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REGISTO DEHUMA CARTA | Escrita a Sua

Magcstade por este | Senado sobre as terras


do Conselho | (FLS. 37V).

SENHOR » Entre os bens que pm tencem | ao Conselho deste


Senado são qua- | tro legoas de terras Citas no termo | desta
Cidad^jpie lhe dèo de Sesma-1 ria para pastos. Vadios da mesma
j Cidade em Nome de VoSsa Magcs- | tade o Capitão Mor eGo-
vernador | que delia foi Thomé de Souza | no anno de milqui-
nhentos cincoen-1 ta edois dos quaes logo tomou posse o mesmo
Conselho por seu j Procurador. Nesta terra, ou maior | parte
dellas, secntroduzirão al- | gumas pessoas, humas sem título
eoutras com algumas Sesmarftis | nullas, esubreticiamente
impe- | tradas e as*?stam possuhindo sem | querer Reconhecer
odominio que | nas tacs terras tem o dito Con- | selho o que
he em grande pre- | juizo delle e damno de todo o Po- | vo, que
por defeito de Pastos em | que pastam os Gados que se cor-1 tão
para o sustento experimentarão algumas faltas delle e o que | se
lhes Corta he Commumen- | te magro e incapaz, epara se I
(FLS. 38) reivindicar esta terra pelos mei- | os ordinários ha
grande defi- | culdade por serem muitos os he- | roes que hão
de ser convencidos | os quaes attendendo asua utili- | dade, e
conveniência particulares delataram a Cauza eter- | namente o
que se evita mandando VoSsa Ma-gestade que as | ditas terras
se messam ouvidas | Summariamente as partes in= | teressa-
das pelo que prostrados | aos Pez de Vossa Magestade lhe I
pedimos nos queira mandar | passar Provizão para que oJuis |
de Fora desta Cidade ou outro | algum Ministro delia messa
| as ditas terras segundo os titulos e Sesmarias do Conselho,
elhes Resti- I tua as que achar lhe perten-1 cem poi' ellas e estam

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DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

pellos heroes individamente occu- | padas ficando nos sempr


obedientes as Re- | aes Ordens deVoSsa Magestade | que Deo$
Guarde por muitos | annos Bahia dous deJulho de I (FLS
38V) seis centos noventa enove João de Couros Carneiro 0
Sobscrevy "Jozé | da Costa Corrêa" Domingos Dias Ma- j chado
"Francisco Barretto de A- | ragão" "Jozé deGois de Araújo"
"Chris-1 tovão Coelho Ferreira".

REGISTO DEHUMA CARTA | EScrita por


este Senado a Sua Ma- | gestade sobre a
Terça."

SENHOR = Por Carta de vinte eoito de | Abril de seis centos


quarenta e qua- | tro foi servido o Senhor Rei Dom | João que
Santa Gloria haja mandar | aggradecer a este Senado as | admi
nistraçoens demontraçoens <e alegria com | que a havia rece­
bido a feliz nova | da sua Aclamação a fidelida- | de com que a
havia ratificado | e o adjutorio que tinha dado em | sustentar
sem despeza de Sua | RealFazenda por não haver | nella effeitos
alguns o Presidio des- | ta Praça e dispor na dita Carta | ser
conveniente a SeuReal | Serviço que se fosse continuan- | do
com o dito sustento por serem | necessários noreino asCon-
signaçoens (Fls. 39) a elle aplica das para os gas- | tos dos
Embaixadores dos Prin- | cipes seus amigos e aliados eRe- |
paros das fronteiras aesta ordem | seobeSeceo tam prompta-
mente | que logo o Senado tomou sobre | si o enca rgo do dito
sustento obri- | gando-se a elle por hum termo | de ajuste que
com elle fez em | nome de Vossa Magestade o Con- | de de Cas-
tel milhor governador | qpe então era deste estado, epor I con­
dição deste ajuste, selargou | a este Senado para ajuda do | dito
sustento a Terça das Ren- | das do Conselho que era perten- |
cente a Vossa Magestade aqual, despendeo o Senado com o dito
| sustento até o anno passado de | mil seis centos noventa eoito
tem- | po em que por ordem de Vossa Ma- | gestade secrearão
no Reconcavo | desta Cidade as tres Villas da Ca- | xoeira Sam
Francisco elagoari- | pe e com adevizam dos termos dei- | las,
separtirão as Rendas que até | este tempo erão todas perten­
centes | ao Conselho da dita Cidade cujas | terças estavão dadas
para ajuda | do dito sustento, eselhe não devem | tirar por
não haver nesta Cidade | outros effeitos que possão supprir |
estafalta epor ser oprezidio desta | Praça também defeza das

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Cartas do senado

mesmas | Villas: pelo que prosta dos aos Reaes | Pez deVossa
Magestade lhe pedimos | seja servido decla | rar que as ditas I
Terças pertencem ao sustento da dita Infantaria emandar seen-
I treguem ao Tezoureiro dos effcitos | delia para sedispender
com o dito | sustento por cuja Mercê que espe- | ramos da Jus­
tiça egrandeza de | Vossa Magestade ficaremos sem- | pre obri­
gados eemtudo muito | obedientes as Reaes ordens deVos- | sa
Magestade que DEOS nos Guar- | de por largos annos Bahia |
eCamara oito deJulho demil | seis centos noventa enove" Jo- |
ão deCourosCarneiro a sobs- | crevy" Jozé daCosta Correia"
Do- | mingos Dias Machado" Francis- | (Fls. 39V) Francisco
Barretto de Aragam" Jozé de Gois de Araújo" Christovam |
Coelho Ferreira."

REGISTO DEI^UMA CARTA | escrita por


este Senado a Sua Ma- | gestade sobre o pro­
cedimento do | Doutor Juis defora naqual
se | se pede o premeie.

O anno passado sefez prezente | a Vossa. Magestade Senado |


procecer o Doutor Jozé da | Costa Corrêia nas ocupaçoens |
deJuis deFora e Orfãons, Prove- | dor das fazendas dos defun­
tos | e auzentes, Capellas e Reziduos | desta Cidade, com geral
acceita-ção a benepjacito deste povo | e com huma satisfaçãoi
muito | conforme a confiança que Vos- | sa Magestade fez delle
para lhe | encarregar as ditas ocupaçoens | sem mudança alguma
antes | com a mesma inteireza vai continuando sendo singular
nos des- | interesses recto na justiça expedi- | ente nos Despachos
epelo bom | (Fls. 40V) modo Cortezia e afabilidade com que |
trata aos Litigantes commum- | mente ama- | do detodos no
Serviço | de VoSsa Magestade tão prompto | que por conhecer
o seu Zello o Gover-| nador e Capitão General deste | Estado
dom João de Lancastro | lhe encarregou a Super Intenden- | cia
do Taba co deligencia tam | importante trabalhoza como he-
manifesto, e elle para melhor | a expedir largou por ella o
Officio | deJuis dos Orfãons e os seus emolu- | mentos ante­
pondo oServiço de VoSsa Majestade as conveniências j própri­
as, pelo que oConsideramos [ dignissimo de iodo ofavor que
VoS- | sa Magestade lhe fizer: epor gra- | tificação do grande
Zello com que | tem Servidoeste povo; prostra- | dos aos reaes í
pez de VoSsa Ma- | gestade, lhe pedimos o queira pre- | miar J
i
)

DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

afazer o ajuste nesta Caza da | Camara já os Mercadores o ha-


| vião aberto os preços aos Assucaras por elles comprado as
mais das | (Fls 43V) das Caixas como declarão na ocazião | em
que para fazerem o ajuste | forão convocados, eja para o anno
que vem nos | consta se tem apalavrado muitas partidas com
preços ajustados no que | bem manifesta que as Frotas se­
não retardão nesta Praça por causa | dos Assucares como he
notorio | por que os Mercadores muito antes | deChegar á Ca­
pitania, já esponta- | niamente tenhão celebrado, eaberto o
preço dos Assucares que ajusta- | rão sem entervenção deter-
ceiros Louvados, porquanto assim o entendem os compra­
dores lhes convem para as suas melhoras, ehe | certo que se
este genero lhes decli- | nar em algum tempo pela ruim | sahida
que possa ter segue-se que | onão hão de comprar então pa- |
ra perderem senão pelo preco que lhes acomodar, como agora
| ofazem aeste respeito vendem | os Escravos etodos os mais
generos | de suas drogas por subidos preços | e ganhos que lhes
fação de sessenta: (Fls. 44) por cento as suas fazendas con-
clu- | dentes para as fabricas necessárias | de fazer os Assucares
por cuja razão | só os mercadores logrão as conveniências | e
. iberdades da Representaçam | com que vendem os seus generos
sem taxa oque senão dá dega- | nancia na Lavoura dos Assu­
cares | por quanto se fabricão £om a | carestia nos mesmos for­
necimentos | que lhes vendem excessivas | cjespezas necessárias
das muitas | fabrica que este beneficio do Assu- | car, eape-
nas vai a importan- | cia dos mesmos Assucares que | fazem
para pagamento do mes- j mo que devem dosfornecimentos j
com que necessariamente se fabri- | cão esendo assimverdade
argue | com industria que sedemorão as | frotas por serem
retardados os | ajustes sendo que a cousa denão | partirem
mais sedo os Navios | não he pitra senão o esperarem | pelos Ta­
bacos que se fabricão em | partes remotas e distantes do Porto
| do mar cujas conduçoens por terra (Fls. 44V) Terra em Car­
ros nos tempos que en-| tão são de Inverno com muitas | Chuvas
e lamas faz permittir as de- | moras que succedem por estes
res- | peitos e não por falta de se ajus- | tarem os preços dos
Assucares | antes da chegada da Capitania | ou poucos dias
depois da forma | da ordem de VoSsa Magestade | que promp-
tamente a repete a | este Senado o Governador desta | Praça
aonde também seacha | vindo da índia o Conde de Vil- | laverde
aquem tudo foi prezente | ebem informado dando | sufrimento
CARTAÍ DO SENADO

| na sua espera a | o apresto e Carga dos Tabacos | que vem


nesta Frota que DEOS | leve em paz pelo que pedimos | a VoSsa
Magestade prostrados | a seus Reas pez queira dar | remedio
aeste damno man- | dando que as ditas ordens se | não obser­
vem eque os Assuca- | res sevendão a avença das par- | tes
por cujo favor que espera- | mos da Grandeza de VoSsa Ma- |
(Fls. 45) Magestade nos reconheceremos sem- | pre obrigados e
emtudo obedientes | Vassallos ao gosto de VoSsa Magestade |
cuja Real Pessoa nos Guarde Deos. Bahia eCamara dez de |
Julho de milseis centos noventa | e nove annos João de Couros
| Carneiro a Sobscrevy” Jozé da | Costa Correia” Domingo Di-
| as Machado” Francisco Barretto | de Aragão” Jozé de Goes e
Araújo” Christovão Coelho Ferreira”.

REGISTO DEHUMA CARTA : | escripta por


este Senado a Sda | Magestade sobre não ha­
ver ma- | is que mil eduzentos Infantes e
senão pagar por este Senado ] os Soidos dos
Enginheiros e reformados | e intertenidos”.

SENHOR = Depois da feliz acla- | mação do Senhor Rei Dom


João o Quarto de glorioza memo- | ria moveo Castella duras
guer- | ras para cuja despeza não ha- | via Consignação bastante,
epor | esta falta se devertirão os Ê.en- | ( Fls. 45V) Rendimentos
que vinhão desse Rèi- | no para Sustentação da Infanta- | ria
desta Praça e como se impossi- | bilitou esta consignação foi o
dito | Senhor Servido escre- | ver os Moradores desta Cidade |
e Representar - lhes que erãoneces- | sarios aquelle rendi­
mento para | a Despeza do Reino egasto dos Em- | baixadores e
Principes aliados, | eque fizessem opossivel por sus- | tentar o
Prezidio desta Praça | emquanto lhe não po- | dia acu- | dir epor
senão faltar a este Ser- | viço seanimarão os moradores | como
bons e Leaes Vassallos | a socorrer a Infantaria com | a reção
ordinaria que são nove | tustoens etres quartas defa- | rinha
por mez sobre oque se | fez o Sustento governando esta | Praça
o Conde de Castel Milhor | que o acceitou em nome de VoS- | sa
Magestade e secriarão os Do- | nativos dos vinhos Caixas de
bebi- | das da terra, e Sal para seacu- | dir ao pagamento dos
Terços da (Fls. 46) da Guarnição desta Praça e di- | prezeme
sedespende milhor de se- | sentamil Cruzados por anno | por
que se achão nos ditos dois | Terços mais demil e quatro cen- |

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DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

tos praças e sendo fora da obri- | gação pagar-se a os refor W


mados | cuja despeza hé muito consi- | deravel alem de trezen. ►
tos mil | reis de Soldo de Enginheiro por | anno, tem chegado a L—
tal demi- | nuição os effeitos dos ditos Dona- | tivos que não che- l* ;
gão para as | referidas despezas epara asque | mais sefazem 1 1
com Cazas de | alu- | guel que se pagão para a- | lojamento do B <
Terço novo que j não tem quartéis, eassim virá | aresultar a B 1
este povo hoje ate- | nuado aveixação dehuma | finta alemde ■
outra que se es- | tá pagando a tantos annos pa- | ra o dote e 1 1
paz, enão pode este | damno ter outro remedio ma- | is promto B
do que tirar-se o | encargo das Reformaçoens e Soldo do En- B
ginheiro por não (Fls. 46V) serem da obrigação que sefez enão 1
| exceder o numero da Infantaria | de mil e duzentas praças ao B ‘
todo | que hé o que por hora basta ese for necessário por al- ■
gum inciden- | te que Deos não permita ser ma- | ior o numero B ।
sempre este povo cõ-| corref á com a mesma Lealdade | com que B
em todas as occa- | zioens | se tem havido no Real Serviço I B
etambem se evita a grande des- | peza que rezulta a Fazenda de | B
VoSsa Magestade por que em ca- | da cem homens que hou-1 ver 1
de | mais depende VoSsa Magestade | com as fardas com que B
os pro-1 ver dois mil Cruzados por anno. | Esperamos de VoSsa B
Magestade | mande resolver este noSso justo | Requerimento B
com a Piedade | ejustiça que^publica afa ma da | grandeza de B
VoSsa Magestade | que Deos nosGuarde por muitos | annos. B
Bahia eCamara aos dez de Julho de mil seis- 1 centos | no- B
venta enove “José da Cos- | (Fls. 47). Jozé da Costa Corrêa B
“Domingos Dias Machado” “Francisco Barretto | de Aragão” B
“José de Goes e Araújo” “Christovão Coelho Ferreira”.

REGISTO DEHUMA CARTA escrita por I


este Senado ap Procu- | rador João Ribeiro |
Cabral” 1
Recebemos as Cartas deVoSsa Mercê de doze, e dezoito deJa­
neiro edellas | vimos as Rezoluçoens que Sua Magesta- | de foi
Servido tomar sobre as par- | ticulares do anno proximo pas-1
sado enão duvidamos se deffire | atudo com oparecer de tão
gran- des Ministros como deprezente as- | sistem em todos
os Tribu- | naes epode succeder que por | falta de noticias se­
não deífira com | ajustiça que costumão, eparece- | nos dizer
aVoSsa Mercê que fas- | sa outra Replica sobre o dinheiro \
■R CARTAJ DO SENADO
r
da sobra da Caza da Moeda de- | zendo que para Armas e muni-
| coen se tem tirado nas Propinas | dos Contractos milhor de
cem mil | cruzados etem deConsignaçam | (Fls. 47V) certa
emdito Cone- | trato que ze quatro mil Cruzados cada hum anno
| enelles entrão as propinas das arremataçoens dos Donativos
que por | este povo sobressi para sustentar a ! Infantaria com
mais de quinhentos | mil reis por anno essta impor- | tancia se
lança menos nas aRema- | tações que sefazem por este Se- I nado
que nessecita muito dodinhei- | ro que sobrou da Caza da Moe- j
da para fontes, Calsadas, acabar | a Cadeia e outras obras publi­
cas | uteis enecessarias como poderão | Certificar nessa Corte
todas as pes- | soas que assestirão nesta Praça” |. Pedia-se se
notifficasse este Senado | das Ordens de Sua | Magestade que
tocasse a negocio | da terra não para se encontra- | rem senão
para se registrarem j nos Livros deste Senado como se | acha
muitos exemplos para a | todo otempo constar etambem J para
acudir abuscar o Recur- | ço combrevidade na Grandeza | deSua
Magestade sendo em dam- | (Fls. 48) damno destes Moradores
esem- j pre se devia dar a sua devida | execução. Sobre a quei­
xa dos po- | vos das Villas do Camamú e Boi- | peva, e Cairú |
seresponde epara VoSsa Mercê | ter noticia no Cazo que fa- | lem
no seu Requerimento vão I as Razoens sobre dita queixa | e
delia virá Vossa Mercê o grand- | de Serviço que este povo faz
a Sua Magestade para sevaler dellas para qualquer negocio
que se offerecer. «sA deligencia | que VoSsa Mercê fez do Sal
a- | gradecemos; e muito mais o | faremos setiver effeito, por­
que | se achou o Contractador nos Ar- | mazens com Sal velho
para to- | do este anno enaforma da or- I dem de Sua Mages­
tade vai ven- I dendo apreço de quatrocentos | reis o alqueire
e sealcançar com I o que tem de nova mercê digo (o digo é do
original), e se alcançar como pretende | nova mercê venderá o
Sal que veio na prezente Frota pelo dito | (Fls. 48V) dito pre­
ço que hé grande quantidade | e está embargado o que hé
em pre- | juizo deste Povo eficará sendo ocio- | za adilligencia
do Requerimento | que VoSsa mercê fez eda mercê de | Sua
Magestade, ajuda de custo que | Vossa mercê diz ser de justi­
ça nos | faz duvidar a certeza deque não | leve em Conta o
Provedor da Cornar- | ca por não haver Provizão nem |estillo.
j As deligencias que Vossa mercê fez sobre os previlegios dos
fc Cida- | dãos nos parecesenão tratasse neste | Requerimento
|| por ora por ser necessário fazerem-se algumas deligen- | cias

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DOCUMEENTOS HISTÓRICOS »3 ARQUIVO MUNICIPAL

ara milhor instruir este Requerimento. Os que deprezente

r temos he pedir a Sua Magestade | seja Servido mandar-se en-


treguem • as Terças das Rendas dos Conselhos | das novas Vi]'
las ao Thesoureiro dos | effeitos da Infantaria para com - ella
se despenderem, e arzam que | temos para asssim opedir he
que | ditas Villas se fizerão no Termo des- | ta Cidade e com a
sua Criação fi- | carão muito deminutas as Rendas |( Fls. 49)
deste Senado cuja Terça estava ap- | plicada a Infantaria por
Contra- | to que sefez com o Senhor Conde | de Castel Milhor
que o ajustou em no- | me de Sua Magestade. Vai Tam- | bem
Carta para Sua Magestade | naqual selhereprezenta o notorio
| prejuizo que se segue de seman- | darem taxar os generos
como pre- | tendem os homens de Negocio atten- | dendo as
suas Conveniências sem | reparar a Ruina que certamente |
hade haver se sebaixarem cs ditos | generos pela grande des­
peza que | faz a sua cultura principal ado | Assucar cujas ter­
ras estão cança- | das e produzem muito menos co- | mo cla­
ramente se mostra nonu- | mero das Caixas que vão aseis |
annos a esta parte como se pode | ver das entradas das Alfân­
degas | dessa Corte e da Cidade do Porto” | Pede-se a Sua Ma­
gestade provi- | zam para semedirem as Terras [ do Conselho e
selhe restitua as que | estiverfem occupadas semafora- | mento
deste Senado” Vai outra Car-1 ta (Fls. 49V) Carta na qual sepe-
demande Sua | Magestade aleviar os effeitos da In- | fantaria,
consedendo que não haja | maior numero delia que de todo |
mil eduzentas praças enão sejão | pagos por ditos effeitos as
Reforma- | çoens e Soldo do Enginheiro emto- | dos os negó­
cios esperamos deVoSsa Mer- | cê ponha todo o cuidado enes-1
te ultimo trabalho doto opossivel | por se aliviarem estas Ren­
das edo- | contrario se segue huma finta que | ha de ser molesta
a este povo que | está hoje geralmente alcançado | pelos exces­
sivos direitos dos fructos | da terra epela carestia que amui- |
tos annos se experimenta nos viveres | euzuaes: a pessoa de
Vossa mercê guarde Deos. Bahia dez de Ju- | Iho demilseis cen­
tos noventa enove | João de Couros Carneiro asobscrevy” Jozé
da Costa Corrêa” Domingos | Dias Machado” Francisco Barreto
de Aragão” Jozé de Goes e Araújo” Christovão Coelho Ferreira”.

12
CARTAS DO SENADO

COPIA DEHUMA CARTA escrita } (Fls 50)


por este Senado a Sua Magestade | em que
lhe informa sobre o Contraste do Ouro João
de Almeida.0
SENHOR - Por este Senado se passou | provizam de Contraste
de Ouro a | João de Almeida o qual Official | de Ourives do ouro
e examina- | do e Capaz para o dito Officio de Con- | traste e de­
pois que delle se passou | dita Provizam senão passou ma- | is
aoutro algum antes sempre exerceo oditoOfficio e exerce ainda
| com toda averdade e satisfação | isto he o que podemos infor­
mar | a VoSsa Magestade cuja | Real Pessoa nos Guarde Deos |
Bahia em Camara aos quatorze de Agosto demilsete centos João
deCouros Carneiro eSobscrevy” André Leitão de Mello” | Se­
bastião de Araújo eGois” | Antonio Maciel Teixeira” João de
Sá Souto Maior” Balthazar | Gome^ dos Reis”.
COPIA DE HUMA CARTA ESCRI- | ta pr.
este Senado a Sua Magestade sobre a Procis­
são de Aljubarrora. (Fls. 50V)”
SENHOR — Até que senão costuma | nesta Cidade fazer Pro­
cissão do dia do vencimento tão memorável de Al- | jubarrota
ecomo nesse Reinohe | esta geral emuito devida em ação | de-
graças detão grande mercê de | Deos damos aVoSsa Ma- | ges­
tade | esta Conta jj^ra que seja servido rezolver o que nesta
matéria havemos de obrar: VoSsa Magestade I que Deos Guar­
de ,mandará o que | for Servido Bahia eCamara aos quatorze
de Agosto de mil esete- | centos” João de Couros Carneiro a |
sobscrevv” André Leitão de Melo” | Sebastião degois eAraujo”
An- | tonio Maciel Teixeira” João de Sá | Souto Maior” Baltha­
zar Gomes dos Reis”.
Copia DE HUMA CARTA escri- | ta a Sua Ma­
gestade por este Senado sobre que | mande
o dito [ Senhor por algum Ministro | desta
Relação de marcarRermo | a esta Cidade pe­
las Villas que | se levantarão de novo o terem
maior”.
SENHOR = Foi VoSsa Magestade | Servido eregir Villas no
Reconca- | vo desta Cidade sendo este te en- | tam Termo e delia
se levantarão as das Villas que se lhes assignou Termo sem que
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DC* ARQUIVO MUNICIPAL

para isso | fosse citado Procurador deste Se-1 nado, de que resul j
tou ficar esta | Cidade com Termo tam limitado | que não tem 1
por essa Razam as | Rendas que bastem para as suas | muitai j
despezas nem authoridade | que convem sendo cabeça, esupe I
| rior as ditas Villas; alem deque | como aprincipal gente cos-
tuma | neste Estado viver fora das Povoa- | çoens rezulta daqui I
não haver | Pessoas de qualidade que sirvão | a Republica, eque I
os que aqui vi- vem eComerceão emorão perto | desta Cidadehe
necessário serem | desmandados em Villas muito । destantes por
pertencerem ao Ter- | mo dellas em grande damno do | bem
publico e dos Comércios pelo | que pedimos aVoSsa Magestade
mande por hum dos Ministros | desta Relação fazer adevizam
(Fls. 5IV) destes Termos ouvidos os Procurado- | res da» Ca-
maras’ e dando-se o que | parecer congruente a esta Cidade | pe­
lar ditas Razoens. VoSsa Magestade | que Deos Guarde man­
dará o | que for Servido. Bahia em Camara | quatorze de Agosto I
demil ese- | tecentos” João de Couros Carneiro | a sobscrevy" |
André Leitão de Mello’’ Sebastião de Araújo de | Goes” Antonio I
Maciel Teixeira” João de Sá Souto Maior” Balthazar Gomes dos
Reis”.
COPIA DEHUMA CARTA escri-1 ptapor este !
Senado a Sua Magestade | sobre que os Go- |
| vernadores e Generaes deste Estado não *
obriguem | t>s Lavradores delle aque deem | *
Farinhas para apresto da» Naus | das Frotas” |

SENHOR = ACalamidade emque se | vê esta Terra com a falta


demanti- | mentos que amuitos annos expe- | rimenta ehoje
mais que nunca | sente nos necessita abuscarmos | todos os
Remedios dequerer evitar | (Fls. 52) este damno com o qual *
setem cer- | taRuina a este Estado e como a- | lemda esterili- |
dade da mesma | terrra se acrescenta a fome delia | em notável
apuração de seus mo- | radores, com as farinhas que to-1 dos
os annos setirão para a volta | das frotas, assim das Naus | j
de Vossa Magestade como de todas | as do Comércio assim de <
Lisboa | como do Porto emais partes do | Reino as quaes he
sem duvida | que levão perto de trezentos e seis al- | queires de L
farinha eestcs fazem | ao Povo huma falta irremedi-1 avel o que
se ivita trazendo todas | as ditas Naus biscoito desse Reino |
para vinda evolta porque assim | se remedeão sem detrimento
da | Terra por tanto prostados aos | Reaes Pez deVoSsa Mages
I tade lhe | pedimos queira ordenar que todas | as Embarcações —
I que virem des- | se Reino assim as deVoSsa Ma- | gestade como
l as mais tragão bis- | coitos bastante para toda a viagem | por
K. inteiro eque para boa execução | (Fls. 52 V ) desta Ordem —-
mande Provizão aeste Se- | nado para que possa deffender que
L os Governadores e Generaes deste Esta- | do não obriguem os
Lavradores delle | a que deem farinha para apresto das | dita^
— Naus ; epor este favor que espe- | ramos de Vossa Magestade
r fica — | remos sempre obedientes como Leaes | VaSssallos,
cuja Real PeS soa nos gu- | arde Deos como dezejamos Bahia |
em Camara quator zede Agosto | demilesete centos "João de
Couros | Carneiro a Sobscrevy" André Lei- | tão de Mello " Se­
bastião de Araújo | de Goes ” Antonio Maciel Teixeira ” | João
de Sá Souto maior" Balthazar Gomes dos Reis”. "----------- ”

COPIA DA CARTA escrta por | este Senado


aSua Magestade so — | bre amedição da
terra da Pitan- | ga ese esta despeza se ade
fazer pe- | las Rendas do Conselho eseade
se | dar vista as partes ”---------------

SENHOR = Por Provizam deVoSsa | Magestade de treze de


Janeiro da prezente era demil esgte centos que ( Fls. 53 ) ficou
Registrada no Livro quarto | das Provizoens que serve na Se-
cre = | taria do Coilselho Ultramarino fo- | lhas cincoenta etrez
nos fez VoSsa | Magestade mercê demandar ao | Juiz deFora
desta Cidade fosse medir na forma ordinaria as qua- | tro legoas
de Terra que para pastos baldios dos gados nos havia dado |
em nome de VoSsa Magestade o Governador Thome de Souza
| no anno de quinhentos cincoenta e dois | epor que se elle foi
fazer esta de = | ligencia ouvindo as partes ordi- | nariamente
rezultarão | delia mais que infinitas e eter- | nas demandas por­
que nas ditas | terras sehão entroduzido — varias | pessoas que
as coltivão etem nellas | feito benfeitorias as quaesTpor isso |
as hão defender, e embaraçar ou | empedir a dita medição
quanto | poderem. Pedimos a VoSsa Mages- l tade nos queira
fazer mais mer- | cê demandar que o dito Juis deFora | faça a
dita medição ouvindo sum — | (Fls. 53V ) Summariamente
as partes e dando-lhe appelação somente no effeito de — | vo-
lutivo, e sem em — bargo delia demar- | cando as ditas terras
e Restituindonos | apoSse dellas pois temos Sesmaria | auten-

15
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO -ARQUIVO MUNICIPAL

tica de que constam quaes | nos pertencem; ede outras sorte»


nun — | ca chegaremos a uzar das ditas terras eseus Rendi­
mentos muito ne— | necessários para as despezas publicas, |
e injus ta mente uzurpadas ha mui — | tos annos por estarem
também | muitos furtados e occultos os ditos | autos de Ses-
maria que depois nos | vierão amão por Restituiçam o — |
culta. O dito Juis d eFora hade gastar algum tempo na dita
demar — | cação e por que agrande utilidade | que recebemos
em elle fazer digo (o digo é do original) em elle afazer não
redunde | em prejuizo das partes pedimos | também aVossa
Magestade que | sem embargo delle andar no ter — | mo,
defacuidade ao Vereador ma — | is Velho para que exercite
entre — | tanto asua occupação nesta Ci — | dade e última-,
mente que declare | (Fls. 54) se ha de fazer adita medição
avista | do Conselho na forma ordinária | para que não
tenhamos duvida | alguma * nas Contas que der- | mos das
Rendas delle VoSsa Magestade que Deos Guarde manda- | rá
o que for Servido Bahia emCa- | mara quatorze de Agosto de
mil- | esete centos João de Couros Carneiro | a Sobscrevy
André Leitão de | mello” Sebastião de Araújo deGoes”
Antonio Ma ciei Teixeira” João | de Saá Souto Maior” Baltha-
zar Gomes dos Reis”----------- ”

COPIA DEFUMA CARTA es- | crita por


fe este Senado a Sua Ma- | gestade sobre
L pedirem queira man- | dar Provizam para
h 1 q possam | obrigar atodos os donos
í eSenhorios | das terras ou sejão donata-
. rios ou Sesmeiros as hajão por outro
' titulo aque | as arrendem todas as que
K nam | poderem por si aproveitar para | se
plantarem toda a sorte de | mantimentos."
(Fls. 54 V).

SENHOR — Nesta terra se experimen- | ta huma esterilidade


de manti- | mentos de nove annos aesta pa rte | tam excessiva
que sepode recear | que ou pereção todos os morado- | res
delia, ou adespovoem por não | poderem sustentar as Vidas-1.
E como senão pode esta falta até | aqui Remediar havendo-se-
Ihe | applicado va rios Remedios, esea- | chaquehuma das mais
prin- | cipaes Couzas delia hé onão terem os la vra- ] dores

k ló
CARIAS DO SENADO

terras bastantes pa ra lavra | rem, digo (o digo é do original)


pa ra pia ntarem a s man- | diocas necessárias pa ra sustento |
d o Povo por estarem a s em que | ostempos passados planta
vam | ja cansadas e estereis enão que- | rerem aquellas pessoas
que tem | terras capazes deste mister arren- | dadas para elle e
como também | por esta occazião pode rezultar | huma total
ruina do Estado | e paresse iniquidade que havendo | inda
terras bastantes senão cul- | tivem pelas conveniências dos
(Fls, 55) dos particulares que as possuem | havendo muitas
que as tem de va- | go em grande quantidade sem | cultura
alguma, sendo que ofim | pa ra que Vossa Magestade e os Se- |
nhores Reis Seus Antecessores lhas | concederão hé pa ra que
se a- | proveitem em utilidade de suas Rendas econveniencia
dos seus povos | e a VoSsa Magestade como Rey | e Senhor
pertence remediar este | da mno, eevitaresta iniquidade. |
Porta nto prostrados a os Reaes j5êz deVoSsa Magestade | lhe
pedimos queira mandar Provizam aeste | Senado para que elle
possa obri- | gar atodos os donos eSenhores das | ditas terras,
ou sejão donatários, | ou Sesmeiros ou as hajão por outro qu- {
alquer titulo aque as arrendem | todas as que não poderem por
si | aproveitar para s eplantarem to- | da asorte de mantimentos
em cu- | jo favor que deVoSsa Magestade | esperamos reconhe­
ceremos a sua grã- | de justiça, eGraça com que tra- | ta a estes
seus Leaes Vassallos a: (Fls. 55V) e a Pessoa de VoSsa Mages­
tade nos Guar- | de*Deos c omo dezejamos Bahia em | Camara
a os quatorze de Agosto de mil | esete centos João de Couros
Carneiro | aSobscrevy" André Leitão de Mello” Sebastião de
Araújo de Goes” Antonio | Maciel Teixeira” João de Saá souto
I maior” Balthazar Gomes do Reis.”---------

COPIA DE HUMA CARTA escrita por este


Senado a Sua Magestade | emque se manda
pedir mande ajustar afinta do Dote

cujas reaes Ordens seremos sempre | obedientes como humil­


des vassalos | e a Pessoa de Vossa Magestade nos Guar- | de
Deos comodezejamos Bahia em | Camara a os quatorze de
Agosto demil | esete- | centos João de Couros Carneiro a |
Sobscrevy” André Leitão de Mello” Sebastião de Araújo de
Goes” Antonio | Maciel teixeira” João de Sáa Souto | maior”
Balthazar Gomes dos Reis.”

17
í':".
Ml-/'
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO\ARQUIVO MUNICIPAL

COPIA DEHUMA CARTA ESCRI- | ta por


este Senado a Sua Mages- j tade em que
manda pedir ajus Tar afinta do Dote ePaj
| Olanda” --------- "

SENHOR — Com a noticia da Carta | deVoSsa Magestade


escrita ao Juis de Fora desta Cidade deque vai | a Copia junta
nos fez este Povo | o Requerimento de que Também | vai a
Copia e examinando por hu | e outro motivo os Livros de Dona­
tivo que esta Cidade seu Termo e | Villas debaixo e Capitanias
de Sergipe de ElRey e Ilheos havi | ão promettido para o Dote
da Sere- I nissima (Fls. 56) Senhora Rainha da Gran Bretanha
e Paz de Olan- | da achamos que se tem Satisfeito | quaze tudo;
edas fintas já lan- | çadas, porque bem poderemos a- | cabar
de pagar epor isso ficamos | fazendo-as cobrar com todo o |
cuidado ebrevidade epedimos a VoSsa Ma- | gestade por sua
Piedade real, eSingularClemencia queira man- | dar tomarmos
estas Contas pelo- | Ministro desta Relação que lhe | parecer,
emandar que senão con- | tinue mais os lançantos. assim co-|
mo ordenou ao dito Juis de Fóra | a Respeito daVilla de Saro
Francisco que atres ou quatro annos | ainda era Termodesta
Cidade I e quando alguma conta falte o | que não consideramos
possa suc- I ceder tudo satisfaremos logo por | humavez de
modo que for ma- | is justo ef>arecer maisconveniente | aodito
Ministro queVoSsa | Magestade nomear atzoco de | (Fls. 56V)
que elle nos haja por pago o dito | Donativo e consigamos ofim
de | onus tam grave, assim pela subs- | tancia como por vermos
a tanto Livre | delle o Rio DeJaneiro havendo Comessado todos
a pagar ao mesmo tempo | esta Merce alem deser muito dig-1
na de Real Grandeza de VoSsa Magestade | e inteira Justiça
sua he | muito necessária a este Povo assim | pelo que repre-
zenta no dito Reque- | rimento como por se achar no mais |
mizeravel Estado’ que se pode Consi- | derar porque padecendo
a sete para | oito annos fome, agora até de Ago- | a se vê falto,
e está em huma su- I ma mizeria havendo morrido | alguma
gente de fome, enão bas- | tando, a muitos os ganhos demui-J
tos mezes para o sustento de pou- | cos dias nem havendo já
fazen- j das q bastem aos homens pa- | ra poderem comprar o
pouco sus- | tento que achão eainda os mais | fructos da Terra,
o qual humas ve- | zes nos tirão as pragas outras a | chuva e este
anno nove mezes de | Seca efalta de agoa Continua. Com- |
CARIAS DO SENADO

padessa-se VoSsa Magestade detan- | tas (Fls. 57) detantas


mizerias deferindo-nos logo o Requerimento que parese por |
todos os motivos justo assim efica- | mos esperando o será este
anno | motivo para que com muito maior vontade tenha- |
tenhamos sempre | noSsas Vidas e Fazendas sugeitas | ao dis­
por de VoSsa Magestade que DEUS Guarde que mandará o que
for Servido Bahia em Camara | quatorze de Agosto de mil esete
Centos João de Couros carneiro aSobscrevy" André Leitão
deMello” Sebastião de Araújo de Goes" Antonio Maciel Tei­
xeira7' João de Sáa Souto Maior" j Balthazar Gomes dos Reis"

COPIA DE HUMA CARTA ESCRI- | ta por


este Senado a Sua Magestade | sobre o
offerecimento que | fez este Senado de
pagar cem | homens para o Socorro de
Mom- | baça" —--------- "

SENHOR = Tendo notícia deque | VoSsa Magestade mandava


| hu desta Cidade socorro para (Fls. 57V) para restauração de
Mombaça | com tal empenho que ordenava | se tomassem sendo
necessários | dinheiros sobre Sua real Fazen- | da: Pareceo-nos
que não faria- ( mos Como leaes Vassalos de VoSsa | Magestade
senão concoresse- ( mos da nossa parte, a evitar que ! se
Fsegui-se aquelle empenho I e o concorrer para Socorro tão ne- |
cessário, eimportante epor isso ex- | aminãdo os effeitos appli-
cados | para opagamento da Infantaria | desta Cidade e as
rendas deste Conselho achamos que sem fal- | tar aquelle
nem as obri- gações ordinárias deste podíamos fazer | duas
Companhias de cincoenta | homens cada huma para odito |
Soccorro com aquelle Soldo, ea- | juda de Custo, que outras
pessoas | particulares que também offe- | recerão Companhia
lhes dirão (que foi dezesseis) que também offerecerão digo (o
digo é do original) dezesseis mil reis aca- | dahum epor isso
fizemos of- | ferta dos ditos cem homens ao Governa- | dor
(Fls. 58) e Capitão General deste Estado | do qual elle aceitou
eficamos | comessando apolla em execução | dos ditos dezesseis
mil reis, damos I quatro, Como VoSsa Magestade | costuma, dós
effeitos dadita In- | fantaria, e os doze das Rendas | do Conselho
enão era necessário | menos, para o muito que aqui custaráa
hum Soldado a (ilegível) e para se offerecer, como offerese

19
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO/ARQUIVO MUNICIPAL

gente Capaz e demelhor satisfação. Este Serviço bem vernoj


era | mais acertado fazermolo dando I primeiro aVoSsa Magej
tade po- | rem como a distancia he tam | grande eodito soccorro
seapresta | com brevidade, parecemos que | menor damno e
erro podia a | ver em aofferta, e execuçam | delia que emdej.
xarmos de ofa- I zer eassim esperamos de VoSsa Magestade que
haja porbem | acçam, em que nos não levou | nem temos mais
interesse que o I Servirmos aVoSsa Magestade que | anão
entendermos devemos assim | (Fls. 58V) assim, fazello em tal
©ccasião. Não soffre alimitação das Rend,as deste Conselho,
eamizeria em que fica esta [ terra’ fazermos superfluidades,
mas era razão que aprimeira | vez que com jam catholico
importante motivo VoSsa Magestade | se digne de que lhe dê
socorro esta I Cidade aos que a reprezentamos, | e sy (ilegivel)
a que tinha mos ven- | do que podemos fazer sem pre-1 juizo
do bem publico ou direito particular | Vossa Magestade que |
DEUS nos Guarde mandará o que for Servido Bahia em Camara
| quatorze de Agosto de mil esete | sentos João de Couros
Carneiro a Sobscrevy” André Leitão de Mello” | Sebastião de
Araújo de Goes” Anto- | nio Maciel Teixeira” João de Sáa Souto
Maior” Balthazar Gomes dos Reis”----------- ”

COPIA DA CARTA ESCRITA | por este


Senado a Sua Magestade sobre | o Gover­
nador Dom loão de Ltncastre | proceder
no seu GovernoBem (Fls. 59)

SENHOR = Dom loão de Lencastre | Governador eCapitão


General des- | te Estado continua a exercitar odi-1 to Posto com
aquella inteireza e singular procedimento de que a | VoSsa
Magestade temos dado no- | ticia nas Frotas passadas obran-|
do em tudo com notável acerto | e devido cuidado ezello doRe-
| al Serviço de VoSsa Magestade. I Esendo este o seu procedi­
mento u- | universalmente aeste anno se | tem avantajado asi
mesmo por | que havendo nelle nove mezes | de Seos efaltando
por estaCauza | agoas até para beber emantimen-| tos especi-
almente farinhas, ell el acudia a tudo, e cuida do bem des-1 te |
povo eseu augmento, esobras I publicas como se fora Procu-1 |
rador delle ou este o emprego do I seu Governo. A Frota pare­
cendo | impossível que podesse hir neste anno senão em tempo |
nunca | visto por haverem morrido os | gados por causa dadita I
cart/s do senado

Seca e | haver adita falta de mantimentos | (Fls. 59v) elle fez


que se aprestasse detal modo I esseouve nisso com tal cuidado
que I sem que vá falta de Couza alguma | ou fiquem cá os fructos
alguns vai ainda em tempo opportuno. Aserca do | Tabaco
houve-se com tal cuidado e | diligencia procurando evitar os
desca- [ minhos delle ea sua breve condução | que pudera bastar
esta só occupação para levar todo otempo aquaí aqual | quer outra
pessoa mas elle sem faltar | as mais couzas expedio odito
Tabaco | os fazendo assistências muito con- j tinua a despachos
delle e houve oc- I cazião que emhuma mesma ma- | nhã assestiw
na Relação na Caza | dos Contos, a assentar praça a Sol- dados
para a índia ena Caza | do dito Tabaco ao Despacho delle e em
outra foi a Praia que he destante | em Serviço deVoSsa
Magestade ha- | vendo no dia antecedente tomado | hum medi­
camento por que I (Fls. 60) he para admirar, que possa bas- |
tar huma só pessoa para o tra- 11>alho que dignamente podia
oc- | cuparmuitas ea que omove | o notável cuidado e inexplica-
| vel zello do Serviço de Vossa Ma- | gestade eSobre tudo »
referido he | o que tem obrado aserca do Soc- | corro que VoSsa
| Magestade manda | hirdaqui para Mombaça | por que sendo
esta ordem de VoSsa Magestade tão inesperada, vin- | do em
tempo tão exteril que | se fez por esta Cahza parecer a ou- | traí»
pessoas, aquem tão bem to- | c^va e executalla que era impos­
sível, o seu cumprimento | elle sehouye com tão eroico sucego
evaronil rezolt ção ‘'l que logo comes- | sou apor por obra oque
VoSsa Magestade
„ mandava tomãdo | sobre si as ocupações
de todas e | fazendo emandando fazer por si | tudo ehavendo-se
portal modo I que aseu exemplo demos cem homens para o
mesmo socorro co- | mo aVoSsa Alagestade avizamos | (Fls.
60v) em outra Carta e outras pessoas parti- | culares offa-
recerão também outros su- j cedendo o que senão poderá
cuidar, | nem aconteceria a outro que não | fosse tão exemplar
e tivesse assim | grangiado os Corações de todos ne | bastou o
dezanimallo aqueimada nau que VoSsa Magestade man- | dou
para ir para a índia por- | que ainda que sintio estar de- | cama
e commedicamentos enão | poder por isso acudir pessoalmen-
| te a odito fogo como faz a os que I se ateam nesta Cidade, teve
a- | quelle sucesso por mercê de De- | os, como parece foi pela
incapacidade | da dita nau finalmen- | te acha - se no dito
Governador, | justiça, afabilidade, Zello, cuida- | do, inteireza,
eacerto muito | conforme aquemhe e a o Servi- | ço de VoSsa
IÇ- DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO \RQUIVO MUNICIPAL

Magestade aquem | dos esta conta /or cum- | prir | com I


VoSsa Magestade nos | ha encarregado e dezejarmos qUe pl
seus acrescentarnentos sirvão | de estimulo a outros 1°’
oimi- | (Fls. 61) para o imitarem e Servirem sempre ' T
VoSsa Magestade com ade- | vida pontualidade; De que J
aqui temos dito si mostra bem | que huma das grandes oh/
ga- | ções em que aVoSsa Magestade | estamos he conservar
nos tan- | tos annos o dito Governador Ge- | ral ehé tanto
nosso aggrado | esta mercê’ que quizeram que | fosse perpe.
tua eainda que bem | vemos que não he razão nem | possível
não podermos ao menos deixar dedizer aVoSsa Mages-1 tadé
que odito Governador como | aVoSsa Magestade já consta,
foi pelo certão dentro em muitos grande distancia ecomó
inex- | plicavel trabalho aabrir os mine- | raes do Salitre, t
commeffeito | armou afabrica delle epor es- | ta tem tirado
aque digo (odigo é do originjl) oque | cada anno está envian­
do aes- | te Reino com tão grande lu- | cco da Real Fazenda
deVoSsa | Magestade eagora temos noti- | cias de que já no
l' districio desta | (Fls. 61 V) desta Capitania setem achado
; oiro, | de que dizem manda a VoSsa Ma- | gestade amostra, e
t ■ que tem encom- | mendado apessoas de confiança o | desco­
brimento das Minas que se- I prezume estão no mesmo Des-
tricto | e de Caminho para ellgs mais opor- | tuno e se assim
se conseguir como | se deve esperar de sua^deligencia | e cui­
dado so o dito Governador Geral | com o habito que tem feito
aestes I ares e trabalho e o amor que tem | merecido atodos
neste Estado poderá | hir fazer comessar a abrir as ditas |
Minas e dispor tudo com omodo | mais util a VoSsa Mages­
tade eao bem publico e assim que quando | elle se queira
[ sacrificar aeste tra- | balho edetenção como se pode espe-1
rar da subordinação que em tu- | do tem mostrado ao dispor
egosto | de VoSsa Magestade parece que será | muito impor­
tante que VoSsa Ma- | gestade lhe recomende esta deligen-|
f cia eonão alevie ou empregue | em outra occupação até ofim
da- | quella VoSsa Magestade que | DEOS (Fls. 62) Guarde
Efará o que for Servido Bahia | e Camara quatorze de Agosto
demil e | sete centos João de Couros Carneiro a- | sobscrevy
“André Leitão de Mello” Sebastião | de Araújo de Goes” An-
tonio Ma- | ciei Teixeira” João de Sáa Souto maior” | Bal
tbazar Gomes do Reis”-------- ”

2X
CART Is DO SENADO
i
REGISTRO DEHUMA CARTA escri- | ta a
Sua Magestade de por este Senado | sobre
Hospício dos Agostinhos descalços | senão
mudarem de N. Snra da Palma “---------- "

SENHOR Por mandado e Ordem de VoSsa Magestade


mandou o Go- | vernador e Capitão Geral deste Estado | An-
tonio Luiz Gonçalves da Cama- | ra Coutinho a este Senado
huma Car- | ta de seis de Março de seis centos | e noventa e
:rès para se lançar nos | Livros dclle ecom ef- feito se lançou,
aqual Carta manifestava o espe- ciai contentamento egosto
que VoS- | sa Magestade tinha deque os | Padres eremitas
descalços de San- | to Agostinho assestissem em hum | Hos­
pício nesta Cidade com qua- | tro Religiozos para recolherem
(Fls. 62 v) nelle os missionários aque ouverem de | hir para
Sam Thomé, ou os quede | Sam Thomé passassem para o
Reino | ou se viessem curar aotal Hospício | evendo odito Go­
vernador e Capitam | General digo (o digo é do original) e
Capitão Geral o catholico | Zello de VoSsa Magestade em -pro-
| ver as Conquistas de Missionários com | tam grande proveito
ebem desalmas | dos que nellas assistem mandou; Logo os di­
tos Padres Agostinhos | descalços a Comodar em humasCa- |
zas terreas próximas a huma es- j mida de N: Senhora da Pal­
ma junto aos quartéis dos Soldados do | Terço Velho | por
ser hum dos Sitios"* | que VoSsa Magestade nomeava | para
otal effeito dando-se-lhe so- | lemnemente datai Igreja aposse
| ecelebrando-se em Nome de VoSsa | Magestade contractos
com os admi- | nistradores da dita Capella, aque assistirão o
Procurador da Coroa; | o Procurador da Fazenda Real, o Ju- |
&
is ordinário deste Senado, o Escri- | võa da Camara e vários
Ministros | de Milicia evendo toda esta Cidade | (Fls. 63) Ci­
dade o grande Zello efervor com que| estes Religiozos sendo
somente | dous os que tem tido mai- | or assistência neste Hos­
pício assestião a | obrigação de seu Officio de Missiona- | rios
introduzindo afrequencia dos | Sacramentos com se acharem
to- | dos os dias nos Conficionarios enos púlpitos quando
selhe offerecia aoc- | cazião com grande edifficação de | todos
pois sendo tão poucos trabalhavão como se fossem muitos eo
| que mais admira he que até ago- | ra setem mostrado tam
despega- | dos do interesse que não tendo fei- | to obra nenhu­
ma para o seu co- | modo sempre se mostrão occupa- | dos

23
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ^ARQUIVO MUNICIPAL \

em acomodar a muitos como | hé dar estado amuitas pessoas


que | vivião estragadamente emoderar | a Vida aos Soldados
do Terço que | vivem junto ao seu Hospício | quaes senão tem
visto nenhum desmancho depois que estes Reli- | giozos ahi
assistem e Estando este Senado certo da bôa vida | destes Re-
ligiozos etodo o seu bom (Fls. 63v) bom procedimento o qual
não he possi- | vel referir - se cabalmente nos propo- | em o »
Procurador da Cidade por peti- | ção em nome de toda ellla
P huma fa- | ma vaga e publica em que os seus | Prelados não
obstante não manda- | rem Religiozosgiozos a Renderem osque |
?«• aqui assistem, ou encherem onu- [] mero dos quatro que VoSsa
f Mages- | tade manda que devem ser Confes- | sores, e Prega-
L dores com patrocínio | do Tribunal das Missens orde- ! não
Ir aos ditos Padres que dezamparem o dito Hospicio de Nossa
(- Senho- | ra da Palma em que assistem e se recolhão os que fo-
£ rem para as | missoens no'convento dos Padres | Carmelitas
Calsados. Pelo que en- | tendemos estar obrigados para sa- |
tisfazermos ajusta petição evon- | tade deste Povo, avizar por
. . Mta | a VoSsa Magestade o escandalo e | grande sentimento
MB tem todo | elle não só os desta Cidade mas | ainda os de-
Ka com afalta dos taes Religiozos para que apiedade | Ca-
toHca que sempre assestio eas- | (Fls. 64) eassiste em VoSsa
ÍlHBít»dr se com- | padeça çmova aconceder aestes se- | us
aasaHos, este Hospicio de Nossa Senhora da Palma para uti-
dade | grande de suas almas e es- | pelhb para compor suas
csMsciencias | com a assistência de Religi- | ozos tão letrados
evirtuozos como | até gora nelle assistiram VoSsa j Magestade
comtudo rezolverá | nesta matéria oque for servido | Bahia
I». em Camara a os quatorze de Agosto demil esete centos | João
de Couros Carneiro asobscrevy” | André Leitão de Mello" Se-
k bastião | de Goes e Araújo*' Antonio | Maciel Teixeira" João
de Sá | Soutomaior” Balthazar Gomes dos Reis “------- -"
REGISTRO DA CARTA DO SENA — I do
escrita ao Procurador da Ci- I dade de
Lisboa **----- ”
IT, Recebemos ade Vossa Mercê e estimamos logre perfeita saude
e ren- | dendo juntamente
« eracas |I d»
iuntamente as graças da deligencia «trabalho
que tem (Fls. 64v) em todos os nossos particulares os oua- I
es não devemos esperar o effeito por f depender duparecer
dos Ministros e | só queremos a applicaçâo que expe- | rimenta-
34 làÉgààMyjfflfê. 1 ...... L
7
■B>^. <?f ; CART/S DO SENADO

F (
mos, e nesta Certeza envi- | amos a VoSsa Mercê oSaco das
Cartas | para as fazer entregar aos Tri- | bunais a que vão re­
metidas, epara | Vossa Merce saber a sustancia dos | negocios
vai a Lista assegurada pe- | lo Escrivão deste Senado que es­
pera- | mos devermos a Vossa Mercê com- [ seguidos os Re
querimentos -prezen- | tes eos que forão do anno pas- | sado
| de que vai Resposta do Conselho so- | bre sedarem a impor­
tância das | Terças das novas Villas para se | despenderem
com a Infantaria | e sobre a deminuição - das Praças | que se
pertende deve | responder também p Provedor mor aquem |
(ilegível) informasse esperamos de Vossa | Mercê que emto-
dos estes negocios | obre como até oprezente tem feito | ese
hé possível por mais applica- | ção afalta digo (o digo é do
original) | ofassaempenhando nisto todo oseu poder princi­
pal- | mente (Fls. 65) em que sd nomeie hum Mi- | nistro
desta Relação para seajustar | as Contas do que se dever do
IResto do | pedido de hum milhão, duzentos | eoitenta mil
cruzados que prometeo | este Povo voluntareamente, | ede pre-
zente geme com os discomo- | dos deste gravamen em tempo |
tam mizeravel como lá sera pu- | blico e se poderá ter algum
alen- j to vendo que não quer apieda- | de de Sua Magestade
que se per- | petue e somente se lhe ajuste I a promessa que
entendemos está | quaze e sefica conforça co- | brando para
seacabar de ajustar, | vai hum Requerimento do The- | zou-
reiro deste Senado Domingos | Monteiro de Faria evão os pa­
péis necessários, pedimos aVossa Mercê tome este negocio
mui- | to asua Conta eque seconsiga | anão pagar meia annota
| o Thezoureiro que for das Ren- | das do Conselho por não
ter or- | denado algum epornão haver | quem quizesse servillo
sem mo- (Fls. 65 v) moléstia de ser prezo aneixou estese- |
nado dita Infantaria digo Thezouraria ados effeitos | da Infan­
taria com este só ordenado | esperamos obre Vossa Mercê em
tudo | conforme a confiança que fazemos | da Pessoa de Vossa
Mercê que Deos | nos Guarde pormuitos annos Ba- | hia em
Camara quatorze de Agosto | demil esete centos João de Cou­
ros Car- | neiro asobscrevy” André Leitão de Mello” “Sebas­
tião de Araújo de Gois” “Antonio Maciel Teixeira” “João de
Sá Soutomaior” “Balthazar Gomes dos Reis” ------- “------- ” —

25
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO A. ARQUIVO MUNICIPAL

COPIA DA CARTA DE SATISFAÇÃO | a


Sua Magestade, por via do Chan- | celler
deste Estado João da Rocha Pitta, sobre a
Informação do dito | Senhor, mandou ti­
rar pelo dito Mi- | nistro da Conta que ti-
verão os Iffi- | ciais da Camara para o
acrescen- | tamento do ordenado de ses­
senta | eseis milReis que vencia o Porteiro
doConselho em cento ses- | senta eseis que
hoje vence "-------------" “------------- ”

SENHOR = Acrescentamos o orde- | (Fls. 66) ordenado ao


Porteiro Supplicante por- | que nos mostrou por documentos
autênticos enos heranotorio ser muito | limitado o Salario que
tinha i arespeito do muito trabalho | que tem edo estado do
tempo pa- | ra oque temos “faculdade expressade Ma­
gestade pela ordena- | ção L.° l.° tt.° 66 § 7 Jbi — Atalha-^ |
rão Soldados com os porteiros ecom | outras pessoas que hão
de servir | o Conselho epor seus mandados | serão pagos enão
deoutra ma- | neira enestes termos parecia es- | cuzado fazer­
mos nem nós nem | o Suppe supplica especial a VoSsa | Ma­
gestade para o Referido Frus- | ta, enim precibus impetran-
tur | quod alege conceditur. VoSsa Ma- | gestade mandará
oque for ser- | vido Bahia e Camara dois de | Junho de mil
esete centos João | de Couros Carneiro ósobscrevy” | André
Leitão de Mello” Anto- | nio Maciel Teixeira “João deSá |
Soutomaior” Balthazar Gomes dos Reis "---------” “---------- ”

(Fls. 66 v) COPIA DA CARTA ESCRITA a


Sua Magestade | no Navio que foi depois |
da Frota "------------ ” “------------- ”

SENHOR = Com a Frota demos Conta [ a VoSsa Magestade


de que tenha- | mos offerecido cem homens para | duas Com­
panhias das que VoSsa | Magestade mandou hir em soccor-
| ro para Mombaça se tantos a- | chacemos que quizessem as­
sentar i Praça esetem já feito os dois Ca- | pitaens Alferes e
Sargentos e al- | guns Soldados otemos dado alem | dos Cento
sessenta eseis Reis aca- | da hum destes como VoSsa Ma- | ges­
tade avizamos quarenta mil- | reis acada Capitão vinte acada
| Alferes e dezoito acada hum Sar- | gento por haverem assim

26
CART/3 DO SENADO ' ’

■r" ( . ..
K feito | as mais pessoas particulares que | terão Companhias
Jf eser tudo ne- | cessario para atai empreza. Espe- | ramos que
F este Serviço que en- I tendemos ser tão devido ao que | temos
de tão obrigados Vassallos | deVoSsa Magestade tenha benig-
| na acceitação nos olhos de VoSsa | (Fls. 67) Magestade te­
nha benigna acceitação | que mandará que for Ser- | vido a
PeSsoa de VoSsa Magestade nos Guarde Deos muitos annos.
Ba- | hia e Camara aos nove de Setem- | bro demil esete centos
João de | Couros Carneiro que o Sobscrevy" | André Leitão de
Mello “Antonio | Maciel Teixeira "João de Sá Sou- | to maior
“Balthazar Gomes j do Reis"------”--------- ”

COPIA DA CARTA ESCRITA A | Sua Mages­


tade por este Senado | sobre os negros que
levão para | o Rio de Janeiro emais partes es-
jjp | crita no Navio» que veio dê ar- | ribada.

SENHOR = Daqui se levão muitos | negros para Pernambuco


Rio de | Janeiro e Santos de que rezulta va- | lerem nesta Ca­
pitania muito ca- I ros e se receia se venha aperder | ou demi-
nuir muito a Lavoura | de Canas eplanta de Tabacos J e fari­
nhas nesta Cidade com mui- | to grave prejuízo desta Repu­
blica | (Fls. 67v) edos Reaes Direitos de VoSsa Ma- I gestade
pelo que parece conveniente | ^jue VoSsa Magestade mande
pro- | hibir se levar daqui para adita | Capitania de Pernam­
buco Rio de | Janeiro e Santos osmegros novos que | vem de
Angola Costa da Mina ou j por-lhe taixa sem o que senão po- ]
dera evitar tãogrãde damno |. VoSsa Magestade mandará
oque for Servido a PeSsoa deVoSsa Magestade Guarde Deos
muitos annos. Bahia e Camara trinta de Setembro | demil
esete centos João de Cou- | ros Carneiro a sobscrevy André
Lei- | tão de Mello" Antonio Maciel Tei- | xeira “João deSá
Soutomaior" Balthazar Gomes dos Reis”-------- ”-------- ”

COPIA DA CARTA ESCRITA POR ES- | te


Senado ao Procurador delle da Ci- | dade de
Lisboa no Navio que veio de arribada".

Arribou este Pataixo enelle nos | pareceo dar parte a Sua Ma­
ces- I tade pelos seus Conselhos do ultra- I mar o estado em
Çomo lhe derão | (Fls. 68) oitenta mil- | reis de ajuda de
L 27
custo | adous Capitaens, quarenta mil reis adous Alfares ese- I
tenta edous | aquatroSargentos que vão para | Mombaça \
etambem sepede aodito | Senhor sejaServido mandar [ decla­
rar não vão desta Praça negros | novos para asCapitanias de
Pernambuco | Rio de Janeiro e Santos pelo gran- | de damno
que sem duvida re- | zulta atoda lavoura principalmente | ado
Assucar e Tabaco que | ao menos se lhe ponha taixa ou | es-
perão deVoSsa Mercê as entregue I e procure o effeito dellas
com aquella | deligencia ezello que costuma a | Vossa Mercê |
Guarde Deos | muitos annos Bahia e Camara | trinta de De­
zembro demil esete | centos “João deCouros Carneiro” | asso-
bscrevy” André Leitão de Mello” | Antonio Maciel Teixeira”
João de Sáa — Soutomaior “Balthazar Gomes dos Reis”----- ”

COPIA DA CARTA ESCRITA A SUA | Mages­


tade por êste Senado sobre se largar para
a Caza d'Alfandega | (Fls. 68 v) a da Moeda
que está na Praça eada Alfandega para
Despacho do Tabaco | com os emolumentos
dos que para | o Senado “
1 _ - —. —I -Z-x. ' *

Ordenando VoSsa Magestade que nes- | ta Cidade se lavrasse


moeda Provin- | ciai se fundou pa seu uzo na Praça delia Caza
| para Officina noLugar em que es- | tava a Alfandaga e despa­
cho das | fazendas epara mister se fez | dútra caza na Praia a
mesma | Cidade e mandando depois- | VoSsa j Magestade se­
não lavrasse, mais mo- | eda por parecer bastante a que se
achava feita ficava dita Caza em | que ella se fabricava inuti
sem ser- | ventia alguma estando também dispôs- | to por or­
dem de VoSsa Ma- | gestade que todo o Tabaco que fosse |
para esse Reinose Registasse cá | primeiro se elegeo para Caza
do | Registo hum Armazém em que | estava abalança epezo do
Conselho | esobre serem os emolumentos | dos Tabacos que
nelle se recolhem ser | da Caza ou do rematador da Renda | da
dita balança houve contravercia | (Fls. 69) e sedicidio por
acordão da Rellação | deste Estaçlo pertencerem ao dito ser |
da Cazataes emolumentos eorrema- | tador semente a exportula
de tres I reis por asrouba do Tabaco que sepa- | rasse digo (o
digo (o digo é do original) quese pezasse por esta | razão trata
odito rematador I de encapar o Contracto edesfazer a | dita
Rematação confundamento | de aver arespeito dos emolumen-

k28
CART/ DO SENADO
7

tos | de dous vinténs por Rollo evintem | por pao de Tabac


que na Caza | da dita balança cujo lugares elle | pagava, s
recolhida que sempre ti- | verão seus antecessores rematado
por preço excessivamente maior do | que havia de Rematar s<
soubera que | só havia de lucrar os ditos tres reis | do pez<
para cujo effeito se alitigan- | do com este Senado epor que s<
segue | considerável perda ao mesmo Sena- j donaõ só pelí
duvida do letigio | maz principalmente pela demi- | nuição qu(
nos annos subsequen- | te ade haver nadita balança | se se ar
rematarsem os ditos emolu- | mentos o que também redun
dará | (Fls. 69v) em perda de Vossa Magestade pela terça que
tem nas Rendas do Senado que | não são superabundantes que
possão experimentar tal diminuição aos | homens de Negocio
desta Praça ema- | is povo he muito mais conveniente ter a Al­
fândega e Caza de despa- | cho aonde foi eestava primeiro como
sevê do documenhto incluzo pela maior parte delles assinado
pois evitarão com isso os furtos | e outros damnos que agora |
experimentão e a dita Caza da Offi- | cina dáMoeda que hoje
não tem | serventia hémuito capaz de ser-1 vir de Alfandega sem
despeza de I VoSsa Magestade das sobras dames- | ma Moeda
que VoSsa Magestade | por Sua Grandeza havia renun- | ciado
por fazer mescê a esta Cida= | de entroduzindo-se outra vez
a | Alfandega para esta Caza fic^ | muito comoda aoutra caza
que | ora serve de Alfandega etambem | sefez sem despeza de
VoSsa Ma- | gestafle para abalança e Registo | dos Tabacos
noque poderá haver | (Fls. 70) crescimento na Renda da dita
ba- | lança em que VoSsa Magestade | tem tãobem Terça epor
todas estas | Razoens prostrados e os Reas Pez | de VoSsa Ma­
gestade lhe pedimos j que pelos bons Serviços que VoS- ( sa
Magestade tem recebido des- | te Senado em especial pelo que
lhe fez em aprestar cem homens | com seus Cabos para o So­
corro j deMoamba com despeza de hum | conto sete centos no­
venta edois mil | reis que VoSsa Magestade houve | por bem ag-
gradecer com promes- j sa da gratificação e este Senado I por
Carta sua de trinta de Mar- | ço deste prezente-anno expedi- I
da pelo seu Conselho de Estado | queiramandar que adita Ca- |
za da Officina da Moeda Sirva | de Alfandega e conceder então
lada Alfandega aeste Senado | para Caza da Balança epezo |
com o encargo de ter também nel- | la o Tribunal do Registo
dos Tabacos | quepara huma eoutra cou- | za tem Capacidade
pagando-se | (Fls. 70 V) o mesmo Senado os quarenta Reis (
29
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DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO^ARQUIVO MUNICIPAL K

por Rollo evinte reis por pao que a- | gora cobra o dono do dito I
Armazém | eSenclo assim nos offerecemos mais | a fazer a custa 1
do mesmo Senado | quartéis para o Terço Novo de Infan- | ■
taria quepor lhe faltarem sedespen- | de em cada anno grande ■
parte | dos seus effeitos em alugueis de | Cazas para ella ealem I
detudo se- | rá por esta graça que de VoSsa Ma- | gestade es- I
peramos eterno omoSso ag- [ gradecimento eigualmente se-' I
gura | anoSsa Obediência para tudo oque | VoSsa Magestade 1
for Servido or- | denar-nos a Real PeSsoa de VoSsa Ma- | ges- I
tade GuardeDeos Bahia e Ca- | mara a vinte esete de Agosto ’
de | mil esetecentos ehum, e Eu Pe- | dro Dias Pereira, que
sirvo de Es- | crivão da Camara os sobscrevy” | André Leitão
de Mello” João de | Barros Machado “Pedro Barbo- | sa Leal”
Gonçalo Soares da Fran- | ca “João Gonçalves Pinheiro”----- ”
>>

REGISTRO DEHUMA CARTA | (Fls. 71) E


COPIA escrita a Sua Magestade | sobre o
Conservar ao Juis de Fora | na Cobrança '
das dividas Velhas |

SENHOR = Mandando VoSsa Mages- | tade que os sobejos


das contribui- | çoens e Subsídios que este Senado | adminis­
tra, edeque paga a Infanta- | ria selhe remetessem para | as
moniçoens replicou An- I tonio Louis Giz da Camara Couti-I nho
sendo Governador e Capitão | Geral deste Estado que poderia
I rezultar da dita remessa | não ha- | ver nos annos em que
ouvesse fal- | ta com que cabalmente sepagar | adita Infan­
taria epara que a- | quella se evitasse ordenou VoSsa | Ma­
gestade ao mesmo Governa- | dor por Carta sua de oito de |
Março de seis centos noventa | etres nomeasse Ministro que
mi- | Ihor lhe parecesse para a cobran- | ça das dividas atra*
zadas que | ouvesse dos dhos subsidios eque | de tudo oque
puzesse em arreca- | dação levasse hum emeio por cento e
setirasse onecessario para | (Fls. 71 v) para adita Infantaria
eo mais se- | lhe remettese avendo o dito Gover- | nador feito
adita nomeação e seus | sucessores em vários Dezembar- |
gadores não semente se não conse- | guio o intento Referido
mas se se- | guirão os damnos que fizemos pre- | zentes dVoSsa
Magestade em Car- ta de seis deJunho de noventa e | seis a que
attendendo VoSsa Ma- | gestade eanos averdade do Juis | de
Cartjs do senado

Fora e Prezidente Letrado | quebem podia fazer as ditas ex- |>


ecoçoens respondeu por Carta | de dez de Janeiro de noventa
e | sete de que vai aCopia inclu- | za ordenava ao Governador |
deste Estado nomeasse por ex- | ecutor das ditas dividas ao
Juis | de Fora, e com effeito elle no- | meou a Jozé da Costa
Corrêa que | então oera oqual fez adita co- | brança com toda
asatisfaçam I eacabando em Maio do anno | passado lhe su-
cedeo André Leitão de | Mello que acontinuou não com menos
I cuidado etem I (Fls. 72) cobrado dividas muito antigas sem
I exceptuação de pessoas, esemdeminuição | do que seus ante­
cessores cobravão etem | feito dar todo odinheiro necessário |
para pagamento da Infantaria I de sorte que sempre selhe | fez
adiantado, esem embargo do i referido tivemos agora noticia |
de que VoSsa Magestade tornava | aencarregar adita cobran­
ça com | duzentosmil reis deajuda | de custo aodito Jozé da
Costa Corrêa | sendo já Dezembcirgador epessoa | estranha
aeste Senado por que is- | so não temjá nelle aconveni- | encia
que no dito Juis de Fora, | assim pela maior facelidade, | epor
elle não levar Salario al- | gum com que a este podemos | fa­
zer os Requerimentos necessa- | rios como por lhe tocar opa-
ga- | mento da d.a, Infantaria para o j qual necessariamente
ade cõ | mais cuidado aplicar acobran- | ça de seus effeitos,
ignoramos | a Cauza que possa Jiaver para | VoSsa Magestade
revogar amer- | (Fls. 72 v) amercê que nos avia feito eprivar
| aodito Juis de Fdra dajurisdição que | pelo seu cargo j lhe
toca não só para acobrança | das dividas próprias desta Ca­
mara | senão também para as dema- | is que elaadministra po-
dendo-se | por isso entender que desmerece aquel- | la confi­
ança que VoSsa Magestade | delle primeiro havia feito, por
isso | pedimos humildemente a VoSsa Ma- j gbstade seja Ser­
vido mandar-se in- | formar detodo o Referido, eachan- | do
ser verdade ordem que odito Juis de | Fora continue na mesma
cobran- | ça sem embargo de | quaesquer ordens em contrario
e| consequentemente seus sucessores - | na forma que ultima­
mente | havia mandado esobre tudo VoS- | sa Magestade man­
dará o que | for Servido. A PeSsoa de VoSsa Ma- | gestade
Guarde Deos Bahia eCamara | avinte esete de Agosto | demil
setecentos ehum Eu Pedro Dias Pereira que sirvo de Éscci- |
vão da Camara asobsccevy” Andre (Fls. 73) Leitão de Mello”
João de Barros | Machado” Pedro Barnoza Leal” —^Gonçalo
Soares da França "João Gonçalves Pinheiro "------- ”--------- ”
31
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO, ARQUIVO MUNICIPAL

COPIA DE HUMA CARTA ESCCI- | ta por


este Senado a Sua Mages- | tade sobre pedir I
Provizão per- | petua para se não remata-1
rem os Assuca-res eoutros generos a- | inda I
que se penhorem senão | pelo que seavalia-
rem quinze | dias antes de partir a Frota"
SENHOR = Attendendo VoSsa Magestade | e os damnos que
rezultavão aos | Lavradores do Reconcavo desta Ci- | dade de
que seus assucares se • rematassem antes da partida | da Frota
em Razão devalevem | nesteTempo muito maior | preço do que 1
arrematando-se j - lhes antecedentemente era sem- | pre por
muito menos. Foi ser- | vido ordenar por Carta sua । do anno
de mil seis centos no- | venta etres que os ditos assucares | |
ainda que fossem penhorados, | (Fls. 73 v) muito antes senão
podessem re- | matar e que os Credores os Recebes- | sem pelo
que fossem avaliados pe- | lo arbitrios do Conselho quinze
dias | antes da partida da Frota com | declaração que esta or- .
dem du- I rasse por tempo de seis annos como | também pelo
mesmo tempo se | havia já ordenado por outras Car- | tas dos
annos de seis centos ses- | senta e cinco e seis centos oitenta | |
ehum e ainda por conseçoens ma- | is antigas, epor que setem 1
acaba- j do os últimos seis annos epre- | ziste amesma Cauza
por que VoSsa | Magestade fáz aquella concessão’ | eos Credo­
res não recebem damnos | de não rematarem os ditos assu-1
cares antes dos ditos quinze | dias por quanto como os assuca-
I res são para hir na Frota lhes I basta este Termo para os
embar- | car ouvender e | de os rematarem antes se segue | co­
nhecida perda dos Lavradores | pela differença dos preços
dehum | tempo aoutro. Prostrados aos Re- | (Fls. 74) Reaes
Pez de VoSsa Magestade lhe | pedimos queira mandar nova
or- | dem para que se não possão re- | matar os Assucares ain­
da que I se penhorem antes senão que recebão pelo queforem
avali- | ados quinze dias antes da par- | tida da Frota eque esta
ordem | dure em quanto VoSsa Magestade | não mandar ou­
tra em con- | trario e a Real Pessoa de VoSsa | Magestade
Guarde Deos Bahia | e Camara a os vinte esete de Agos- | to de
mil sete centos ehum e Eu | Escrivão digo e Eu | Pedro Dias
Pereira que sirvo de | Escrivão da Camara as sobscrevy” An­
dré Leitão I de Mello” João de Barros Machado Pedro Bar-
boza Leal “Gonçalo Soares da Franca” João Gonçalves | Pi­
nheiro” ------------ ”-------------”--------- " .

Ü12
CARTAZ DO SENADO

REGISTO DEHUMA CARTA QUE | este Se­


nado escreveu a Sua Magesta- | de em abono
Cura-Doutor | João Borges para o Colarse no
dito Curat.° (Fls. 74 v).’

SENHOR = Falecendo nesta Cidade | o Doutor Antonio de


Brito e Gois | Cura da santa Sé o Arcebispo que então | era
Dom João Franco de Oli- | veira attendendo ao merecimento |
do Doutor João Borges de Barros | Dezembargador da relação
Eclesi- | astica deste Arcebispado e Conigo da mesma Sé o
proveu | naquelle Curat.0 com ageral acceita- | tação e bene­
plácito de toda a No- | breza e povo desta Cidade, eporque |
Senhor concorrem ainda a mesma j sufficiencia capassidade e
satis- I fação na Pessoa do dito Dezem- | bargador João Bor­
ges de Barros | humildemente prostrados aos Re- | aes Pez de
VoSsa Magestade lhe | pedimos e Rogamos, em Nome | de
toda a Nobreza e Povo desta | Cidade se Sirva VoSsa
Magestade | por Serviço de Deos confirmar | no dito Curato
ao mesmo De- | zembargador João Borges de | Barros. VoSsa
Magestademandará | o que for Servido A Real | Pessoa de
VoSsa Magestade Guarde | Deos muitos annos Bahia e Ca- |
(Fls. 75) Camara a os vinte esete de Agosto | demil sete centos
ehum, e Eu Pe- | dro Dias Pereira que sirvo de Es- | crivão da
Camara asobscrevy” An- ] dré Leitão de Mello” João de Bar­
ros Machado “Pedrb Barboza Leal” Gonçalo Soares da Franca
“João Galz Pinheiro”. ------------ ”

COPIA DE HUMA Carta es- | crita por este


Senado a Sua Ma- | gestade para que mande
suster | com o lançamento das fintas do |
dote epaz de Olanda em quan- | to o Prove­
dor Mor não toma a Conta “------------ ”

SENHOR ~ Na Frota do anno pas- | sado pedimos aVoSssa


Magesta- | de pelo Conselho Ultramarino em | Carta de qua­
torze de Agosto do | mesmo anno que se remeteu | aesse Tribu­
nal da Fazemda de ] VoSsa Magestade nos mandasse | tomar
Contas do Donativo que | esta Capitania e as anneixas pro- |
meterão para o dote da Serenis- | sima Senhora Rainha da
Gram- I (Fls. 75 v) Bretanha e Paz de Olanda | por acharmos
tínhamos pago- | quaze todo, etermos fintas ja lança- | das por
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DC, .ARQUIVO MUNICIPAL

que bem apodiamos acabar | de pagar, efoi VoSsa Magestade Ser-


| vido mandar enformar sobre este | Requerimento ao Prove-1
dor Mor da | Fazenda deste Estado ecomo assu- | as occupa-
ções são muitas epara | informar cabalmente lhe hene- | ces-
sario tomar as ditas Contas, o- | não fará talvez senão com 1
mui- | to vagar eeste nos he muito pre- | judicial, se entantq ;
sefizerem no- | vas lança mentos da dita finta | pois viremos
apagar demais, o | quepor elle se cobrar por quanto | havendo i
sido adita Promessa dehum milhão duzentos eoiten- | ta mi
Cruzados temos pa- go quatro centos ecincoenta e cinco
contos quatro centos e onze mil | trezentos oitenta e hum Reis, ■
de | que temos Conhecimentos emais | papéis correntes eassim
faltão so- | mento cincoenta eseis contos qui- | nhentos oitenta
eoito milseis cen- | (Fls. 76) centos edezenove reis para cujo pa­
ga- [ mento temos fintas já lançadas, e j parte cobradas quq
importam mui- | to mais, 'énão se acabarão de cobrar | este |
anno pela mizeria delle, e em- | quanto ofaremos eo dito Pro­
vedor | nos toma as ditas contas; pedimos f a VoSsa Mages­
tade seja Servido man- | dar suspender os ditos- novos lánça-
| mentos e que pago o dito resto fi- | quemos dezobrigados do I
dito Do- nativo, como o está o Rio cie Janeiro atantos annos,
e VoSsa Magesta- | tade que Deos Guarde mandará | o que for
Servido Bahia e Camara | a ^inte esete de Agosto demil | sete I
centos ehum, e Eu Pedro Di- | as Pereira que Sirvo de Escri­
vão | da Camara o sobscrevy” André | Leitão de Mello” Pedro
Barboza Le- | al” Gonçalo Soares da Franca” | João de Barros
Machado” João | Gonçalves Pinheiro” -------------------- ’

COPIA DA CARTA QUE ESTE SENA- | DO


escreveo aSua Magestade | para que aliviasse
de Nomearem I (Fls. 76 v) sugeitos para
servirem de Thezour.0 | Almoxarifes da Con­
quista Geral pa- | ra ficarem por elles obri­
gados os Vereadores “—” |

SENHOR = Foi VoSsa Magestade Servi- | do ordenar ao Go­


vernador e Capitão Geral deste Estado por Carta de doze | de
Março deste an- | no que nos cons- | trangesse a nomear tres
pessoas | para cada Officio do recebimen- | to da administra­
ção deste Esta- j do e ordenando nollo elle assim | não fizemos
logo a dita nomeação | assim por não termos noticia de | que

34
CARTA", •• SKNA»«

houvesse agora Officio algum | dos sobre ditos vagos, epor


pro- | ver, que he quando parece se | adefazer a dita nomea-
ção, co- | mo porque as pessoas de quali- | dade daquellas que
até aqui | tem Servido os ditos Officios são | pouco abonadas
ealguns bens | que tem são moveis e de pouca | duração como
quaze todos os des- | te Estado’ ecomo supomos que | nome­
ando os não ha de ter ma- | is fiadores que nos Recorremos
á | (Fls. 77) VoSsa Magestade pedindo - lhe hu- | mildemente
seja Servido aliviar-nos desta obrigação, que nos pode | ser
ão prejudicial, eparece não | deve accescer as muitas que te­
mos administrando ,os effeitos | da Infantaria, e pagando -
he | eexperimentando outros mui- | tos encargos sem Salario
ou lu- ; cco algum, emais quando até | agora nãofizemos no­
meação | semelhante, nem ainda senos | Requereo approvação
das fianças dos ditos Officiaes segundo | anoSsa noticia ese
selhes derem | aquelles ordenados, | que nos de- | rem tinhão
apoucos annos não | hãode faltar Pessoas idôneas que | quei-
rão servir, epossam dar fian- I ças abonadas, equando VoSsa
| Magestade não seja Servido j escuzarnos ao menos nos faça
| mercê de dar faculdade para | nomearmos as pessoas que
bem ' nos parecer de qualquer qualida- | de que sejão para
que possamos | fazello de Sorte que evitemos o | (Fls. 77v)
o damno que justamente tememos | VoSsa Magestade que
Deos Guarde man- | dará oque for Servido Bahia e Cama- | ra
a os vinte esete de Agosto demil se- | tecentos e hum e Eu Pe-i
dro Dias Pereira | que sirvo de Escrivão da Camara oso- | bs-
crevy” André Leitão de Mello"' João de | Barros MaChado"
Pedro Barboza Lc- | al" Gonçalo Soares da Franca" João Gon-
çalves Pinheiro"----------

REGISTO DEHUMA CARTA | que este Se­


nado escceveo a Sua Ma- | gestade sobre a
Marchantaria “-----------’

SENHOR - Por se evitar oprejuizo que re- | cebião os Cria­


dores de Haver nesta Cidade Rendeiro dos assougues foi |
VoSsa Magestade Servido mandar- I nos passar Provizão de
oito de Mar- ço de seis centos oitenta ehum pa- | ra que po-
dessemos das os Talhos | a os ditos Criadores para por si cor­
tarem seus gados pelo preço que | nos parecesse eda hi para
baixo | pelo menor que se offerecesse nafor- | ma que sefaz

35
DOCUMENTOS HISTÓRICOS ARQUIVO MUNICIPAL

nessa Corte e como I para o Referido era necessário a | (Fls.


78) e os ditos Criadores grandes fabricas | de Negros que não
podião trazer | consigo se consertarão com êste Se- | nado em
lhe darem duzentos eses- | senta Reis por cada cabeça de ga- |
do que cortassem para elle lhe dar | adita Fabrica, e arren­
dando nos | este direito lhe davão os nossos Ren- | deiros
adita Fabrica epagarão | muitos annos os ditos duzentos | e
sessenta Reis até que os ditos ren- | deiros sem consentimento
nosso I se consertarão corn elles em lhes- I darem antes os
miúdos do dito gado que então valião mais de | duzentos
esessenta reis porem | depois vierão abaratar se por | esta Cauza
não podemos por elles | dar a dita fabrica aos ditos Cri- | do­
res ealem disso nestamate- | ria temos feito com elles vários |
concertos que não ti verão ef feito | por serem feitos sem Au-
thorida- | de de VoSsa Magestade esetem to- | mado varias Re-
soluçoens semque | sedê tabal remedio atudo epor | isso pe­
dimos aVoSssa Magestade | (Fls. 78 v) Magestade seja Ser­
vido consedernos | faculdade para que possamos fazer | com
os homens bons com os ditos cri- | adores o Contracto que-nos
parecer | mais util a Republica, eaelles lhe | acomodar melhor
eoque com elles | assentarmos fiojae estabelecido enviolavel-
mente para sempre | VoSsa Magestade que Deos Guarde •
mandará oque for Servido Ba- | hia e Camara a os vinte esete
de Agosto de mil esete centos e hum | e Eu Pedro Dias Pereira
esccivão | da Camara que osobscrevy” Aadré Leitão de Mello”
João de Barros Machado "Pedro | Barboza Leal” Gonçalo
Soares da | Franca" João Gonsalves Pinheiro "-------- ”------- "

COPIA DE HUMA CARTA QUE | este Se­


nado escreveu a Sua Mages- | tade sobre o
acerto ebom Governo | do General o Sm
Dom João de | Lancastro”

SENHOR — Na Frota do anno passado | de milesete centos


fizemos pre- | zente aVoSsa Magestade o notável | (Fls. 79)
zelo e Cabal acerto com que Dom | João de Lancastro Gover­
nador e | Capitão Geral deste Estado seti- | nha a vido neste
governo, epor que | continuarão as suas proezas | he razão
nãocessemos com as re- | ferir a VoSsa Magestade. Aca-| bou
com effeito as seis companhi- | as de Soldados para o Socorro

36
IrWWawiS
Kf' ' fN CARTAJ-fDO SENADÔ

de I Mombaça (em que aVoSsa Ma- | gestade ja falavamos na


dita con- I ta) e eram todos moços bem dis- | postos e capazes
de qualquer oc- | cazião, emais parece assentarão | praça obri­
gados da afabilidade | ,emodo do dito Governador, doque | de;
qualquer outro motivo, enão I ficarão alguns sem Remunera-
| ção, porque se despio para os vestir, e com todo o necessá­
rio os embarcou socegadaippn- | te nas duas Naus de que tam­
bém | demos aVoSsa Magestade parte, | as quaes fez dar a
Vella em Sab- | bado vinte sete de Novembro dodito anno de
mil esete centos comoelo | tempo; eainda que amais peque- |
(Fls. 79 v) pequena não foi bem succedia de- | pois de sahir,
da barra, não esteve | por elle esta desgraça de que só Deos |
pode saber a Cauza, elevava amaior tan- | ta gente emonições
que bastava só pa- | raopertendido soccorro, e esperamos | em
Deos lhe não fizesse falta a Com- J panheira “Tendo noticia
deque no Jequiriçá Termo da VilTa de Camamú | se tinhão
achado algumas migalhas de ouro mandou fazer deligencia
pa- | ra que se descobrissem as Minas delle- e não sefez a
necessária por impedi- | mento da chuva e cheia dos Rios | e
havendom andado também | ao Coronel Antonio da Silva Pi- |
mentel a outro Semelhante desco- | brimento ao sertão não
chegou | ao Citio determinado por ter no- | ticia estava já
occupado dos I Paulistas mas mandou ao Coro- | nel Antonio
Vieira de Lima afazer de- | ligencia em outras partes, do
mesmo | certão em que se acharão também ou- | tras miga­
lhas de ouro epoderá ozel- | lo e industria do dito Governador j
vir a achar a inda grandes Mi- | (Fls. 80) Minas se tiver aqui
mais an- | nos em utilidade da Fazenda Real { de VoSsa Ma- j
gestade e desta Capitania e nãoserá | muito que se acrescente I
aquella | por intervenção sua quando em | todos estes annos f
tem feito haver I tam grandes econhecidos augmen- | tos nos f
Contractos,, efiz que os dos dízimos se rematasse este anno j f
em cento ecincoenta mil cruza- | dos esperando-se não passase f
| de cem, assim porque rematan- do-se nesta quantia o anno annof
pas- | sado perdeu muito quem otomou, | como por senão es-f
perar ainda | cabal Safra de Assucar “Por | njizericordia de*
Deos edeligen- | cia suas fica esta Capitania cõ | notável a bunl
dancia defarinha | emais mantimentos ecom todo | o cuidada
e inteireza administra | justiça atodos fazendo que | vivamoff
bem procedidos e em paz | e se castiguem os malfeitores, es
| evitem os delictos e ate os maus cos- | tumes de trajes des<
DOCUMENTOS HISTO&WS 1)(BaRQU1VO MUNICIPAL

nestos e dan- | ças lascivd® Tez evitar “Mo Cuida- | (Fls.


80 v) No cuidado da Condução edespacho | do Tabaco cavia<
mento desta Frota | foi inccnsante achando-se prezentes | atu-
do, efazendo só aquillo para que: j muitos não basta;iffât|Eá^
sem | embargo disso ainda que não tivera | ordens de wSsa
Magestade para se | deter a ditaÍFrota (se he que asti- | nha)
não poderá partir mais se- | do pelo grande numero de Rollos
| de Tabaco, quehouve, edcscJido dos | carregadores
mente em tudo | o que he requeremos por Serviço lide VoSsa
Magestade ebem deste Povo | nos ampara edifere com grande
a- | mor e promptidão e assinaquize-* | ramos, que fosse aqui
mais dila- | tada a sua assistência porem qu- | ando enão me­
reçamos porque | as suas prendas* etalento ocha- | mão para
maiores lugares fi- | cará satisfeito onosso dezejo, econ- j so­
lada a nossa Saudade com* o | .vermos com maiores contentai
| mestos epremios muito iguaes, aseu merecimento, evontacO
para que sirvão de estimulo, aque (Fls. 81) os mais oimiteni
atodos louvem a | VoSsa Magbstade por justo, eliberal
nerador dos que o servem A Pes- | s$h de VoSsa Magestade nos
Guarde | Deos por muitos annos Bahia | e Camara a vintgjH
sete de A- | gosto de mil sete centos hum” e | Eu Pedro Dias
Pereira que sirvo | de Escri^^S & Camara o Sobsccevy” ! An-
dré Leitão deMello” João |ede Barros Machado” Pedro Bar­
bosa | Leal” Gonçalo Soares daFranca'; J JòM Gonsalves Pi|
nheiro”------- ”----------- ’-----------
COPIA DA CARTA QUE ESCRE-1 veo. ao
Procurador deste Senado | a Lisboa sobre
os negocios que se | lhe encomendai este
anno de 1701” |”

As cartas de Vossa Mercê de onze | de Fevereiro, e dezoitoído


Março nos | forão entregues epcla conta que'Vos-'|\sa mercê;
nella nos dá dosNegocios | que lhe aviamollencarregado lhe
| aggradccemos adeligencia ebom Zel- | lo com que nós faz
mercê j epara ser esta Cabal pedimos a | Vossa Mercê conti­
nue com ames- | (Fls. 81 v) mesma vontade quê essa achará |
sempre em nos prompta a o seu Ser- | viço coit! boa corres-
pondencia” | Este anno se nos offerecc pedir a Sua | Mages­
tade que DcosGuarde amer- | cê de se transferir a Òaza da Al-
| fandega que he na Praiadosta | Cidade para ada Moeda que
CAR‘«S DO SBNADO

está | inútil na Praça, ealem desta mu- I dança ser tão c ommo-
da a os ho- | mens de negocio como consta do | papel que re-
mettemos que assi- | gnarão os mais delles queremos | que
aquella sirva de Armazém | de Tabaco, onde pode estar aba
lan- | ça que arremata este Senado c u- | ja Renda está agora
notavelmen- | te deminuida por que os quaren- | ta reis que
c osturna pagar | cada Rollo de Tabaco que se re- | colhe os
cobra o dono do Trapi- | che que agora serve do dito Ar | ma-
zem, eantes paresse justo | se anexe este lucco aos bens do |
Conselho em que | Sua Magestade tem a Terça do (Fls. 82)
do que o tenha hum Vassallo par- | ticular” Também Repeti­
mos AS. | Magestade o justo Requerimento | de se acabarem
os lançamentos | do Donativo para o dote e Paz | de Olanda e su­
posto da Conta | que vai dos Tezoureiros que | heaque Vossa
Mercê pede ea | que supomos manda o Prove- ] dor mor da
Fazenda Real cons- | ta devermos pa ra o ajuste qui- | nhen-
tos secenta ecinco contos j oito centos oitenta | eseis mil seis
centos | e dezenove reis os Lançamen- | tos que estão feitos
cobrados que | sejam excedem muito ao que [ devemos, eassi
emquanto | estes se arrecadão, enos obriga- ] mos asatisfação
doque se | prometeu. Pedimos se suspen- | da fazerem-se no­
vos lança- | mentos pois de outra s orte | nunca terá o fim o
dito Dona- | ti vo “Pedimos tampem a Sua Magestade nos re­
nove e am- | plie a provizam que já havia concedido aos La­
vra dores e Se- | fFls. 82 v) Senhores de Engenho desta Ca-?
pi- I tania pa ra que senão a rrema- | tem os seus Assucares |
senão quin- | ze dias antes da Frota pelo nota- | vel prejuizo
que do contrario se j segue o qual já aviamos repre- | zentado
quando se empretou | a dita Provizão” Escrevemos jun- ta-
mente sobre aMarchantaria | e pedimos aSua Magestade nos
i conceda serem va liozos os Con- | tractos que fizermos c orri
os Cri- | adores porque de não ser assim | e de estes não po­
derem cortar os | seus gados se seguem todos os an- | nos
grandes perturbação na ar- | rematação dos ditos talhos e
Cur- I raes mancumunando-se os j Marchantes que os rema-
tão sem opozição epor isso demi- | nuindo -se a Renda delles
sm que Sua Magestade tem ater- | ça "OBrigamos o Gover­
nador | e Capitão Geral deste Estado por | Ordem de Sua Ma­
gestade ano- I mear Thezoureiro e Almozarifes | para aadmi-
nistração da Junta | ( Fls. 83) Junta do Comercio, tomando
es- | te Senado sobre si a abonaçam | dos fiadores dos ditos
ÍJOCÜMENTOS HISTÓRICOS DÔ ^QUIVO MUNICIPAL

Officios I por que he isto gravamen muito I prejudicial e os


Officiaes da | Camara, poe serem muito fa- I lidos os bens do
Brazil, igual- | mente pouco afa zendados os | Homens que se
costumão no- j mear enão haver té agora ex-.| emplo seme­
lhante, requeremos a | Sua Magestade com a Submi- [ ção
devida se sirva de alivi- | 'armos deste onus, mas quan- | do
isto não possa ser totalmente assim pedimos não haja | pes­
soa exceptuada para se dei- | xar de nomear, por que desta [
sorte se nomearão sugeitos de | qualidade que fique a Fazen­
da | real tão segura como omesmo | Senado "ultima mente es-
cre- | vemos sobre anova ordem de Sua Magestade acerca das
cobran- [ ças das dividas velhas que ad- | ministra este Sena­
do applica- | das e os effeitos da Infantaria I (Fls. 83 v) Infan­
taria aqual cobrança avendo Sua Magestade ordenado ofi- |
zessem os Juizes de Fora j Prezidentes nelle por razoens for-
çozas que | se lhe representarão eagora se re- | prezentão ig­
noramos totalmente; a Causa de as mandar fazer pe- | lo
Dezembargador Jozé da Costa | eassim Reprezentamos aSua
| Magestade se sirva de que con- I tinue o mesmo executor
Juis de | Fora como té agora ofez contan- | to effeito como
prometemos mos- | trar se odito Senhor for Servido [ man­
dar-se enformar deste par- | ticular “Este são os negocios |
que nos pa recê justo de novo [ reprezentar a Sua Magestade
| e dar delles noticia a Vossa inercê | mas porque dosannos
antecendentes | temos alguns que concluiu como Vos- | sa
Mercê na sua nos Reprezenta | advirtimos, e rogamos, a Vossa
Mercê [ senão descuide do Requerimento I que o anno pas­
sado fizemos a- | cerca dos negros que aqui vem de An- | gola
pois a vendo taixa nos generos | da terra (Fls. 84) da como
são os Assucares e | Ta ba c o , não paresse indigno de se pe­
dir ahaja nos ne | gros que estão valendo cem e | cento evinte
mil reis, e a este res- | peito hindo crescendo será im- | pos­
sível sustentarem - se os generos [ desta Ca pitania que abso-
| lutamente dependem delles ou | ao menos veja Vossa Mercê
se | nos pode alcançar o que perten- I demos que depois de
entrados | neste Porto não possão sahir | para outras partes
pois se ( seleva rem para as Minas do ou- | ro onde se com-
prão por excessivo | preço rezulta venderem-se aqui [ por tão
exorbitantes "Para o Re- | querimento das Terças das novas
Vil- | las (sobre que Vossa Mercê nos fa la | ecá não chegou
despacho) remetemos | a Vossa Mercê a Copia do Contracto

40
CAIBAS DO SENADO

| que fez este Senado com o Conde | de Ca stel Milhor Gover­


nador e | Capitão Geral deste Estado enelle | sedecla-rou que
a Terça da renda | dover ficava aplicada para o sus- | (Fls.
84v) o sustento da Infantaria, o qual Con- | tracto aprovou
Sua Magestade mas | desde então mostrão os effeitos
que não | só adita Terça da Renda dover mas | ade outras
quaesquer contratos que | o Senado remata assim nesta Cida-
J de como no seu Termo se applicam todas, para o sustento
da Infan- | taria porque de todos os taes Contractos | sefaz
huma só terça sem se se- | parar alguma para afortifica- | ção
das Praças que se fizerem | estas a custa da Fazenda real” |
Enquanto ao negocio do previle- | gio dos Cidadãos desta Ci­
dade | não mandamos a Vossa Mercê | os autos que pede so­
bre este parti- I cular por quanto não queremos | uzar delles
pois onoSso Requeri- | mento só pendeda confirma- | ção dos
ditos previlegios que concedeu | o Senhor Rey Dom João
quarto de | que esta mos de PoSse que são os mes- | mos que
tem os Cida- | dãos do Porto con- | firmados pela Rainha eMai
a qual | conseção consta da Copia da Provisão [ do dito Se­
nhor Rey, expedida em vin- [ ^Fls. 85) vinte edois de Março
e a conforma- | <^ão no anno demil seis centos cinco- | enta
esete, e com estas entendemos fi- | casse digo (o digo é do
orgiinal) fica sessando | toda a duvida pois n pedimos | nada
de novo mas só c onfirmação | que não desmerecem tão leaes
e nobres Vas- | sallos nem nos duvidamos de | aalcaijçar, pois
sendo tão bem | fundado este Requerimento jun- | ta a deli-
gencia de VoSsa Mercê e | o seu bom a nimo bem mereci- | do
da confiança que do seu ta- | lento fazemos esperamos obom
| sucesso deste como dos mais pre- | zentes pois para todos os
do Ser- | viço de Vossa Mercê sempre nos | achará tão certos
como agora | ficamos promptos. Deos Guarde | aVossaMercê
muitos annos | Bahia e Camara a os vinte | esete de Agosto de
mil sete cen- | tos ehum e Eu Pedro Dias Pereira que sirvo de
Escrivão da | Camara o Sobscrevy” André | Leitão de Mello”
João de Barros” (Fls. 85v) Barros Machado” Pedro Barboza
Le- | al "João Gonsalves Pinheiro”---------- ”------ -

41
mwmbntw nmRieM >Aamuiv« muniwpal

REGISTO DA CARTA QUE ES-: I te


do escreveo ao Senhor Dom | João de Lan I
castroGovernador eCa- | pitão Geral ou> I
foi deste Estado”--------- ” I

SENHOR "Asgrandes obrigaçoens que | deve este Povo I


aVossa Senhoria nos | obriga apedir a Sua Magestade de | que I
Deus Guarde seja Servido conceder-nos Licença para sepor o I
Retrato de Vossa Senhoria na Ca- |za da Camara desta Cida- I
de cujos '| moradores otem impresso no Cora- | ção pellas-
grandes utilidades e beneficiosque recebeo durante | o Singu­
lar Governo deVossa Se- | nhoria esperamos da grande- | za
dito Senhor que constando-lhes osmuitos egrandes Ser- I
viços que se lhefazem prezen- | tes de Vossa Senhoria nos con- I
• ] ceda a dita Licença enesta con- | sideração pedimos aVossa
Senho- | ria seja servido cônceder aonos- |so Procurador ain­
da que seja a I (Fls. 86) acustada mortificação da sua | mo­
déstia a mandallo retratar, eque | asseite este pequeno obsé­
quio em | remuneração do amor com que | nos tratou enao
do que lhe deve- | mospor não haver em nós po- | der aca bal
satisfação do muito | que devemos a Pessoa de Vossa Senho­
ria Deos nos Guarde. Bahia | em Camara treze de Outubro ।
demil sete centos e dois João de | Couros Carneiro a Sobs-
crevy” André | Leitão deMello” Domingos | Affonço Certão
"Domingos Bar- | boza da França” José Pires de | Carva Iho
Manoel de Sz.* eAzevedo”.

REGISTO DA CARTA QUE ESTE SE- |


nado escreveo a Sua Magestade | sobre
avinda do Senhor Gover- | nador Dom Ro­
drigo da Costa” |----- ”

Por Carta de dezessete de Março, foi | Vossa Magestade Ser­


iado mandar | a este Senado dessem as noticias ne- | cessa­
rias para o seu Real Serviço | eutilidade publica ao novo Go-
ver- | nador Dom Rodrigo da Costa o | (Fls. 86 v) o que fize­
mos; continuamos oprin- | cipio do seu Governo obre em
tudo mui- | to conforme a Confiança que Vossa Magestade
fezde sua pessoa daqu- | al sedá por muito satisfeito todo I
este povo vendo que as suas despozições são derigidas todas
as Ser- | viço de Deus ede VoSsa Magesta- | de e do bem Ço

42
CkJTÁB BO 3INABO

mum por este be- | neficio Prostrados a Seus Reas | Pea pe­
dimos digo (o digo é do original) Pez rendemos | aa Graças
a Pessoa de VoSsa Ma- | gestade nos Guarde Deos. Bahia |
em Camara treze de Outubro de | mil sete centos e dous João
de Couros Carneiro aSobscrevy” An- | dré Leitão de Mello”
Domingos ] Affonço Leitão de Mello” digo (o digo é do ori­
ginal) Domingos Af- | fonçoCertão” Domingos Barboza | da
Franca” Jozé Pires de Carva- [ Iho” Manoel de Souza eAze-
vedo”

REGISTO DA CARTA QUE 0 SE- | nado


escreveo a Sua Magestade | sobre os Fra­
des Barbonos”

SENHOR” Nesta frota voltão jJhra | esso Reino os Reveren­


dos Padres Capuchinhos | (Fls. 87) Capuchinhos Francezes
que se occu- | pavão em algumas das Missões | desta Capita­
nia eassistião em | oHospicio que . por Ordem de VoSsa | Ma­
gestade fundarão nesta Ci- | dade para Hospedagem dos seus
I Missionários e dos Capuchinhos | Italianos das Missoens de
An- | gola ecomo por Ordem de VoSsa | Magestade se encar­
regou e enco- | mendou asuafundação neste | Senado pare-
ceonos precizo nes- | tasua retirada fazer prezente | a VoSsa
Magestade oadmiravel | procedimento que sempre aqui | ti-
verão eos muitos serviços que | fizerão a Deos e a VoSsa Ma-
gesta- | de nos annos que assestirão nes- | te estado pois na
verdade não I tiverão outro emprego em todo | este tempo
mais que na | converção das almas e educação è | doutrina
dos índios eavendo- | se nisso com mui grande Ca- j ridade
todo o dezenteresse e incan- | savel Zello semjá mais se lhes
j saber falta nem sepouparem | (Fls. 87v) a trabalho algum
e se achou em to- | dos hum verdadeiro espirito devarões |
Apostolicos esinaies evidentes de se- | rem escolhidos por
Deos para este | Ministério do que damos conta” | VoSsa Ma­
gestade para mandar oque | for Servido Guarde Deos aVoSsa
Ma- | gestade Bahia eCamara treze de | Outubro demil sete
centos edous | João de Couros Carneiro osobscrevy | André
Leitão de Mello” Domingos | Affonço Certão” | Barboza da
Franca” Jozé Pires | de Carvalho” Manoel de Souza de Aze­
vedo” ---------------- ”---------------- ”


DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ^RQUIVO MUNICIPAL

REGISTO DA CARTA QUE ESCRE = | Veo a


Sua Magestade este Sena- | do sobre como
se lhe pede haja Contador o Vereador mais
Velho "-------- ”

Sendo estillo amais de cem an- | nos neste Senado preparar


edis- | por overeador mais Velho as Con- | tas das Rendas
delle a osThezourei- | ros aquem se carregavam eao de- |
(Fls. 88) depois de preparadas edispostas se | ajuntavão to­
dos os vereadores eas | revião approvando-as ou repro- | van-
doas enesta forma sedava | expedição a todas as Contas que
| não são poucas ao que estão a | cargo deste Senado* como
são as | das mostras da Infantaria eas | Contas que setomão
astres Villas | que contribuem com o sustento | defarinha;
para a mes- | ma Infantaria o as Contas das rendas ao | Con­
selho e outras muitas demenos I entidade, e sendo todas estas
to- | madas na forma acima forão | sempre aprovadas pelos
Sindicantes que as examinaram. Re- | zolvem - se neste anno
porAccor- | dão da relação deste Estado ains- | tancia do Ve­
reador mais Velho | como consta da Certidão junta | que não
devia entormeter-se só | em Contas por incumbir esta o- | bri-
gação a todos da Meza fun- lidando - se na ordenação que
sem- | pre se observou pois overeador | ma?s Velho nos fazia
mais que | (Fls. 88v) que dispor epreparar as Contas deque
| rezultava grande expediçam eao | depois de dispostos se
ajuntavão | os Vereadores e as examinavam j brevemente ehoje
seretardão mui- | tas vezes as ditas Contas por não | poderem
ajuantar os Vereadores | nos dias que não são Deputados |
para avereação por que nestes | que são trez na Semana se ex-
| pedem os mais negocios da Gover- | nança enos mais dias su­
cede | terem occupassoens emuitas ve- | zes damesma Camara,
eassim pa- | resse deve VoSsa Magestade man- | dar oque for
Servido. A Pessoa de | Vossa Magesta-de Guarde Deos por I
dilatados annos. Bahia e Cama- j ra onze de Outubro demil
sete | centos e dois” João de Couros Car- | neiro osobscrevy”
André Leitão | deMello ” Domingos Affonço Cer- | tão” Domin
gos Barboza da Franca” Jozé Pires de Carvalho” Manoel de
Souza de Azevedo”----------- ”---------” |

44
CANTAS DÔ SENADO

escreveo o Senado a Sua Magesta- | de sobre


o Retrato do Senhor Dom | João de Len-J
castro”------------- ”

SENHOR = Costumava o Senado | da Camara desta Cidade


man- | dar retratar os Governadores, e | Capitaens Geraes deste
estado que | com mais amor e zello se empre- | garão no Ser­
viço de VoSsa Mages- | tade, enas melhoras deste povo; | maz
ioi VoSsa Magestade servi- | do ordenar ao mesmo Senado, não
| mandasse mais fazer Semelhan- | tesRetratos, sem expreça
ordem | Sua eporque Dom João de lanças- | tro, que nesta occa-
zião se embar- | ca para essa Corte governou oti- | to estado
por mais de oito annos | nos quaes obrou sempre com rele­
vante e sungular Zello em tu- ; do oque tocou as suas obrigaço-
| ens comojá reprezentamos a | ^Zossa Magestade em Carta de
j onze de Outubro deste anno | nos achamos obrigados apedir
a VoSsa Magestade com asobmi- | ção devida seja VoSsa Ma­
gestade- | de (Fls. 89 v) Magestade Servido consedemos Li­
cença | para mandar retratar o dito Dom | João de Lancastro,
e s e colocar na Caza | da Camara donde estam os Retratos |
dos mais Governadores porque suppos- | to que para se eter­
nizarem as me- | morias de hwm tão insigne General | tenha­
mos o seu nome grava do nas | pedras das fortificaçoens e di-
ficios I que erigio para deffença eadorno | desta Praça, em
preço nos Corações | de seus moradores por teste- | munho
fiel das Saudades com que ficam, nos | não izentão estes mo­
tivos de perten- | der mostrar neste escaço dezempe- | nho da
nossa obrigação não falta mos em procurar também perpe- |
tuar a noSsa vista o seu Retrato | sem que pareça este obze-
quio sus- | peitozo onde pendente: pois orezerva- | mos para
quando pudesse mostrar o affecto da nossa fineza esta- | va
Livre do esccupulo de haverque | prezumisse hera lizonja: A
Real | Pessoa deVoSsa Magestade guarde | NoSso Senhorcomo
seus Vassallos I havemos mister. Bahia e Cama- | (Fls. 90)
Camara doze de Outubro demil sete centos edous” João de
Couros | Carneiro o Sobscrevy” André Lei- | tão demello” Do­
mingos Affonço | Certão “Domingos Barboza da / Franca” Jozé
Pires de Carvalho” Manoel de Souza Azevedo”--------- "---------"

. 45
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ^QUIVO MUNICIPAL

REGISTO DA CARTA QUE ES- | te Senado


escreve u a Sua Ma- | gestade sobre a Infan­
taria des- | ta Praça” ---------- ”----------- "

SENHOR - Na Frota do anno de noventa enove reprezenta-


mos | a Vossa Magestade afalta que | havia de effeitos para
opaga- I mento da Infantaria, assim a respeito dos Soldados
que pa- | gavamos sem serem denossa | obrigação como pela
muita | que havia, epara remedios das | prejudiciais conse­
quências que | poderão rezultar pediamos | a VoSsa Mages­
tade que nos ali- | viasse dos ditos Soidos emandas- | se que
não houvesse mais que mil e duzentos pra ças emandan- | (Fls.
90 v) mandando VoSsa Magestade Infor- | mar ao Provedor
mor da Fazd? sobre esta matéria e fazendo | o elle segundo
temos noticia | não nos tem defferido respon- | dido a esta
Carta eporque en- | tendemo^ senão podia achar | Couza al­
guma Contra oque nel- | la allegamos edenovo nos tem o- |
brigado ao pagamento denovos Soidos damesma Cathegoria
dos- | Sobreditos como consta rá aVoSsa Magestade pela
Conta que supo- | mos dé odito Provedor Mór” Pedi- | mos
aVoSsa Magestade umilde- | mente quiera mandar ver com |
a Catholica e costumada attenção | adita Carta evisto oque nel-
| la allegamos enão estaremos q- | brigados ao pagamento dos
ditos | Soidos segundo o Contracto que I fizemos sobre opaga-
mento da Infantaria, | deque vai aCopia | inchiza, havernos por
escuzo j delles, e dar no mais remedio | oportuno sem que sir­
va de | Republica ofundamento digo (o digo é do original) (Fls.
91) repulça ofundamento que se | tomou para estes acrescen-
tamen- | tos denão haver as duas mil cento trinta e quatro
praças que nos | obrigamos asustentar porque | esta obrigação
foi no Cazo em I que fossem necessárias esendo- | o não duvi­
daremos fazello das | nossas fazendas maz em quanto as não
há não hé razam que por isso senos imponhão outras | obri-
gaçoens a que não estamos sugeitos tocando estas a | Fazenda
Real aqual pelas sobras | conhecidas que hoje tem não I só
devem acudir a ellas mas an- | tes devem pagar atoda a Infan­
taria segundo o rigor dodito | Contracto como delle seve emais
I quando corre já por nossa | Conta o Sal que VoSsa Mages-
I tade nos largou pelo mesmo | Contracto, esó senos dá por
elle hu- | ma limitada porção nem tão | bem se nos paga rão
as doze mil 1 pataca» que então noe devia | a Fazenda Real •
CARTASTDO S1NADO

seobrigou a | (Fls. 91 v) a Satisfazer = Tudo Senhor pa rece


| que são relevantes motivos para | qVoSSa Magestade I seja
servido | defferirnos epor alguãs | dellas nos alliviou VoSsa
Magestade | de pagar adinheiro asfardas | dos Sargentos no
anno demilse- | is centos oitenta eoito mandan- | do se pagas­
sem como antes da | Fazenda Real eque senos resti-1 tuisse oque
haviamos pago nem | he anoSsa tenção pertendermos | dos
effeitos dadita Infantaria | sobras algumas ainda quenos | to-
cavão seas ouvessem por serem | os tributos que sobre nos im-
pu- | zemos só para aquelle fim mas | queremos que todos se-
gastem | com ella ou como VoSsa Ma- | gestade for Servido eo
que só pro- | curamos he evitar afinta que | sem duvida será
necessária pa- | ra osustento da mesma Infan- | taria se VoSsa
Magestade nos não | defferir quandoapodemos escuzar não
pagando mais que | os Soidos da nossa obrigaçam | (Fls. 92)
obrigaçam e não havendo mais que | a Infantaria necessária
e quando | se a cha este povo tão atenu- | ado com agrande
carestia das Couzas etão carregado detribu- | tos nos Subsídios
que criou pa- | ra a dita Infantaria ena copioza finta que tem
pago pa- | ra o dote da Sereníssima Se- | nhora Rainha de Gram
Bretanha I epaz de Olanda estame!'- | cê tornamos apedir hu-
ma e mil | vezes prostrados aos Rea- es Pezde VoSsa Mages­
tade para | que se sirva digo (o digo é do original) para que
se | veja que chegão a os ouvidos | de VoSsa Magestade os nos­
sos | justos cia mores e as vozes de | nossa justiça e se con­
funda ; a injusta queixa que continu- | amente dazem aqui os
ignoran- | tes de que sendo esta Republi- | ca aonde se culti-
vão os frutos | mais importantes e rendozos | para a Real Fa­
zenda ea que | ha feito tantos Serviços aVoSsa | Magestade
seja aomenos favo- | (Fls. 92 v) favorecida. VoSsa Magestade
man- | dará o que for servido a Pessoas de | Vossa Magestade
nos Guarde Deos | Bahia em Camara treze de Ou-1 tubro demil
setecentos e dous” Jo- | ão de Couros Carneiro asobscrevy” [
André Leitão de Mello" Domin- | gos Affonço Certão" Domin­
gos Bar- I boza da Franca" Jozé Pires de Carva- | Iho "Manoel
deSouza de Azevedo "---------- "
a
documentos históricos do ^QUIVO municipal

REGISTO DA CARTA QUE ES- | te Senado


escreve u a Sua Ma- | gestade sobre a Infan-
taria des- | ta Praça” ---------- ”---------- ”

SENHOR = Na Frota do anno de noventa enove reprezenta-


mos | a Vossa Magestade afalta que | havia de effeitos para
opaga- | mento da Infantaria, assim a respeito dos Soldados
que pa- | gavamos sem serem denossa | obrigação como pela
muita | que havia, epara remedios das | prejudiciais conse­
quências que | poderão rezultar pediamos | a VoSsa Mages­
tade que nos ali- | viasse dos ditos Soidos emandas- | se que
não houvesse mais que mil e duzentos pra ças emandan- I (Fls.
90 v) mandando VoSsa Magestade Infor- | mar ao Provedor
mor da Fazd? sobre esta matéria e fazendo | o elle segundo
temos noticia | não nos tem defferido respon- | dido a esta
Carta eporque en- | tendemos senão podia achar | Couza al­
guma Contra oque nel- | la allegamos edenovo nos tem o- |
brigado ao pagamento denovos Soidos damesma Cathegoria
dos- | Sobreditos como consta rá aVoSsa Magestade pela
Conta que supo- | mos dé odito Provedor Mór” Pedi- | mos
aVoSsa Magestade umilde- | mente quiera mandar ver com |
a Catholica e costumada attenção | adita Carta evisto oque nel-
{ la allegamos enão estaremos q- J brigados ao pagamento dos
ditos | Soidos segundo o Contracto que I fizemos sobre opaga-
mento da Infantaria, | deque vai aCopia | inchiza, havernos por
escuzo i delles, e dar no mais remedio J oportuno sem que sir­
va de | Republica ofundamento digo (o digo é do original) (Fls.
91) repulça ofundamento que se | tomou para estes acrescen-
tamen- | tos denão haver as duas mil cento trinta e quatro
praças que nos | obrigamos asustentar porque | esta obrigação
foi no Cazo em I que fossem necessárias esendo- | o não duvi­
daremos fazello das | nossas fazendas maz em quanto as não
há não hé razam que por isso senos imponhão outras ] obri-
gaçoens a que não estamos sugeitos tocando estas a | Fazenda
Real aqual pelas sobras | conhecidas que hoje tem não I só
devem acudir a ellas mas an- | tes devem pagar atoda a Infan­
taria segundo o rigor dodito | Contracto como delle seve emais
I quando corre já por nossa | Conta o Sal que VoSsa Mages-
| tade nos largou pelo mesmo | Contracto, esó senos dá por
elle hu- | ma limitada porção nem tão | bem se nos paga rão
as doze mil 1 patacas que então noa devia | a Fazenda Real e
CARTAS JÒO S1NAD0

seobrigou a | (Fls. 91 v) a Satisfazer = Tudo Senhor pa rece


j que são relevantes motivos para | qVoSSa Magestade I seja
servido | defferirnos epor alguãs | dellas nos alliviou VoSsa
Magestade | de pagar adinheiro asfardas | dos Sargentos no
anno demilse- | is centos oitenta eoito mandan- | do se pagas­
sem como antes da | Fazenda Real eque senos resti-1 tuisse oque
haviamos pago nem | he anoSsa tenção pertendermos | dos
effeitos dadita Infantaria I sobras algumas ainda quenos | to-
cavão seas ouvessem por serem | os tributos que sobre nos im-
pu- | zemos só para aquelle fim mas | queremos que todos se»
gastem | com ella ou como VoSsa Ma- | gestade for Servido eo
que só pro- | curamos he evitar afinta que | sem duvida será
necessária pa- | ra osustento da mesma Infan- | taria se VoSsa
Magestade nos não | defferir quandoapodemos escuzar não
pagando mais que | os Soidos da nossa obrigaçam | (Fls. 92)
obrigaçam e não havendo mais que | a Infantaria necessária
e quando | se a cha este povo tão atenu- | ado com agrande
carestia das Couzas etão carregado detribu- l tos nos Subsídios
que criou pa- | ra a dita Infantaria ena copioza finta que tem
pago pa- | ra o dote da Sereníssima Se- | nhora Rainha de Gram
Bretanha I epaz de Olanda estameí- | cê tornamos apedir hu­
ma e mil | vezes prostrados aos Rea- es Pezde VoSsa Mages­
tade para | que se sirva digo (o digo é do original) para que
se | veja que chegão a os ouvidos | de VoSsa Magestade os nos­
sos | justos cia mores e as vozes de | nossa justiça e se con­
funda ; a injusta queixa que continu- | amente dazem aqui os
ignoran- j tes de que sendo esta Republi- | ca aonde se culti-
vão os frutos | mais importantes e rendozos | para a Real Fa­
zenda ea que | ha feito tantos Serviços aVoSsa | Magestade
seja aomenos favo- | (Fls. 92 v) favorecida. VoSsa Magestade
man- | dará o que for servido a Pessoas de | Vossa Magestade
nos Guarde Deos | Bahia em Camara treze de Ou- | tubro demil
setecentos e dous” Jo- I ão de Couros Carneiro asobscrevy” [
André Leitão de Mello" Domin- | gos Affonço Certão" Domin­
gos Bar- | boza da Franca" Jozé Pires de Carva- | Iho "Manoel
deSouza de Azevedo “---------- ’’
V arquivo municipal

DA CARTA DE SUA I u
■sveo este Senado ,| em— 'aê%
> do bom Gover- | no 'do Sení^S
de Jancastro "--------” n°r Iv

Magestade | somos obrigados ad


^W^rocedimentodos Governadores | deste
^EME acaibão ] .e vóltão para essa Corte, ecomo | a gora$t%
Digo (O digo é do original) agora o | faz Dom João de
castro be per-1 cizo referirmos a VoSsa Magestade | o graJ??'
acerto efervorozo || Zello
acerto efervorozo com que Governou aeste | Estaíe
Zello com
oito annos hum mez e | quartoze dias eos muitos ServC
(Fls. 93) Serviços que neste tempo fez a | VoSsa MagestaJ
e a Republica | no Certão, na Cidade, no aug- ( mento da
zenda Real nas | fortificaçoens, ena administra- | ção da jUs'
tiça e governo puli-| tico-No Certão foi descobrir as | Minas
do Salitre com mui grã- | de trabalho assim pela distan- [ Cja
como pelo áspero e dizerto | do Caminho adesta diligencia i
rezultou o effeito das ditas Mi- | nas deque setirarão mais d e
| trezentos quintaes de Salitre que | enviou a esse Reino nos
annos | passados e se vai tirando mais ”Fez abrir Caminho
para o Maranhão, que he mui util, eso | o poderá conseguir
a sua industria eZello, aplifou-se com todo o cuidado afazer
que ogen- | tio se domesticasse Aldeasse, e | eviesse digo (o
digo é do original) evivesse Christãmente | mandando-lhe para
isso mui- | tos Missionários ecomprindo | em tudo as ordens
deVoSsa Ma- | gestade nesta matéria “Fez a | (Fls. 93 v) abrir
Caminho para as Minas do | Ouro dos Certoens deste Brazil
mui [ necessária para a sua sustentação | e augmento dellas
porem tendo or- | dem de VoSsa Magestade poraqui se | não
uzasse delle afez dar aexecu- ( ção fez buscar novas Minas do
| ouro eainda de prata eposto que | detudo se achavão alguns
vestígios | não„ sedescobre então pouco tempo | oque aterra
tem escondido” | NaCidade edificou huma Caza | iia Praça
para Rellação que a | emnobreceu muito sem despeza | da Fa- ।
zenda Real, eoutra para mo- | eda também sumptuoza fez con-
| certar e augmentar as Cadêias I fazendo-lhes em cima Salla
livre | e fexada Caza de audiência, do Segredo edo Carsa reiro, i
junto as | Cazas da Camara que com esta | obra ficarão hum I
íormozo Pa- | lacio na Praia fez também outra Caza para Al- I
fandega efez limpar as | Ruas efontes, efazer huma de Inovo I

41 J
CARTAsfbo SENADO

aonde chamão Villa Velha | com grande utilidade do Povo” |


E finalmente foi oque mais em | (Fls. 94) em nobreceu esta
Cidade eaugmen- | tou” Na Fazenda Real sehouve | com gran­
de Zello edesinteresse | e por isso chegarão no seu tempo | os
Contractos ahum inexperado I enunca visto crescimento. A- |
proveitou muitas armas epeças | perdidas, evitou todo o des­
ça- | minho que podia haver no | Tabaco dando huma excel-
len- | te forma para o despacho dei- | le eassim foi insaciável
o de- | zejo que mostrou do augmen- | to da Fazenda Real =
NasFor- | tificações foi ornais cuidadozo | por que reedificou
todas as For- | talezas que havia fazendo-as | quaze de novo
epondo - lhe arte- | lharia emais guarnição necessa- | ria aqual
poz também nas I portas da Cidade ejunto a Pa- | lacio: Aug-
mentou a Infan- I taria quatrocentas Praças, efez sempre pa­
gar- | lhe pontu- | alissimamente, eaa ordenan- | ça acrescen­
tou muitos cabos e | Companhias segundo as ordens que |
(Fls. 94 v) teve de VoSsa Magestade ecriou hum | Terço
de homens pretos forros — Na | administração da Jus­
tiça foi rectis- | simo fazendo-a atodos eprocurando
que os Ministros e cabos de Guerra | fizessem o mes­
mo, eporisso houve | sempre no seu tempo grandes so-
cego | equietação sem haver Regalos | nem isolencias = No
governo Po- | litico foi admiravel pois avendo | no seu tempo
grande falta defa- | rinha procurou evita la com inex- | plicavel
Zello, com vários bandos, e ordens eexecução dellas, até que
| o conseguio etornou aaver aanti- | ga abundancia delia =
Fez prohibir que não fossem os Negros para | fora desta Ca­
pitania pelo grande | prejuizo que dahi rezultava acul- | tura
dos Tabacos e assucares delia | tratou com benignidade etodo
obom modo aos Ar- | cebispos e mais Prelados Ecclezi- | asti-
cos emais Clero sem permi- | tir selhqfizesse offença nem de-
za- | cato; obtivesse de Comercio e Con- | tractos e por isso
acabou com em- | (Fls. 95) empenhos evaipobre = Fez toda
a boa passagem egazalhado aos | Estrangeiros que por aqui
passa- | rão, efinalmente emtudo foi I hum muito grande eze-
lozo | Governador, edigno de que VoSsa [ Magestade opremeie
com í grandes honras e mercêz para exemplo dos que o ser­
vem. Guarde Deos | a VoSsa Magestade por dilatados annos
Bahia e Cama- | ra aos onze de Outubro demil- | esete centos

49
MeuMiNTOT nsrraevs «ouive municiu.

edous João deCouros | Carneiro o sobscrevy” André Leitão


Mello” Domingos Affon- | ço Certão” Domingos Barboza | j’
Franca" Jozé Pires de I Carvalho” Manoel de Souza de Aze/
vêdo”------------ ”------------ “ I

REGISTO DA CARTA QUE | escreveo o


nado ao Procurador | da Corte e Cidade
Lisboa João Ribeiro Cabral" -------“-------

Vimos as Cartas de VoSsa Mercê | de dois e doze, e vinte de


Março | que estimamos pela Certeza | (Fls. 95 v) de que de.
vemos dezejar- digo de que lograva VoSsa Mercê a Saude |
que devemos dezejar-lhe = Recebe- | mos as Cartas de VoSsa
Magestade que Deos Guarde edellas | nos Consta a R.ezolução
que se tomou I sobre as contas do Donativo do Do- | te ePaz
que paga este povo por nu- | mero deannos equantia certa
eo que se rezolveo nospa rece contra | o assunpto que sefez
quando se |prometeo este pedido que foi se | não entromete-
ria Ministro de Jus- | tiça nos lançamentos emais dis- | pozi-
çons do Senado, eaos que nel- | le Servirão o anno proximo
pas- | sado para mostrar o seu proce- | dimento sem atender
ao Con- | tracto pedirão Ministros para examinar as Contas
efazer co- | brar oque devem as Religioens | e Clero na forma
dehuma Car- | ta dodito Senhor dedoze de I Maio de mil seis
centos oiten- | ta esete e tão bem dos Capita- | ens emais Offi-
ciaes da ordenan- | ça (Fls. 96) constase deverse para ajustar
o | milhão duzentos etantos mil cru-1 zados que se prometeo =
E com di- | ta deligencia se entende terse a- | juntado adita
quantia, e fal- | tando alguma Couza selan-1 çará por huma vez
somente | aque constar dever-se = A este | nosso Requerimento
se defferio | com semandar to- | mar as contas e entragar os
Livros dedito | Donativo ao Provedor mor Fran- | cisco Lam-
berto a que obedecemos I sem embargo de nãoo ser aordem
do Conselho ultramarino, | por mostrarmos como sempre
sefez anoSsa obediência enão | parecer que havia razoens pa-
| ra senão verem os ditos Li- I vros oque senão d eve enten- I
der vendo que sepedia Minis- I tros para dita diligencia mas |
não devia fazer esta o Prove- | dor mor que he parte, | porse-
Ihe entregarem os effeitos que | manda remetter, elhe sem du-
vi- | da nos hade duvidar em muitas (Fls. 96 v) muitas parti-

50
CARTAS DO SENADO

das sendo amaior a | do Assucar que se vendia por rema-1 ta*-


ção que mandava rematar | alguns por menos de mil eduzen-
| tos reis preço porque se ajustou | este povo de dar dita quan­
tia em | dito genero enão dinheiro, esobre | estar hal outras
razoens do seu | extremozo Zello ou conservaçam | motivo
bastante para dezejar- | mos que ditos Livros e Contas fos- |
sem examinados por hum De- | zembargador dos muitos que
| há verdadeiramente zelozos do | Serviço de Deos e de Sua
Ma- | gestade e utilidade publica enão | odito Provedor, ou
Contador dos | contos que vai omesmo = Sobre | setransfe-
rir aCaza da Alfande- f ga vãos informaçons ese se | rezolver
a nosso favor, deve VoSsa Mercê pedir ordem para | sepoder
tomar dinheiro aRezão dejiro e comprar as Cazas | que estive­
rem místicas a dita | Alfandega para o Recolhimt0 | (Fls. 97)
do Tabaco, eter as Serventias ne- | cessarias para as descargas
e embarque dos Navios | de Sorte tpie não empesse o aviamen­
to da Frota, epara o sobre - dito he necessária tomar-se con-1
sideravel dinheiro e obrigarem- | se os bens do Conselho e
rendimen- | to da nova Caza, esem isto senão | pode conseguir
effeito algum” | Dosmais negocios que não vi- | eram defferi-
dos esperamos de VoSsa | Mercê os solicite sempre com aquel-
le cuida- | do que sempre se experimen- | tou e com o mes­
mo queremos | as rezoluçons da que denovo | pedimos
que he consta do papel junto ã Pessoas de VoSsa | Mercê
nos Guarde Deos «Bahia I em Camara onze de Outubro |
demil sete centos edous” Joam de Couros Carneiro aSobs-
crevy” | André Leitão de Mello” Domin- | gos Affon-
ço Certão "Domingos | Barboza da Franca "Jozé Pires de Car­
valho "Manoel de Souza de Azevedo "------ ”

(Fls. 97 v) REGISTO DEHUMA CARTA


DESTE | Senado escrita a Sua Magestade so
| bre que fassa continuar os Padres [ da Com­
panhia no uzo de Breve I dos Neophitos”!
H H

SENHOR = Fazemos prezente a VoSsa | Magestade ogrande


damno que | rezulta aos mora dores detodo este | Estado de hu-
ma inhibitoria que | emanou daSé Apostólica aos | Religiozos
da Companhia de Je- | sus para que não uzassem ma-1 is de um
Breve, que tinhão pa- | ra dispençar com os Neophitos pa-1 ra

51
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO BRQUIVO MUNICIPAL

effeito de contrahirem Matri- | monio no Segundo grau. Sim


pies | de Sanguinidade, sendo que os di- | tos Religiozos ê Vai*
sallos de VoSsa | Magestade estavão deposse des- ta Graça ha
mais de cem annos | sucessivos, reformando-se sempre | de
vinte em vinte annos sem con- | tradição alguma, como de pro-
xi-1 mo fez a Santidade de Alexan-1 dre oitavo, cuja concessão
ere- | formação a inda durava sete | annos e sem embargo
delia ede | (Fls. 98) edehuma posse immemoravel, | veio nesta
Frota adita inhibitoria | da qual nos pareceo das pa rte a |
VoSsa Magestade pelos prejuizos que | delia rezulta a todo
este Estado | tanto porque degenerarão mui- | tas das famílias
principaes que | em virtude do dito breve Caza- | vão compa-
rentas pobres, oque | agora cessará pela dificuldade | do re-
curço a Roma, enão te- | rem Cabedaes para iodos ofaze- | rem
como também porque quã- | do ofação, será com grande dis-
I pendio de suas fazendas oque | comvem a ta lhar-se por ser
| esta huma porta que se abre | para por ella sahir para fora
das Conquistas amaior parte | do pouco Ca bedal que e nella
há | esta matéria Senhor héde tão relevantes consequências |
que nos obriga apedir-1 mos prostrados ao Reaes Pez | a VoSsa
Magestade sesirva por | Sua Real comizeração e Gran- | deza
mandar attender aeste nosso (Fls. 98 v) tam justo Requeri­
mento pois de se ex- j ecutar a dita inhibitoria, ficará es- | te
Estado padecendo huma muito | grande Ruina assim nas hon­
ras | como nas Fazendas. “Real Pes- | soad$ VoSsa Magestade
Guarde De- | os como todos os Vassallos ha vemos | mister
Bahia e Camara vinte e I hum de Outubro demil sete cen- | tos
etres “João de Couros Carneiro | asobscrevy” André Leitão de
Mel- | lo “Gonçalo Ravasco Cavalcante | e Albuquerque “An­
tonio Paz de | aragão” MiguelCalmon de Al- | meida “Manoel
Ramos Parente”-------- ”-------------- ’-------- ”

REGISTO DA CARTA QUE ESCREVEO [ o


Sena do da Camara a Sua Ma- | gestade so­
bre o procedimento do > Senhor General
Dom Rodrigo | da Costa “-------- ’

SENHOR = Na Frota do anno proximo pas- | sado Rendemos


a VoSsa Magestade as Graças por nos haver | feito mescê de
mandar por | Governador e Capitão Gerai deste | Estado a
a Dom Rodrigo da Costa I (Fls. 99) Costa de quem por sua

52
carÍas do senado

qualida- | de, talento eprendas esperavamos | o Governasse,


muito Conforme a Confiança que VoSsa Magestade havia fei-
| to de suapessoa, com utilidade- | de desta Republica, e foi
tão a- | vantajada a experiencia ao nosso | conceito eesperaw
ça, que nos | hé perciso repetir prostrados | a os Reaes Pez de
VoSsa Magestade | huma e muitas vezes as mesmas | gratifica
ções para demons- | trações do nosso aggradecimento | atão
grande mercê ebeneficio” | Por que Senhor tem sido odito |
Governador Geral na adminis- | tração da Justiça tão inteiro
] reto, conformando-se em tudo | as Leis e ordens de VoSsa
Mages- tade como se devia esperar do | seu dezinteresse sen­
do tão sin- | guiar o com que setem havido | depois que comes-
sou a governar | que nem amais minima da- | diva tem assei-
tado = Do avia- | mento da Fazenda Real se | tem mostrado
zelosissimo eassim | (Fls. 99 v) ^ssim chegarão neste anno os
Contractos ahum nunca visto cresci- | mento applicando-se
com tal | effi- | cacia atudo o que toca adefença | e Segurança
desta Praça, que a Fortaleza de Santo Antonio do Car-1 mo que
havia principiado seu | antecessor está quazi posta em | sua úl­
tima perfeição, eserámi- | Ihor, que terá esta Cidade ecom |
amesma actividade sehá na obra | da Caza da Pólvora que VoS­
sa | Magestade mandou fa bricar | a qual seacha já com muitas
| paredes, fora dos alicerces = Cri- | gio o novo Terço de Auxi­
liares que | VoSsa Magestade lhe mandou cei- | ar da mais no­
bre emilhor gente* | esem vexação = Pedindo-se- | lhe Socorro
da nova Colonia do | Sacramento mandou logo com | toda a
promptidão duzentos ho- | mens escolhidos nos dous terços [
de Infantaria desta Praça, e | mantimentos eomais neces-1 sa-
rio, empregou-se com todo o cui- | dado no aviamento desta
Frota:4 (Fls. 100) e Carga dos Tabacos vencendo a dificuldade
que podia ter esta | por serem poucos os Navios, ea | partida
daquella por falta de | Carnes em razão de huma no- | tavel
Seca que tem havido nos | Certoens donde vemgados” | Prohi-
bio, e prohibe tam efficas- | mente hirem Negros para fo-1 ra
desta Capitania que valem j hoje vinte e vinte e cinco por
cento menos do que valiam do | que rezulta utilidade aesta
Republica esam sem nume- | ro as que tem recebido, erece-
be do seu admiravel governo, | e não menos de sua exemplar
vida e muitas virtudes por | que não só se há como Gover-
| nador Zelloso, prudente, Valerozo, | erecto, mas como Pre­
lado | o mais exemplar e virtuozo | obrando em tudo o que
DOCVMEXTOS HISTÓRICOS DO* ARQUIVO MUNICIPAL

mais | cumpre, ao Serviço de Deos | e de VoSsa Magest^


cuja | Real Grandeza esperamos lhere- | munere tantos
ços, i com mer-1 (Fls. 100 v) mercez conforme ao seu mer^
mento ‘ A Pessoa de VoSsa Magestade | Guarde Deos muS’’
annos Ba- I hia eCamara aos vinte ehum de | Outubro den?i
sete centos etrez” | João Couros Carneiro aSobscrevy 2 |
dre Leitão de Mello Gonçalo | Ravasco Cavalgante e Albuquer.
| que “Antonio Paes de Aragam” | Miguel Calmon de Almej.
da” | Manoel Ramos Parente”.

REGISTO DA CARTA DO SENA = | do es-


crita aSua Magestade so- j bre o eicesso com
que se houve | o Contador Geral comeste
Senado “-------- ”
*
SENHOR — Antonio Lopes deVilhoa | contador Geral na Con-
tadoria des-1 te Estado nos deprecou ou anossos | antecesso­
res por huma sua Car-| ta de quinze de Julho de sete cen- (tos
e dous que lhe mandássemos | os Livros do Recebimento de
Antônio | de Azevedo Moreira que foi Thezoureiro do Donativo
que este dito Estado prometteo para odote da | (Fls. 101) Se-
renissima Senhora Rainha de-1 Gram - Bretanha e Paz de Olan-
da | para effeito de lhetomai Contas | na forma dehuma or­
dem deVoSsa - j sa Magestade de cinco de Abril | do mesmo
anno que dizia Ser | aqual vinha incerta edela cons- | tava ser
passada a Requerimento | do dito Antonio de Azevedo com |
ofundamento de selhe não que-1 rerem tomar as ditas Contas
por | nossos antecessores, quaze ao mes- | mo tempo - nos ti­
nha pedido o | Provedor mor da Fazenda Real | que remetes-
semos a dita Contadoria | os mesmos Livros eos dos | mais
Thezoureiros | do dito Dona- | tivo para por elles setomarem
I nellas as Contas geraes que ti-1 nhamos pedido a VoSsa Ma-1
gestade nos mandasse tomar pa- ra ajustamento dodito Do­
na- I tivo, epara hum eoutro fim | remetemos aditar Contado­
ria | geral os ditos Livros, depois nos | pedio mais por huma
sua Car- | ta miciva em vinte etres de | (Fls. 101 v) de Outu­
bro dodito anno que man-1 passemos ao Thezoureiro actual do
I dito Donativo lhe levasse hum Livro | em branco para lhe
carregar nelle | em Receita por Lembrança o que | achava se-
devia ainda ao dito Do-1 nativo Por Carta de sete de Novembro
I do mesmo anno nos tomou | a pedir lhe dessemos razão de

54
CART/fL DO SENADO

nove | centos e setenta ehum quintaes | emeio de pau brazil


de que disse | achava o frete pago pelo dito An- | tonio de Aze­
vedo eos não achava I carregados nos seus Livros de Receitas,
satisfazemos ahuma eou- | tra Couza por Serviço de VoS- sa |
Magestade enão por sermos aisso obriga- | dos enão satisfeito
da nossa res- | posta tomou a replicar names- | ma Matéria
por Carta de | quatorze evinte e nove do dito ] mez de Novem­
bro acrescentando | na ultima, que devíamos adver- | tir ao
Escrivão dodito Dona ti- | vo fosse cuidadozo em fazer as |
receitas por lembrança evivas | aos Thezoureiros delle efazer-
Ihas (Fls. 102) as signar, eeste excesso nos obri- | gou a respon­
der-lhe que elle to- | mava contas aodito Thezoureiro | enão a
este Senado, eque as- | sim aquelle os seus herdeiros, | enão aes-
te devia pedir as clare- | zas necessárias, eque não ti- | nha au-
thorização digo (O digo é do original) authoridade alguma pa-
| ra nos fazer asditas adverten cias | que VoSsa Magestade
.deve | ser servido estranhar-lhe aeste Se- | na do que sempre
se empregou | com maior cuidado no Real | Serviço de VoSsa
Magestade ese | houve alguma falta nas receitas [ dosditos
Thezouueiros foi por sua | culpapois as devião applicar, e |
porseus bens de seus herdeiros se | deve satisfazer o damno
que da- | hi rezultasse = Tomadas as di- | tas Contas na dita
Contadoria | Geral sefizerão nella dous Livros | da Receita por
Lembrança que | se derão ao dito Thezoureiro ac- | tual eelle
assignou equerendcJ por | elias a Juis de Fora desta Cida= |
(Fls. 102 v) Cidade acabar de cobrar o resta dasfin- I tas do
dito Dona tivo que ainda se | devião nella lhe aprezentaram
al- | gumas das partes varias quitações | dodito Thezoureiro
Antonio de Azevedo | ede seu Sucessor e Sobrinho Fi- | lippe
Moreira de Azevedo por que | mostravào terem pago parte ou-
to- | das as quantias que se lhe pedião | pelas ditas receitas por
Lembran- ça outras aprezen- | tavão despachos deste Senado
por que erão alivia— ] das das fintas que se lhe pedião I por
serem excessiva outerem pre- | vilegio e como os ditos Do-
cumen- | tos de lhe não podião levar em | Conta semsever se-
linhão sido | abatidos nas que setomarão na- | dita Contado-
ria nem também | sepodião executar os ditos deve- | dores
defendendo-se — com os ditos | Documentos, Recorreo o dito
Juis | de Fora do Conselho da Fazenda | deste Estado para que
semandas- | se fazer na dita Contadoria averi- | guação do Re­
ferido ou se restitu- | issem os ditos Livros aeste Senado (Fls.
DOCUMENTOS HISTÓRICOS 1?O ARQUIVO MUNICIPAL

103) para nelle sefazer, emandando-se | assim com effeito no


forão resti- | tuidos os ditos Livros em quinze | de Setembro
do prezente anno e | para fazermos cabalmente a | dita ave.
riguação por serem falesci- | dos os ditos Thezoureiros, Auto.*
nio de | Azevedo e Felippe Moreira de Aze- | vedo mandamos
Citar a Joanna | Camello Pimentel Testamen-| teira des;e para
que mandas-1 se assestir adita averiguação | ou recenciamento
de Conta e | mandando com effeito seu Pro- | curador bas>
tante mandamos | fazer dousLivros em que vamos | averj.
guando as ditas dividas ecar- | regando aos ditos Thezoureiros
na | pessoa do dito Procurador em I Receita viva algumas-
quantias | que achamos receberão os ditos | Thezoureiros
enão carregarão | nas suas receitas evamos pondo as | verbas
emais clarezas necessari- | as para também sessar todo o |
embaraço ese saber liquidamente | (Fls. 103 v) liquidamente
o que os ditos Thezou-1 reiros Receberão ese ha de cobrar de
I seus herdeiros esas partes eesta deli' | gencia gastará algum
tempo assim I pela multiplicidade das ditas divi- | das como
por seter rezoluto por aCor- | dão desta Relação que asditas
Con- | tas eoutras semelhantes setomem | por todos os Ve­
readores sem embar- | go do Estillo que havia de astomar |
só o mais Velho, pois não he facil | juntarmonos todos osdias
pelas ou- | tras muitas occvpaçoens do Ser= | viço de VoSsa
Magestade que te- | mos com a Infantaria eobras | do Conse­
lho mas sempre se fará | com apossibiliaade doter- | ceiro dia
depois da Restituição | dos ditos Livros nos tornou ape= | dir
o dito Contador Geral osdo Recebimento do dito Thezoureiro
Filippe | Moreira de Azevedo por Car- | ta sua de dezoito do
dito mez de | Setembro em que vinha incerta | outra Ordem
deVoSsa Magestade | de dezoito de Maio deste mesmo | anno
emque selhe mandava a | (Fls. 104) a Requerimento da dita
Joanna | Camelo que lhe tomasse tam= | bem as quantias do
Recebimento | do dito Filippe Moreira seu fi-1 Iho a esta Carta
respondemos que | até não acabarmos adita ave- | riguação
nos não hera possivel | remeter - lhe os ditos Livros, nos |
quaes era percizo porem se as | ditas verbas e declarações
para | se haverem detomar asditas Con= | tas, eainda que o
dito Contador | lhas podia por e fazer con- | forme a estillo
que sempre obser- | varam os Sindicantes quan- | do toma­
ram contas aalguns dos ditos Thezoureiros como elle | onão
fez quando tomou asdo- | dito Antonio de Azevedo nem | a
CARTAS» D© SENAD®

. fazer ainda depois do | dito despacho do Conselho da |


Fazenda I deste Estado era per- | cizo que nos offerecemos
nrimei-I ro = E a alem disso com o devido | respeito eSubmi-
cão pedimos aVoS- | sa Magestade seja servido man- | dar
que senão cumpra adita | (Fls. 104 v) a dita Ordem esetomem
por este Se- | nado as ditas Contas, por que con- | forme ao
Regimento que por elle | se fez para arrecadação do dito | Do­
nativo lhe tocam privativa- | mente como sevê da Certi- | dão
junta e sempre seprati- | cou exceptuando algumas ve- | zes
em que os ditoos Sindicantes | astomarão pelas acharem por
| tomar, eesta foi huma das ra | zoens por que nam replicai
mos | ou noSsos antecessores contra adi- | ta primeira ordem
que veio afa- | vor do dito Antonio de Azevedo po-1 is se achava
odito Provedor mor | na dita Contadoria tomandonos | Conta
por modo de Sindicante j aqual deligencia tem cessado |
Etambem acresceo quereremse | êximir os Vereadores mais
ve- I Ihos que nos annos passados ser- | vião detomar as ditas
Contas | epor isso fizerão com nossos an | tecessores que dis­
sessem tocava | ao Governador e Capitão Geral | deste Estado
nomear Ministro | (Fls. 105) Ministro para as tomar valendo-
I se pa ra isso sufisticamente | de hum Ca pitulo do Regimento
I novo do dito Donativo que trouxe | o Mestre de Campo Ge­
neral | Roque da Costa Baretto edepois | aggra vou hum dos
ditos Verea- | dores mais Velhos* para a d ita | Rela ção de
obrigarem atoma r só as ditas Contas eteve Provi- | mento
como fica dito, evendo | os mais quelheseria molesto | toma­
rem nas todos estimarão | muito haver occazião deseex- |
imirem dellas; porem nós esta- | mos promptos por Serviço de
VoSsa | Magestade e bemdesta Re- | publica atomalas pois lhe
toca | o prejuizo que dellas poderá re- I zulta r porque sem­
pre havemos | ajusta r o que liquidamente | devermos a VoSsa
Magestade do | dito Donativo ou aherdeira do | ditoThezou-
reiro dê boas Contas | ou más epor isso queremos ver | como
asdá, e mais quando temos | tão má experiencia das que se (Fls.
105 v) se tomavão a odito Antonio de Aze- | vedo na dita Con­
tadoria que nos he | necessário fazer o novo recen- | ciamento
que fica dito, e setomarão as di- | tas Contas sópellos livros
sem sea- I bilitarem nem citarem os herdei- | ros ou lestamen-
teiros do dito The- | zoureiro para as darem eas mais | clarezas
npressarias Ao que acres- | ce que amesma Joanna Camélia
| Pimentel nos requereo já lhetomas- | semos as ditas Contas

57
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DOl ARQUIVO MUNICIPAL

pelo que pa- | rece sede dadita ordem que como | passada* aseu
favor pode renún- | ciar e admitimos aellas somen- | te para
afim de aspreparar | com os acrescentamentos das re- | ceitas
everbas deque fica feita men- | ção e em quanto ao ajus ta
men- |. to dellas, sem embargo de todo o | referido sendo VoS­
sa Magestade | Servido eacabada dita delligencia | remetere­
mos logo os ditos Li- | vros ao dito Contador Geral pa- | ra
astomar com a noSsa costu- | mada edevida promptidam e
obe- | deencia VoSsa Magestade man= | (Fls. L) mandará
oque f or Servido. ARe- | al Pessoa de VoSsa Magestade Gu-
| arde Deos Bahia eem Camara | vinte edois de Outubro demil
se- | tecentos etres João de Couros Car| neiro asobscrevy "An­
dré Leitão | de Mello "Gonçalo Ravasco Ca- | valcante eAl bu-
querque "Antonio | Paes de Aragão "Miguel Ca Imon | de Al­
meida "ManoelRamos Pa- | rente ”-------- ”---------- ”
r

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita a Sua


Magestade por este | Senado sobre conceder
hum mei- | rinho ao Contractodor dos Vi­
nhos | "------------ ”
SENHOR = Huma das Condiçoens | com que este anno se re­
matou | o Contracto dos Vinhos consedido aeste Senado para
| sustento da Infantaria desta | Praça foi que este Senado re =
| queres se a VoSsa Magestade qui- | zesse-, mandar Criar hum
Meir.° | proprio para as c obranças to- | madias execuçoens
emais delli = | gencias pertencentes a odito Con- 1 (Fls. 106 v)-
Contractos ecomo da Creação deste | novo Officio não Rezulta
prejuízo | a VoSsa Magestade epode rezultar augmento as
Rendas do dito Con- | tracto a respeito de que c om eSsa |
conveniência haverá mais lan- | çadores q lhe fação subir
opre- | ço, como já neste anno subio só | pela esperança de
VoSsa Mages- | tade lhe conceder adita Graça. | Prostra dos
aos Reaes Pez de VoSsa | magestade lhe pedimos no laquei- |
ra conseder pelo melhora mento | que delia se espera nodito
Con- | tracto ea Real (Pessoa de VoSsa | Magestade nos Guar­
de Deos co- I mo dezejamos Bahia e Cama- | ra vinte e dous de
outubro de | Mil sete centos etres "João de | Couros Carneiro
o sobscrevy" André | Leitão de Mello "Gonçalo Ravasco | Ca­
valcante e Albuquerque "Antonio | Paes de Aragão ‘ Miguel
Calmon | de Almeida "Manoel Ra mos Pa rente " —”

58
CARTrTS DO SENADO

REGISTRO DA CARTA ESCRITA a I Sua


Magestade em que se lhe dá | noticia de que
o sobrinho do Chan- | celler defunto Resti-
tuhio a este Se- | nado os Livros que tinha
em | seu poder para os rever “----------- ”

cfNHOR "Foi VoSsa Magestade | servido por Cartas suas de


e | setecentos, emil sete centos e hum, mandar e o Chan-
celler que foi da | Relação deste Estado João | da Rocha
pitta tomasse contas | das rendas do Conselho eque o | exa­
minasse as despezas das pro- | pinas que levarão os Officiaes
| da Camara sem ordem de VoS- | sa Magestade etambem o que
| levarão nas funçoens dos nas- | cimentos dos Senhores In-
tantes |, epara dar dito Chancelltr cum- | primentos as ditas
Contas pe- | dio os Livros que servirão com | os Procuradores
e Thezoureiros | desde o anno de seis centos oi- | tenta equa-
tro até seis centos | noventa etres e por não faltar- | mos a
nossa costumada obedi- | encia sem repugnância se en- | tre-
garão e os teve em seu poder. (Fls. 107 v) até otempo de seu
fa- | lecimento, eos entregou seu Sobrinho o Coronel | Sebas­
tião da Rocha Pitta evendo- | se ditos Livros pelos Vereado­
res do | annoproximo passado acharão | ter-se tomada a Conta
desde se- | is centos oitenta equatro até se- | is centos noventa
edois eter glo- | zado algumas des pezas elhe fal- | tou somente
por e examinar a | Conta do anno de seis centos no- | venta
e tres em que devia fazer | as declarações necessárias; E por
| faltarem estas, edizer em algu- | ãs despezas que glozou se
cobrem | eestejão as suas emportancias | em ser na mãodo
Thezoureiro | até resolução de VoSsa Ma- | gestade nos parece
prostados | dar conta p.a Vossa Magestade | mandar o que
mais Conveni- | ente for a seu Real Serviço a | PeSsoa de VoS­
sa Magestade nos | Guarde Deos Bahia em Camara | vinte
edois de Outubro de mil | sete centos etres João de Couros
Car- | neiro a Sobscrevy” André Leitão de | (Fls. 108) de
Mello” Gonçalo | Ravasco Ca valcante e Albu- | querque An-
tonio Paes de Ara gão | "Miguel Calmon de Almei- | da “Ma
noel Ramos Parente” ----- ’
59
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DQ ARQUIVO MUNICIPAL

REGIS TO DEHUMA CARTA Es= I c •


por este Senado a Sua Ma- | gestade sob^
semandar nomear | novo Ministro para**
medição | da Sesmaria de Santo Amaro” |*

SENHOR = Suplicando a VoSsa Ma- | gestade por este Sena,


do para que | mandasse medir as terras que | por Sesmaria
lhe pertencem no [termo desta Cidade que se a- | chão occupa-
dos com alguns injustos | possuidores defferio VoSsa Ma- |
gestade que o Juis de Fora fosse j fazer esta medição sem de-
cia- | rar quem havia depagar as | despezas que forçoza men­
te se | havião de fazer digi (o digo é do original) sehão de |
fazer com o Salario do Ministro, | Escrivão, Medidor, Piloto,
e Aju- | dante da Corda* etambem afor= | (Fls. 108 v) aforma
com que ha vião de ser ou- |*vidos os heroes que impugnassem
aa | dita medição e por que nem o dito | JUis de Fora poderá
hir fazer adi- | ta medição sem detrimento deste | povo* pela
expedição das Cauzas | que correm no seu Juizo* e a sus- | pen-
ção do exercicio do Officio de | Provedor dos Auzentes que-
Tam- | bem cerve alem demuitas deli- | gencias que lhe são en­
carrega- | das e assim também senão po- | de a tal medição fa­
zer sem des- | peza dos ditos Sallarios o Conse- | Iho os pode
pagar sem Provizão | de VoSsa Magesta de e junta men- | te
se não podem seguir o fi mda | dita medição se as partes que
a [impugnarem houverem de ser | ouvidas pelos meios ordi­
nários | dandoselhe eaggra- | vo no effeito suspencivo, ehé em
| grande damnodeste Senado eda | mesmo Cidade não se fazer
com | brevidade adita medição. Portan- | to prostados aos
Reaes Pez de VoSsa | Magestade lhe pedimos quei-1 (Fls. 109)
queira man dar passar Provizam | pa ra que o Governador e
Capitão | General deste Estado nomee ou- | tro Ministro dos
desta Rellação | que se ache mais dezempedido | para que logo
vá fazer adita (medição ouvindo as pa-rtes su= | mariamente
e dando - lhes ap- | pellação e aggravo no effeito de- | volutivo
tam somente e assim | também declare quem hade pa- | gar
as expensas datai medição | Por cujagraça que de VoSsa Ma- [
gestade esperamos ficaremos sem- | pre reconhecidos eem tudo
obe- | dicntes as Reaes Ordens de VoSsa | Magestade que Deos
nos Guarde | como dezejamos Bahia e Ca- | mara vinte e dous
de Outubro | demil sete centos etres” João de | Couros Carneiro

60
CARTÀS DO SENADO

brescrevy” André | Leitão de Mello “Gonçalo Ra-1 vasco Ca-


aaSirnnte e Albuquerque” | Antonio Paes de Aragam” | Miguel
Calmon de Almeida | ManoeJ Ramos Parente” (Fls. 109 v).

REGISTO DA CARTA ESCRI- | ta a Sua


Magestade por este Senado por ] que se
torna apedir Provizam para | que se nãore-
matem os Assucares | por execuçoens e se
tomem quinze | dias antes da partida da
Frota ] pelo que valer nela”----------- ”

SENHOR = Havendo VoSsa Ma gestade- | de Consedido aos


moradores desta | Cidade que por tempo de seisan- | nos se
lhes não rematassem por | execução os seus assucares e fru­
tos | da terra senão quinze dias ^i- | tes da partida dasfrotas,
se aca- | barão os ditos seis annos e suppli- | cando-se a VoSsa
Ma gestade por I parte da mesma Cidade para | que lhe perpe­
tuasse amesma | gra ça lhe não defferio Vossa Ma- | gestade
comfundamento dehaverem | os Assucares subido ama- | ior
valor. Epor que este valor se | não Conhece senão despois que
| as Frotas estão a Carga quando | já setem neste Senado pela
ordem | que nela ha de VoSsa Ma gestade | arbitrado preço
geral aos ditos As= I sucares {Fls. 110) Assucares por cuja
Cauza antes será por | muito menos doque depois va- | lem no
que terão os Credôres ex= | cessivo lucro, epor elle se have-
| rão com mais descomedimento nas | suas execuçoens eindá
será maior | aperda dos devedores avista | da exorbitância
com que setem | acrescentado os preços atodas as | drogas ne­
cessárias pa ra os se- | us fornecimentos acujo respeito | não
vem alograr utilidade | considerável na maioria dos | ditos
preços alem deque este | maior Valor dos Assuca-res não | he
certo pois hé dependente dos | tempos e assim pode com qual
| quer movimento delles tornar | aabaixar com conhecida rui-
| na dos que olavrão. Pelo que | prostrados aos Reas Pez de I
VoSsa Ma-gestade lhe pedimos | queira perpetuar aesta Ci- |
dade a dita Gra-ça mandando que | os Assuca res senão arre­
matem | antes de arbitrado neste Senado o | (Fls. 110 v) ofe­
reço delles eque pello que se ar- | bitrar ou em falta de arbi­
tram | to pelo que geralmente valerem quin- | ze dias antes da
partida FRota | se tomem para pagamento | das execuçoens
dos Creadores digo (o digo é do oriignal) dos Credores pois do

«1
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

Contra- | rio se segue tão evidente | damno aeste Povo, e a Real


Pessoa | de VoSsa Magestade nos Guarde | Deos como deze-
jamos Bahia | e Camara vinte edois de Outubro | demil sete­
centos etres “João de Couros Carneiro oSobscrevy" | André
Leitão de Mello” | Gonçalo Ravasco Cavalcante eAlbuquer- |
que “Antonio Paes de Aragam” | Miguel Calmon de Almeida"
Ma- | noel Ramos Parente “------ ”------------ "

REGISTO DA CARTA ESCRITA | a Sua Ma-


gestade por este Sena do | em que pedem sc
mande ex- | eCutar a Provizam que prohij
be vender-se Carne nos Curra- | es e quartos

SENHOR = Por Carta detres de Julho | (Fls. 111) de Julho


do ano de seis centos no- | venta e quatro de que com esta |
remetemos a Copia, fez este Sena- | do prezente aVoSsa Ma­
gestade | o grande prejuizo que o Po- | vo desta Cidade recebia
no con- | tinuo roubo que experimen- | tava pro cedido de se
cortar Carne | nos Curraes donde semata | por muito maior
preço do que | sahia taxada em viriçam, | epor alguns respeitos
partícula = [ res lhe não podia m dar Conve- | niente remedio,
pediram aVoSsa | Magestade lhe fizesse mercê con- / ceder huã
Provizam paraque senão | cortasse a Carne fora dos ditos as =
1 sougues e attendendo VoSsa Ma- | gestade* a justiça da quelle
reque- | rimento foi servido conceder, a | de que com esta re­
ine- | temos também a Copia com aspenas | nella declaradas
aqual seobs- | servou por alguns annos: mas | tornando a
Continuar com | maior excesso ainsolencia dos | ditos Mar­
chantes em vender pu- | publicamente a Carne (Fls. 111 v) nos
ditos curraes por mais crescidos preços da- | quelles porque se
corta nos assou- | gues, procuramos proceder contra | elles na
forma que dispõem ames- | ma Provizam da qual pediram /
vista dizendo não ter noticia de- | la, ha vendo nove annos que
se | tinha publicado edado aexecu- | ção algumas vezes eman-
dada | ler aos ditos Marchantes pelo | Escrivão deste Senado
antes da re- | matação do dito Contracto co- | mo consta da
Certidão junta : | enegando-se-lhe atai vista por | estes eoutros
fundamen- | tos, aggravarao para a Relação | deste Estado
donde ti verão Pro f vimento. Conseguindo por este | meio
ofim que Procuravam, | de que ficasse em Cauza ordina. |

62
CARTAS DO SENADO

O que sedevia sentenciar su- | mariamente na forma da mes- |


ma Provizão em cujos termos | não podemos remediar o gra­
ve | prejuizo que este povo experimen- | ta nem os damnos
que se seguem j (Fls. 112) seguem as Reas Rendas de VoS25
| sa Magestade pois he infalivel | que cortando os Marchantes
a Car- | ne nosCurraes lhes não he ne- | cessario lançar nos ta­
lhos dos as- | sougues que já hoje se achão em grande demi-
nuição no seu ren- | dimento pelo Conloio que entre 7 si tem
feito os ditos Marchan- | tes de não lançar huns contra | os
outros aque se | justifica da igualdade com que | lançam nos
ditos talhos como | consta da Certidão junta do di- |”to Es­
crivão do Senado, ehe hoje | tal o seu poder edemazia que | ao
mesmo tempo que selhe prohibia o corte das Carnes nos Cur-
| raes chegarão aofferecer a este | Senado emhum lanço mais
| duzentos mil reis pelos talhos f com condição de cortarem
nos | Currais adita Carne, entendendo | não poderião conse­
guir o | que depois vierão a alcançar | sendo tão publico es­
cândalo | zos, os meios com que alguns se | (Fls. 112 v) se
conservarão emprejuizo desta Re- | publica que por modéstia
os não fa- | zemos prezentes a VoSsa Magestade ] a quem pros­
trados pedimos com a | Submissão devida se sirva VoSsa Ma-
| gestade mandar que adita Provizão | seguarde inviolavelmen-
te | eque delia não possatomar conhe- | cimento algum a Rella-
ção, assi pelas | ditas Rendas terem natureza da | Fazenda
Real, como porque^só des- | ta sorte seficará evitando o irre-
| paravel prejuizo que continua- | mente sefaz aeste Povo
eademi- | nuição que enfalivelmente hão deter as Rendas de­
VoSsa Ma- | gestade. A Real Pessoa dé VoSsa |Magestade
guarde Nosso Senhor j como seus Vassallos havemos mis- |
ter Bahia dezesseis de Outubro | demil sete Centos etres” João
de Couros Carneiro oSubscrevy “André | Leitão de Mello"
Gonçalo | Ravasco Cavalcante eAlbuquer- | que “Antonio Paes
de Aragam” Miguel Calmon de Almeida" Manoel Ramos Pa­
rente" --------------- ”
REGISTO DA CARTA ESCRITA | a Sua Ma­
gestade sobre que pedem venha a Frota na
mesma forma em que sempre foi estilo" —
»»

SENHOR = He tam considerável j aperda que os moradores


da Ba- I hia tem experimentado este an- | no na devizam que

63
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO
municipal

se fez devir J a Frota em duas Esquadras* ena. | incerteza


ha dechegar aqui |ficou em Lisboa* que nos obriga | a repr*
zentar humilde mente a | os Reaes Pez de VoSsa Magestade6!
ser muito conveniente a Seu | Real Serviço eao Bem Comum'
de seus Vassallos, que as Frotas, | que hão de conduzir os ge.
neros | que no Brazil se cultivão ve- | nhão na mesma forma
emque | sempre - foi estillo; porque não | sendo assim deixa,
rão os moradores | desta Capitania alavoura | do Assucares
no dezengano denão | ter quem lhe compre pornão | haver
donde se carregue como a- | gora sevê, como não pequenas Ias-
; tima dos mizeraveis Senhores de (Fls. 113 v) de Engenho
Lavradores de Canas, e | Povo desta Cidade porque o con- |
sumo deste genero depende atotal con- | servação desta Praça,
enão sabe- | mos ainda, se comprehende tam- | bem a Portugal
o estrago desta rui- | na que VoSsa Magestade deve man- | dar
acudir como opromto remedio | de que tanto necessita. Então |
representamos a VoSsa Magestade j este negocio com as cir­
cunstancias individuais que elle pedia por | que todassão tão
publicas ema- | nifestas que entendemos, terá já | subido a no-
ticia dellas aos Reaes | Ouvidos de VoSsa Magestade em | cuja
Piedade eGrandeza espera- j mos achar aparticular atten- | ção
com que deve mandar pon- | derar esta matéria por ser de |
tão relevantes consequências» a | Real Pessoas de VoSsa Ma-
gesta- | de Guarde Deos por muitos an- | nosBahia vinte edois
de Outu- | bro demil sete centos e tres” João de Couros Car­
neiro osobscrevy” André Leitão de Mello” Conçalo | (Fls.
114) Gonçalo Ravasco Cavalcante e Albuquerque” Antonio
Paes de Ara | gão” Miguel Calmon de Almei- | da “Manoel Ra­
mos Parente”------- ”------------ ”

REGISTO DA CARTA ESCRITA | por este


Senado a Sua Mages- | tade sobre afesta de
SamJoão ’ ’----------- ’ ’

SENHOR = Da Portaria emais do- | cumentos juntos será pre-


zente | aVoSsa Magestade o injusto pre- | texto com que os
Religiozos do | Convento do Carmo desta Cida- | de, se exclui­
rão devir este pre- | zente anno acompanhar as prociçons que
se fazem poror- | dem deste Senado as quaes foi | VoSsa Ma­
gestade servido con- | formar edar natureza de Reaes I nelas
Provizoens e Cartas que | no Archivo delle seacharam I rpmc
I 1
64
CARTAS DO SENADO

ta-das havendo mais de | setenta annos que nos conserva- |


vamos na posse de virem | os ditos Religiozos aCompanhar |
as sobre ditas prociçoens ecomo a | festa que se faz ao Glo-
riozo Sam (Fls. 114 v) Sam João Ba-ptista na Igreja do | dito
Convento he com assistência | do Governador Geral ea domes-
mo | Senado, pondera-mos com toda a | attenção os inconve­
nientes que | podiam rezultar de hirmos assestir [ aditafesta,
donde pela desa- | tenção daquelles Religiozos era | quazi in-
faliver experimentar j algum trata mento menos de= | corozo
a authoridade do Sena- | do: Rezolvemos em Vereaçam | que
a dita festa sefizesse como | com effeito sefez na Igreaj do I
Patriarca Sam Bento com a | assistência do dito Governador |
evitando por este meio o que de- j pois senão podería reme­
diar | por nenhum outro epor não | haver Rezão, justiça ou
funda= | mento que nos obrigasse a | deixar defazer adita
festa don | de mais Conveniente párecesse | já que o escanda-
lozo excesso e | demazia com aquclles Re= | ligiozos tinhão
procedido contra | este Senado ou fazia indignos da | (Fls.
115) da urbanidade com que sempre | lhe assistio, eainda
agora procu- | rou continuar no mesmo obse- | quio dissimu­
lando os dezacertos | com que os ditos Religiozos im- | mo­
destamente abuzarão da at- | tenção com que nos ha vemos |
sobre este particular que nos I, violentarão apedir aVoSsa
Ma= | gestade prostrados a seus Re- | aes Pez nos fassa merce
conce- | der Licença» para que livremente- | te possamos fazer
adita festa | em qualquer das Igrejas desta | Cidade vistas as
razoens que | temos pa ra nos não expormos | a algum des-
pique Religiozo. | A Pessoa de VoSsa Magestade | Guarde
Deos muitos annos Ba- | hia vinte etres de Outubro de | mil
sete centos etres "João de | Couios Carneiro os sobscrevy"
André | Leitão de Mello "Gonçalo Ra- | jvasco Cavalcante e Al­
buquerque" I Antonio Paes de Aragão" Miguel Calmon de Al­
meida "Ma- I noel Ramos Parente"----------- ”

(Fls. 115 v) REGISTRO DA CARTA ESCRI­


TA A SUA | Magestade sobre se expulçar da
Mar- | çhantaria a Domingos de Oliveira |
, Lopes "--------- ”---------

SENHOR "Nesta Cidade da Bahia | assiste, amuitos annos


hum Do- | mingos de Oliveira Lopes natural | e cazado nesse
65
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

Reino, | o qual depois | de escrever o Officio de Çapateiro


outros deste lote se rezolveo a ser | Marchante por ver quao?
se aug-mentavào de cabedaes os que ha- | vião nesta Cidad°
ecomo este su- | geito por inquieto, burlam e ur- | gulhozo f0-
ehé notoriamente | prejudicial aesta Republica pelos |&con-
loios que fazia com os ou- | tros Marchantes assim nas com-1
pras dos Gados como na maioria | dos preços porque vendia
a Car- | ne nos Curraes da matança dei- | les contra apostura
taxada em | vereação eprohibida por huma | Provizão de ,VoS-
sa Magestade de | quinze de Dezembro demil seis- | centos no­
venta equatro fazen- | do - se author das insolências com |
(Fls. 116) com que alguns dos ditos Marchantes procedem
em damno, e prejuizo | do bem comum, edas rendas deste |
Senado em que VoSsa Magestade | tem aterça fizerão os verea­
dores que | nelle servirão oeanno demil sete | cetentos ehum o
termo que com es- | ta remetemos, edeque mais indi- J vidual-
mente constará a VoSsa | Magestade omáo procedimento |
dodito Domingos de Oliveira em que o excluhiram de não ser
| mais admetido por si nem por | outrem alcançar nas Rendas
| do dito Senado nem ater par= | te enellas por traspassos
que | lhe fação os Rendeiros. E Como | elle pedisse vista do
dito termo’ | e aggravasse da sua rezolução | para a Relação
deste Estado | donde teve Brovimento para | ser admetido
alcançar nas di-| | tas Rendas sem haver mais Razam ou fun­
damento que o | de empenho com que alguns su- | geitos que
por modéstia seca lão | por conveniência ou por caprixo (FLS.
116 V) caprixo descubertamente ofavore- | cem sem reparar
no prejuizo, que, | por esta Cauza, | rezulta ao augment- | to das
Rendas deste Senado, e auti- Jlidade deste Povo, mostrando a
| experiencia que no anno em que | este Marchante foi excluido
de | lançar na Renda dos talhos dos j Assougues, cresceo mais
cento e | cincoenta mil reis queno passa-| do. E reconhecendo
nós quanto | convem ao Serviço de VoSsa Ma- | gestade à uti­
lidade deste Povo | eas rendas deste Senado, que | odito Do­
mingos de Oliveira não | possa por si nem por outrem ] lançar
nellas, nein ter parre | por traspassos que lhes façam os | re-
matadores das ditas Rendas. | Pedimos a VoSsa Magestade
com | a Submisção devida, sesirva | mandar que odito Marchan­
te Do- | mingos de Oliveira em nenhum | tempo Seja admetido
a lançar | nas ditas Rendas dos talhos e Cur-1 raes, nem nellas
tenha parte por ] qualquer via que seja sem em | (FLS. 117)
CARTAS DO SENADO

bargo de quaes quer Requerimentos que fazer, ou razoens


c^e | alegar a seu favor P°rQue só I assim ficaram sessando os
ditos | Conloios que não podemos evi- | tar por outro meio. A
Real | Pessoa de VoSsa Magestade Guar- | de Deos muitos annos
Bahia | eCamara vinte etres deOutubro demil sete centos etres”
j0. | ão de Couros Carneiro aSobscrevy” André Leitão de Mello”
Gonçallo | Ravasco Cavalcante eAlbuquerque” | Antonio Paes
de Aragam” | Miguel Calmon de Almeida” | Manoel Ramos Pa­
rente” | ”------------- ”-------------- ”

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita por


este Senado aSua | Magestade sobre Donati­
vo do | Dote e Pax de Olanda--------- ”--------- ”


Senhor = Por ocazião dehuma Car- | ta de VoSsa Magestade
pelo Conselho Ultramarino que na Frota | de setecentos veio
ao Juis de Fora | desta Cidade do que tirasse digo (o digo é
do original) Juis de Fora desta Cidade para que ajustasse | as
Contas do que tirasse aVilla | (FLS. 117 V) Villa deSam Fran­
cisco na quantia | de hum milhão duzentos eoitenta | mil Cru­
zados que esta Capitania | suas ameixas prometeo por Do- | na­
tivo para oDote da Serenissima | Senhora Rainha de Gram Bre-
tan- | nho e Pax de Olanda etendo pago | selhe não continuas­
sem as fintas | Pedimos a VoSsa Magestade a Re- | querimento
deste Povo namesma | Frota epelo mesmo Conselho que | fosse
servido mandar - nos ajus- | tar e tomar também Contas de |
todo o dito Donativo por que ti- | nhamos pago quaze toda asua
| importância epara o resto | tinha- | mos suficcicientes fintas
lan-’ | çadas eque quando estas não | bastassem lançaríamos
por hu- | ma vez ao que fossem necessa- [ rias para cabal Sa­
tisfação do | /dito Donativo, e remettendo-se | esta nossa
Supplica ao Tribu- | nal da Real Fazenda de VoSsa | Magestade
foi Servido mandar | (FLS. 118) Mandar por Carta de quinze
de | Março de setecentos ehum ao j Provedor mor da mesma
Fazen- | da deste Estado examinasse hu- | mas eoutras Contas
e entenden- | do nós que pelas suas muitas | occupaçoens e
qualidades de dita | deligência anão podería fazer | combrevida-
de Pedimos mais | aVossa Magestade na Frota | do dito anno de
sete centos ehum | por esse Tribunal de Sua Real | Fazenda

67
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL,

fosse Servido mandar | que se suspendessem os no- I Vo


çamentos efintas dodito | Donativo e sebem senão tinhão | p
çado já no anno de sete cent- | tos em virtude da dita s *
| plica epelo exemplo da dita | Carta queríamos ter ordei^i
expressa para adita Suspen- | ção ou Contraria para haver.
mos.de continuar as das fintas até final- | mente digo (o dig0 !
do original) até final averigu-1 ação do referido para então | as
fazermos sefossem necessárias na dita forma e em birtu- | de
(FLS. 118 V) virtude desta noSsa Carta e de outra | que na-
mesma Frota escreveo a VoSsa | Magestade odito Provedor mor
sobre | o noSso primeiro Requerimento lhe | ordenou VoSsa
Magestade outra | vez na Frota passada de sete centos edous em
Carta de oito deJa-1 neiro e nove de Março do mes- | mo anno
que tomasse as ditas | Contas como lhe tenha manda- I do Pelo
que nos deprecou elle | por huma sua Carta em que | vinhão
incertas as de VoSsa Ma-1 gestade, em dez de Junho do di- | to
anno que lhe remetessemos | aContadoria Geral deste Esta- |
do todos os Livros do recebimento | dos Thezoureiros do dito
Dona- | tivo eos Seus papéis linhas man- | dados emais Do­
cumentos to- | mando primeiro Contas aos que | as não tives­
sem dado e posto que | então nos fez mais pendor aoobje-1 ção
quejá no anno antecedente | senos tinha offerecido atomar |
odito Provedor-mor as ditas Con- | tas por ser o que de nos
cobrou e co- | (FLS. 119) ecoara odito Donativo em nome | de
VoSsa Magestade ehade dar | conta delle eteve letigio com
este | Senado sobre opreço do Assucar | que se dava empa-ga-
mento do | dito Donativo no qual tivemos | Sentença a nosso
favor que VoS- | saMagestade foi Servido con- | firmar pela
Provisão deque vai | a Copia junta a-ttendendo a for- | ma da
nossa promessa não qui- | zemos allegar adita objeção que |
lambem no anno antecedente | haviamos Calado por mostrar
| a nossa obediência e supormos | que as Contas que VoSsa
Ma- | gestade lhe mandava tomar e- | ram somente por modo
de in- | formação enão fun- | damental e ordinariamente | esó
Comunica-mos a dita du- | vida ao nosso Procurador pa- | ra
que a reprezentasse a VoSsa | Magestade etendo mandado I
cumprir a dita Carta nos veio | outra do Conta-dor Geral domes-
| mo Estado emque também nos | (FLS. 119 V) nos pedia lhe
mandássemos os Li- | vros dos Recebimento do Thezoureiro I
Antonio de Azevedo Moreira para ] lhe tomar Contas naformJ
que | mais largamente declaramos | aVoSsa Ma- | gestade e

68
CARTAS DO SENADO

outra Carta da data desta, e como estas con- | tas devião pre-
de? a remessa dos | ditos Livros epara tomarmos asdos | The-
zoureiros Felippe Moreira de Aze- | vedo enão tinhão também
dado I Conta a este por huma duvida | que se offereceu a Res­
peito do seu or- | denado que VoSsa Magestade re- | zolveo
em annos diverços pelos | Conselhos de sua Real Fazenda e |
ultra mar eoutros de que fazemos | larga menção na dita Carta
da | data desta, eaquelles por que selhe | não podiam tomar sem
se ajusta- | rem primeiro as deseu antecessor [ nos era neces­
sário que senos tornas- | sem a restituir primeiro os | do dito
Antonio de Azevedo pelo |dito Contador Geral respondemos |
(FLS. 120) ao dito,Provedor mor por huma | Carta noSsa de
trinta e hum do | dito mez de Julho que não podia- | nos dar
cumprimento adita | sua Carta sem primeiro nos | tomar a
remetter o dito Conta- | dor Geral <^s Livros dodito Thezoureiro
sebem não expressa- | mos, oupara melhor dizer não | expres­
sarão nossos antecessores | a dita Cauza tão concludente | ecla-
ramente por que hião ali- | viar-se das ditas Contas esó | per-
tendião pretexto para o conse- | guir como melhor mostrar­
mos I na dita Carta dadata desta e j também lhe propuzemos
que pa- | rece que os Livros em que sea- | chavão tomadas Con­
tas, por Sin- | dicantes com ordem de VoSsa Ma- | gestade selhe
não podião re- | matar para elle»as rever sem |outra que fi­
zesse menção especial dadita circunstancia | etomando nos elle
a escrever que | sem embargo das ditas duvidas | lhe reme-
tessemos os ditos Livros* | (FLS. 120 V) Livros eque com a
Remessa feita ao | dito Contador Geral a Respeito dos Livros
| do dito Antonio de Azevedo se | satisfaria emquanto aestes
demos | logo cumprimento as ditas Cartas | por Serviço de
VoSsa Magestade e | mostrarmos anossa obediência | eaverdade
da Supplica que lhe ha- | viamos feito — Depois tivemos no- |
ticia que odito Provedor Mor man- | dara pedir mais ao Es­
crivão deste | Senado que ohé também do Do- | nativo lhe le­
vasse todas as provizo-ens emais Documentos que houves- | se
a elle pertencentes e posso dar .| nadita Contadoria certas in­
forma- | çoens do que pretendeo elle escuzar-se recorrendo
aVossa Magestade | pelo Conselho da Fazenda deste | estado
enão semfundamento | como supomos reprezenta aVoSsa Ma­
gestade mas não só- | mente onão ajudamos nisso I como pa-
rece devíamos por va- | rir odito Provedor Mor da for- | ma
que primeiro tinha uzado | enão estarem asditas Provizoens |

69
aocuKxn» moasu do .«qctvo mlnicip.u

RS 121 Prôvjoens acrdern dodito Escri -| vão maspe


mo&ihe levar- ss o Registro detodas ellas eoo | tros Livros
fizerâo falta aes- to Senado enão podiam sahir j delle
Tnente ^ara que ^enao pode^^e dizer por modo alztun i gii^ &
bossavamos ou deu- nhamos a mia deligencia - j Somen*
r.âo forâo com os ditos Livros os do recebimentos do dito*
Thezcureiro Manoel Ramos- Ai- res porque se lhe não havião
feto em razão de que servio só- [ mente hum anno pcuc-
ma- is oumencs e constrangido por ; não haver quem quizessé
ser- vir enesse não havia já no- vos lançamentos que selhe
podessem Carregar em Receita, pur lembrança nem tão bem
se- lhe poderão lançar nella os restos | das fintas carregadas
aseus antecessores por ser lhe não terem , tomado Conta
e pelas contas re- feridas ecobrar pouco no dito an- | no pela
esterilidade delle onão (FLS 121 V) não havia também dado
as clare- zas neressarias para selhe fazer Livro [ de Receita
viva ehum. eontro sup- , puzemos se fazia nadita Contadoria
Gerai por senão pedirem ese averem nella feito dos Livros de
Receita por lembrança ao The- zoureiro actual Domingos Rc-
dri- gues Barboza Como dissemos na dita Carta da data desta
ecom effeito não tivemos notícia de । que sepedissem os ditos
Livros senão em Julho do prezente an- । no elego lhe manda­
mos fazer oda receita viva «que odeiem- [ branca já não era
necessário por terem passado todos os ditos res- | tos ao
dito seu. suçessor eo reme- temos adita Contadoria em qua- [
tro de Agosto deste dito anno para' । cabal satisfação deste
ulti- mo pedido que também sefez | somente aodito Escrivão”
Em quinze deSetembro deste mes- mo anno se nos tomarão
arestitu- [ir todos os ditos Livros naforma [ e pela Cauza de­
clarada nadita [ (FLS. 122) na dita Carta da data desta enos [
Escreveo odito Provedor-Mor por Carta sua dedez dodito mez
de Setembro que vinhão tomadas todas as ditas Contas enellas
nos । não abonara todas aquellas des- | pezas que forão feitas
sem Pro- j vizão de VoSsa Magestade por | Iho ordenar assim
pela dita sua [ Carta de oito de Janeiro de sete- | centos edous
e que devíamos por [ resto da dita quantia prome- | tida ses­
senta Contos' quatro cen- | tos setenta enove mil seiscentos |
quarenta ©cinco reis Hu-1 ma e outras Couza vimos me- | Ihor
pelos Livros em que seto- | marão as ditas contas esommã- I do
todas as dispezas glozadas | achamos importarem onze [ contos
setecentos trinta ehum | mil duzentos trinta equatro | re^s como

70 ÜK
CARTAS DO SENADO

„ a I Vossa Magestade pelo trasla- \ do dás ditas


nK' h\r aue te- i mos noticia selhe envia e falando , com aderida
SmâãL cacaiamento |(FLS. 122 V) acatamento parece que
nos devem | levar em Conta as ditas Despezas esa- hirem
competo principal por que j de outra sorte virá apagar esta
Ca- pitania mais doque prometeo coo- | tra a forma da sua
promessa de que vai aCopia induza eamen- | te etençâo dos
que afizerão que . logo explicarão n<x regimento que para arre­
cadação do dito Dona- 1 tivo ordenarão eno Capjtulo qua- 1 rea­
ta ehum delle contheudo e também na dita Copia e este se pra­
ticou eobservou j sempre compremição dos Gover- l nadares
Geraes emais Ministros j de VoSsa Magestade ate que foi ser-
vido fazer onovo quetrouxe omestre de Campo General Roque
da Costa Barretto no qual se confor- mou tanto como a forma
dadita pro- | messa eattendeu tanto autilidade \ desta Repu­
blica que mandou em | hum CapMtulo delle deque tam- | bem
vai a Copia que omesmo ' Escrivão eThezoureiro da Cama- |
ra otossem do dito Donativo sem j ordenado algum ealiviando
Vos- | (FLS. 123) VoSsa Magestade esta Republica ’ desta Des-
peza parece que não he ; razão que ella pague as que até então
havia feito e senão poderão | escuzar para boa arrecadação '
do dito Donativo e mais quan- do nos. mais que ella tem feito
[ epago aVoSsa Magestade sahirão j sempre as ditas despezas
do princi- pal como também sevé dodito j Capitulo quarenta
ehum; eassim [ como senos levão em. Conta os ' ordenados e
despezas sobre que | há Provizoens de VoSsa Magestade se nos
devem abonar as mais | por haverem sido igualmente justas
eneces sanas sem embargo | de nos faltarem para ellas as di- [
tas Provizoens que não pedimos [ por nós parecerem necessa-
j rias eterem levado em Couta os | ditos Sindicantes as ditas
despe- | zas = Equando não mereça mos | esta Graça por rigor
dejustiça es- | pe ramos da Real Grandeza e | Piedade de VoSsa
Magestade no- | la fassa por comizeração | (FLS. 123 V)
a t tendendo a grande quantia que [ pegamos e devemos adito
Donativo [ como sevê das ditas Contas, pela have- | rem tomado
por empréstimo nossos antecessores para pagamento | da In­
fantaria por não chegarem os effeitos delia, enão lançarem ao
mesmo tempo novas fintas sendo | que o sustento dadita In­
fantaria | era ehé da obrigação da Fazenda [ Real, e por seachar
esta atenuada | otomamos sobre nos até ser mais opulenta eo
continuamos ainda, | achando-se ella já com tão gran- l de eso-

71
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

bidos crescimentos com despe- | za demais de sessenta


ccuza- | dos por anno que sahem deste mi- | zeravel Povo
tributos, evitenas | que para esse fim pôs sobre si= | EmhumS
das parcelas da dita | Conta se abonào sete centos no- | venta
arroubas de Assucar masca- | vado somente pelo preço porque
ecinco arrobas emeia de | Assucar branco e mil evinte oi- | to
arroubas de Assucar masca-1 vado somente pelo preço porque |
| se arrematarão que foi demil e | sessenta e quinhentos etrinta
I (FLS. 124) Segundo consta das linhas que | na dita parcella
se apontão sendo que se nos devião abonar pellos | preços de
doze, eseis tustoens se= | gundo a dita forma da nossa | pro­
messa, sentença e Provizam | deVoSsa Magestade enesta diffe-
rença de preços vamos prejudicados | em cento oitenta etres
mil | trezentos etrinta reis que VoSsa | Magestade nos deve |
mandar abater sem que se deva attender | adifferença que se
quer fazer | entre o Assucar c^ie se pa-1 gava por Conta da Finta
eaquelle que sepagou por conta | dadita divida da Infantaria |
porque tudo veio a ser Assucar | que se pagou por conta do mes-
| mo Donativo econforme ao Ca- | pitulo trinta eoito do dito
pri- | meiro Regimento conteúdo também na dita Copia senão
| devia pagar Couza alguma | ao dito Donativo em dinheiro ।
mas só em Assucar naforma | que seprometeu = Levando-nos
| (FLS 124 V) nos VoSsa Magestade em Conta | as ditas quan­
tias como esperamos | da Sua* Real Grandeza erectidão menor
he o resto que ficaremos | devendo este houvêramos já satis- |
feito seamizeria dos annos de | mil esete centos, emil sete centos
| ehum eo embaraço e antiguidade j de muitos dos ditos restos
das fin- | tas que se devem nos não impe- | dirão fazer acobran-
ça delles cõ | adezejada brevidade aqual sem- | pre aplicamos
com o maior cui- | dado etambem embaraçou amor- | te dos
ditos Thezoureiros Antonio | de Azevedo Moreira e Filippe Mo­
reira eamenos aplicação do di- | to Manoel Ramos Aires aque
ultimamente accecêo oembara- | ço de que damos noticia a
aVoSsa Magestade nadita Carta da | data desta eafalta ou de-
minui- | ção da Frota sem aqual não tem | sahida os generos da
Terra, nem | os devedores com que pagar. Alem | do que os
Mais destes moram fo- | ra desta Cidade eainda eoutras (FLS.
125) Capitanias aonde não chega a | noSsa jurisdição enão tem
sem- | pre tam prompta execução as ordens dos Generaes
como elles mandão nos qua- | es he muiCuidadozo efrequen-
te o governador Geral actual | Dom Rodrigo da Costa e assirr

72
CARTAS DO SENADO

éramos que nos fassa acabar | de pagar logo todos os res-


। CSdas I ditas fintas para satisfazermos | também o que de-
t0^ os do dito Do- I nativo até apartida da Frota | que se es-
'era equando não bas- | tem para esse fim (o que não | supo­
mos) lançaremos logo por | huma vez todas asfintas ne= | ces-
arias naforma que prome- | temos aVoSsa Magestade para |
ellas darmos ,cabal satisfa- | ção aodito Donativo com toda |
apossivel brevidade como sem- | pre costumamos esobre tudo
। taremos oque Vossa Magestade | nos prdenar com anossa
costu-1 mada edevida lealdade e promp- | (FLS 125 V) promp-
bidáo VoSsa Magestade man- | dará o que tor Servido. A Real
pés- | soa deVobsa Magestade Guarde Deos | muitos annos Ba­
nia em Ca- | mar a vinte etres de Outubro de [mil sete centos
etres" João deCouros | Carneiro o Sobscrevy" André Leitão |
de Mello" Gonçalo Ravasco CavaP • cante e Albuquerque" An­
tonio Paes | de Aragão” Miguel Calmon deAl- | meida" Manoel
Ramos Parente”.

REGISTO DA CARTA ESCRITA | pelo Se­


nado ao Procurador da Ci- | dade de Lisboa
João Ribeiro Ca- [ bral”.

Recebemos a Cartatde VoSsa Mer- j cê de oito deJunho ecom


ella as | que vierão, digo (O DIGO E' DO ORIGINAL) de Junho
em que | nos diz que porhir a Frota [ tarde não houve lugar para
sedetfe- | rir ao Requerimento que sefa- | zia sobre ataixa do
Assucar | enos parecêo tornar aretorçar | este Requerimento
por ser mui- | to importante eutil atodo o Esta- | do enão sede-
zanimarem como | (FLS. 126) como fazer alguns lavradores a
| continuarem com aplanta das | Canas vendo que se lhe taxa o
| fruto da terar cultivando com | excessivo trabalho e despeza
de ne- | gros os quaes custão mais de | cem mil reis alem de
bois carros | e outros gastos motivo detornar | a repetir este
Requerimento, o- ( brigados somente do zello eobrigações dos
I lugares enisto deve | VoSsa Mercê por todo o cuidado | e o
I| mesmo deve ter e mcontinuar | com o Requerimento do Con-
। tador para o Senado pedindo por | mercê nova Provisão para
I ama- | ior votos se eleger huma das pesso- | as da Vereação
73
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

edesta sorte se-1 poderá assestir ao Serviço deSua | Magest


e satisfazer a os Re- | querimentos das partes ede ou. I t
modo será tudo confuzam; porque não he possível que se^
juntem todos os dias os Vereado- | res afazer contas tocante
adespe-1 za dos effeitos da Infantaria do Donat0| (FLS. 126 V)
do Almoxarife das farinhas edas Rendas do Conselho; ese he
estil- | lo nas Camaras do Reino, nesta | senão pode observar
por haver | quatro recebimentos, e por haver digo e serem mui.
j to eamiudados os mandados | de despeza a que precizamente
sedeve fazer a Conta ''Sobre os | Previlegios que pretende este
Senado | para os Cidadãos seade escre- | ver na Frota que es­
peramos que | nesta esquadra senão pode | fazer por seacudir
amuitos e | graves negocios cuja instrução | noticiará aVoSsa
Mercê do que | pretendemos e em todas espera- | mos obre de
Sorte que tenha es- | te po\*o muito que lhe aggra- | decer eo
seu maior empenho | he o Requerimento da finta | e Contas
sobre que se escrever a Meza daFazenda onde não | duvidamos
tenha oProcurador | grandes Créditos e estes não se- | rão
nunca cabalmente acre- | ditados pelo grande dezenteres- | se
intelligência ezello que em tudo | (FLS. 127) tudo tem no Real
Serviço, eo ser tão extremozo nas suas occupa- | ções fas crer
a muita gente do Po-| vo se incline ao Serviço de Sua | Mages­
tade em prejuizo da utilidade publica edos moradores quç | são
os que pagão o Donativo” | Por não haver nesta Cidade Ci- | tio
em que se venda opescado [ pedimos hum lugar que copsta |
dessa Sesmaria oqual VoSsa mer- | cê nos mandará confirmada
por | Sua Magestade naprimeira | occazião epor ser a original
que | remetemos’ venha outra vez a | própria ficando lá otras-
lado sen-1 do necessário = Muito Particular- | mente Recomen­
damos a VoSsa | Mercê ponha todo o cuidado em | procurar a
resposta da Carta | sobre a Licença que sepedia a | Sua Mages­
tade para semandar | retratar ao Senhor Dom João de | Lan­
ças tre, no cazo que ainda se | não tenha defferido adita Carta
I e concedida atai Licença seguirá | VoSsa Mercê oquelhe orde­
namos o (FLS. 127 V) oanno passado a Pessoa de VoSsa Merce
nos Guarde Deos Bahia em Camara vinte etres de Outubro
demil | sete centos etrez” João deCouros Car- | neiro o Sobs
crevy” André Leitam | deMello” Gonçalo Ravasco Cavai I cantp
e Albuquerque” Miguel Calmon de de Almeida” Manoel' Ramos
Parente”------------”----------- " s

74
CARTAS DO SENADO

REGISTO DA CARTA DO SENADO: escrita


a Sua Magestade | sobre sepedir senão con­
ceda aos | Oficciais da Camara da Villa de |
Santa Luzia anexarem-se aos | Termos delia
os Destrictos do | Itapicurú daPraía, eRio
Rei da parte do Sul”-------------”

SENHOR = Os moradores dos Destrictos do | Rio Real do Sul,


e Itapicurú da Praia fizerão patente aeste Senado | que sendo
os seus destrictos pertencen- | tes ao Termo desta Cidade pela
demar- ( cação que se fez na Criação das no- | vas Villas pre­
tendia o Senado da | Camara daVilla de Santa Luzia | Supplicar
aVoSsa Magestade que | (FLS. 128) quemandasse anexar osdi-
tos des- | trictos ao seu Termo com funda- | mento de necessi­
tarem de mais (moradores dos que tem para ser- | virem na
sua Governança, epor- | que se sedèfferir a esta Supplica | sese-
guirá considerável prejuizo | a os ditos moradores em rezam |
de lhes ser mui deficultozo hir | terminar os seus pleitos etratar
| os seus negocios adita Villa para onde lhe ficam muito as- |
peros os caminhos sem terem; nella Lettrados que os aconselhe
| Ministros peritos que lhes fa | ção justiça pouzadas onde
seagaza- | Ihem* nem conveniência algu- | ma que lhes acomode
por don- | de todas as referidas eputras | muitas nesta Cidade a
onde vem | com muita facilidade por serem | para ella melho-
res os Caminhos | »ainda que seja mais distante | epor nella
darem sahida ato- | dos os seus generos’ por cuja cau- | za aella
vem frequentemente | eaesse respeito tem nella Com = [ (FLS.
128 V) commodos para a sua assistência edela se provem de-
todo o necessário | o que não farão tão facilmente | se forem
sugeitos adita Villa* enella correrem os seus letigios ea-té a esta
Cidade rezultará dam- | no na separação destes mo- | radores
que fazem maior o seu Com- | mercio havendo-se-lhe já disgre-
| gado amaior parte dos que ti- | nha com as Villas de SamFran-
| cisco Cachoeira e Joaguaripe q | também novamente secrea-
rão; | por tanto prostrados aos Reaes | Pez de VoSsa Magestade
lhe pe- | dimos que se escuze a Supplica da dita Villa pois não
hetão I grande anecessidade que affec- | tamente allega, como
osdam- I nos que os ditos moradoies ea- | esta Cidade, se se-
guirão assim o | esperamos da rectidam e Gran- | deza de VoSsa
Ma-sestade cuja Real | Pessoa nos Guarde Deos como deze-
jamos Bahia emCamara treze de Maio demil sete centos e j

75
quatro” Eu Manoel Pessoa deVascan = | (FLS. 129) Vasco
cellos asobscrevy” André Leitam de Mello” Sebastião da Roj
cha Pitta” Pedro Barboza Leal” | Salvador Correia de Saá” Am
tonio | Pereira Soares”---------- ”----------- ”

REGISTO DA CARTA QUE ES = : creveo


este Senado aSua Mages- [ tade sobre sepedir
aconfirmação | do Bando”

SENHOR = Attendendo este Senado | aos continuados, dam*


nos que | a alguns annos experimentão I estes povos por falta
demantimen-1 tos por que os que se lavrarão nos | seus des-
trictos nào bastão para | assustentação de seus moradores |
epara o sucessivo apresto epro- | vimento das muitas e embar­
ca- | çoens que sahem deste Porto da | bahia assim de VoSsa
Magestade | como departiculares e ex- | perimentando que os
Homens de negocio | que nella Commerceão com qual- | quer
deminuição que haja nos j Generos comestiveis desse Reino |
(FLS. 129 V) Reino os levantão nesta Cidade | a exorbitantes
preços, epelos conser-| var em havendo alguma abundan- | cia
os transportão para ou- | tras partes do Estado para que | a
Copia delles lhes não deminua | aquelle muito valor em que
os tem | posto o seu interessa de sor- | te que tocando aesta
Cidade o I prejuizo da esterelidade do Rei- | no, nunca chega
alograr o be- | neficio da sua fertelidade jifn- | tos os Offciaes
que servirão nes-1 te Senado o anno demil sete- | centos edous
com os homens bõs | da Governança que se costumão | convo­
car em semelhantes Ca-1 zos rezolverão se prohibisse o embar-
| carem-se mantimentos para | fora como consta do Termo
jun-1 to pedindo ao Governador e Capi- | tão Geral o mandasse
promul- | gar por bando seu oque fez odito Governador lançan­
do obando | cuja Copia oferecemos pedindo | aVoSsa Mages­
tade a confirmação I para maior | (FLS. 130) para maior
observância efirmeza | delle pela utilidade publica des- | tes
seus liaes Vassallos, equando as pe- | nas nelle postas parece­
rão maio- | res do que devião ser VoSsa Ma- | gestade as arbi­
trará como for ser- | vido acrescentandonos faculda- | de para
que segundo otempo | ea Provizão que houver possamos | em
beneficio do negocio ecommo- | didade das outras Praças dai
। | Licença para se embarcarem alguns dos ditos generos de que
i não ouver । falta segundo a quantidade | que se achar delles; a

76
CARTAS DO SENADO

Real Pes- | soa de VoSsa Magestade Guarde Deos muitos annos


como os seus | Vassallos havemos mister. Bahia eCamara doze
de Maio demil- | sete centos equatro” Eu Manoel Pessoa de Vas-
| concellos asobscrevy” André Leitão de Mello” Se- | bastião da
Rocha Pitta” Pedro Bar- | boza Leal” Salvador Corrêa deSaá” |
Antonio Pereira Soares”------------- ”------------- ”

REGISTRO DEHUMA CARTA | (FLS.,'130


V) Carta que escí eveo o Senado a Su- | a Ma­
gestade sobre senão deixar | de asseitar os
Assucares do Donatc”.

SENHOR = Fazendo nos prezente o | Thezoureiro do Donativo


pro- | metido para o dote da Sereníssima | Senhora Rainha da
Gram Bre- | tanha e Paz de Olanda, que | o Juis Ordinário da
Villa dos | Ilhéus lhe havia remettMo em | trinta de Março des­
te anno cinco | caixas de Assucar porconta do | que deve aquella
Villa ao dito | Donativo, lhe ordenamos- as entre- | gasse ao The­
zoureiro Geral na forma do Capítulo décimo do Re- | gimento
que VoSsa Magestade | mandoufazer para arrecada- | ção delle,
e sendo notificado para | as receber em cinco de Abril eo- |
brigado afazello até apartida da | frota como sedispoem nodito
Ca-1 pitulo décimo eno duodecimo, | eainda depois delia como
sede-1 clara no Capítulo quinze os qua- | es todos vão por Copia
as não quis | dando^digo (o digo é do original) quis asseitar dan­
do | (FLS. 131) dando várias excuzas tão frivo- | las como sevê
dos documentos jun- | tos emilhor das Certidoens que | também
vão induzas de que cons- | ta que do dito dia em que selhe | en-
tregavão as ditas Caixas até | ofim do dito mez de Abril secar- f
regam nesta Frota duas mil tre- | zentas noventa ecinco Caixas
| de que forão trezentas trinta e | oito para as Naus de VoSsa
Ma-*!'.gestade eassim foi affectado o | Termo que respondeu
haviam | feito os Mestres de que não tinhão | praças para as
ditas Caixas "Tu- | do oreferido temos noticia eas- | sim o de­
clarou o dito Thezoureiro | Geral q obrou elle por manda- | do
do Provedor Mor Francisco Lam- | berto eque este mostrando
nisso | o demaziado Zello por que reque- | remos a VoSsa Ma­
gestade nos | não convinha que elle tomasse ( as Contas do dito
Donativo Iho | ordenara assim com o pretexto | de dizer que
recebendo as di- | tas | Caixas todos os mais devedores | (FLS.
131 V) devedores pagarião em assucar por | não haver já quem

77
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

o quizesse com-1 prar, nem Navios em que embar- | car tudo


oque havia, epor este mo- | do veria a Fazenda Realde VoSsa |
Magestade aficar prejudicada e | não teria elle com que satis-
lazer | o empréstimo que de outros effeitos | havia feito ao dito
Donativo: porem | ainda que por algumas destasrazoens fize.
mos sempre to-1 da adiligencia por cobrar adinhei- | ro não são
cilas sufficientes pa- | ra alterar a forma dadita pro- | messa
que foi depagar em assu-1 car como consta da Copia in- | cluza
eVoSsa Magestade assei-I tou na mesma maneira eman-1 da no
dito Regimento que as- | sim se cumpra ainda haven- | do a
missão no paga- | mento co- | mo sevê dodito Capitulo qui-1
ze em tanta maneira que du-1 vidando o dito Provedor mor em
| asseitar o dito assucar empre-1 ço de doze, eseis tustoens por
| valer em tão muito menos | (FLS. 132) lhe ordenou VoSsa
Magestade oac- | ceitasse por ser assim conforme | adita pro­
messa como semani- | festí do Alvará incluzo por Copia |
cquando succedesse, como succe-1 deria, que com o dito exem­
plo | dessem os mais devedores mui- | tas Caixas deAssucar em
pagamento das suas fintas sen- | do elle de receber que nessa
sup-1 pozição fa-| Íamos, nenhum pre-1 juizo, antes grande uti­
lidade | recebia a Real Fazenda no mais | prompto’ e copiozo pa­
gamento | do dito Donativo eo dito Empe- | nho sepodia satis­
fazer pelo tem-1 po adiante 014 como VoSsa Ma- | gestade fosse
Servido nem sepo- | dia estranhar aos ditos deve- | dores ou
serem elles amais obriga-1 dos que não achando quem | Ihecom-
prasse o seu assucar | para pagarem adinheiro as di- | tas fintas
entregarem omesmo | Assucar na forma dadita Pro- | messa
na qual he também de | (FLS. 132 V) de ponderar o q se de­
clarou que valendo o dito as- | sucar mais dos ditos preços de
se-1 is e doze tostoens setomaria pelo | que geralmente valesse
epor que até a- | qui se não praticou assim senão | tem dado
nestes annos mais Cai-| xas de Assucar’ efeito maiores pa- | ga-
mentos pois só há prompti- j dão nestes quando sefaz apre- I
henção nas ditas Caixas ese | entregam aodito Thezoureiro |
Geral exalendo odito Assucar | mais como até agora valeu |
senão podia fazer oReferido | em razão da duvida do preço | por
que se havia abonar, epor | tudo pedimos aVoSsa Magestade |
Seja Servido ordenar que o | dito Thezoureiro Geral de Co- |
nhecimento emforma das di- | tas cinco Caixas deAsssucar que
| lheforam havidas por entregues | como consta dos ditos Do­
cumentos | eo dito Provedor Mor fassa receber to- | das as que

78
CARTAS DO SENADO

se derem por Conta j do dito Donativo pelos ditos pre- | ços, eo


mais que geralmente | va- | (FLS. 133) valer o Assucar aotempo
da entrega | sem neste ha ver limita- | ção por as- | sim ser con­
forme adita promes- | sa e asseitação delia que VoSsa Ma-1 ges­
tade sempre tam Pia ejusta- | mente tem mandado observar, |
epara que assim possamos sem । embarasso acabar decobrar
os restosJ das ditas fintas e mais que | mandamos lançar esa-
tisfazer com toda abre- | vidade o resto do dito Donativo | como
desejamos eConvem ao | Real Serviço de VoSsa Mages- | tade
mandará oque | for Servido. Bahia em Camara | doze de Maio
demil esete centos e | quatro annos” e Eu Manoel Pes-1 soa de-
Vasconcellos a sobscrevy” An- | dré Leitão de Mello” Sebastião
da | Rocha Pitta” Pedro Barboza Le- al” Salvador Corrêa deSáa”
An-1 tonio Pereira Soares”-------- ------------ ”

REGISTRO DA CARTA QUE ESCRE- | veo


este Senado a Sua Magestade | (FLS. 133 V)
Magestade sobre Senão contribu- | ir com os
deis mil Cruzados para | a Nova Colonia”

SENHOR = O Provedor Mor da Fa- j zenda Real deste Estado


Fran-1 cisco Lambéfto nos deo noticia por | Carta Sua de dezoi
to de Outubro | do ano passado que Vossa Ma- | gestade lhe
mandara declarar por | Carta de treze de Abril domesmo | anno
que do que tivéssemos dado | para pagamento do Donativo |
promettido para o dote da Sere- | nissima Rainha de Gram
Bre- | tanha e Paz de Olanda sehavia | emprimeiro lugar tirar
o que |esta Capitania devesse dos dez mil | cruzados que VoSsa
Ma- | gestade | ordenou por Carta sua devin- | te eoito deJa- |
neiro deseis centos | noventa e quatro escrita ao Go- | vernador
Geral pagasse ella em | cada anno para ajuda da sus- | temtação
da Nova Colonia | do Sacramento eque as fintas | dodito Dona­
tivo ainda depois | delle ajusta-do havia continuar (FLS. 134)
na forma necessária | para pagamento dadita contri- | buição,
e queria saber se tinha- | mos ao Referido alguma duvida | eres-
pondendo-lhe-nos por então | o que se contem na Copia jn-1 clu-
za, chamamos depois disso | a esta Caza da Camara os ho- mens

79
documentos históricos do arquivo municipal

bons emais povo desta | Cidade na forma do nosso Re-| gj^


to assim para poder-mos | dar com asserto Resposta final I
ditoProvedor Mor e conta | aVoSsa Ma-1 gestade em mate-1
tam grave, como para con- | ferirmos com elles em que gene1?
ro sepodia lançar odito Tributo | com menos vexação | no Ca?
em que VoSsa Magesta de | não fosse Servido a-liviarnos | delle*
pelas novas Razoens que | para isso a-1 cresceram eadiante pon*
derare-| mos visto que nadita Carta |devinte eoito deJaneiro
de no-1 venta equatro deixou VoSsa Ma- | gestade na noSsa es.
colha odito: (FLS. 134 V) dito genero enão achava-mos que I
noSsos anteceSsores houvessem pedi- | do que Sahisse odito pa.
gamento | das ditas fintas, antes nisso concide- | ravamos
omaior damno e Rui-| na desta Republica eouvida pe- | los so-
breditos anoSsa proposta, res-| ponderam todos os dopovo que
os ef-1 feitos em que com mais suavida-1 de podiam pagar odito
Tributo da- qui adiante eraníoSal, eazeite | acresentando-se em
cada Caba- | da deste, e alqueire daquelle oitenta reis enisto !
assentarão tam pro-1 fiozamente sem embargo delhe [ dizermos j
que já sehaviào Offere-1 cido aVoSsa Magestade os ditos | effei­
tos no dito anno de noven- | ta equatro eVoSsa Magesta-| de
havia rezoluto por Carta de | doze deMarço deseis centos no­
venta equatro digo ecinco que não convinha | a os seus Con­
tractos sahir dos | ditos Geneos o dito imposto, e | se pagasse
das ditas fintas do | Donativo que as não podemos | capa-| ci­
tarem convirem em ou- | (FLS. 135) outr<5 effeito que podes-
semos offere- | cer aVoSsa Magestade e pedir nel- | le a comu­
ta- | ção das ditas fintas | na Supozição referida q era | o prin­
cipal fim para que os ha- | viamos chamado eassim des- | pre­
zados os seus clamores e va- | rios Requerimentos do seu Juiz
| e Misteres tratamos logo dedar | a execução as ditas ordens de
Vo-1 Ssa Ma-| gestade como Vassallos | seus tam Leaes eobedi-
entes, re-| zolvendo que as ditas fintas do | Donativo que do anno
deseis | centos noventa e nove excluzi- | ve estavam Suspensas
por Ra-1 zoens de que temos dado con- j ta aVoSsa Magestade
pelo Conselho | de Sua Real Fazenda, | se continuassem logo,
assim, | para com mais brevidade | se acabar de ajustar o dito-
Donativo, como para dellas sa- I hir o d-ito imposto com mais
extenção de annos do dito Do- | nativo naforma das ditas Re-1
zoluçoens deVoSsa Ma-1 gestade | (FLS. 135 V) Magestade no
, Cazo em que não | seja servido havermos por escuzos| da dita

80
CARTAS DO SENADO

tribuição oque não es- | peramos da sua Real Gra-ndeza |


piedade e rectidam | porque Se- | nhor, dadita Carta devinte
€ I oito deJaneiro denoventa equatro | consta que adita contri­
bui- I çãocorria somente por conta | dos moradores da Capi­
tania | do Rio de Janeiro ecomRazão | porque só elles tem Co­
mercio | para adita Colonia epor cons- | tar VoSsa Magestade
estavão | atenuados, ordenou concorresse | para ella esta Ca-
oitania eho- | je os ditos moradores estão opu- lentissimos não
só pelo cres- | cimento dos frutos da Terra | mas pela immensi-
dade de ouro | que tem tirado evã o tirando | das suas Minas,
e os desta Ca pitania | estão inhibidas para hir | ou mandar a
ellas enomais mi- | zeravel estado pelo subido preço [ aque cres­
cerão as Fazendas ene- | gros e deminuição do Valor dos | (FLS.
136) dos effeitos da Terra tudo por oc- | cazião das mesmas Mi­
nas eÜ*falta ouinudança das Frota$. | E alem disso temos tam­
bém no-1 ticia de que depois do dito an- | no de seis centos no­
venta equa- | tro se criou hum Contracto de Coiros na dita Co-
lomnia deque | a Fazenda Real tem o rendi- | mento necessário
para asua | sustentação, e a deste Estado se | acha em tão
grande e subido I crescimento que pode facilissi- | mamente
concorrer para a | despeza que a inda for necessa- | ria eevita a
do sustento da In- | fantaria desta Praça estando a elle obriga­
da tanto que che- | gasse ater ailgmento segundo | aforma do
Contracto feito com | este Senado quando tomou as- | si opaga-
mento da dita In- |* fantaria com quedispende | milhor de sest
senta mil cruza- | dos em cada anno que sahem | deste mizera-
vel povo nos tribu- tos e vintenas que para esse fim | (FLS.
136 V) fim por sobre Si e se continuar | ocrescimento da dita
InFantaria | que deprezente sevai fazen- I do lhe serem neceS-
sarias novas | fintas para haver de sustentar eportodas | estas
razoens parece que esta- I mos desobrigados dadita con- | tri­
buição equando menos ode- | vemos ser do pagamento dos |
annos atrazadosque o dito Pro- | vedor Mor nos escrevêo tam­
bém | importavão já trinta edous | contos de reis etendo nós
ajus-1 tado as contas do dito Dona- I tivo as quis emmendar na
di-1 ta Carta dando-se por pago da | dita quantia efazendo-nos
deve-1 dores de maior resto do dito Do- | nativo porque nem es­
teve por | parte deste povo deixarem dese-1 pagar os ditos a tra-
zados’ nem | lhe he possivel pagalos agora | por inteiro equando
só da | importância destes nos ali-vie | VoSsa Ma-1 gestade bus­
caremos ef- | feito em que daqui adiante | se estabeleça o dito

81
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

tributo por | (FLS. 137) por que para haver de sahir | das.
ditas fintas recebe nisso gra-1 ves da-mnos e prejuízos este po-1
vo assim a respeito dos finta-1 dores como dos cobradores e sen­
tirá muito que ao tempo em | que estava esperando com an-1
cia eaallegria que as ditas fin- tas sessassem ou ao menos den-
| tro dehum anno ou dois ma- is detodo acabassem esea jus-I
tasse odito Donativo- lhe fique perpetuas: epor tantas Razõens
| dejustiça e Comiseração prosta- | dos aos Reaes Pez de VoSsa
| Magestade lhe pedimos humil- | demente nosfaça mercê aali-
viar | dadita contribuição, ou a | omenos dopagamento dos |
ditos trinta edous contos ven- | cidos dandonos faculdade | pa­
ra que comparecer dos homes | bons possamos buscar outro
genero | alem dos dois ja repro- | vados se VoSsa Magestade
ainda | sem embargo do que consta da | dita Copia edaperse-
verança do | (FLS. 137 V) do ditopovo em que se impo- | nha
o dito tributo, e continue ptf- | ra ofuturo odito Donativo | em •
hum ou dous annos mais | possa ficar este povo aliviado | das j
ditas fintas com que pades- | se inexplicáveis vexaçoens ehe
menos prompta nellas acobrã-1 ça do dito tributo esobre tudo
mandará VoSsa Magestade | oque for Servido a Real Pessoa
de VoSsa Magestade Gua-rde De-1 os muitos annos como os seus. I
I Vassallos hevemos mister Ba- | hia eCamara dez de Maio de | I
mil sete centos e quatro annosj Eu Manoel Pessoa deVasconcel- |
j los asobscrevy” André Leitão de | Mello” Sebastião da Rocha j
Pitta” | Pedro Barbosa Leal” Salvador | C^rrea de Saá” Anto- j
nio Pereira Soares ”---------- ”

REGISTO DA CARTA ESCRITA | aSua Ma­


gestade sobre se tirarem os Escrivaens Pe- I
danios ’ ’------------

SENHOR = Havendo este Senado | provido os Officiaes de Jui- I


zes pe-1 daneos e os Escrivaens do lemitte | para as Freguezias
do Termo des-1 ta Cidade como sempre foi estillo | desde a sua
Primeira funda- | ção impedio o Ouvidor da Co- marca delia a
exercício dos ditos Officios no que toca as si- tuaçoens em­
bargos, penhoras | e todas as mais deligencias pa- | ra oque
selhes não da fa-cul- | dade no seus Regimentos que | se acha
na ordenação dizendo | que tinha para isso ordem de | VoSsa
Magestade eporque essa | ordem poderia ser passada | com al­
guma sinistra infor- | mação eda sua informação | e da sua

82
CARTAS DO SENADO

hservancia rezulta | prejuizo grande as execuço- |ens da jus-


°. eaopovo da | mesma Cidade em Razam de | não poderem
llJ Officiaes delia | acudir tam promptamente | as deligencias
eseadem fazer | (FLS. 138 V) fazer no Reconcavo por serem
oara muitas partes delle os Cami- | nhos ásperos edilata dos
efazerem | também aesse Respeito muito ma- ior despeza aque
senão experi-1 menta nos Officiaes do Limitte que cada hum no
seU Destrito, | faz as deligencias que aelle toca | com muito
jHais commodo e j brevidade eodito estillo estava | tam pres­
crito que aesse Respei- | to pagavão novos direitos dos | ditos
Officiaes como consta da Cer- | tidão incluza pelo q pedimos |
aVossa Magestade q attendendo oreferido seja Servi- | do man­
dar que odito Ouvidor | da Commarca não impida | as pessoas
aquem este Senado | passar Provizoens para servi- | rem os
ditos Officios naforma | do estillo uzar delles como sem- pre
fizerão, ficando nos sem- | pre promptos para obedecer ao que
VoSsaMagestade ordenar | cuja Real Pessoa nos Guarde | Deos.
BahiaeCamara treze | de Maio demil sete centos equatro (FLS.
139) quatro annos Eu Manoel Pes- | soa de Vasconcellos aSobs-
crevy” André Leitão de Mello” Sebas- | tião da Rocha Pitta”
Pedro Barboza Leal” Salvador Corrêa de | Sáa” Antonio Pe­
reira Soares”------------- ”-------------- ”

REGISTO DA CARTA QUE | escreveo este


Senado a Sua Ma- | gestade sobre a Infanta­
ria em | que se pede se mande aliviar | os
pagamentos que sefazem

SENHOR = Por Carta dedez deJu- | Iho demil seis centos no­
venta | e nove etreze de Outubro demil | setecentos èdous re-
prezentarão | noSsos antecessores a VoSsa Ma- | gestade que
pelo grande nu- | mero aque tinha crescido a | Infantaria desta
Praça ese I fazerem dos efeitos delia mui- tos pagamentos até
osdaobri- | gação e Contractos que sefez em Nome deVoSsa
Magesta- | decom este Senado quando tomou assi aobrigação
deo Susten- | (fls 139 V) sustentar, não era possível que ( po-
dessem bastar osditos effeitos pa- | ra se acudir pelo tempo
adiante | apagamento da dita Infanta-ria | epor isso pedirão
aVoSsa Ma- | gestade fosse servido mandallos | aliviar dos ditos
encargos etaxar | o numero dadita Infantaria de | sorte que
houvesse só aquella pa- | ra que bastassem os ditos effeitos |

83
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

eposto que denenhuma destas | Cartas houve resposta epor isso


I entendemos não foi VoSsa | Magestade Servido defferir-lhe,
| impelidos da obriga-ção denos- | sosOfficios eobrigados dane-
ces- | sidade prezente, eda eminen- | te deSolação digo (o digo
é do original) dessolução des- | te povo com as fintas que pre- |
vemos futuras instamos no | mesmo Requerimento não quan- I
to a ultima parte mas só no | que Respeita a primeira. ” Porque
| Senhor sendo aforma do dito con- | tracto eobrigação tão
clara co- | mo sevê da Copia incluza, eha- | vendo já cessado pelo
crescimento (FLS. 140) crescimento tão notorio aque tem |
chegado a Fazenda Real eseha- | ver este posto por Condição no
di- | to Contracto e não lucrando nos | todo o rendimento do
Contracto | do Sal nelle declaradonos tem | obrigado atantos pa­
gamentos | alem dos expressosnelle que im- | portão huma gran­
de quantia | pois pa gamos trezentos mil reis | em cada anno ao
Sargento Mor | Enginheiro*os Saldos ordinários | aos Capi-
taens reformados | dez reis mais por dia a | cada Cabo de es­
quadra, oitenta | mil reis ao Sargento mor | dos Auxiliares, oi­
tenta milre- | is adous Ajudantes do mesmo | Terço ; Soldados
dobrados aos Ca- | pitaens e Alferes quando seem- | barcão
eadianta-dos aelles ea | mais Infantaria que levam | e outros
Semelhantes ao que | se VoSsa Magestade não acu- [ dir será
precizo que para con- | tinuareo sustento da dita In- | fantaria
lancemos fintas a es- | (FLS 140 V) a este povo atempo que lhe
manda- | mos continuar as do Donativo pr®- | mettido para o
dote da Serenissima Rainha da Grán Bretanha e Paz de Olan- |
da como damos conta a VoSsa Ma- ] gestade por outra Carta
eainda ] com alivio das ditas pensoens po- | deram assim ser
percizas as di- | tas fintas se continuar o crescí- | mento da dita-
Infantaria que | sevai fazendo etiverem effeito | as guerras que
se temem oque | Deos não permitta; maz seas-J ssim succeder
sernoshão então | mais suaves pois não procura- | mos para
outro fim a conserva- | ção de nossas vidas efazen- | das que
para empregarmos | tudo no Serviço de VoSsa Ma- | gestade'*
Para repulsa desia | noSsa Supplica | poderão dizer | a VoSsa
Magestade que asdi- | tas pensoens senos puzerão | justamente
por não haver aquelle numero delnfan- ] taria que nos obriga­
mos assus- | tentar pelo dito Contracto eas- | sim evitarmos
essa despeza e | (FLS. 141) e que os tributos que para esse |
fim puzemos sobre [ nos passarão em natureza deCOntraçtos

84
CARTAS DO SENADO

l e rendem hoje muito mais | que antigamente eassini


Re&eS delles com que acudir aos ditos | pagamentos enunca
aue senão applicasse aelles es- ] te sobsidio opodiamos
I norem estes argumentos sessão I se se attender afoçma
la°çarSo I Requerimento porque seta- | mos promptos para
^°n°ntar | toda alnfantaria aque nos ] obrigamos ecom effeito
süSte> I inchendo o numero delia, e em quanto senão acaba de
se Tcher se nos não pode com es- | te titulo alterar aforma da
e° ssa obrigação pois não esta | da nossa parte afalta do impli-
| ento delia eaomenos agora | que vai crescendo adi- | ta In-
í taria já ficou sessen- | do odito pretexto e o outro do | cres-
•Jiento dos Contractos, fa- | cilmente sedesvanecerá seVoSsa
/FLS. 141 V) VoSsa Magestade se informar | de Dom João
\ Lancastre Governador | eCapitão-Geral que foi deste estado,
| emandar tomar Contas doque ren- | dem edoque | se despen­
dem com a dita Infan- | taria epostb que rendendo me- | nos nos
annos passados se sus- | tentou esta era porque foi muito menos
em numero | esetomarão por empréstimo | quarenta eseis con­
tos duzentos | quarenta mil seis centos ses- [ senta esete reis das
fintas do | dito Donativo para opaga- | mento delia como sevê
da | Certidão junta a qual quan- | tia se devem ainda quaren­
ta equatro contos oito centos | cincoenta edous mil quinhen­
tos noventa esete reis que se | h^ deagora acabar depagar dos
restos das ditas fintas edas ma- | is que sefizerem, equando
hou-1 vesse o dito» crescimento que ti- | nhamos direito delle
parao | pormos em depozito para o Cazo | (FLS. 142) o Cazo
em que em os ditos Contractos | diminuiSsem ou a dita Infan­
ta- | ria crescesse como consta da Co- | pia também incluza mas
ain-1 da assim não duvidariamos | na dita Despeza porque oque
| só queremos he evitar o cazo | denão bastarem os ditos Con-
trac-1 tos para pagamento dadita | Infantaria mas denenhuma
l^sorte procuramos as sobras dei- | les eassim prostrados aos
Reaes | Pez de VoSsa Magestade lhepe- | dimos humildemente,
einstan- | temente nos mande aliviar | detodos osditos paga­
mentos a | que não somos obrigados, eofi- | caremos asustentar
adita In-1 fantaria eamais que for neces- | saria segundo anossa
obriga-| ção a custa de noSsas fazendas | ficandonos porem di­
reito pa- | ra procurar odito Contracto do | Sal não bastando
os ditos Contractos ou mande declarar que | aonde estes não
chegarem surj.prirá a Fazenda real e então (FLS. 142 V) eentão
não duvidaremos na sa- | tisfação dos ditos Soidos extraor- |

85
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

dinarios nem nos mais que VoSsa | Magestade ordenar esobre


tu-1 do mandará VoSsa Magestadeo | que for Servido. Bahía
e Cama-| ra dez de Maio demil setecen-1 tos e quatro annos Eu
Manoel | Pessoa de Vasconcellos a sobscrevy” | André Leitão
de Mello" Sebastião | da Rocha Pitta" Pedro Barboza | Leal”
Salvador Corrêa de Sáa" Antonio Pereira Soares"----- "—

REGISTO DA CARTA QUE O | Senado es-


creveo a Sua Magestade | sobre os restos das-
Fintas".

SENHOR = Nas Contas e cobranças | dos restos das fintas lan­


çadas | até o anno deseis centos noven- | ta enove para paga­
mento do | Donativo promettido para odo- | te de Sereníssima
Rainha de ( Gram Bretanhare Paz de Olanda | decujo estado
damos conta | a VoSsa Magestade por outra^Carta J achamos
que alguns dos Ca- | (FLS. 143) Capitaes da Ordenança, feitos
pelos Governadores Geraes deste Esta- | do, aquem se encarre­
gou acobran- | ça delles tendo cobrado algumas | quantias fa­
lecerão* ouquebrarão | sem lhe ficar por onde sepaga-( rem dos
quaes esta ha muitos | annosprezo hum chamado Ma- | noel de
Souza Pereira cafora | lhe estreitamos a prizão por achar-1 mos
deve oito cento.se sessenta | eBum mil duzentos eoitenta re-1 is
eos mesmos etodos os mais a-1 legam, que npiita parte dos | res­
tos que devem nam poderão | cobrar dos fintados por se auzen-
| tarem* ou morrerem sem bens | e requeremselhe abata aim-|
portancia de suas fintas: tam-| bem estão carregados alguns res-
| tos nas receitas por lembrança | do Thezoureiro actual dos
annos [deseis centos sessenta ecinco, e seguin- | tes sem de­
claração as pessoas de | quem sehão de cobrar e muitos | delles
ainda revolvendose todos | (FLS. 143 V) os Livros antigos don­
de sahiram, senão pode saber quem os ficou devendo eas vezes
ainda sabendo-se ono-| me dos Cobradores senão pode a-char |
noticia a onde estes forão morado- | res nem quem são seus
herdeiros, | e posto que o Sindicante Sebasti- | ão Cardozo de
SamPaio quando I tomou contas dodito Donati- | vo mandava
abater aos ditos ( cobradores aimportancia das | ditas fintas
que dizião não po- | deram cobrar mostrando-o as- | sim por
justificação ou por Cer- | tidão dos Parochos das Freguezi- | as
eas vezes por informaçoens | ealguns dos noSsos antecessores |

86
CARTAS DO SENADO

- omesmo antiga mente, e | todos mandarão sempre aba-


fizera°s fintas dos previlegiados ou | as que lheparecião exces-
|ter ae I com estes exemplos parece podi- | amos nos fazer omes-
sivaS’0S ca-1 zos referidos, pois nemhé justo | que as ditas quan-
100 andem passando aos Livros dos novos | Thezoureiros inu-
íiente eem | (FLS. 144) e embaraçando-lhe as suas
Contas, | nem que os ditos Capitaens pa- | guem oque
não poderão cobrar, | nem tendo por isso ordena do
al- | gum etendo por si aprezunção | de que assim como
cobraram | o mais cobrarião omenos se | podessem,
pareceu-nos dar de tu- | do conta a VoSsa Magestade pa­
ra conrezolução sua concluir- | mos cabalmente matéria tão
crave etanto do Serviço deVoSsa | Magestade que mandará o
que | for Servido Bahia eCamara | dezdeMaio demil sete centos
| equatro annos” Manoel Pessoa | de Vasconcellos aSobscrevy”
André | Leitão de Mello” Sebastião da Ro- | cha Pitta” Pedro
Barboza Leal” | Salvador Corrêa de Sáa” Antonio | Pereira
Soares"---------- •”

REGISTO DA CARTA QUE ES- | creveo este


Senado a Sua Ma-gestade | sobre o Pa-u Bra-
zil”

SENHOR = Pa-ra ajuda da Satis-e| fação do computo que tocou


a| (FLS. 144 V) e^a Capitania no Donativo que | este Estado
prometteo para o dote | da Serenissima Senhora Rainha | de
| Gram Bretanha e Paz de Olan- | da nos largou Francisco Bar-
retto sendo Governa- | dor e Capitão Geral domesmo | estado,
aque seprome- | teo odito Donativo easseitou em | Nome de
VoSsa Magestade, aque se prometteo o dito Donativo, e | as
digo (0 DIGO é do original) de VoSsa Magestade as |Capitanias
do Espirito Santo, [ Porto Seguro, e Ilheos, e as mais an- | nei-
xas a esta, como consta da | Certidão incluza, esendo com |
effeito fintadas as ditas Capi- | tanias segundo as suas possibi-1
lidades enos generos que cada | huma tinha, sefintou entre el- |
las a Capitania de Porto Seguro | em duzentos mil reis cada an-
| no pagos em Pau Brazil fino | o que também sevê da outra |
Certidão incluza) e replica-ndo | os moradores delia o dito Go-
ver-1 nador Geral attendendo asua mui- | (FLS 145) muita po­
breza os aliviou ordenan- | do que pagassem somente cem | mil
reis no dito genero no que elles, convierão, alterando-se porem

87
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

a | forma do pagamento do frete, e | encarregando-se delle •


este Senado | por outras conveniências que pa- | ra isso fizerão
e forào pagando nos annos | sucessivos porem fazendo-se a- I 1
gora dous Livros deReceita por | lembrança na Contadoria Ge- -
ral | deste Estado ao Thezoureiro actual | do Donativo pelas
Cauzas deque | já temos dado Conta aVoSsa Ma- | gestade selhe i
carregarão neles em | divida sobre os mo- | radores dadi- | ta
Capitania hum conto* oiten- | ta enove mil* cento cincoenta
ehum em que entrou cento cin- | coenta e cinco milquatro cen- I
tos | e quarenta do frete de nove cen- | tos setenta ehum quintal I
eme | io de Pau Brazil que íinhão | remettido eseachou inútil, |
como | melhor consta daCopia in- | cluza da Receita por lem-
bran-| ça da importância do dito frete | (FLS. 145 V) eman-
dando nos pedir aos Officiaes | da Camara da dita Capitania a
| dita quantia mandarão estes seus | Procurador aesta Cidade
eeste a-1 legou perante nós <Jue a Cauza | dedeveram elles odito
resto fora | porque no anno de seis centos | oitenta e oito lhe
havião escrito | nossos anteceSsores que o Prove- | dor Mor
deste Estado Francis- | co La-mberto não quizera aceitar; | o
dito Pa-u Brazil, eassim nam mã- | dassem mais Pau algum até
Re-1 zolução de VoSsa Magestade eque co- | mo aquelles mora­
dores não tinhão | outros effeitos em que pagar ena- | quelle
se lhe havia lançado adi-| ta fjnta eelles ahavião pago mui-| tos
annos sem se duvidar na | aceitação do dito pão, devia agora |
acceitar-se também odito pa-1 gamento nelfe e estavam prom- j
ptos para odar domais fino e mi- | Ihor que tivessem edaquelle
que | sempre derão emque nunca | se achara ruindade a-lguma
e | que se algu- | (FLS. 146) foi achado de inferior qualidade
| seria o que o dito Provedor Mor | costumava mandar com­
prar | a dita Ca-pita-nia eque não ser- | vindo odito Pau devia
o seres-| cuzos da dita íinta por nam | terem outros effeitos em
que | fazer opagamento delia, eme- | nos dinheiro com que asa-
tisfa-1 zer pela sua muita pobreza e examinando nós averdade
I d/?ste seu Requerimento acha- | mos ser conforme aella, eque
| áCarta deVoSsa Magestade em | que odito Provedor Mor se
íun-1 dou para mover adita duvi- | da, somente falta no Pau
Br a- ] zil que elle havia comprado, como | consta da Copia
íunta tirada do tras- | lado da ditaCarta que seacha na Linha |
da Conta tomada ao Thezoureiro | Antonio de Azevedo Moreira
na = ditaContadoria Geral numero trin- ] ta ecinco Eposto que

8?
CARTAS DO SENADO

tidão I deque também vai Copia tira- | da daque seacha


pda । maLinha, constaque também | (FLS. 146 V) também
^or Copia tirada da | digo (o digo é do original) Linha,
val ^ta que também | os ditos novecentos setenta ehum | quin-
COn$de Pau Brazil remetti- | dos pelos ditos OFficiaes da Cama-
!aeS«or Conta da dita finta sea- f charão ser de ruim qualidade
foi feita vistoria nelle por huma | só Pessoa que sepodia enga­
tar e | não se seguia dahi que dado que | esse fosse ruim não
houvesse na | dita Capitania outro melhor | eassim oque sedevia
ordenara os ditos Officiaes da Cama-ra he | que mandassem
Pau fino e bom | como havião mandado nos annos | ante-ce-
dentes, e não que sus- | pendessem a remessa delle eco- | mo
j nesta matéria não acha- | mos que os ditos nossos ante- I ces-
I sores houvessem dado con- | ta a VoSsa Ma-gestade e sup- | pos­
ta ajustiça dodito Requeri- | mento^pobreza summa dos | ditos
moradores nos não pareceo justo continuar na ex- | ecução da
dita divida sem or- | (FLS. 147) ordem deVoSsa Magestade Ihe-
fa-1 zemos prezente oreferido para | que sejaservido ordenar
J que | os ditos nove centos esetenta e | hum quintaes de Pau
Brazil, | que parece estavão já entregues | aos Thezoureiros Ge-
’ raes, ou ao me- | nos parte delles como sevê da | Copia que so­
bre amesma | matéria escrevemos ao Con- | tador Geral da dita
Contadoria | e Certidão que comalla lhe reme- | temos selevem
em Conta achã-| do-se que he pau de boa qualidade | edaquella
em que osditos | moradores pa-garão os pirmeiros an- ] nos,
enomesmo ajuste o dito resto | epaguem asmais fintas que se |
lhe la-nça-rem, echan- | do-se que | na dita Capitania não ha já
! Pau Brazil que sirva, ouVoS- | sa Magestade os alivie da dita
। l finta enos leve em conta a im- | portancia delia, ou declare
oef- | feito em que adevem pagar na | forma que aVoSsa Ma­
gestade | parecer mais justo, efor mais | (FLS. 147 V) mais
conveniente ao Seu Real Ser- | viço. VoSsa Magestade manda­
rá | o que foi Servido. Bahia eCama-ra | dezdeMaio demil sete­
centos e | qua-tro annos” Ma-noel Pessoa de | Vasconcellos a
Sobscrevy” Andre Lei- | tão deMello” Sebastião daRocha |
Pitta" Pedro Barboza Leal” Salvador | Corrêa deSáa” Antonio
Pe-1 reira Soares”-------------”---------- ”

REGISTO DA CARTA QUE ES- | te Senado


escreveo a Sua Ma- | gestade sobre a impug­
nação que se | faz para senão receber huma
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

| Carta de Sua Magestade sobre | os Offes —


mecânicos por sefaltar ao | Estillo que com I
o Senado sempre se observou”.

SENHOR = Emhum dos dias domes | de Fevereiro do anno I


prezente nos | veio anotificar aeste Senado | hum Tabelião com I
hum despa-1 cho do Doutor João deSouza | Chanceller daRella- I
çâo deste Es-1 tado posto nas Contas dehuma | Car-ta de VoSsa 1
Ma-gestade pello | qual elle mandava que houves- | (FLS. 148) I
houvéssemos vista e respondéssemos ( emtres dias ahum Re- 1
querimento | que aVoSsa Ma-gestade havi- | ão feito os Offi- I
ciaes mecânicos de- | ta Cidade para effeito deselhe | observa- 1
rem nella os estillos dessa Corte, e admirandonos deste Ter-1 I
mo assim por estarmos em pos- | se dediverso trata-mento em |
Ca- | zos Semelhantes ainda sendo ou- | vidos pelos Governa- I
dores eCa-pitaesns | Geraes deste Estado como cons- | ta da I
Certidão incluza, como por | nos dizer o Tabellião que hum dos 1
| Officiaes meconicos lhe dera a | dita Carta com odito Des- I
pacho e | lhe requerera noloviesse inti- | mar o que parecendo- |
nos ser con- | tra o Estillo nos viemos rezolver | não devíamos I
obedecer aditano-1 tificação nem satisfazer por a | quelle modo I
a o dito despacho. Salvo sendo a-utuado erespon- | dendopelo 1
novo Sindico por que | talvez essa seria amen-te delle | e resti- I
truindo com esta resposta | adita Carta ao dito Tabeliam | (FLS.
148 V) Tabeliam nos não tornou o chan- | «celler afalar sobre a 1
matéria e por | esta Cauza nos pareceu respon- | der a VoSsa
Magestade direitamente | sobre a Supplica porque VoSsa |
Magestade c-onheça a Calumnia delia por que sendo os dito j
Officiaes | os que com vários pleitos eagra- | vos setem eximido i
de eleger jui-1 zes dos seus Officios eexaminarse | do anno de- j
mil sete centos ehum | ate oprezente sendo hua eoutra | Couza
conforme aoestillo desse | Reino se a trevem elles a queixar-1 j
se aVoSsa Magestade das ditas | demandas req-uerendo |
aomes- | mo tempo aobservancia dos es- | tillos que até opre- j
zente temim- j pugnado os quaes parece não | deve VoSsa Ma- |
gestade mandar | observar nesta Cidade por Lei | por que assim |
como aCamaia | dessa Corte eamais desse Reino | as introduzí- j
rão segndo aca-| da huma mais conveniente | pareceu podemos 1
nos também | estabelecer os que mais conveni- | (FLS. 149) 1
convenientes forem a esteEStado | que em muitas cauzas dis- I
crepa | desse Reino e com effeito neste | Senado haTambem ]

90
CARTAS DO SENADO

ar. | ticular estillo que amuitos an- | nos nelle sepratica*


? | conforme com o de Lisboa eso | differente nomodo das
í qlrcões I dos seus Juizes e Cartas dos se- | us examinados por
dese-1 fazerem ditas Eleições fora des- | te Senado contra
I í ma que | até oprezente se uza se lhes dá motivo aos Sobor-
I jeZaten- j çoens e tumultos que rezultarão de sefazerem em
| J° a | Caza particular etrazendoas | as si feitas para selhes dar
n juramento vem este Senado | aser quaze constrangido aa
। °lvar eleiçoens que podem ter | muitas nulidades não sendo
I obradas em sua prezença e o | quererem que os seus nomes
I sejão somente escritos nos Livros da Cama | ra he contra a Re-
I ga-lia que ella tem de os con- | (FLS. 149 V) confirmar por Pro-
I vizão edar-lhe | nas Costas delia o juramento es- | tillo que se
I observa com osmais | Officios e Officiaes que este Sena- | do
I prove deJuizes Escrivaens | pedamnios e outros que com este
I | exeniplo não quererão ser- | vir*com mais tituto nem com [
| outro instrumento que ode es- | tarem os seus nomes escritos
i nos livros delle e sobre os exa- | minados foi ca sempre uzo |
I que com a Certidão dos exa- | minadores lhes passa massu- | as
Provizoens o Senado. E su- [ posto que sobre ocusto* ou Sa- |
I lario dellas trazem pleito cõ- | o Escrivão o qual corre via I or-
[ dinaria todos os emolumentos | e contagens dos Officiaes | de-
J Justiça destaCidade são | a-vantajados aos desse Rei- [ no por
Regimento deVoSsa | Magestade oqual senão deu | ainda ao
Escrivão daCamar^ | para saber o que hade levar | das ditas
Provizoens eaté selhe | (FLS. 150) selhe não assentar forma
í nesta | matéria selhe deve dar por ellas o | mesmo que sedava
aos seus an-1 tecessores isto he o que sobre este | Requerimento
cedemos infor- | mar a VoSsa Magestade cuja | Real Pessoa
Deos Guarde muitos | annos como os seus Vassa- | los ha-vemos
| mister. Ba- | hia e Ca-mara dez de Maio demil | sete centos
equatro annos e Eu | Manoel Pessoa de Vasconcellos | asobs-
crevy” André Leitão de Mello" Sebastião da Rocha Pitta" | Pe­
dro Barboza Leal" Salvador | Correia de Sáa" Antonio Pereira
Soares”-------- "------------- "
REGISTO DA CARTA QUE ESCRE = : veo
o Senado a Sua Magestade | sobre obom pro­
cedimento do | Doutor Juis de Fora"-------- ”
I SENHOR = André Leitão de Mello ] a quem VoSsa Magestade
foi ser- | vido mandar por Juis de Fora | desta Cidade setem

91
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

havido nes- | ta occupação contai sa-tisfa- | (FLS. 150 V) Sa


tisfação detodos ecom tanta utilidade deste Senado que se I
tem mos- | trado merecedor dema- | iores Lugares principal!
mente | nesta Bahia donde assuas ex- | periencias ofazem mais
neces-| sario supposto que em qual-1 quer parte oseu procedí,
mento | opossa fazer mais util ao Ser- | viço de VoSsa Mages-
tade porem se | os temperamentos dos climas | podem concor-
rer para as aççoens | dos Homens as suas est-ão também repu-
tadas | que não podem deixar deser | mui aplaudidos todos os
me-1 Ihoramentos que este Minis- | tro tiver nestaCidade esa |
sua assistência nella se se- | guirá muito grande bem ou | no
lugar de Ouvidor da Co- | marca em que pode empregar | me­
lhor o seu muito prestimo | ou no proprio deJuis deFora po- |is
em qualquer delles pode con-1 tinuar com o mesmo Zello ein-'
teireza com que obra tudo oser- | (FLS. 151) o Serviço Consi­
derável que actu- | almente ^tá fazendo aVoSsa Ma- | gestade
na arrecadação das fin- | tas, eaveriguação das Contas do | Do­
nativo, com tal Cuidado e in- | teligencia que só oseu grande |
Zello e muita peritia poderão | serenar aconfuzão que havia I
em restos tam antigos ecobran-1 ças detantos annos em-1 bara-
çados com a morte sucessiva | de dous Thezoureiros motivos
que | temos para pedir aVoSsa Ma-1 gestade seja servido recon-
du-1 zir odito Juis deFora, assim I para aca-bar e concluir com
j esta delegencia como pelas ou- | tras utelidades queda sua |
inteireza e boa administração | da justiça rezultão aeste | Povo
eaoServiço de VoSsa Ma- | gestade, cuja Real Pessoa Deos |
Guarde muitos annos como os | seus Vassallos ha vemos mister.
I Bahia eCamara doze de Ma-| io de mil sete centos e quatro an-
| nos, eEu Manoel Pessoa deVas- | (FLS. 151 V) Vasconcellos
aSobscrevy” Sebastião da Rocha Pitta" Pedro Barboza Leal”
Salvador Corrêa deSáa" An-1 tonio Pereira Soares".------- ”

REGISTO DA CARTA QUE | escreveo o Se­


nado a Sua Mages-1 tade sobre o que se deve
de resto | ao mesmo Donativo"---------- "

SENHOR = Na esquadra que deste | porto sahio em vinte e


quatro | de Outubro do anno passado | reprezentarão a VoSsa
Ma-gestade | de nossos antecessores por duas | Cartas escritas
e mvinte edous | do dito mez dequevão as Copias | induzas
pelo perigo que po-| dião ter nomar miuda everda-1 deiramente

92
CARTAS DO SENADO

ustificado proce- | dimento que neste Senado sehavia | tido


°om o Provedor mor da Fa- | zendaReal e Contador Geral des- |
J Estado a | respeito das Contas j do Donativo promettido
ra o | dote da Serenissima Ra-inha da | Gram Bretanha ePax-
deOlanda | edos Thezoureiros delle ejunta- | ejunla-mente
i (FLS. 152) os impedimentos que houvera para sepodei\| dar
cumprimento por então a ulti- | ma Carta do dito Contador Ge-
j ral por que pedio os Livros do | recebimento do Thezoureiro
Fi-1 ÜpPe Moreira de Azevedo; epa- | ra sepoderem a cabar de-
cobrar | os restos das fintas do dito Do- | nativo, erazoens que
havia pa- I ra se levarem em Conta algu- | mas despezas que
glozem o dito | Provedor mor, e concluirão di- | zendo que fica-
| Jão | fazendo deligencia por acabar I de cobrar os ditos restos
para | com elles acabarem de pagar | o que sedevia do dito Do-
I nativo | ate apartida da prezente^Fro- | ta eposto que fizerão
a dita de-1 ligencia com toda a eficacia e | nos a continuamos
r com ames- | ma não foi possivel darmos | cabal cumprimento
adita | promessa, por que achamos | muito mais duvidas eem-
bara-1 ços no ajustamento dos ditos res- | (FLS. 152 V) dos di­
tos restos do que pode vencer | toda a noSsa Zeloza applicaçam
; pois s-ão tão antigos | os ditos restos que muitos se | devem
ainda dos a-nnos de seis- | centos sessenta equatro, seis cen- |
11 tos sessenta e cinco, seis centos* | sessenta eseis, eos seguintes
e al-1 guns delles custa muito asaber | de quem sehão decobrar
' eas ve-1 zes depois*de toda a deligencia a- | inda sefica ignoran­
do pela pouca | clareza com q sefizeram | os primeiros Livros
do dito Do- | nativo serem mortos os Thesoureiros | que então
Ií servirão eos | mais dos Capitaens epessoas | por cuja conta
11 correu a cobran- | ça, pelo que vem aser neces- | sario pegar-
11 com seus herdei- | ros com grande trabalho edi- | laçam eames-
11 ma deligencia | he perciza arespeito demui- | tas das fintas par-
I ticulares, e a- j inda hir buscar os bens finta- | dos asvezes em
II mão de Se- | gundo e terceiro posuidor, esobre tu = | (FLS.
I 153) tudo o que mais embaraça etem- | po leva he terem todos
f os cobradores | ou quaze todos duvida a | pagar os restos que
II se lhe pedem • pelas receitas por lembrança que | pelo dito Con-
I tador Geral sefize- | ram ao Thezoureiro actual dodito | Dona-
I tivo, fundando-se para | isso em quitações Listas eclare- | zas
I que aprezentão dos The- | zoureiros defuntos Antonio de A- |
zevedo Moreira e Filippe Mo- | reira de Azevedo, por que mos-
| tram devem menos do que se | lhe pede ecomo os ditos The-

93
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

zou-1 reiros e seus anteceSsores recebião | em sua Caza edavão


quita-1 çoens e Listas de sua Letra o j que nós já emendamos a
| respeito do Thesoureiro actual | he por isso necessário epela
re- | zolução deVoSsa Magestade | pelo Conselho da Fazenda
deste | Estado, de que nas ditas Cartas | sefez especificamençào,
averi= | guar o referido ,e como se faz com | Procurador da
herdeira etesta- | (FLS. 153 V) etestamenteira dos ditos The-
zoureiros I que não tem as noticias necessa- I rias em cada du­
vida por me- j nor que seja segastam muitas | vezes dias etardes
inteiras pa-1 ra chegar a conhecer o que os di- | tos cobradores
devem liquida- | mente pagar1 edeixaram de | carregar em re­
ceita viva os di- | tos Thezoureiros para sehaver | de carregar
aodito Procurador | eposto que senão tem rezolvi- ] do poucos
destes embaraços1 he | tal a multiplicidade e quali-1 dade delles
que he impossível acabarem-se defindar antes | de largo tem­
po eserá mui con- venient/que corra a averigu- a ação delles
por conta dehuma só pessoa deste Senado, como porj estillo
antigo corrião todas as Contas pella devereador ma-1 is velho
antes que este se revo- gasse por Acordão da Relação | deste
Estado deque nas ditas Cartas também sefez menção pe-1 las
muitas deficuldades que ha | (FLS. 154) emnos podermos
juntar todos com | afrequencia necessária = Ao re-| ferido
acresceo darnos parte adito J Procurador mor deque VoSsa
Ma- | gestade pelo Conselho ultramarino | emCarta de treze de
Abril do | anno passado lhe ordenara que cfcis fintas dodito Do­
nativo havi- | ão sa hir em primeiro lugar dez | mil Cruzados
de contribuição por | anno para ajuda da sustenta- | ção da
nova Colonia do Sa- | cramento segundo já tinha re- | zoluto
no anno de seis centos no- | venta ecinco determinando que I
por esta Cauza senão havia | deminuir o Computo do dito Do-1
nativo mas só estender-se asatisfação delle por mais annos
epor- | isso tendonos o dito Procurador Mor I remettido os Li­
vros delle com | as Contas ajustadas edivida | de sessenta con­
tos quatro centos | setenta enove mil seis centos | quarenta
ecinco somente as | quis depois emmendar es- | crevendonos
que devíamos noventa | (FLS. 154 V) noventa edois contos
quatro centos se-1 tenta enove mil seis centos quarenta | ecinco
por se haverem vencido | trinta edous contos dadita contri- |
buição, os quaes dava para abati- | dos do que tinhamos pago
por con-1 ta do dito Donativo, aposto que | pelo, mesmo Con­
selho ultrama ri- | no Reprezentajnos a VoSsa Mages- | tade as

94
CARTAS DO SENADO

I jüStas Razoens que nos | escuzam da dita contribuição ou- | ao


I Lnos do pagamento dos di- | tos trinta edois contos dereis
! ven-1 cidos elhe pedimos faculdade pa- | ra porodito tributo
em outro | genero no Cazo em q seja ser- | vido que continue
I na duvida | de ser ou não ac- | ceita a VoSsa Magestade esta Su-
I | plica eprincipalmente para a- | cabarmos de satisfazer com
I ade-1 vida brevidade o resto do dito Do- | nativo eporque recea-
[ mos que | não bastarião para isso os das | ditas fintas rezolve-
| mos que se | cotinuassem estas naforma an- | tiga até que ha-
| vidas rezoluçoens | (FLS. 155) rezoluçoens de Vossa Mages-
| tade so-1 bretudo o referido evisto o que se | podia cobrar dos
i ditos restos cm | cujo ajustamento havemos por | ao mesmo
tempo a maior deli- | gencia, podessemos saber os an- | nos e
| quantia porque era ne- | cessario continuarem-se ainda | que
I pela justiça dos nossos Re- | querínentos e grandeza, recti- [
I dão e Piedade de VoSsa Magesta- | de esperamos que VoSsa
I Magestade deffira em todos anoSso favor | eassim prevemos
l que ainda | lançando-se só este anno as ditas | fintas poderia
f sobrar muito de- | las, pelo que tão bem se hade | cobrar dos
| ditos restos, quizemos | antes expormosnos ater essedam- | no
do que suspender por mais | annos as ditas fintas sem expres-
r | sa ordem de VoSsa Magestade |*as quais pelo tácito consenti-
! | mento de VoSsa Magestade e expresso dos Governadores des-
i te Esta- | do e outras justificadas razoens que | tão bem se ex-
pecificarão nas ditas: (FLS. 155 V) ditas Cartas parece que
1 justamen- | te havião sessado nossos antecesso- | res em conti­
nuar do anno deseis | centos noventa enove excluzive a- | té
agora eaque nafalta dellas se | faltasse ao prompto pagamento
do | dito Donativo e Contribuiçam | e o que dehuma eoutra
couza suc- | ceder sobejar esperamos deVoSsa | Magestade nos
dará faculdade pa- | ra o applicar aedificação dequar- | teis para
o Terço Novo de Infan- | taria desta Praça, eoutros mui- | tas
obras publicas, deque esta Ci- | dade caresse esobre tudo VoSsa
| Magestade mandará o que fôr | Servido. Bahia eCamara doze
I de Maio demil sete centos equa- | tro annos” Manoel Pessoa de
I | Vasconcellos a Sobscrevy” André | Leitão de Mello” Sebastião
da | Rocha Pitta” Pedro Barboza | Leal” Salvador Corrêa de
Sáa” | Antonio Pereira Soares”------- ”----------”
95
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

REGISTO DA CARTA QUE | escreveo o Se-


nado a Sua Mages- | tade (FLS. 156) sobre
o notável Governo do Senhor Dom Rodrigo
da Costa”---------- ”-----------”

SENHOR = São taes as Virtudes de DomRodrigo da Costa Go-


vernador | eCapitão Geral deste | Estado que com razão sefize-|
rão benemeritas daquella Re- | al e Pia attenção que VoSsa Ma-
| gestade foi Servido ter sempre | na Elleição dos nossos Go- i
verna- | dores esendo este igual a aquel- | les que mais eterniza ]
anossa | Saudade soube juntar em si | as prerogativas detodos I
que | resplandecendo nelle unidas | o constituem hum Heroe
ato- | das as luzes composto de ex- | celentes partes sendo
entre el- | las singulares as do zello do | Serviço deVoSsa Ma­
gestade | augmento destes povos elimpe- | za demãos emtal
grão admi- | raveis que-só éfn saber servir a | VoSsa Magestade
e governamos | annos porem todo oseu interesse | como se
existira menos para as [ (FLS. 156 V) asconveniencias da sua
Caza que | para as noSsas utilidades etodo pa- | ra a execução
das ordens de VoSsa | Magestade a cujos Péz prostrados | pe­
dimos nos queira prorrogar os | annos do seu Governo ate opre-
zen- ] te também sucedido por a- | certos quanto o noSso de-
zejo apo- | dia idear por felicidades. Estas es- | peranças digo
(odigo é do original) estas esperamos ver | continuadas dei
baixo do venturozo | Império de VoSsa M^estade eda | despo-
zição de tão digno substituto | seu eoamor efidelidade com que
| servimos a VoSsa Magestade nosfa- | ra sempre que espera­
mos da | Grandeza deVoSsa Magestade cu- | ja Real Pessoa
Guarde Deos mui- | tos annos como os seus Vassa- | los havemos
mister. Bahia eCamara | treze de Maio demil sete cen- | tos e
quatro annos. Manoel Pessoa | de Vasconcellos a Sobscrevy"
André Leitão de Mello” Sebastião da Ro- | cha Pitta” Pedro
Barboza Leal” j Salvador Corrêa deSáa” Antonio (FLS. 157)
Antonio Pereira Soares”-------- ”---------- ”

REGISTO DA CARTA QUE ES = | te Senado


escreveo ao Procurador da Cidade de Lisboa
João Ribei = | ro Cabral”--------- ”--------- ”

As suceSsivas oCazioens emate- | rias que nos fazem precizo o


] recurso a esse Reino, sãotão jus- | tificadas, ea concessão del-
96
CARTAS DO SENADO

í tão | conveniente à Conservação des- | ta Republica, que não


ó nos | faz dezejar, inclinada afavor noS- | so a attenção dos
| Ministros, se | não também empenhada avi- | gilancia e deli-
I gencia deVoSsa Mer- | cê das quaes eda justiça das nos- | sas
I Couzas ficamos digo (o digo é do original) das nossas Cauzas
f fiamos obom । sucesso dellas. Com esta reme- | temos aVoSsa
I Hercê a Lista das | Cartas que escrevemos a Sua Ma- | gestade
I que Deos Guarde pelos Con | selhos do Ultrama-rino eda Fa- |
í zenda, enão mandamos aVoSsa | Mercê Copias detodas, por que
|dadita Lista pode VoSsa Mercê | (FLS. 157 V) Mercê colher
as matérias, e nos per- | suadimos que asua muita intelligencia
não será dificultozo opoder | ver os pro- | prios originaes em
i qual-1 quer dos Tribu- | naes adonde vão, | para conformar com
f | elles os seus | Requerimentos procurando obom- | Zello que
Leste Senado me- | resse aVoSsa Mercê aquem com | razam de-
vemoscrer empenhado | nobem defcua Republica de | que he
| Procurador tanto como | os mesmos que somos Ministros
j nella pois ahuns eoutros sefaz | comum oseu Credito
eas Fortunas. Deos à VoSsa Mages- | tade Guarde. Bahia
eCamara treze de Ma- | io demil sete centos equatro” Ma-
|| noel Pessoa deVasconcellos a sobscrevy” | André Leitão de
Mello” Sebastião | da Rocha Pitta” Salvador Cor- | rea de Sáa”
। Antonio Pereira Soares”---------- ”---------- ”

*LISTA DAS CARTAS

Carta sobre sepedir senão conseda | aos Officiaes dg Camara da


Villa | de Santa Luzia anneixarem-se | (FLS. 158) aos termos
delia os Destrictos do | Itapicurú da Praia eRio Real | da parte
fail---------- af 52 V
CARTA sobre senão deixar a confirmação | do Bando-------------
af 52 V
CARTA sobre senão deixar de aseitar | os Assucares do Dona­
tivo- ------- af 53
CARTA sobre senão contribuir com dez mil Cruzados para a
nova | Colonia--------- af. 54
CARTA sobre setirarem os Escri- | vaens Pedanios----------------
af. 55
CARTA sobre a Infantaria emque | sepede semande aliviar os
pa-1 gamentos que se fazem------------- af. 56 | Carta sobre os

9T
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

restos dasfintas-------- af. 57 | CARTA sobre a impugna$0


que sefez | para senão receber huma Carta | de Sua Magestatfe
por se faltar ao es-1 tillo que com o Senado sempre seobs-1 Ser<
vou-------- af. 58V CARTA sobre obom procedimento do | Dou.
tor Juis de Fora----------- af. 59 V | CARTA sobre onotavel Go.
verno do Se- | (FLS. 158 V) Senhor Dom Rodrigo da Costa
---------- af. 61 V | CARTA do Procurador do Senado da Ci-I
dade de Lisboa João Ribeiro Cabral------------ af. 62 | Frota de
vinte eoito deJulho de | mil Sete Centos equatro.”--------" ;

REGISTO DA CARTA QUE: | o Senado es-1

creveo a Sua Magestade | sobre onotavel !


damno que | rezulta aos moradores daBa-I1
hia na destruição das madeiras | de Sucupi* ■
ra | que setirão para | afabrica dosGaliões da !
Ribeira fque nella se fabricão”-------- "

SENHOR” Em tres anno successi- | vos representou este Se­


nado á | VoSsa Magestade os damnos que | se seguião aos Po­
vos desta Cida- | de eseu Reconcavo de se conti- | nuar nella a
fabrica dos Galioens | como então se deduzio pelas Car- | tas ।
de dois deJulho de seis centos | oitenta ecinco e dois de Agosto
| de seis centos oitenta e sei^epela | de quatro de Junho deseis
centos | oitenta esete ese naquele tem- | po se receavão já tan- j
tos prejui- | zos (FLS. 159) prejuizos cpm poucos annos de I
experi- | encia agora que receavão digo (o digo é do original) ]
agora que com mais dezesete annos pas- | sados1 e com afabrica |
de seis gali- j oens, que setem feito vimos no | cabal conheci­
mento do justo re- | ceio que tiverão nossos anteces- | sores pa­
ra pedir aVoSsa Mages- | tade aextinção da dita fabrica | na
Ribeira da Cidade da | qual tem resultado aos Senho- | res de
Engenho, Lavradores de | Canas etabacos huma publica | egeral
ruina que também | chega a Real Fazenda deVoSsa | Magesta­
de eseos Officiaes daCa- | mara que então servião movidos de-
Zello do Serviço deVoSsa | Magestade ebem destes mora-1 do­
res, procurarão evitar ma-1 les futuros, nós com omesmo Zello, ।
amor efidelidade que- | remos prostrados aos Reaes Pez | de
VoSsa Magestade alcançar o remedio aos estragos prezentes |
He certo Senhor que aCidade | da Bahia, daBarra de Santos *
(FLS. 159 V) Santo Antonio para dentro tem passante de cen­
to etrinta Engenhos ema | is dedois mil lavradores de Canas,

98
CARTAS DO SENADO

i passão de dous mil os que lavrão ] tabaco que todos fabricão


lium | anno por outro quinze edezeseis | mil Caixas de Assucar
de vinte | té trinta mil rolos de Tabaco, hus | e outros necessi-
tãodeCarros sendo- | do percizos acada Lavrador digo (o digo
é do original) acada Senhor de Engenho | seis, cada Lavrador
de Tabaco | e Canas ao menos dous epor este modo são neces­
sários para | cima deseis mil Carros actua- | aes aos Engenhos
para condu- | zir a Lenha eCana que tem | de Fazendas pró­
prias aos Lavradores | de Canas para as levarem | aos Enge­
nhos que lhas moem os I dos Tabacos para carrear manti- |
mentos, emadeiras para as cercas | que fazem em que plantão
oTa-1 baco, epara as Caixas de Assucar j que conduzem de cinco
quatro* duas, ehuma legoa, aos Portos do | mar, os Tabacos de-
dez vinte* e trin- | (FLS 160) etrinta legoas sendo necessário
em | todos os annos carros novos eactu- | almente reformados
por que lhe botam quebrão, na caíTa | com o excessivo pezo se
entroncam, | e com as Caixas pelos lameiros* e | mas passagens
searruinão nos | Tabacos pelos longes dos Caminhos | e serem
terras de arcas segaslão | mais depressa, pelo rigor do Sol |
abrem e se incapa-cnão por cu- | jas razoens só amadeira de su-
• | cupira serve paia elles, ecom ser j amais robusta não basta
para | asua duração pelo continuo exer- | cicio que tem. N-ão
se podem con | servar os Engenhos sem madeira I de Sucupira
para as rodas de | agoa, os que moem com ella pa-| ra as pontes
sobre as que moem | as moendas, epara buxas das | mesmas
moendas eoutros mis- | teres mais, para o que não ser- | ve
outra qualquer madeira por | forte que seja, os Lavradores de
| farinha sustento unico que tem | (FLS. 160 V) tem o Brazil
a não podem fabricar | sem Sucupiras, para os Engenhos |
rodas e prenças, comque abenefici- | ão efinalmente: Todos os
Assucares, | Tabacos, Couramas, Madeiras ema- | teriaes para
as obras desta Cida- | de, farinhas emais viveres, secon- | duzem
por Mar de vários portos | do Reconcavo para esta Cidade | para
o que são necessárias mais de trezentas em- | barcaçoens* quase
compoem de j barcas grandes- barcos, Canoas | e Saveiros, to­
das estas sefabricão | deMadeira de Sucupira assim | por ser
demais duração como | pela fortaleza deque necessitam |
| as ditas embarcaçoens de carre- | garem em seco em muitos
por-1 tos e Rios, donde detodo vazão | as marez, e como sejão
embaraçoens | abertas sem Cuberta al- | guma com a Carga de
Caixas | de Assucar, e Rollos de Tabacos for- | cejando as mais

99
documentos HISTÓRICOS do arquivo municipal

viagens | para tomai a Cidade senão | conservão muitos annos,


alem | (FLS. 161) aleni dem ui tos Navios que vem a | este Porto
econcertâo nede reedi- | ficando se de muitos madeiras | prin-
cipaes” E sendo as madeiras | de Sucupira tão percizas eneces-
| sarias aconstrvação das lavouras | da Bahia ha nella muito
pou- | cas por que nas terras de massa- | pez donde estão os
Engenhos e Ca- | naviaes senão dão nem crião | Sucupiras enas
terras de arrêa | donde as há são já poucos os matos em razào
das muitas rossa- | rias que setem feito, evão fazen- do, que
em todos os annos vão | rosando e desmaninhando de novo
etudo não basta para ha- ver fabricas deque sempre ha falta,
eassim sevâo alongando cada vez mais os mattos do beira |
mar, razão poi que já hoje custa | muito a os Senhores de En­
genho | elavradores alcançar a madeira de | que necessitam,
epode ser que ja as- | mandem vir de barra emfora” | Tem a Ri­
beira afabrica das Naus | <fue aqui sefazem totalmente pre-
| (FLS. 161 V) prejudicado aesta terra em razão | das madeiras
porque asque avia j a us orredores da Cidade, epelo re- | con-
cavo setem th ado enão ha já | nem para as Naus nem para os |
moradores edese continuar adita | fábrica nesta Cidadeproce-
derá | aultima eextrema necessidade | de Sucupiras, passando
também | arruina evexaçãu aos moradores | por dois princí­
pios" Primeiro | porque essa% poucas que há ao | longe seaca-
barão de esgotar que | senão cortão só as necessárias | para a
Ribeira, senão adestrui- | ção de que muitas vezes cor- | tão
huma arvore para delia | tirarem huma caverna ou | outra pes-
sa semelhante, etoda | amais madeira delia seperde | e aprodres-
sem nos mattos, que tal- | vez esta arvore aparelha hum | En­
genho quando senão Cortão du- | as etres vezes digo (o digo é
do original) etres para sea- | justar essa pessa pagando-se a |
seu dono só aque se aproveita e | fica perdendo amais muitas
ve- | (FLS. 162) vezes sendo Lavrador que tem ma- | is pre­
juízo em aderrubarer.i do que | ganha no infimo valor que reci-
| bem. Segunao por que estando as | madeiras como estão
mais longe | são mais custozas as conduçoens | e não tendo a
Ribeira bois para • os cornboiar apenão os moradores | eaforça
lhe tomão as suas fabricas, ; e carros sem repararem que sejão
| Lavradores deCanas ou Tabacos | atempo que andão carrean­
do es- | tes econduzindo aquellcs para os | portos do mar de
que lhe rezulta | morrerem-lhe os bois eficarcm | os seus fruc-
tos por aproveitar cõ | algum excesso em alguns Offici- | aes

100
CARTAS DO SENADO

tfqUem se comei tc a condu- | ção das madeiras da Ribeira | pois


muitas vezes tem succedi- | do esperarem os mizeraveis La- |
vradores de Tabaco no Porto da | Caxoeira e alli lhetomão os
pois* | que vem cançados e de cami- | nhos longes com tal dezi-
gualda- | de, que ahuns por que os peitão | largão, e a outros
que são rnize- j (FI.S. J62 V) mizeraveis veixam," Os Carpin­
teiros | que andam no Corte das madeiras | a sombra das que
vem Para a Ri- | beira cor tão as que lhe parece pa- | ra seus
negocios particulares a- | lem de outras ncgociaçoens que] fa­
zem com acapa doSei v iço de | VoSsa Magestade" Nem também
I estando as madeiras iam jonge | tem conta aVoSsa Magestade
aS | Naus que seíazetr pelo muito que | custão’ e as madeiras
senão achão | já capazes como sevio naque a- | gora sefabricou
cperdeo com ge- | ral sentimento delodos porque já | levou mo-
deira demenos conta, | efoi necessário emendar a mais | delia
fazendo de duas pessoas huma" | tí^ta Senhor he toda averdade
| ecerteza sem embargo decon- | trariasinformaçoens deque |
sabemos selem dado aVoSsa Magestade que sefundão só encon-
I servaçoens muito particulares | sem reparar no de Serviço
que | sefaz aVoSsa Magestade nades- | truição dos Lavradores
1 que despa- | (FLS. 163) despara em renderem menos os |
direitos das Allandegas indo me- | nos frutos como succedeo o
anno | passado, ecide que ficarãç Taba- | cos* eassucares por
não terem Bo- ' is nem Carros com q os condu- | zir mais
quando tem VoSsa J Magestade da Barra para fora | nas Villas
eterras do Sul tantos | poi tos capazes detirar madeiras | e em-
ianta abundancia que estão j aescolher sem damno algum dos
| moradores e Lavouras desta ter- | ra. Da Piedade e Grandeza
de | Vossa Magestade esperamos po- | nha os olhos na Conser-
açam | destes Lavradores mandando | se não tirem madeiras
pelo Rccon-1 cavo desta Cidade e as- | sim | opedimos em nome
deste Povo | muito humildemente, aPessoa | deVoSsa Magesta-
deGuarde Deos | muitos annos como seus Vassa-1 lios havemos
mister. Bahia em Ca- | mara aos vinte eoito de Ju- | Iho demil
setecentos equatre annos’ João de Couros Carneiro (FLS.
163 V) Carneiro o Sobscrevy’ André Leitão de Mello" Sebastião
da Rocha Pitta" Pedro | Barboza Leal" SalvadorCorrea I de
Sáa” Antonio Pereira Soares".

REGISTO EEHUMA CARTA QUE | o Senado


escreveo aSua Magestade | sobre pedir vista

10!
documentos históricos do arquivo municipal

o Juis do Povo eMinisteres da Rezolução qü


setomou da sustentação daNova | Colomn*
dos dez mil cruzados"---------------- "

Sr’ Na Frota que desie Porto sahio em | dezesete de Maio deste


anno da-1 mos Conta a VoSsa Magestade por | Carta dedez de
Maio damos con- | ta aVoSsa Magestade por Carta | dedez do
mesmo mez de que | agora vai aprimeira via por nau- | fragar o
Navio em que tinha | hido da Resolução que toma- | mos sobre
a contribuição dos dez | mil Cruzados que VoSsa Ma- | festade
ordena de esta Cidade j em Cada anno para susten- | tação da
nova Colomnia | do Sacramento, e denovo se nos offe- | rece
fazer prezentc aVoSsa Ma- I (FLS. 164) Magestade que dadita
Resoluçam | pedimos vista digo (o digo é do original) pedio
vista | o Juiz do Povo eseus Misteres, e j negando-lha nós aggra-
varão | para a Relação destefEstado I enella tiverão Provimento
por | a Cordão que depois mandou | se cumprisse sem embargo
dos | embargos de encompetencia, e outras matérias com que
aelle | veio o nosso Procurador eobri- | gados deste preceito
manda- | mos dar vista aos sob réditos | pelo que toca adita
contribuição somente, esenão tem | processado mais couza al­
guma | VoSsa Magestade mandará | o que for Servido. Bahia
c Ca-1 mara aos vinte eoito de Julho | demil sete centos equa-
tro” João | de Couros Carneiro oSobscrevy” André Leitão de
Mello” | Sebastião da Rocha Pitta” Pe- | dro Barboza Leal” Sal­
vador | Corrêa deSáa” Antonio Pereira Soares"-------- ’------- ”
REGISTO (FLS 164 V) REGISTO DA CAR-
TA QUE | se escreveo ao Procurador por este
Sena- | do João Ribeiro Cabral”— ------- ”
Em o Comboy Passado escrevemos | aVoSsa Mercê sebem ainda
ago-1 ra vai a primeira via das Car- | tas por naufragar oNavio
em | que as mandavamos, emeomendando- | do-lhe-se empre­
gasse muito na | aplicação dos importantes Re- | querimentos
deste Senado eagora | lhe tornamos apedir ponha nelles | todo
ocuidado, que elle lhe me- | rece pois por não ser defferido en-
| tão justas pretençoens escuzara | gastar duzentos milreis com
| o Salario de huni Procurador | tendo tão poucas rendas este [
Conselho que apenas chegão pa- | ra as obrasplubicas. Muito
sen-1 timos que VoSsa Mercê senão | ouvesse informado da re-
sul-1 tancia das nossas Suplicas | sobre os Religiozos do Carmo

102
CARTAS DO SENADO

jqs de Oliveira Lopes pois cõ | avinda deste Comboy sem


| saMeicê nos a^izar que estas | (FLS. 165) estas mate-
\°. secometião ao Se- | nhor Dom Rodrigo da Costa Go- | ver-
l'iajor deste Estado tomamos | alguma Resolução que escuza- |
na s Saber que ao dito Senhor | vinha aquella Comição, e esta |
^igencia náu continha nenhu | segredo para se negar aquem
j 00 Conselho procurasse. Sirva | se Vossa Mercê attender
flüito | anecessidade comque recorremos | aesse Reino, que
|| seosMinis- j tros nãolha-rem para ellas, | eVoSsa Mercê nellas
[ senão empenhar tôdo ou perecerá esta | República elhe será ne­
cessário | mandar Procurador extraordinário | oque esperamos
eVj. | tar com adcligcncia de VoSsa | Mercê nestes particulares
qUe | muito lhe recomendamos ede | novo no seguinte” Tendo
man- | dado fazer hum as Cadeiras | etamboretes dedamasco
para | nos Sentarmos nas processoens | eocazioens publicas
| nOs pareceo j que seria mais decante man- | dar mandarmos
i (FLS. 165 V) mandarmos lançar por baixo hu- | mas alcatifas
efazendo com | effeito sem duvida na festa que [ em acção de
Graças fez e costuma | fazer este Senado em dez de Maio | a
i Sam Francisco Xavier man- | dando-as também estender na | Sé
no dia da Procissão deCoipo | de Deos nos mandou dizer o Arce-
| | bispo por via do Governador que | mandássemos tirar as ditas
I alca-1 tifas por nos não Serem pjerme- | tidas pelo Ceremonial,
| edepois de vários Recados viemos apactar | com elle que ficas-
[ sem as ditas | alcqtifas por aquella vez, enão | tornaríamos a
I uzar delia sem ^primeiro mostrar o noSso direito, | eassim o
' temos feito. Epedimos a- j gora muito aVoSsa Mercê cônsul- |
te aeste ponto com os maiores Le- | trados dessa Corte eprocure
ô es-1 tillo que ha nesta matéria na [ Camara dessa Corte enas
mais | do Reino eachando que ElRey | nos defferirá ffiefassa
petiçam em noSso norne para que escre- | (FLS. 166) escreva
ao dito Arcebispo, que [ nos não impida o uzo das ditas | alca­
tifas, enão havendo funda- | mento para esta Supplica |amande
fazer ao Summo Pontifice para que nos Conseda | Breve para
podermos uzar | de alcatifas ditas: porque sendo | o dito Cere­
monial Ley sua | he serto dispençará nella co- | mo em todas
as mais o fez, | eo custo que emhum e outro | Cazo fizer satis­
faremos aVoS- í sa Mercê com toda apontu- | alidade ou pode
pasar Letra | de sua importância sobre | o Thezoureiro deste
Senado. Vão | mais outras Cartas sobre os | negocios contheu-
dos na Lista | incluza e eintodos esperamos | que VoSsa Mercê

103
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

seaja com | todo ocuidado eapplicação | No dia em que assigna-


mos es- | ta Carta nos deo noticia o Solicitador | das nossas Cau-
zas que | na Capitania vai appelada | por parte deste Senado
para | (FLS 166 V) para a Supplicação digo (o digo é do ori-
ginal) para a Caza da Supplicação huma que lhe moverão os
Officiaes da | Camara das Vi liar do Cama- | mú Cairú Boipeba
sobre ola- | levaníamento do preço das fa- | rinhas da Infan­
taria, eposto j que profiamos* em que a dita | appelação fosse
para o Conse | Iho Ultramarino, nos não quis | defferir a Re­
lação* Vossa Mercê [ emprimeiro lugar veja se pode | lá ter
milhor successo no dito | Requerimento porque no Con- | selho
se tem conhecido por vá- I rias vezes a sem razão destes homens
eagora lha patenteamos | emhumpapel que fizemos | respon­
dendo ahuma Sua queixa | que novamente fizerão sobre que |
informou o Governador Geral que | supomos remetería dito
papel | eque este seachará facilmente no | dito Conselho na Se­
cretaria de- | le donde VoSsa Mercê opode pro- | curar para
com elle rezoar a | dita Cauza ou esta seaja de | (FLS. 167) de
Sentenciar no dito Conselho ou | na Supplicação visto apreça
nos | não dá lugar para podermos | a VoSsa Mercê dar mais
larga | noticia nesta matéria, que he das | mais importantes
aesta Republica* | epor isso esperamos que VoSsa Mer- | cê
ponha nella toda aapplica- I ção para hir na forma | que fica
dito sobre- | veio o impedi- | mento pelo qual ficou, enesta di- |
lação será conveniente que VoS- ] sa Mercç impetre Provizam
ou | Carta do Conselho para que adita | appelação va para elle
l eque não seiá dificultozo por ser | sobre Fazenda Real e por
outros | exemplos que cá allegamos a Rela- | ção enão nos Va­
leram. APes- । soa de VoSsa Mercê Guarde Deos Ba- | hia eCa-
mara vinte eoito de Ju- | nho demil oito centos digo (o digo é
do original) dc mil sete centos equatro” João | de Couros Car­
neiro oSobscrevy” | André Leitão de Mello” Sebastião | (FLS.
167 V) Sebastião da Rocha Pitta” Pedro Barboza Leal” Antonio
Soares Pereira” Diogo Salvador Corrêa de Sáa "Antonio Soares
Pereira ’ ’-------- ’ ”
REGISTO DA CARTA QUE ES= | creveo o
Senado a Sua Magestade | sobre o procedi­
mento do Senhor General | Dom Rodrigo da
Costa” |
Nesta occazião se recolhe a esse Rei- | no Dom Rodrigo da Costa

104
CARTAS DO 8ENADO

Gover- | nador eCapitãu Geral deste Estado [ epor nâo faltar­


mos ao comprimen- | to das Ordens deVoSsa Magesta- | de lhe
damos Conta do procedí- | mento que nelle teve. Tomou | posse
do dito Governo cm trez de | Julho de mil sete centos edous |
cainda que pelo curso do tem- | po so o exercitou tres annos e
। duos mezes e cinco dias pelos | grandes Serviços que nelle fez
| a Deos aVoSsa Ma-gestade e a esta Republica parece haver
| governado annos mui dilatados. | Dedicou-se emprimeiro lu-1
gar ao Serviço de Deos e observancias | (FLS. 168) deseos pre­
ceitos tão cabal mente | que semi altar as obrigações domajor
digo (o digo é do original) de Maior General ovio sem- | pre
o Povo acompanhar o San- | tissimo Sacramento em qualquer |
hora, e nunca pode descobrir nelle | o menor vicio por que foi
tam desenteressado, independente, limpo jdemãos, honqstp)
prudente, jus- | to na administração dajustiça | e esmoler em
tudo tão perfeito, que | nem os q pbr voto professam | as ditas
virtudes lhes levarão vantagem nellas, e cominsensante | cui­
dado efervoroza charidade | tratou sempre da reduçam e-1 de-
cação, aproveitamento, epro- | vimento dos índios. ComoAr-
| cebispo deste Estado conservou sempre huma tão primoroza
[{correspondência, venerável, e afee-1 tuoza Comonicação, eami-
zade, que sefez detodos por isso mui | particularmente louvado,
ena I mesma forma favoreceu sempre | e tratou com toda a al-
fabelida- | de os Religiozos’ emais Pessoas | (FLS. 168 V) Pes­
soas eccleziasticas, yfoi tão podero-| zo este exemplo que sendo
í)om João | da Costa seu filho mui moço se | houve sempre com
tal procedimento, | etâo cortezes1 eacertadas acções | que obri­
gando a todos já mais ofen- | deo apessoa alguma nos seos cri-
| ados não foi de semelhante aimi- ( tação ealguns que teve no­
ticia | cometeram huns leves excessos | os despedio logo do
seu serviço, e mandou | publicar que por todos pagaria | o que
devessem. No Serviço de VoSsa | Magestade foi tão grande
sempre j o seu disveHo que excede todo o enca- | recimento.
Tanto que chegou deu | logo principio a Caza que VoSsa Ma-
| gestade lhe mandou lazer para | fabrica da polvora- esendo
magni- | fica, ecom grandeza que re- | queria tão grande magni-
factura, se acha a-cabada epara adi- | ta polvora tem recuberto
no-1 vas eboas Minnas de Salitre, eas dei-| xou já emtermos de
sepoder co- | messar atrabalhar nellas” Ao = mesmo tempo
continuar aredi- | (FLS. 169) edificação e augmento da Forta­
leza | de Santo Antonio alem do Carmo, | eachando muito no

105
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

principio esta | obra pois adita Fortaleza em sua | ultima per.


feição eficou tão gran- | deoza ebem acabada que sem du- j vida
heamelhor que tem este es- | tado eassim era necessário pela
Si-1 tio em que se acha pois por elle quis | ja o inimigo invadir
esta Cidade, j epor isso carecia da maior fortifi- | cação Tam.
bem reedificou efez de- | novo o Forte de S. Diogo de sorte que I
achando por terra e ao dezamparo e| só comhuma ou duas pa.
redes arruinadas cm poucos mezes o concertou | epreparou de-
todo o necessário, e aug- | mentou fazendo-lhe o Corpo da Guar­
da | Cazas do Capitão, quartéis | e outras obras de maneira que
l pode servir dcdcffcnça aqual- | quer invazão que se queira
fa- | zer por aquella parte que não | he das menos arriscadas.
Fez hu-1 ma admirável plantaforma na | praça acrescentando ali-
mitada | que havia, eguarnecendoa de | (FLS. 169 V) de Arti­
lharia de sorte que pode ser | mui util. Edificou as Cazas do
Ca- | pitão do Forte da Ribeira eo concer- | tou também que
ficou em sua al- * tinia perfeição, edamesma manei- | ra reedi­
ficou e augmentou as Cazas | do Forte deSam Francisco pon-
do-o ] emforma que pode acomodar toda | aGuarnição necessá­
ria, continuou j aobra da Fortaleza do Morro com | todo o
tempo do seu Governo epor | ser muito Grande eemparte dis-1
tante anão acabou. A todas es- | tas obras seachava prezente
qua- | ze todos os dias de sorte que sepo- | de dizer era maior o
seu traba- | Iho do que o daquelles que as fa- | zião, epor este
modo seadianta- I râo muito ao tempo asdites forti- | ficaçoens
efez comque custassem me- | nos aVossa Magestade eemtodas
as- | mais não faltou com os concertos, ereparos necessários”
Foi aver as For- | tificações antigas do Reconcavo aon-1 de sus­
tentou os Officiaes emuitas | pessoas que o acompanha rão asua
custa efez muitas esmolas as Igrejas | (FLS. 170) por donde
passou gastando nisto muitos | dias com não pequeno trabalho,
J etão fructuoza deligencia, que a- | chou pessoas particulares
que se | offerecerão aredificalas sem despe- | za alguma da Real
Fazenda co-1 mo foi Francisco de Araújo de Aragão | que já fez
eredificou hum Forte | em Taporandê como se havia o-1 briga­
do sem pelo dispendio- j delle se lhe dar mais que oposto de
Capitão | do mesmo Forte com o soldo | de huma Praça sin-
gella. E Gracia | de Avila Pereira que já está dando princípio
ahuma Fortaleza que | prometeo reedificar e augmentar | no
Sitio da Torre, e deixou ajus- | tadas outras fortificaçoens no­
vas eantigas nos Sitios mais | oportunos aque alemitação do ,

106
CARTAS DO SENADO

tempo lhe não deixou da prin- | cipio. Eregio o Terço de Au­


xiliares | levantou quatro tropas de Cava-1 los escolhendo nisto
com tan- | to cuidado que venceo com | poucos mezes muitos
inconvenientes (FLS. 170 V) inconvenientes que havia nesta
ma-1 teria edesta sorte veio aestar sem- | pre em Continuo tra­
balho, e insensan- j te vegilancia para augmento das fortifica-
çoens emelhor dcfezadesta | Praça como pedia o esta do prezen-
j te do Reino” Não se terminou a- | qui a sua deligencia a Res­
peito da | Conservação das Praças de VoSsa Ma- | gestade por
que sendo a vizado de i que a nova Colonia do Sacra-men- | to
ca-recia de Socorro lhemandou [ logo duzentos Infantes com
dous | Capitaens, tudo gente escolhida | emuitos mantimentos
nessa e | em outra occazião, eposto que não | bastou odito So­
corro para a sus- | tentação dadita Praça pelo gran- | de exer­
cito com que o inimigo a | sitiou achandoa sem afortifica- |
ção necessária, enão pode continuar | lhe novos socorros como
mui-1 to dezejou, pela falta com que se | achava esta Cidade de
Gente edo | mais necessário obrarão desor- | te os ditos Capi­
taens esoldados que | mandou no dilatado tempo do | (FLS.
171) do acedio, ese retirarão tão honroza | evalerozamente que
oque VoS- | sa Magestade por hora perdeo na- | quella limitada
Povoação ficou | bem compensada com os imor- | taes créditos
que sempre terão | naquellas partes as suas Armas. A respeito
da Fazenda Real sehou- | ve coAi o Zello igual ao seu dezin |
teresse ppr que nos Contractos | que este Senado Administra
pa-1 ra sustento da*lnfantaria eos | mais da administração Real
se f houve com tão activa inteligência | que tiverão hum nunca
| visto crescimento e a este respei- | to obrou sempre quanto
pode | pelo augmento da Real Fazenda | donde vejo que sem
embar- | go de estarem suspenços os lança- | mentos das fin­
tas que sefa- | zião para pagamento do dote | da Sereníssima
Senhora Rainha | da Gram Bretanha ePaz de O- | landa até
nova Ordem de VoSsa | Magestade pelas razoens que re- | pe-
tidamente temos significado | (FLS. 171 V) a VoSsaMagestade
pelo seu Tribu- | nal da Fazenda enão havendo | que cobrar
mais que oresto dos lança- | mentos passados setem havido |
na cobrança delles com tal cui- | dado e actividade que se co­
brou | no seu tempo huma grande quan- | tia, em que entrarão
muitas di- | vidas antiquissimas eque se su- | punhão perdidas
alem de hum | grandíssimo numero de Caixas | de Assucar em
que sefez aprehen- | ção por sua Ordem para pagamento | das

107
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

ditas fintas devendo-1 se tudo principalmente asua | deligencia


einsensantes ordens | com que applicava adita cobran- | ça pro-
cedendo contra os Capi- | taens que se havião com omis- | são
nella severamente "Na ar- | recadação daFazenda das Naus |
da índia foi muivigilante man- | dando por nellas de guarda
osme- | Ihores Capitaens com suas Com- ] panhias, e mandan­
do fazer asma-1 is delligencias necessárias para | evitar todo o
descaminho. Arriban- | (FLS. 172) Arribando neste anno aqui
a | Nau que hia para índia man- | dou logo provella detudo o
neces-| sario em eterna digo (O DIGO É DO ORIGINAL) emeter
na Cadeia os Criminozos q nella | vinhão e as mais Pessoas em
que | nào havia tanto receio de fugirem mandou meter na Ca-
| za que servio daMoeda com | os prezos por dividas eiveis que
| foi percizo mandar tirar da | Cadeia para caberem nella os di­
tos Criminozos. Sempre tratou | do aviamento e apresto das
Fro-1 tas com tal efficacia q*e parti- | rão no tempo que achou
ser con-| veniente, e nos dias que decretou | comparecer dos
Cabos dellas” Não foi menos o seu emprego empro- | curar
obem desta Republica an- | tes se occupou detal Sorte emtudo
oquelhepodia ser util, que a- j chando que era enfalivel asua
ruina senão vedasse o Com- | mercio das Minnas de ouro dos
Certoens de Sam Paulo por que | com este se despovoaria esta
Ca-1 (FLS. 172 V) Capitania eficando sem Negros pa- | ra afa­
brica dos Engenhos fazen- | dSs deCaixas ede Tabacos, e plan­
tas | das RoSsas de Mandiocas severia | totalmente a perder e
achando | também que por huma Ley que | Tiavia deVoSsa Ma­
gestade sobre es- | esta matéria senão evitava cabal- | mente
tão grande damno aac- | crescentou porhum bando seu J com
tanto acerto que ohouve VoS- | Magestade por bem eo cum- |
prio tão efficaz evigilantemente | que sessou domodo possível
tão | e perniciozotrato comproveito grã- | de detodo este Povo
pela demi- | nuição que tão bem tiveram os | Escravos em seu
valor a respeito | do excessivo preço que custarião | senão hou­
vera adita prohibição | como mostrou aexperiencia nas ou- |
tras Ca-1 pitanias. Damesma sorte | procurou sempre o aumen­
to da | planta das Rossas de mandioca | passando para isso se-
petidas or | dens eprocurando portodos os Caminhos | aabun-
dancia defarinha pa- | (FLS. 173) para o sustento do Povo,
epara este fim mandou promptissimamente fazer | todas as
delligencias que este | Senado lhe requereo, elançou do- | us
bandos prohibindo pelo pri- | meiro levarem-se as ditas fari- |

108
CARTAS DO SENADO

uas e mais Generos Comestíveis | para fora desta Cidade,


Jdando | no segundo a forma mais opor- | tuna para se condu-
zir nella a dita farinha esevender pelo pre- | ço que rasionavel-
Jjente lhe es- | tava taxado e passou sempre as ordens mui a
estadas e apertadas para | inhibir o excesso dos Soldados no
tomar da fa- | rinha eevitar ao- | preção do Povo e descaminho
L. sim da Infantaria como da dos particulares sobrando em
। tudo o mais conveniente para aquietação e provimento da |
gepublica. Também sedes ve- | lou muito no augmento da In-1
fantaria mandando fazer gen-1 te fora desta Cidade e fazendo-lhe
j pa gar tão pontualmente os | seus Soidos que sempre tiverão
i (FLS. 173 V) tiverão adiantados os dedinhei- | ro e algumas
vezes ode- fa rinha e | não sendo facil das-se-lhe esta cõ | pon­
tualidade pela omissam e re- | pugnancia com que acostumão
| mandar os moradores das Vil- | ^as do Camamú, Cairú, Boi-
neba, | que porconchavo são obrigados | adalla no seu tempo
afez vir | com tanta abundancia que pa- | gou adita Infantaria
raçoens | adiantadas no fim do seu Go- | verno por não caber
afarinha | que havia no Armazém delia | e odeixou ainda cheio
"Sendo | este o seu procedimento, como; General e Governa­
dor não podia | ser defferente o que teve como | Regedor das
Justiças antes se | sepodera exceder assi mesmo | se lhe podia
neste particular con- | siderar vaatagem pois aquelle em quem
tão singular exata- | mente resplandecerão as duas | verdades
de Castidade e deesate- | resse que. ademirou atodos, não podia
faltar amais recta admi- | (FLS. 174) administração da Jus­
tiça, eassim | atoda terra o acharão todos sem- | pre prompto,
para o Despacho pa- | ra o castigo dòs delictos para a- | cudir
aopreção dos mizeraveis, | epara ornais necessário sem ac- |
ceita ção das pessoas. E em con- | sequencia como só tratou do
ser-1 viço de .VoSsa Magestade eutili- | dade deseos Vassallos
sem nun- | ca attender a conveniência pro- | pria vai pobre e
alem deseus ordenados ainda gastou muito da sua fa-zenda em
sustentar | aqui e aviar para esse Reino | em tanta maneira que
lhe foi | necessário vender os negros que | tinha para esse fim
pois nunca | teve contracto ou negociação | alguma nem Caza
dejogo as- | sogues, ou outra grangearia | e menos acceitou ou
permitio | que o dito seu filho ecriados ac- | ceitassem
ainda amais mini- | ma couza, etão exacta euni- | versai
foi asua izenção que | mandando-se-lhe de huãs no- |
(FLS. 174 V) novas Minas que se descobrirão já | nos
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

Certoens pertencentes aesta | Capitania duas libras de


ouro । para amostra sem chegar a vel- | lo o mandou
entregar ao Thezou- | reiro Geral e avizou a seu dono | man-
dases dispor delle, eoffertando- | do-lhe tão bem o Capitão de
i huma Nau Castelhana que | por aqui passou | humas pi- nhas
de prata de grande va- | lor lhas tornou logo amandar com
summa admiração sua, | que pelo estillo de outras par-1 tes ti­
nha para si que era a- | quelle cumprimento de algu | modo de
obrigação” Finalmente | em tudo se houve o dito Go- j verna-
dor eCapitão Geral mui- | to conforme a confiança que VoS-|
sa Magestade fez delle eas suas o- | brigaçoens, eportão rele­
vantes ser- | viços esperamos da Real Gran- | deza deVoSsa
Magestade lhe faça | taes Mercêz, eoacrescente atão su- | bidos
Postos que sirva asua Re- | muneração de estimulo para o |
(FLS. 175) o imitarem sej^ Sucessores, edezem- | penho do
NoSso dezejo epedimos hu- | mildemente a VoSsa Magestade
mande Licença para que | possamos por nesta Caza da | Cama­
ra hum retrato seu para | objecto do noSso afecto e eterna |
memória de Heroe tão singular, | e General tão perfeito i
em aggra- | decimento das grandes obriga- | çoens em que
esta Republica lhe | fica pois por tantas virtudes e | singulares
açoens he justa adis- | pencação que VoSsa Ma-gestade | pro- '
mette pa ra Generaes semelhan- | tes na ordem por que man­
dou | prohibir o dito obzequio eserá esta | a maior mercê que
deveremos | a Sua Real Graça digo (o digo»é do original) Real
Gran- | deza entre as inumeráveis que | pòr Vassallos os mais
Leaes eobe- | dientes sempre deVoSsa Mages- | tade alcança­
mos. A Real Pes- | soa de VoSsa Magestade Guarde De- | os
como havemos Mister Bahia | eCama ra dez de Setembro de
mil sete centos ecinco” João de (FLS. 175 V) de Couros Car­
neiro sobscrevy” An- | dré Leitão de Mello” Antonio da | Rocha
Pitta” João Alvares So-1 ares da França” Francisco Ma-| chado
Palhares” Paulo de Mattos | Aranha”------- ”-------- ”

REGISTO DA CARTA QUE | escreveo o Se­


nado a Sua Mages- | tade sobre os Sirios de-
farinha | terem as sete quartas, e a preço | de
Cruzado ’ ’------- ’ ’---------’ ’

Pretendendo os Procuradores das | Villas do Camamu, Cairú,


Boi- | peba se-lhes levantassem ospreços | da farinha do con-

110
CARTAS DO SENADO

havo, pare- | cêo conveniente aeste Senado J não lhes defferir


^tendendo | aserem as rendas aplicadas | para osustento daln-
fantaria | tão limitadas que com qual- | quer alteração depreço
não che- | garão a os socorros ordinários, | eporque sendo as
convenien- | cias de se conservar alnfan- | taria reciprocas en­
tre hum- e | outro povo não era desproporcionados (FLS. 176)
terem aquelles moradores oencar- | go de concorrerem com as
farinhas | necessárias neste tempo por me- | nos de que ordi­
nariamente va- | lem quando os desta Cidade | otem de satis­
fazerem as despezas | precizas do sustento da dita In-1 fantaria
pelos tributos impostos | em seus fructos e dos Contra ctos
ap-1 plicados pa ra o dito sustento” | Accressendo também
asua re- | pugnancia aRazão de se fa- | zer a remessa de todo o
dinheiro por conta erisco deste Se- | nado como também o re­
torno das farinhas em que setem | experimentado inconsidera-
। vel damno perdendo-se algu- | mas embarcaçoens em que |
venhão os ditos effeitos’ eno pre- | zente anno perdêo este Se­
na- | do por cauza de algumas tem- | pestades mais deseis cen­
tos si-1 rios defa rinha sem que nes- | te particular tenhão ami-
ni-1 ma inconveniência os mora- | (FLS. 176 V) moradores da
quellas Villas por- | cobrarem j valor dos seus fructos | sem
Terço algum, e como antecipa- | ção detempo como tudo fez
prezente a VoSsa.^Magestade Dom [ Rodrigo da Costa Gover­
nador | Geral que foi deste Estado de | que rezultou Ser VoSsa
Mages- | tade Servido que neste parti- ] cular se observasse
opreço de | cruzado por cada sirio de fa-1 rinha durante o tem­
po da Ca- | réstia somente, preço que vo- | calmente havião
promettido | os Procuradores dasditas Vil- | las o aceitassem,
e com a quel- | la maioria se a-talhassem alguns | pleito” Porem
sem embar-J] go de que o dito preço de cruza- | do não fosse
asseitado pelos di- | tos Procuradores cuidando lograr | outros
maiores aque VoSsa Ma- | gestade não foi servido defferir | mas
somente permetio que podessem lograr odito preço de | cru­
zado durante otempo da ca- | (FLS. 177) carestia com condi­
ção, que os Si- | rios de farinha havião produzir | nesta Cidade
sete quartas que | erão dous alqueires daquellas | Villas orde­
nando também que | sem embargo das Cauzas que | sobre esta
matéria se observas- | se odito preço de cruzado. E | porque

111
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

querendo-se dar aex- | ecussam a dita ordem deVoSsa | Mages­


tade fazendo-se neste pre- | zente anno- o ajuste do con- I chavo
para ostres futuros co- | mo he estillo no principio dos | gover­
nos, senão considerou por | parte deste Senado- dificulda- | de
alguma contanto que os | Procuradores fizessem boas em | cada
Sirio sete quartas, con- | diçào necessária para poderem lo­
grar odito preço” Porem con- | siderada sobre esta matéria so­
mente por huma eoutra par- | te varias dificuldades que ha |
para poderem os Sirios produ- | zir nesta Cidade as ditas sete
quar-1 tas eque opreço decruzado não (FLS. 177 V) não podia
dar lugar assim na | forma do conchavo passado como ( na do
futuro sem se averiguar | as quartas que tinha cada
hum, | no que os Procuradores das Villas [ fizerão huma
total repugnância | por cuja cauza se rezolveo que | cada
qual dos Povos reprezentas- | se a VoSsa Magestade as
suas ra- | zoens q sefizeftem o novo con- | chavo na-
forma que selhe ha- | via feito apassado por sea-talhar
| o damno que poderia haver | de faltar farinha paraosus- | ten­
to da Infantaria” As di- | ficuldades que este Senado con- | si­
dera por senão poder dessi- | mular ovirem os Sirios aesta CI-
| dade sem as sete quartas de | farinha, o que até o| prezente
senão attendôe, he a | nova Rezolução de VoSsa Ma- | gestade
de em que poem termo a | opreço emedida, eporque pa- | ra
os Sirios defarinha pode- | rem produzir nesta Cidade as | ditas
sete quartas a veria as | (FLS 178) razoens $ue oencontrão pa­
re- | ceo aeste Senado apontallas | a VoSsa Magestade efazer-
Ihe | prezente as meias com que se | poderá invadir este dano”
A-1 primeira difficuldade que se oppoem apoderes os Sirios de
| farinha produzir as ditas se- | te quartas porque se costuma
insiriar em palhas elevar em | caza do Lavrador até o Arma­
zém em que se recolhem tantos | boleos que não hé possivel
deixar de vir desfalcada “Ase- | gunda hé que vem por mãos
de barqueiros pretos, epassageiros que facilmente sepodem
a proveitar delle rompendo a ] palha em que se costumão in­
siriar, por cuja cauza havendo | de ser cada sirio de sete
quartas até oprezente entrão | nos Armazéns com seis ete-1 mos-
noticia que fazendo-se | experiencia em alguns ao- | tempo do
recebimento não pro- | duzem mais que asditas seis | quartas
e (FLS. 178 V) supposto que al- | guns Igjição mais outros tão
| bem lanção menos. Aterceira | dificuldade que há para se-
poder evitar este damno não ser possivel as Villas nem a este

112
CARTAS DO SENADO

Senado^ mandar Procuradores que os | recebão aporta dos La-


vradoies । assim poi que seria ades- | peza muita como por que
a | nãopermite adilatado do Re- | concavo, etambem por se in-
sj.1 riar dias antes eaotempo | da entrega nào he possível me-
jilla sem se desfazer asfolhas | em que vem metida edeste
modo vindo os sirios aesta | Cidade em conta pezo, nem | nem
medida he possível averigu- | ar se odamno edeminuição | que
trazem he occazionado | por parte dos moradores, La- | yrado-
res, barqueiros’ ou passageiros’ e sendo'certo o preço que |
por cada Sirio sedá não hé | conveniente aFazenda de VoSsa
| Magestade receberem-se com me- | (FLS. 179) menos quanti­
dade do que devem | ter para se evitar este damno | nos pare-
ceo propor aVoSsa Ma- | gestade receberem-se com me-1 (FLS.
179) menos quantidade do que devem | ter para se evitar este
damno | nos parecêo propor aVoS^a Ma- | gestade os meios se­
guintes” | O Primeiro he que sedeve man- | dar fazer nesta Ci­
dade hum | Armazém para serecolherem | estas farinhas bem
forrados e| acondicionados ou ao menos | consertar-se oque
deprezente | ha de allugavel, ereceber-se toda | afarinha que
entrar não por | sirio mais por alqueires ha- | vendo detudo
Livro de Receita | e Despeza. O Segundo he que | deve VoSsa
Magestade obrigar | as Villas que mandão remetter | as fari­
nhas a esta Cidade que | obriguem aos Barqueiros que | as tra­
zem que recebão oSirios | sete quartas easentreguem com | ou­
tras sete, com tal declaração | que passa por sua conta | qual­
quer deminuição que houver | epara que não recebão dam-1 no
no Serviço deVoSsa Mages- | tade selhe deve arbitar huma
(FLS. 179 V) huma Ra-sionavel quebra a respei- ( to da demi­
nuição que poderá | ter cada sirio por vir sem mais | deffença
que asfolhas emque | se costumão enfardar eamesma | se de­
via dar ao Thezoureiro na | sua despeza que faz na dita fari­
nha como VoSsa Magesta- | de observa no Reino com os seus
Almoxarifes aquem do | que entra esai selhe dá deque- | bra
cinco por cento deque nos- | parecêo dar Conta a VoSsa Ma-1
gestade que Resolverá o que | for Servido Guarde Deos a Real
I Pessoa deVOSSa Magestade | por muitos annos Bahia I eCa-
maraaos vinte ehum | de Janeiro demil setecentos | e seis annos
e Eu Manoel Pes- | soa de Vasconcellos Escrivam | da Camara
o Sobscrevy" Fernan- | do Pereira de Vasconcellos Ma- | noel
Ramos Parente João de | Souza da Camara" Antonio | de
Brac, e Ara-ujo" Antonio de | Faria eFonseca"------------ ”

113
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

REGISTO DA CARTA QUE ES- | (FLS. 180)


escreveo o Senado a Sua Magestade | sobre
as noticias que se deu do | Governo do Se­
nhor Luiz Cezar | de Menezes”.

VoSSa Magestade Foi Servido | fazernos mercê dizer por Car-


| ta devinte enove de Abril de [ mil sete centos ecinco, que pa-
| ra o Govêrno Geral deste Estado vinha Luis Cezar de Menezes
| a quem se dessem as noticias que | entendessemos convenien­
tes ao | Real Serviço de VoSsa Magesta- | de eutilidades de seus
Vassallos | e em nome se todos, os deste es- | tado significamos
aVoSsa Ma-1 gestade afortuna que nos pro- | mete o bom Go­
verno do dito | Governador regulada pelo felis principio que
teve no Zello, e | prudência com que tem reme- | diado sem vei-
xaçào alguma | a falta queá? expe-rimentava | da farinha aqual
abundou | demaneira que não só se a- | cha o povo semotemor
que re-1 (FLS. 180 V) receiava na Carestia futura mas | tam­
bém aFrota sendo em dobro | nos Navios dos mais annos se |
proveo da mesma fa-rinha e | mais mantimentos necessari-1 os.
com muita abundancia’ egran- | de suavidade nunca experimen-
| tada ecom amesma secarrega- | rão os Navios dos generos
efruc-1 tos da terra com ger^l conve- | niencia de todos interes­
sados dePor-1 tugal’ e Brazil o que sedeve | ao dito Governador
pelo zello com | que obra em tudo que hé^lo | Real Serviço de
VoSsa Magesta- | de ecom o mesmo Zello esuave dispozição, <
fez aprestar a Nau São | Pedro Gonçalves que achou de | arri­
bada hindo pa ra índia | efoi fornecida detodos os man- | ti-
mentos necessários Soldados | egente do Mar sem que sefi- |
casse devendo couza alguma de | toda adéspeza feita com a dita j
| Nau. Tem mais odito Governa- | dor vizitado já as Fortalezas ;
e | examinando o numero das Pra- | (FLS. 181) Praças inca- j
pazes, dos dous Terços | da Guarnição desta Praça e Forta-1
lezas, epara lhes ter promptos | digo (o digo é do original) |
prompto o pano demonição | mandou fa zer oa juste do con-1 ;
chavo da fa rinha com acrescen-1 tamento de duz entos homens ‘
| que pretende fazer com abrevi- | dade pos sivel por ser assim
mui- | to conveniente ao Real Serviço | de VoSsa Ma-gestade^
e utilidade | da Guarnição paraesta Prassa | e Cidade a qual
etodo ornais povo | desta Capitania se acha geralmente | satis­
feito com a boa dis- | pozição, e afabilidade do dito Go- | ver-

114
CARTAS DO SENADO

nador de quem damos aVoS- | sa Ma gestade as noticias referi-


i das para dellas entender como | ficão os Leaes Vassallos de
VoS- [ sa Ma-gestade e este seu Estado \ até a prezente etodos
pedimos a | Deos nosso Senhor que nos Guar-| de a Real Pes­
soa deVoSsa Ma- | gestade, como dezejamos ehave- \ mos mis­
ter Bahia emCama- | ra a os vinte ehum deJaneiro \ (FLS. 181
y) de milsete cetentos eseis annos, e Eu \ ManoelPessoa de-
Vascocellos Escrivão daCamara sobscrevy” Fer- \ nando Pe­
reira deVasconcellos” Manoel Ra-mos Parente” João de Sou- |
za da Camara” Antonio de Faria da Fonca"------- •”------- ’’

REGISTO DEHUMA CARTA QUE \ escreveo


o Senado a Sua Mages- \ tade sobre a Prassa
de Ca- | pitão entertenido que se assen- \ tou
ao Senhor Sant<> Antonio” \

VOSsa Magestade foi Servido | por sua Provizão Real Man-1


dar aVereação desta Cidade | que todos os annos celebrasse |
|êsta em aacção de graças a | Santo Antonio de Arguim pri-| ’
meiro Padroeiro damesma | Cidade, assim setem continu-1 ado
ate oprezente, crescendo | adevoção na Vereação passa-| da
tendo-se assentado Pra ça | de Soldado aSanto Antonio | por
ordem do Governador e Ca- | pitão Geral do estado Dom Ro- \ i
drigo (FLS. 182) Ròdrigo da Costa, por lhe parecer | lemitada
pedirão porCarta ao | dito Governador assentasse Prassa de Ca- ’
pitão ao dito Santo do seu | Forte que está na Barra desta |
Cidade com o Soldo de Capitão | intertinido que se paga por
este | Senado semente na | qualdeclaração que se Vossa Mages-
| tade não fosse servido approvar | a dita Praça eSoldo o pa-
garião | de sua Fazenda aque tivesse | dada ao Thezoureiro
deste Senado. Nos pa-recêo dar parte a VoSsa Magestade que
sempre | mandará o que fôr Servido, Real Pessoa de VoSsa
Magesta- | de nos Guarde Deos por muitos I annos. Bahia eCa-
mara a os | vinte ehum deJaneiro demil | seje centos e seis
annos, eEu | Manoel Pessoa deVasconcellos | escrivão daCa­
mara asobscrevy” | Fernando Pereira deVasconcellos” Manoel
Ramos Parente” João de | Souza daCamara” Antonio | de Bran-
caAraujo” Antonio de Faria | (FLS. 182 V) Antonio de Faria e
Fonseca”.

115
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita a Sua


Magestade por este | Senado sobre o Estado
| em que se | achava de quietação os Frades
I Carmelitas Callados”.

Na Frota do anno passado de | mil esete centos ecinco chegou |


a esta Cidade da Bahia a eleição | dos Prelados que neste trienio
| havião de servir na sua Re- | ligião dos Carmelitas calçados |
feita nas Pessoas do Padre Frei Jorge Leitão Provincial e Frei
| Aleixo da Solidade Prior, epor | que forão recebidos com co­
mum | aplauzo assim dos moradores | desta Cidade como dos
seus Re-| ligioz.os, que estão hoje em hu- | ma ordenada tran­
quilidade | na pax esossego com que vi- | vem nos parecêo fazer
prezente | a VoSsa Magestade fica va | hoje socegada a dita
Religião | das duvidas que e^tre os Reli-1 giozos havia pa ra que
detudo | (FLS. 183) tudo VoSsa Magestade seja sabe- | dor
lhe damos esta Conta que re- | solvera o que for Servido, e eu
Ma-1 noel Pessoa deVasconcellos escri- | vão da Camara sobs­
crevy” e a | Real Pessoa deVoSsa Magesta- | de Guarde Deos
por muitos an-1 nos Bahia e Camara a os vin- | te ehum deJa-
neiro demil sete- | cetos eseis annos, e Eu Manoel | Pessoa de
Vasconcelos” Escrivão | da Camara sobscrevy” Fernando | Pe­
reira de Vasconcellos” Manod | Ra-mos Pa-rente” João deSou-
za | da Camara” Antonio deBra e | Araújo” Antonio de Faria da
Fon.ca”--------- ”---------- ” •

REGISTO DEHUMA CARTA ES- | crita aSUa


Magestade sobre o | Contractador das agoas
ardentes | ebebidc|s da terra que foi | noNa-
vio Santa Maria Ma- | ior”------------ ”

SENHOR = Andando nesta Cidade | amuitos annos por Con­


tracto, o | imposto das agoas aardentes ebe- | bidas que se cos­
tuma | (FLS 183 V) arrendar por este Sena- | do cada tres annos
rematan- | dose em Praça publica com as- | sisttencia do Pro­
vedor mor e Pro-1 curador da Real Fazenda de | VoSsa Mages­
tade, e estando opre- | ço delle, que também secobra pe- | lo
mesmo Senado, consignado | ao sustento da Infantaria* fal- |
tarão Alguns Senhores de En- | genho, eoutras pessoas que

116
CARTAS DO SENADO

Jes- | tillão agoas ardentes, acontri- | buição que lhe he imposta


n0S | Lambiques que tem, e queren- | do este Senado obrigar
apagar j a Requerimento do Contracta- | dor prezente João
Je Faria da | Matta, por este orequerer assim | em observância
do mesmo Con- | tracto, e das condiçoens com que | se lhe re­
matou. Vierão os deve- | dores aexecução com embargos | que
indo por a-ggravo a Rela- | ção deste Estado sedecidirão a | seu
favor, julgando-se que não | devião pagar adita contribui- j ção
por esta ser posta nos seus | (FLS. 184) La mbiques sem ordem
de | VoSsa Magestade eportambem | senão mostrar confirma­
do por | VoSsa Ma-gestade odito Contrac- | to, epor que de se
não observar | odito Contracto seseguirá /hum | irreparável
dainno a este Senado | pela obrigação do Contracta- | dor, emui-
to mais por que fal- | tando-lhe e^tes effeitos não che- | garão
os outros que com elles es- | tavão consignados a o sustento I
da Infantaria ou será precizo | gravar o povo com algum tri- |
buto mais violento, ou dar VoS- | sa Magestade novas consigna-
çoens das suas Rendas quan- | do sem deminuição destas e |
sem prejuizo do Povo se susten- | ta eobservar a ma is decinco-
| enta annos odito Contra-cto, cu- [ ja contribuição sepaga só
pelos | que tem Lambiques, que ares- | peito dos grandes lucros
que | delles tirão não reputão por | gravames o que selhes man­
da | pagar que he os Lambica- |dores (FLS. 184 V) Lambica-
dores que não teimEnge- | nhos cincoenta mil reis por cada |
Lambique dehum ca-no, e oi- | tenta mil reis pelos dedous ca­
nos, | esetem Engenho quarenta mil | reis pelos dehum Cano,
e sessenta | pelos dedous, e suposto este Con- | tracto não esteja
expressamente confirmado por VoSsa Ma gesta- | de com tudo
está permittido | por varias Cartas suas; eassim | senão devia
tirar aeste Sena- | do afaculdade de prosseguir | em o arrendar
sem expressa | Ordem deVoSsa Ma-gestade pelo; que humilde­
mente lhe pedimos | que attendendo asrazoens re- | feridas e
a os damnos que a todo este Povo, e ainda as ren- I das Reaes
de VoSsa Magestade | de senão conservar o dito | Contracto
seja servido confir- | mallo e mandarmos Provizam | de con­
firmação daquelle tem- | po que se principiou a arren- | dar por
diante para que sevá | (FLS. 185) sevá conservando otal con­
tracto | como até agora se observou. E | em tudo seobservou
digo (o digo é do original) obede- | ceremos como humildes
eobedi- | entes Vassallos as ordens deVoS- | sa Magestade, cuja
117
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

RealPessoa | nos Guarde Deos Bahia vinte | etres de Agosto de


mil sete cen-| tos eseis Manoel Pessoa de Vas-1 concellos a sobs­
crevy” Manoel Ramos Parente” João de Sou- | za da Camara”
Antonio deBra | e Ara-ujo” Antonio deFaria Fonseca” |--------

REGISTO DA CARTA QUE ES- | creveo o


Senado da Camara da Cida- | de de Lisboa
que acompanhou | aCarta acima edezia
osobs- | crito, do Serviço de Sua Mages- |
tade do Procurador da Camara | da Cidade
da Bahia ou a quem seu poder tiver”-------- ”

Com esta remetemos aVoSsa Ma- huma | Carta deste Senado


da Ca-1 mara para Sua Magestade | sobre mandar passar Pro-
vizão | (FLS. 185 V) Provizjio deconfirmação do Con- | tracto
das Agoas ardentes que se | costumão rematar nesta Cidade j
na forma das condiçoens e arrema- | ta-çoens que setem feito
a cincoenta | annos aesta parte, e em cuja forma sevá conti­
nuando reti- | ficando-se as arremata çoens que | setem feito
assim aos mais con- | tractadores que tem sido como | o que
he deprezente João de Faria | da Matta, esperando do ZeL j lo
e cuidado de Vossa Mercê | obre neste particular como | em
todaos os mais o que espe-1 ramos da pessoa de VoSsa Ma- ges-
taáe digo (0 digo é do original) daPessoa deVoSsa | Mercê
aquem Deos Guarde | Bahia eCamara vinte etres | de Agosto
demil sete centos eseis Manoel Pessoa de Vascon- | cellos asobs-
crevy” Manoel Ra- | mos Parente” Antonio deBra- | e Araújo”
Antonio deFaria Fon.ca”------------ ”

REIGSTO DEHUMA CARTA | (FLS. 186)


Carta escrita a Sua Magestade | sobre o como
se hade cobrar do | Ilustríssimo Arcebispo a
renda | do talho Ecclesiastico que man-1 dou
secobrasse delia”------------ ”

SENHOR” Informando aVoSsa Ma- | gestade o Ouvidor Geral


da Cõmar- | ca desta Cidade que aeste Sena- | do senão paga-
vão as rendas | do assogue Ecclesiastico, e que | mandando-as
elle por em arre- | cadação o defendera o Arcebispo emovera
sobre isso pleito que fi- | cava pendendo Ordenou VoSsa | Ma-

118
CARTAS DO SENADO

estade por Carta sua do | primeiro de Abril deste anno | se


Obrassem as rendas que se | vencessem até decizão da Cau- I
c esenão ommitissem as ven- | cidas que o Arcebispo houves- |
Zerecebido. Chegou porem a | Carta de VoSsa Magestade aten-
i no que estava decedida aCau- | za afavor do Ecclesiastico por
j Sentença daRellação deste Es- | tado já passada em Cauza
julgada, emandada cumprir | (FLS. 186 V) cumprir pelos Ve-
eadores do anno | passado NoSsos anteceSsores, em | cujos
termos advertindo-nos que | namesma Carta Manda VoSsa
i Magestade seob serve a de- | cizão dadita Cauza, eque
Lta | senão pode observar executan- | do-se aquella cobrança*
nos pa- I receo suspender nella ate VoSsa Magestade Resolver
se se á- | de fazer contra adita Sentença, enos mande declarar
no Cazo ] que Resolva sefassa, que Ren- | das são as que sehão
?âe cobrar | por que os direitos doassougue | que são os factos
detodo o gado | que nelle se corte pagarão | sempre os obriga­
dos do Eccle- | siastico aos rendeiros deste Se- | nado, eignora-
iiios quaes sejão | as outras rendas. VoSsa Mages- | tade Resol­
verá o que for servido | e em tudo será anossa obedi- | encia
fiel dezempenho dafide- | lidade com que nos Reconhecemos
Vas - | sallos deVoSsa Magestade cuja | (FLS. 187) Cuja Real
Pessoa nos Guarde Deos Bahia eCamara aos vinte de | Julho
demil sete centos esete | annos João de Couros Carneiro | o
sobscrevy” Luis de Mello de | Vasconcellos” FRancisco da Fon­
seca” | de Siqueira/ João de Souza da | Camara” Antonio de
Faria da | Fonseca”----------- ”------------- ”
REGISTO DEHUMA CARTA ES- | crita a Sua
Magestade sobre pe- ] direm que mande pro-
rogar | aGraça passando Provizão para | que
os Assucares senão rematem | por execução
senão no tempo | da Carga daFrota”-------- ”
SENHOR” HAVENDO-se por este Sena- | do impetrado Pro­
vizão Real | para que os moradores deste Es- | tado senão re­
matassem por | execuçoens os seus assucares se- | não pelo que
valessem quinze | dias antes da partida da Frota | pelos damnos
que lhes rezulta- | va de se lhe rematarem fora do | tempo por
muito menos deseu vai- | (FLS. 187 V) vallor se acabou o tem­
po conce- | dido na graça por esta tem- | poral, epor que hoje
mais que | nunca se necessita a prorrogação | delia pelos em-
119
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

penhos empossibi-1 lidades, aque tem o tempo re- | duzid


Lavradores a quem hé | muito mais custozo lançae e | f° °s
os assucares pela carestia | dos generos necessários paraa|er
cultura efabrica delles, ea | este respeito hé muito maior I a
juizo de se lhe rematarem | por muito menos do seu iu
valor o que sentimos muito | e se experimenta quando fo. | '
do tempo da Frota sefa-1 zem as arremataçoens. Nos pa-1' ra
pedir como humildemen- | te pedimos aVoSsa Magestad^l
queira mandar prorrogar aquel- | la graça passandonos P™ •
zào | para que os asucares senão | rematem por execução sen’1'
nu | tempo daCarga daFrota quin-1 ze dias antes de sua parti/°
| eHumildemente prostrados aos (FLS. 188) aos Pés deVoS3’
Magestade espe- [ ramos nos conceda esta graça tão necessarj3
a estePovo e a Re- ] al Pessoa de VoSsa Magestade | nos GuarJ3
Deos como dezejamos | Bahia eCamara oito de No- | vembro
demil sete centos esete | Joab de Couros Carneiro aSobs-I cre-
vy" Luis de Mello deVascon- | cellos Francisco da Fonseca dè
| Siqueira" Gaspar Pacheco de | Menezes" Antonio Ferreira

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita a Sua


Magestade sobre | mandarem pedir a Sua
Mages- | tade suspenda aordem que deu | de
levar omedico do Senado qua- | tro mil reis
das vizitas dos Na- | vios da Minna"------ "

SENHOR — Estado o Vereador que | por Ordem deVoSsa Ma­
gestade | vezita as embarcaçoens daCos- | ta da Minna eGuiné
como Provedor daSaude na posse de | se lhe darem quatro mil
reis de | cada vezita por assento feito neste (FLS. 188 V) neste
Senado empretou o Medico | do mesmo Senado Carta de VoSsa :
| Magestade pela qual ordena que | aelle se dessem os quatro
milre- | is, eque oVereador tivesse somente | dous dos quaes
pagasse ao | meirinho se o quizesse levar. E | por que nesta
matéria não foi | ouvido o Senado e sem sua in- | formação, se
alterou o assento | feito, por onde costuma odito | Vereador
levar os quatro mil re- | is dos quaes, pagava ao Meiri- | nho,
e não tendo o medico nas | vezitas maior trabalho, que o mesmo
Vereador, antes tendo | ordenado do Senado, que o Vere-1 ador
não tem, parece menos | rasionavei que nas vezitas, | em que o
Vereador vai como | Ministro, eo Medico subordi- | nado a sua
dispozição tenha | o Medico maior ordenado que | elle sendo o

120
CARTAS DO SENADO

Salariado | para as delligencias do seu Of- | ficio perten-


[4edic°ao $enado enão | sendo occupado em outras algu- | (FLS.
ceíl\eSleumas, eassim nos pareceu re- | prezentar estas razoens
189) a g । Magestade pedindo-lhe queira | mandar suspender
s | SUa Ordem eobservar o assento | que nesta matéria
havia | feh° Que Pe^a nova ordem de | Vossa Magestade fica

suspen^ pessoa de VoSsa Magesta- | de Guarde Deos mui-


annos | Bahia eCamara aos oito de No- | vembro demil se-
toScentos esete João deCouros Carneiro aSobscrevy” Francisco
l.e Afonseca de Ser- | queira'* Gaspar Pacheco de Mene- | zes
Antonio Ferreira Lisboa"------------ "

REGISTO DEHUMA CARTA DO | Senado ’


escrita ao Procurador da | Cidade de Lisbôa .
o Doutor Joam [^Pereira de Vasconcellos" 1

Vio-se neste Senado pelas Cartas | de Vossa Mercê o quanto


Vossa | Mercê obrou na remoção deJo- | ão Ribeiro Cabral, e a
Sentença | que contra elle a-lcançou anoS- | se favor reconhe­
cemos que ade- | (FLS. 189 V ) adeligencia de VoSsa Mercê se­
de- | ve o bom Sucesso que tiverrtos | neste negocio eem todos
os ma- | is que este Senado tem nessa | Corte esperamos dever
a VoSsa | Mercê qub com o mesmo desvel- I lo os administro
para que em | todos tenhamos que lhe aggra- | decer” Com esta-
remetemos a VoS- | sa Mercê a memória dos piei- I tos que an­
tes deVoSsa mercê | asseitar a noSsa procuratoria ) estavão en­
carregados a seu an- | tecessor* etambem de outras cau- | zas
já cá findas que agora vão | por aggravo. A instrução que |
dellas podiamos dar, consta | dos mesmos por elles se deve |
VoSsa Mercê informar do que | deve Requerer” Pelas noticias
I que VoSsa Mercê nos dá da | Cauza do Sal, tam importan- | te
ao bem deste povo, e das ma- | is deque sedeu por entregue |
vemos apouca deligencia com | que nellas se havia seu ante- |
ceSsor maz ficamos com gran- | (FLS. 190) grandes esperan­
ças que agora se | findem pelo empenho que VoS- | sa Mercê
em todas nos Segura | a que nos Reconheseremos sem- | pre
obrigados emuito sertos pa- | ra Servir aVoSsa Merce a que I
Deos Guarde Bahia eCamara | nove deNovembro demilsete [
121
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

centos e sete” João deCouros Car- | neiro” Asobscrevy” Luis de


Mello | de Vasconcellos” Francisco de A- | fonseca deSiqueira”
Gaspar Pa- | checo de Menezes” Antonio Fe- | reira Lisboa”

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita aSua


Magestade sobre | selhe pedir Caza da Moeda”

SENHOR — O mizeravel Estado a | que sevê esta Praça redu­


zida | pela carestia dos Generos com | que se fabricão os Enge­
nhos co- | mo pela tardança das Frotas | tem chegado a extre­
mo que no | prezente não ouve Senhor de | Engenho ou lavra­
dor que ven- | desse assucar adinheiro de conta- | (FLS. 190
V) de contadq^senão apagamentos ] muito dilatados por Cauza
i da | Quaze total falta que experi- | menta de moeda, ou seja
por se | haver levado para as Minnas digo (o digo é do original)
levado para as mais Capita- | nias deste Estado ou pelo interes-
| se dos que amandão para as } Minas, onde lucrão notável I
avanço pois trocão cada mo- | eda de seis çentos equarenta |
por huma oitava, emais de | ouro, ou pela desfazerem os | pra-
teiros (como há fama) se- | guindo-se daqui tantas vei- | xaçoens
quantas neste anno | se experimentarão pois não sepodendo os
Lavradores valer | dos seus eTfeitos proptamen- | te, são forço-
zamente executa- | dos, ecomprão edeque Carecem | por muito
mais excessivo pre- | ço doque se fora admheiro. Pa- | ra re­
mediar este damnos Uni- | versai’ umildemente prostra- | dos
aos Reaes Pez deVoSsa Ma- | gestade nos parece reprezentar |
(FLS. 191) reprezentar seja Servido conceder- | nos Caza de
Moeda pelo tempo | que VoSsa Magestade lheparecer | justo
pois alem do augmento da | Real Fazenda de VoSsa Mages- |
tade na mesma moeda crecerá | o dos Contractos, que por falta
| delia setem deminuido achan- | do-se, para ser menor odis- |
pendio desta fabrica Caza de | Moeda já feita nesta Cidade |
maz quandonão mereção | os Leaes Vassallos da Bahia I este
favor que logrão ao do Rio | de Janeiro os menos Senhor | com
amesma Submição ro- | gamos aVossa Magestade Se- | ja ser­
vido mandar sebata | no Rio de Janeiro Moeda Provincial’ por­
que assimse re- I mediará a Bahia, e os seus | moradores pelo
interesse deter- | rem moeda, mandarão para | dito Rio deJa-
neiro, oouro que | daqui costumão remetter em | tanta abun-

122
CARTAS DO SENADO

dancia para o Rei- | no em grande prejuizo dos as- | (FLS. 191


V) assucares que por este Respeito | deixão de comprar, enão
jnenos | da Real Fazenda de Vossa Ma- j gestade porque o mais
do ouro | que mandão he furtado aos | direitos. A Real Pessoa
I de VoSsa Magestade Guarde De- | os como seus Leaes Vas-
sallos a- | vemos mister Bahia eCama- | ra cinco de Agosto de
mil sete- | centos eoito e Eu Pedro Dias Pe- | reira que seivro
de Escrivão | da Camara asobscrevy” Se- | bastião da Rocha
pitta” Bal- | thazar de Vasconcellos Cavai- | canti, Gonçalo Soa­
res da Franca” [ Martinho Barboza de Araújo”----------- ”

REGISTO DE HUMA CARTA | escrita aSua


Magestade sobre | os Lucros que o Correge­
dor ou | Provedor da Comarca pede a | Sua
Magestade ordenava-se | lhe dessem.
SENHOR — Por Carta que Vossa | Magestade foi Servido es-
cre- | ver a este Senado devinte eoito | (FLS. 192) eoito de Ju­
lho demil sete centos e seis nos ordena VoSsa Magestade | se
entreguem sem repug- | nancia os Lucros que a es | Senado
mandar buscar o Pro- | vedor da Comarca e que do COn- | trario
se daria VoSsa Magesta- | de por muito mal servido, e por que
esta Carta nos parece re- | zulta d^ queixa que odito Pro- | vedor
fez VoSsa Magestade ees- | ta não foi com aclareza edis- | tinção
necessária, nos par^cêo | reprezentar aVoSsa Magestade I que
este Senado teve Accordão j em Relação deste Estado por | que
se manda que os Livros em | que o Provedor da Comarca não
| tem jurisdição, elhes forem necessários para a espedição das
Reaes Ordens deVoSsa Magestade | passe precatória aos Offi­
ciaes | daComarca para que Ihos re- j mettão pois sendotão
apertadas | nesta matéria as ordenações | de VoSsa Magestade
parece me- | nos Seguro que por hum Sim- | (FLS. 192 V) Sim­
ples recado de entregeu ahum | Meirinho ou a qualquer Pessoa
j particular que he omodo epor | que se costuma mandar bus­
car | os Livros detanto pezo, como os | que contem, e documen­
tos, que | como Thezoureiro seguardão no | Archivo deste Se­
nado . Nesta con- | sideração pedimos a VoSsa Mages- I tade se­
ja Servido candarnos | declarar afoima emodo mais | conve­
niente’ com que sedevão | entregar os ditos Livros. A Real [
Pessoa de VoSsa Magestade Guarde | Deos por muito annos.
Ba- | hia eCamara a quatro de Agosto | demil sete centos eoito.
12S
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

eEu Pedro | Dias Pereira que Sirvo de Escri- | vão da Comarca


o sobscrevy” | Belchior da Rocha Pitta” Balthazar | deVascon­
cellos Cavalcanti” | Gonçalo Soares da França” Mar- | tinho
Barboza de Araújo” Vai sobscrita pelo Capitão João de | Cou­
ros Carneiro” | (FLS. 193).

REGISTO DEHUMA CARTA | a Sua Mages­


tade sobre como se | poz o Talho Ecclezias-
tico na Praça | ”
SENHOR = Por Carta que Vossa Ma- j gestade foi servido es­
crever ao | Provedor da Comarca Ferbão | Pereira deVascon­
cellos que par-1 ticipou a este Senado vemos nos | ordena VOS-
sa Magestade se ar-1 rende o talho do assougue Ec- | clesiastico
e se co-1 bre o seu ren- [ dimento pelos Officiaes da Cama-1 ra”
Prumptamente obedece-1 nys a Ordem de Vossa Mages- | tade
mandando porem Praça | o dito talho como consta da | Certi­
dão do Escrivão da Cama- | ra, que apresentamos, ecomo | he
passado mais de meio an- | no e está tão prompta apar- | tida
da Frota não houve a té | qui quem lançasse por cuja | razão
não podemos fazer pre- | zente aVoSsa Magestade acon- | clu-
zão deste negocio segurando | aVoSsa Magestade que nem |
anoSsa vontade nem anoSsa | (FLS. 193 V) nossa deligencia
hão defaltar na j execução da? Reaes Ordens de | Vossa Mages­
tade . A Real Pessoa I de VoSsa Magestade Guarde Deos | muitos
annos Bahia eCamara | tres de Agosto demM sete | centos eoito
eEu Pedro Dias Pe- | reira que Sirvo de Escrivão da | Camara
aSobscrevy” Sebastião | da Rocha Pitta” Balthazar | de Vascon-
cellos Cavalcanti” Gon- j çalo Soares da França” Mar- | tinho
Barboza de Araújo” —

REGISTO DEHUMA CARTA [ escrita a Sua


Magestade sobre a | farinha applicada ao
sustento | da Infantaria”-------- ”-------- ”
SENHOR = Pela Sentença que | alcançarão contra este Senado
os moradores das | Villas, do Camainú, Cairú e | Boipeba em
que se manda | não possamos fazei o conchavo que se costu­
mava dafarinha | applicada as sustento da | Infantaria, mas só
pagar-1 lha pelo preço que geralmente va- | ler (FLS. 194) se-
fizerão elles tão insolentes | que offerecendonos aos seus Pro­
curadores | quinhentos reis por cada | Sirio que até agora valeo

124
CARTAS DO SENADO

huã | pataca não quizerão elles Assei- i tar pedindo exorbitân­


cia deno- | ve centos essessenta reis por cada | hum ecomo não
temos autho- 1 ridade para os obrigar ficamos | continuando
cm dar a Infantaria | hum tustào por quarta | defarinha nafor-
ma da obriga- | ção deste Senado, pois tendo es- | tes effeitos
natureza de Fazenda í Real enão das Rendas do Con- | selho
ncs parece não podemos ] despensar acrescentando maior
soldo da dita Infantaria, que | o de quarenta reis que he re-
ção crdinaria e assim vem aca- | ber a cada Soldado dezreis
por í dia para a dita farinha que ] comprada por tão excessivo
pre- | ço hé notorio lhe não chega | epadessem, não bastando
pa ra , que chegassem ahum ajuste | rasionavel dafarinha os
mora- | (FLS. 194 V) moradores das Sobre ditas Villas ne |
o exemplo da Carta deVoSsa Ma- | gestade de trinta de Setem­
bro de í mil sete centos e cinco escrita ao | Governador eCa-
pifcão Geral deste | Estado Dom Rodrigo daCosta em | que or­
dena VoSsa Magestade se | dem quatro centos reis por cada
si-1 rio, nem o conchavo que elles ha- j vião feito por tempo do
Governo | do Governador e Capitão Geral Lu-1 is Cezar de Me­
nezes de trezentos | e vinte reis por cada hum. Obri-J gados por
nos assim do clamor | universal dadita Infantaria’ co-1 mo do
Zello de assertar no Servi- | ço de VoSsa Magestade | mande
impor por sua Re- | al Ordem hqm preço certo era- | zionavel
a us sirios defarinha | eque sejão as ditas Villas obriga-| das
como té agora a Contribuir | com ella pois alterando-se cada |
dia o seu valor nunca sequere- | rão ajustar com os Officiaes j
da Camara pedindo o que lhes pa- | (FLS. 195) rece para assim
e poderem dar aparticula- | res, edependentes seus eattendendo-
se | aperda das embarcaçoens que | commumente experimen­
tamos | no transporte da farinha aan- । tecedencia do dinheiro
que pa- | ra ella sedá ademinuiçam | dos sirios que devendo
ser de sete | quartas não tem mais que seis.| Paresse justo se
haja respeito no | preço que se lhe houver de impor | VoSsa
Magestade mandará o que | for Servido a Real Pessoa deVoS-1
sa Magestade Guarde Deos mui- | tos annos. Bahia eCamara [
atres de Agosto demil sete centos | eoito eEu Pedro Dias Pe-
leira | que sirvo deEscrivão da Cama asobscrevy” | Sebastião da
Rocha Pitta” Bal- | thazar deVasconcellos Cavalcan-1 te” Gon-
7‘çalu Soares da Franca” | Martinho Barboza deAraujo” | Vai
Subscrita pelo Capitão João de Couros Carneiro — Dezemb0 do
Paço. ”-------------”
125
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

REGISTO DEHUMA CARTA | (FLS. 195 V)


Carta escrita aSua Magestade pe- | lo seu De-
zembargo do Passo sobre o | procedimento
dos Ministros desta | Relação que forão para
Lisboa”

SENHOR = Pela Ordem que este Sena- [ do tem de VoSsa Ma­


gestade para | o informar do procedimento dos | Ministros que
acabão otempo | dos seus lugares nesta Relação, | nos acha­
mos obrigados afazer, | prezente aVoSsa Magestade, que os que
de proximo foi | VoSsa Mag. | Servido mandar recolher para
I este Reino que digo (o digo é do original) esse Reino tem |
procedido em todo otempo, que ex- | ercerão os seus Cargos
com toda | aboa satisfação^ amuitos annos | não concorrerão
nesta Bahia | juntos Ministros mais indepen- | dentes nem
maiores Letrados | enos parecem menos verdadei- | ras ou to-
talinente apaixona- | dos as queixas que delles sefize- | rão a
VoSsa Magestade perten- | dendo os emulos oudesconten- | tes
deque exercem superiores | empregos dejustiça, imjustamente
j (FLS. 196) aniquilados quando nos parecem | dignos detodos
ospremios que po- | dem espêrar da grandeza deVoS- | sa Ma­
gestade aquelles que tam | bem o servem. O Chanceller João |
de Souza que por não ter acaba-1 do o seu ftmpo fica continu-1
ando no seu lugar se há nel- | lecom tanto zello do Serviço de
| VoSsa Magestade eda adminis- | tração da justiça que enten­
demos | não ha quem justamente se | queixe do seu procedi­
mento, e que | forão menos justificadas as j queixas que delle
sefizerão a | Vossa Magestade decuja Real | attenção se faz
digna asua Pes-1 soa para maiores empregos as-1 sim o entende­
mos eo reprezenta- | mos aVoSsa Magestade a Re- | al Pessoa
deVoSsa Magestade | Guarde Deos muitos annos Bahia | e Ca­
mara a os cinco de Agosto de | mil sete centos eoito, eEu Pe- |
dro Dias Pereira que sirvo de Es-1 crivão daCamara Sobscrevy”
| Sebastião daRocha Pitta” Baltha- | zar deVasconcellos (FLS.
196 V) Balthazar deVasconcellos Cavai- | cante” Gonçalo Soares
da Franca” | Martinho Barboza deAraujo” | Vai sobscrita pelo
Capitão João | deCouros Carneiro Pela Secretaa do Est°.-----”
CARTAS DO SENADO

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita aSua


Mages- | tade sobre o procedimento do Se­
nhor Luis Ce- | zar de Menezes Governador
eCa- | pitão Geral deste Estado"---------- ”

SENHOR = O Governador Luiz Cezar | de Menezes aquem


VoSsa Ma- | gestade foi Servido encarregar | o Governo Geral
Jeste Estado tem | procedido nelle tão conforme a | confiança
que VoSsa Magestade | fez dasua Pessoa para esta occu-| pação
que em annos tão contra- | rios só a sua despozição deve-1 mos
oreparo das advercidades | do tempo. Hetão zelozo doSer- |
viço deVoSsa Magestade quanto | ojustifica’ o insensante cui­
dado | com que se applica aobservan- j cia das suas Reaes Or-
densas quaes | recebe com fervor, e encaminha | (FLS. 197)
com deligencia, efaz executar sem | queixa, motivo pelo qual
he uni- | versalmente amado destek povos | que summamente
dezejão o seu | Governo eassim pedimos aVoSsa | Magestade
se sirva de Iho proro- | gar por mais tempo por que o | de hum
triennio, he pequeno ter- | mo para se lograrem despoziçoens
grandes principalmente | em huma Província em que | pela sua
extenção necessitam | demais dilatado prazo para | se conse­
guirem assim oespera- | mos da Grandeza deVoSsa Ma-1 gesta­
de eda Real attenção que | tem aobem eutilidade destes | seus
leaes Vassallos aReal Pes- | soa deVoSsa Magestade Guarde I
Deos muitos a-nno§ Bahia e | Camara cinco de Agosto demil |
sete centos e oito João deCouros | Carneiro o sobscrevy” Sebas­
tião | da Rocha Pitta” Balthazar de | Vasconcellos Cavalcante"
Gonçalo^í Soares da Franca” Martinho Bar-1 boza de Araújo”

(FLS. 197 V) REGISTO DEHUMA CARTA A


SU- | aMagestade sobre o Talho Ecclesias­
tico”--------- "
SENHOR = Em observância das ordens | de VoSsa Magestade
mandamos | por em pregão oassougue do Ec-1 clesiastico como
consta dessa Cer- | tidão que remettemos aVoSsa Ma-1 gestade
enão houve quem nelle | lançasse, e suppomos que não á-1 verá
por que como o obrigado que | nelle corta paga os factos aos
ren- | deiros dos Currais deste Senado con- | tribue com asua
obrigação, een- | tendemos que tudo que aVoSsa | Magestade se
«nformou contra j esta noticia foi por falta de | verdadeira nar-
127
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

ração por que todos [ os antecessores do Prelado actu- | al„


eainda o Cabido Sé devacan- [ te estiverão na posse depoderem
| meter obrigado para aquelle ta- | Iho da sua eleição para que
ma- | is promptamente sedesse avia- | mento aprovimento do
Ecclesiasti- | co por que do Contrario lhe pode | resultar Gran­
de prejuizo, em se-1 (FLS. 198) se lhe digo (o digo é do original)
em serem mal e inde-1 corozamente providos, ecomo as | rendas
da Camara não ficam | prejudicadas pois cobrando por | junta
arrenda dos curraes ou por | partes as não acressenta antes | as.
podem deminuir isto nos pa- | receo aprezentar umildemente |
aVoSsa Magestade que manda- | ra o que for Servido. Deos
Guarde | aVoSsa Magestade muitos annos | Bahia e Camara
cinco de Agos- | to de mil sete centos eoito” João de | Couros
Carneiro osobscrevy” Se-1 bastião da Rocha Pitta” Baltha-1 zar
de Vasconcellos Cavalcante” | Gonçalo Soares da Franca” Mar-
| tinho Barboza deAraujo” 9

REGISTO DA CARTA PARA | o Procurador


deste Cõselho”------------ ”

Na Frota enos dous Navios que j omez deJulho proximo pas­


sado i chegarão aesta Cidade recebe- | mos as Cartas deVoSsa
Mercê em | que nos fez merc^ noticiar oestado dos (FLS. 198
V) dos Negoçios que este Senado tem nes- | ta Corte epor ellas
vemos asdemo- | ras que con- | sigo trazem deman- | das, pois
uão bastando adeligen- | cia deVoSsa merce nenhuma se | tem
concluido excepto adefa- [ rinha, que sahio contra nós ma- | is
istonão obstante pedimos- eroga- j mos aVoSsa Mercê conti­
nue | com omesmo Zello e cuidado, que | da sua pessoa e inte-
legencia es- | peramos que tudo saberemos | merecer aVoSsa
Mercê...” Eentran- | do adar parte aVoSsa Mercê | dos ne­
gócios deste Senado os de que | VoSsa Mercê tem noticia, e só
I se pleiteão. não necessitão dere- | petição, mas sim de que
VoSsa | Mercê os aplique, pois ademan-1 da do Sal com Manoel
Dias Fil-1 gueira he em tanta utilidadd | de todo este Povo co- (
mo adepreferencia da Mizericordia | em bem deste Senado, ago­
ra supo- | mos hora por appelação huns | autos se se antecipa­
rem a tempo | da partida da Frota dos Officiaes | (FLS. 199)
Mecânicos em que tiverão Sen- | tença contra nos querendo ter
pre- | vilegio denão tirarem Provizam | como sempre foi cos­
tume para ser- | virem os seus Officios. Alem destes | pleitos.

128
CARTAS DO SENADO

Jainos parte aVoSsa Mercê dos justos Requerimentos que f<


vemos a Sua Magestade que Deos Guarde | para que VoSs
Mercê por | si epelas valias que puder os | patrocine eapôie qui
só assim | poderemos conseguir oeffeito | que pertendemos'
primeiramente- | te pedimos a Sua Magestade j concedo Caza
de Moeda, ou a | o menos que s e bata no Rio | deJaneiro moeda
Provincial | pela grande penúria que de- | la experimenta esta
Cidade | e conseguintemente notável | damno todos os seus mo­
rado- | res” Escrevemos também ao di- j to Senhor rogando-lhe
nos quei- | ra prorogar a Provizão que há | poucos annos se
acabou para | que senão possão rematar os as-1 (FLS. 199 V)
asucares senão quinze dias an- | tes da partida da Frota couza
| tão justa como VoSsa Merce de- | ve supor pois do contrario
•se | segue que oque vai dez se ar-1 remata aquem deve por cin-|
•co" Ultimamente escrevemos | sobre huma Carta que | alcançou
o Medico deste Sena- | do João An/ares de Vasconcellos | em
que manda VoSsa Mages- | tade digo (o digo é do original) Sua
Magestade que | nas vezitas que se* fazem das j embarcaçoens
da Costa da Mi- | na leve o Médico quatro mil | reis, eos verea­
dores dous, esta Carta alcançou sem ser ouvi-1 da a Camara
que aomenos po- deria allegar apoie detantos an-1 nos em que
estava" E em quan-1 to aos de VoSsa Mercê parece que | ate aqui
não temos faltado ne | com o effeito nem com aboa | vontade
pois para satisfação | do ordenado deVoSsa Mercêlhe | havião
os noSsos anteceSspres re- | metido duzentos mil reis, enos I
(FLS. 200) enos agora fazemos RemeSsa de | outros duzentos
para oque puzemos } Mandado corrente sobre o Thezou-1 reiro
deste Senado, eveja VoSsa | Mercê que não sendo vencidos 1
ainda dois annos da sua Pro- | radoria temos pago aVoSsa |
Mercê ja dous annos equando | VoSsa Mercê duvide desta conta
| relevenos o dizermos-lhe tem | VoSsa Mercê esta culpa porque
I devendo mandar huma Cer-1 tidão do Secretario do Ultramar
| para por ella lhe fazermos as- | sento do tempo em que co-
messou | a exercer o cargo de Procurador | inda esta não che­
gou sem em- | bargo denos dizer VoSsa Mercê | em Carta Sua
de quatorze | de Novembro que nella remette, e daqui nace
aduvida epre- | plexidade em que nos vemos | pois dizendo oseu
Procurador | deVoSsa Mercê na Petição que | nos fez que VoSsa
Mercê comes- | sou aser Pro curador nos primei-1 ros deJanei­
ro demil sete centos | (FLS. 200 V) centos eseis João Ribeiro
Cabral f quer ser pago até dezesseis de No-1 vembro dodito anno

129
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

para oque | alcançou huma Provizão de | Sua Magestade, e


quando na- | da vão de duvida des mezes | que não he possivel
pagaremse am-1 bas as partes. Assim que enca- | ressidamente
pedimos aVoSsa | Mercê nos mande esta Clareza | tão perciza”
E outor sim que | temos noticia que o medico Jo-1 ão Alvares so­
bre quem escreve-1 mos conseguira a Provizam | por meio do fa­
vor de VoSsa Mer-1 cê veja VoSsa Mercê como se | ha nesta parti,
cular por que | he hum dos demaior empenho | do que escreve­
mos nesta occazi- | ão por ter conseguido o Medico | esta Pro­
vizão arevelia deste Se-1 nado e contra a authoridade | e Credito
delle” Vão no Saco Car-1 tas noSsas para Sua Mages- | tade que
Deos Guarde, por diver- | ços Tribunaes donde VoSsa Mer- | cê
as entregará logo com todo | (FLS. 201) todo cuidado Guarde
Deos aVoSsa | mercê muitos annos. Bahia eCamara a 8 de
agosto demil se-1 te centoseoito João de Couros Car- | neiro o
sobscrevy” Sebastião da | Kocha Pitta” Balthazar deVas- | con-
cellos Cavalcanti” Gonçalo So- | ares da Franca” Martinho Bar-
| boza de Araújo”.

REGISTO DA CARTA PARA SU- | a Magesta­


de sobre a Ley que se | lhe pede para não
uzarem de ce- | das as Negras cativas, e Ne­
gros e Mu-*| latos, e Mulatas como sevê.

SENHOR” Pela obrigação que temos | de • ttender aobem pu­


blico re- | reco- | nhecendo quanto aeste prejudica | o excesso
e luxo com que os Ne- | gros emulatos sevestem nesta | terra
pois delles nascem os rou- | bos, insultos que cada dia se ex- |
perimentão com tantos prejuízos | como he notorio, ea tten-
dendo jun- | tamente aReal attenção com que | VoSsa Mages­
tade mandou obser- | var no Reino anova prema- | (FLS. 201
V) prematica que evita semelhan- | tes excessos. Nos parecêo
Reprezentar | aVoSsa Magestade rezultaria a | todo este povo
hum grande bem | sendo Vossa Magestade servido | mandar
observar que nenhuma | negra forra ou cativa possa ves- | tir
seda denenhuma casta exce- j to fitas nas saias nem ouro de I
nenhuma sorte cambraia nem | ainda nas meias, que o mesmo [
se deve praticar com os mulatos | e mulatas Cativas, que as mu­
la- | tas forras não poderão trazer ren-1 dade prata pu oiro nem
des-1 te as mulatas mais que are- | cadas’ gargantilhas e memó­
rias | sem diamantes’ nem aljofares | só mantos de Sarja, cole-

130
CARTAS DO SENADO

tes de Seda Cazacoens forrados de tafe- ] tá, eisto senão enten­


derá com | as mulatas Cazadas, que os | mulatos forros só pos-
são forrar | os vestidos de tafetá trazer me- | ias de sêda mais
não passamanes | nem botoens de ouro ou prata | (FLS. 202)
prata nem goetas de seda* que as | mulheres meretrises, eho-
mens me- | canicos são andem em serpen- | tinas mas só possão
uzar as re- | des descubertas os homens, e com | alcatifas as
meretrizes, decuja | Lei seja o Juis de Fora executor | com as
penas que VoSsa Ma- | gestade for Servido impor- | lhe, isto Se­
nhor pelas razoens referid- | das he o que nos parece como |
tão util a esta Cidade fazer pre- | zente aVoSsa Magestade que
। mandará oque for servido a | Real Pessoa de VoSsa Magestade
| Guarde Deos como seus Vassa lios । havemos mister Bahia
cCama- | ra a os quinze de Dezembro | demil sete centos eoito”
João de | Couros Carneiro a sobscrevy” Sebas- | tião daRocha
Pitta” Balthazar | de Vasconcellos Cavalcanti” Gon- | çalo Soa­
res daFranca” Mar- | tinho Barboza de Araújo”-------- ”--------- •*'
»
REGISTO DEHUMA CARTA ES- | crita aSua
Magestade sobre a | (FLS. 202 V) arremata-
ção dos Assucares di- | go (O digo é do ori­
ginal) dos Assougues Eccleziastico’ e | da
Mizericordia’ >------ ”--------- ”
SENHOR = Com a. Carta que Vossa | Magestade escreveo, a
este Senado | sobre os talhos dos assougues Ec- | cleziastico, e
Misericórdia sedeu | logo cumprimento aos Manda- | dos de­
VoSsa Magestade, epondo-se | em Praça o talho Ecclesiastico
se | arrematou por preço decento e| sessenta mil reis, e não
ouve pes- | soa alguma que desse maior lan- | ço fazendo-se to­
das as delligencias necessárias, echamando-se | mitas pes­
soas para que se ar- | rematasse por maior preço enão | houve
quem deses maior lanço | também se arrematou o talho | do
assougue da Mizericordia | por duzentos mil reis, fazendo- | se
as mesmas delligencias pa- J ra subir amaior preço enão | houve
quem desse mais pelo | dito talho epos que conste a | VoSsa
Magestade que demos logo [ a execução suas ordens damos |
(FLS. 203) damos parte a VoSsa Magestade; dehuma e outra
arrematação. | A Pessoa Real deVoSsa Mages- | tade Guarde
Deos muitos annos | Bahia eCamara aos quatorze | dejunho
.demil sete centos edez” | João de Couros Carneiro oSobscrevy
131
DOCUMLINTOS HMTÚWCOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

| ” Francisco Pereira Botelho” Mu- | noel Botelho de Oliveira"


Fran | cisco Machado Pa Ihares” Anlo- | nlo deBiu” Pascoal
Fernandes | Muntciro”

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita aSua Ma­


gestade sobre o | Requerimento dos Escra­
vos pura | selhenfio conscder o Prcvllegio |
de Sum Salvador que pedião | a Sua Magesla-
de pura serein | libertos”-------”

SENHOR 0 Requerimento que | fazem os Suplicantes a |


VoSsa Magestade he muito pre- | judicial a conservação do Es­
tado | do Brazil por que os Irulos desta terra senão cullivão
por homens brancos senão pelos (203 V) pelos prelos do Gen­
tio de Guiné e das mais patfes sendo ubrigudos seus Senhores
nlhes dar liberdade | como requerem os Supplicantes | l icãi as
terras incultas os Engenhbs occiozos, as Fazendas deCanas
perdidas, efinalmente sem farinha, sem assucar, nem Tabaco,
e mais frutos com que esta Bahia sendo huma Cidade populoza
virá ascr hum mizeravcl dizerto sem gente que aqueira
habitar emprejuizo* não somente do Governo ] temporal,
senão também do Espiritugl, cainda que os Sup- | pli-
canks tivessem alguma razão particular em seu favor
hé certo que em direito autilidade nublica prcffere a
particular quanto mais que os Senhores oos Escravos os de­
vem tirar digo (o digo é do original) o s devem estimar, assim
pela indigencia do seu Serviço pa ra suas lavouras, co mo pelo
excessivo preço que lhes custo porem os Supplicantes corno ser-
| (FLS. 204) servem contra as suas vontades qualquer Serviço
que fazem a seus Senhores lhes parece intolerável, c lhes fora
muito leve seotomassem comprompta | obediência, epor isso
sedis cm Di- reito que toda aCarga sclaz leve | quando seloma
comboa von- | tade c aservidão seenlorduzio no | Mundo por
Direito da das Gentes e não he em cargo politico: eSe os | Sup­
plicantes achão que os Supplicados procedem contra os Suppli­
cantes com as scvicias que allegãopodem requererem as Justi­
ças deVoSsa Magestade | o remedio que o direito lhes concede
[ enão podem por este pre- | texto das sevicias particulares ex-
tinguir odominio universal | dos escravos do Brasil e está |
provado atantus annos pelos an- | leuessores deVoSsa Mages-

132
CARTAS DO UENADO

tn<k- c | ratificado pelas Religíoeni que | se servem justamente


<|os ditos | escravos pelas razoens acima referidas | VoSsa Ma­
gestade eman- I ( FLS. 204 V) mandará o que for Servido a Real
। pessoa deVoSsa Magestade Guarde | Deos muitos annos Ba*
iiia eCamara | a os quatorze dcJunho demil c | sete centos edez**
joflo de Couros Car- | nelro subscrcvy" Francisco Pereira | Bo­
telho” Manoel Botelho de Oli- | veira" Francisco Pa | Ihares"
Antonio duBrã" Pascoal Fer- | nandes Monteiro** ■ ■■■ 1 **--... —

REGISTO DEHUMA CARTA | escrita aSua


Magestade sobre | o Dezcmbargador do Ta­
baco pro- | hibir que se pagasse os setenta |
reis por Rollo de Tabaco esepede | Provizáo
expecial para odito j írnposto com as das
Caixas de | AssudSr que he para o sustento | da
I n í an taria"-------- "--------- ”--------- ”
Senhor =■ O Dezcmbargador Su- | per Intendente do Tabaco quis
| prohibir que senão pagasse | o imposto de setenta reis por- |
cada Rollo que se arrematta | por este Senado | da Infantaria por
dizer que não | (FLS. 205) não havia Provizáo de VoSsa Ma- |
gestade para odito irnposto eque-» | rendo tomar conhecimento
dos | Contractos que estão applicados | para o sustento da In­
fantaria | que VoS^jt Magestade tem inhibi- | do por Sua Provi-
zão a seus Mi- | nistros ; de que foi necessário a re- | querimento
do Contador que | o Governador Dom Lourenço de I Almada o
mandasse pagar ten- | do ouvido este Senado enos Li- I vros dclle
se acha odito Contracto | approvado por VoSsa Magesta- | de
ainda que não haja Pro- | vizão especial para isso eas sim | suce-
dêo com o Contra cto das bebi- | das da Terra com os Dczembar-
i gadores desta Relação que quize- | rão izentar aos Senhores de
En- | genho do dito imposto deque re- | correndo o Contractador
aVoSsa Ma- | gestade foi servido a pprovar ex- | pressamente
odito | Contracto sem | excetuação de previlegio algum | por
onde pedimos aVoSsa Magesta- | de que mande passar Provizam
| (FLS. 205 V) Provizão Especial para que se pa- | gue o dito
imposto, e o das Caixas de Assucar que se arremata jun- | tamen-
te, para que em nenhum | tempo o dito Ministro nem seus | su­
cessores possão prohibir o dito | imposto que está applicado I
para o sustento da Infantaria a | muitos annos e se arremata
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

como Fazenda real, prezente | o Provedor Mor, e Procurador da


; Coroa e assim esperamos deVoSsa | Magestade pelo encargo
que toma-1 mos Leaes Vassallos de pa-1 gar o sustento da Infan­
taria, que | antes pertencia aos Ministros da | Fazenda Real.
Deos Guarde aVoSsa Ma- | gestade por muitos annos | Bahia*
em Camara delia aos quatorze deJunho demil sete centos | e dez
João de Couros Carneiro So- | bscrevy” Francisco Pereira Bo­
te- | Iho” Manoel Barretto deOliveira” | Francisco Machado Pa-
Ihares” An-1 tonio de Brá” Pascoal Fernandes | Monteiro”.

REGIS- | to (FLS. 206) REGISTO DEHUMA


CARTA ESCRITA | a Sua Magestade sobre o
proce- | dimento do bom Governo do Gover- |
nador Luis Cezar de Menezes”--------- ”---------- ”

SENHOR = Nesta Frota pa^e para es- | sa Corte Luis Cezar de


Menezes Go- | vemador e Capitão Geral que foi | deste Estado
e como nos parece | ser jiftto que demos informação | do seu
procedimento fazemos es- | ta aVoSsa Magestade para que |
tenha noticia do bom Governo | que fez em todo o seu tempo
no | qual não houve pessoa alguma | que se queixasse de seu
procedi-| mento porquanto se ouve com | os Vassallos deVoSsa
Magestade | com toda adireçãq da justiça sem | dependencia de
pessca alguma | etivemos afelicidade de nos não | faltar o sus­
tento da farinha de | que clamava este Povc^ por onde | he me­
recedor que VoSsa Mages- | tade obre com a sua pessoa | os
prêmios que for Servido fa- | zer-lhe em gratificação do seu |
bom Governo. A Pessoa deVoSsa | (FLS. 206 V) VoSsa Mages­
tade nos GuardeDeos | por muitos annos; Bahia quator- | ze
deJunho demil sete centos e dez | João de Couros Carneiro
osobscrevy” | Francisco Pereira Botelho” Manoel Botelho de
Oliveira” Francis- | co Machado Palhares” Antonio | de Bra”
Pascoal FrzrMonteiro”--------- ’ ’------------

REGISTO DA CARTA ESCRI- | ta a Sua Ma­


gestade sobre que sepro- | ibissem as Minas
do Ouro. ‘

SENHOR = São tantos os Clamores | deste povo sobre o ex­


cessivo pre- | ço com que se vendem os Escra- | vos em razão
das Minnas do | Ouro* que pelo prejuizo da Coroa | eZello da

134
CARTAS DO SENADO

gepublica entendemos | ser necessário dar conta delle | a Vossa


Magestade porque os | fructos que se cultivão com o | Serviço
dos ditos Escravos não | só mente enrequessem os Vassa- | los
senão também as Monar- | quias porque com elles sesus- | ten-
tão as Lavouras eseaugmento- | ta onegocio deque rezultão os |
(FLS. 207) os direitos Reaes, epor isso os Senho- | res Reis de
Portugal sempre fa- | vorecerão os Lavradores, especial- | mente
ELREY Dom Sancho opri- | meiro, e o famozo Rey Dom Di- |
niz que fazendo a estimação da | Lavoura se chamou Lavrador
| e Pai da Patria conhecendo o dito | Senhor que os Lavradores
crão | os nervos da Republica. Pelo que | não se podendo culti­
var as terras | sem os ditos Escravos, que os La- | vradores não
se atrevem acom- | prá - los pelo excessivo preço sefa- | rão
inúteis, ehaverá | aquella esterilidade que temos | em prejuizo
da Coroa edeseus | Vassallos aque sedeve acudir | com o reme-
dio prompto prohi- | bindo as ditasVMinas de ouro | por evitar
o maior prejuizo da | esterilidade dos fructos esepode conside­
rar como dis opolitico | .................................. nas suas emprezas |
que mais poderozos erão os Reis | de Castella no tempo que não
| havião as Minas da prata do | (FLS. 207 V) do que quando
ashouverão porque | faltarão os homens para a Lavou- | ra pela
ambição da prata que | os levava as índias, e podemos | dizer
que as Minas são mais cas- | tigos 3° Cêo que fortunas da Mo- |
narchia. Deos Guarde aVoSsa Ma- | gestade por muitos annos
Ba- | hia eCamara qyatorze deJunho de | mil esete centos edez
annos.” | João de Couros Carneiro sobscre- | vy” Francisco Pe­
reira Botelho” | Manoel Botelho de Oliveira” | Francisco Ma­
chado Palhares” | Antonio de Bra” Pascoal Fernandes Montei­
ro”------------- ’ *---------------- ’’--------------- ’ ’

REGISTO DE HUMA CARTA | para Sua Ma­


gestade sobre o Su- j per Intendente do Ta­
baco prohi- | bir o Tabaco para hir para a j
Mina e não dar para o Consumo | da terra o
que he necessário. ”
SENHOR = São Tantas as queixas e j Clamores com que este
povo está | prejudicado na prezente admi- | nistração do Tabaco
pelo super- | (FLS. 208) Super Intendente delle que nos o- |
brigou a escrever aVoSsa Magestade | Sobre esta matéria como
Le- | aes Vassallos para que VoSsa Ma- | gestade ordene o que
135
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

for mais u-1 til a Sua Coroa e seus Vassallos | . Pelo que prohi-
be o Super Inten-1 dente que senão de para o Con- | sumo dos
moradores desta Cidade | o Tabaco que he percizo* enecessa- |
rio para elle epara seus escra- | vos que sem elle não costumão
ser- | vir deboa vontade nas Lavou- | ras” Outro sim prohibe o
Taba- | co que até agora se navegava | para aCosta da Mina
dedon- | de ve mos Escravos atroco dei- | le o qual tabaco hé
encapaz I por sua qualidade para se na- | vegar para esse Reino
comque | vem aser inútil a sua pro- | hibição, em prejuízo do
Comer- | cio daCosta da Minna para | que venhão os escravos
com | maior numero do que costu- I mão vir do Reino da An-
golla, | principalmente tendo VoSsa ] (FLS. 208 V) VoSsa Ma­
gestade de direitos de Cada | cabeça tres mil e quinhentos reis,
I alem de se pagar também a di- | zima do dito Tabaco quando
se | embarca para a dita Costa. VoSsa | Magestade mandará o
quefor | Servido. Bahia eiy Camara de- | zoito de Junho demil
sete centos | edez” | João deCouros Carneiro sobs- | crevy”
Francisco Pereira Botelho»’ | Manoel Botelho deOliveira” |
Fran- | cisco Machado Palhares” Anto- | nio de Bra” Pascoal
Fernandes | Monteiro”.

REGISTO DEHUMA CARTA | deSua Mages­


tade sobre £ua Ma- j gestade ser Servido su-
brogar por- | triennio o Governo do Governa-
] dor Dom Lourenço dAlçiada”--------”

SENHOR = Vimos a Carta deVoSsa Magestade em que foi Ser­


vido | subrogar o Governo desta Capita- | nia em Dom Lourenço
de Al- | mada ecomo este seu Governo | não henaforma dos
mais por | não vir de terminado otempo | (FLS. 209) certo e
reconhecemos na sua pes- j soahum grande talento para po-1 der
expedir os negocios pertencen- | tes ao Serviço deVoSsa Mages­
tade | e aobem Commum desta terra sup- | plicamos que seja
VoSsa Mages- | tade Servido prorogar-lhe a juris- | dição ao
termo triennal Deos | Guarde aVoSsa Magestade Ba- | hia eCa-
mara dezoito de Junho | de mil sete centos edez” João de | Cou­
ros Carneiro sobscrevy” Francisco | Pereira Botelho” Manoel
Bote- | Iho deOliveira” Francisco Machado | Palhares” Antonio
de Bra” j Pascoal Fernandes Monteiro”-------- ”--------- ”--------- ’

136
CARTAS DO SENADO

REGISTO DEHUMA CARTA | para Sua Ma­


gestade sobre oSal”------------- ”------------- ”

SENHOR = Foi Vossa Magestade Ser- | vidomandar huma Pro-


vizão | em que ordena se venda oSal | por mais trezentos evinte
reis | cada alqueire de que se vendia, | que era hum Cruzado
fazendo | huma eoutra quantia sete | centos evinte reis o al­
queire, e | (FLS. 209 V) etendo o Povo noticia deste maior |
preço se comessou a inquietar, cres- | cendo o rumor evozes po­
pulares | forão repetidas vezes de noite, efo- | ra de horas as
portas do Procu- | rador do Senado, eJuis do Povo, dizendo-lhes,
não consentissem | se levantasse o Sal, eque aProvi- | zão de-
Vossa Magestade selhe | não desse cumprimento, eolhas- se o
que fazião erepetindolhes | por vezes estes* eoutros avizos, eaté
dedia dezião publicamente | avozes, se não havia de cum- prir
adita Provizão : fazendo o Procurador eJuis do Povo pre- | zente
ao Juis de Fora Francis- | co Pereira Botelho Prezidente | do Se­
nado, este Rumor ein- | quietação c?o Povo eo risco em | que
estavão etemor que podia | haver cumprindo-se a Pro- I vizão
deVoSsa Magestade, sem preceder alguma Cautella ede- | ligen-
cia, por meio da qual se | aplacasse o povo alterado em | for­
mado o dito Prezidente das | (FLS. 210) das Provizoens de
VoSsa Mages- | tade que se achão registadas nos | Livros da Ca­
mara pelos quaes | inihibe VoSsa Magestade o conhe- | cimento
do preço do Sal aqu^l- | quer Ministro ou pessoa deste | Èstado,
eo mais que este facto | tinha rezultado, com Zello ao | Real
Serviço de VoSsa Mages- | tade foi de parecer que o Juis | do
Po- | vo o chamasse a Cama- | ra para se lhe lerem as provi­
zoens que empedem o Conhecimento suspencivo do preço | do
Sal e conseguindo este meio | em Vereação dedezesete de Ma- |
io forão lidasao Povo as ditas | Provizoens enão querendo o [
povo aplicar ainda asuajus- | ta queixa* e imprudente tei- | ma
instarão com vários argu- | mentos o que satisfizemos sen- | do
prontissimo em suas justasqueixas digo (o digo é do original)
justas epersu- | adidas respostas odito Prezi- | dente enos sea-
quietassem, ese so- ] cegassem que lhe prometiamos | (FLS.
210 V) fazer prezente a VoSsa Magestade | por Supplica a sua
justa queixa | ecomo Senhor e Pai, havia de at- | tender aella,
emandar tornar | o Sal ao preço de quatro centos I reis pelo
prejuizo que rezulta | a os mais mantimentos de pei- | xe, e Car­
ne que logo se levan- • tarão, e os couros, eque entre | tanto de-

137
DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL

viamos como Leaes Vas- | sallos cumprir a Provizão de | VoSsa


Magestade e foi | este me- | io tão eficaz, e singular que | fez
aplicar a alteração que j havia, e o mais que era infa- | livel se-
guirse, assim pelo mo- | do com que os deixa- | mos do recurso
aVoSsa Ma- | gestade, em o qual lhe repre- | zentamos operigo
que houve | demotim eoquam util pre- | cizo enecessario he que
VoSsa | Magestade mande repor o | Sal aopreço de cruzado, epe-
lo | (FLS. 211) epelo perigo que terá este Estado, | havendo
outro preço maior de | cruzado nos annos seguintes | ainda que
seja arespeito deste | prezente. Deos Guarde aVoSsa | Mages­
tade muitos annos Ba- hia e Camara dezoito deJunho | demil
sete centos e dez João de | Couros Carneiro o sobscrevy" Fran­
cisco Pereira Botelho" Manoel | Botelho de Oliveira" Francisco
Machado Palhares" Antonio | de Brá", e Araújo" Pascoal Fer­
nandes Monteiro"------ "---------’'-------- ”

138

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