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LEANDRO DE QUEIROZ BISPO(8150175)

VINICIUS GURGEL COSTA (8152054)

DIETAS DE INTERNET: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS


NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Tutor: Prof. Kérolyn Christina de Moraes Santana

Claretiano - Centro Universitário

TAGUATINGA-DF
2021
DIETAS DE INTERNET: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS
NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Resumo: Qualquer atitude tomada é reflexo de uma cadeia complexa de influências e
construções subjetivas. Inclusive a maneira de se alimentar. Este estudo busca, a partir de uma
revisão bibliográfica, verificar a influência que as redes sociais têm na propagação de “dietas
milagrosas”. Buscou-se um panorama sobre o assunto a partir de áreas diversas: comunicação,
psicologia e nutrição. Sob este prisma, foi possível perceber que a quantidade e facilidade de
acesso aos conteúdos sobre nutrição na internet podem ser prejudiciais na medida em que se
torna difícil uma triagem com critérios objetivos e técnicos. Concluiu-se que os mecanismos de
interação social na Internet transformaram o homem e a mulher comuns em garotos e garotas-
propaganda e que esta figura carrega grande poder de influência a partir da identificação de
outros como iguais. Ao utilizar esta influência para reforçar um padrão de beleza e corpo ideal e,
ao mesmo tempo, vender soluções mágicas, acaba-se por se espalhar grande quantidade de
conteúdo - que sem o devido trato técnico-científico - traz mais prejuízos do que, de fato,
soluções.

Palavras-chave: Nutrição, Dietas, Internet, Redes Sociais, Imagem, Influência

1. INTRODUÇÃO

O acesso à informação nunca foi tão fácil como nas últimas décadas. Até a consolidação
da Internet, o conhecimento era restrito às bibliotecas, universidades, revistas científicas e a
outros meios de menor tangibilidade. Já nos dias de hoje, é possível, em questão de poucos
cliques, interagir com especialistas de outros países e acessar uma infinidade de materiais. Trata-
se, de fato, de uma Aldeia Global, conceito apresentado pelo filósofo e comunicador canadense
Marshall MacLuhan.
Uma das representações desta globalização são as redes sociais. Plataformas que
conectam pessoas de todo o mundo e onde é possível interagir, compartilhar interesses, vender
produtos e ideias. Estas ferramentas transformaram o modo de educação e comunicação das
gerações. Os números de usuários falam por si e denotam sua magnitude e expressividade. O
Facebook, por exemplo, é a maior das plataformas e conta hoje com 2.853 bilhões de usuários.
Assim como as obras de arte, literatura, cinema e televisão, as redes sociais também
moldam o imaginário e são utilizadas para estabelecer e reforçar padrões de comportamento,
beleza e imagem. Entretanto, a quantidade de conteúdo, a facilidade de disseminação e a
liberdade inerente às mídias sociais carrega consigo um perigo que se torna cada vez mais
latente, principalmente quando se está relacionado aos comportamentos ligados à alimentação e
saúde.

Como afirma Castro (2007), na busca pela aparência que atenda aos critérios
estabelecidos, existe um ecossistema, do qual a internet faz parte, que cultua formas
padronizadas e vende fórmulas para alcançá-las. Ou seja, além da publicidade feita pelas
indústrias de alimentos, suplementos, roupas e cosméticos, o próprio comportamento e “modo de
vida” compartilhados pelos usuários reforçam um ciclo de influência e dependência.
Nesta “maré” de informações acaba sendo muito comum a disseminação e o consumo de
conteúdos que não passaram pelo crivo científico e não são endossados por profissionais
certificados. Um ramo categórico são as “dietas milagrosas” ou “dietas da moda”. Segundo
Farias (2014), iludidas por ganhos rápidos e emagrecimento sem esforço, pessoas colocam a
saúde em risco ao aderir planos que não estimulam a reeducação alimentar, a prática de
atividades físicas e outros hábitos saudáveis.
Os próprios termos em destaque “da moda” e “milagrosas” são prenúncios do que tais
planos alimentares carregam consigo. Algo “da moda”, revela justamente o caráter efêmero e
passageiro, sem perenidade ou constância. Pode-se dizer que se trata de um elemento que ainda
não provou seu valor frente ao tempo. Assim como “milagrosas”: Segundo o dicionário
Michaelis (2021), a palavra milagre refere-se a um acontecimento inexplicável, fora do comum e
sem base científica.
Segundo Alvarenga (2015), tratar a alimentação desta forma é uma maneira disfuncional
e restrita de lidar com algo inerente e de extrema importância para a saúde geral. O autor destaca
que a busca por uma dieta perfeita traz consigo insegurança e infelicidade.

“Somos distraídos e seduzidos por promessas de


resultados rápidos e milagrosos. Perdemos peso rapidamente,
voltamos a engordar, então partimos para outra solução mágica.
Essa é uma fórmula alimentada pela indústria da dieta para
manter as pessoas gordas”.
(ALVARENGA, M.et al, 2015, p. 204)

Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a influência das dietas milagrosas
no comportamento alimentar de homens e mulheres adultos. Os artigos foram retirados das
plataformas Scielo e Google Acadêmico de acordo com as delimitações dos assuntos correlatos:
“nutrição”, “distúrbios alimentares”, “redes sociais” e “comportamento humano”. Além disso,
houve a preocupação em cruzar as discussões de áreas distintas do saber de forma que possam
surgir novos caminhos e reflexões para os problemas elencados.
A importância de estudos como este se justifica pela própria observação de como é célere
as inovações no que diz respeito à internet. A todo instante são lançadas novas funcionalidades
nas plataformas de redes sociais além da constante inovação das formas de se comunicar e
influenciar. Por isto, é importante que o estudo acadêmico também acompanhe de maneira
paralela esta corrente de inovação para que os pontos já observados não se tornem obsoletos,
mas sim aglutinados a novas perspectivas a fim de contribuir com a resolução dos problemas
presentes.

2. DESENVOLVIMENTO

DIETAS: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Etimologicamente, o termo dieta origina-se do grego diaita que, de maneira geral,


significa maneira de viver. Isto, segundo Foxcroft (2013), contrasta com significado taxativo e
de regime o qual a palavra é utilizada atualmente. Entretanto, o mesmo autor deixa claro que a
forma de enxergar dietas como comportamentos restritivos data de tempos antigos.
O mesmo autor cita exemplos como Avicena, um médico persa do século X que
aconselhava pacientes a comerem apenas comida com pouco valor nutricional e Wadd, um
cirurgião que publicou no início do século XVIII, textos sobre a obesidade considerada como
doença e apontava que comer sabão à noite era popular como emético e laxante ((ALVARENGA
et al., 2015).
Famosas nos diversos perfis que abordam temas como emagrecimento nas redes socias,
as dietas com baixos índices de carboidratos ou “low carb” têm seus primeiros registros datados
do final do século XIX. De acordo com Katharina Vester (apud (ALVARENGA et al., 2015,
p.208) ela foi proposta por um agente funerário chamado William Banting e considerada de
grande popularidade em uma época em que influência social e política começava-se a ser
associada a um corpo esbelto.
Em um contexto panorâmico, pode-se considerar que a disseminação e enaltecimento das
dietas sempre estiveram unidas a um conceito estabelecido cultural de beleza em determinada
sociedade. Alvarenga (2015), no entanto, ressalta que a velocidade de propagação dos mais
variados regimes alimentares visando tal adequação não é acompanhado pelo desenvolvimento
de estudos científicos sérios sobre o assunto.
Em síntese, a prática de incluir ou excluir refeições, eliminar o consumo de alimentos
determinados, calcular calorias ou consumir apenas certos tipos de nutrientes existe há muito
tempo e é possível, com base nas observações anteriores, afirmar que sempre houve uma dieta
“na moda”. Entretanto a internet, com a sua rapidez e facilidade de acesso a informações deste
tipo, acaba por catalisar este ruído de comunicação entre o conhecimento científico e a
comunidade interessada.
No Instagram – 4ª rede social mais utilizada no Brasil com mais de 110 milhões de
usuários – ao se fazer uma busca pelo termo “#dieta” é possível encontrar 29,2 milhões de
publicações sobre o assunto. Entre outras Hashtags em evidência e mais procuradas estão termos
como #dietadoovo; #dietaantiflamatoria; #dietasana; #dietaliquida; #dietaeterna e
#dietadaproteína. Todos estes ítens contam com milhares de publicações e interações referentes
aos assuntos.

REDES SOCIAIS E A INFLUÊNCIA NA BUSCA PELO PADRÃO


ESTABELECIDO

Os estudos sobre o poder de influência dos meios de comunicação surgem motivados


pela Primeira Guerra Mundial. Foi nesta época que surgiu a primeira teoria crítica da
Comunicação de Massa. Em resumo, observou-se o imenso impacto das propagandas de teor
nacionalista e ideológico contidos nas peças publicitárias e no cinema.
A partir destas observações, acreditava-se que havia uma interferência direta no processo
de tomada de decisões populares. Por isto, a teoria ficou conhecida como “Teoria da agulha
hipodérmica” (TORRES, 2003). Como se uma ideia fosse inoculada, através de uma agulha na
mente do público-alvo. Os estudos evoluíram, mas o fato é que os meios de comunicação podem,
dadas as devidas proporções, inocular ideias e modificar os padrões alimentares (TAGLE apud
MARCHIONI, 1988).
Entre estes meios de comunicação estão as redes sociais. Plataformas de interação social
onde é possível interagir com pessoas e empresas de todo o globo através da Internet, além de
divulgar fotos, vídeos, textos e impressões pessoais/profissionais sobre qualquer assunto. A
grande diferença desta era de comunicação para as estudadas pelas primeiras teorias é percebida
justamente no que tange os produtores do conteúdo. Como afirma Moreira (2020), qualquer
pessoa, a partir de sua conta em uma rede social, pode “transformar-se em mídia” e criar
audiência.
Moreira ainda destaca a reformulação das estratégias de marketing. Agora, os garotos e
garotas-propaganda são pessoas “comuns” e não mais astros e personalidades já consagrados por
outros veículos de mídia. Estes, incluem práticas e produtos em suas supostas rotinas as quais
são compartilhadas nas plataformas digitais. Surge então o papel do digital influencer,
blogueiro(a) ou influenciador. “Quanto mais seguidores os influenciadores acumulam, maior o
alcance das postagens, e assim constrói-se um ciclo que faz da autoexibição uma profissão que
consiste em divulgar marcas atrelando-as a diversos hábitos corriqueiros” (MOREIRA, 2020,
p.148).
Neste sentido, as redes sociais agem da mesma forma que os meios tradicionais ao criar
tendências e reforçar padrões alicerçados principalmente nos parâmetros de mercado. Desta
maneira, emerge um fenômeno onde, segundo Moreira, “a experiência corporal é confundida
com a de consumo e as representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos essenciais para manter a autoestima” (MOREIRA, 2020, p.149).
Segundo um estudo realizado por Lira et. al (2017), a interiorização de uma imagem
corporal é mais influenciada pela mídia do que pelos próprios pais ou amigos. Isto denota o
quanto o narcisismo contido no cerne mercadológico modifica os mecanismos internos de
necessidade e desejo. O poder que os recortes das redes sociais exprimem sobre os usuários ao
definir um modelo de corpo a ser alcançado é tão intenso que diversas vezes gera insatisfações
relacionadas às formas físicas de quem não consegue alcançá-lo.
Assim, o corpo e a sua estrutura ganham, a partir do envolvimento massivo nas redes
sociais, um novo elemento mais subjetivo do que o próprio vigor físico em si. Como nos cartazes
e propagandas de outdoors, os olhares da sociedade estão direcionados para cada indivíduo em
holofotes individuais. Algo como uma fachada que emana valores reforçados por esta cadeia de
influência digital.
Torna-se importante, então, destacar qual é o padrão estipulado e reforçado de um corpo
esteticamente atraente no âmbito das mídias sociais. Moreira (2020), em um artigo de análise do
discurso de grandes blogueiras do ramo da saudabilidade que diariamente compartilham o dia a
dia com milhares de seguidores. Em resumo, o estudo mostrou que são unânimes corpos magros,
tonificados, livres de gorduras e pêlos.
Entre as postagens analisadas, uma das blogueiras oferece uma solução rápida para
eliminar as celulites. Estas que por serem indicativos de gordura localizada devem, segundo o
padrão reforçado, ser combatidas com veemência. O método divulgado pela influenciadora é
chamado de Cellulit Free e, há época, foi vendido em formato de livro digital (MOREIRA,
2020). A partir de pesquisa de termos no Instagram também é possível observar quando os
termos relacionados a beleza e dieta são mais utilizados.
Existe um padrão claro de maior utilização e busca por este tipo conteúdo nos meses que
se estendem do início do verão ao carnaval. Justamente quando os trajes de banho, saída para
férias e festas de carnaval aumentam os níveis de exposição e a demanda por se adequar aos
padrões estabelecidos se tornam mais latentes no imaginário comum. Moreira endossa:

É possível observar que a beleza é imposta como uma obrigação, principalmente para as
mulheres. Assim, para auxiliar em sua conquista, o mercado oferece diversos produtos, que
divulgados por personalidades donas de um grande alcance nas mídias, são colocados nas rotinas
dos sujeitos. Diante desse cenário, é importante evidenciar as relações de poder as quais o corpo
está submerso. Percebe-se, então, que o exercício do poder responde por meio de uma exploração
econômica da beleza, propondo suplementos dietéticos, cosméticos, cirurgias plásticas,
procedimentos estéticos e outros inúmeros produtos e serviços voltados para a manutenção de uma
forma corporal modelada. (MOREIRA, 2020, p.155).

Por fim, é possível constatar que a exibição e massificação da imagem corporal nas
mídias sociais influenciam negativamente o comportamento dos usuários na medida que, ao se
estabelecer e limitar a diversidade, inibe-se formas que não se enquadram neste prisma. Além
disso, acaba por estimular o consumo de dietas, alimentos, remédios e produtos não confiáveis e
de eficácia duvidosa.

A PROBLEMÁTICA SOB O PONTO DE VISTA NUTRICIONAL

Tratando-se especificamente dos pontos levantados acima e ao cruzar as observações de


especialistas tanto nas áreas de psicologia quanto de comunicação, já é possível vislumbrar o
quanto é prejudicial aliar o reforço de um padrão de beleza corporal a produtos e dietas que
prometem facilidades para atingi-los.
Produtos estes que por vezes são desenvolvidos, divulgados e vendidos por profissionais
sem a devida certificação técnica. Isto acontece porque, segundo Othon (2016), a maior
liberdade para se produzir conteúdo e maior sensação de proximidade entre as pessoas,
transformou a opinião em critério utilizado para conferir credibilidade e legitimidade aos
discursos.
Inclusive, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2018) veta a realização de
práticas relacionadas às atribuições de um nutricionista por pessoas não habilitadas. Segundo
Silva (2019), muitas influenciadoras digitais não são capacitadas e habilitadas para oferecer dicas
ou conselhos sobre alimentação e nutrição com o rigor crítico e científico exigido para
desenvolver o bem-estar e a saúde de suas audiências.
Outro ponto são as estratégias de convencimento, por vezes abusivas e que, novamente,
vão ao desencontro do que é determinado pelo Conselho Federal da classe e seu código de ética.
As famosas fotos “antes e depois” são exemplos disto. Silva (2019) explica que tal prática é
falaciosa pois ignora as individualidades fisiológicas dos indivíduos. Ou seja, a dieta praticada
por uma pessoa, não necessariamente trará os mesmos resultados para outros.
O código de ética e conduta do nutricionista é categórico: “É vedado ao nutricionista,
mesmo que com autorização concedida por escrito, divulgar imagem corporal de si ou de
terceiros, atribuindo resultados a produtos, equipamentos, técnicas, protocolos, pois podem não
apresentar o mesmo resultado para todos e oferecer riscos à saúde” (CFN, 2018, p.19).
E é justamente este o princípio encontrado nas dietas “low carb”, Paleolítica ou Jejum
Intermitente, amplamente divulgadas por influenciadores nas redes sociais: Um método
aparentemente simples que deve ser seguido por todos, da mesma forma, pelo mesmo tempo. E
Como visto acima, alguns destes blogueiros não são credenciados para tal prática e dificilmente
oferecem o acompanhamento necessário e fundamental para a administração de qualquer prática
alimentar.
Estas dietas, segundo Silva (2019), são baseadas na restrição de certos alimentos ou
macronutrientes. As lacunas nutricionais geradas por práticas como estas podem trazer sérios
prejuízos para a saúde: fraqueza, ansiedade, inquietação, compulsão por açúcar, fadiga, pressão
alta e maior chances de se desenvolver compulsão alimentar. (VARGAS; PESSOA; ROSA,
2018 apud ANDRADE, 2021).
Um estudo realizado entre os anos de 2018 e 2019 com alunos da Universidade de São
Paulo demonstrou que 25,09% estudantes de um grupo de 853 já praticaram algum tipo de dieta
restritiva. A conclusão do estudo foi que destes, observou-se os menores índices de consumo de
pão francês e arroz e, por outro lado, maiores níveis de compulsão alimentar e transtornos como
bulimia nervosa (OLIVEIRA, FIGUEIREDO, CORDÁS, 2019).
Na maioria das vezes, o principal macronutriente a ser restringido é o carboidrato. A ideia
por trás da diminuição, é simular no corpo uma espécie de jejum e fazer com que o organismo
utilize a gordura como fonte de energia. Normalmente, reduz-se a quantidade de um
macronutriente e aumenta-se as de outro. Segundo Pereira (2019), este tipo de dieta e suas
variações também costumam ter menos calorias do que a quantidade mínima necessária para um
adulto. Isso acarreta lacunas nos índices de vitaminas e deficiência de minerais.
Por serem tão restritivas e trazerem efeitos colaterais, quando aplicadas sem o devido
acompanhamento, as dietas compartilhadas nas redes sociais mostram porque são consideradas
“dietas da moda”. O próprio termo diz: assim como é inerente das modas o aspecto passageiro,
há grande dificuldade em manter este tipo de alimentação por muito tempo ou adotar como um
novo estilo de vida

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma como influenciadores digitais se comportam ao mostrarem seus corpos e rotinas


de alimentação; os conteúdos produzidos por pessoas não capacitadas e orientadas; a espiral de
influência e compartilhamento gerada pelos próprios membros das redes sociais são exemplos de
como estas ferramentas podem ser prejudiciais quando o assunto é a busca por uma alimentação,
e consequentemente, um corpo mais saudável.
Com este estudo observamos que há uma íntima ligação entre os padrões de corpo e
beleza estabelecidos pelas redes sociais e a grande quantidade de dietas milagrosas para se
alcançar tais padrões. A mídia cria e reforça um conceito de beleza e vende suas próprias
soluções para pessoas cada vez mais descontentes por não conseguirem atingir o ideal cultuado.
Dispostas e, igualmente vulneráveis, a aderirem qualquer plano alimentar sem o devido
acompanhamento.
É importante destacar que faltam em grande parte dos conteúdos postados nas redes sociais algo
que os dê legitimidade. É perceptível, nos artigos estudados que não se pode confiar a pessoas
sem formação e habilitação técnica o trabalho de aconselhar ou opinar sobre questões tão sérias
como a alimentação.
REFERÊNCIAS

CASTRO, A. L. Culto ao corpo e sociedade: mídia, estilos de vida e cultura de consumo. 2.ed.
São Paulo: Annablume, 2007

ALVARENGA, M.et al. (org.). Nutrição comportamental. São Paulo: Manole, 2015

FOXCROFT L. A tirania das dietas. São Paulo: Três Estrelas; 2013

TORRES, Fernando. Saudades da Agulha Hipodérmica. [S. l.], 2 abr. 2003. Disponível em:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-edicoes/saudades-da-agulha-hipodrmica/.
Acesso em: 11 nov. 2021

DIÓGENES MOREIRA, M. A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL NAS REDES


SOCIAIS: padrões de beleza e discursos de influenciadores digitais. PERcursos Linguísticos, [S.
l.], v. 10, n. 25, p. 144–162, 2020. DOI: 10.47456/pl.v10i25.30680. Disponível em:
https://periodicos.ufes.br/percursos/article/view/30680. Acesso em: 10 nov. 2021.

ANDRADE, Cháritas. Dietas restritivas e o risco para o desenvolvimento de compulsão


alimentar em adolecentes. 2021.

FARIAS, S.J.S.S.; FORTES, R.C.; FAZZIO, D.M.G. Análise da composição


nutricional de dietas da moda divulgadas por revistas não científicas.

CHAUD, D. M. A.; MARCHIONI, D. M. L. Nutrição e mídia: uma combinação as vezes


indigesta. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 18, n. 116/117, p. 18-22, jan./fev. 2004. Disponível
em: https://edisciplinas.usp.br. Acesso em: 11 nov. 2021

SILVA, Sílvia. A influência da mídia no comportamento alimentar de mulheres adultas. 2019.

CORDÁS, T. A.; OLIVEIRA, G. K.; FIGUEIREDO, M., DIDONE, N. Transtornos alimentares:


Epidemiologia, Etiologia e Classificação. 

PEREIRA, G. A. L. et al. Adesão de dietas de moda por frequentadores de academias de


musculação do município de São Paulo.2019

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