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Atividades de Interpretação textual

Anedota: Lulinha

A professora pede ao aluno:

-- Dê um exemplo de um verbo.

Ele pensa e responde indeciso:

-- Bicicleta!

-- Bicicleta não é verbo!

Pede, em seguida, exemplo de verbo a outro estudante. Ele


também pensa, pensa e arrisca.

-- Plástico!

Ela se irrita.

-- Pelo amor de Deus, plástico não é verbo.

Pergunta então a um terceiro:

-- Diga um verbo.

Lulinha nem pensa e, prontamente, diz o que ela entende de


forma nítida como “hospedar”.

-- Muito bem, até que enfim. “Hospedar” é um verbo. Agora


diga uma frase com o verbo que você escolheu.

-- Os pedar da bicicleta é de prástico.


Revista Língua Portuguesa, n° 4.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição
reformulada – São Paulo. 2008. p. 48-9.

Entendendo a anedota:
01 – Os alunos apresentam dificuldade na aula de gramática.
Observe a última frase do texto.

a) Essa frase está de acordo com a variedade padrão da língua?

b) Caso não, como ela ficaria se quiséssemos reescrevê-la nessa


variedade?

02 – No dialeto caipira, é comum haver a troca, em final de sílaba,


da letra l pela letra r. Por exemplo: varal-varar; talco-tarco;
coronel-coroner.

a) Há, na anedota, alguma palavra que se enquadra nesse caso? Se


sim, qual?

b) Conclua: Que variedades linguísticas estão sendo utilizadas


nessa aula de gramática?

04 – O humor da anedota encontra-se na última frase. Você acha


que a frase dita pelo aluno vai satisfazer a expectativa da
professora? Por quê? Justifique sua resposta.
Poema: Fio de fala

A faca corta.
A faca fala

A faca fala
no seu FA…
A faca corta
no seu CA…

A faca fala
quando corta.

A faca corta
quando fala.

— Você afia
o fio da fala?

Como a nave
corta o ar,
como o vento
corta a face
eo remédio
corta a dor
a fala também
corta caminho
pro amor!
In: Vera Aguiar, coord. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 1995. p. 34.

Entendendo o poema:
01 – Você deve ter notado que todos os versos do poema apresentam um
espaço que separa algumas de suas palavras. Olhe o texto na vertical e leia o
1º verso. O que sugere esse espaço?

02 – Na 3º e na 4º estrofes do poema, o autor joga com palavras e com ideias.


Levante hipóteses sobre o que significam as frases:

a) “A faca fala / quando corta.”

b) “A faca corta / quando fala.”

03 – Nesse poema, o corte espacial resulta num corte também sintático.


Identifique um exemplo em que:

a) O sujeito fica separado de seu predicado.

b) O verbo fica separado de seu objeto.

c) O adjunto adnominal é separado de seu núcleo.

04 – O poema se chama “Fio de fala”. Esse título faz um jogo sonoro com a
expressão fio da faca, isto é, a parte afiada da lâmina. Contudo, considerando
as ideias gerais do poema, há uma grande diferença de função entre essas
duas expressões.

a) O que faz normalmente o fio da faca?

b) No poema, qual é o papel do fio da fala?


05 – Observe todos os verbos presentes no poema.

a) São significativos ou de ligação?

b) Qual é o único tipo de predicado existente em todo o texto?

c) Conforme vimos:

· O predicado verbal indica a ação realizada pelo sujeito da oração.

· O predicado nominal indica qualidade ou estado do sujeito.

Considerando essas afirmações, conclua: Por que há na construção do poema


apenas o tipo de predicado que você identificou?

06 – Embora o papel do “fio da fala”, no poema, seja unir, e não separar, o


corte espacial foi mantido até o último verso. Agora o poeta é você: invente
outro final para o poema, criando um verso que sugira visualmente a união
proporcionada pela fala no amor.

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