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Expediente

Sistema FIRJAN | Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro


PRESIDENTE Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Conselho de Política Econômica e Industrial do Sistema FIRJAN


PRESIDENTE Carlos Mariani Bittencourt

Diretoria Geral do Sistema FIRJAN


DIRETOR Augusto Franco Alencar

Diretoria de Desenvolvimento Econômico


DIRETORA Luciana Costa M. de Sá

Gerência de Estudos e Pesquisas


GERENTE Hilda Nogueira Alves Rocha

Divisão de Estudos Econômicos


CHEFE Patrick Carvalho

Equipe Técnica:
Tatiana d’Aboim Inglez Sanchez
Adriana Fernandes de Mello Esteves Rodrigues
Renato Quintes França
William Figueiredo
Guilherme Mercês
Bernardo Pelka (estagiário)
Luciano Moura (estagiário)

Elaboração do Estudo
DDE - Diretoria de Desenvolvimento Econômico
GPE - Gerência de Estudos e Pesquisas
DECON - Divisão de Estudos Econômicos
..........................................................................
Contato
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Rio de Janeiro - RJ
Tel: +55 (21) 2563-4205
Fax: +55 (21) 2262-9117

1
SUMÁRIO

Resumo Executivo..................................................................................................01

Introdução.............................................................................................................05

Cenários Econômico e Social em 2006...................................................................07

Resultados IFDM 2006...........................................................................................09


Municípios Brasileiros..................................................................................09
Capitais........................................................................................................14
Estados........................................................................................................15

Áreas de Desenvolvimento....................................................................................17
I. Emprego&Renda......................................................................................17
II. Educação................................................................................................18
III. Saúde....................................................................................................19

Anexo Metodológico..............................................................................................20

2
Resumo Executivo – IFDM 2006

• Nesta edição, o Sistema FIRJAN apresenta o Índice FIRJAN de Desenvolvimento


Municipal (IFDM) referente ao ano de 20061. A metodologia pioneira e única do IFDM
distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional.
Outra característica importante é possibilitar o acompanhamento do desenvolvimento
humano, econômico e social de todos os municípios brasileiros, apresentando uma
série anual, com base exclusiva em dados oficiais.

• Uma das vantagens do IFDM é permitir a orientação de ações públicas e o


acompanhamento de seus impactos sobre o desenvolvimento dos municípios, não
obstante a possibilidade de agregação por estados. Deste modo, o IFDM é uma
importante ferramenta de gestão pública e de accountability democrática.

• O IFDM considera, com igual ponderação, as três principais áreas de


desenvolvimento humano, a saber, Emprego&Renda, Educação e Saúde. A leitura
dos resultados – por áreas de desenvolvimento ou do índice final – é bastante
simples, variando entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo de 1, maior o nível de
desenvolvimento da localidade. Para facilitar a análise, foram criadas as seguintes
classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio
de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de
desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento.

• Em 2006, a média brasileira do IFDM atingiu 0,7376 pontos. Esta pontuação é


superior à de 2005 (0,7129) indicando melhora das condições de desenvolvimento do
país – representando alta de 3,47%. O valor mais elevado foi atingido por São
Caetano do Sul-SP com 0,9524 pontos e o menor, por Santa Luzia-BA com 0,2928
pontos.

• De acordo com os dados, quatro capitais figuraram entre os 100 primeiros colocados
do ranking em 2006: Vitória, São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, contra apenas
duas (Curitiba e Vitória) em 2005. O aumento de capitais nesta faixa não significou
retrocesso do processo de interiorização do desenvolvimento brasileiro observado no
início da década. Na lista dos 100 primeiros colocados constaram 79 municípios com
menos de 300 mil habitantes2.

• Considerando os 100 primeiros municípios, entre 2005 e 2006, foram observadas


algumas alterações na presença dos estados neste ranking. São Paulo, que
apresentava 87 municípios em 2005, teve uma redução para 81 em 2006, ao passo
que Santa Catarina e Minas Gerais conseguiram aumentar sua participação, de 3
para 7 no primeiro caso e de 1 para 4 no segundo. O Rio de Janeiro manteve sua
participação estável, com Macaé e Niterói. No caso dos 100 últimos, as mudanças
mais relevantes foram o aumento do número de municípios da Bahia de 27 para 34 e
do Amazonas de 3 para 9, com redução do Piauí de 24 para 10.

1
A defasagem temporal de três anos entre o IFDM e sua divulgação decorre do fato de serem utilizadas apenas
estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2009 foi possível reunir concomitantemente dados dos Ministérios
da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano sob análise.
2
Conforme Contagem da População de 2007, realizada pelo IBGE.

1
• Dos 500 maiores IFDMs de 2005, 77% continuaram entre os 500 maiores de 2006,
indicando pouca movimentação dos municípios em termos do grau de
desenvolvimento apresentado no ano anterior. As regiões Sul e Sudeste foram juntas
responsáveis por 95,2% dos municípios na seleção dos 500 maiores IFDMs de 2006.
O estado de São Paulo continuou com o maior número de participações (303
municípios), seguido do Paraná (39), Minas Gerais (37), Rio Grande do Sul (35),
Santa Catarina (32), Rio de Janeiro (17) e Espírito Santo (13). A média dos 500
IFDMs mais altos de 2006 atingiu 0,8041 (contra 0,8035 em 2005), mostrando uma
parcela do país situada na classificação de alto desenvolvimento, acima da linha de
0,8 pontos.

• Dos 500 menores IFDMs de 2005, 64% continuaram dentre os mais baixos em 2006,
apresentando, portanto, mudanças mais significativas na redistribuição das
colocações dos municípios. Entretanto, apesar de um número maior de municípios ter
saído desta parte do ranking, as regiões Norte e Nordeste continuaram com as
maiores participações nesta listagem: 96,2% dos municípios menos favorecidos são
oriundos dessas regiões. A Bahia prosseguiu com o maior número de representantes
(188 municípios), seguido de Maranhão (92), Piauí (50) e Pará (44). A média dos 500
IFDMs mais baixos foi 0,4171 (contra 0,3974 em 2005), muito próxima da linha de
0,4 pontos, indicando a existência de uma parcela significativa do país ainda no limite
inferior do desenvolvimento regular.

• Entre as capitais brasileiras, a liderança do ranking do IFDM 2006 não variou muito
em relação a 2005, tendo havido troca entre as primeiras posições: Vitória (0,8642)
passou a ocupar o 1º lugar substituindo a capital paranaense. São Paulo (0,8568)
passou da 3ª para a 2ª posição, ficando Curitiba (0,8546 pontos) em 3º lugar. Belo
Horizonte (0,8417) deu um salto da 8ª para a 4ª posição. Um movimento também a
ser ressaltado foi a entrada em 2006 de Porto Alegre (9º) e Goiânia (10º) no grupo
das capitais com IFDM de alto desenvolvimento (acima de 0,8).

• Na comparação com 2005, o índice médio das capitais elevou-se 2,1%, abaixo dos
3,5% da média do país, denotando continuidade do processo de interiorização do
desenvolvimento observado no início da década.

• Entre as unidades da federação3, o ranking do índice de 2006 continuou liderado por


São Paulo (com 0,8637 pontos), seguido de Paraná (0,8074) e Rio de Janeiro
(0,8035). Cumpre notar que o Rio de Janeiro destacou-se em 2006 por ter
ultrapassado a linha de 0,8 pontos, ingressando no rol de alto desenvolvimento,
junto com São Paulo e Paraná. Um resultado positivo no quadro nacional refere-se
ao fato de que houve crescimento do IFDM 2006 frente a 2005 em 20 estados
brasileiros.

• Na análise por áreas de desenvolvimento, dentre as esferas acompanhadas, o maior


incremento em 2006 frente ao ano anterior foi na esfera de emprego e renda, com a
média brasileira do IFDM-Emprego&Renda atingindo a pontuação de 0,7642. A nota
máxima foi obtida por Hortolândia-SP (1,0000), atualmente um dos maiores pólos
tecnológicos do país. O ritmo acelerado no desenvolvimento do mercado de trabalho
foi ditado, mais uma vez, pelas cidades paulistas: 48 municípios do estado ficaram

3
A metodologia do IFDM permite a geração do índice por estado, através de dados oficiais estaduais.

2
colocados entre os 100 maiores indicadores de emprego e renda. Assim, o estado de
São Paulo sobressaiu-se pela primeira colocação no ranking IFDM-Emprego&Renda
estadual (com 0,8890 pontos), seguido por outros estados do Sudeste: Rio de
Janeiro (0,8872) e Minas Gerais (0,8696). Considerando as capitais, houve grande
mudança do perfil dos municípios encontrados em relação a 2005, com Manaus
(0,9215), Belo Horizonte (0,9191) e Vitória (0,9097) passando à liderança.

• No tocante à vertente de educação, a média nacional do IFDM-Educação em 2006


atingiu 0,6787 pontos. Este valor foi muito próximo ao observado em 2005. A nota
máxima foi atingida, mais uma vez, por Dolcinópolis-SP (1,0000) e a mínima por
Maiquinique-BA (0,2735). Como em 2005, dos 300 primeiros colocados no ranking de
educação, 290 municípios são paulistas. Este resultado levou São Paulo a figurar
como o primeiro do ranking estadual do IFDM-Educação (com 0,8384 pontos),
seguido por Distrito Federal (0,7676) e Santa Catarina (0,7552). Entre as capitais,
pela ordem, apareceram São Paulo (0,8321), Vitória (0,8127), Rio de Janeiro
(0,7751) e Brasília (0,7676).

• No que tange à saúde, a média brasileira do IFDM-Saúde avançou em 2006 e atingiu


novo patamar de 0,7699 pontos. Um número maior de municípios atingiu a nota
máxima (1,0000) em 2006: Flórida-PR (pelo segundo ano consecutivo), Marapoama-
SP, Rondinha-RS, Saldanha Marinho-RS e Alto Alegre-RS. Entre as unidades da
federação, não houve mudança significativa no ranking, com os primeiros colocados
apresentando evolução positiva de seus índices. Paraná despontou novamente em
primeiro lugar com 0,8662 pontos, seguido de São Paulo (0,8637) e Rio Grande do
Sul (0,8411). Do mesmo modo que em 2005, com o terceiro lugar no IFDM-Saúde
2006, o Rio Grande do Sul obteve o maior número de municípios nesta área de
desenvolvimento: 53 ao todo entre os 100 primeiros, 10 a mais do que no ano
anterior. Entre as capitais, os principais resultados continuaram sendo auferidos
pelas mesmas de 2005, a saber: Curitiba (0,9294), Campo Grande (0,8899), Goiânia
(0,8820), Porto Alegre (0,8723) e Vitória (0,8700).

IFDM

2000 2005 2006


0,7699
0,7642

0,7576
0,7376
0,7129

0,7120
0,6960

0,6850
0,6787
0,5954

0,5854
0,4889

IFDM Emprego & Renda Educação Saúde

• Por fim, a análise do desenvolvimento entre os anos acompanhados indica outro fato
alentador. Além do processo de interiorização observado desde o início da década,
ressalta-se aumento da concentração de municípios com índices na faixa entre 0,5 e
0,7 pontos, migrados, sobretudo, de faixas inferiores. Com efeito, se em 2000,
48,5% dos municípios brasileiros apresentavam índices na faixa de 0,5 a 0,7 pontos,

3
em 2005, este percentual saltou para 54,5%, tendo havido um avanço adicional em
2006 para 59,1%. Isto significa que quase dois terços dos municípios brasileiros
apresentaram índices de desenvolvimento nesta faixa, como ilustrado pelo gráfico a
seguir. Este resultado evidencia um claro movimento de tendência de redução da
desigualdade de desenvolvimento entre os municípios brasileiros.

Distribuição dos Municípios Brasileiros por Intervalos de


Desenvolvimento

31,4%
27,7%

IFDM 2000
29,0%
IFDM 2005
26,0%
25,5%
25,3%

19,5%

22,5%

IFDM 2006
22,0%

15,0%
16,8%

15,9%

4,0%
7,6%
2,1%
1,4%

0,2%
0,1%
0,0%

3,6%

0,3%
3,9%

0,0%
0,1%
0,0%

0 - 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,4 0,4 - 0,5 0,5 - 0,6 0,6 - 0,7 0,7 - 0,8 0,8 - 0,9 0,9 - 1

4
Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal
IFDM 2006
Introdução

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) nasceu em resposta à necessidade de


se monitorar anualmente o desenvolvimento sócio-econômico de uma região considerando
as diferentes realidades de sua menor divisão federativa: o município. Neste sentido, dando
continuidade à proposta lançada em 2008, correspondente à ação 97 do Mapa do
Desenvolvimento4, o Sistema FIRJAN apresenta o resultado da série do IFDM referente ao
ano de 20065.

As três esferas de desenvolvimento abrangidas pelo IFDM são Emprego&Renda, Educação e


Saúde, possuindo igual peso no cálculo para avaliação dos municípios brasileiros. De simples
verificação, o índice varia entre zero e um, sendo quanto mais próximo de 1, maior o nível
de desenvolvimento da localidade, permitindo assim a comparação entre municípios ao
longo do tempo. A metodologia do índice possibilita que se determine com precisão se uma
melhora relativa deveu-se a políticas específicas empreendidas em um determinado
município ou a piora dos demais, dada a adoção de notas de cortes fixas. Assim, o IFDM
constitui um farol amplo, suprindo uma lacuna de acompanhamento sócio-econômico
sintético das cidades brasileiras de forma anual ao longo do tempo.

O IFDM distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional.
Por ter recorte municipal, na escolha das variáveis foram privilegiados os aspectos básicos
indispensáveis ao desenvolvimento local. Contudo, cabe ressaltar que o olhar municipalizado
do desenvolvimento de uma região não recai exclusivamente sobre as responsabilidades de
suas prefeituras, mas sim – e sobretudo – de ações conjuntas e responsáveis das três
esferas de governo, bem como do setor empresarial e da sociedade civil organizada.

Os cenários econômico e social no qual estes municípios estão inseridos também devem ser
considerados nas análises derivadas da divulgação destes resultados. As realidades distintas
existentes no Brasil devem fazer parte da leitura dos dados. Assim, a ênfase da leitura do
Índice não deve apenas se restringir a uma questão de posição no ranking, mas sim de se
verificar se, de fato, houve progresso num determinado município ou região em dado
período de tempo. Isto é, mais do que melhorar uma colocação, é desejável que se melhore
o patamar de um índice que reflete o grau de desenvolvimento local.

4
A publicação do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro está disponível no site
www.firjan.org.br.
5
A existência de defasagem temporal de três anos entre a divulgação do resultado e o ano a que se refere o
índice decorre do fato de serem utilizadas apenas estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2009 foi possível
reunir concomitantemente os dados dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano de 2006.

5
Ademais, não obstante o recorte municipal, através da divulgação oficial das variáveis
componentes por estados, foi possível agregar os resultados por Unidades da Federação,
inclusive gerar o resultado nacional.

Abaixo, encontra-se o quadro resumo das variáveis que compõem o cálculo do Índice
FIRJAN de Desenvolvimento Municipal e, no final desta publicação, em anexo, um resumo
da metodologia.

Quadro-Resumo das Variáveis Componentes do IFDM


– por Área de Desenvolvimento –

IFDM

Emprego&Renda Educação Saúde

Variáveis utilizadas: Variáveis utilizadas: Variáveis utilizadas:


 Geração de emprego  Taxa de matrícula na  Número de consultas
formal educação infantil pré-natal
 Taxa de abandono
 Estoque de emprego  Taxa de distorção idade-  Óbitos por causas mal-
formal série definidas
 Salários médios do  Percentual de docentes  Óbitos infantis por
emprego formal com ensino superior causas evitáveis
 Média de horas aula diárias
 Resultado do IDEB

Fonte: Ministério do Trabalho Fonte: Ministério da Educação Fonte: Ministério da Saúde

6
Cenários Econômico e Social em 2006

O ano de 2006 foi marcado pela reeleição presidencial, transição nas administrações
estaduais e um balanço positivo do cenário econômico nacional, a começar pela menor
inflação (IPCA) dos oito anos precedentes. Na Educação, houve uma grande mudança na
legislação que rege o Ensino Fundamental, com impacto também na Educação Infantil e de
grande relevância para o IFDM-Educação. Na Saúde, dados sobre atenção básica da mulher
e da criança mostraram melhora da situação brasileira em relação ao passado recente.

A expansão real do PIB em 2006 foi de 4,0% (contra 3,2% em 2005), calcada sobretudo no
forte crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (9,8%). Ou seja, foi um ano de
expansão da produção e de investimentos em máquinas, equipamentos e infra-estrutura,
alavancando a capacidade produtiva do país. Outros resultados extremamente favoráveis
foram obtidos no período, em especial, a redução dos juros (Selic) para 13,25% ao ano –
piso histórico até aquela data. Ademais, o risco-país, um dos principais termômetros dos
investidores na economia brasileira, alcançou um mínimo histórico em dezembro daquele
ano (193 pontos) e o dólar recuou 8,7%, encerrando 2006 cotado a R$ 2,14.

No front externo, também houve motivos para celebrar. O saldo da balança comercial
brasileira fechou o ano de 2006 com recorde positivo de US$ 46,5 bilhões. A melhora nos
termos de troca brasileiros permitiu aumento do saldo comercial a despeito da
desaceleração no volume das exportações. Além disso, o ano foi marcado por intensa
remessa de lucros e dividendos (US$ 16,4 bilhões), expressivo acúmulo de reservas
internacionais (aumentaram US$ 32,0 bilhões), forte ingresso de investimentos diretos
estrangeiros (US$ 18,8 bilhões) e saldo significativo de investimentos em carteira (US$ 9,1
bilhões). Assim, o Brasil, através da manutenção do tripé da política macroeconômica
(câmbio flutuante, metas de inflação e de responsabilidade fiscal), desfrutava da elevada
liquidez internacional da época e do aumento da propensão ao risco de países
desenvolvidos.

Neste cenário, o mercado de trabalho pôde acomodar grande parte do crescimento da


população economicamente ativa de 2006 e permitiu a manutenção de uma taxa de
desemprego praticamente estável, conforme medida pelo IBGE: 9,98% contra 9,83% em
2005. Soma-se a esta estabilidade, a alta do rendimento médio real de 4,3% em relação ao
ano anterior, evidenciando aumento do poder de compra do trabalhador brasileiro naquele
ano.

Do mesmo modo, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)


do Ministério do Trabalho, que compila informações do emprego formal, mostraram criação
de 1,2 milhões de empregos formais. Apesar de ligeiramente inferior (-2,0%) ao observado
em 2005, registrava-se geração de mais um milhão de vagas formais no Brasil pelo terceiro

7
ano consecutivo – fato inédito na série histórica. Cabe ressaltar o desempenho positivo da
indústria nacional, responsável por 69 mil postos a mais do que em 2005, e da agropecuária,
que passou de uma situação de demissões líquidas no ano anterior para 6.574 admissões
em 2006. Na abertura da geração de empregos formais por região, foi possível observar que
o Sudeste liderou com 773.048 mil novos postos de trabalhos gerados, representando
62,9% do total de novos empregos criados no país em 2006, mantendo praticamente
constante sua participação no total.

No âmbito da Educação foi sancionada a lei n° 11.274 em 2006 que regulamentou o Ensino
Fundamental de 9 anos e instituiu que a criança com seis anos deve estar no primeiro ano
do ensino fundamental, e não mais no infantil. A legislação determinou que Municípios,
estados e Distrito Federal devam estar enquadrados até 20106. Neste sentido, respeitando o
prazo legal de adequação, o IFDM-Educação incorporará esta mudança da legislação
educacional somente em 2010. Cabe ressaltar que o maior impacto desta alteração legal
ocorrerá nas redes públicas do país, pois a pré-escola passará a ser obrigatória.

Por fim, na esfera da Saúde, os índices divulgados na Pesquisa Nacional de Demografia e


Saúde 2006 (PNDS-2006), do Ministério da Saúde, compararam o quadro de 2006 com
1996. Assim, evidenciou-se um Brasil avançando nos indicadores desta área, apesar de
ainda haver fortes diferenças entre as regiões. A pesquisa mostrou redução da mortalidade
infantil em 44% e da desnutrição infantil em 4% no período de 10 anos. No Nordeste, em
especial, a desnutrição caiu 74%. De acordo com a pesquisa, o percentual de mulheres que
não se submetem a exames pré-natais na zona rural caiu de 31,9% em 1996 para 3,6% em
2006 e, na zona urbana, de 8,6% para 0,8%. No entanto, apenas 77% das gestantes
realizaram pelo menos seis consultas pré-natais – conforme estabelecido pelo Ministério da
Saúde e meta do IFDM-Saúde. A região com resultado mais insatisfatório foi a Norte, com
61% dos casos. O governo atribuiu os resultados positivos da pesquisa a medidas como a
ampliação do acesso à água tratada e ao saneamento, além da ampliação do acesso à saúde
pública, sobretudo em atendimentos como o pré-natal, a atenção ao parto e a vacinação.

6
http://portal.mec.gov.br/seb

8
Resultados IFDM 2006

Municípios Brasileiros
A análise dos indicadores municipais de 2006 mostrou avanço do desenvolvimento em
relação a 2005. Houve incremento no índice geral, sinalizando uma melhora no
desenvolvimento municipal, sobretudo na vertente de emprego e renda.

Em 2006, a média brasileira do IFDM consolidado totalizou 0,7376 pontos, tendo o máximo
sido atingido novamente por um município do estado de São Paulo: São Caetano do Sul com
0,9524 pontos e o mínimo novamente por um município da Bahia: Santa Luzia com 0,2928
pontos7.

Os gráficos abaixo evidenciam que, apesar da evolução positiva do IFDM ao longo dos anos
(gráfico à direita) e da tendência de redução da desigualdade, conforme será evidenciado a
seguir, ainda há clara distinção de desenvolvimento entre as regiões. Sul, Sudeste e Centro-
Oeste apresentaram indicadores superiores (coloração predominantemente azul na
ilustração à esquerda) aos de Norte e Nordeste (coloração amarela e vermelha).

IFDM
2000 2005 2006
0,7699
0,7642

0,7576
0,7376
0,7129

0,7120
0,6960

0,6850
0,6787
0,5954

0,5854
0,4889

IFDM Emprego & Renda Educação Saúde

O histograma a seguir ilustra a evolução do IFDM das cidades brasileiras com os dados dos
IFDM três anos da série. O gráfico distribui os municípios segundo o valor de seus índices entre os
2006 níveis indicados. Percebe-se uma grande e desejável variação entre 2000 e 2005/2006 – o
Brasil apresentou efetiva melhora de seu desenvolvimento na primeira parte da década. Ao
mesmo tempo, a variação menos intensa entre os anos consecutivos de 2005 e 2006 era

7
Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas quatro (Figueirão-MS, Ipiranga do Norte-MT, Itanhangá-MT, Aroeiras
do Itaim-PI) não participaram do ranking IFDM 2006, por não estarem disponíveis as estatísticas oficiais para o
cálculo do índice.

9
esperada. Isto sinaliza a tendência de mudança gradual, porém consistente dos indicadores
de desenvolvimento – como é comum em todo processo sustentável de desenvolvimento.
Reforça-se aqui que o desenvolvimento está muito mais análogo a uma maratona do que a
corridas de cem metros. Por isso, tem-se, como esperado e desejado, uma movimentação
8
lenta e gradual, sustentável no longo prazo .

A leitura do histograma revela, ademais, fato bastante positivo quanto ao desenvolvimento


nacional no início da década: o movimento de 2000 a 2005 prosseguiu em 2006, com
aumento da concentração de municípios com índices na faixa entre 0,5 e 0,7 pontos,
migrados sobretudo de faixas inferiores. Com efeito, se em 2000, 48,5% dos municípios
brasileiros apresentavam índices na faixa de 0,5 a 0,7 pontos, em 2005, este percentual
saltou para 54,5%, tendo sido observado um avanço adicional em 2006 para 59,1%. Isto
significa que quase dois terços dos municípios brasileiros apresentavam em 2006 índices de
desenvolvimento nesta faixa. Este resultado evidencia um claro movimento de tendência de
redução da desigualdade de desenvolvimento entre os municípios brasileiros.

Distribuição dos Municípios Brasileiros por Intervalos de


Desenvolvimento
31,4%
27,7%

IFDM 2000
29,0%

IFDM 2005
26,0%
25,5%
25,3%

19,5%

22,5%

IFDM 2006
22,0%

15,0%
16,8%

15,9%

4,0%
7,6%
2,1%
1,4%

0,2%
0,1%

3,6%

0,3%
3,9%

0,0%
0,1%
0,0%

0,0%

0 - 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,4 0,4 - 0,5 0,5 - 0,6 0,6 - 0,7 0,7 - 0,8 0,8 - 0,9 0,9 - 1

Analisando os padrões de desenvolvimento entre 2005 e 2006, verificou-se que 87,3% dos
municípios brasileiros apresentaram variação de até 10% para mais ou para menos.

8
Movimentos bruscos de colocações em anos consecutivos acendem uma luz de alerta e devem ser analisados
isoladamente por seus governantes e acompanhados pela sociedade civil organizada. Um exemplo é a entrada do
município de Capão Alto (SC) na lista dos 500 municípios com menor IFDM em 2006. Estando em 2005 na 3339ª
colocação, observou-se na análise individual deste município que, dentre as três esferas analisadas, a que mais
impactou no resultado final em 2006 foi a pontuação obtida em Saúde. Mais especificamente, a variável ligada a
óbitos de menores de 5 anos por causas evitáveis. Se até 2005, a média trienal neste município era de 24,8
óbitos a cada 1000 nascidos vivos, em 2006 passou para 88,2 a cada 1000 nascidos vivos. Ou seja, deste
resultado infere-se que há um problema a ser resolvido e cuja causa deve ser investigada.

10
Registrou-se também, que, as maiores variações, tanto positivas quanto negativas, se
concentraram nos municípios cujos IFDMs alcançaram no máximo a pontuação 0,6. Ou seja,
em municípios com nível de desenvolvimento regular havia mais “espaço” para grandes
variações relativas. Dos 532 municípios que tiveram variação acima de 10%, 404 possuíam
IFDM abaixo de 0,6 pontos. Do mesmo modo, dos 174 municípios com variação negativa
maior do que 10%, 137 pertencem ao grupo dos municípios com IFDM menor que 0,6
pontos.

O gráfico abaixo retrata a variação percentual dos índices ocorrida entre 2005 e 2006,
distribuída conforme o patamar do índice observado em 2006. Do gráfico, derivam-se
informações interessantes sobre o comportamento dos municípios através de sua
distribuição em quadrantes9. A melhor situação é dos 1.570 municípios cujas variações
encontram-se no quadrante AZUL, que agrupa casos em que, além de ter apresentado nível
de desenvolvimento de moderado a alto, houve crescimento do índice de um ano para o
outro. No quadrante AMARELO, estão os 1.246 municípios que merecem atenção, pois
sinaliza que, embora estejam em uma faixa de desenvolvimento de moderado a alto,
apresentaram recuo de seus índices de desenvolvimento. Em uma situação inversa, estão
1.725 municípios localizados no quadrante VERDE, que apesar de estarem classificados em
nível de desenvolvimento baixo e regular em 2006, apresentaram melhoria de seus
indicadores e devem prosseguir nesta direção de desenvolvimento. Por fim, na pior situação,
no quadrante VERMELHO, estão os 1.019 municípios de baixo grau de desenvolvimento que
ainda registraram piora em seus índices na comparação anual, ou seja, deram um passo
para trás. Dispersão da Variação 2005 x 2006
Variação Percentual dos IFDM por Intervalo Indicado

DISPERSÃO DA VARIAÇÃO ANUAL

1
IFDM 2006

AMARELO AZUL
1.246 municípios 1.570 municípios
0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3
VERMELHO VERDE
1.019 municípios 1.725 municípios

0,2
-50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50%
Variação 2005 - 2006

9
É valido atentar também que o movimento ideal no acompanhamento anual deste gráfico de dispersão é que o
triângulo formado pelas linhas tracejadas de laranja esteja cada vez mais à direita e com uma base mais estreita,
indicando assim um movimento de aumento contínuo dos IFDMs, ainda que em diferentes níveis de
desenvolvimento.

11
Ao replicar esta análise para as regiões do país, projetando-se os municípios de cada região
sobre a amostra total em azul escuro, observam-se padrões específicos que retratam a
tendência de desenvolvimento de cada região geográfica brasileira. As regiões Sudeste e Sul
possuem a maioria expressiva de seus municípios com IFDM 2006 superior a 0,6 pontos
(75,6% e 89,2% de suas amostras, respectivamente), localizados nos quadrantes superiores
- AMARELO e AZUL. Ao mesmo tempo, quase metade de suas amostras (43,4% e 45,8%)
conjugou nível de desenvolvimento acima de 0,6 com aumento do mesmo entre os anos de
2005 e 2006, encontrando-se no quadrante AZUL.

Dispersão Região SUDESTE Dispersão Região SUL

1,0 1,0
32,2% do SE 43,4% do SE 43,4% do S 45,8% do S
0,9 0,9
0,8 0,8
0,7 0,7
0,6 0,6
0,5 0,5
0,4 0,4
0,3 0,3
10,4% do SE 14,0% do SE 5,9% do S 4,9% do S
0,2 0,2
-50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% -50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50%

Na outra ponta, os municípios das regiões Norte e Nordeste encontram-se mais


concentrados na base da pirâmide (quadrantes VERMELHO e VERDE). É possível observar
que estas regiões destacaram-se pela maior concentração de seus municípios no quadrante
verde (49,4% do Norte e 64,0% do Nordeste), indicando crescimento do índice entre 2005 e
2006, apesar do nível baixo do desenvolvimento. Por sua vez, a Região Centro-Oeste
registrou maior homogeneidade na dispersão do desenvolvimento municipal, espalhados
praticamente na mesma proporção em cada um dos quadrantes coloridos.

Dispers ão Re gião NORTE Dis persão Região NORDESTE Dispers ão Re gião CENTRO-OESTE

1,0 1,0 1,0


3,5% do N 6,5% do N 1,8% do NE 5,9% do NE 24,8% do CO 29,4% do CO
0,9 0,9 0,9

0,8 0,8 0,8


0,7 0,7 0,7
0,6 0,6 0,6
0,5 0,5 0,5

0,4 0,4 0,4


0,3 0,3 0,3
40,6% do N 49,4% do N 29,3% do NE 64,0% do NE
23,4% do CO 22,4% do CO
0,2 0,2 0,2
-50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% -50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% -50% -40% -30% -20% -10% 0% 10% 20% 30% 40% 50%

A análise dos maiores e menores IFDMs constitui uma forma alternativa de captar as
diferenças regionais. É possível notar que os municípios das regiões Sul e Sudeste
apresentaram predominância nos 500 maiores e os de Norte e Nordeste, nos 500 menores.

12
O gráfico a seguir, à esquerda, evidencia aumento da concentração do Sudeste entre os 500
municípios com maior IFDM, passando a responder por 74,0% (ou 370 municípios) das
posições frente a 71,8% no ano anterior. Neste particular, São Paulo continuou com o maior
número de participações (303 municípios), seguido de Minas Gerais (37), Rio de Janeiro (17)
e Espírito Santo (13).

500 MAIORES IFDM 2006 500 MENORES IFDM 2006

74,0%
71,8%

82,6%
80,4%
2005 2006 2005 2006
24,2%
21,2%

15,8%
14,0%
3,0%
3,2%

3,2%
3,0%
1,4%
0,4%

0,6%
0,2%

0,6%
0,2%

0,0%
0,2%
CO N NE S SE CO N NE S SE

Ao mesmo tempo, houve redução da participação da região Sul entre os maiores IFDMs,
respondendo por 21,2% dos municípios em 2006 (ou 106 municípios), frente a 24,2% em
2005. Da região Sul, constaram do grupo de 500 maiores, Paraná (39 municípios), Rio
Grande do Sul (35) e Santa Catarina (32). Cumpre salientar o espaço ganho pela região
nordestina mais que dobrando sua participação entre os 500 maiores, de 0,6% para 1,4%,
apesar da modesta representatividade no total. O Centro-Oeste, por sua vez, apresentou
participação de 3,2%, com 16 municípios – sendo 8 de Goiás, 6 do Mato Grosso, 1 do Mato
Grosso do Sul, além de Brasília. Por fim, a região Norte decresceu sua participação, com
apenas Belém figurando entre os 500 primeiros na 451ª posição em 2006.

Na outra ponta, na lista dos 500 menores IFDMs 2006, as regiões Norte e Nordeste
continuaram com o maior número de municípios nesta listagem: 96,2% (ou 481 municípios)
dos municípios menos favorecidos são oriundos dessas regiões. Foi possível observar,
todavia, alguma movimentação de 2005 a 2006: redução da participação do Nordeste de
82,6% para 80,4%, ao mesmo tempo em que o Norte apresentou avanço de 14,0% para
15,8%. Deste grupo de 500 menores, a Bahia obteve o maior número de representantes
(188 municípios), seguida pelo Maranhão (92), Piauí (50) e Pará (44).

Considerando os 100 maiores, entre 2005 e 2006, foram observadas algumas alterações na
presença dos estados neste ranking. São Paulo, que apresentava 87 municípios em 2005,
teve uma redução para 81 em 2006, ao passo que Santa Catarina e Minas Gerais
conseguiram aumentar sua participação, de 3 para 7 no primeiro caso e de 1 para 4 no
segundo. No caso dos 100 piores, as mudanças mais relevantes foram o aumento do
número de municípios da Bahia de 27 para 34 e do Amazonas de 3 para 9, com redução do
Piauí de 24 para 10.

13
O gráfico a seguir ilustra os valores médios observados em cada ranking. A média dentre os
500 IFDMs mais baixos totalizou 0,4171, muito próxima à linha de 0,4 pontos, indicando a
existência de uma parcela significativa do país ainda no limite inferior do desenvolvimento
regular. Ainda mais alarmante é a situação dos cem menores IFDMs, cuja média foi de
0,3736, classificados portanto como de baixo desenvolvimento.
500 maiores x 500 menores - IFDM 2006
Média dos IFDM por Grau de Desenvolvimento Apresentado

0,8699
alto 0,8041
0,7376
moderado

regular 0,3736 0,4171

baixo

média 100 média 500 IFDM média 500 média 100


menores menores BRASIL maiores maiores

Capitais

CAPITAIS IFDM 2006 IFDM 2005 var.


O ranking IFDM-Capitais 2006 apresentou
Brasil 0,7376 0,7129 3,5%
algumas mudanças de posição em seus Média das Capitais 0,7828 0,7674 2,1%
primeiros lugares, porém sem muitas ES Vitória 1º 0,8642 0,8460 2º 2,1%
SP São Paulo 2º 0,8568 0,8357 3º 2,5%
novidades, com apenas redistribuição das
PR Curitiba 3º 0,8546 0,8510 1º 0,4%
colocações entre Vitória (0,8642), São MG Belo Horizonte 4º 0,8417 0,8044 8º 4,6%
Paulo (0,8568) e Curitiba (0,8546 pontos). SC Florianópolis 5º 0,8303 0,8308 4º -0,1%
RJ Rio de Janeiro 6º 0,8257 0,8174 7º 1,0%
A capital paulista e Belo Horizonte
MS Campo Grande 7º 0,8239 0,8275 6º -0,4%
ingressaram em 2006 na lista dos 100 DF Brasília 8º 0,8203 0,8280 5º -0,9%
maiores IFDMs municipais, ambas puxadas RS Porto Alegre 9º 0,8154 0,7949 11º 2,6%
GO Goiânia 10º 0,8122 0,7961 10º 2,0%
pelo bom desempenho da vertente de
SE Aracaju 11º 0,7945 0,7988 9º -0,5%
emprego e renda. As últimas colocações PE Recife 12º 0,7865 0,7772 13º 1,2%
não sofreram nem sequer mudanças na RN Natal 13º 0,7845 0,7736 14º 1,4%
PI Teresina 14º 0,7826 0,7408 17º 5,6%
ordem de classificação: Porto Velho
MA São Luis 15º 0,7675 0,7401 19º 3,7%
(0,7290), Rio Branco (0,7148) e Macapá MT Cuiabá 16º 0,7653 0,7012 24º 9,2%
(0,6890) seguiram no fim da lista. Vale PB João Pessoa 17º 0,7606 0,7388 20º 3,0%
PA Belém 18º 0,7575 0,7489 16º 1,2%
ressaltar, entretanto, que estes municípios
TO Palmas 19º 0,7496 0,7781 12º -3,7%
apresentaram importantes avanços em RR Boa Vista 20º 0,7477 0,7562 15º -1,1%
seus indicadores com altas superiores a AL Maceió 21º 0,7432 0,7198 22º 3,3%
AM Manaus 22º 0,7429 0,7190 23º 3,3%
5% entre 2005 e 2006. Um movimento a CE Fortaleza 23º 0,7428 0,7403 18º 0,3%
ser observado foi a entrada em 2006 de BA Salvador 24º 0,7333 0,7349 21º -0,2%
Porto Alegre e Goiânia no grupo das RO Porto Velho 25º 0,7290 0,6895 25º 5,7%
AC Rio Branco 26º 0,7148 0,6780 26º 5,4%
capitais com IFDM de alto AP Macapá 27º 0,6890 0,6541 27º 5,3%

14
desenvolvimento (acima de 0,8), ambas determinadas também pelo bom desempenho em
emprego e renda.

Seguindo o padrão do resultado encontrado em 2005, o ranking de 2006 revelou novamente


as capitais do Sul e Sudeste nas primeiras colocações, com participação de capitais do
Centro-Oeste. As posições intermediárias do ranking couberam às demais capitais do Centro-
Oeste e do Nordeste e os índices mais baixos pertenceram majoritariamente às capitais da
região Norte.

Na comparação com 2005, o índice médio das capitais elevou-se 2,1%, abaixo dos 3,5% da
média do país, denotando continuidade do processo de interiorização do desenvolvimento
observado no início da década. A maioria destes municípios apresentou crescimento do
índice, com destaque para Belo Horizonte, que já possuía um IFDM considerado alto em
2005 e, ainda assim, conseguiu dar um salto expressivo de 4,6%; e em Cuiabá (alta de
9,2%) deixando a capital mato-grossense mais próxima da linha de alto desenvolvimento.
Três das cinco maiores variações anuais do IFDM das capitais ocorreram em municípios que
configuraram nas posições mais baixas do ranking – Porto Velho, Rio Branco e Macapá – o
que pode indicar uma diminuição, ainda que tardia, das diferenças dos graus de
desenvolvimento entre as capitais brasileiras. Das sete capitais que registraram variação
negativa, apenas Boa Vista e Palmas tiveram queda significativa acima de 1%. Outro
destaque foi Brasília, cujo IFDM recuou 0,9%, fazendo com que a capital federal caísse da
5ª para a 8ª posição do ranking.

Estados

A divulgação de dados oficiais das unidades da federação permitiu a geração de um índice


estadual10. O ranking estadual do IFDM 2006 continuou liderado por São Paulo (0,8637
pontos), seguido de Paraná (0,8074) e Rio de Janeiro (0,8035) – conforme tabela a seguir.
De 2005 para 2006, o Rio de Janeiro passou da 4ª para a 3ª posição e foi o único estado
que em 2006 avançou além da linha de 0,8 pontos, juntando-se a São Paulo e Paraná no rol
dos estados de alto desenvolvimento. No mais, houve evolução positiva no IFDM de 20 das
27 unidades da federação frente a 2005.

Os avanços mais significativos ocorreram nos estados de menor IFDM, como Maranhão
(7,4%), Piauí (5,6%) e Amapá (4,3%), melhorando o panorama de seu desenvolvimento,
mas ainda permanecendo na zona de desenvolvimento regular ao final do ranking. Na faixa
superior do ranking, Minas Gerais e Rio de Janeiro, também se destacaram pela significativa
variação percentual entre 2005 e 2006.

10
O resultado estadual não é a média simples dos IFDM de seus municípios, mas sim dos resultados agregados
pelos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho.

15
Dos sete estados com variação negativa, ESTADOS BRASILEIROS IFDM 2006 IFDM 2005 var.
Brasil 0,7376 0,7129 3,5%
quatro foram maiores do que 1% –
SP São Paulo 1º 0,8637 0,8499 1º 1,6%
cabendo à Bahia o recuo mais PR Paraná 2º 0,8074 0,8035 2º 0,5%
acentuado, da ordem de 4,2%. Esta RJ Rio de Janeiro 3º 0,8035 0,7793 4º 3,1%
SC Santa Catarina 4º 0,7915 0,7847 3º 0,9%
movimentação da Bahia é preocupante
MG Minas Gerais 5º 0,7911 0,7663 5º 3,2%
na medida em que este estado já se RS Rio Grande do Sul 6º 0,7521 0,7329 8º 2,6%
encontrava num patamar de ES Espírito Santo 7º 0,7517 0,7525 6º -0,1%
DF Distrito Federal 8º 0,7382 0,7492 7º -1,5%
desenvolvimento moderado em 2005 e GO Goiás 9º 0,6961 0,7090 9º -1,8%
foi rebaixado para desenvolvimento MS Mato Grosso do Sul 10º 0,6938 0,7001 10º -0,9%
regular em 2006, passando da 18ª para MT Mato Grosso 11º 0,6545 0,6504 11º 0,6%
SE Sergipe 12º 0,6486 0,6456 12º 0,5%
a 22ª colocação. PE Pernambuco 13º 0,6394 0,6281 15º 1,8%
RN Rio Grande do Norte 14º 0,6375 0,6268 16º 1,7%
Na comparação anual entre os avanços RO Rondônia 15º 0,6336 0,6177 19º
2,6%
TO Tocantins 16º 0,6321 0,6365 14º -0,7%
do IFDM dos estados e das capitais, foi CE Ceará 17º 0,6319 0,6212 17º 1,7%
observada maior sincronia de capitais e RR Roraima 18º 0,6302 0,6424 13º -1,9%
AM Amazonas 19º 0,6101 0,5909 20º 3,2%
estados, apesar de ainda existirem
AC Acre 20º 0,5993 0,5751 23º 4,2%
algumas discrepâncias nas variações das PB Paraíba 21º 0,5949 0,5815 21º 2,3%
duas esferas geográficas de 2005 para BA Bahia 22º 0,5925 0,6183 18º -4,2%
AP Amapá 23º 0,5923 0,5678 24º 4,3%
2006. Nota-se que doze estados
PA Pará 24º 0,5899 0,5767 22º 2,3%
apresentaram crescimento percentual PI Piauí 25º 0,5828 0,5521 25º 5,6%
equivalente ao de suas capitais, com MA Maranhão 26º 0,5720 0,5325 27º 7,4%
AL Alagoas 27º 0,5615 0,5518 26º 1,8%
diferenças de no máximo um ponto
percentual, para mais ou para menos. A maior diferença a favor da capital foi no Mato
Grosso com variação positiva de 0,64%, contra 9,16% de Cuiabá. Por outro lado, a favor do
estado, a maior diferença encontrada foi entre as variações do Maranhão (7,42%) e de sua
capital São Luís (3,70%).

Novamente, pelo segundo ano seguido, o único estado que apresentou IFDM maior do que
sua capital foi São Paulo, muito embora o crescimento do índice tenha sido maior na capital
do que no estado.

16
Áreas de Desenvolvimento

I. Emprego&Renda

O IFDM acompanha na vertente Emprego&Renda a movimentação e as características do


mercado formal de trabalho, cujos dados são disponibilizados pelo Ministério do Trabalho.
Este indicador, como o nome sugere, é formado por duas dimensões: emprego formal
(postos de trabalho gerados) e renda (salário médio mensal do trabalhador). As dimensões
emprego formal e salário médio mensal possuem o mesmo peso no indicador final de
Emprego&Renda, cabendo a cada uma 50% do total.

O IFDM-Emprego&Renda 2006 apresentou o maior incremento sobre 2005 dentre as demais


esferas acompanhadas, tendo a média nacional atingido a pontuação de 0,7642. A imagem
georreferenciada abaixo ainda aponta, contudo, para grandes áreas brasileiras com baixo
índice de emprego e renda – tonalidade vermelha. A nota mínima foi atingida por São Felix
do Tocantins-TO (0,0409), enquanto que a nota máxima foi obtida por Hortolândia-SP
(1,0000). Este município da região metropolitana de Campinas é atualmente um dos maiores
pólos tecnológicos do país com empresas de grande porte nas áreas de computação,
siderurgia, farmacêutica, alimentação e metalúrgica. A cidade também abriga centros
internacionais de algumas das empresas de tecnologia mais avançadas do mundo.

IFDM - Em prego&Renda
2000
2005
1,0000
0,9881

2006
0,9043
0,7642
0,6960
0,4889

0,3868
0,3833
0,3591

0,0321
0,0409
zero

IFDM
E&R
Brasil Mediana Máxim o Mínim o 2006

O ritmo acelerado do mercado de trabalho foi ditado, mais uma vez, pelas cidades de São
Paulo: 48 municípios paulistas (6 a mais do que no ano anterior) estão colocados entre os
100 maiores indicadores de Emprego&Renda – notadamente oito municípios da região
metropolitana de Campinas e 13 da Grande São Paulo. Assim, o estado paulista ficou com a
primeira colocação no ranking IFDM-Emprego&Renda estadual (com 0,8890 pontos),
seguido por outros estados do Sudeste: Rio de Janeiro (0,8872) e Minas Gerais (0,8696).
Considerando as capitais, houve grande mudança do perfil dos municípios encontrados.
Enquanto que em 2005 o Nordeste destacou-se com as três primeiras posições (Salvador,
Aracaju e Natal), em 2006, Manaus (0,9215), Belo Horizonte (0,9191) e Vitória (0,9097)
passaram para a liderança.

17
II. Educação

O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta quanto a qualidade da educação
nos municípios brasileiros, em escolas públicas e privadas, de acordo com as competências
constitucionais dos municípios. Deste modo, apesar de não ser viável ou eficiente esperar
que haja uma universidade em todo município brasileiro – nem mesmo ensino médio, que é
de competência estadual – pode-se exigir que todo município apresente um ensino
fundamental de qualidade.

O IFDM-Educação 2006 captou manutenção dos níveis de desenvolvimento, com recuo de


menos de 1% na média nacional de 0,6850 em 2005 para 0,6787 em 200611. A nota máxima
foi atingida, mais uma vez, por Dolcinópolis-SP (1,0000). A mínima ficou com Maiquinique-
BA (0,2735). Como em 2005, dos 300 primeiros colocados no ranking de educação, 290
municípios são paulistas – não por menos a tonalidade azul escura no mapa do IFDM-
Educação georreferenciado abaixo, no qual o estado de São Paulo sobressai-se. Este
resultado levou São Paulo a figurar como o primeiro do ranking IFDM-Educação estadual
(0,8384 pontos), seguido por Distrito Federal (0,7676) e Santa Catarina (0,7552). Entre as
capitais, pela ordem, aparecem São Paulo (0,8321), Vitória (0,8127), Rio de Janeiro (0,7751)
e Brasília (0,7676). Por sua vez, Manaus (0,6099), Macapá (0,5773), Salvador (0,5733) e
Maceió (0,5462), repetindo o observado no ano anterior, ocuparam as últimas posições.

IFDM - Educação
2000
2005
1,0000
1,0000
0,9695

2006
0,6850
0,6787

0,6517
0,6468
0,5854

0,5494

0,1586
0,2742
0,2735

IFDM
Educação
Brasil Mediana Máxim o Mínim o 2006

11
Parte deste movimento flat decorreu da utilização do valor de 2005 para compor o índice de 2006. A taxa de
abandono escolar em 2006 não foi divulgada pelo INEP/MEC, por conta de mudanças no processo de coleta de
informações do Censo Escolar pelo próprio INEP e, desta forma, foi utilizado o recurso de repetir a taxa
apresentada no ano anterior. Para o cálculo de atendimento à educação infantil foi realizada a estimação da
população na faixa etária através de uma interpolação linear de Lagrange com os dados do Censo 2000 e os
microdados da Contagem da População de 2007, ambos do IBGE. Além disto, é importante notar que não é
razoável esperar-se alterações bruscas em índices como o de educação de um ano para o outro.

18
III. Saúde

Para acompanhar a área da Saúde, adotaram-se indicadores de variáveis reconhecidamente


de controle local de atenção básica, uma vez que não se pode exigir dos 5.564 municípios
brasileiros a construção de hospitais de ponta e em todas as especialidades médicas. As
variáveis escolhidas (Atendimento Pré-Natal, Óbitos Mal Definidos, Óbitos Infantis por causa
evitáveis) são oriundas dos bancos de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade
(SIM) e sobre Nascidos Vivos (SINASC).

No que tange ao IFDM-Saúde, a média brasileira cresceu em 2006 e atingiu novo patamar
de 0,7699 pontos. Em 2006, um número maior de municípios (3 a mais do que no ano
anterior) atingiu a nota máxima: Flórida-PR (pelo segundo ano consecutivo), Marapoama-SP,
Rondinha-RS, Saldanha Marinho-RS e Alto Alegre-RS. Entre as unidades da federação não
houve mudança significativa no ranking e os primeiros colocados mostraram evolução
positiva de seus índices. O Paraná despontou novamente em primeiro lugar com 0,8662
pontos, emplacando 22 cidades na lista dos 100 maiores IFDM-Saúde, seguido de São Paulo
(0,8637) com 15 municípios. Do mesmo modo que em 2005, o Rio Grande do Sul, apesar de
terceiro lugar no ranking estadual em saúde de 2006 com 0,8411 pontos, obteve o maior
número de municípios nesta área de desenvolvimento: 53 entre os 100 primeiros, 10 a mais
do que no ano anterior. Entre as capitais, os melhores resultados continuaram sendo
auferidos pelas mesmas de 2005 a saber: Curitiba (0,9294), Campo Grande (0,8899),
Goiânia (0,8820), Porto Alegre (0,8723) e Vitória (0,8700). Ao mesmo tempo, as últimas
colocações em 2006, com leve alternância de posições, continuaram com Manaus (0,6974),
Porto Velho (0,6951), Rio Branco (0,6931), Fortaleza (0,6910) e Macapá (0,6419).

IFDM - Saúde
2000
2005
1,0000
1,0000
0,9887

2006
0,7699
0,7576

0,7539
0,7352
0,7120

0,6573

0,3608
0,3470
0,0331

IFDM
Saúde
2006
Brasil Mediana Máxim o Mínim o

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Anexo Metodológico*

O IFDM considera, com igual ponderação, as três principais áreas de desenvolvimento


humano, a saber, Emprego&Renda, Educação e Saúde. A leitura dos resultados – por áreas
de desenvolvimento ou do índice final – é bastante simples, variando entre 0 e 1, sendo
quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade. Neste sentido,
estipularam-se as seguintes classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são
considerados de baixo estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento
regular; entre 0,6 e 0,8, de desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto
desenvolvimento.

A metodologia pioneira e única do IFDM distingue-se por ter periodicidade anual,


recorte municipal e abrangência nacional. Estas características possibilitam o
acompanhamento do desenvolvimento humano, econômico e social de todos os municípios
brasileiros, apresentando uma série anual, de forma objetiva e com base exclusiva em dados
oficiais

A defasagem temporal de três anos entre o IFDM e sua divulgação decorre do fato de serem
utilizadas apenas estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2009 foi possível reunir
concomitantemente dados dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano
sob análise.

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* A íntegra da metodologia do IFDM está disponível em www.firjan.org.br
A primeira área abordada pelo IFDM é o emprego formal e a renda da população
empregada. O emprego formal possui um efeito multiplicador de maior qualidade e impacto
sobre a economia como um todo relativamente ao emprego informal, gerando aumento da
movimentação da renda criada, melhoria do acesso ao crédito e da circulação legal de
mercadorias e serviços. Além disso, locais onde há alta formalização do mercado de trabalho
apresentam maior recolhimento de tributos, melhores condições de trabalho e respeito às
leis trabalhistas, bem como empresas elegíveis à atuação em mercados nacional e
internacional competitivos. Conforme apontado pelo Índice do Emprego Formal do BNDES12,
há clara relação direta entre a qualidade de vida de uma localidade e sua taxa de emprego
formal, resultado da relação entre o número de empregos e a população em idade ativa de
determinado município, gerando, inclusive, impacto positivo sobre as condições do trabalho
informal.

O IFDM-Emprego&Renda irá acompanhar a movimentação e as características do


mercado formal de trabalho, cujos dados são disponibilizados pelo Ministério do Trabalho. As
dimensões emprego formal e salário médio mensal possuem o mesmo peso no indicador
final de emprego e renda, cabendo a cada uma 50% do total.

IFDM - Emprego&Renda
Área Emprego Formal (50%)
Geração de Ordenação Média Trienal Ordenação
Saldo Saldo Saldo
Indicadores Emprego t / da Geração da Geração das Médias
Absoluto t Absoluto t-1 Absoluto t-2
Estoque t-1 Negativa de Emprego Negativas
Pesos 7,5% 2,5% 7,5% 2,5% 15,0% 10,0% 5,0%
Área Salário Médio Mensal (50%)
Ordenação Ordenação
Crescimento Valor Corrente
Crescimento Crescimento Crescimento
Indicadores Real / Média
Real Anual Anual Trienal do Salário t
Trienal
Negativo Negativo
Pesos 5% 2,5% 5% 2,5% 35%

O indicador do emprego formal é composto por três indicadores, que possibilitam dar uma
visão mais ampla das condições de geração de emprego. A primeira vertente considerada
para a construção deste índice foi a taxa de crescimento do emprego propriamente dita
(Taxa de Geração de Emprego Formal sobre o Estoque de Empregados), com peso de 10%
no indicador final de Emprego&Renda. A segunda, também com peso de 10%, é a média de
criação de emprego nos últimos três anos, o que permite lançar um olhar de
sustentabilidade da variação do emprego. Por fim, para dar uma visão mais completa do
mercado de trabalho, foi levado em consideração o estoque de emprego dos últimos três
anos (Saldo Anual Absoluto de Geração de Empregos). A este último foi dado peso de 30%,
privilegiando os dados mais recentes13.

O indicador do salário médio mensal também foi construído por três outros indicadores, que
possibilitam avaliar as condições de renda e poder de compra da população de cada
12
Emprego Formal, Qualidade de Vida e o Papel do BNDES em: REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 14, N.
27, P. 5-26, JUN. 2007.
13
Para o ano t, o peso foi de 15% e para os anos t-1 e t-2, 10% e 5%, respectivamente.

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município. A primeira vertente considerada para sua construção foi a taxa de crescimento do
salário médio (peso de 7,5%). A segunda, o crescimento médio do salário nos últimos três
anos (peso de 7,5%), visando medir a tendência. De forma a captar o poder de compra
propriamente dito, o valor corrente do salário nos últimos três anos foi incluído com peso de
35%.

A segunda área do IFDM, a educação, é sempre apontada como um dos principais pilares do
desenvolvimento de um país. Países que conseguiram dar um salto no desenvolvimento
realizaram grandes reformas em seus sistemas educacionais. Com efeito, uma população
com educação de qualidade está mais apta a receber investimentos produtivos na economia,
pois possui mão-de-obra mais qualificada ou mais facilmente qualificável às novas
tecnologias e exigências do mundo moderno e dinâmico. Em última análise, expande-se o
nível de empregabilidade da população. Do mesmo modo, o retorno de uma educação de
qualidade não se restringe ao aluno, ou à escola, mas, sobretudo, à comunidade onde a
escola se insere, dando as principais diretrizes da conduta da vida em sociedade, com
valores morais, éticos e sociais, com externalidades positivas em diversas áreas.

O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta quanto a qualidade da


educação do ensino fundamental e pré-escola, que está sendo oferecida nos municípios
brasileiros, em escolas públicas e privadas, de acordo com as competências constitucionais
de todo município. Deste modo, se não se espera que haja uma universidade – e até mesmo
ensino médio, de competência estadual – pode-se exigir que todo município apresente um
ensino fundamental de qualidade.

Para atingir tal finalidade, definiu-se um conjunto de indicadores para a composição do


IFDM-Educação. No que tange ao ensino infantil, foi considerado o número de matrículas em
creches e pré-escolas registradas no Censo Escolar em relação ao número de crianças na
faixa etária adequada a esta modalidade educacional no ano base 200014, a saber: de 0 a 5
anos de idade.

Considerando o ensino fundamental no Brasil, houve um grande salto na cobertura oferecida


para crianças em idade escolar. Se em 1970 era de 67%, no último censo em 2000, 96,4%
das crianças em idade escolar estavam matriculadas. Estima-se que atualmente este nível já
14
Como o crescimento vegetativo vem apresentando queda ao longo das últimas décadas, podemos estimar que
a população em idade escolar obrigatória diminuiu nos últimos anos, e, conseqüentemente, diminuiu também a
matrícula escolar. Por este motivo, é possível utilizar os dados do Censo 2000 como denominador fixo sem
incorrer em grandes distorções que prejudiquem o resultado do município avaliado.

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ultrapasse os 98%. Desta forma, muito mais do que investigar quantos vão à escola, a
verdadeira questão que se impõe é o quanto se aprende na escola. Desta forma, foram
selecionados os seguintes indicadores: Taxa de Distorção Idade-série; Percentual de
Docentes com Curso Superior; Número Médio Diário de Horas-Aula; Taxa de Abandono
Escolar; e, Resultado Médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Ao ensino fundamental foi atribuído peso de 80% no IFDM-Educação, distribuído entre seus
cinco indicadores: 55% para indicadores-meio e 25% para indicadores-fins15. O residual de
20% do IFDM-Educação foi alocado para o ensino infantil, por seu poder de influenciar a
aprendizagem futura.

A terceira e última área considerada no IFDM foi a saúde. Analisar a saúde através das
estatísticas disponíveis é sempre um desafio pela falta de consenso entre os pesquisadores
sobre quais os melhores indicadores da situação do serviço público, principalmente se
considerarmos as mais variadas realidades brasileiras. A principal dificuldade está em
encontrar dados restritos e fidedignos a uma determinada localidade. Primeiramente, pela
própria característica do sistema de saúde, capilar e de atendimento nos municípios-pólos,
ou seja – atendimento em município diferente do de residência. Em seguida, pela baixa
qualidade dos registros, mesmo os obrigatórios e municipalizados, como os da atenção
básica, onde é muito freqüente a sub ou super notificação.

Para minimizar estes problemas, através de consultas a especialistas, o IFDM-Saúde


procurou utilizar bancos de dados que fossem relevantes e confiáveis. Desta forma, foram
priorizados os bancos de dados dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade16 (SIM) e
sobre Nascidos Vivos (SINASC). Ademais, optou-se por indicadores de variáveis de controle
reconhecidamente local, uma vez que não se pode exigir dos 5.564 municípios brasileiros
hospitais de ponta em todas as especialidades médicas.

IFDM - Saúde
Área Atenção Básica
Percentual de Mais de 6 Taxa de Obito de
Óbitos de Causas Mal
Indicadores Consultas pré-natal por menores de 5 anos por
Definidas
nascido vivo causas evitáveis
Pesos 33,3% 33,3% 33,3%

O indicador IFDM-Saúde objetivou, desta forma, avaliar a qualidade do Sistema de Saúde


Municipal referente à Atenção Básica. Com peso de 33,3% cada, as variáveis acompanhadas
por este indicador foram: Quantidade de Consultas Pré-Natal; Taxa de Óbitos Mal-Definidos;
e, Taxa de Óbitos Infantis por Causas Evitáveis. A primeira delas mede o atendimento à
gestante nos serviços de saúde e se constitui num dos atendimentos mais básicos que um
município deva oferecer à sua população. O indicador de Óbitos por Causas Mal Definidas

15
Referente ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
16
O SIM (SIM/SVS/MS) foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a consolidação de dados sobre
mortalidade, com abrangência nacional, sendo alimentado pelas secretarias municipais e estaduais de saúde com
base na Declaração de Óbito (DO).

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está relacionado ao acesso aos serviços de saúde, bem como permite inferências sobre a
qualidade da atenção médica, que, segundo pesquisas do Ministério da Saúde e da
FIOCRUZ, em geral, varia na mesma direção das variações da qualidade do preenchimento
das declarações de óbito. Finalmente, dados sobre morte evitável podem constituir
indicadores sensíveis à qualidade da atenção básica à saúde, e, conseqüentemente, derivar
medidas de resultado ou de impacto da ação pública.

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