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MOINHOS DE
VENTO
EDUCAÇÃO DA IMAGINAÇÃO
1
Este ebook foi produzido para
E D U C A Ç Ã O D A I M A G I N A Ç Ã O
ajudar no entendimento da
imaginação humana, levando-se
em conta necessidade de sua
educação.
2
SUMÁRIO
Cap.1 - A IMAGINAÇÃO.... 05
Cap.2 - EXPRESSÃO DE IMPRESSÕES.... 17
Cap.3 - A BELEZA SALVARÁ O MUNDO.... 27
Cap.4 - UMA LIÇÃO DE MOBY DICK.... 34
Cap.5 - CONCLUSÃO.... 40
Cap.6 - CATÁLOGO.... 42
3
Prepare o
seu coração
para as coisas
que eu vou
contar
Ilustração Gustave Doré
Illustration 1 for Miguel de Cervantes’s “Don Quixote“ by Gustave Doré, 1863.
5
A IMAGINAÇÃO
Capítulo
1.
A expressão “lutar contra moinhos de
vento” tem como origem uma cena no
capítulo VIII do livro “O Engenhoso
Fidalgo Dom Quixote De La Mancha”,
obra-prima de Miguel de Cervantes
Saavedra.
7
Mas nós gostaríamos de dar uma outra
interpretação para essa expressão. E se
nós pudéssemos enxergar moinhos como
gigantes? Como monstros? Qual seria o
significado disso?
9
Ilustração Gustave Doré
“A Varredura das histórias fantásticas” (1863), iIustração por Gustave Doré para “Don Quixote“ de Miguel de Cervantes.
10
“O panorama, à primeira vista
sem limites, que a técnica desvela
aos olhos do homem moderno,
reduz-se, por mais extenso que
seja, a um aspecto parcial da
vida no conjunto da realidade,
visto exprimir apenas as relações
desta com a matéria. É assim
um panorama alucinante,
que vem afinal a encerrar o
homem — demasiado crédulo
na imensidade e onipotência da
técnica — numa prisão vasta
mas limitada, e portanto, com
o tempo, insuportável ao seu
genuíno espírito. O olhar, bem
longe de prolongar-se através
da realidade infinita, que
não é só matéria, sentir-se-á
oprimido pelas barreiras que
esta necessariamente lhe opõe.
Daqui a recôndita angústia do
homem contemporâneo, tornado
cego por se ter voluntariamente
circundado de trevas”.
11
Muitos responderam que a imaginação
era das capacidades mais desprezadas
pelo “espírito do tecnicismo”. O que estava
em xeque era o sentido da vida que não
poderia ser reduzido à técnica. Os efeitos
disso foram, em boa medida, as desgraças
que os séculos XIX e XX nos trouxeram
em termos de perdas de vidas humanas.
13
Se o sentido da vida passa por
compreender não só o homem, mas
também a realidade, a imaginação não
pode ser desprezada. Ela é uma chave
para a realidade.
alma e a justa
ordem da sociedade,
diferenciando o
verdadeiro e o falso, o
bem e o mal, o belo e
o feio, além de oferecer
uma correta visão
da lei natural e da
natureza humana”.
Medusa, 1598.
— Russel Kirk
15
MOINHOS DE
VENTO PODEM
REPRESENTAR
O TECNICISMO
QUE PRECISA SER
COMBATIDO. ESSE
COMBATE SE DÁ NO
CAMPO DE BATALHA
DAS ARTES.
16
O Êxtase de Santa Tereza, 1646-52.
Mármore, 350 x 138 cm, Gianlorenzo Bernini, Igreja Santa Maria della Vittoria, Roma, Itália.
17
IM
Capítulo
IMPRESSÕES
EXPRESSÃO DE
2.
O século XX nos proporcionou uma
enxurrada de estudos acerca da imaginação
humana. Se olharmos atentamente o
que se tornou o sistema educacional do
ocidente, não vamos levar muito tempo
para concluir que a noção de cidadão e
cidadania dominou o sistema educacional
e se colocou no lugar das noções de
ser humano e humanidade. Poderemos
observar também que o conhecimento da
técnica sobrepujou o conhecimento das
virtudes humanas.
19
Dito de outra forma, só podemos nos tornar
aquilo que antes foi imaginado por nós. A
imaginação, por sua vez, é uma capacidade
que pode ser educada, assim como nossa
fala, nosso raciocínio, nossos hábitos,
etc. Nossa imaginação é uma espécie de
músculo que precisa ser exercitado para
que se fortaleça.
”
imaginação
— Aristóteles
20
Quem pode educar nossa
imaginação é a arte, que existe
para a contemplação do belo. E
a falta da experiência de coisas
belas pode ser profundamente
danosa ao homem. Chama-se
apeirokalia, termo grego, para a
privação ou falta de experiência
das coisas belas.
21
Platão diria que esse homem [sem
experiência das coisas belas] é o prisioneiro
da caverna. Aristóteles, em linguagem
mais técnica, dizia que os ritos não têm
por finalidade transmitir aos homens
um ensinamento definido, mas deixar
em suas almas uma profunda impressão.
Quem conhece a importância decisiva
que Aristóteles atribui às impressões
imaginativas, entende a gravidade extrema
do que ele quer dizer: essas impressões
profundas exercem na alma um impacto
iluminante e estruturador. Na ausência
delas, a inteligência fica patinando em falso
sobre a multidão dos dados sensíveis, sem
captar neles o nexo simbólico que, fazendo
a ponte entre as abstrações e a realidade,
não deixa que nossos raciocínios se
dispersem numa combinatória alucinante
de silogismos vazios, expressões pedantes
da impotência de conhecer.
— Olavo de Carvalho
22
A arte que educa nossa imaginação é
aquela que nos coloca diante do belo, mas
pressupõe que saibamos estar diante do
belo e contemplá-lo.
”
deles [...] sendo indiferente à existência
histórica das coisas singulares que ela
nos mostra, coincide com aquilo que as
torna presentes à nossa intuição, e não
há diferença entre dizer que elas são
belas e dizer que elas são.
— Louis Lavelle
24
A arte existe para a contemplação do
belo que educa nossa imaginação na
medida mesma em que, com esforço,
tentamos alcançar os cumes inteligíveis
da imaginação humana.
25
A BELEZA
SALVARÁ
O MUNDO
Cristo Velado, 1753.
Giuseppe Sammartino, escultura em mármore.
27
MUNDO
SALVARÁ O
A BELEZA
Capítulo
3.
“A beleza é chave do
mistério e apelo ao
transcendente”
28
Em que sentido poderíamos entender
que a beleza salvará o mundo?
30
capacidade de abraçar o mundo com
todo o seu horror e feiura para então
libertar-nos.
32
mesmo, é aquela que melhor pode levá-
lo aos outros valores. Pois como ensina
essa mesma tradição uma coisa só é bela
se também for verdadeira e boa.
33
Capítulo
4.
UMA LIÇÃO DE
MOBY DICK
34
Moby Dick
A luta entre a razão, o bem e o mal
35
Agora, Acab quer matar Moby Dick
cuja busca obsessiva pela vingança leva
o navio e seus homens à destruição.
36
Illustration 6, 1962.
Robert Shore.
37
Contudo, Acab vê, de certa maneira,
Moby Dick como a encarnação do mal,
pois ela lhe feriu sua alma e corpo. Na
sua tentativa de vencer esse “mal”, Acab
tragicamente acaba se tornando ele
mesmo uma personificação do mal, com
inúmeras características de um tirano.
38
“Neste mundo,
companheiros, o
pecado que paga seu
percurso pode viajar
livremente, mesmo sem
passaporte; enquanto
a virtude, como uma
pobre, é detida em
todas as fronteiras.”
HERMAN MELVILLE
39
5.
Capítulo
CONCLUSÃO
40
A imaginação nos possibilita ir ao cume da inteligência
humana nos dando as chaves de entendimento acerca do
mundo e de nós mesmos. Sem a educação da imaginação
pela experiência das coisas belas somos tragados pelo animal
que também somos, sem possibilidade de reconhecermos a
plenitude da vida humana em nós.
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41
Busto de Maria Annunciata .
Mármore, por Domenico Guidi, 1670, Museu de Liechtenstein, Viena, Áustria.
42
Catálogo
Capítulo
6.
DESCONTO
10%
BAC10
EXCLUSIVO DE DESCONTO
BOAS VINDAS ! no primeiro mês do
plano mensal
A LETRA ENCARNADA
Nathaniel Hawthorne
O CORVO
Edgar Allan Poe
43
A ILUSTRE CASA DE
RAMIRES
Eça de Queirós
CORAÇÃO, CABEÇA
E ESTÔMAGO
Camilo Castelo Branco
OS TRABALHADORES
DO MAR
Victor Hugo
O ALIENISTA
Machado de Assis
44
HAMLET E OTELO
William Shakespeare
A ANTÍGONA
Sófocles
O RETRATO DE
DORIAN GRAY
Oscar Wilde
DE PROFUNDIS
Oscar Wilde
45
1984
George Orwell
A REVOLUÇÃO DOS
BICHOS
George Orwell
A TEMPESTADE
William Shakespeare
46
OS VELHOS E OS MOÇOS
Luigi Pirandello
A EXCLUÍDA
Luigi Pirandello
ÉPICOS NACIONAIS
O URAGUAI E CARAMURU
A CARTA DO
ACHAMENTO
DO BRASIL
Pero Vaz de Caminha
47
OS LUSÍADAS I
Luís Vaz de Camões
CASTRO
Antônio Ferreira
OS LUSÍADAS II
Luís Vaz de Camões
CAMÕES E
OS LUSÍADAS
Joaquim Nabuco
48
OS MAIAS
Eça de Queirós
CONTOS REUNIDOS
Eça de Queirós
MOBY DICK
Herman Melville
CARTAS A
NATHANIEL
HAWTHORNE
Herman Melville
49
A IMPOSTURA
Georges Bernanos
CONTOS DE
LÉON BLOY
Léon Bloy
FELICIDADE
CONJUGAL
Líev Tolstóy
DIÁRIO DE
TOLSTÓY
50