovens teorizam sobre suas relações afetivas” . no espaço que fazem com que a escuta se desloque “em
Propomos incluir a esta dinâmica outro campo, a que de- todas as direções ao mesmo tempo: de fora para dentro, de
nominamos campo sonoro, que, da mesma forma que os dentro para fora, de cima para baixo, de baixo para cima, da
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outros, interage influenciando-os e sendo influenciado por direita para a esquerda, e assim por diante” . Desta forma,
eles. Portanto, como em cada configuração a criança cria quando ouvimos a brecada de um carro, sem vermos o even-
novas possibilidades e recursos motores, afetivos e cogniti- to, a audição rapidamente localiza sua direção e interpreta
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vos , cria também novas possibilidades e recursos sonoros sonoramente a ação de um corpo desacelerando bruscamen-
que se revelam em atividades que convivem com as adquiri- te por atrito, porque a todo signo sonoro corresponde uma
das anteriormente e auxiliam na mudança para o estágio gestualidade.
seguinte. Gesto sonoro é um conceito complexo, bastante estuda-
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Para Wallon, o homem é um ser geneticamente social , ou do nas áreas de música contemporânea e de música eletroa-
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seja, não é apenas a constituição biológica da criança ao nas- cústica . Porém, neste estudo, somente será evidenciado
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cer que determina seu futuro ; é a interação dos fatores bioló- que a gestualidade-sonora interfere diretamente nos estágios
gicos e sócio-culturais que define as possibilidades e os limites do desenvolvimento e que a atribuição de gestualidade às
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em cada fase do desenvolvimento . O campo sonoro também sonoridades deriva das sensações e percepções de gestos
é marcado pela cultura, aspectos sociais e orgânicos da pes- corporais: viscerais e sistêmicos, de atrito, percussivo, de
soa, ou seja, o ser humano é geneticamente sonoro. balanço, dedilhado, sopro, estalo, vivenciados nos primeiros
Cabe aqui esclarecer que, neste estudo, abordamos o estágios (sensorial fetal, impulsivo emocional e sensório-
desenvolvimento do campo sonoro em crianças sem qual- motor projetivo).
quer tipo de patologia ou deficiência que altere as condições Esta gestualidade corporal sonora será descrita na fase
físicas e/ou mentais. em que Wallon demonstra que o ato mental se projeta nas
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O campo sonoro na dimensão humana se configura por ações motoras , ou, como coloca Costa, em que o gesto
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dois processos: receptividade e expressividade. A recepti- precede ao pensamento .
vidade surge com as sensações das primeiras vibrações As vibrações sonoras são presença constante no mundo,
sonoras na vida intrauterina, depois se transforma em ima- fenômeno que desencadeia no homem, por função da lin-
gem-sonora, resultante do ato motor na criança pequena, e guagem, o mecanismo de seleção auditiva, que já está pre-
chega à percepção sonora mediada pelas funções do pen- sente no feto ao selecionar os sons da voz materna no ruido-
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samento e da linguagem. Nessa dinâmica, a receptividade se so ambiente intrauterino .
dá por ambiência, isto é, escuta das sonoridades do ambien- Por outro lado, a ausência de som, na abrangência do
te sócio-cultural, e, principalmente, pela afetividade na escuta que é nomeado de silêncio, pode se tornar um potente dispa-
das sonoridades de vínculos afetivos. Já a expressividade rador de sons. Por exemplo, o silêncio do bebê pode impulsi-
sonora emerge com o recém-nascido na relação corpo-som onar a mãe a falar com ele. Esse jogo de forças presença-

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ausência exerce muita influência tanto no campo afetivo contrações autônomas e, no período fetal, os primeiros mo-
como no cognitivo. vimentos ativos.
O timbre é a característica única de cada som e é consti-
tuído por uma rede complexa de elementos, que incluem: a) ESTÁGIO SENSORIAL FETAL
volume (intensidade percebida); b) envelope de amplitude
(evolução da intensidade global); c) flutuações de alturas e O avanço tecnológico permitiu a evolução da embriologia,
intensidades; e d) estruturas dos formantes (características). no que se refere a pesquisas sobre as reações do feto medi-
Esses elementos assumem maior importância na percepção ante determinados estímulos, o que modificou a ideia de
de sons vocais e na distribuição/variação temporal das for- passividade e dependência do feto, segundo a qual ele "vive
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mas da onda sonora . O timbre, então, materializa a vibra- em estado nirvânico, como um vegetal", e do "útero como
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ção sonora possibilitando à audição intensa gama de experi- lugar silencioso, sereno e totalmente isolado" .
ências sensoriais, perceptivas e afetivas. Dessa forma, ocu- Duas semanas após a fecundação, já estão consolidadas
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pa posição privilegiada na espécie humana , ao atribuir estruturas responsáveis pelo desenvolvimento de tecidos que
características específicas ao campo sonoro. darão origem, entre outros, às porções externas e internas
Intensidade é “o fluxo de energia por unidade de área. da orelha, ossículos da orelha média e lâmina interna do
Refere-se ao produto da pressão pela velocidade das partí- tímpano. Por volta do 23º dia se forma a vesícula auditiva, ou
culas em um meio fluido, o que é equivalente à potência otocisto, o primórdio do labirinto membranoso, que se com-
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recebida por unidade de área” . Como fenômeno psicológi- pleta entre a sétima e oitava semana .
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co , no campo sonoro se manifesta por receptividade ou O sistema auditivo tem duas funções: o equilíbrio (vestí-
expressividade através da descarga de energia, ora motora, bulo) e a audição (cóclea), portanto, é um sistema vestíbulo-
ora afetiva ou cognitiva, de acordo com as variações de fluxo coclear.
de energia do momento e das características de cada fase Na passagem do embrião para feto (quarto mês), o sis-
do desenvolvimento. tema vestíbulo-coclear o equipa da movimentação corporal
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Por difração se entende a curvatura que uma onda faz denominada por Tomatis de movimento sensitivo-motor.
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ao passar por um obstáculo , isto é, os sons transpõem Para o autor, "o estágio embrionário é caracterizado por uma
obstáculos produzindo novas séries de ondas. Nesse senti- integração maciça, essencial, gestual, não verbal"; o embrião
do, a recepção das ondas sonoras podem antecipar a visua- é vestibular.
lidade; por exemplo, é possível ouvir e interpretar o choro de A evolução do feto humano o direciona para a maturação
uma criança sem vê-la. de recursos para a fala, e tal dinâmica faz com que a espaci-
Dois ou muitos sons podem ocupar o mesmo espaço por alidade corporal (vestibular) seja agregada à espacialidade
mistura e dispersão. Esse fenômeno gera o volume que sonora, ou seja, o embrião passa pelo mecanismo do equilí-
pode aumentar ou diminuir o espaço (por exemplo, volume brio corporal e chega ao coclear que, além de produzir a
alto gera a sensação de espaço cheio ou aumentado). sensação da espacialidade sonora, também processa os
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Sintetizando, campo sonoro é o conjunto de relações detalhes das ondas sonoras. Nesse sentido, para Tomatis , o
sonoras complexas que ocorrem no tempo-espaço por meio feto é coclear, pois tem a capacidade de vivenciar relações
de expressividade e receptividade sonoras humanas, contex- sonoras que o preparam para a experiência sonoro-verbal, a
tualizado em cada estágio do desenvolvimento nas dimen- voz da mãe.
sões motora, cognitiva e afetiva, e que se transforma com e Ao mesmo tempo em que o vestíbulo-coclear está equi-
nas movimentações das sonoridades (espacialidade e gestu- pando o feto de equilíbrio e audição, o sentido do tato está
alidade-sonora, presença-ausência de som, timbre, intensi- sendo formado, dando à pele a capacidade da tatilidade,
dade, difração e volume). uma vez que o desenvolvimento dos órgãos sensoriais dos
mamíferos se dá na seguinte ordem: a partir da 7ª semana
O campo sonoro nos estágios do desenvolvimento gestacional aparecem o olfato e o paladar, seguidos do sis-
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tema vestibular, da audição, do tato e, por fim, da visão .
Para iniciar o estudo do desenvolvimento do campo sonoro, Entre a 18ª e a 20ª semana, o feto já possui sensações
é necessário abordar um momento da vida que não foi enfa- táteis, o que implica na relação sensorial das vibrações sono-
tizado por Wallon: a vida intra-uterina. Incluímos, então, esse ras com o ambiente uterino por tatilidade. Pode-se dizer,
estágio, que é anterior aos propostos pelo teórico, aqui de- então, que possui sensações de vibração tátil.
nominado Estágio Sensorial Fetal que, como já indica o no- Desta maneira, as bases do campo sonoro estão prontas
me, possui o predomínio da sensorialidade. Ressalte-se que logo após a fase embrionária: a sensação tátil, a lateralidade
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Hamdan também incluiu um estágio anterior aos propostos (entre a 20ª e a 27ª semana, o sistema vestibular está em
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por Wallon, ao qual denominou estágio da motilidade pré- pleno funcionamento) e a audição que se prepara para
natal. O autor enfoca que no período embrionário ocorrem as escutar a voz humana.

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Algumas condições do ambiente uterino (ambiente líqui- mãe . Esse estudo, além de mostrar a importância da co-
do, ausência de gravidade e a contenção proporcionada pelo municação da gestante com o feto, mostra também que a
útero) facilitam as movimentações corporais do feto, favore- inter-relação entre o campo sonoro e o campo afetivo é muito
cendo que experiencie a sensação provocada por estímulos precoce.
sensoriais: auditivos (atenuados em até 40 decibéis (dB); A investigação do reconhecimento da voz materna pelos
visuais (menos recebidos pelo feto); e químico-sensoriais fetos concluiu que no terceiro trimestre os fetos se tornam
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(variações no sabor do líquido amniótico, influenciadas pela familiarizados com o recorrente som da fala materna . As-
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dieta e estado da gestante) . sim, o bebê nasce familiarizado com a voz de sua mãe, o
Considerando, então, o feto como ouvinte (feto coclear), que, aliado aos cuidados que ela lhe dedica, favorece o rápi-
estudos se direcionam à identificação de quando, o quê e do fortalecimento da ligação afetiva entre ambos. A voz da
como ouve. mãe é uma manifestação no campo sonoro por receptividade
A partir da 20ª semana de gestação, o feto começa a re- afetiva.
agir aos estímulos sonoros, com mudança da frequência de A familiarização do bebê com a voz da mãe desde os úl-
batimentos cardíacos e, frequentemente, com movimentos timos meses de vida intrauterina possibilita uma experiencia-
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corporais . Ao estudar o ambiente sonoro do feto e seus ção com a língua de sua cultura, com suas diferentes ento-
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próprios sons corporais, Tomatis coloca que a sensação da nações . A constatação de que discrimina a voz materna
própria existência do embrião-vestibular tem início na simul- demonstra que os fetos possuem memória. Desta forma,
taneidade do desenvolvimento dos três sistemas: vestibular, integra-se também ao campo sonoro, ainda na vida intraute-
auditivo e tátil; "sensação vibratória orgânica". Na fase feto- rina, um precursor do campo cognitivo.
cóclea, a sensação acústica passa a se efetivar por vibração Estudo sobre a capacidade de fetos para reconhecer a
corpórea tátil. A esse fenômeno, o autor denominou 'barulho voz de suas mães mostra que houve aumento da frequência
de vida', caracterizado pela vibração do corpo do feto no seu cardíaca fetal em resposta ao estímulo da voz da própria
meio líquido. Embora essas sejam vibrações inaudíveis, mãe, e diminuição dessa frequência em resposta à voz es-
animam vitalmente todo o conjunto em transformação, ge- tranha, evidenciando que o processamento da voz se dá por
rando uma escuta primária vibracional tátil do barulho de modelo epigenético, presumindo interação entre expressão
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vida . genética do desenvolvimento neural e a experiência específi-
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Bruscia coloca que o feto vivencia os sons como vibra- ca da espécie .
ções, sendo o próprio batimento cardíaco a fonte mais inten- Portanto, no estágio fetal, o campo sonoro predomina
sa de vibrações, seguida da vibração do líquido amniótico proporcionando ao feto experiências sensoriais que, após o
que passa no cordão umbilical; e, ainda, que os outros sons, nascimento, ganharão significado com a predominância dos
externos ao feto, são sentidos ao redor do corpo através de campos afetivo e cognitivo. Essas experiências iniciais por
vibrações generalizadas do líquido amniótico e incluem os receptividade constituem a base sobre a qual se construirão
sons da voz e órgãos internos da mãe, dos seus movimentos outras experiências que comporão outros campos.
e do seu ambiente.
Foi constatado que transdutores vibroacústicos podem ESTÁGIO IMPULSIVO EMOCIONAL (0 A 1 ANO)
provocar ativação generalizada e aceleração da frequência
cardíaca ou acalmar (diminuir a frequência cardíaca e da Wallon desmembra este estágio em: Fase da Impulsivi-
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circulação) o feto a termo . Aqui é possível observar a ativi- dade Motora (0 a 3 meses) e Fase Emocional (3 a 12 me-
dade do campo sonoro por meio de tatilidade e por receptivi- ses).
dade de ambiência.
Imbuído inicialmente nas próprias vibrações internas, o Fase da impulsividade motora (0 a 3 meses)
ouvido do embrião vai se direcionando para os sons exter- É um período marcado pelo predomínio de atividades que
nos. Na passagem de embrião para feto, a cóclea permite visam à exploração do próprio corpo e de sensibilidades
outra possibilidade de sensação sonora, a de ressoar com os internas e externas; são atividades globais, ainda não estru-
sons intrauterinos, nos quais o feto encontra a voz materna. turadas, com movimentos bruscos, desordenados de enrije-
Nesse processo surge o jogo presença-ausência, em que o cimento e relaxamento da tensão muscular. Essa movimen-
barulho de vida uterina e a voz da mãe passam a se interca- tação corporal facilita a aproximação do adulto para satisfa-
lar; mas, dessa voz, não é ainda absorvida a linguagem, e zer as necessidades do bebê, e logo passa a ser compreen-
sim o timbre, com a singularidade e a afetividade das ento- dida como expressão de seus estados de bem-estar e mal-
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nações vocais. estar .
Estudo realizado com recém-nascidos nos primeiros dias Aliada à movimentação corporal, o bebê possui expressi-
de vida constatou que bebês preferem a voz de suas mães à vidade vocal diferenciada para choros de dor e de fome,
de outras mulheres, e enfatizou que o período logo após o como para outras sensações desagradáveis, pois varia pa-
nascimento pode ser importante para iniciar o vínculo com a drões de duração, envoltória energética, intensidade e ampli-

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tude . Essas variações, produzidas pela condição biológica das interações sociais; é um processo de crescente individu-
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do bebê (aparelho fonador e sistema nervoso), são sinais ação .
fundamentais para que se desenvolva a relação afetiva, uma A partir dos três meses, a tatilidade se desloca para a a-
vez que o adulto, ao interpretá-las, atende suas necessida- tenção direcionada aos membros, à interação com objetos e
des. ao próprio corpo (pegar os pés, segurar a mão etc.). O bebê
Nesta fase, a atividade intelectual do bebê ainda não está estabelece relações entre seus movimentos e suas sensa-
em questão para resolução de problemas, não há ainda a ções, experimentando a diferença das sensações originadas
intenção de chamar alguém com os gritos; o bebê está ape- de algo que pertence ao mundo exterior daquelas que per-
3
nas tentando se livrar da sensação desagradável, mas as tencem ao seu próprio corpo , o que o ajuda a reconhecer os
sonoridades por ele produzidas desencadeiam no outro a limites corporais.
imediaticidade para ajudá-lo, garantindo assim a sua sobre- O principal tipo de relação que o bebê mantém com o
vivência. ambiente é de ordem afetiva, ou seja, todos os estímulos
Nas primeiras semanas, a expressividade sonora fica despertam respostas afetivas – alegria, surpresa, medo;
mais ativa do que a receptividade, uma vez que a consciên- mas, ainda não há reações exploratórias da atividade cogni-
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cia ainda está em estado inicial e caracterizada por ser sin- tiva .
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crética (confusa) ; é um estado de simbiose afetiva com o Para o bebê, os movimentos e vozes humanas passam a
meio externo, em que o bebê se mistura à sensibilidade- provocar mais interesse do que os objetos e fenômenos do
ambiente e, a todo instante, repercute em suas ações, as de mundo físico, os quais adquirem maior interesse quando
seu meio. As sonoridades ainda são sensações difusas; apresentados por pessoas. A excitação motora provocada
entretanto, a voz materna – referencial adquirido no período pela voz de alguém que não está vendo diminui ao ver a
gestacional – desencadeia o reflexo motor de sucção; ao pessoa, pois o sentido da visão se torna a garantia mais
ouvir a voz da mãe, o bebê suga o ar, demonstrando que as segura da presença, o sinal mais decisivo da realidade ex-
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primeiras excitações capazes de suscitar na criança reações terna .
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significativas são as auditivas da voz materna . A criança dá início à atividade circular, que consiste na
A voz materna e as variáveis do choro vão construir uma repetição de um gesto com o objetivo de reproduzir um efeito
ambiência afetiva; o campo sonoro vai dar sustentabilidade visual ou auditivo que lhe pareceu interessante ou, às vezes,
para as diferentes temporalidades (cuidador e bebê vão com o objetivo de variar o efeito ao variar o gesto.
ressoar por velocidades de ação e espera) e espacialidade As mãos passam por intensas variações gestuais gerado-
(presença-ausência). Nesse jogo sonoro, o bebê, a partir da ras de sonoridades. Aos quatro meses, o balanço aleatório
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terceira semana , pode começar a utilizar o choro de forma das mãos pode ser repetido para a satisfação visual do mo-
intencional. vimento e, se antes as sonoridades eram produzidas nos
Paralelamente a essas transformações, surge outra sono- movimentos horizontais do raspar, agora surge o movimento
ridade, pouco audível para o adulto, à qual denominamos de vertical que desencadeia a sonoridade de chocalhar.
raspar sonoro. À medida que o bebê diminui os espasmos – O chocalhar é um movimento que não exige variação de
por amadurecimento biológico concomitante à relação afeti- força, porém se efetiva exatamente na constância da repeti-
va, ocorre a ampliação da sensação de todo seu contorno ção. Balançar brinquedos, amassar, rasgar ou espalhar pa-
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corporal interpretado pela pele que, ao permear a totalidade péis e os balbucios são cada vez mais variados e são des-
corporal, produz uma superfície limiar entre o interno e o cobertas audiovisuais que emocionam o bebê.
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externo, uma interface que vai construir um Eu-Pele . Nesse À medida que o controle motor vai ficando mais elabora-
processo, o atrito da pele pelo toque do outro ou pelo contato do, também surgem os primeiros rudimentos da expressão
com a roupa produz uma tatilidade sonora, um som raspado. do pulso: sequenciação de movimentos repetitivos numa
Essa sonoridade-pele que ocorre com movimentos hori- mesma métrica temporal. Assim, na relação presença-
zontais, da cabeça do bebê no travesseiro, dos braços arras- ausência por expressão, é acrescentado o padrão temporal,
tando nas roupas, ou mesmo do toque na pele, embora pou- que dará aos movimentos a emoção da organização tempo-
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co ouvida pelo adulto, fornece subsídios tanto para as ativi- ral .
dades circulares como para o processo de distinção “eu- Aos oito meses passa a buscar o olhar do outro e de-
outro” que surgem na próxima etapa. monstra evidente satisfação ao encontrá-lo; o sorriso, que
antes era despertado pela voz humana, agora se afirma
Fase emocional como reflexo exclusivo de sociabilidade, não sendo mais
A sonoridade-pele começa a esboçar alguns contornos e, provocado apenas pela voz, mas também pelo encontro do
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embora o bebê ainda não se diferencie do outro num mesmo seu olhar com o do adulto .
plano corporal – não diferencia seu corpo das superfícies No movimento de preensão também surge a gestualidade
exteriores, pois a tatilidade ainda está na sensação das so- de jogar que, no início, se dá pelo prazer da apreensão (se-
noridades, há um processo de distinção “eu-outro” a partir gura-solta, segura-joga), numa atividade circular tátil-visual, e

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depois vai se transformando até chegar ao prazer do efeito que prepara para a representação. A imitação da gestualida-
sonoro da queda (joga o objeto e fecha os olhos esperando o de de canções infantis começa a ser bastante utilizada, em-
som), numa atividade circular tátil-sonora. bora, na maioria das vezes, a criança ainda não consiga
Próximo de um ano, mais um elemento é acrescentado entoar a frase melódica; ela reconhece várias melodias e
às expressões com padrões temporais: a intensidade. O utiliza a gestualidade imitativa para acompanhar a sequência
bebê, a partir da expressão do pulso, passa a direcionar a gestual-melódica.
força para o efeito sonoro “barulho forte”. Porém, como o Já o simulacro é o exercício ideo-motor (o pensamento
campo afetivo é predominante e a intensidade por receptivi- apoiado em gestos), a simulação da utilização de um objeto
dade ainda é angustiante (medo de rojão, por exemplo), sem tê-lo presente. Nesse contexto, o sonoro ajuda no deta-
muitas vezes o bebê se assusta com expressão da intensi- lhamento do gesto; por exemplo, para a criança falar do
dade e, por medo, interrompe a gestualidade. Entretanto, a estouro de uma bola de bexiga, transporta a imagem-sonora
intensidade será uma conquista do próximo estágio. do estouro para o corpo concentrando toda a força motora na
Assim, no final do 1º ano, o bebê é capaz de explorar vi- junção de voz e palmas para expressar o evento explosivo. O
sualmente o ambiente, de pegar e largar efetivamente os simulacro marca o início da organização do pensamento, e a
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objetos, faltando apenas se deslocar com autonomia; a sen- linguagem é o instrumento que vai elaborá-lo .
sibilidade social já é um elemento presente, evidenciando-se, O pensamento ainda é sincrético, tem caráter confuso e
por exemplo, quando a criança que cai chora apenas se global, demonstrando a impregnação afetiva da fase anterior
30 3
observar que está sendo ouvida . sobre a atividade cognitiva dessa fase .
No campo sonoro, a voz foi das variantes do choro às vo- Os sons onomatopaicos são bastante utilizados; a criança
calizações, das expressões sonoras motoras às afetivas imita som dos bichos, eventos e, principalmente, começa a
(choro de apelo, de manha), e da expressividade da tatilida- imitar personagens de histórias infantis por meio de gestuali-
de sonora à produção de intensidade. Esse repertório sono- dades-sonoras. Essa entrada no simbólico é bastante mar-
ro-visual será intensificado e transformado no estágio seguin- cada pela força da imagem-sonora: duração (rápido-lento),
te em visual-sonoro. intensidade, altura (graves e agudos), timbres, volumes e
espacialidades sonoras são utilizados para produzir a ges-
ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO tualidade do personagem evidenciando sua síntese simbóli-
(1 A 3 ANOS) ca; por exemplo, a intensidade vocal da força de um herói, o
timbre assustador dos monstros, ou os timbres ágeis e deli-
O campo predominante nesse estágio é o cognitivo. O in- cados dos personagens femininos.
teresse da criança é voltado para a exploração sensório- Assim, com as atividades de exploração do mundo objeti-
motora do mundo físico, o que é facilitado pela aquisição da vo, a criança desenvolve a capacidade de se diferenciar dos
marcha e pela melhora da preensão, aumentando sua auto- objetos e de outras pessoas, dando início à constituição do
nomia para manipulação de objetos e exploração de espa- eu corporal. Para que isso ocorra, ela deve estabelecer a
ços. 31
relação entre sua pessoa e sua imagem , a partir da ima-
Com essas habilidades motoras, a expressão de intensi- gem especular (até os dois anos é capaz de reconhecer a si
dade sonora que surgiu no estágio anterior se intensifica, a mesma na própria imagem refletida no espelho).
variação de força lateralizada (forte-fraco, direita-esquerda) Na relação sonora-gestual, a criança também experiencia
desencadeia o balanço nos movimentos dançantes, e o des- as próprias expressões sonoras; nesse contexto, usa a in-
locamento sonoro forte-fraco também ajudará nos detalhes tensidade como forma de autoexpressão. A birra é um e-
de ajuste de tono muscular. xemplo característico dessa fase: a criança expressa emoção
A intensidade também será a base para as projeções, is- por atividade motora – gestualidade-sonora, e o efeito dessa
so porque o estágio sensório-motor e projetivo é a fase do expressão no outro desencadeia a intenção de variar a força
3
desenvolvimento da função simbólica e da linguagem ; mas a da intensidade. Surgem, assim, as primeiras manifestações
inteligência ainda é prática (sensório-motora), pois é exercida do campo cognitivo que predominará no próximo estágio.
31
na ação . Com o eu diferenciado corporalmente (não psiquicamen-
O termo projetivo se refere à característica do funciona- te), e com os recursos de manipulação e exploração de obje-
mento mental desse período: o pensamento ainda precisa do tos (marcha e linguagem), a criança amplia suas possibilida-
3
auxílio dos gestos para se exteriorizar , ou seja, a criança 31
des de interação com o meio humano e físico . Assim, no
pensa algo, mas não tem ainda repertório verbal suficiente final desse estágio, o campo sonoro produziu um vasto re-
para se expressar pela fala; então gesticula seu pensamento pertório de possibilidades sonoras tanto por expressividade
enquanto fala, dando início à inteligência simbólica. da gestualidade-sonora como por receptividade da imagem-
Os movimentos projetivos que ajudam a expressão da a- sonora, consolidando a percepção auditiva – da sensação à
tividade mental são a imitação e o simulacro. A imitação é a imagem-sonora, e preparando a criança para o próximo es-
indução do ato por um modelo exterior, um recurso simbólico tágio que será o da construção de si mesma por meio das

Temas sobre Desenvolvimento 2010; 17(99). 151


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