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Pós Graduação – Modalidade EAD

Especialização em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico.

TRABALHO AVALIATIVO
DISCIPLINA: Sistema & Tratamento de Efluentes

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO: Oasys Water: Equilibrando parcerias


estratégicas e decisões de financiamento. De autoria de Ramana Nanda; William
A. Sahlman; Sid Misra (2014). Estudo de Caso: Harvard Business School
Publishing. ©2014.

EDSON FERNANDO DE SOUZA / Matão – SP.

A água é um bem de todos. Porém, este entendimento não é uniforme, porque alguns
países “vendem” seus lençóis freáticos – e uma coisa que é de todos não pode ser utilizada de
forma individual. Enfim, discussões filosóficas a parte (e vamos falar alguma coisa sobre o
debate de haver ou não o conceito de bem comum, ou se de fato, como diz Smith, simplesmente
o mote que vale a pena seguir é: seja egoísta e faça sua parte), o mundo deve se resolver de
alguma forma mesmo. Enfim, é claro que existem bens comuns, e evidentemente a água é um
dos mais importantes deles.
De acordo com os autores Irigaray; Gorczavski (2019) a água é um bem comum, mas
para entender este conceito é necessário que anteriormente entenda-se a questão da importância
de outros direitos, como “direitos humanos, pelos princípios basilares de relação com a água,
com direito humano protegido por políticas públicas” (IRIGARAY; GORCZAVSKI, 2019,
p.15) e etc..
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Porém, filósofos como Adam Smith e Nietzsche (2000), que seguem a linha de
Schopenhauer e da Vontade de Potência (vontade de vencer e conquistar coisas na vida)
afirmam que pensar no bem coletivo é um fraqueza, porque, de fato, o homem deveria ser
impetuoso, dominador e preocupado com a arte de auto conservar-se, vejamos:

Com isto, toco a obra-prima na arte da auto conservação, do egoísmo... com efeito,
se admitirmos a determinação, a missão particular, o destino dessa missão está
muito acima da média ordinária, pois não há perigo maior do que dar-se conta de
si mesmo [...]. Para expressar-se com uma fórmula colhida na moral: o amor ao
próximo, o viver pelos outros, etc., podem ser as medidas preventivas para a
conservação [e não utilização, ou da negação] do mais absoluto amor de si mesmo
(NIETZSCHE, 2000, p.62-63).

Entretanto, se analisarmos a situação do uso da água com a ótica do uso particular


apenas, e que a vontade de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas prevaleça ao entendimento
coletivo sobre o uso da água, então, faria sentido o entendimento de uso egoísta dos recursos
hídricos.
Entretanto, como a água é um bem de todos, e ela deve ser pensada de forma coletiva
e abrangente, então, o que deve ser mais ponderado mesmo, é a questão do uso racional e bem
estruturado dos recursos hídricos.
Conceitos introdutórios expostos acerca da questão da água, presentemente, faz-se a
resenha de um estudo acadêmico que trata do reuso da água e do uso racional dos recursos
hídricos. Estamos falando do estudo intitulado “Oasys Water: equilibrando parcerias
estratégicas e decisões de financiamento”; de autoria de Nanda; Sahlman; Misra (2014),
publicado na Harvard Business School (Estudo de caso – n.º 9-815-076, de nov. de 2014).
Trata-se de um estudo extremamente técnico e intrincado. A Oasys Water é uma
empresa real, e que trabalha com osmose inversa (em inglês, FO ou forward osmosis) e outros
sistemas de membranas para recuperação de águas servidas com altos índices de salinidade,
incluindo o método ZLD (em inglês, Zero Liquid Discharge – descarte líquido zero).
Este tipo de tecnologia é categorizado na terceira classe dos tipos básicos dos
tratamentos de resíduos de óleo e gás / combustível (geralmente, de Petróleo, e em inglês, O&G
– Oil and Gas), se tratando de um processo de natureza química, física ou biológica.
Sobre isto, diversos autores, como Pires (S/d) e Mariano (2005), abordam a questão da
importância destes tipos de tratamentos de resíduos ou efluentes. Já que para um maior efeito
nos processos de tratamento deste tipo de material residual, o primeiro processo que é
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empregado nos efluentes das refinarias de O&G é o tratamento da separação do material


residual em diferentes categorias de efluentes, assim, facilitando seus respectivos tratamentos:

O tratamento dos efluentes das refinarias de petróleo. Um bom tratamento das


águas residuárias [residuais] das refinarias pode resultar em altos níveis de
recirculação e reuso, diminuindo substancialmente a quantidade de efluentes a
serem lançados. Para uma maior efetividade e economicidade, geralmente o
primeiro processo empregado nos efluentes das refinarias é a separação em
diferentes tipos de efluentes que, de acordo com suas características, recebem
tratamentos diversos. De acordo com Mariano (2005), os tratamentos dos
efluentes de refinarias são classificados em três tipos básicos: primários - uso de
separadores gravitacionais; secundários - englobam os processos de
neutralização, coagulação química seguida por sedimentação, e os processos de
filtração e flotação; terciários - de natureza química, física ou biológica - uso
de lodos ativados, lagoas aeradas, filtros biológicos, lagoas de estabilização, torres
de oxidação, filtração, adsorção em carvão ativo e osmose reversa. (MARIANO
2005 apud PIRES, S/d, p. 131-132).

Mas não se trata apenas da questão da osmose reversa, e de todas estas tecnologias de
dessalinização ou de reuso de águas servidas, trata-se também de um estudo que analisa as
diversas opções de investimentos, de financiamentos e de parcerias estratégicas para os
negócios.
Isto diz de um universo muito amplo de assuntos estratégicos / técnicos. Por exemplo,
sobre financiamentos, pode-se ter linhas de créditos especiais para investimentos em
infraestrutura, isto com parcerias no poder público, por outro lado, pode-se tentar as parcerias
estratégicas particulares como o PE / VC, isto é Private Equity / Venture Capital (equivalência
patrimonial / capitais de risco) e etc..
“Investidores estratégicos eram vistos como tendo muitos recurso para tecnologia e
diligência de mercado. A sua participação em uma rodada de financiamento poderia ser um
forte sinal positivo sobre a importância e disponibilidade de uma tecnologia [assim]” (NANDA;
SAHLMAN; MISRA, 2014, p.8).
Entretanto, as perguntas feitas com os negócios da Oasys water não são assim tal
facilmente respondidas, porque, quando a empresa queria atuar no mercado chinês, vários
entraves aconteciam, como as barreiras de direito à propriedade intelectual, e o uso de empresas
ligadas á cultura da internet, como se sabe, na China liberdade de comunicação, propriedade
pessoal e demais conceitos sofrem distorções em relação a estes mesmos conceitos, como eles
são comumente aceitos no oriente. Assim, percebe-se que a tecnologia nem sempre acontece
ou nem sempre é totalmente utilizada, por causa de lobbys ou influências, também.
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REFERÊNCIAS

NANDA, Ramana; SAHLMAN, William A.; MISRA, Sid. Oasys Water: Equilibrando
parcerias estratégicas e decisões de financiamento. Rev. Harvard Business School, Id Case
n.º n.º 9-815-076, de nov. de 2014. © 2014, Presidente e colegas da Harvard College. Todos
os direitos reservados. Para solicitar permissão para fotocopiar ou reproduzir o conteúdo de
artigos, ligue para 1-800-545-7685, ou escreva para Harvard Business School Publishing,
Boston, MA 02163 ou ainda acesse www.hbsp.harvard.edu. Versão online. Versão traduzida
por corpo docente de IES: versão para fins educacionais, para He Others, Universidade
Estácio de Sá, Pós-Acadêmicos Estácio. A cópia ou o envio deste documento viola os direitos
autorais. Acesso mediante log-in em <http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/
disciplineDetails> Acesso em 08 de fev. de 2021.

IRIGARAY, Micheli Capuano; GORCZAVSKI, Clovis. Água como bem comum: o


reconhecimento de um direito humano. Anais UNISC... XVI Seminário Internacional / XII
Mostra Inter. de Trab. Acadêm. 2019. Pp 1-17. Versão online. Disponível em
<https:///www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url
https://online.unisc.br/acadnet/anais.index.php/sidspp/article/download/19659/119261
2372&ved=2ahUKEwjJj8...> Acesso em 12 de fev. de 2021.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo: como cheguei a ser o que sou. São Paulo (SP): Ed.
Martin Claret, 2000.

PIRES, Antônio Jorge Ferreira Pires. Monitoramento e Controle da Poluição Ambiental.


Antônio Jorge Ferreira Pires. Santos (SP): Núcleo de Educação a Distância da UNIMES.
(Material didático. Curso de Gestão ambiental). Acesso mediante log-in em
<www.server1.unimesvirtual.com.br> Acessado em 28 de ago. de 2020.

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