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Desafios do século

XX que influenciaram
a diplomacia do
século XXI

Moita (2006) A
seguir à I Guerra
Mundial, os
contornos da
diplomacia passam
por mudanças
relevantes. Como já
referimos, as
opiniões públicas
eram então muito
críticas em relação
ao secretismo das
práticas
diplomáticas,
reputado como um
dos principais fatores
negativos que
conduziram ao
desencadear das
hostilidades. Não
será por acaso que o
primeiro dos “catorze
pontos” do
presidente Wilson
para a nova ordem
internacional nesse
pós-guerra era
justamente o fim da
diplomacia secreta.
Reclamava-se a
eliminação de
cláusulas
confidenciais nos
tratados e a
democratização dos
temas internacionais,
designadamente
através do controlo
parlamentar da
tomada de decisões
em matéria de
política externa.
Como é sabido, neste
domínio percorreu-se
um longo caminho,
sem prejuízo de se
manterem as práticas
das discretas
conversações de
corredor, mesmo nas
instâncias mais
“abertas”.

Em simultâneo, as
interações entre as
sociedades
multiplicam-se
exponencialmente,
os processos
transnacionais
tornam-se mais
densos, as fronteiras
físicas são abatidas
por movimentos
humanos, por fluxos
culturais, por
permutas de
informação, por
permeabilidades
económicas enfim,
estamos longe dos
Estados soberanos,
fechados nos seus
territórios.
Estas óbvias
transições
repercutem-se na
natureza e no estilo
da prática
diplomática. O
embaixador,
delegado do
soberano, perde o
exclusivo da
representação do
país para o exterior. A
seu lado, surge uma
enorme variedade de
agentes, de novos
actores, de novas
formas de
representação. O
relacionamento
internacional deixa
de se circunscrever
ao nível de Estado a
Estado para se
alargar à escala de
sociedade a
sociedade.

““Por seu lado, a


agenda do trabalho
diplomático também
se alarga
substancialmente.
Para além das
tradicionais funções
dominadas pelos
assuntos políticos
bilaterais, as relações
exteriores abrem-se
aos mais diversos
domínios e integram
mesmo as chamadas
questões globais, por
imposição das
próprias dinâmicas
objetivas.””

Pouco a pouco,
ganha corpo uma
nova diplomacia, uma
diplomacia cujos
agentes já não são
apenas os
embaixadores
clássicos, uma
diplomacia que se
confronta com as
opiniões públicas e
as instituições
democráticas, uma
diplomacia que não
se limita ao bilateral e
se desenvolve no
multilateral, uma
diplomacia, enfim,
que já não trata
apenas da política
interestatal mas se
interessa por
múltiplas frentes,
com relevo para a
problemática
económica e
incluindo a “gestão
da globalidade”. No
caso peculiar dos
países atualmente
membros da União
Europeia estas
transições são
acrescidas de um
outro fator que é o da
emergência de uma
política externa
comum.

Almeida (2005)
previlegia que ...

As mais de cinco
décadas
transcorridas desde
o final da Segunda
Guerra mundial, tem
sido anos de
transformações sem
precedentes nas
Relações
Internacionais e nos
modos de vida, ao
ponto que em razão
dos câmbios
fundamentais e de
grande alcance que
se colocam, o mundo
de hoje
surpreenderia aos
diplomatas que em
1945 redigiram e
negociaram a Carta
da Organização das
Nações Unidas em
1945.
    Neste lapso
temporal, é possível
perceber e destacar
a presença de fatores
que têm
condicionado as
Relações
Internacionais, e que
são os seguintes,
exemplificativamente
:
1- A Guerra Fria, em
que as Relações
Internacionais
estiveram dominadas
pelo enfrentamento
ideológico, político e
estratégico entre
dois mundos,
liderado cada um
deles por uma
grande potência, os
Estados Unidos da
América e a União
das Repúblicas
Socialistas
Soviéticas.
2- A
descolonização,
que impulsionou o
processo de
universalidade da
sociedade
internacional como
consequência do fim
dos Impérios
coloniais.
3- O abismo Norte-
Sul, isto é, a
crescente
desigualdade entre
desenvolvidos e sub-
desenvolvidos.
4- O Fim da Guerra
Fria, com o
desmoronamento do
império soviético e a
emergência de um
mundo único em que
os princípios da
economia de
mercado, com seus
dogmas de
liberalização,
competitividade e
desregulação,
alcançaram vigência
universal,
caracterizada,
principalmente, pela
adesão da R. P. da
China na
Organização Mundial
do Comércio, e a
solicitação, mesma,
por parte da Rússia.
5- Relevância de
novos tipos de
conflitos, distintos
dos tradicionais, que
se desenrolam no
interior dos Estados e
não entre Estados.
Conflitos que são
acompanhados por
violações graves e
massivas dos Direitos
Humanos
Internacionais e que
podem colocar em
perigo a manutenção
da paz e segurança
internacionais.
6- Relevância das
Organizações
Internacionais,
universais e
regionais, como
instrumentos de
cooperação
permanente e
institucional entre os
países, bem como ao
progresso comercial
das nações nelas
envolvidas.
7- O
desenvolvimento e a
transfomação das
funções  e da
Diplomacia.
(Almeida,2005)

  As Funções da
Diplomacia no
século XX (2)
        Almeida (2005)
referência que

As relações entre os
Estados em épocas
passadas tinham, em
regra, um escasso
conteúdo e os
agentes diplomáticos
limitavam-se a
representar e a
informar os seus
respectivos países, e
neste último
particular em
matérias de caráter
muito limitado,
ocupando-se
ocasionalmente de
uma negociação
sobre um problema
concreto (uma
aliança política, um
acordo comercial, um
casamento real).
  Pelo contrário, as
relações entre os
Estados modernos
são de natureza
extremamente
complexa e variada o
que, só por si,
fornece já à
diplomacia moderna
um conteúdo mais
rico e diversificado,
exigindo ao agente
diplomático uma
maior preparação.
Basta referir o campo
das comunicações
para se fazer uma
idéia da
multiplicidade dos
elos que ligam os
vários Estados entre
si, mesmo aqueles
que geograficamente
se acham mais
afastados. As
telecomunicações, as
comunicações
postais, aéreas, de
navegação, de
caminhos de ferro e
de rodovias,
constituem domínios
que obrigam os
Estados a
cooperarem entre si. 
Alguns destes
domínios não
existiam no passado
e nos outros que já
existiam a
cooperação era
muito escassa e por
vezes mesmo
inexistente. É
evidente que as
relações entre os
Estados se estendem
ainda a muitos outros
e variados domínios
como sejam a saúde,
o intercâmbio
cultural, a
cooperação
fínanceira e
econômica, a
imigração, a
cooperação científica
e técnica, os
esportes, a proteção
de marcas e da
propriedade
intelectual, entre
outros. 
   Se o conteúdo
material da atividade
diplomática é, pois,
bastante complexo e
variado, os
elementos em que se
decompõe a
atividade diplomática
são também
diversos.  A
necessidade de
regulamentar
juridicamente as
funções das missões
diplomáticas levou a
uma precisão, no
âmbito do Direito
Internacional Público,
dos vários elementos
fundamentais em que
se decompõe a
atividade
diplomática.  Esses
elementos, que se
acham
descriminados no
artigo 3.º da
"Convenção de
Viena sobre
relações
diplomáticas", de
18 de Abril de 1961,
são os seguintes:
 a) representação;
b) proteção;
c) informação;
d) promoção; e
e) negociação.

Almeida, D, F. (2005).
DIPLOMACIA NO
SÉCULO XX: O
Desenrolar da
Diplomacia e as suas
funções. Recuperado
em:
http://
www.lawinter.com/
2004%202%20diplo
macia.htm

Moita, L. (2006). Da
diplomacia clássica à
nova diplomacia.
Janus -Espaço de
Relações
internacionais.
Recuperado em:
https://
www.instituto-
camoes.pt/images/
stories/
tecnicas_comunicaca
o_em_portugues/
portugues%20nas%2
0relacoes%20interna
cionais/
Da%20diplomacia%2
0classica%20a%20n
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