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RESUMO: O processo de redemocratização na sociedade brasileira, após o período na qual o país vivenciou um
regime de exceção, alcançou diversos aspectos da vida nacional, trazendo à tona significativos debates e
mudanças relativamente à questão dos Direitos Humanos e sua efetivação no país. Todavia, é comum verificar-
se ações no campo da Segurança Pública que acendem as discussões sobre a atuação das forças policiais
brasileiras, as quais mostram-se conflitantes com os anseios de democratização e cidadania esposadas pelo povo.
O artigo busca discutir a temática em face da atuação dos agentes de Segurança Pública na sociedade brasileira
contemporânea, especialmente, dos policiais militares, refletindo sobre o processo de construção histórica da
identidade, dos princípios e da mentalidade institucionais da polícia, uma questão que ultrapassa as salas de aula
dos centros de formação e os muros dos quartéis.
1 INTRODUÇÃO
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Tenente Coronel da PMRN, Professor da Academia Cel Milton Freire de Andrade, membro da Corregedoria de Defesa
Social/RN, Mestre em Ciências Sociais (UFRN), Especialista em Direitos Humanos (FLACSO), Especialista em Segurança
Pública e Cidadania (UERN). Rua do Catetinho, 139, Cj Alvorada I, Pajuçara; CEP 59.122-370 – Natal, RN; Tel.: (84) 3661-
5660 / (84) 9122-0737; e-mail: marcosbmendes@ig.com.br.
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Todavia, observa-se que, nos últimos vinte anos, em várias partes do território
nacional, tem ocorrido o crescimento de fenômenos como a violência, a criminalidade e a
desigualdade social, resultantes, dentre outros fatores, de uma crise ética que aflige,
principalmente, categorias que detêm generosas cotas de poder (político, cultural e simbólico)
e de responsabilidade na gestão desse espetacular complexo de raças, paisagens geográficas,
econômicas e culturais, chamado Brasil.
Dentro do estudo dessas ameaças aos Direitos e Garantias Fundamentais das pessoas,
uma das temáticas mais candentes reside na ação das polícias estaduais, instrumentos do
Estado responsáveis pela aplicação da Lei. E a ressonância das violações praticadas por esses
agentes estatais, além de refletir a urgente necessidade de mudanças nas estruturas dos órgãos
policiais, mormente, em seus aspectos ideológicos e administrativos, espelha a omissão com
que se houve o poder público, de forma mais específica, na formulação de um novo modelo
de polícia adequado à nova realidade brasileira, fundado no respeito aos direitos humanos e à
cidadania.
Ainda que as instituições policiais apresentem em sua defesa o argumento de que esses
atos são praticados por uma minoria de seus integrantes, não há como questionar que tais
práticas ferem diretamente os estatutos internacionais de direitos humanos, em muitos dos
quais o Brasil é signatário, entre eles o Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis
pela Aplicação da Lei (1979). Contudo, há uma pergunta que não quer calar: se o PNSP e a
SENASP prevêem e realizam investimentos na educação em Direitos Humanos, inclusive
com o recente lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, qual seria a
justificativa para a conduta truculenta e violadora de direitos, adotada pelos policiais
brasileiros?
Acreditamos que a resposta para esta inquirição não reside em um único explicativo,
mas num conjunto de variáveis que afetam a conduta profissional dos policiais. O propósito
deste trabalho não consiste em esgotar a discussão sobre o assunto, dada sua complexidade e
abrangência multidisciplinar. Porém, estaremos nos detendo na análise da aplicação dos
direitos humanos, dentro do contexto da Polícia Militar e, mais especificamente, no Estado do
Rio Grande do Norte.
O país, então recém saído de uma ditadura, ainda guardava em sua memória imagens,
testemunhos e lembranças dos horrores praticados não só pelas forças oficiais mas, também,
por muitos que compunham grupos políticos de oposição ao regime, em sua “luta pela
liberdade”. E, neste caso, é interessante ressaltar que, embora as cobranças e acusações quanto
à prática de abusos e agressões contra os direitos de muitos cidadãos recaiam quase sempre
sobre as Forças Armadas e as polícias estaduais, essas violações aconteceram de ambos os
lados da história. O que se presenciava, na verdade, era um confronto político-ideológico no
qual, ambos os lados, tentavam justificar seus atos violentos e abusivos pelos argumentos da
“Defesa Nacional” e da “luta pela Democracia”.
Após um período de vinte e um anos de regime militar ditatorial, vigente desde 1964,
principiou-se no país o processo de volta à democracia, o que requeria “um novo código que
refizesse o pacto político-social” (PIOVESAN, 1996, p. 55). Esse estatuto foi a Carta de 1988
que, segundo Piovesan:
[...] institucionaliza a instauração de um regime político democrático no Brasil [e]
(inserção nossa) introduz também indiscutível avanço na consolidação legislativa
das garantias e direitos fundamentais e na proteção de setores vulneráveis da
sociedade brasileira. A partir dela, os direitos humanos ganham relevo
extraordinário, situando=se a Carta de 1988 como o documento mais abrangente e
pormenorizado sobre os direitos humanos jamais adotado no Brasil. (ibid)
Para os seres humanos não pode haver coisa mais valiosa do que a pessoa humana.
Essa pessoa, por suas características naturais, pode ser dotada de inteligência,
consciência e vontade, por ser mais do que uma simples porção de matéria, tem uma
dignidade que a coloca acima de todas as coisas da natureza. Mesmo as teorias
chamadas materialistas, que não querem aceitar a espiritualidade da pessoa humana,
sempre foram forçadas a reconhecer que existe em todos os seres humanos uma
parte não-material. Existe uma dignidade inerente à condição humana, e a
preservação dessa dignidade faz parte dos direitos humanos. (DALLARI, 2000, s.p.)
Por outro lado, o mesmo artigo imputa a todos, os direitos aos quais nos referimos.
Fizemos questão de grifar o vocábulo todos, dado o caráter de universalidade que alcança
esses mesmos direitos, e que assegura o exercício do princípio da isonomia. Convém frisar
que há, ainda, o art. 144 refere-se a uma responsabilidade coletiva, no escopo garantir a
permanência dos laços de fraternidade social, a liberdade consciente e responsável, bem
como, a igualdade de direitos3, o que forma o tríplice supedâneo para a prática da Democracia
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Segundo o Art. 6º da CF/88, “são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
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Percebe-se que a tríade liberdade, igualdade e fraternidade, expressa como fundamento filosófico que permeou as principais
declarações de direitos da Idade Moderna (Declaração de Direitos da Virgínia de1796 e as Declarações de Direitos do
Homem e do Cidadão de 1789 e 1793), mantendo-se, ao longo do tempo, no âmago dos principais documentos de direitos
humanos e culminando com Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948, tem sua influência em
nossa Carta Magna, não só no que se refere aos artigos 5º e 6º, todavia em outras de suas partes, como o art. 144.
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Entendemos que apesar de alguma evolução, as práticas policiais ainda não atendem
na totalidade essas características de uma polícia alicerçada nos princípios democráticos e
humanitários. Mas, será que esse estado de coisas constitui-se, unicamente, por culpa dos
policiais que são homens violentos, grosseiros e maus? Será que estes mesmos policiais têm
sido alvo de respeito aos seus direitos fundamentais e a sua dignidade? Por que é tão difícil a
construção de uma nova polícia? Estas são questões que brotam ao estudarmos a (difícil)
relação entre a polícia brasileira e os direitos humanos fundamentais, na nova realidade sócio-
política do país.
O autor prossegue apresentando fatores que asseveravam à Polícia Militar este caráter
imprescindível ao sucesso pleno do movimento revolucionário:
Alguns fatores, tidos como materiais, colocam as PPMM como forças mais aptas
para a ação militar urbana: a) o contingente das policias estaduais é na maioria dos
Estados, superior ao das FFAA na região; b) o armamento policial, mais leve, é o
mais adequado para controlar e reprimir a “perturbação da ordem”; c) o policial
militar, tendo em vista a sua ação permanente no policiamento ostensivo, está mais
bem preparado para controlar e combater as forças de oposição; d) por deterem uma
menor dose de politização, os policiais militares estão mais isentos do contágio
político-ideológico e, portanto, mais acessíveis às ordens de comando numa
operação de grave perturbação da ordem.(idem)
país mediante varredura das ruas pelas polícias e Forças Armadas, incluindo amplas
buscas, capturas e prisões em massa. (HUGGINS, 1998, passim)
Estes elementos históricos evidenciam uma questão que demanda ser refletida no
estudo ora desenvolvido: como esperar um comportamento isento, desprovido das paixões de
momento e focado na legalidade dentro da ação policial militar, considerando toda a herança
de arbítrio da qual foram depositários durante o regime ditatorial? Percebe-se com nitidez que
a prática dos IPMs, fortalecia as categorias dominantes da sociedade no exercício do poder
local, isto é, pelas oligarquias representadas por empresários, grandes produtores rurais
(latifundiários) e facções políticas mais conservadoras, exatamente aquelas que deram a
sustentação no lado civil do movimento golpista. O cenário, portanto, difere pouco daquele
apresentado no período da República Velha, a fase dos coronéis. Assim, o sistema, ampliava
sua rede de controle e repressão sobre os segmentos mais progressistas da sociedade,
permitindo estabelecer elementos de poder local que fossem favoráveis ao regime e, ao
mesmo tempo, dominando as instâncias de segurança pública de caráter regional. Esse
controle e repressão dava-se por intermédio de um conjunto de medidas, que envolviam o
poder local. Como observa Alves:
A campanha de repressão consistia não só na institucionalização da tortura, como na
técnica de interrogatório e controle político, no desenvolvimento de programas
de pacificação e blitz, e na implantação de uma vasta rede policial para levar a
cabo os programas do Aparato Repressivo. (ALVES, op cit, p. 193)
Logo, consideramos que a influência do exército sobre a ação policial, no que tange à
militarização e, por conseguinte, à conduta bélica no trato de assuntos de segurança pública,
não foi o único fator que levou contribuiu para posturas arbitrárias e violentas de policiais
militares em sua atuação cotidiana. Penso que este exercício de poder pelas categorias já
citadas, na defesa de seus interesses e buscando um maior controle sobre os demais segmentos
da sociedade, contribuíram sobremaneira para essa violência, partindo do princípio que a
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A Constituição de 1967, em seu artigo 13, parágrafo 4º, reiterava a missão das
Polícias Militares como “instituídas para a manutenção da ordem e segurança interna (grifo
meu) nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal” (BRASIL, 2006, s.p.). Para Silva:
As expressões “segurança interna” e “manutenção da ordem” eram interpretadas
pelo Estado-Maior do Exército como estando numa relação de intensidade.
Inicialmente seriam empregadas as forças estaduais. Incapazes ou insuficientes
essas, as forças federais seriam empregadas para reforçá-las ou substituí-las. A
expressão “manutenção da ordem” era, assim, tomada em seu sentido estrito, ou
seja, relacionada a ações de controle em manifestações públicas e para as ações de
choque nos casos de distúrbios civis. As funções policiais típicas eram
desenvolvidas até 30 de dezembro de 1969 (Dec.-Lei nº 1.072) pelas demais
organizações policiais então existentes nos Estados: polícias civis, guardas civis,
guardas de vigilância, polícias de trânsito etc. [...] As Polícias Militares eram
marcadamente aquarteladas, e acentuadamente ociosas. O texto da Constituição de
1946, pois, não deixava dúvidas quanto à prioridade no emprego da PM: a segurança
interna.(SILVA, 1990, p. 184)
defesa dos cidadãos, das leis e dos direitos, através do uso comedido da força.
(SOARES, 2004, p. 3)
Por outro lado, o fato das polícias estaduais estarem, à época, quase que inteiramente
voltadas para a questão da segurança interna, permitiu, especialmente nos centros urbanos
mais desenvolvidos, um considerável crescimento da criminalidade comum, acrescida ainda,
pela criminalidade de cunho ideológico – como, por exemplo, os assaltos a unidades bancárias
por grupos na clandestinidade, visando o financiamento da luta armada no país. Como a
violência institucionalizou-se e, assim, passou a constituir uma política de governo, foi natural
o surgimento dos esquadrões da morte “informais”, no contexto das forças policiais.
Não estamos com isso afirmando que o regime militar criou os esquadrões da morte,
entretanto, fatores como a formulação da política de segurança nacional e a forma como foi
inserida no contexto das instituições policiais, além da ausência de preocupação com uma
política efetiva de segurança pública e de um aprimoramento judicial para as questões da
criminalidade comum, colaboraram sobremaneira para que a violência cometida por policiais,
fugisse ao controle e se exacerbasse, alastrando-se por outras regiões do país. Este tipo de
recurso, perdurou através do tempo, resistindo mesmo ao fim da ditadura em 1984, e, ainda
hoje, perdura nas instituições policiais, mesmo estando a sociedade brasileira em pleno
regime democrático.
Apesar desses avanços, o regime militar deixou como herança um sistema policial
militarizado, que a Constituição Federal de 1988 não conseguir abolir, ao manter, em seu
artigo 144, as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares como forças auxiliares e
reserva do Exército, bem como, em seu artigo 42, classificar os membros dessas instituições
como “militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”, redação dada pela
Emenda nº 18, de 5 de fevereiro de 1998. Vale esclarecer que estamos nos referindo à
militarização como “processo de adoção e emprego de modelos, métodos, conceitos, doutrina,
procedimentos e pessoal militares em atividade de natureza policial, dando assim uma feição
militar às questões de segurança pública” (CERQUEIRA, 1997, s.p.).
O assunto é violência. Quer dizer, a violência que a gente comete. Alguns chamam
tortura. Eu não gosto da palavra, porque ela carrega uma conotação diabólica. Acho
que há casos e casos, e que nem toda tortura é tortura, na acepção mais comum do
conceito [...] O que quero dizer é que não me envergonho de não me envergonhar
de ter dado muita porrada em vagabundo. Primeiro, porque só bati em
vagabundo, só matei vagabundo. Isso eu posso afirmar com toda certeza. Sinto
minha alma limpa e tenho a consciência leve, porque só executei bandido. E, para
mim, bandido é bandido, seja ele moleque ou homem feito. Vagabundo é
vagabundo (grifos meus). (idem, p. 35-36)
Por outro lado, este tipo de visão, serve como auto-justificativa para o cometimento de
assassinatos, ou seja, elimina os pudores morais de matar alguém, traçando uma linha de
separação entre o crime comum de homicídio, a morte por um ato de auto-afirmação diante do
grupo e de evidente masculinidade e, ainda, de um ato que faz parte da necessária “limpeza”
da sociedade, da qual a polícia está encarregada.
Não vamos ser cínicos e fingir que vivemos no paraíso da democracia racial. E não
estou falando só porque sou negro e vítima do preconceito, não. Milhões de vezes
me pego discriminando também. Na hora de mandar descer do ônibus, você acha
que escolho o mauricinho louro de olhos azuis, vestidinho para a aula de inglês, ou o
negrinho de bermuda e sandália? E não venha me culpar. Adoto o mesmo critério
que rege o medo da classe média. É isso mesmo, a seleção policial segue o
padrão do medo, instalado na ideologia dominante, que se difunde na mídia
(grifo meu). (SOARES et al, op cit, p. 133-134)
Ressalto nesta última citação, o fato afirmado por um policial de reproduzir em sua
atitude – sem importar que seja uma manifestação de preconceito racial – o que ele chama de
“medo da classe média”. Chamo atenção, muito mais para o aspecto da reprodução de um
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Para melhor esclarecimento, ver os estudos de Bourdieu sobre o poder simbólico e capital social nas seguintes obras:
BOURDIEU, Pierre. Esboço de um teoria da prática. Tradução das partes: “Le trois modes de connaissance” e “Structures,
habitus et pratiques”. In: ORTIZ, Renato (org.) & FERNANDES, Florestan (Coord.). Pierre Bourdieu, São Paulo: Ática,
1994. p. 46-81.
______. Razões práticas: sobre a teoria da ação, Campinas, SP: Papirus, 1997.
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Assim, diante da construção cultural de uma polícia que foi forjada para exercer um
papel de instrumento de defesa do Estado, conforme exposto, acreditamos ser natural que essa
mesma polícia reproduza, de forma perversa e exacerbada, em suas ações, toda a carga de
autoritarismo e de força próprias da discricionariedade estatal, empregando a violência e
impondo-se pela força, mesmo que importe em violações dos direitos humanos e dos
cidadãos.
a ação da polícia deve ser acompanhada de ação social preventiva, onde ambas as ações são
complementares entre si5.
Entretanto, outro princípio assevera que os policiais são seres humanos, considera-os
como trabalhadores e investe-lhes da condição de cidadãos, logo, portadores de direitos
humanos.
Daí, não ser estranho que muitos integrantes das PMs afirmem que direitos humanos
servem só para proteger bandidos. E este alheiamento, esta falta de vivência com o uso e gozo
dos direitos que lhes são peculiares, tem levado à violação dos direitos alheios. Essa situação
atinge de forma mais incisiva, as Praças, considerando que, dentro de suas respectivas
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Isto confirma a importância de se ter uma visão sistêmica da segurança pública.
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Ainda que tenham ocorrido substanciais mudanças nas diretrizes e nas bases
curriculares para a formação dos policiais, é notório que o viés militarizado da Corporação
mantém forte influência sobre seus Centros de Formação. E, neste sentido, elementos como
energia e seriedade, muitas vezes, tornam-se sinônimos de intolerância, rispidez e truculência,
em nome de um pseudo “enrijecimento de caráter”. A cobrança exacerbada nos movimentos e
atitudes militares, bem como, as punições físicas ou o corte de direitos, são impostos aos
alunos com naturalidade, acreditando-se que essas atitudes irão gerar um espírito disciplinado
e obediente, pronto a responder – como é dito em muitos centros de formação – “sim, senhor;
não, senhor e quero morrer”. Aliás, esta é apenas uma das múltiplas expressões infelizes que
se acham ecoando nas escolas policiais.
Então, como exigir desse homem uma postura diferente, cidadã e voltada para os
direitos humanos, se seus próprios direitos são usurpados durante o período de formação, se
sua intimidade é violada depois de terminado o curso, se as punições e os privilégios são
distribuídos de forma desigual?
Como condenar o policial que busca refúgio sob a proteção de uma certa autoridade
em segmento outro do poder público, desviado de sua função original, se essa foi a fórmula
que se construiu – inclusive, pelos Oficiais – para alcançar melhores rendimentos e qualidade
de vida?
4 CONSIDERAÇÕES
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REFERÊNCIAS
DALLARI, D. O que são direitos humanos. In: Enciclopédia digital direitos humanos.
Natal: DHnet / Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, 2000. 1 CD-ROM
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Tradução de Raquel Ramalhete. 19. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1999.
MUNIZ, J. Direitos humanos na polícia. In: LIMA, Renato Sérgio de & PAULA, Liana de
(orgs). Segurança pública e violência: o Estado está cumprindo o seu papel? São Paulo:
Contexto, 2006. p. 65-75
SOARES, Luiz Eduardo et al. Elite da tropa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
SOUSA FILHO, A. de. Medos, mitos e castigos: notas sobre a pena de morte. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2001. – (Coleção Questões da Nossa Época; v. 46)