Você está na página 1de 4

Se procurarmos uma resposta à pergunta o que é a arte, ou a o que se pode

considerar uma obra de arte nunca iremos achar uma resposta completamente
verdadeira.
A arte foi durante muitos séculos entendida como o território do belo, daí, por
exemplo, a designação, ainda hoje comum, de belas-artes. A beleza correspondia
à ordem e à proporção e o feio (ou horrível) era entendido como ausência de
beleza, desordem e assimetria. Ao longo do tempo a definição de arte foi
evoluindo assim como os critérios para classificar algo como obra de arte fazendo
com que possamos chegar a conceito nuclear para a arte: O termo tem como raiz
etimológica a palavra grega techné e o conceito latino ars, que designam a
técnica, a perícia, assim como a criação artística, a procura do belo. Enquanto
prática, ela é a realização do artesão, aquele que domina uma arte no primeiro
sentido, ou do artista, no qual um talento ou características particulares o tornam
apto a criar a beleza. A arte, no sentido de artesanato ou de técnica, não deve ser
oposta de forma rígida à criação artística, pois ela está longe de se reduzir à
repetição de um gesto irrefletido. Todas as teorias que defendem uma definição
concreta da arte estão agrupadas em teorias essencialistas e não essencialistas,
sendo que a teoria que nós vamos falar está dentro das teorias essencialistas.

A teoria arte como representação/imitação é uma das mais antigas teorias da


arte. Foi defendida por Platão e Aristóteles e foi durante muito tempo aceite
pelos próprios artistas como inquestionável. A definição que constitui a sua tese
central é a seguinte: uma obra é arte se e só se imita/representa algo.
Basicamente segundo esta teoria X é um objeto de arte se tem a capacidade
representar a realidade.
• Por representação compreendemos algo que toma o lugar de outra
coisa de forma intencional.
• A representação é mais ampla que a imitação – os filósofos gregos
usavam o termo Mimésis que significa imitação enquanto
representação.
Se analisarmos o argumento de uma maneira mais simples:
Se x é arte então é representa algo
X é arte
Logo, representa algo.

Chegamos à conclusão que o argumento é valido, mas será ele é igualmente


sólido?

Exemplos: “este filme é excelente, pois é um retrato fiel da sociedade americana


nos anos 60”/ “este quadro é tão bom que mal conseguimos distinguir aquilo que
o artista pintou do modelo utilizado”.
Após explorar estes exemplos conseguimos perceber que tanto o filme como o
quadro do pintor podem ser considerados obras de arte, uma vez que respeitam
o critério da representação de algo

Mas será esta teoria satisfatória?


Para sabermos se esta teoria é satisfatória teríamos de ver se a definição de arte
como representação é bicondicional. Isto é, se a representação é condição
necessário assim como suficiente para que algo seja considerado um objeto de
arte.

Vamos ver agora os aspetos a favor da teoria


 Adequa-se ao facto incontestável de muitas pinturas, esculturas e outras
obras de arte, como peças de teatro ou filmes imitarem algo da natureza:
paisagens, pessoas, objectos, acontecimentos, etc.
 Oferece um critério de classificação das obras de arte bastante rigoroso, o
que nos permite, aparentemente, distinguir com alguma facilidade um
objecto que é uma obra de arte de outro que o não é.
 Oferece um critério de valoração das obras de arte que nos possibilita
distinguir facilmente as boas das más obras de arte. Neste sentido, uma
obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse aproximar do
objecto imitado.

Por outro lado algumas criticas à teoria são o facto


1- Quanto ao critério de classificação, a teoria falha, pois há obras que são
reconhecidamente arte e não são tidas como tal;
2- Há obras que não imitam coisa alguma, como por exemplo a música
instrumental não parece imitar o que quer que seja. Neste sentido, o seu
critério valorativo falha;
3- Como saber se uma obra imita ou não realmente o seu objeto, um exemplo
disto é o quadro "A escola de Atenas" de Raphael Rooms, até que ponto é uma
imitação da escola real.

Falar sobre os quadros:

2ª - Nesta obra observamos em primeiro plano uma mulher ao centro,


aparentemente jovem, sentada. À sua beira podemos ver duas crianças, estando
a do lado esquerdo vestida e a do lado direito nua (=despida). Na sua mão
esquerda encontra-se um livro, que tem como objetivo demonstrar a sua
sabedoria. A paisagem da Natureza transmite calma e felicidade, principalmente
do lado direito, onde se encontra a criança nua. Raffael representou neste quadro
três figuras pelo facto de obedecer á regra do desenho geométrico usado nessa
época, o triangulo quase regular. Esta pintura é aceite na teoria da Arte como
Imitação porque é uma imitação ou mesmo uma pintura real de uma senhora no
seu dia-a-dia, a ler e a brincar com crianças, muito descontraída e sempre com a
Natureza por perto, sendo a própria pintura uma imitação da natureza.
1ª- Esta obra represente um conjunto de peixes mortos. Estes parecem estar
empilhados numa colina perto de uma praia. Goya foi habilidosamente
influenciado pela espuma de uma onda que quebrava na diagonal, do canto
inferior direito ao canto superior esquerdo. A cena é iluminada pelo luar que
brilha através das partes molhadas, corpos escamosos dos peixes e a luz reflete
nos seus grandes olhos mortos. É uma pintura que representa a natureza morta ,
e sendo assim, pertence á arte como imitação. Apesar de Francisco de Goya ter
sido um artista extremamente produtivo, ele pintou, talvez, apenas uma dúzia de
naturezas-mortas, no final da sua vida.

Você também pode gostar