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2018 10anoHB 03 Testea1-Meu
2018 10anoHB 03 Testea1-Meu
Documento 1
Nós éramos oito, a saber: o senhor chanceler, o senhor superintendente, meu pai [secretário
de Estado dos Negócios Estrangeiros], o senhor de Lionne, o senhor de La Vrillière, o senhor du
Plessis-Guénégaud, o senhor Le Tellier e eu*. O rei descobriu-se e voltou a pôr o seu chapéu.
Mantendo-se de pé diante da sua cadeira, dirigiu a palavra ao senhor chanceler:
- Senhor, mandei-vos reunir com os meus ministros e secretários de Estado para vos dizer que,
até agora, me aprouve deixar os meus negócios pelo falecido senhor cardeal [Mazarino]; é
tempo de ser eu próprio a governá-los. Vós me ajudareis com os vossos conselhos, quando vo-
los pedir. Excetuando o uso corrente do selo, em que nada pretendo mudar, peço-vos e
ordeno-vos, senhor chanceler, que nada seleis por ordem que não seja minha e sem me terdes
falado no caso, salvo se um secretário de Estado vos levar [os documentos] da minha parte.
[…]
Em seguida, o rei voltou-se para nós e disse-nos:
- E vós, meus secretários de Estado, proíbo-vos de assinar seja o que for, nem que seja um
salvo-conduto ou passaporte, sem minha ordem, e [ordeno-vos] que me presteis contas, a
mim próprio, diariamente, [dos assuntos a cargo]. […] E a vós, senhor superintendente, já vos
expliquei as minhas vontades; peço-vos que vos sirvais de Colbert, que o falecido senhor
cardeal me recomendou. […]
Depois o rei acrescentou:
- A face do teatro muda. No governo do meu Estado, na administração das minhas finanças e
nas negociações diplomáticas, terei outros princípios, diferentes do falecido senhor cardeal.
Sabeis as minhas vontades, resta-vos agora, senhores, executá-las.
Mais não disse, e o Conselho separou-se.
Ao sair deste primeiro Conselho, no qual Sua Majestade começou verdadeiramente a governar
o Estado por si mesmo, fui a correr assistir ao acordar da rainha-mãe.
(Memórias de um membro* do primeiro Conselho reunido por Luís XIV, Vincennes, 1661)
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1. A afirmação do rei «Sabeis as minhas vontades, resta-vos agora, senhores, executá-las»
(linha 21) integra-se num sistema político que se fundamenta...
(A) na soberania popular, porque o povo confirma o poder régio através do sufrágio
universal e direto dos súbditos.
(B) na soberania da nação, porque se expressa numa constituição escrita, que define
as atribuições do rei e dos seus ministros.
(C) no direito senhorial, porque a nobreza condiciona o poder dos monarcas na
administração dos assuntos do Estado.
(D) no direito divino, porque se aceita que o poder é conferido por Deus aos monarcas,
para que o exerçam em seu nome.
Documento 2
As famílias que [na Holanda] vivem dos seus rendimentos nas grandes cidades são educadas
de forma diferente dos comerciantes, embora partilhem com estes a modéstia da aparência e
do traje, bem como a austeridade do estilo de vida. Os filhos são geralmente educados nas
escolas e nas universidades […]. O principal objetivo desta educação é prepará-los para servir o
seu país nas magistraturas das cidades, das províncias ou do Estado. […]
As maiores fortunas veem-se entre os mercadores cuja preocupação é acumular riquezas […].
No entanto, quando se tornam muito ricos, mandam educar os filhos da mesma forma [dos
magistrados] e casam as filhas com os que têm mais crédito nas cidades e que estão sempre
ocupados nos cargos de magistrados. Por este meio, fazem a sua família penetrar em lugares
de governo e adquirir honra, que não consiste em títulos, mas em empregos públicos.
(William Temple (1628-1699), embaixador inglês nas Províncias Unidas, Notas sobre o Estado
das Províncias Unidas dos Países Baixos, 1673)
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4. A Inglaterra no período do Antigo Regime europeu. Associe cada um dos elementos da
coluna A às frases correspondentes que constam na coluna B. Escreva, na folha de respostas,
apenas as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas
uma vez.
COLUNA A COLUNA B
(A) Oliver Cromwell (1) Monarca que assinou e jurou cumprir a Declaração dos Direitos de
1689, após ter subido ao trono.
(B) Carlos I
(2) Documento do Parlamento que declarava a guerra ao rei, por este
(C) Declaração dos Direitos de 1689 querer governar de forma absoluta.
(D) Jaime II (3) Documento preparado pelo Parlamento e assinado e jurado pelo rei,
no qual o monarca se comprometia a respeitar a respeitar as liberdades
(E) Guilherme III individuais, manter a independência da justiça e dividir o poder com o
Parlamento.
(4) Tentou governar com o apoio do Parlamento, mas não teve êxito e
iniciou a Guerra Civil.
Documento 3
Foi para a felicidade dos homens que Deus quis que eles estivessem todos subordinados uns
aos outros, foi a Providência Divina que estabeleceu a desigualdade das condições; desta
maneira, uns nascem para comandar e os outros para obedecer. Os primeiros têm necessidade
de criados, os segundos são obrigados a servi-los nessa qualidade.
(Froger, padre francês, Instruções de Moral, de Agricultura e de Economia para os Habitantes
dos Campos, 1769)
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Documento 4 – gravura satírica francesa do século XVIII sobre a sociedade de ordens
Documento 5
Os eclesiásticos não podem ser citados em matéria pessoal senão por um juiz da Igreja. […]
Não podem ser executados nos seus bens, tanto nos necessários ao serviço divino como nos
que se destinam à suas necessidades pessoais. Nem mesmo no seu dinheiro […].
Em matéria criminal, os eclesiásticos têm o privilégio de ser julgados pelo Parlamento de Paris,
a mais alta jurisdição do Reino, se o requererem.
As casas dos eclesiásticos, tanto na cidade como no campo, estão isentas em seu favor de
alojar exércitos.
(Piganiol de la Force, Introdução à Descrição da França e ao Direito Público deste Reino, 1719)
Documento 6
Os nobres, cujos antepassados sempre foram considerados nobres e cuja origem não se pode
determinar, são nobres de sangue. Os outros são aqueles que foram enobrecidos, pois o ato
de enobrecimento prova que foram vilãos. […]
Sua Majestade enobrece por cartas de enobrecimento que concede a pessoas distinguidas por
serviços ou talentos extraordinários, ou concedendo um cargo que enobrece […]. Mas para
que a nobreza de serviços seja transmitida aos descendentes é necessário possuir o cargo
durante vinte anos e estar nessas funções quando da sua morte.
(Piganiol de la Force, Introdução à Descrição da França e ao Direito Público deste Reino, 1719)
A sociedade de ordens.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, dois aspetos de cada um dos
seguintes tópicos:
Estrutura social e seus fundamentos.
Estatuto das diferentes ordens sociais.
Mobilidade social.
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Documento 7
Notam-se nas cortes homens ambiciosos que se revestem de todas as condições para tirar
vantagens […]. Enquanto os grandes negligenciam conhecer seja o que for […], os cidadãos
instruem-se dentro e fora do reino, estudam o Governo, tornam-se subtis e políticos, sabem o
forte e o fraco de todo o Estado, sonham colocar-se em melhor situação; […] aliviam o Príncipe
de uma parte das preocupações públicas. Os grandes que os desdenham sentem-se felizes se
se tornam seus genros.
(La Bruyère, Dos Grandes, século XVIII)
6. Identifique o estrato social, que fazia parte do Terceiro Estado, a que o documento 7 se
refere.
Documento 9
Igualdade natural é aquela que existe entre todos os homens unicamente pela constituição da
sua natureza. Esta igualdade é o princípio e o fundamento da liberdade.
A igualdade natural ou moral tem, portanto, base na constituição da natureza humana comum
a todos os homens que nascem, crescem, subsistem e morrem da mesma maneira.
[…] Resulta deste princípio que todos os homens são naturalmente livres e que a Razão os
tornou dependentes para a sua felicidade. […]
No estado da Natureza, os homens nascem mesmo em igualdade, mas não podem nela
permanecer; a sociedade fá-los perdê-la e é unicamente pelas leis que tornam a ficar iguais.
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Documento 10
Quando na mesma pessoa ou no mesmo órgão político o poder legislativo está reunido ao
poder executivo não há liberdade. […]
Também não há liberdade se o poder judicial não estiver separado dos poderes legislativo e
executivo.
9. Com base no documento 10, explique como o autor discordava do sistema político
absolutista.
Cotações
Questão Cotação Questão Cotação Questão Cotação
Grupo I Grupo II Grupo III
1. 6 5. 50 8. 30
2. 6 6. 6 9. 30
3. 30 7. 30 10. 6
4. 6
Total 200