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FACULDADE UNICESUMAR DE CURITIBA

ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNOS: BRUNA QUEIROZ E GABRIELLI OLEKISEO.

DIAGNÓSTICO URBANO
AEP INTEGRADORA - 9º SEMESTRE

CURITIBA
2022

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FACULDADE UNICESUMAR DE CURITIBA
ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNOS: BRUNA QUEIROZ E GABRIELLI OLEKISEO.

DIAGNÓSTICO URBANO
AEP INTEGRADORA - 9º SEMESTRE

Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e


Urbanismo da universidade Cesumar de Curitiba,
com a finalidade de instigar os alunos na busca
e compreensão da temática agricultura Intraurbana,
na aplicação de soluções técnicas e tecnologia no
cotidiano da população de Curitiba-PR.

CURITIBA
2022

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SUMÁRIO

Introdução................................................................................................................. 4
Conceitualização Espacial...................................................................................... 5
Localização .............................................................................................................. 6
Cheios e vazios do entorno e informações sobre o terreno................................ 8
Estudo de técnicas e soluções tecnológicas disponíveis................................... 8
Criação de uma Horta Urbana................................................................................. 9
Container................................................................................................................... 9
Estufa....................................................................................................................... 10
Canteiro de Hortas.................................................................................................. 10
Jardim de Mel.......................................................................................................... 11
Jardim de Chuva..................................................................................................... 12
Por que o escoamento da água da chuva é um problema para a horta urbana?
...................................................................................................................................13
Adubação verde como prática sustentável.......................................................... 14
Estudo de Caso 1.................................................................................................... 15
Estudo de Caso 2.................................................................................................... 18
Diretrizes projetuais................................................................................................ 21
Estufa....................................................................................................................... 21
Jardim de Mel.......................................................................................................... 21
Irrigação por Aspersão........................................................................................... 21
Conclusão da análise crítica e técnica do grupo................................................. 23
Referências.............................................................................................................. 24

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INTRODUÇÃO

Importante destacar que durante o século XIX a população mundial registrou


um significativo aumento demográfico. Tal aumento se fez sentir primeiramente nas
zonas do globo que foram tocadas pela industrialização, como foi o caso do Reino
Unido e da França, e posteriormente Alemanha, Bélgica, Holanda e Dinamarca. Como
consequência dos processos de industrialização, fizeram-se sentir grandes
movimentos migratórios que favoreceram as aglomerações urbanas e, muitas cidades
crescem a ritmos muito superiores quando comparadas com outras. Com a
urbanização e o crescimento populacional das cidades as condições alimentares
começam a apresentar problemas, isto levou muitos indivíduos a criarem estratégias
de sobrevivência. Entre elas, muitos foram os que optaram por se prevalecer dos
conhecimentos que, eles próprios ou suas gerações anteriores, faziam uso em seu
antigo meio, a agricultura, forma básica de garantir sustento. (LIMA, [s.d.]).
De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas), a proporção da
população que vive em áreas urbanas, atualmente é cerca de 55% da população
mundial, e aumentará para 70% até 2050.
À medida que as populações urbanas crescem e as cidades demandam mais
alimentos, surgem iniciativas para promover a segurança alimentar desses
moradores, como pequenas hortas comunitárias, fazendas urbanas, fazendas
verticais e instalações de hidroponia intensiva ou aquicultura, todas essas iniciativas
podem ser usadas como exemplos de agricultura urbana, uma prática muito
diversificada e facilmente adaptável, como hortaliças, e frutas, mas também pode
incluir plantas medicinais, ou ornamentais, etc, desde que as condições regionais e
ambientais sejam requisitos adequados para cada atividade.
Segundo (ALEXANDRE; ROESE, [s.d.]) a agricultura urbana é realizada em
pequenas áreas dentro de uma cidade, ou no seu entorno (periurbana), e destinada à
produção de cultivos para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena
escala, em mercados locais. Difere da agricultura rural em vários aspectos:
Inicialmente, a área disponível para o cultivo é muito restrita na agricultura urbana.
Além disso, há escassez de conhecimentos técnicos dos parte diretamente por
agentes/produtores envolvidos; frequentemente não há possibilidade de dedicação
exclusiva à atividade; a atividade destina-se, normalmente, para utilização ou
consumo próprio; há grande diversidade de cultivos; e a finalidade da atividade é
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distinta, normalmente não é requisito para a agricultura urbana a obtenção de lucro
financeiro.
A agricultura urbana funciona para trazer a prática de cultivo, processamento e
distribuição de alimentos, juntamente com o cultivo da vegetação. Podem resultar em
maiores graus de sustentabilidade e segurança alimentar, além de trazer novas
maneiras pelas quais os arquitetos estão reconectando as cidades com a natureza.
A saúde está diretamente ligada às condições alimentares e ambientais e, no
contexto de comunidades da periferia, os níveis de doença intensificam-se diante da
pouca disponibilidade e da baixa qualidade dos alimentos e da vulnerabilidade das
pessoas expostas a agentes externos. Geralmente, boa parte de quintais domésticos
e terrenos baldios são destinados ao acúmulo de lixo e entulho. A limpeza dessas
áreas e sua utilização para plantio e outras formas de produção proporcionam
melhoria considerável ao ambiente local. Espaços baldios e públicos podem ser
repensados por arquitetos para trazer uma maior sustentabilidade para as cidades e
cooperar na saúde populacional, além de implantar em novos projetos como terraços
e telhados verdes.

1. Conceitualização Espacial

O local escolhido para aplicação da proposta de agricultura intraurbana fica


localizado na rua Emanuel Eurico de Miranda, no bairro da Cidade Industrial de
Curitiba (CIC), na vila Sabará. O local é um terreno limpo, próximo a uma
comunidade de baixa renda, e dessa forma o desafio é incentivar a prática da
agricultura urbana e oferecer gêneros alimentícios de qualidade a custo acessível
especialmente para essa população com pouco acesso, promovendo o
desenvolvimento socioeconômico e segurança alimentar, além da melhoria e
sustentabilidade do meio ambiente como o aumento da capacidade de infiltração no
solo, conservação da biodiversidade e diminuição da poluição, e ainda trazer a
cooperação da população, fazendo com que interajam e busquem um espaço e
reconhecimento maior pelo espaço em que vivem, além da identificação com o local.

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1.1. Localização

Figura 1 Figura 2

Fonte: Autoral Fonte: Google maps

As ocupações ao redor se destacam pela quantidade de manifestações em


reivindicação ao direito à moradia. A região concentra grande parte das moradias
irregulares e da produção habitacional por parte do poder público em Curitiba, e sua
história revela o caráter segregacionista da produção do espaço na cidade. A área é
caracterizada pela precariedade das condições de habitação, infraestrutura e
saneamento, como também pela carência de serviços e equipamentos públicos.

A inclusão de uma horta urbana, e atividades de incentivo à agricultura em


locais desocupados na vila Sabará, integrará a população ao espaço, incentivando
na prática pela melhor utilização e convivência no ambiente. Trazendo a
comunidade para participar de programas que desenvolvem o local que já possui
muitos problemas, devolve a esperança de ambiente ainda melhores e a vontade de
manter e melhorar sempre o espaço em que se vive.

A cada dia fica mais claro que a maneira como vivemos e consumimos
representa uma enorme ameaça à nossa saúde e à saúde de nossos ecossistemas.
A divisão gritante entre o ambiente natural e construído tem sido em detrimento de
ambos. Devemos repensar a forma como organizamos e cultivamos esses dois
mundos, que antes estavam intimamente ligados.

Essa prática deve ser considerada por arquitetos e urbanistas em seus


projetos, incentivando a população e moradores de edifícios a cultivarem e
produzirem seu próprio alimento, e darem conta das necessidades dos seres
humanos. Os arquitetos são responsáveis pelo início de cada construção ou
planejamento de cidades, e a partir do momento em que é pensado na agricultura
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urbana, os profissionais conseguem pautar a saúde de forma mais ampla,
considerando desde as condições mínimas de sobrevivência física, mas também a
saúde mental e o meio ambiente.

No terreno escolhido será implantada uma espécie de fazenda urbana, uma


extensão do quintal da população, um quintal à disposição e vontade para aprender
a cultivar os próprios alimentos, unir as famílias carentes, gerar renda e inclusão
social e produtiva de públicos em situação de vulnerabilidade.

Na guia amarela, o terreno possui informações de que pertence a prefeitura,


pela companhia de desenvolvimento de Curitiba, e sendo voltado para a área do
desenvolvimento, é um bom local para aplicar a horta urbana, pois não deixará de
fazer parte do crescimento e fortalecimento do bairro que está inserido.

O terreno possui cerca de 41.000 m², mas a implantação da fazenda urbana


não se dará na sua totalidade, mas será limitado a em média 4 mil m².

Primeiramente buscamos um local onde pessoas tivessem interesse nessa


atividade, e no próprio local algumas pessoas já usam pequenos espaços para fazer
plantações. Após acharmos o grupo de interesse, vimos informações sobre o
terreno, e por fazer parto do desenvolvimento de Curitiba, seria um ponto estratégico
e um local que recebe sol e fácil acesso a irrigação.

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1.2. Cheios e vazios do entorno e informações sobre o terreno
Figura 3

2. Estudo de técnicas e soluções tecnológicas disponíveis

Hipócrates já dizia no século V a.c. que a saúde de uma população está


diretamente relacionada tanto ao ambiente físico que ela habita quanto aos seus
hábitos cotidianos. Nos últimos séculos moldamos e transformamos a paisagem a
partir daquilo que se impunha na nossa organização social, de modo que hoje, em
pleno século XXI d.c, a vida nas grandes cidades tem se mostrado cada dia menos
saudável com toda sua poluição química, visual e sonora, somado ao
distanciamento dos meios naturais e de violências sociais estruturais.
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Por meio de técnicas simples e acessíveis, qualquer pessoa pode conseguir
obter uma variedade interessante de frutas e hortaliças, para consumo próprio e
venda por valores mais acessíveis.

2.1. Criação de uma Horta Urbana:

Produzir alimentos nas cidades pode ser a chave para a segurança alimentar.
Muitos especialistas apontaram que a distância entre produção e consumo deve ser
encurtada. Desta forma, a Horta Urbana Comunitária é uma experiência divertida
que precisa de apoio para se expandir e ter melhorias. Com isso, a ideia principal é
implantar uma fazenda urbana, inspirada nas fazendas urbanas ao redor do mundo
que trouxeram resultados positivos e melhora na saúde e na relação entre as
pessoas que convivem na horta. A ideia é qualificar as famílias para a produção
sustentável, contribuindo para a diversificação alimentar e inclusão de produtos mais
saudáveis e nutritivos nas refeições diárias. A fazenda urbana será composta pelas
estruturas mencionadas abaixo.

2.2. Container
Para aproximar a população do espaço, pensamos na inserção de um
container que funcionará como um sacolão, destinado à comercialização dos
alimentos produzidos, por um valor mais baixo, possibilitando acesso a todas as
pessoas.
Figura 4

Fonte: Fineart
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2.3. Estufa

Para a produção de frutas e hortaliças, propomos implantar no espaço


escolhido, uma estufa (Sistema descrito em diretrizes projetuais).
A estufa urbana reduz a emissão de gás carbônico, pois encurta o trajeto do
transporte dos alimentos, otimiza o uso dos espaços restritos de regiões
densamente urbanizadas e aproxima a produção dos alimentos das pessoas.
Figura 5

Fonte: Globo Rural

2.4. Canteiro de Hortas


O planejamento de uma horta inicia-se pela pesquisa de mercado para definir
a quantidade e o padrão de qualidade das hortaliças que irão atender as
necessidades e preferências do consumidor final. Uma vez definido o mercado e os
fatores logísticos, os fatores climáticos e sanitários que propiciam as condições
mínimas necessárias para o crescimento e desenvolvimento de hortaliças precisam
ser considerados ao se escolher a região e a gleba de terra para o plantio (FONTES;
PEREIRA, 2005).
Na implantação das hortas comunitárias, mesmo que o terreno destinado para
a implantação da horta urbana seja grande em sua área total, será dividido em
partes menores para atender diferentes famílias.

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Figura 6

Fonte: Bem Paraná

2.5. Jardim de Mel

A importância das abelhas: A extinção desse pequeno inseto


provavelmente afetaria todo equilíbrio do planeta. Elas são essenciais para a
manutenção da biodiversidade, a produção de alimentos e a vida humana,
assumindo grande importância na manutenção da vida no planeta. A principal
função executada pelas abelhas é a polinização. Segundo a Organização das
Nações Unidas (ONU), elas são responsáveis por 73% da polinização das plantas
cultivadas. Através desse serviço ambiental, elas atuam na regeneração das
florestas e da biodiversidade, tendo ainda importância fundamental na alimentação
humana e proporcionando a existência de muitos alimentos presentes em nosso
cotidiano.
Contudo, impactos ambientais como o desmatamento, as queimadas, o uso
de pesticidas e agrotóxicos, o aquecimento global e as alterações climáticas estão
devastando as populações deste inseto. Caso não haja abelhas, toda a cadeia
alimentar poderá ser afetada.

Como vai funcionar o Jardim de mel: Serão projetadas caixinhas para as


abelhas, dentre elas terão três espécies de abelhas nativas sem ferrão, Jataí, Mirim
e Mandaçaia.
As casinhas são instaladas estrategicamente junto a muros e entre árvores
e arbustos, que as protejam de variações climáticas.

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Trata-se de manter a integridade da caixa e proteger a colmeia do frio, do
vento ou do calor do sol, o que forçará as abelhas a gastar mais energia para manter
a temperatura interna da caixa. Na verdade, eles precisam usar essa energia para
encontrar uma fonte de alimento: Serão usadas plantas que fornecem pólen e
néctar durante a maior parte do ano.
Figura 7

Fonte: archdaily

Chamando a atenção das abelhas para o jardim de mel: As abelhas são


atraídas pelas flores e plantas aromáticas, especialmente as pequenas, de cores
mais claras (branca e amarela) e com floração em massa, ou seja, que floresce tudo
de uma só vez e não gradativamente.
As favoritas delas são manjericão, funcho, malva, manjerona, orégano,
alecrim, dente de leão, tomilho, hortelã, margaridas, girassóis, entre outras.

Além de plantar flores silvestres, frutas e vegetais também são necessários, e


disso a horta urbana vai ter de sobra.

2.6. Jardim de chuva


Uma solução simples e verde, os jardins de chuva removem efetivamente
até 90% dos nutrientes e produtos químicos em até 80% dos sedimentos de

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escoamento de águas pluviais. Os jardins de chuva permitem que 30% mais água
penetre no solo do que os gramados tradicionais. Jardins de chuva não são jardins
de água. Nem é um lago ou um pântano.
Os jardins de chuva, por outro lado, estão secos na maior parte do tempo.
Geralmente só retém água durante e após a chuva. Como os jardins de chuva
drenam dentro de 12 a 48 horas, eles evitam a criação de mosquitos. Por exemplo,
para trabalhar em estruturas urbanas, é necessário fazer furos com canos no meio-
fio. Tornar a horta sustentável priorizando plantas nativas e vegetação
resistentes que sejam adequadas para receber muita água nos períodos e
menos água nos períodos de seca.

2.6.1. Por que o escoamento da água da chuva é um problema para a horta


urbana?

Quando chove, a água escorre de superfícies impermeáveis, como telhados


ou calçadas, coletando poluentes como partículas de sujeira, fertilizantes, produtos
químicos, óleos, lixo e bactérias ao longo do caminho.
A água contendo poluentes entra em bueiros não tratados e flui diretamente para
córregos e lagoas próximas. Os jardins de chuva captam o escoamento das águas
pluviais, permitindo que a água filtre através da vegetação e penetre no solo para
recarregar os aquíferos subterrâneos, portanto esses processos filtram os
contaminantes que possam prejudicar a horta urbana que vai estar exposta.
Dessa forma, nenhum meio de contaminação irá passar para a horta urbana
que estará exposta.
Figura 8

Fonte: Doc player


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2.7. Adubação verde como prática sustentável

Adubação verde é uma prática agrícola que consiste no plantio de espécies


capazes de reciclar os nutrientes para tornar o solo mais fértil e
consequentemente mais produtivo. Pesquisas mostram que existem espécies de
plantas leguminosas que servem como adubos verdes, estas espécies são capazes
de se associar a bactérias presentes no solo e transformar o nitrogênio do ar em
compostos nitrogenados.
Além da sustentabilidade, o uso de leguminosas como adubos verdes pode
significar maior economia para o produtor. Os fertilizantes minerais nitrogenados
oriundos do petróleo, um recurso não renovável, variam de preço de acordo com a
cotação do dólar, o que significa instabilidade de valor no mercado. Para se ter uma
ideia, 1 Kg de nitrogênio custa em média U $1,00. Suas raízes extraem nutrientes de
camadas mais profundas do solo, trazendo-os para a superfície do terreno.
Tais plantas formam ainda uma cobertura na terra, aumentando os teores de
matéria orgânica e contribuindo desta forma para a conservação, para uma maior
retenção de água e redução da erosão.
Além de ser mais barato e viável, esse adubo é sustentável, e vai ser utilizado
na horta urbana, e é essencial para prover a nossa capacidade de cultivar culturas
que precisamos para manter a variedade alimentar e a nossa saúde.
Figura 9

Fonte: Researchgate
14
3. Estudo De Caso 1

Greenland Center de Xangai / Nikken Sekkei


Figura 10

Fonte: archdaily

● Localização: Xuhui Qu
● País: China
● Área: 304.910 m²
● Arquitetos Responsáveis : Lu Zhong Xiao, Tetsuo Tonouchi, Hiroyuki Suga / NIKKEN
SEKKEI
● Ano : 2017

"A Fazendo Urbana, onde a cidade encontra a vida natural”, tem sido a
ideia central em todo o projeto. Um complexo verde urbano com um "paisagismo de
rua" que destaca o espaço arquitetônico, acima de uma das estações de metrô mais
populares de Xangai.

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Figura 11

Fonte: archdaily

O complexo de 20.000 m² projetado com o conceito de mesclar natureza e


ambiente construído, se apresenta ao cotidiano dos moradores da cidade através da
geometria inteligente da cobertura. O telhado é dividido em diferentes escalas e
conectado em várias alturas, onde terraços e plataformas ao ar livre são interligados
por meio de volumes 3D, respondendo às funções arquitetônicas abaixo e às
atividades dentro.
O complexo urbano utiliza o sistema de refrigeração da própria natureza para
neutralizar o efeito de ilha de calor, refrescando o ambiente da cidade, bem como o
ambiente social. Juntamente com a paisagem verde, o ambiente refrescante garante
que a Fazenda Urbana se torne um espaço popular no coração da cidade.
Além disso, a Fazenda Urbana é definida como um projeto de TOD , com todas
as funções: comércio, serviços e residências conectados pelo transporte público. Isto
diminui a distância entre os lugares agregando um novo valor ao desenvolvimento da
rede urbana dentro do rápido crescimento de Xangai.

16
Figura 12

Fonte: archdaily.com.br
Figura 13

Fonte: archdaily
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3.1. Estudo De Caso 2:

Value Farm

Figura 14

Fonte: archdaily

● Localização: Shenzhen
● País: China
● Área: 2.120 m²
● Arquitetos Responsáveis: Thomas Chung
● Ano: 2013

Value Farm cria valor ao cultivar a terra como um esforço coletivo. O projeto
relaciona questões de transformação urbana, arquitetura e agricultura urbana com um
evento cultural internacional, e explora as possibilidades de cultivo urbano na cidade
e como este pode integrar-se à construção de comunidades. Respondendo ao tema

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da Bienal de Fronteira Urbana» e regeneração pós industrial de Shekou, Value Farm
é compreendido como um novo projeto de arquitetura e paisagismo proporcionando
infraestrutura permanente para o futuro do lugar, bem como uma peça substancial de
arquitetura na bienal.

Além de criar um oásis verde sobre o caos urbano, reconectar os moradores


da cidade à natureza e à experiência manual terapêutica do cultivo, fazendas urbanas
oferecem uma oferta de alimentos mais sustentável, segura e acessível, bem como
uma mudança de atitude e estilo de vida.

Figura 15

Fonte: archdaily

Valor Farm especula retroativamente transformando os telhados de todo um


bloco de mercados demolidos em terreno agrícola. O conceito é transplantado para
um local aberto de 2,100 m² dentro de instalações como campos de testes. Um tanque
de irrigação alcança a fonte de água subterrânea natural do local, um sistema de
irrigação integrado, assim como são adicionadas instalações de sala de projeção e
exposições. Ao invés de tratar paisagismo como uma visão do terreno passiva e
isolada, Value Farm enfatiza a transformação curativa.

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As qualidades existentes do local são reveladas, características como paredes
antigas e grandes árvores são resgatadas e revividas, recursos como a água
subterrânea natural são aproveitados ao cavar um novo tanque de irrigação, e ao
simplesmente decorar com as grandes pedras descobertas pela escavação.
Ressoando com a nova produção de cultura de Value Factory dentro dos edifícios da
Bienal, Value Farm trabalha o lugar para produzir natureza, revivendo a fecundidade
do terreno.

Figura 16

Fonte: archdaily

Além da inspiração conceitual para o projeto de Value Farm, o caráter de Hong


Kong, sementes e força de trabalho são injetados para realizar uma performance
produtiva. Enquanto revaloriza terrenos industriais em desuso em Shenzhen, Value
Farm cultiva alimento fresco para todos. Com entusiasmo local em abundância,
apoiado por grupos comunitários e bem recebido pela mídia, há grandes chances de
que Farm Value possa permanecer e transformar permanentemente o local para
continuar produzindo novo valor para todos.

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Figura 17

Fonte: archdaily

4. Diretrizes projetuais
4.1. Estufa

O prédio captara a água da chuva em sua cobertura para utilizá-la na


irrigação das plantas, também o escoamento da irrigação é tratado e reutilizado. Já o
aquecimento da estufa é proveniente de fontes renováveis como a energia solar.

4.2. Jardins de Mel

Os Jardins de Mel, de criação de abelhas nativas sem ferrão, serão


compostos por caixinhas que serão espalhadas pela fazenda urbana, e além da
produção do mel vão ajudar, por meio da polinização, a aumentar a qualidade e a
produção das hortaliças plantadas.

4.3. Irrigação por Aspersão

A irrigação por aspersão é uma técnica que simula uma chuva artificial onde
um aspersor expele água para o ar, que por resistência aerodinâmica se
transformam em pequenas gotículas de água que caem sobre o solo e plantas. O
aspersor é o mecanismo responsável pela pulverização do jato de água.
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Vantagens da irrigação por aspersão

● Viável em quase todos os solos;


● Cobertura completa da plantação;
● Precisão exata do volume de água por área;
● Estrutura diversificada e ajustável;
● Atua em conjunto com a fertirrigação.
Figura 18

Fonte: Agropós

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5. Conclusão da análise crítica e técnica do grupo

Com o desenvolvimento deste trabalho, entendemos que a agricultura urbana


pode funcionar de duas formas: tanto voluntariamente nos quintais da população ou
em espaços ociosos no terreno de cada cidadão, como num espaço planejado para
o uso da comunidade e de pessoas menos favorecidas, por meio da política da
cidade e arquitetos e urbanistas. A prática traz benefícios para a saúde física e
mental, além de se tornar um passatempo e trazer melhorias para o solo e meio
ambiente. Tal prática deve ser incentivada pelo governo e autoridades das cidades,
assim como devem serem pesadas e implantadas em futuros projetos pelos
arquitetos, não sendo como um diferencial no projeto, mas como um item essencial
para compor o que está sendo planejado, pois faz parte da necessidade do ser
humano.

A Agricultura urbana traz em sua maioria pontos de vantagens, pois relacioná-


la com a segurança alimentar e desenvolvimento da biodiversidade uma vez que
proporciona melhor aproveitamento dos espaços, manejo adequado dos recursos de
solo e água, bem como às questões ambientais por promover a redução no acúmulo
de lixo e melhorar a qualidade da água

Trata-se de um tema que pode ser integrado com várias profissões,


proporcionando o bem-estar dos cidadãos e melhor desenvolvimento das cidades.
Historicamente, em contextos de crise e guerras, como o que vivemos atualmente, a
agricultura urbana sempre desponta. Com a população empobrecida, plantar comida
passa a ser crucial para evitar a fome e gerar renda para os trabalhadores das
hortas.

É interessante pensar em como a agricultura urbana pode ser transformadora


e na relação que ela traz entre o homem a cidade e o alimento, trazendo soluções
adequadas para as necessidades do homem, e ainda ser possível que transforme o
meio socioeconômico. A arquitetura e o urbanismo têm como parte do trabalho
moldar a paisagem a partir das demandas da sociedade moderna, dando conta
também das necessidades do ser humano.

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REFERÊNCIAS:

A incrível arquitetura das colmeias de abelhas, 26 Fev 2021. ArchDaily Brasil.


Acessado em 14 Abr 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/946753/a-incrivel-
arquitetura-das-abelhas>

Agricultura Urbana: Projetando à distância, 15 Jan 2013. ArchDaily Brasil.


Acessado em: 12 Abr 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/01-91714/agricultura-
urbana-projetando-a-distancia>

Como o projeto de estufas pode mudar a arquitetura?, 08 Abr 2022. ArchDaily


Brasil. (Trad. Bisineli, Rafaella) Acessado em: 12 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/979653/como-o-projeto-de-estufas-pode-mudar-a-
arquitetura>

Como projetar uma "cidade vegetal"? A proposta de Luc Schuiten" , 06 Jun


2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado em: 12 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/788815/como-projetar-uma-cidade-vegetal-a-
proposta-de-luc-schuiten>

Enfrentando inundações urbanas: 7 soluções para cidades-esponja, 25 Mai


2020. ArchDaily Brasil. Acessado em:13 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/940139/enfrentando-inundacoes-urbanas-7-
solucoes-para-cidades-esponja>

Greenland Center de Xangai / Nikken Sekkei , 03 Jan 2019. ArchDaily Brasil.


Acessado em: 13 Abr 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/908264/greenland-
center-de-xangai-nikken-sekkei>

LIMA, A. O modelo de agricultura urbana da Alemanha: a importância ambiental


dos Kleingärten. [s.l: s.n.]. Acessado em: 12 Abr 2022.
<http://snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434421844_ARQUIVO_textoAnpuh-
AngelaB.Lima.pdf>.

24
Manual gratuito de hortas urbanas é disponibilizado pelo Instituto Pólis, 10 Abr
2020. ArchDaily Brasil. Acessado em: 08 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/780832/instituto-polis-lanca-manual-gratuito-de-
hortas-urbanas>

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dia de campo discutirá sobre


as vantagens da adubação verde. Acessado em: 09 Abr 2022.
<http://www.agricultura.gov.br/vegetal/noticias/2013/08/dia-de-campo-discutira-
sobre-as-vantagens-da-adubacao-verde>

O que é agricultura urbana?, 30 Dez 2020. ArchDaily Brasil. Acessado em: 11 Abr
2022. <https://www.archdaily.com.br/br/954147/o-que-e-agricultura-urbana>

Rio de Janeiro terá a maior horta urbana do mundo com 110 mil m2. 16 Jan
2022. ArchDaily Brasil. Acessado em:13 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/974144/rio-de-janeiro-tera-a-maior-horta-urbana-
do-mundo-com-110-mil-m2>

Sistema de Irrigação nas Hortas Termais / Cíclica Cíclica + Cavaa Arquitectes,


31 Out 2016. ArchDaily Brasil. Acessado em: 12 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/798262/sistema-de-irrigacao-nas-hortas-termais-
ciclica-plus-cavaa-arquitectes>

Value Farm / Thomas , 21 Abr 2014. ArchDaily Brasil. Acessado em: 07 Abr 2022.
<https://www.archdaily.com.br/br/600615/value-farm-slash-thomas-chung>

Windowfarms: Hortas Urbanas, 11 Jun 2012. ArchDaily Brasil. Acessado em: 12


Abr 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/01-53524/windowfarms-hortas-urbanas>

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